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TCC MARIA DA PENHA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Direito
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA:
Uma análise jurídica acerca dos efeitos gerados pelo descumprimento das medidas protetivas de urgência da Lei Maria da Penha por parte do agressor
DÉBORAH BIEGING GOMES
SÃO JOSÉ 
2018.2
DÉBORAH BIEGING GOMES
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA:
Uma análise jurídica acerca dos efeitos gerados pelo descumprimento das medidas protetivas de urgência da Lei Maria da Penha por parte do agressor
Artigo Científico Jurídico apresentado à Universidade Estácio de Sá, Curso de Direito, como requisito parcial para conclusão dadisciplina Trabalho de Conclusão de Curso.
Orientador (a): Cristiane Dupret Filipe Pessoa
SÃO JOSÉ 
2018.2
RESUMO
O presente trabalho traz uma análise à violência doméstica sofrida ao longo do tempo, em sua maioria, por mulheres, com o objetivo de prover uma análise acerca das medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha n° 11.340/2006, sua aplicabilidade e as implicações causadas pelo seu descumprimento por parte do agressor. Ressalta-se que a referida lei buscou a alteração de modo a eliminar a impunidade que favorecia os agressores, anteriormente. As medidas protetivas de urgência possuem o objetivo de promover à vítima de violência doméstica a devida proteção e afastamento do agressor não só da vítima, mas a todos queles que estão indiretamente envolvidos no no contexto da violência familiar como, por exemplo, os filhos do casal. A pesquisa utilizou-se do médoto dedutivo para devido alcance ao objetivo proposto no projeto de pesquisa.
Palavras-chave: Violência. Família. Medidas. Protetivas. Lei Maria da Penha. Mulher
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
5
2. CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
6
2.1. BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA
8
2.2 DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA E SEU DESCUMPRIMENTO
12
2.3. JURISPRUDÊNCIA
19
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2
INTRODUÇÃO
O presente estudo teve como objetivo uma discussão e análise jurisprudencial acerca dos efeitos gerados no descumprimento das medidas protetivas por parte do agressor. O tema se faz relevante baseando-se na perspectiva que a violência contra a mulher vem sendo entendida como o resultado de relações de poder entre gêneros, tornando-se visível a desigualdade entre tais. A mulher vítima de violência doméstica conta hoje com um aparato judicial, no Brasil o destaque é a Lei Maria da Penha
 (Lei 11.340/2006), que visa a proteção à mulher e punição ao agressor, prevista no Código Penal e no de Processo Penal brasileiro. Além do aparato judicial, as mulheres que se encontrarem em tal situação pode contar também com serviços assistenciais que vão desde psicólogos e médicos até acompanhamento jurídico.
O tema desta pesquisa foi delimitado em observância à uma realidade cada vez mais presente no Brasil. A violência doméstica é um tema com relevância à nível mundial, principalmente a agressão realizada do homem contra a mulher. A abordagem do tema é algo que vem crescendo diariamente, pois as pessoas passaram a ir em busca dos seus direitos a ponto de fazer prevalecer sua dignidade. A violência doméstica é um comportamento que massacra o direito de outrem, pode ser realizado de diversas formas, como fisicamente, verbalmente e de maneira não verbal, a chamada violência psicológica. Dessa forma, o presente tema deve ser aprofundado e analisado, se tornando necessário para ganhar força perante a sociedade brasileira, que muitas vezes se posiciona de maneira omissa.
O primeiro capítulo abordará o conceito e a caracterização da violência no âmbito doméstico, a seguir será exposto uma contextualização acerca da Lei Maria da Penha, no capítulo três serão abordadas as medidas protetivas de urgência, abordar-se-á cada uma delas, analisando o descumprimento das mesmas e a punição ao agressor. O último capítulo trará quatro jurisprudências sobre o tema, a fim de exemplificar tudo que será exposto.
2. CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
De maneira geral, a violência doméstica se caracteriza como uma questão social grave e delicada, a mesma está presente em todos os países e em todos os períodos da história. A violência doméstica possui diversas faces, pode ser física, sexual, psicológica e institucional. Tal problema deriva-se desde a Antiguidade com escritos bíblicos no qual a mulher era construída a partir de uma costela do homem, vindo depois da existência dele, para lhe fazer companhia. Desse modo, a mulher culturalmente nasce submissa as necessidades do homem, além disso, ao comer e conceder o fruto proibido a Adão à igreja julga a mulher como responsável pela perca do paraíso.
Segundo a Organização das Nações Unidas
, a violência doméstica consiste na violência que ocorre na esfera da vida privada, geralmente entre indivíduos que estão relacionados por consanguinidade ou por intimidade. 
Nesse sentido, de acordo com Cardoso (2015, p. 8): 
violência doméstica é qualquer ato, inclusive de omissão, ou ameaça que provoque nas suas vítimas danos físicos, psicológicos ou emocionais; que é praticado por pessoas com quem aquelas têm uma relação de parentesco consanguíneo, legal ou de fato com uma determinada intenção ou finalidade; e refere-se aos tipos mais frequentes de violência designadamente à que é cometida contra as crianças, as mulheres e os idosos.
De acordo com a citação acima, Cardoso
 conceitua a violência doméstica como qualquer ato que provoque à mulher danos físicos ou psicológicos e, por muitas vezes, as vítimas possuem forte relação de dependência com o agressor, que pode ser cônjuge, ex-cônjuge ou familiares.
Seguindo a esfera jurídica, a conceituação de violência doméstica está elencado na Lei 11.340 de 2006
, que traz em seu texto:
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015); I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual. Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos. (BRASIL, 2006, p. 21)
De acordo com o artigo acima, pode-se afirmar que as formas de violências contra a mulher podem ser classificadas como: física, psicológica, patrimonial e moral. Todas as violências mencionadas possuem a característica de afetar a mulher fisicamente e moralmente.
Já a violência psicológica se caracteriza em qualquer conduta que afete a autoestima e a saúde psicológica da vítima, um exemplo é o controle sobre a vida da mulher, formas de se vestir ou agir. Diante disso, o Superior Tribunal Federal (2008) afere que:
1. Delito contra honra, envolvendo irmãs, não configura hip tese de incidência da Lei 11.340/06, que tem como objeto a mulher numa perspectiva de gênero e em condições de hipossuficiência ou inferioridade física e econômica. 2. Sujeito passivo da violência doméstica, objeto da referida lei, é a mulher. Sujeito ativo pode ser tanto o homem quanto a mulher, desde que fique caracterizado o vínculo de relação dom stica, familiar ou de afetividade. ( 027- MG, 3.ª S., rel. Og Fernandes, 05.12.2008, v.u.). (STF, 2008, p. N/D)
Nesse sentido, vale caracterizar cada uma delas de modo detalhado. A violência física é considerada como aquela que afeta de modo direto a integridade ou saúde da mulher. Nas palavras de Nucci
 (2014, p. 694) se a violência levar à morte da vítima há agravantes, igualmentejá previstas e tipificadas no artigo 61, inciso II do Código Penal.
Para Guilherme (2014, p. 695) a violência psicológica:
Deve ser analisada com cautela essa modalidade de violência, para fins penais, pois o legislador estendeu-se demais nas hipóteses que a retratam, chegando a considerar violência psicológica qualquer dano emocional, humilhação ou ridicularização, como exemplos. Ora, em tese, todo e qualquer crime é capaz de gerar dano emocional à vítima, seja ela mulher, seja homem. Por isso, não se pode ter uma agravante excessivamente aberta, vale dizer, sempre que a pessoa ofendida for mulher aplica-se-ia a agravante de crime cometido “com violência contra a mulher na forma da lei específica” (nova redação do art.61, II, f, do Código Penal). 
No que tange à violência sexual, considera-se qualquer modo de constrangimento sexual que obrigada a participar ou fazer atos sexuais sem a sua vontade, de modo coercivo. Muitas vezes esse tipo de violência vem mascarado de intimidações e ameaças.
Para melhor conceituação da violência patrimonial, Nucci
 ressalta que é difícil sustentar que o furto cometido pelo namorado contra a namorada, calcado no artigo 5°, III, seria agravado e o contrário não se daria. A lesão ao princípio da igualdade seria evidente, pois não há razão plausível para o estabelecimento da diferença de tratamento. Por fim, a violência moral pode ser considerada como qualquer conduta caluniosa, difamatória ou injuriosa contra a vítima, vale ressaltar que ambas condutas também estão tipificadas no Código Penal brasileiro.
É imprescindível analisar os efeitos jurídicos da violência doméstica contra a mulher, que se enquadra na Lei Maria da Penha para devida eficácia, a referida lei permite medidas de segurança e proteção para a vítima. Mas, infelizmente, no Brasil, o judiciário aplica a lei e o Poder Público não consegue a rapidez necessária para atender as demandas e fazer valer a devida proteção do Estado à mulher.
2.1. BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA
A Lei 11.340/2006, mais popularmente chamada como Lei Maria da Penha, recebeu o apelido em homenagem à biofarmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que ficou paraplégica em razão da violência doméstica sofrida por seu ex-marido, ainda na década de 80. Em razão da exaustiva demora na punição do agressor pelas leis em vigor na época, a repercussão foi de tamanha ordem que, com a ajuda de organizações de defesa dos direitos humanos - Centro pela Justiça pelo Direito Internacional (CEJIL) e o Comitê Latino Americano de Defesa dos Direitos das Mulheres (CLADEM), foi apresentada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA uma denúncia relativa à impunidade do crime cometido contra a vítima. 
Após diversos debates com representantes envolvidos na temática, em novembro de 2004, o Poder Executivo enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei sob o nº 4.559/2004, que tinha como ementa a criação de mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, e dava outras providências. 
O Projeto de Lei foi aprovado nas duas casas legislativas e resultou na Lei Maria da Penha, sancionada pelo Presidente da República e publicada em 7 de agosto de 2006, com entrada em vigor em 22 de setembro do mesmo ano.
Não resta dúvidas sobre os benefícios trazidos pela Lei nº 11.340/06, porém, sem uma fiscalização realmente eficaz, as medidas protetivas de urgência não garantem a proteção integral da vida da vítima em situação de violência, nem de seus dependentes, podendo gerar um sentimento de impunidade ao agressor. 
A violência doméstica vem sendo trata com rigor pelo ordenamento jurídico brasileiro, visto ser uma das maiores formas de violação dos direitos humanos das mulheres, uma vez que as agressões perpetradas contra a vítima podem ser de cunho físico, psicológico, patrimonial, sexual entre outros. 
Segundo Saleh
 (2012, p. 4):
A violência doméstica surge de uma relação de desigualdade entre homens e mulheres, a qual impõe à mulher a obediência e submissão ao homem, numa situação de inferioridade, [...] terreno fértil à afronta ao direito à liberdade.
É sabido que a Lei Maria da Penha transformou a conquista legislativa internacional no principal meio legal de combate à violência doméstica contra a mulher no Brasil, dando efetividade ao dispositivo constitucional que obriga o Estado a coibir a violência doméstica , conforme preceitua o art. 226, § 8º, da Constituição Federal
.
Art. 226
[...]
§ 8° - O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
As benesses alcançadas pelas mulher com a Lei Maria da Penha são inúmera, destacando-se a criação de Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com competência criminal e cível, e a implantação de medidas protetivas de urgência para as vítimas, reforçando, ainda, a importância da atuação conjunta das Delegacias especializadas no Atendimento à Mulher, Ministério Público e Defensoria Pública, contando ainda com uma estrutura paralela de projetos voltados ao acolhimento da mulher em situação de violência doméstica.
A Lei Maria da Penha teve com alicerce diversos motivos para sua criação. Inicialmente, vale ressaltar a 1ª Conferência Mundial sobre a Mulher, no México, tal conferência resultou na elaboração da convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres, entrando em vigor em 1981. A partir daí, o impulso foi gerado no Brasil, em busca do reconhecimento dos direitos humanos às mulheres, embora o resultado tenha sido tardio. 
Após toda repercussão, foi criado no Brasil um Projeto de Lei em busca de mecanismos para coibir a violência doméstica contra a mulher, em agosto de 2006, foi sancionada pelo Presidente da República a Lei de n° 11.340/2006, tal lei foi um marco de grande importância para as mulheres vítimas de violência, a lei visa resguardar os direitos e a integridade da mulher de modo eficaz.
Segundo Silva
, a violência contra a mulher são atos frutos e/ou resultantes das normas de conduta distorcidas acerca do papel e das responsabilidades de homens e mulheres na sociedade. Segundo a ONU, a violência contra a mulher é a pior manifestação da desigualdade de gênero, que se compreende em um tema bastante relevante no Brasil, pois infelizmente episódios de discriminação de gênero são vistos diariamente na sociedade brasileira, questões que vão desde salários até violência
Nesse sentido, Silva (2012) leciona:
O que se percebe é que, apesar do grave impacto da violência a saúde da mulher, há certo despreparo dos profissionais em lidar com situações de violência de gênero. Esse despreparo também está relacionado a valores culturais e morais que os profissionais tem em relação ao tema, o que acaba repercutindo em seu atendimento à vítima. [...] a identificação, assim como o cuidado com a mulher que sofre violência é de alta complexidade, pela existência dos mais diversos fatores que as impedem, sendo a maioria deles relacionados à falta de comunicação, falta do entendimento sobre violência e, principalmente medo de represálias por parte do agressor, entre outros fatores. (SILVA, 2012, p. 33)
Silva ressalta que muitas vezes há um despreparo dos profissionais quando se deparam com situações de violência doméstica. A identificação da mesma é feita de maneira complexa, pois existem diversos fatores emocionais que impedem a devida comunicação da vítima com o profissional da saúde. 
Segundo Lobo
 (2016) o profissional deverá orientar, discutir estratégias e encaminhar as mulheres para onde possam receber atendimento eficiente e ter os seus direitos garantidos. O assistente social utiliza alguns instrumentos técnicos para uma melhor avaliação dos casos de violência contra a mulher, onde carece de atenção aos sentimentos da vítima, bem como um longo processo de escuta e observação.
Ante o exposto, vale ressaltar que a violência doméstica crescea cada dia no Brasil, apesar de medidas e leis implantadas para reprimir tal fato e proteger a integridade das mulheres, o acompanhamento psicológico é um fator indispensável nesses casos, pois o mesmo auxilia para a redução dos impactos causados pela violência e ajuda a vítima a trabalhar perdas e traumas
2.2. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
As medidas protetivas de urgência são instrumentos assecuratórios abarcados pela Lei 11.340/06, visando a manutenção da proteção da vítima, bem como a prevenção e repressão à violência doméstica e familiar. Em que pese as medidas protetivas de urgência sejam utilizadas nos casos em que já consumou-se algum tipo de agressão ou ameaça de lesão ao bem tutelado, estas visam resguardar os direitos da vítima, impedindo a continuidade da lesão, podendo ser requeridas pela própria ofendida, ou a requerimento do Ministério Público.
Conforme leciona Alice Bianchini
 (2018, p 17-18):
“As medidas protetivas permitiram não só alargar o espectro de proteção da mulher, aumentando o sistema de prevenção e combate à violência, como também fornecer ao magistrado uma margem de atuação para que possa decidir por uma ou outra medida protetiva, de acordo com a necessidade exigida pela situação.”
Nesse sentido, Didier Jr. e Oliveira
 (2008) esclarecem, respectivamente:
“As Medidas Protetivas de Urgência como Espécies de Medidas Provisionais à mulher que se afirme vítima de violência doméstica ou familiar é garantido um procedimento diferenciadopara a obtenção de medidas jurisdicionais que lheconcedam tutela inibitória ou reintegratória do ilícito afirmado; ou seja, medidas que sirvam para impedir o ilícito, a sua repetição ou a sua continuação”.
“A lei denomina essas medidas como medidas protetivas de urgência. Trata-se de exemplos das já conhecidas medidas provisionais (art. 888 do CPC). Para compreender a nova Lei, é preciso partir desta premissa: as chamadas medidas protetivas de urgência seguem o modelo das medidas provisionais, com algumas adaptações”.
O referido autor destaca a importância das medidas protetivas de urgência, a fim de garantir segurança à vítima, tais medidas estão previstas no artigo 888° do Código de Processo Penal.
É necessário que a aplicação da suspensão ou restrição seja comunicada aos órgãos competentes como o SINARM (Sistema Nacional de Armas), Polícia Federal, Exército e corporações policiais, conforme determina a Lei 10.826/03, podendo restringir, caso necessário a utilização de arma de fogo ao local de trabalho, como por exemplo no caso de policiais.
Acerca das medidas protetivas de urgência que obrigam o agressor, temos, conforme preceitua o art. 22 da Lei 11.340/06, uma vez constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, é facultado ao magistrado aplicar tais medidas em separado ou cumulativamente, podendo, inclusive, requisitar força policial e decretar a prisão preventiva, caso necessário, visandoproteger a vítima, garantindo-lhe segurança no meio familiar, impõe ao agressor efetivo ou potencial a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, restringindo- lhedireitos e liberdades. 
Nesse sentido, o Ministro Luis Felipe Salomão, da 4ª Turma do STJ decidiu que:
As medidas protetivas da Lei Maria da Penha, observados os requisitos para concessão de cada uma, podem ser pedidas de forma autônoma para f ins de cessação ou de acautelamento de violência doméstica contra a mulher, independentemente da existência, presente ou potencial, de processo- crime ou ação principal contra o suposto agressor. (STF, 2014)
Desta forma, visando a proteção efetiva e integral da vítima, de agressões atuais ou futuras, podem as medidas protetivas de urgência serem deferidas sem a necessidade de representação criminal da ofendida, podendo, inclusive, requerer a medida adequada no bojo daesfera cível, independente de ação principal ou criminal.
É a medida destinada ao agressor que detêm a posse ou porte legal de arma de fogo, conforme preceitua a Lei 10.826/03, tendo como objetivo coibir a prática da violência contra a ofendida, ou a sua reiteração.
Nos ensinamentos de Souza
 (2016, p. 191): 
As medidas de suspensão e restrição aqui previstas não decorrem necessariamente da utilização as arma para a prática da violência apurada, seus objetivos são preventivos e visam evitar a efetiva utilização da arma, além de coibir o efeito de intimidação decorrente da sua própria existência
É necessário que a aplicação da suspensão ou restrição seja comunicada aos órgãos competentes como o SINARM (Sistema Nacional de Armas), Polícia Federal, Exército e corporações policiais, conforme determina a Lei 10.826/03, podendo restringir, caso necessário a utilização de arma de fogo ao local de trabalho, como por exemplo no caso de policiais.
Conforme ensina Dias
 (2012, p. 151): 
Sendo legal a posse a o uso de arma de fogo pelo agressor, denunciando a vitima à autoridade policial a violência e justificando a necessidade de desarmá-lo, por temer pela própria vida, é instalado expediente a ser remetido ao juízo. Deferido o pedido e excluído o direito do ofensor manter a posse da arma, ou sendo limitado ao seu uso, deve a decisão ser comunicada a quem procedeu ao registro e concedeu a licença: o Sistema Nacional de Armas (SINARM) e a Polícia Federal. Caso o agressor tenha direito ao uso de arma de fogo, segundo o rol legal, o juiz comunica ao respectivo órgão, corporação ou instituição a restrição que impôs. O superior imediato do agressor fica responsável pelo cumprimento da determinação judicial.
Imperioso destacar que a referida medida é de carátertemporário, durando enquanto houver ameaça ou perigo concreto de lesão à vítima.
Nos casos em que a posse ou porte de arma de fogo é ilegal, a autoridade policial adotará as medidas previstas nos artigos 12, 14 e 16, da Lei10.826/03.
Sabe-se que o afastamento do agressor do lar, domicílio ou local de convivência é imprescindível para a manutenção da segurança da vítima nos casos de violência doméstica, uma vez que a maioria das agressões ocorrem no interior do lar, inexistindo, muitas vezes, testemunhas acerca do ocorrido, dificultando, assim, com que a vítima faça prova do ocorrido, como nos casos de ameaça.
Nesse sentido, ressalta Alice Bianchini (2018, p 187): 
A retirada do autor da agressão do interior do lar, ou a probição de que lá adente, além de auxiliar no combate e na prevenção da violência doméstica, pode encurtar as distâncias entre a vítima e a Justiaça. O risco de que a agressão seja potencializada após a denúncia diminui quando se providencia para que o autor da agressão deixe a residência em comum ou fique sem acesso franqueado a ela.
Importante destacar que o afastamento do lar nos casos de violência doméstica foi instituído pela Lei n.10.455/2002, remodelando a redação trazida pelo art. 69, parágrafo único, da Lei n. 9.099/95 (Juizados Especiais):
Art. 69. Parágrafo único - Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.
Dessa forma, vale ressaltar que a Lei Maria da Penha concede ao magistrado a possibilidade de determinar a separação o afastamento entre vítima e agressor e tal medida também é valida para relações homoafetivas.
Com o advento da Lei Maria da Penha, a mulher ganhou uma possibilidade de proteção muito mais ampla do que eram oferecidas na legislação anterior, nas palavras de Souza
 (2016, p. 191): 
“Essa medida protetiva de urgência consiste na imposição de que o(a) agressor(a) se afaste do lugar onde mantém a convicência com a ofendida (…). O importante dessa significativa medida é o afastamento do(a) agressor(a) do local onde ele(a) a vítima estavam convivendo, com vistas a dificultar a reiteração das agressões, bem como as pressões e as ameaças contra ele(a). Ademais,manter a vítima sobre o mesmo teto que o(a) seu(sua) agressor(a) é uma forma de submetê-la a uma constante pressão psicológica e desconforto moral, principalmente quando se tratar de uma relação conjugal”
Guilherme de Souza Nucci
 ressalta que o legislador foi assertivo em não definir a extensão da distância. Ainda que a falta da referida delimitação possa gerar algumas discussões, melhor que a individualização do espaço de aproximação fique a arbítrio do magistrado, até porque, a depender de determinadas circunstâncias espaciais, a margem de segurança pode variar de caso para caso.
Levando em consideração o histórico de agressividade, bem como o comportamento violento do agressor, o magistrado pode, provisoriamente, determinar que o mesmo veja seus dependentes menores de forma supervisionada por especialistas, ou em ambientes apropriados, visando resguardar a integridade da ofendida, sem, contudo, afetar a convivência dos filhos com o ofensor.
Nesse sentido, Hermann
 (2008) ressalta:
Essa medida se aplica comumente nas situações de violência doméstica familiar ocorridas na conjugalidadem sendo que tal norma visa a proteção das crianças e dos adolescentes que compõe o grupo familiar, sempre atingidas direta ou indiretamente, pelo contexto da violência na convivência doméstica. (HERMANN, 2008, p. 193)
Frisa-se que, nos casos em que ocorre a restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, é de extrema importância que haja uma avaliação técnica por profissional habilitado do contexto familiar, entretanto, o deferimento de tal instrumento não necessita, obrigatoriamente, do envio prévio do referido parecer técnico, visto que o juiz a ele não fica vinculado.
Vale ressaltar que as medidas protetivas possuem cunho protetivo e preventivo, de modo que possuem como objetivo a violação de outros direitos fundamentais à vítima.
Conforme preceitua o art.igo 22 da mencionada lei, o legislador traz a hipótese de “prestação de alimentos provisionais ou provisórios”, medida cabível nos casos em que a vítima depende economicamente do agressor. Tal instrumento deverá seguir os comandos dos artigos 1.694 e seguintes do Código Civil, observando o binômio necessidade x possibilidade, bem como a relação de dependência financeira da vítima.
Conforme leciona Maria Berenice Dias
 (2012, p.156):
Em face da realidade, ainda tão saliente nos dias de hoje, em que o varão é o provedor da família, a sua retirada do lar não pode desonerá-lo da obrigação de continuar sustentando a mulher e os filhos. Como a denúncia é de violência doméstica, se era o varão quem mantinha a família, seuquer cabe perquirir a necessidade da vítima para fixação do encargo. Trata-se de obrigação que se reveste de distinta natureza, sendo chamados de alimentos compensatórios. Não há como liberar o agressor dos encargos para com a família. Seria um prêmio.
Nesse sentido, vale ressaltar que a referida medida visa uma preocupação com proteção familiar e justifica-se quando a medida protetiva recai sobre a necessidade do agressor prover alimentos ao filho(a), não apenas da mulher.
Ainda sobre os alimentos provisórios, Cunha e Pinto
 (2007) elucidam:
Embora a lei não o tenha dito, entende-se que os alimentos previstos nestes dispositivos podem ser deferidos, também em favor dos filhis e não apenas da mulher. Dado o caráter de urgência, restringir os alimentos provisionais ou provisórios, em decorrência da violência que suportou e a segunda, em virtude da fificuldade que experimentará para fazer frente às despesas com a manutenção dos filhos. (CUNHA E PINTO, 2007, p. 94.
Nesse sentido, Souza
 (2016) defende que o legislador, ao confeccionar a Lei Maria da Penha expandiu a aplicação, além dos limites constitucionais, uma vez que o texto constitucional já fez constar, expressamente, a criação de mecanismos para coibição da violência no âmbito familiar, todavia, embora a violência seja dirigida à mulher acaba sempre atingindo todos os membros da família. Dessa forma, entende-se que todos estes deverão ser protegidos.
Acerca das condutas proibidas ao agressor, a lei prevê a proibição de determinadas condutas do agressor, conforme o exposto em seu artigo 22, III, que afere que a aproximação da ofendida, seus familiares e das testemunhas, fixando limite de distância entre estes e o agressor. Nos ensinamentos de Souza (2016, p. 193): 
A distância a ser mantida deve ser fixada em metros, estabelecendo-se um afastamento suficiente para atingir as finalidades da medida, não sendo razoável o estabelecimento de poucos metros (inferior, em tese, a 50 metros) ou o estabelecimento de distância em quilômetros.”
O mencionado autor destaca que a distância a ser mantida será estipulada pelo magistrado, não sendo inferior a 50 metros ou estabelecimentos próximos.
Quanto a relevância dessa medida protetiva, Dias
 afere (2013, p. 78) que além de inibir a reiteração dos atos de violência, visa evitar a intimidação e ameaças que eventualmente possam causar constrangimento ou interferir nas investigações. O juiz tem a faculdade de estabelecer em metros, a distância a ser mantida pelo agressor em relação à casa, ao trabalho da vítima e ao colégio dos filhos. 
A referida medida também proíbe outros meios de contat como, por exemplo, telefone, correio eletrônico ou qualquer outra forma. Nesse mesmo entendimento, elucida Souza
 “(...) evitando assim que o(a) suposto (a) autor (a) se valha da via telefônica, correio tradicional, correioeletrônico ou de qualquer outro meio, com vistas a causar constrangimento à mulhervítima, aos familiares dela, bem como as testemunhas”
Como exposto anteriormente, a Lei Maria da Penha traz em seu texto um rol de medidas protetivas que visam dar a devida efetividade a fim de assegurar a mulher aos seus direitos fundamentais.
De acordo com Dias (2007):
[...] deter o agressor e garantir a segurança pessoal e patrimonial da vítima e de sua prole está a cargo tanto da polícia como do juiz e do próprio Ministério Público. Todos precisam agir de imediato e de modo eficiente. (DIAS, 2007, p. 78)
Nesse sentido, de acordo com a referida autora, foram desenvolvidas as medidas protetivas de urgência de modo que a autoridade policial não só pode, como deve tomar providências legais cabíbeis no momento em que tiver conhecimento de algum episódio que configure a violência doméstica. A autoridade competente deve informar ao Ministério Público imediatamente e, o mesmo, possui prazo de 48 horas para decisão acerca do pedido.
Acerca do descumprimento das referidas medidas, a Lei nº 13.641, de 03 de abril de 2018, alterou a Lei Maria da Penha, com a inclusão do artigo 24-A, tipificando o crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência, nos seguintes termos: 
“Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. 
§ 1o A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas. 
§ 2o Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança. 
§ 3o O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.” (Lei nº 13.641, de 03 de abril de 2018)
Dessa forma, a partir da data de publicação da Lei 13.641/18, não há mais controvérsias a respeito: caso o agressor venha a descumprir quaisquer das medidas protetivas de urgência, a ele impostas, fatalmente incorrerá nas penas do novo artigo 24-A da Lei Maria da Penha. Trata-se, pois, de um tipo penal autônomo, com destinatário certo.
2.3. JURISPRUDÊNCIA
1) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS. LEI MARIA DA PENHA. CRIME DE DESOBEDIÊNCIA. ATIPICIDADE. 1. O crime de desobediência é um delito subsidiário, que se caracteriza nos casos em que o descumprimento da ordem emitida pela autoridade não é objeto de sanção administrativa, civil ou processual. 2. O descumprimento das medidas protetivas emanadas no âmbito da Lei Maria da Penha, admite requisição de auxílio policial e decretação da prisão, nos termosdo art. 313 do Código de Processo Penal, afastando a caracterização do delito de desobediência. 3. Agravo regimental improvido. (STJ - AgRg no REsp: 1476500 DF 2014/0207599-7, Relator: Ministro WALTER DE ALMEIDA GUILHERME (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), Data de Julgamento: 11/11/2014, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/11/2014). 
2) PENAL E PROCESSUAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR. LEI MARIA DA PENHA. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. IMPOSSIBILIDADE. 1. O art. 41 da Lei n. 11.340/2006 veda expressamente a aplicação das benesses previstas na Lei n. 9.099/1995 aos crimes praticados com violência doméstica e familiar. 2. Os diversos institutos despenalizadores previstos na Lei dos Juizados Especiais, inclusive a suspensão condicional do processo, não são aplicáveis aos crimes cometidos com violência familiar, independentemente da gravidade da infração. Precedentes. 3. Recurso não provido. (STJ - RHC: 54493 SP 2014/0322066-0, Relator: Ministro GURGEL DE FARIA, Data de Julgamento: 24/02/2015, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 03/03/2015) 
3) PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. LEI MARIA DA PENHA. MEDIDAS PROTETIVAS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. INOCORRÊNCIA. EXCESSO DE PRAZO PARA A INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. RECURSO DESPROVIDO. I - A manutenção da medida protetiva 32 combatida encontra fundamento, precipuamente, na necessidade de garantia da segurança pessoal da ora recorrida, em razão, principalmente, da suposta ameaça de morte que estaria sofrendo. II - In casu, foram aplicadas ao recorrente as medidas protetivas de urgência previstas no art. 22, incisos II e III, da Lei n. 11.340/06 (Lei Maria da Penha), uma vez que teria praticado, em tese, o delito tipificado no art. 7º do mesmo diploma legal. III - Dessa forma, devidamente fundamentada a manutenção da medida protetiva ora imposta (afastamento do lar), pelo que não se vislumbra, na hipótese e por ora, configurado constrangimento ilegal. IV - Impossibilidade de análise do alegado excesso de prazo para instauração de inquérito policial, sob pena de supressão de instância (precedente). Recurso ordinário desprovido. (STJ - RHC: 41826 BA 2013/0353990-8, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de Julgamento: 28/04/2015, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 21/05/2015) 
4) RECURSO EM HABEAS CORPUS. LEI MARIA DA PENHA. MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA. FUNDAMENTAÇÃO. PALAVRA DA VÍTIMA. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Em se tratando de casos de violência doméstica em âmbito familiar contra a mulher, a palavra da vítima ganha especial relevo para o deferimento de medida protetiva de urgência, porquanto tais delitos são praticados, em regra, na esfera da convivência íntima e em situação de vulnerabilidade, sem que sejam presenciados por outras pessoas. 2. No caso, verifica-se que as medidas impostas foram somente para manter o dito agressor afastado da ofendida, de seus familiares e de eventuais testemunhas, restringindo apenas em menor grau a sua liberdade. 3. Estando em conflito, de um lado, a preservação da integridade física da vítima e, de outro, a liberdade irrestrita do suposto ofensor, atende aos mandamentos da proporcionalidade e razoabilidade a decisão que restringe moderadamente o direito de ir e vir do último. 4. Recurso em habeas corpus improvido. (STJ - RHC: 34035 AL 2012/0213979-8, Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Data de Julgamento: 05/11/2013, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 25/11/2013).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para concluir, o presente estudo teve como objetivo uma discussão sobre o a violência doméstica e o descumprimento das medidas protetivas por parte do agressor, o tema se faz relevante baseando-se na perspectiva que a violência contra a mulher vem sendo entendida como o resultado de relações de poder entre gêneros, tornando-se visível a desigualdade entre tais. A mulher vítima de violência doméstica conta hoje com um aparato judicial, no Brasil o destaque é a Lei Maria da Penha, que visa a proteção à mulher e punição ao agressor, prevista no Código Penal brasileiro. Além do aparato judicial, as mulheres que se encontrarem em tal situação pode contar também com serviços assistenciais jurídicos na busca da proteção em relação à segurança e direitos.
Vale concluir também que, apesar de considerada uma lei ainda recente, a Lei Maria da Penha já desenvolve um relevante papel na contribuição e auxílio às vítimas de violência doméstica no Brasil. O artigo discorreu acerca da caracterização e conceitos doutrinádios acerca da violência doméstica, bem como visou explanar a referida lei e seus benefícios. Também foram abordadas as medidas protetivas de urgência, que incluem: medidas protetivas de urgência que obrigam o agressor, previstas no artigo 22 da Lei 11.340/06, a suspensão da posse ou restrição do porte de armas do agressor, bem como a medida que garante o afastamento do domicílio ou local de convivência em casos de violência doméstica. 
A restrição ou suspensão de visitas aos dependentes também entra no rol de medidas protetivas, foram explanadas também algumas condutas proibidas pelo agressor, como aproximação em metros da vítima, tal distanciamento é estipulado pelo magistrado. Também foi abordado o descumprimento das medidas protetivas e suas aplicações ao agressor, por fim, foram expostas algumas jurisprudências a fim de exemplificar o tema e seus julgados. 
 A finalidade do presente artigo se baseia na relevância do tema, de modo que, ao final do trabalho, o leitor possua um entendimento mais detalhado sobre o tema a fim de promover e estimular o pensamento crítico para discussões futuras. 
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