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MEDICINA - CADERNO 2-097-098


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TE
 Ú
N
IC
A
AULA 13 Categorias de mundo I 97
2 Exmo Sr. Governador:
Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados
pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928.
[...]
ADMINISTRAÇÃO
Relativamente à quantia orçada, os telegramas 
custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro 
considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que 
prefeitura do interior não ponha no arame. proclaman-
do que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas 
históricas ao Governo do Estado, que não precisa disso; 
todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque 
se derrubou a Bastilha – um telegrama; porque se deitou 
pedra na rua – um telegrama; porque o deputado F. esticou 
a canela – um telegrama.
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929. 
Graciliano Ramos. Viventes das Alagoas. 
São Paulo: Martins Fontes, 1962.
O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na 
época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é destinado 
ao governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, 
o texto chama a atenção por contrariar a norma pre-
vista para esse gênero, pois o autor
a emprega sinais de pontuação em excesso.
b recorre a termos e expressões em desuso no 
português.
c apresenta-se na primeira pessoa do singular, para 
conotar intimidade com o destinatário.
d privilegia o uso de termos técnicos, para demons-
trar conhecimento especializado.
e expressa-se em linguagem mais subjetiva, com for-
te carga emocional.
 Texto para a questão 3.
Reflexões sobre o tempo 
(Marcelo Gleiser – professor de física)
Para alguns, os mais pragmáticos, o tempo não tem 
nada de misterioso: ele passa, envelhecemos e um dia mor-
remos, ponto final. Já para outros, este colunista incluído, 
o tempo é um paradoxo, nosso grande amigo e inimigo. 
Amigo por nos ensinar a ser pacientes com a impa-
ciência dos outros, por nos fazer esquecer coisas que 
devem ser esquecidas e lembrar aquelas que devem ser 
lembradas. Inimigo por interromper vidas e relações, mu-
dar coisas que não queremos que sejam mudadas, por nos 
fazer esquecer coisas que devem ser lembradas. Em termos 
psicológicos não temos dúvidas: como ninguém consegue 
se lembrar do futuro, o tempo anda sempre avante. 
Mas a situação não é assim tão simples. Em arte, po-
demos inventar o futuro no presente, “visualizar” o que 
vai ser e tentar dar vida a essa visão. O paradoxo, aqui, é 
que toda criação depende apenas do passado: criamos o 
futuro re-experimentando e reintegrando o passado. Isso 
não significa que tudo já existe; significa apenas que exis-
tem infinitos modos de olhar para trás. 
Em física, a direção do tempo não é obviamente para 
a frente. Na verdade, as leis da mecânica não distinguem 
entre ir avante ou para trás. Imagine, por exemplo, que 
alguém tenha filmado uma bola voando da direita para a 
esquerda. Se o filme for passado de trás para a frente, a 
bola voa da esquerda para direita: quem não esteve pre-
sente durante a gravação, não saberia em qual das duas 
situações o tempo vai do passado para o futuro. Dizemos 
que as leis da mecânica são reversíveis temporalmente. 
Se a física dissesse que o tempo é reversível sempre, 
estaria em séria contradição com a realidade que vemos 
à nossa volta. (E em nós mesmos.) Basta observarmos o 
mundo para saber que o tempo vai para a frente: os dias 
passam, coisas mudam, pessoas e animais envelhecem, 
planetas giram em torno do Sol, o Sol envelhece, estrelas 
nascem e morrem, o próprio Universo cresce cada vez 
mais, definindo a direção cosmológica do tempo. Como 
então reconciliar estas observações com as leis básicas da 
física? A resposta se encontra na complexidade do sistema: 
uma bola é um sistema extremamente simples, sua traje-
tória para a direita ou para a esquerda é essencialmente 
a mesma. Mas um ovo virar omelete, por exemplo, é um 
processo irreversível: não vemos um omelete virar ovo. A 
diferença é que um ovo pode ser transformado em omelete 
através de inúmeros caminhos. Mas existem poucos modos 
de se transformar omeletes em ovos. (Assumindo que todos 
os ovos são essencialmente iguais...). 
Como mostrou Ludwig Boltzmann, a questão depende 
de probabilidades: a probabilidade que todas as moléculas 
de um omelete se realinhem em um ovo é extremamente 
pequena, tão pequena que o fenômeno é altamente impro-
vável, quase impossível. Quase mas não totalmente. Para 
tal, seriam necessárias incontáveis interações entre as mo-
léculas de clara e gema seguindo instruções extremamente 
específicas: seria necessário um princípio organizador que 
pudesse contrariar o fato que desordem tende a aumentar, 
um princípio capaz de transformar desordem em ordem. 
Um destes princípios é justamente a arte; outro é a ciência. 
Ambas dão expressão à necessidade que temos de integrar 
nossa experiência do mundo com quem somos.
GLEISER, M. Folha de S.Paulo, 20 de março de 2005.
3 UEM 2019 Assinale o que for correto.
01 Os pares de vocábulos “amigo” (linha 4) “inimigo” 
(linha 4); “esquecer” (linha 6) “lembrar” (linha 7); 
“pacientes” (linha 5) “impaciência” (linhas 5-6) são 
exemplos de que o autor, entre outras estratégias, 
utilizou relações semânticas de antonímia na cons-
trução do texto. 
02 O vocábulo “trás” (linha 22) pode ser substituído 
no texto por traz sem causar prejuízo semântico, 
pois essa substituição exemplifica uma relação se-
mântica de sinonímia.
04 No texto predomina a linguagem conotativa, tendo 
em vista que sua finalidade é tratar da reversibili-
dade do tempo de uma maneira subjetiva. 
08 No texto, o vocábulo “pragmáticos” (linha 1) indica a 
característica de uma pessoa que age de maneira 
prática e objetiva.
16 O enunciado “Em física, a direção do tempo não 
é obviamente para a frente.” (linhas 20 e 21) pode 
ser reescrito da seguinte forma: Em física, não é 
evidente que a direção do tempo é para a frente. 
Soma: 
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / WALTER.TIERNO / 19-12-2020 (14:10)
Interpretação de texto AULA 13 Categorias de mundo I98
4 Leia o seguinte texto jornalístico:
Para para 
Numa de suas recentes críticas internas, a ombuds-
man desta Folha propôs uma campanha para devolver o 
acento que a reforma ortográfica roubou do verbo “parar”. 
Faz todo sentido. O que não faz nenhum sentido é ler “São 
Paulo para para ver o Corinthians jogar”. Pior ainda que 
ler é ter de escrever. 
Juca Kfouri, Folha de S.Paulo, 22 set. 2014. (Adapt.). 
a) No primeiro período do texto, existe alguma palavra 
cujo emprego conota a opinião do articulista sobre 
a reforma ortográfica? Justifique sua resposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Para evitar o “para para” que desagradou ao jor-
nalista, pode-se reescrever a frase “São Paulo 
para para ver o Corinthians jogar”, substituindo 
a preposição que nela ocorre por outra de igual 
valor sintático-semântico ou alterando a ordem 
dos termos que a compõem. Você concorda com 
essa afirmação? Justifique sua resposta.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Considere o seguinte excerto de Memórias póstumas 
de Brás Cubas.
Custou-lhe muito a aceitar a casa; farejava a intenção, 
e doía-lhe o ofício; mas afinal cedeu. Creio que chorava, 
a princípio: tinha nojo de si mesma. [...] Quando obtive a 
confiança, imaginei uma história patética dos meus amores 
com Virgília, um caso anterior ao casamento, a resistência 
do pai, a dureza do marido, e não sei que outro toques 
de novela. Dona Plácida não rejeitou uma só página da 
novela; aceitou-as todas. Era uma necessidade da cons-
ciência. [...]. Não fui ingrato; fiz-lhe um pecúlio de cinco 
contos, – os cinco contos achados em Botafogo,– como 
um pão para a velhice. Dona Plácida aceitou com lágrimas 
nos olhos, e nunca mais deixou de rezar por mim, todas 
as noites, diante de uma imagem da Virgem, que tinha no 
quarto. Foi assim que lhe acabou o nojo.
Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.
Assinale a alternativa em que o verbo assume carga 
subjetiva e sentido conotativo.
a “Custou-lhe muitoa aceitar a casa [...]”
b “farejava a intenção.”
c “Foi assim que lhe acabou o nojo.”
d “Era uma necessidade da consciência [...]”
e “Creio que chorava, a princípio [...]”
6 Enem 2012
O senhor
Carta a uma jovem que, estando em uma roda em 
que dava aos presentes o tratamento de você, se dirigiu 
ao autor chamando-o “o senhor”:
Senhora:
Aquele a quem chamastes senhor aqui está, de peito 
magoado e cara triste, para vos dizer que senhor ele não 
é, de nada, nem de ninguém.
Bem o sabeis, por certo, que a única nobreza do ple-
beu está em não querer esconder sua condição, e esta 
nobreza tenho eu. Assim, se entre tantos senhores ricos 
e nobres a quem chamáveis você escolhestes a mim para 
tratar de senhor, é bem de ver que só poderíeis ter encon-
trado essa senhoria nas rugas de minha testa e na prata de 
meus cabelos. Senhor de muitos anos, eis aí; o território 
onde eu mando é no país do tempo que foi. 
Essa palavra “senhor”, no meio de uma frase, ergueu 
entre nós um muro frio e triste.
Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que me 
acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira.
Rubem Braga. A borboleta amarela. Rio de Janeiro: Record, 1991.
A escolha do tratamento que se queira atribuir a al-
guém geralmente considera as situações específicas 
de uso social. A violação desse princípio causou um 
mal-estar no autor da carta. O trecho que descreve 
essa violação é:
a “Essa palavra, ‘senhor’, no meio de uma frase er-
gueu entre nós um muro frio e triste.”
b “A única nobreza do plebeu está em não querer 
esconder a sua condição.”
c “Só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas ru-
gas de minha testa.”
d “O território onde eu mando é no país do tempo 
que foi.”
e “Não é de muito, eu juro, que acontece essa triste-
za; mas também não era a vez primeira.”
Int. de texto • Livro único • Frente única • Capítulo 5
I. Leia a página 114.
II. Faça os exercícios de 1 a 3 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 1, 8 e 9.
Guia de estudos
MED_2021_L2_INT_FU.INDD / 16-12-2020 (19:10) / EXT.DIAGRAMACAO.02 / PROVA FINAL MED_2021_L2_INT_FU.INDD / 16-12-2020 (19:10) / EXT.DIAGRAMACAO.02 / PROVA FINAL

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