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INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS URBANAS In tr o d u çã o FONTE: YOUTUBE Parcelamento, edificação ou utilização compulsórios Progressividade do IPTU no tempo Desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública Os instrumentos de políticas urbanas são ferramentas usadas pelos governos para guiar o desenvolvimento urbano de maneira planejada, sustentável e justa. Eles buscam melhorar a vida nas cidades, regular o uso do solo, assegurar acesso, oferecer serviços públicos eficazes e lidar com questões como habitação, mobilidade, meio ambiente e infraestrutura. Dos diversos tipos de ferramentas disponíveis, iremos detalhar as 4 ferramentas: Outorga onerosa do direito de construir e alteração de uso Instrumentos de Políticas Urbanas Trata-se de um conjunto de medidas direcionadas às propriedades urbanas que não estão cumprindo sua função social. Quando esses imóveis são considerados não utilizados ou não construídos (vazios) pelas autoridades governamentais, são notificados para que sejam parcelados, construídos ou devidamente utilizados. Se essa obrigação não for cumprida dentro do prazo determinado pela administração municipal, haverá um aumento gradual no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), conforme regras predefinidas. Se, após um período de progressividade, a obrigação não for atendida, existe a possibilidade de o imóvel ser desapropriado por meio de pagamento com títulos da dívida pública. O Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios (PEUC) estão vinculados à propriedade em si, não ao proprietário, o que significa que uma vez notificado, o imóvel permanece sujeito a essas obrigações, mesmo em caso de transferência de propriedade. Instrumentos Indutores da Função Social da Propriedade Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios (PEUC) O q u e é? Refere a medidas legais ou regulatórias que podem ser implementadas por autoridades municipais ou governamentais para garantir o uso adequado do solo urbano e promover o desenvolvimento urbano sustentável. Essas medidas geralmente são aplicadas em áreas urbanas onde o crescimento desordenado, a especulação imobiliária ou a falta de desenvolvimento podem causar problemas, como a falta de infraestrutura adequada, a desvalorização de propriedades circundantes ou a má utilização de recursos. O q u e é? Refere-se à obrigação de proprietários de terras subdividirem grandes propriedades em lotes menores. Isso é feito para incentivar um uso mais eficiente da terra, promover a criação de infraestrutura adequada (como estradas, água, esgoto, eletricidade) e prevenir a especulação imobiliária. Pode ser usado para criar novas áreas urbanas ou para revitalizar áreas já desenvolvidas. Essa medida exige que os proprietários construam edificações em seus terrenos dentro de um prazo estipulado. Isso é feito para evitar a manutenção de terrenos vazios ou subutilizados, o que pode prejudicar o desenvolvimento da área e afetar negativamente o ambiente urbano. Essa medida envolve a obrigação de utilizar um terreno de acordo com determinados padrões estabelecidos pelas autoridades locais. Pode incluir diretrizes específicas sobre o tipo de atividade permitida, densidade populacional, infraestrutura necessária, entre outros aspectos. Isso ajuda a garantir que o uso da terra seja consistente com os objetivos de planejamento urbano e a evitar a degradação das áreas urbanas. Parcelamento Compulsório Edificação Compulsório Util ização Compulsório P ar a q u e el e se rv e? Promove a urbanização compacta, induzindo a ocupação de áreas já dotadas de infraestrutura e equipamentos, mais aptas para urbanizar ou povoar, evitando pressão de expansão horizontal na direção de áreas não servidas de infraestrutura ou frágeis do ponto de vista ambiental. Aumenta a oferta de terra e de edificações para atender à demanda existente, evitando assim que aqueles que não encontrem oportunidades de moradia nas regiões centrais sejam obrigados a morar em periferias longínquas, em áreas desprovidas de infraestrutura, sob risco de enchentes ou de desabamentos ou em áreas de preservação ambiental. Auxilia no combate à especulação de terras urbanas C o m o Im p le m en ta r? Caracterização dos imóveis não edificados, subutilizados e não utilizados no município: Além de relacionar-se ao cumprimento da função social da propriedade definida pelo município, deve basear-se em critérios simples e objetivos. O Coeficiente de Aproveitamento é fundamental para identificar os imóveis nessas três categorias, mas deve ser articulado a outros critérios para definir a incidência ou não de PEUC, com destaque para dimensões mínimas e máximas de terreno e/ou área construída. Imóveis Passíveis de Isenção: De acordo com a realidade de cada município, é importante verificar e prever na lei específica quais imóveis não edificados, subutilizados ou não utilizados estão cumprindo sua função social e, portanto, não devem estar sujeitos a PEUC. C o m o Im p le m en ta r? Levantamento dos imóveis vazios e subutilizados existentes: Elaborar listagem e mapeamento dos imóveis vazios no município ou, caso já existam esses materiais, atualizá-los. Podem ser elaborados pelo cruzamento dos dados do Cadastro Fiscal (classificação fiscal, endereço, identificação da pessoa proprietária, área do terreno e área construída) com aerofotos. Buscar informações adicionais sobre os imóveis – como sua área total, seu uso atual, se há restrições à urbanização, se são de propriedade pública ou privada, se há dívidas de IPTU, entre outras – pode auxiliar na definição das formas de utilização futura desses imóveis. Vistoria dos imóveis levantados: Deve-se verificar presencialmente os imóveis identificados como vazios, verificando o uso da área construída existente e se condizem com cas os passíveis de isenção previstos no Plano Diretor para, então, classifica-los como vazios ou subutilizados. C o m o Im p le m en ta r? Identificação dos vazios aptos e prioritários à utilização: dentre os imóveis vazios e subutilizados existentes, identificar os que são bem localizados em áreas infraestruturadas do município, que nã o cumprem a função social da propriedade e que não possuem restrições à urbanização, como as ambientais e de riscos geotécnicos, entre outras prioridades para a aplicação do PEUC, que servirão para o escalonamento da aplicação do instrumento. Os parâmetros para aplicação do PEUC devem ser regulamentados no Plano Diretor e apenas o valor da alíquota a ser aplicado a cada ano deve obrigatoriamente ser fixado em lei específica. No Plano Diretor deve-se: Definir e demarcar as áreas urbanas sujeitas à aplicação dos instrumentos: podem ser demarcados lote em glebas em áreas específicas: bairros, distritos, zonas da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (Zoneamento), macrozonas, sempre em áreas urbanas bem infraestruturadas de forma a estimular seu adensamento. Definir os imóveis sujeitos a PEUC (caracterização dos imóveis não edificados, subutilizados e não utilizados): deve apresentar, de forma simples e objetiva, os imóveis sujeitos à incidência de PEUC. Ou seja, deve explicar os critérios de caracterização dos im óveis, bem como os critérios de isenção de aplicação do PEUC. C o m o f u n ci o n a n o d ia a d ia ? Constar o prazo para cumprimento das obrigações decorrentes da notificação do imóvel: devem ser estabelecidos de acordo com critérios e prazos próprios do município, desde que não sejam inferiores aos determinados pelo Estatuto da Cidade: Prazo mínimo, a partir da notificação, para apresentação de projeto: um ano (art. 5º, §4º). Prazo mínimo, a partir da aprovação do projeto, para iniciar as obras: dois anos (art. 5º, §4º). No caso de descumprimento da obrigação de parcelar, edificar ou utilizar, o município deverá aumentar a alíqu ota do IPTU por cinco anos consecutivos até o limite de 15% (art. 7º). Quanto à obrigação de utilizar, o Estatuto da Cidade não define prazospara que seja cumprida, cabendo ao município defini-los de forma razoável, considerando que, mesmo não havendo necessidade de obras, há que ser dado um prazo para que a pessoa ou empresa proprietária viabilize a utilização. C o m o f u n ci o n a n o d ia a d ia ? Para aplicação do PEUC, é necessário uma série de ações e procedimentos encadeados, que devem ser cuidadosamente planejados e executados. Organiza-se em quatro etapas principais não sequenciais: planejamento da aplicação, notificação, averbação e monitoramento. Planejamento da aplicação: É feito um levantamento detalhado da área a ser regularizada. Isso envolve a coleta de informações sobre aspectos físicos, sociais, econômicos e jurídicos da região. O objetivo é entender a situação atual da área, identificar os ocupantes, as características dos terrenos e as infraestruturas existentes. Notificação: O poder público municipal deve notificar o proprietário do imóvel ou, se for uma pessoa jurídica, o responsável pela administração, podendo também recorrer à noti ficação por edital. O município pode, através de decreto complementar, estabelecer os procedimentos da notificação, incluindo o formato do auto de notificação, instruções para preenchimento e documentos a serem entregues junto à notificação. O decreto deve também definir um prazo para que a pessoa notificada possa contestar o ato, e indicar os requisitos necessários para instruir o processo de impugnação da notificação. C o m o f u n ci o n a n o d ia a d ia ? Averbação: a notificação deve ser objeto de averbação no Cartório de Registro de Imóveis competente, pois é essencial para informar um eventual comprador acerca da obrigação que grava o imóvel – parcelar, edificar ou utilizar. Por meio de decreto, o município pode dispor acerca de outros procedimentos sobre a averbação e o encaminhamento ao cartório. Monitoramento: A lei específica para o PEUC deve abordar o sistema de monitoramento e controle social, estabelecendo diretrizes para a gestão do instrumento e definin do as responsabilidades do Conselho Municipal em relação a esse aspecto. O Conselho deve ter a atribuição de acompanhar a implementação do PEUC, além de discutir questões estratégicas ao longo do processo. Cada imóvel sujeito a notificação deve ser monitorado durante todo o processo de aplicação. O controle é conduzido por meio de processos administrativos, registrando informações relevantes em uma planilha dedicada. Essas informações incluem dados do imóvel (como inscrição imobiliária, localização, zoneamento, área do lote, área construída e coeficiente de aproveitamento), sua classificação no PEUC (não edificado, subutilizado ou não utilizado) e seu status durante o processo de aplicação. C o m o f u n ci o n a n o d ia a d ia ? C o m o f u n ci o n a n o d ia a d ia ? FONTE DA IMAGEM: PLANO DIRETO DE SÃO PAULO Progressividade do IPTU no Tempo C ri aç ão d o In st ru m en to A progressividade do IPTU pode variar dependendo do país ou da legislação local, mas no Brasil foi introduzido através da Emenda Constitucional nº 29/2000, que alterou o artigo 156 da Constituição Federal. E em São Paulo foi implantado em 2002, pelo Plano Diretor Estratégico. Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: A propriedade predial e territorial urbana. Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 4º É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena. O q u e é? O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) é um imposto cobrado das pessoas que possuem uma propriedade na região urbana. Quem deve pagar o imposto é o proprietário do imóvel, sendo pessoa física ou jurídica. Que não mora em uma área urbana deve pagar o ITR (Imposto Territorial Rural). IPTU O IPTU progressivo no tempo consiste no aumento do valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) cobrado de um imóvel, como sanção pelo descumprimento de condições e prazos para o parcelamento, edificação e utilização compulsória. Progressividade do IPTU no Tempo P ar a q u e el e se rv e? A principal função do instrumento é combater a ociosidade dos imóveis inutilizados ou abandonados na região e promover a urbanização compacta, induzindo a ocupação de áreas já dotadas de infraestrutura e equipamentos, evitando a expansão horizontal na direção de áreas não servidas de infraestrutura. Esse abandono ocorre pois os proprietários aguardam condições melhores financeiramente para comercializá-los. Enquanto isso, o preço da terra sobe no mercado imobiliário, pela falta de oferta, encarecendo igualmente os produtos. Além disso, esses imóveis degradam o entorno onde se localizam, quando a limpeza e manutenção não é feita pelos proprietários. C o m o Im p le m en ta r? Legislação e Regulamentação: A legislação municipal precisa ser revisada e atualizada e é necessário definir os critérios e condições sob os quais a progressividade será aplicada, como quais áreas serão afetadas e qual será a taxa de aumento ao longo os critérios e condições sob os quais a progressividade será aplicada, como quais áreas serão afetadas e qual será a taxa de aumento ao longo do tempo.do tempo. Identificação de Áreas Subutilizadas: Fazer um levantamento das áreas urbanas que estão subutilizadas, não utilizadas ou inadequadamente ocupadas. Plano de Desenvolvimento Urbano: Desenvolver um plano urbano que estabeleça metas e objetivos para o bom uso do espaço urbano. Isso deve estar alinhado com as políticas e objetivos da cidade em termos de crescimento, sustentabilidade e equidade. Definição das Alíquotas Progressivas: É preciso estabelecer as alíquotas para as áreas identificadas, sabendo que inicialmente o valor deve ser mais baixo e aumentando gradativamente ao longo dos cinco anos. C o m o Im p le m en ta r? Comunicação com os Proprietários: É necessário uma comunicação clara com o proprietário, sobre a implementação e o porquê da sua aplicação do IPTU Progressivo no Tempo. Avaliação e Monitoramento: É necessário a avaliação e o monitoramento das propriedades notificadas para ser determinado se estão cumprindo com o que foi implantado. Ações Legais e Revisão: Caso os proprietários não respondam às mudanças nas alíquotas, é necessário a preparação dos procedimentos legais que possam resultar em ações como desapropriação ou venda forçada, conforme previsto na legislação. C o m o f u n ci o n a n o d ia a d ia ? O imóvel que se encontra em situação de abandono ou sem construção, o proprietário será notificado e no prazo de 1 ano, deve ser apresentado um projeto de edificação ou a ocupação da construção. FONTE DA IMAGEM: PLANO DIRETO DE SÃO PAULO C o m o f u n ci o n a n o d ia a d ia ? Caso não seja cumprido, o IPTU é aplicado e a progressividade se dá na alíquota, ou seja, se considerarmos um imóvel com valor venal de R$1.000.000,00, e a alíquota de 1%, o IPTU exigido seria de R$10.000,00. FONTE DA IMAGEM: PLANO DIRETO DE SÃO PAULO Alíquota: O valor fixo que será aplicado para o cálculo do valor de um tributo. Valor Venal: Estimativa que o poder público realiza sobre o preço dos bens. Desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública O q u e é? É um processo administrativo demandado pelo poder público, que de maneira compulsória retira o bem de uma pessoa pagando-lhe uma indenização em moeda corrente. O expropriado será indenizado com título da dívida pública quando não cumprir com o pagamento do IPTU progressivo, após os cinco anos da cobrança. Dessa forma, o Município poderásolicitar a desapropriação, conforme estipulado pelo Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257 de 10 de julho de 2001). P ar a q u e el e se rv e? Esse instrumento permite ao governo adquirir propriedades sem gastar grandes quantias. Isso pode ser útil quando os recursos financeiros são limitados, ou quando é desejável minimizar o impacto sobre o orçamento público. Preservação das Finanças Públicas É frequentemente usada para aquisição de propriedades e terras para fins públicos, como construção de infraestrutura, projetos de desenvolvimento urbano, preservação ambiental, entre outros. O pagamento em títulos da dívida pública permite que o governo alcance esses objetivos sem sobrecarregar seu orçamento imediatamente. Proteção de Interesses Públicos C o m o Im p le m en ta r? A implementação desse instrumento envolve um processo legal e administrativo a fim de garantir que os proprietários sejam respeitados e que o governo possa adquirir propriedades de forma justa e eficiente. Legislação e Regulamentação: Verifique se a legislação existente permite a utilização de títulos da dívida pública como forma de pagamento em desapropriações. Se necessário, faça ajustes na legislação para incluir essa possibilidade. Justificativa e Utilidade Pública: Defina os motivos para realizar a desapropriação e demonstre como ela se encaixa no conceito de utilidade pública e interesse social. Avaliação das Propriedades: É necessário a avaliação das propriedades que serão desapropriadas. Isso é fundamental para determinar o valor justo a ser compensado aos proprietários. C o m o Im p le m en ta r? Emissão dos Títulos da Dívida Pública: O governo deve emitir os títulos da dívida que serão usados como pagamento. Esses títulos devem ser emitidos de acordo com as regras e regulamentos financeiros do país. Notificação e Negociação com os Proprietários: Notifique os proprietários afetados sobre o processo de desapropriação, com os motivos e os prazos estabelecidos e além disso é importante estabelecer os termos do pagamento em títulos da dívida pública e desse modo realizar um acordo amigável com os proprietários. Emissão dos Títulos e Registro da Transferência de Propriedade: Após o acordo ter sido realizado e a desapropriação ter sido aprovada, deve ser emitido os títulos da dívida pública aos proprietários como compensação pelo valor das propriedades. Após a emissão precisa fazer os registros oficiais de transferência de propriedade para o governo ou entidade pública. C o m o f u n ci o n a n o d ia a d ia ? Caso após o prazo de 5 anos do IPTU Progressivo no Tempo, o proprietário não cumpra com o que foi determinado a prefeitura poderá desapropriar o imóvel com pagamento em títulos da dívida pública. FONTE DA IMAGEM: PLANO DIRETO DE SÃO PAULO Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação do Senado Federal e serão resgatados no prazo de até 10 anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Estudo de Caso: Vazios Urbanos Fonte: Trabalho de Pós-Graduação de Sabrine Abrine Tams Gasperin (UFF- 2017) A n al is e G er al No Brasil, mais de 80% da população reside em áreas urbanas, sendo que mais de 40,5% desse grupo tem uma renda inferior a cinco salários mínimos, conforme dados do censo demográfico. Muitos municípios enfrentam o desafio de abrigar uma parcela significativa de sua população em habitações precárias e assentamentos informais, que carecem das condições básicas de habitabilidade. Nesse contexto, é fundamental direcionar recursos públicos para melhorias urbanas e para assegurar o direito à moradia. A preservação de terrenos vazios em áreas urbanas, aguardando uma valorização futura que apenas beneficia seus proprietários, tem um impacto negativo substancial. A n al is e G er al Esses espaços subutilizados poderiam ser destinados à habitação e a atividades econômicas essenciais para o progresso da sociedade, especialmente para os segmentos mais vulneráveis economicamente. Uma abordagem inicial para entender os vazios urbanos é considerar a classificação de "domicílio vago" pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse termo refere-se a residências permanentes que estão desocupadas na data de referência do estudo, mesmo que possam ser ocupadas posteriormente durante o período de coleta de dados. O Brasil conta com aproximadamente 7 milhões de imóveis "vagos", incluindo urbanos e rurais, que têm potencial para ocupação ou construção. Ta b el a In fo rm at iv a Tabela 1. Domicílios Vagos PNAD/IBGE 2014 Fonte: PNAD/IBGE. Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP O b je ti vo O estudo de caso analisa os vazios urbanos e os instrumentos legais que promovem a função social da propriedade e da cidade, no centro da cidade do Rio de Janeiro, delimitando a área de estudo à Região Administrativa II do Município, englobando os bairros Centro e Lapa. O objetivo principal é investigar a persistência de espaços vazios no centro da cidade do Rio de Janeiro e avaliar a implementação dos mecanismos legais disponíveis, tanto no âmbito federal quanto municipal, pelo Poder Público Municipal, responsável por induzir a função social da propriedade urbana, com o intuito de garantir o direito à moradia. M et o d o lo g ia O estudo de caso foi conduzido por meio de entrevistas semi-estruturadas, direcionadas aos movimentos sociais que lutam pelo direito à moradia e aos representantes dos poderes Executivo e Legislativo Municipal, Ministério Público, Defensoria Pública, Procuradoria e Sindicato Patronal da Construção Civil do Rio de Janeiro e pelos documentos disponíveis do projeto piloto "Projeto Vazios Urbanos" (2012) e "Projeto Centro para Todos" (2015), que foram elaborados com o objetivo geral de requalificar a área central com a recuperação das edificações do entorno, e pelo Plano de Ação para Ocupação e/ou Revitalização de Imóveis Vazios e Subutilizados na 1ª e 2ª Regiões Administrativas. A coleta de dados entre esses atores permitiu a criação de quadros comparativos e análises que demonstram as diversas possibilidades e perspectivas de utilização das áreas centrais da cidade. M et o d o lo g ia Roteiro guia para as entrevistas com um questionário semiestruturado, com o objetivo de coletar informações de maneira abrangente e detalhada. Esse processo permitiu uma análise mais aprofundada da situação problemática em discussão. Áreas de Planejamentos Área de Planejamento 1 (Área Administrativa II) - (AP1) Bairros - Centro e Lapa a) alta capacidade de ocupação pelas condições de infraestrutura urbana existentes, como equipamentos públicos (saúde, cultura, educação, serviços); b) alto índice de imóveis não utilizados (em estado de abandono) ou subutilizados passíveis de utilização; c) com a eficiente ocupação dos espaços ociosos do centro, a mobilidade urbana poderá ser beneficiada, trazendo qualidade de vida à população Á re a d e E st u d o Através do projeto inicial, os locais levantados para receber as ações, foram determinados com base em uma delimitação dada pelo Decreto 29.411/2008, e também com base no trabalho da arquiteta Rachel Sisson que definiu três grandes áreas no centro do Rio: núcleo colonial (1), imperial (2) e o núcleo republicano (3). Partindo dessa orientação histórica, a área de abrangência do Projeto Vazios Urbanos abrange todo perímetro da Lapa e parte do Centro Histórico. O p ro je to O p ro je to Os imóveis foram classificados em diferentes categorias (vazios, em processo de deterioração, em mau estado de conservação e subutilizados) para a realização dos trabalhos. De acordo com o Projeto, após a inspeção direta da área entre as regiões, foram identificados imóveis que se encaixavam nas categorias de imóveis vazios. Isso levou à seleção de cerca de 40 imóveis para os quais foram coletados detalhes cadastrais, informações fiscais, estado de conservação e informações sobre a propriedade.Através de uma ficha de avaliação imobiliária utilizada, cada imóvel recebia uma nota para posteriormente serem definidas as prioridades de intervenção. O p ro je to O estudo determinou que a restauração dos 35 imóveis considerados de maior importância, juntamente com os 5 adicionais, exigiria um montante orçamentário de aproximadamente R$ 41.008.115,00. Contudo, após a conclusão da pesquisa foi crucial a elaboração de estratégias de ação adequadas para cada um dos imóveis escolhidos, além da criação de dois novos decretos municipais 35.646/2012 e 35.648/2012, onde facilita a intervenção do município em propriedades privadas abandonadas ou em mau estado de conservação, visando resolver problemas urbanos relacionados a essas condições. P la n o s d e A çã o Em meio à crise econômica e política do país, o Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), instituiu um Grupo de Trabalho através do Decreto nº 42.882/2017, com objetivo de desenvolver um "Plano de Ação para Ocupação e/ou Revitalização de Imóveis Vazios e Subutilizados" nas 1ª e 2ª Regiões Administrativas - Portuária e Centro. Essa ação foi motivada pela situação precária de edifícios não utilizados ou pouco utilizados na Região de Planejamento I - Centro, o que comprometia a qualidade desses espaços, riscos à saúde pública e redução na arrecadação de impostos. O plano se baseava nos princípios do Plano Diretor, que enfatiza o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social da cidade e da propriedade urbana. O Grupo de Trabalho tinha a tarefa de analisar o potencial de ocupação dos imóveis considerando os regulamentos de uso do solo e outras leis urbanísticas, e deveria considerar ações já em andamento. Intervenções na área central deviam levar em conta a revitalização dos espaços ao redor dos imóveis e usar instrumentos do Plano Diretor para incentivar a ocupação. P la n o s d e A çã o Uma das metas do decreto era sugerir mudanças na legislação quando necessário para permitir novos usos e aumentar a base tributária, assim como formalizar atividades econômicas e revisar incentivos fiscais. O objetivo é que a requalificação da área central levaria a uma valorização que impulsionaria transações imobiliárias e, consequentemente, o aumento da arrecadação do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), O Grupo de Trabalho tinha como objetivo abordar o desafio de proporcionar moradia no centro, aumentar a receita tributária, reduzir espaços urbanos vazios e melhorar a segurança na área. In st ru m en to s U sa d o s A escolha dos instrumentos usados nesse estudo, deu-se a partir das indicações dadas pelos atores ouvidos na pesquisa. Os instrumentos escolhidos são: PEUC: Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios PTU Progressivo no Tempo Desapropriação Como já foi descrito anteriormente, a Constituição Federal direciona esses instrumentos em ordem sucessiva de aplicação como forma de solução do problema da ociosidade e subutilização de imóveis. No estudo de caso esses instrumentos são um mecanismos de inibição da especulação imobiliária, o que traz uma redução dos aluguéis e, com a desapropriação, os imóveis também podem ser utilizados para habitação de interesse social. P er sp ec ti va s e P ro b le m as Inicialmente a pesquisa abordava a urgência de ocupar áreas centrais como solução para a crise habitacional e desigualdade, sendo que a visão principal é viabilizar habitações em imóveis ociosos, visando praticidade e legalidade para moradia social. No entanto ao longo da pesquisa e das entrevistas realizadas, foi levantado novas opções e direções, levando em conta a possibilidade de reinserir vazios públicos e propriedades de ordens religiosas como parte das soluções. Isso se deu ao fato de que os instrumentos a serem aplicados em imóveis públicos ou isentos de IPTU (instituições religiosas), passa por um processo mais rápido, que aqueles imóveis privados. P er sp ec ti va s e P ro b le m as As principais dificuldades encontradas ao realizar o estudo, foi: Tornar o centro atrativo para o mercado imobiliário Zoneamento restrito A quantidade de patrimônios Alto custo para as iniciativas propostas e para as futuras manutenções Falta de comunicação entre os poderes públicos Devido a esses e a outros fatores, o estudo não foi implantado na cidade do Rio de Janeiro, mas é importante colocar que todos os instrumentos foram instituídos legalmente, no entanto desde o princípio, seus usos são marcados por deturpações e manipulações. V íd eo E xp li ca ti vo FONTE: YOUTUBE Outorga onerosa do direito de construir e alteração de uso D ef in iç ão E st at u to d a C id ad e Art. 28. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais o direito de construir poderá ser exercido acima do coeficiente de aproveitamento básico adotado, mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário. § 1º Para os efeitos desta Lei, coeficiente de aproveitamento é a relação entre a área edificável e a área do terreno. § 2º O plano diretor poderá fixar coeficiente de aproveitamento básico único para toda a zona urbana ou diferenciado para áreas específicas dentro da zona urbana. § 3º O plano diretor definirá os limites máximos a serem atingidos pelos coeficientes de aproveitamento, considerando a proporcionalidade entre a infraestrutura existente e o aumento de densidade esperado em cada área. Art. 29. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais poderá ser permitida alteração de uso do solo, mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário. Art. 30. Lei municipal específica estabelecerá as condições a serem observadas para a outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso, determinando: I – a fórmula de cálculo para a cobrança; II – os casos passíveis de isenção do pagamento da outorga; III – a contrapartida do beneficiário. Art. 31. Os recursos auferidos com a adoção da outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso serão aplicados com as finalidades previstas nos incisos I a IX do art. 26 desta Lei. Seção IX - Da Outorga Onerosa do Direito de Construir O q u e é? O Coeficiente de Aproveitamento é um número que, multiplicado pela área do lote, indica a quantidade máxima de metros quadrados que podem ser construídos em um lote, somando-se as áreas de todos os pavimentos. COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO BÁSICO (CA) O Potencial Construtivo é a autorização dada pelo Município que possibilita aumentar o número de pavimentos e/ou a área de construção, ou seja, é um acréscimo ao direito de construir até o limite máximo permitido. FONTE DA IMAGEM: PLANO DIRETO DE SÃO PAULO O q u e é? A Outorga Onerosa é um dos instrumentos regulamentados pelo Estatuto da Cidade, também é conhecida como “solo criado”, refere-se à concessão emitida pelo Município para que o proprietário de um imóvel edifique acima do limite estabelecido pelo coeficiente de aproveitamento básico, mediante contrapartida financeira a ser prestada pelo beneficiário. OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR FONTE DA IMAGEM: PLANO DIRETO DE SÃO PAULO P ar a q u e el e se rv e? Para recuperar a valorização imobiliária decorrente da atuação normativa do poder público (permissão de construir acima do CAB) em determinada área ou imóvel, com vistas à justa distribuição dos ônus e benefícios da urbanização, de forma que tal recuperação da valorização tenha efeitos redistributivos no território municipal. Para complementar o financiamento urbano, ao auferir recursos para a implantação e adequação de infraestrutura pública e equipamentos urbanos. Para contribuir para a regulação do mercado, pois, mediante a regulamentação de índices urbanísticos e coeficientes de aproveitamento, reduz-se aportunidade da especulação fundiária. C o m o Im p le m en ta r? Avaliação do macrozoneamento. Definição do CAB (Coeficiente de Aproveitamento Básico). Definição das áreas com potencial paraconstruir acima do CAB: análise do potencial de construção relativamente à capacidade de infraestrutura. Definição dos coeficientes de aproveitamento máximo, indicado no Zoneamento. Planta de valores por m2 de terreno (Planta Genérica de Valores – PGV): verificar a existência desse mapa e a necessidade de atualizá-lo para que seus valores (ou percentuais desses valores) possam ser usados nos cálculos da contrapartida da OODC sem defasagem em relação aos valores de mercado. C o m o f u n ci o n a n o d ia a d ia ? As novidades introduzidas com a OODC que vão requerer das administrações municipais maior atenção e maior empenho estão associadas às seguintes etapas para sua implementação: Aprovação de projetos: cálculo do coeficiente de aproveitamento utilizado (CAMax menos CAB) a ser utilizado a partir da outorga. Pode ser associado a mecanismo de cobrança de forma a facilitar o procedimento. Gestão de cobranças: definição de formato e procedimento de cobrança e criação da conta específica. Gestão e aplicação dos recursos obtidos com a aplicação da OODC: conselho e fundo regulamentados e em funcionamento. Monitoramento da implementação do instrumento e da política de desenvolvimento urbano. O q u e é? A Outorga Onerosa de Alteração de Uso (OOAU) consiste na definição da cobrança de uma contrapartida sobre a permissão de urbanizar (alterar o uso do solo de rural para urbano) ou alterar o uso do solo permitido (de um uso menos rentável para outro mais rentável; por exemplo, de uso residencial para comercial). Sempre que o Plano Diretor do município delimitar áreas onde a alteração de uso puder ser exercida, a OOAU incidirá sobre os terrenos beneficiados. OUTORGA ONEROSA DE ALTERAÇÃO DO USO (OOAU) A lógica que embasa a OOAU é a da recuperação da valorização da terra, assim como para a Outorga Onerosa do Direito de Construir (OODC). P ar a q u e el e se rv e? Redução da especulação fundiária: Ao regular índices urbanísticos e coeficientes de aproveitamento, busca-se limitar a oportunidade de especulação de terras. Financiamento da infraestrutura: A regulação contribui para a obtenção de recursos destinados à criação e melhoria da infraestrutura pública e equipamentos urbanos. Equidade na valorização imobiliária: A atuação normativa do governo, como permissão de mudança de uso, visa recuperar a valorização imobiliária e distribuir justamente os ônus e benefícios da urbanização, impactando o território municipal. Planejamento de transição urbano-rural: A regulação direciona as áreas de expansão urbana e ocupação controlada, incluindo a elaboração de Projeto Específico de Expansão Urbana (PEEU) e Macrozoneamento. Isso permite a recuperação da valorização imobiliária decorrente da transformação de terras rurais em urbanas. C o m o Im p le m en ta r? Delimitação das áreas de aplicação: O Plano Diretor deve definir as áreas urbanas, periurbanas e rurais onde a OOAU pode ser aplicada, com base em critérios como Macrozoneamento e áreas prioritárias para Projetos Específicos de Expansão Urbana. Destinação dos recursos financeiros: Deve especificar as finalidades para as quais os recursos obtidos com a OOAU serão utilizados, incluindo a possibilidade de criação de um Fundo Municipal. Isenções da OOAU: Indicar as situações em que a OOAU não se aplica, com objetivos e finalidades claros. Quanto menos isenções, maior a equidade na regulação do uso do solo. Cálculo da contrapartida financeira: Estabelecer um critério ou fórmula simples para calcular a contrapartida financeira, a fim de evitar complicações no processo. C o m o Im p le m en ta r? Natureza das contrapartidas: Definir se as contrapartidas podem ser monetárias, terrenos, obras ou serviços, com equivalência em termos financeiros, se necessário. Cronograma de desembolso das contrapartidas: Estabelecer diretrizes e obrigatoriedades para a elaboração e apresentação de cronogramas de pagamento das contrapartidas pelos beneficiários, com prazos explícitos para etapas relevantes e conclusão do desembolso. A regulação desses elementos no Plano Diretor é crucial para tornar a OOAU autoaplicável e promover uma gestão equitativa do uso e ocupação do solo urbano. C o m o f u n ci o n a n o d ia a d ia ? O papel da administração municipal no dia a dia da aplicação da OOAU se dá principalmente: nos processos de aprovação de projeto; na definição dos procedimentos e emissão de documentações para cobrança das contrapartidas; na gestão dos recursos obtidos com a aplicação da OOAU; no monitoramento da implementação do instrumento e da política de desenvolvimento territorial. Em geral, a principal secretaria envolvida na regulamentação e implementação da OOAU é a de urbanismo ou planejamento urbano, e os setores de aprovação de projetos e licenciamento de obras precisam estar cientes da aplicação do instrumento de forma a verificarem a regularidade dos documentos de OOAU para a concessão de licenças de edificação. Estudo de Caso: Outorga onerosa Fonte: Trabalho de Mestrado de Soraya de Paula Rosário (FAUUSP - 2018) São José dos Campos O processo de verticalização da cidade, tem como marco o ano de 1954, quando as edificações passaram a ser reguladas por meio do primeiro Código de Obras Municipal. Este período foi marcado pela inversão da predominância da população rural para urbana. O primeiro Plano Diretor da cidade teve início em 1958, porém somente foi aprovado em 1971, sofrendo algumas alterações ao longo do tempo, O plano atual está em vigor desde 2010 e a maior variação na evolução do perímetro urbano Á re a d e E st u d o 1950 2006 Coeficiente de Aproveitamento Básico (CAB) na Outorga Onerosa do Direito de Construir (OODC) = 1 Neste estudo foi abordado a potencialidade de implementação da OODC, previsto no Plano Diretor de 2006, porém não implementado na cidade, com isso a cidade deixou de arrecadar recursos que poderiam ser empregados em: Obras de regularização fundiária, programas e projetos habitacionais de interesse social, ordenamento e direcionamento da expansão urbana. O in st ru m en to CA Médio (2007 a 2014) Fonte: Soraya de Paula Rosário (2017) Coeficiente de Aproveitamento Máximo (CAM), conforme lei vigente O in st ru m en to Fonte: Soraya de Paula Rosário (2017) O gráfico ao lado mostra os valores estimados de área de solo criado, em m2, no período de 2007 a 2014, em 2010 houve uma redução no CAM em algumas regiões o que elevou o número de aprovações naquele ano, pois os empreendedores buscaram se favorecer com a regulamentação anterior. Podemos observar que para o mercado imobiliário esta alteração foi desfavorável. Área de Solo Criado (2007 a 2014) O in st ru m en to Fonte: Soraya de Paula Rosário (2017) Durante este período houve um investimento no munícipio equivalente a R$ 817 milhões com obras, equipamentos e instalações, o que demonstra que se houvesse sido implementado o este instrumento, a prefeitura teria um pouco mais que dobro de recursos para investimentos. Valores estimados de solo criado, em R$ por região Fórmula: OODC = CA x AT x Vp x 0,70, sendo OODC o valor da outorga, em reais (R$), CA o coeficiente de aproveitamento, AT a área do terreno em m2, Vp o valor preponderante em reais por m2 e 0,70 o valor do fator redutor correspondente ao solo criado. R ef le xã o No estudo realizado ficou evidenciado os benefícios que este instrumento poderia trazer para a cidade. O município de São José dos Campos possui 160 áreas de aglomerações urbanas irregulares, neste locais acredita-se que estejam concentradas de 40 a 50 mil pessoas que poderiam estar se beneficiando dos recursos auferidos da implementação de um instrumento como da OODC. No estudo foi detectado a omissão do poder público, pois possivelmente subestimou a importância do mesmo para promover as transformações urbanísticas no município associadas a função social da propriedade.O estudo também revelou as dificuldades da implementação, que vão desde os entraves jurídicos, empenho do poder público, o poder do mercado imobiliária e a falta de participação da sociedade, atrasando o processo que poderia beneficiar todo o município. V íd eo E xp li ca ti vo FONTE: YOUTUBE Expropriação Desapropriação e Indenização pelo Governo Cobrança para construção acima do coeficiente de aproveitamento básico (CAB) Aumento progressivo da alíquota Regulação Urbana Regulação Urbana Recuperar a valorização imobiliária Regulação Urbana Fiscalização e Ações Legais Justificativa e Regulamentação Avaliação do macrozoneamento e Definição do CAB. Fiscalização e Ações Legais Planejamento de Ações e Monitoramento Desapropriação e Pagamento Aprovação e Gestão de Projetos e Recursos Planejamento de Ações e Monitoramento Plano Diretor Plano Diretor e Lei Municipal Especifica Plano Diretor Plano Diretor e Lei Municipal Especifica O QUE É? PARA QUE SERVE? IMPLEMENTAÇÃO COMO FUNCIONA NO DIA A DIA REGULAMENTAÇÃOINSTRUMENTO Tabela Síntese PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS PROGRESSIVIDADE DO IPTU NO TEMPO DESAPROPRIAÇÃO COM PAGAMENTO EM TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR E ALTERAÇÃO DE USO B ib li o g ra fi a https://www.serasa.com.br/blog/iptu-o-que-e-quem-tem-que-pagar/ https://blog.brunoorlandi.com.br/como-funciona-e-para-que-serve-o-iptu- progressivo/#:~:text=O%20objetivo%20da%20implantação%20das,para%20venda%2C%20seja%20para%20locaçã o. https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/2179-/#:~:text=A%20progressividade%20se%20dá%20na,exigido%20seria %20de%20%2410.000%2C00. https://www.fag.edu.br/upload/contemporaneidade/anais/593705257df3 https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/203546/000917976.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://mkavaliacoesimobiliarias.com.br/o-que-e-desapropriacao-com-pagamento-em-titulos-da-divida- publica/#:~:text=da%20dívida%20pública%3F-,O%20que%20é%20desapropriação%20com%20pagamento%20e m%20títulos%20da%20dívida,uma%20indenização%20em%20moeda%20corrente. https://www.rbf.org/about/our-history/timeline/lincoln-center-performing-arts https://app.uff.br/riuff;/handle/1/21504?show=full Chat GPT Estatuto da Cidade. – 3. ed. – Brasília : Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008. 102 p. 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