Buscar

Doença de hanseníase entenda quais são as causas e como tratar o problema

Prévia do material em texto

1/4
Doença de hanseníase: entenda quais são as causas e como
tratar o problema
Dermatologista explica como diagnosticar e prevenir esse tipo de enfermidade
Hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa 
Imagem: CHAjAMP | Shutterstock
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, também conhecida como “lepra” ou “mal de Lázaro”, a
hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa que afeta principalmente a pele, os nervos e os
olhos. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2016 e 2020, foram
registrados, somente no Brasil, cerca de 155,3 mil casos da doença; destes, 19,9 mil evoluíram para
situações mais graves.
Apesar de a enfermidade fazer parte do calendário mundial da saúde, ela é considerada, pela OMS,
como parte do grupo de Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN), ou seja, doenças com baixos
indicadores de investimentos em pesquisas e produção de medicamentos. Isso, por sua vez, tem
influenciado a dificuldade de diagnóstico e a chance de cura.
Formas de transmissão da doença
2/4
Apesar de os estigmas sobre a doença indicarem que ela pode ser transmitida por meio do contato
direto com a pele, a dermatologista Dra. Marina Righetto afirma que a enfermidade só pode ser
transmitida a partir do contato direto com a bactéria Mycobacterium leprae.
“A transmissão da bactéria M. leprae é por via respiratória, por meio de gotículas de saliva ou
 secreções nasais e decorre de uma convivência muito próxima e prolongada com algum doente
multibacilar sem tratamento, que é a forma transmissora”, diz a médica.
Sintomas
Devido ao fato de o bacilo que causa a hanseníase se reproduzir lentamente, os sintomas iniciais da
doença podem levar de 6 meses a 5 anos para aparecerem. Segundo o Ministério da Saúde, entre os
principais indicadores, estão:
Manchas claras, escuras ou avermelhadas na pele;
Ausência de sensibilidade nas mãos, pés ou face;
Nódulos (caroços) no corpo (em alguns casos, avermelhados e dolorosos);
Formigamento;
Dormência.
Tipos de hanseníase
Conforme a classificação de Madri, a doença é dividida em dois grupos: paucibacilar e multibacilar, que
se subdividem em quatro classificações: hanseníase indeterminada, tuberculoide, boderline e
virchowiana. Como explica a Dra. Marina Righetto, inicialmente, paucibacilar engloba aqueles que
apresentam até quatro lesões; já no tipo multibacilar, manifesta-se mais de cinco lesões.
“Dentro da forma paucibacilar, que não é uma forma transmissora da doença, subdividimos em:
 hanseníase indeterminada, que é o estágio inicial da doença e caracteriza-se pela presença de até
cinco
 manchas mal definidas e que não apresentam comprometimento neural, ou em hanseníase tuberculoide,
 quando as lesões já passam a ser bem definidas e há o comprometimento de um nervo”, diz a
dermatologista.
Quanto ao tipo multibacilar, a especialista diz que as lesões são mais expressivas e de difícil
identificação entre pele normal e pele danificada. “A multibacilar, forma transmissora da doença, é
subdividida em borderline ou dimorfa, na qual há mais de cinco lesões e comprometimento de dois ou
mais nervos. Já a forma virchowiana é a forma mais disseminada da doença, que apresenta
características clássicas decorrentes da infiltração progressiva e difusa da pele. O paciente, por vezes,
adquire uma face de aspecto ‘leonino’”.
3/4
Exames laboratoriais ajudam a detectar o DNA da bactéria que causa a doença 
(Imagem: Kateryna Kon | Shutterstock)
Diagnóstico para enfermidade
Diagnosticar a hanseníase precocemente é extremamente importante. Para isso, são realizados testes
clínicos para avaliação da capacidade do paciente em reagir à sensibilidade, como frio e calor, e para
análise da força motora. Após o parecer clínico, são realizados exames laboratoriais visando confirmar a
presença da doença. Entre eles, há a biopsia e a baciloscopia, que identifica a presença de bacilos.
Tratamento para hanseníase
Ainda que, no passado, a doença tenha sido motivo de isolamento, atualmente ela tem cura, e o
tratamento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Combinando três
medicamentos antimicrobianos, o método tem se mostrado eficaz no combate do problema. No entanto,
se não tratada precocemente, a enfermidade pode causar sequelas maiores, como a limitação física.
Interferência da associação de medicamentos
Segundo a dermatologista, prestar atenção aos medicamentos ingeridos sem orientação, durante o
tratamento, é fundamental. “No caso de o paciente fazer uso de outras medicações, essas devem ser
checadas pelo seu médico para avaliar se não apresentam interação medicamentosa com nenhum
dos três remédios utilizados para tratar a condição. Por exemplo, o uso de ondansentrona (Vonau), [o
4/4
de] haloperidol e [o de] domperidona podem interferir com a clofazimina, uma das medicações utilizadas
no tratamento, aumentando o risco de arritmias”, conta a especialista.
Maneiras de prevenir a condição
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), adotar hábitos de vida saudáveis, como
praticar atividade física e se alimentar corretamente, é uma das formas mais eficazes para prevenir a
doença de hanseníase. É preciso, também, tomar a vacina BCG, pois essa combinação contribui para o
fortalecimento imunológico e evita que o organismo adoeça.

Continue navegando