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RESENHA DE BIBLIOTECONOMIA DIGITAL

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RESENHA TEXTO 3: Desafios na construção de uma biblioteca digital 
O texto de Cunha (1999) busca abordar os pontos que deve-se levar em conta no momento de 
implementar uma biblioteca digital. Cunha (1999) começa com a definição de biblioteca digital, que 
segundo o autor possui as seguintes características: Acesso remoto pelo usuário por meio de 
computador conectado a rede, utilização simultânea do mesmo documento por duas ou mais pessoas, 
inclusão de produtos e serviços de uma biblioteca ou centro de informação, existência de coleções de 
documentos correntes onde se pode acessar além da referência bibliográfica, provisão de acesso 
online a outras fontes externas de informação, utilização de maneira que a biblioteca local não 
necessite ser proprietária do documento solicitado pelo usuário, utilização de diversos suportes de 
registro da informação e existência de unidade de gerenciamento, incluindo sistema inteligente e 
especialista para ajudar na recuperação de informação e manutenção desse sistema. 
Após apontas as principais características da biblioteca digital Cunha (1999) começa a abordar os 
pontos importantes na implementação da biblioteca digital. O autor aborda a questão das instalações 
físicas. Cunha (1999) fala sobre os problemas que as instalações das bibliotecas tradicionais não foram 
projetadas e planeadas para os equipamentos tecnológicos atuais, como computador, scanner, entre 
outros, que necessitam de espaço, tomadas, e uma organização específica para os mesmos. Existe uma 
diferença absurda entre projetar espaço para catálogos físicos e planejar o espaço de terminais de 
consulta para catálogo on-line, pois para o segundo caso é importante haver um arranjo do espaço 
para que este esteja preparado para a instalação e manutenção dos equipamentos. Além disso, Cunha 
(1999) também comentou sobre as bibliotecas que foram planejadas para os equipamentos de sua 
época, mas não previram a evolução tecnológica e dessa forma seu despreparo para as novas 
tecnologias se tornou semelhante aos das bibliotecas tradicionais. Dessa forma, ao planejar uma 
biblioteca, independe dela ser física ou digital, deve-se levar em conta a evolução tecnológica, as 
mudanças dos equipamentos, dos recursos e dos sistemas para que seja possível suprir as demandas 
dos usuários continuar se mantendo como um centro intelectual. Para isso, não basta apenas 
disponibilizar e disseminar a informação de seu próprio acervo, pois segundo Cunha (1999) a biblioteca 
também precisa estar conectada com a fonte de seus recursos informacionais. Um exemplo de desafio 
que pode ser solucionado com o acompanhamento das novas tecnologias: Muitas vezes a biblioteca 
não possui terminais de acesso ao catálogo online que estejam disponíveis a todos os usuários, o que 
pode gerar grandes insatisfações, contudo com acesso à Internet, o usuário pode usar seu próprio 
aparelho portátil, o celular, para acessar o catálogo sem precisar esperar que o outro saia. Essa seria 
uma solução para bibliotecas brasileiras que não possuem condições de realizar reformas físicas. 
Cunha (1999) também aborda a questão do espaço físico permitir conforto e comodidade, incluindo 
nesse caso revestimento do chão, tratamento acústico nas paredes, escolha e planejamento das 
cadeiras e mesas para o salão de leitura. Esses são exemplos de reformas físicas que a biblioteca 
brasileira não teria condição de custear, porém que são feitas em bibliotecas do exterior. 
Após as instalações físicas, Cunha (1999) passa para a questão da aquisição, desenvolvimento de 
coleções e comutação bibliográfica. O autor fala sobre a importância de integrar as fontes de materiais 
eletrônicos nos acervos e serviços. Os serviços de desenvolvimento de coleções e aquisição podem 
sofrer reduções, como downsizing. Além disso, Cunha (1999) afirma que as fontes impressas e a 
propriedade do acervo são conceitos que entrarão em desuso, pois existirão documentos que só se 
tornarão acessíveis em terminal ou computador. Apesar de admitir que as bibliotecas universitárias 
brasileiras não conseguirão se transformar em bibliotecas digitais no período de 10 a 15 anos, Cunha 
(1999) afirma que estas serão obrigadas a gerenciar a informação armazenada de outros lugares além 
de seu próprio acervo, sendo este um requisito de sobrevivência da biblioteca. Dessa forma, o 
desenvolvimento de coleções na era digital não ocorre de forma isolada, mas coordenada. Cunha 
(1999) também aborda a questão de direitos autorais, que exigem um custo para o acesso do 
documento digital. Segundo Cunha (1999), torna-se possível que ocorra uma fusão administrativa 
entre os setores de aquisição e de comutação bibliográfica, sendo a ênfase na organização e no 
reempacotamento da informação. De acordo com Cunha (1999) a comutação bibliográfica deixou de 
ser apenas um mecanismo de suprir falhas do acervo para se transformar em uma das áreas básicas 
da organização bibliotecária. Cunha (1999) começa a abordar a questão da digitalização de 
documentos e conteúdos úteis para seus usuários. Essa atividade, segundo o autor, envolve recursos 
humanos, equipamentos, indexação e controle de qualidade. O autor mostra uma tabela com a 
previsão de digitalização dos documentos da Library of Congress e conclui que a construção da 
biblioteca digital exigirá um grande tempo de maturação. Anteriormente o desenvolvimento de 
coleções era feito antecipando as necessidades dos usuários, agora o setor de referência está 
interligado ao desenvolvimento de coleções, que é feito de forma imediata à necessidade do usuário 
na biblioteca digital. O tamanho do acervo se torna irrelevante e o que passa a importa são as opções 
de acesso as verbas disponíveis para custeá-lo. Cunha (1999) nesse momento cita possíveis mudanças 
no ambiente bibliotecário, entre elas: Variedade de formatos, biblioteca como conceito abstrato, 
pagamento da informação, esforço cooperativos e novas mídias e equipamentos. 
Cunha (1999) aborda a catalogação, classificação e indexação em bibliotecas digitais. Aborda os novos 
tipos de documentos, como as home pages, que precisam passar pelos serviços técnicos. Essas fontes, 
por não pertencerem à biblioteca, não deverão estar no catálogo público, contudo é importante que 
estejam nos registros catalográficos, contudo somente serão catalogas as fontes consideradas de 
qualidade, segurança e confiáveis, levando em conta a natureza dinâmica dos materiais. Segundo 
Cunha (1999) as regras da AACR2 e do formato MARC são insuficientes para atender às novas 
necessidades técnicas, sendo necessário que os catalogadores conheçam metedados e marcação de 
textos. Sobre a indexação, Cunha (1999) fala sobre a necessidade de indexar em outras línguas, 
especialmente em inglês, pois muitas bibliotecas digitais, por serem acessíveis no mundo todo, passam 
a ter importância internacional, necessitando de indexadores bem qualificados. Existem diversos níveis 
de representação em bibliotecas digitais, podendo as diversas partes de um documento estar 
hospedadas em diversos servidores. Existem pesquisas sobre o desenvolvimento de técnicas de 
indexação que independem de representação textual. 
Cunha (1999) fala sobre os periódicos que hoje são encontrados em formato eletrônico, seja na forma 
de arquivos de imagens ou codificados com linguagem de marcação de texto. A consulta local ocorre 
por meio de cd-roms em estação de trabalho ou torres e a consulta remota pelo acervo digital ou sites 
da Internet. Cunha (1999) prevê que no futuro existirão somente periódicos eletrônicos em áreas 
especializadas e nas áreas gerais os periódicos estarão em formatos mistos. 
Cunha (1999) fala sobre a referência. Ele afirma que a o bibliotecário de referência conitnuará 
necessário devido a precariedade dos mecanismos ou ferramentas de buscas, que muitas vezes não 
satisfazem as necessidades dos usuários. O bibliotecário de referência deve se adaptaràs alterações 
ambientais, como por exemplos, os fóruns e grupos de discussão, em que os próprios usuários 
colaboram e se ajudam simultaneamente. 
Cunha (1999) analisa os novos desenvolvimentos da tecnologia que podem possibilitar maior eficácia 
nas atividades relacionadas ao treinamento do usuário, sendo os seguintes: tutoriais baseados em 
computador, serviço de referência eletrônica e videoconferência. Cunha (1999) comenta que mesmo 
existindo uma quantidade de usuários que necessita aprender a usar a Internet, também existe uma 
tendência de usuários que desejam ir diretamente às fontes sem passar pela biblioteca. 
Cunha (1999) afirma que as bibliotecas digitais muito contribuem para o ensino à distância. Também 
comenta sobre como a biblioteca digital contribui para disseminação seletiva da informação. 
Cunha (1999) comenta sobre o problema da preservação nas bibliotecas digitais, visto que muitos de 
seus suportes tem vida útil curta, além da obsolescência de equipamentos e programas informáticos. 
Também comenta sobre as questões legais, que envolve na aprovação da reprodução daquele 
conteúdo. 
Cunha (1999) fala sobre as tecnologias de informação, que segundo o autor, ajudará na barateamento 
dos custos e no aumento da potencialidade dos recursos informáticos. Cunha (1999) afirma que ainda 
não existem sistemas de bibliotecas digitais completos, mas muitas bibliotecas universitárias estão 
engajadas em projetos de automação. 
Cunha (1999) cita componentes prioritários para a transição da biblioteca tradicional para a biblioteca 
digital. São os seguintes: Coleção básica, infra-estrutura eletrônica, acesso remoto aos documentos e 
equipe treinada. 
Em suma, pode-se concluir, nas palavras de Cunha (1999), que a biblioteca digital é um novo paradigma 
para o bibliotecário e que por isso deve ser estudada, compreendida e aperfeiçoada. O texto de Cunha 
(1999) foi fundamental para compreender o funcionamento, os suportes, as necessidades e os desafios 
de uma biblioteca digital, que muito se diferenciam de uma biblioteca digital. O autor soube sintetizar 
de forma coesa suas ideias e foi possível compreender melhor as diversas mudanças na era digital para 
a área da biblioteconomia.

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