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HISTÓRIA GERAL COM RODRIGO BIONE 7 8 HISTÓRIA GERAL COM RODRIGO BIONE EXERCÍCIOS. 1. (Enem 2021) TEXTO I Portadoras de mensagem espiritual do passado, as obras monumentais de cada povo perduram no presente como o testemunho vivo de suas tradições seculares. A humanidade, cada vez mais consciente da unidade dos valores humanos, as considera um bem comum e, perante as gerações futuras, se reconhece solidariamente responsável por preservá-las, impondo a si mesma o dever de transmiti-las na plenitude de sua autenticidade. Carta de Veneza. 31 de maio de 1964. Disponível em: www.iphan. gov.br. Acesso em: 7 out. 2019. TEXTO II Os sistemas tradicionais de proteção se mostram cada vez menos e cientes diante do processo acelerado de urbanização e transformação de nossa sociedade. A legislação de proteção peca por considerar o monumento, até certo ponto, desvinculado da realidade socioeconômica. O tombamento, ao decretar a imutabilidade do monumento, provoca a redução de seu valor venal e o abandono, o que é uma causa, ainda que lenta, de destruição inevitável. TELLES, L. S. Manual do patrimônio histórico. Porto Alegre; Caxias do Sul: Escola Superior do Teologia São Lourenço de Brindes. 1977 (adaptado). Escritos em temporalidade histórica aproximada, os textos se distanciam ao apresentarem pontos de vista diferentes sobre a(s) a) ampliação do comércio de imagens sacras. b) substituição de materiais de valor artístico. c) políticas de conservação de bens culturais. d) defesa da privatização de sítios arqueológicos. e) medidas de salvaguarda de peças museológicas. 2. (Enem PPL 2019) Para dar conta do movimento histórico do processo de inserção dos povos indígenas em contextos urbanos, cuja memória reside na fala dos seus sujeitos, foi necessário construir um método de investigação, baseado na História Oral, que desvelasse essas vivências ainda não estudadas pela historiogra a, bem como as con�itivas relações de fronteira daí decorrentes. A partir da história oral foi possível entender a dinâmica de deslocamento e inserção dos índios urbanos no contexto da sociedade nacional, bem como perceber os entrelugares construídos por estes grupos étnicos na luta pela sobrevivência e no enfrentamento da sua condição de invisibilidade. MUSSI, P. L. V. Tronco velho ou ponta da rama? A mulher indígena terena nos entrelugares da fronteira urbana. Patrimônio e Memória, n. 1, 2008. O uso desse método para compreender as condições dos povos indígenas nas áreas urbanas brasileiras justi ca-se por a) focalizar a empregabilidade de indivíduos carentes de especialização técnica. b) permitir o recenseamento de cidadãos ausentes das estatísticas o ciais. c) neutralizar as ideologias de observadores imbuídos de viés acadêmico. d) promover o retorno de grupos apartados de suas nações de origem. e) registrar as trajetórias de sujeitos distantes das práticas de escrita. 3. (Enem PPL 2019) Lembro, a propósito, uma cerimônia religiosa a que assisti na noite de Santo Antônio de 1975 quando presente a uma festa em honra do padroeiro. Ia a coisa assim bonita e simples, até que, recitadas as cinco dezenas de ave-marias e os seus padre-nossos, chegou a hora do remate com o canto da salve-rainha. O capelão começou a entoar nesse instante hino à Virgem, em latim “Salve Regina, mater misericordiae”, e, o que eu estranhei, foi seguido de pronto sem qualquer hesitação pelos presentes. Depois veio o espantoso para mim: a reza, também entoada, de toda a extensa ladainha de Nossa Senhora igualmente em latim. Eu olhava e não acabava de crer: aqueles caboclos que eu via mourejando de serventes nas obras do bairro estavam agora ali acaipirando lindamente a poesia medieval do responso. BOSI, A. Dialética da colonização. São Paulo: Cia. das Letras, 1992. O estranhamento do autor diante da cerimônia relaciona-se ao encontro de temporalidades que a) questionam ritos católicos. b) evidenciam práticas ecumênicas. HISTÓRIA GERAL COM RODRIGO BIONE 9 c) elitizam manifestações populares. d) valorizam conhecimentos escolares. e) revelam permanências culturais. 4. (Unicamp 2021) Estátua de Cristóvão Colombo é derrubada em protestos em Saint Paul, Monesota. Estados Unidos. Policiais armados isolam a estátua. (Pablo Guimón, Estátuas são o novo alvo do movimento revisionista nos EUA. El País, 12/06/2020) A partir do registro fotográ co da derrubada da estátua de Cristóvão Colombo em Saint Paul, Minnesota, Estados Unidos, em junho de 2020, e de seus conhecimentos sobre as relações entre presente e passado, assinale a alternativa correta. a) O progresso histórico demonstra que as estátuas do passado perdem os seus signi cados no presente, justi cando sua derrubada dos espaços públicos. b) As estátuas e os monumentos medeiam formas de lembrar o passado e de compreender o presente, e seus signi cados são sempre suscetíveis a disputas políticas e sociais. c) As estátuas e os monumentos testemunham modos de viver e conceber o mundo no passado, portanto são alheios à ideologia e às disputas políticas. d) As estátuas e os monumentos do passado são veículos neutros em termos ideológicos e políticos, por isso devem ser preservados e protegidos de vandalismo. 5. (Enem 2020) A reabilitação da biogra a histórica integrou as aquisições da história social e cultural, oferecendo aos diferentes atores históricos uma importância diferenciada, distinta, individual. Mas não se tratava mais de fazer, simplesmente, a história Estátua de Cristóvão Colombo é derrubada em protestos em Saint Paul, Monesota. Estados Unidos. Policiais armados isolam a estátua. dos grandes nomes, em formato hagiográ co – quase uma vida de santo –, sem problemas, nem máculas. Mas de examinar os atores (ou o ator) célebres ou não, como testemunhas, como re�exos, como reveladores de uma época.” DEL PRIORE, M. Biogra�a: quando o indivíduo encontra a história. Topoi, n. 19 jul.-dez. 2009. De acordo com o texto, novos estudos têm valorizado a história do indivíduo por se constituir como possibilidade de a) adesão ao método positivista. b) expressão do papel das elites. c) resgate das narrativas heroicas. d) acesso ao cotidiano das comunidades. e) interpretação das manifestações do divino. 6. (Enem PPL 2019) O Instituto Histórico e Geográ co Brasileiro (IHGB) reuniu historiadores, romancistas, poetas, administradores públicos e políticos em torno da investigação a respeito do caráter brasileiro. Em certo sentido, a estrutura dessa instituição, pelo menos como projeto, reproduzia o modelo centralizador imperial. Assim, enquanto na Corte localizava-se a sede, nas províncias deveria haver os respectivos institutos regionais. Estes, por sua vez, enviariam documentos e relatos regionais para a capital. DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. Uma breve história do Brasil. São Paulo: Planeta do Brasil, 2010 (adaptado). De acordo com o texto, durante o reinado de D. Pedro II, o referido instituto objetivava a) construir uma narrativa de nação. b) debater as desigualdades sociais. c) combater as injustiças coloniais. d) defender a retórica do abolicionismo. e) evidenciar uma diversidade étnica. 7. (Enem 2ª aplicação) A história não corresponde exatamente ao que foi realmente conservado na memória popular, mas àquilo que foi selecionado, escrito, descrito, popularizado e institucionalizado por quem estava encarregado de fazê-lo. Os historiadores, sejam quais forem seus objetivos, estão envolvidos nesse processo, uma vez que eles contribuem, conscientemente ou não, para a criação, demolição e reestruturação de imagens do passado 10 HISTÓRIA GERAL COM RODRIGO BIONE que pertencem não só ao mundo da investigação especializada, mas também à esfera pública na qual o homem atua como ser político. HOBSBAWN, E.; RANGER, T. A Invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984 (adaptado). Uma vez que a neutralidade é inalcançável na atividade mencionada, é tarefa do pro ssionalenvolvido a) criticar as ideias dominantes. b) respeitar os interesses sociais. c) defender os direitos das minorias. d) explicitar as escolhas realizadas. e) satisfazer os nanciadores de pesquisas. 8. (Fuvest 2022) O IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro envidaram esforços no sentido de deixar exposta para a contemplação da população parte do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, com o objetivo de apresentar ao visitante, através daquele pequeno, mas representativo espaço, a materialização do momento mais trágico da nossa história, fazendo com que ele não seja esquecido. (...) A história do Cais do Valongo e do seu entorno está indissoluvelmente ligada à história universal, por ter sido a porta de entrada do maior volume de africanos escravizados nas Américas. O Rio de Janeiro era, então, a mais afro-atlântica das cidades costeiras do território brasileiro (...). Disponível em http://portal.iphan.gov.br/. O texto integra a proposta elaborada pelo IPHAN, em 2016, para inscrição do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo na lista do Patrimônio Mundial. Com base no documento, a história do Cais do Valongo se entrelaça à história universal, pois se relaciona ao a) trá co de africanos escravizados para a América de colonização portuguesa. b) Rio de Janeiro como única cidade escravista das Américas na época colonial. c) trabalho de escavação realizado por arqueólogos estrangeiros no passado. d) �uxo de escravizados do Brasil para outras partes das Américas, após as independências. e) esforço do IPHAN para silenciar a história da escravidão no mundo atlântico. 9. (Unicamp 2022) É uma tarefa difícil realizar um diagnóstico do tempo presente. De nir o presente como “época”? Os marcos canônicos (geralmente de natureza política) variam, sabidamente, ao gosto das experiências nacionais. Na França, na península Ibérica e no Brasil, o marco que de ne o início da história contemporânea é a Revolução Francesa. Na Alemanha e na Inglaterra, o historiador que se dedica à história contemporânea trabalha preferencialmente com eventos posteriores à II Guerra Mundial. Contemporânea, na Rússia, é a história posterior a 1918. Na Itália, por sua vez, trata- se do período que advém após o Congresso de Viena (1814-1815). (Adaptado de Helena Miranda Mollo, Sergio da Mata, Mateus Henrique de Faria Pereira e Flávia Varella, Tempo presente & usos do passado. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012. Posição Kindle: 107-111.) A partir da leitura do texto, é correto a rmar que a) o recorte temporal de História Contemporânea é natural e consensual entre as civilizações ocidentais e resume o que podemos de nir como História do Tempo Presente. b) experiências traumáticas marcadas, por exemplo, pelas duas grandes guerras mundiais, de nem nossa experiência de tempo presente e delimitam o início da História Contemporânea. c) as balizas cronológicas da História que de nem as periodizações usadas pelas grandes narrativas históricas e livros escolares são de natureza política, variando de acordo com as experiências nacionais. d) os riscos de se construir narrativas múltiplas sobre a história do tempo presente tornam urgente uma revisão histórica que estabeleça balizas cronológicas universais na linearidade do tempo histórico. HISTÓRIA GERAL COM RODRIGO BIONE 11 10. (Uece 2020) O papiro, que é considerado uma invenção do Egito, foi extremamente importante no decorrer de toda a antiguidade, tanto que o naturalista romano Plínio, em sua obra História Natural, enalteceu as qualidades dessa planta que deu origem ao material semelhante ao papel. Segundo Plínio, a utilização do papiro estrutura boa parte da civilização humana e, possivelmente, até mesmo a sua existência, porque dele depende a memória da humanidade. Essa memória é preservada pelo fato de o papiro a) dar origem à invenção de diversos instrumentos de navegação para embarcações. b) possuir propriedades medicinais e ser o principal elemento utilizado na produção da fórmula para o embalsamento de corpos. c) ter possibilitado uma revolução no campo da escrita. d) representar o faraó, a vida eterna e todo o Egito como divindade solar e centro do mundo. 11. (Ufu 2020) O estudo e a escrita da História realizados por pesquisadores são chamados de historiogra a. Essa é feita com base em pesquisa de documentos e na interpretação desses documentos pautados em teorias e métodos dos mais diversos, que criam sentidos e relações entre o passado e o presente. Em relação a essas informações, assinale a alternativa correta. a) O elemento central da pesquisa histórica é a opinião do historiador, pautada em sua convicção política e partidária. b) O marxismo é a principal linha interpretativa que guia a historiogra a contemporânea. c) O que orienta a pesquisa histórica são as perguntas, ou os problemas, formulados em nosso próprio tempo a partir dos documentos disponíveis para a construção do conhecimento. d) Uma vez que a pesquisa histórica está relacionada com o contexto do historiador, a rma-se que a História é uma ciência sem método. 12. (Unicamp) A história de todas as sociedades tem sido a história das lutas de classe. Classe oprimida pelo despotismo feudal, a burguesia conquistou a soberania política no Estado moderno, no qual uma exploração aberta e direta substituiu a exploração velada por ilusões religiosas. A estrutura econômica da sociedade condiciona as suas formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou losó cas. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, ao contrário, são as relações de produção que ele contrai que determinam a sua consciência. (Adaptado de K. Marx e F. Engels, Obras escolhidas. São Paulo: Alfaômega, s./d., vol 1, p. 21-23, 301-302.0) As proposições dos enunciados acima podem ser associadas ao pensamento conhecido como a) materialismo histórico, que compreende as sociedades humanas a partir de ideias universais independentes da realidade histórica e social. b) materialismo histórico, que concebe a história a partir da luta de classes e da determinação das formas ideológicas pelas relações de produção. c) socialismo utópico, que propõe a destruição do capitalismo por meio de uma revolução e a implantação de uma ditadura do proletariado. d) socialismo utópico, que defende a reforma do capitalismo, com o m da exploração econômica e a abolição do Estado por meio da ação direta. 13. (UDESC) “A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado. Mas talvez não seja menos vão esgotar-se em compreender o passado se nada se sabe do presente.” Marc Bloch. Apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001, p. 65. Assinale a alternativa que contém a de nição de história mais coerente com a citação do historiador Marc Bloch. a) A História é a ciência que resgata o passado para explicar o presente e fazer previsões sobre o futuro. b) A História é uma ciência que visa promover o entretenimento dos espectadores do presente e um conhecimento inútil sobre o passado. 12 HISTÓRIA GERAL COM RODRIGO BIONE c) A História é, tal como a literatura, uma narrativa sobre o passado determinada pela imaginação do historiador. d) A História é a ciência que se refugia no passado para não compreender as questões do presente. e) A História é uma ciência que formula questões sobre o passado a partir de inquietações e experiências vividas no presente. 14. (Enem) Quem construiu a Tebas de sete portas? Nos livros estão nomes de reis. Arrastaram eles os blocos de pedra? E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casas da Lima dourada moravam os construtores? Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China cou pronta? A grande Roma está cheia de arcos do triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os césares? BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador quelê. Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010. Partindo das re�exões de um trabalhador que lê um livro de História, o autor censura a memória construída sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos. A crítica refere-se ao fato de que a) os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam ser aqueles que realizaram feitos heroicos ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória. b) a História deveria se preocupar em memorizar os nomes de reis ou dos governantes das civilizações que se desenvolveram ao longo do tempo. c) grandes monumentos históricos foram construídos por trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos governantes das sociedades que os construíram. d) os trabalhadores consideram que a História é uma ciência de difícil compreensão, pois trata de sociedades antigas e distantes no tempo. e) as civilizações citadas no texto, embora muito importantes, permanecem sem terem sido alvos de pesquisas históricas. 15. (Upe) A diversidade dos testemunhos históricos é quase in nita. Tudo o que o homem diz ou escreve, tudo o que fabrica, tudo o que toca pode e deve informar sobre ele. BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001, p. 79. (Adaptado). Sobre as fontes históricas, com base no texto acima, assinale a alternativa CORRETA. a) O pensamento marxista aboliu a utilização de fontes escritas nas pesquisas históricas. b) A a rmação do texto sintetiza a nova perspectiva historiográ ca sobre as fontes históricas. c) Os utensílios produzidos pelo homem se enquadram como registros arqueológicos e não como fontes para o historiador. d) Marc Bloch, no texto, defende a primazia das fontes escritas. e) A escola positivista foi a primeira a fazer uso da chamada história oral. Gabarito: 1: [C]; 2: [E]; 3: [E]; 4: [B]; 5: [D]; 6: [A]; 7: [D]; 8: [A]; 9: [C]; 10: [C]; 11: [C]; 12: [B]; 13: [E]; 14: [C]; 15: [B]
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