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AULA 2 CRM ANALÍTICO Profª Leticia Pimentel 2 INTRODUÇÃO Estamos vivendo a era da informação e, nesse mundo cada vez mais digital, os dados são gerados a todo momento. Segundo a plataforma Data Never Sleeps (2020), a cada minuto são postados mais de 347 mil novos stories no Instagram, 147 mil fotos são divulgadas no Facebook e no WhatsApp 41 milhões de mensagens são trocadas. Toda essa movimentação na internet e redes sociais implicou a construção de um volume massivo de dados, conhecido por big data. No mundo dos negócios, as empresas já perceberam o valor potencial dos dados para conhecer mais seus clientes, obter insights e ganhar vantagem competitiva. Com isso, o CRM precisou se adaptar para a interação com o cliente em mais canais, principalmente nas mídias sociais. Adicionalmente, entende-se que é humanamente impossível tratar todos os dados que uma empresa pode gerar. Assim, essa realidade impõe a necessidade de métodos e processos de inteligência artificial para ajudar nas análises e responder ao cliente com mais assertividade e agilidade. Por exemplo, hoje não é mais necessário ir até o banco para abrir uma conta, existem instituições que, devido ao reconhecimento facial, possibilitam a abertura pelo aplicativo, sem precisar sair de casa. Outro exemplo são as recomendações de produtos de forma personalizada, conforme seu histórico de consumo e preferências. Contudo, a pergunta que você já deve ter feito como consumidor é: os meus dados estão seguros com essa empresa? Dessa forma, para trazer segurança e transparência das informações na coleta, armazenamento, uso e compartilhamento dos dados, foi criado no Brasil a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Assim, os temas desta aula serão: 1. ECRM e Social CRM; 2. Big data; 3. Inteligência Artificial; 4. Internet das coisas (Iot); 5. LGPD. Vamos lá? 3 TEMA 1 – ECRM E CRM SOCIAL Como já vimos em nossos estudos, o CRM é a simbiose entre o Marketing de Relacionamento e os elementos da Tecnologia da Informação, tendo como objetivo fazer com que a empresa compreenda, diferencie e se relacione com o cliente de forma única, garantindo um relacionamento de longo prazo. Atualmente, o local cada vez mais popular entre os clientes para o relacionamento é a internet e, mais recentemente, as redes sociais. Essa evolução enfatizou os benefícios da disponibilidade de vários canais para projetar a estratégia de CRM, dessa forma, surgiram os conceitos de eCRM e CRM Social, como uma evolução do CRM tradicional, conforme mostra a Figura 1. Figura 1 – A evolução do CRM Fonte: Pimentel, 2021. Vamos entender mais sobre cada uma dessas soluções da Gestão do Relacionamento com o Cliente. 1.1 eCRM Preocupados em mostrar os benefícios que a internet trouxe para o CRM, Eggert e Fassot (2001) abordaram o conceito de eCRM (gerenciamento eletrônico de relacionamento com clientes), em que as tecnologias digitais, como websites, e-commerce e armazenamento de captura de dados de e-mail oferecem suporte para as interações com os clientes. Assim como o CRM tradicional, o ECRM implementa processos de aquisição, retenção, e processamento de informações sobre os clientes, porém, com ênfase ao meio eletrônico. Hoje, sem o uso da internet, o CRM eficaz não existe (Harrigan et al., 2008), inclusive, muitas empresas aplicam as estratégias de CRM apenas pela internet, principalmente para reduzir os custos de atendimento pessoal ao cliente. 4 A internet trouxe uma outra camada de complexidade para a prática de CRM: as mídias sociais (Zerbino et al., 2017), que permitem a coleta de um alto volume de dados não estruturados para análise e geração de conhecimento sobre clientes potenciais e atuais. Dessa forma, o uso de ao menos uma mídia social para o gerenciamento do relacionamento com o cliente surge como o CRM Social (Ahani; Rahim; Nilashi, 2017). 1.2 CRM Social (SCRM) Não tem mais como fugir, nós estamos cada vez mais presentes nas redes sociais, seja produzindo conteúdos, compartilhando fotos ou interagindo com amigos e marcas. No ambiente corporativo, a combinação da mídia social dentro de uma estratégia de CRM é uma circunstância crescente, levando ao surgimento do CRM social (Askool; Nakata, 2011; Harrigan; Miles, 2014). Essa estratégia compreende na comunicação e relacionamento entre as empresas e seus clientes (ativos ou potenciais) por meio da mídia social (Ahani; Rahim; Nilashi, 2017). Facebook, Instagram, Twitter, YouTube, LinkedIn, TikTok e Pinterest são as principais redes sociais do momento. Contudo, segundo Chau e Xu (2012), existe uma tendência que todos os websites se tornem sociais, uma vez que permitem a interação como, por exemplo, postar comentários de um produto, avaliações, resenhas e apertando um botão você pode compartilhar a página onde e com quem quiser. Uma das vantagens que a rede social emprega para o processo de CRM está na interação com o cliente, que surge como mais um canal eficaz de comunicação bidirecional, por meio de atualizações de status e mensagens personalizadas. Adicionalmente, as informações que podem ser captadas dos clientes dentro da rede social pessoal são vastas, permitindo ir além das informações demográficas básicas. Com as redes sociais é possível, por exemplo, aprender mais sobre as necessidades e interesses dos clientes, através de feedbacks que eles deixam na página ou em algum post específico da empresa. Além disso, ao analisar cliques, comentários e fotos dos clientes é possível entender o estilo de vida e comportamento do cliente, afinal, essas reações são respostas cognitivas, emocionais e sociais do usuário por trás do clique. De forma complementar, a 5 quantidade de dados em diferentes formatos gerados através das redes sociais, se gerenciados adequadamente, podem ser aproveitados para construir uma compreensão das relações sociais que existem entre a empresa e seus clientes e entre seus clientes (Harrigan et al., 2020). São vários os canais que podem contribuir para o SCRM e, se utilizados da maneira certa, garantem uma diferenciação e personalização assertiva no envio de uma oferta de marketing (Charoensukmongkol; Sasatanun, 2017). Então, vamos entender os possíveis canais social e como as empresas podem se beneficiar para apoiar os processos de SCRM. Confira no Quadro 1. Quadro 1 – Exemplos de alguns canais para aplicar o SCRM Canais de CRM Social Frentes de atuação do CRM Marketing Vendas Serviço/atendimento Blog/comunidades Criar comunidades para que, por meio do conteúdo, a empresa consiga construir reputação e autoridade no tema de atuação. É possível interagir com membros da comunidade, para oferecer produtos ou serviços no momento certo e conforme necessidade do cliente. Capturar comentários sobre reclamações, elogios ou pedidos dos clientes. Sendo possível uma tratativa de resposta da empresa sobre cada comentário. Youtube É possível auxiliar as estratégias de marketing com lançamento de produtos; vídeos institucionais; estimular conteúdo viral e boca a boca. Ponto de contato para criar oportunidades de venda em outro canal. Ex.: lives para lançamento de produtos que direcionam para páginas de vendas. Com o objetivo de garantir a melhor experiência para o cliente, é possível publicar tutoriais sobre como usar, da melhor forma, o produto ou serviço. Twitter Mensagens para anunciar ofertas especiais e descontos - pulverização de marketing viral, integração com canais como YouTube. Lançamento de produto exclusivo, ofertas para seguidores, como uma forma de procurar por novas oportunidades de vendas. Resposta a perguntas de suporte para o produto. Monitoramento de reclamações por um time exclusivo, focado em atender clientes digitais. Facebook Propagação de propagandacom campanhas dentro das comunidades (fanpage) ou grupos de clientes. Vantagem para campanha segmentadas, pois, é possível divulgar apenas para membros de um grupo específico. Resolução de pergunta entre membros de um grupo. É possível acompanhar a opinião/discussão a respeito de produtos e Serviços (benchmarking). Fonte: Elaborado com base em Jelonek, 2015, p. 31. Por fim, ressaltamos que o CRM Social não substitui o CRM, mas o complementa. Pois, para fazer com que o relacionamento flua de forma assertiva, independentemente do canal, é necessário que haja uma cultura de CRM, 6 combinando pessoas, processos e tecnologia voltados para atender os desejos dos clientes. TEMA 2 – BIG DATA Nos últimos anos, a expressão big data se tornou universal, todas as empresas do mundo lutam para alcançar essa tecnologia e sair na frente da concorrência. Afinal, com o big data, é possível entender e prever o comportamento dos consumidores. Porém, o que é esse conceito tão popular em comunidades acadêmicas e empresariais? O que, de fato, é big data? Em geral, o big data pode ser entendido como dados que extrapolam ou estão além das capacidades das empresas para armazenar e para analisar os dados no momento de uma tomada de decisão (Kulkarni, 2013). Em outras palavras, é uma abundância de dados que invade a empresa no seu dia a dia. Segundo Laney (2001), o big data possui três características principais – volume, velocidade e variedade (ou os 3V). Gartner (2021) define big data em termos semelhantes: “big data são ativos de informações de alto volume, alta velocidade e/ou alta variedade que exigem formas inovadoras e econômicas de processamento de informações, permitindo uma visão aprimorada para a tomada de decisões e automação de processos”. Vamos descrever os 3V a seguir: • O volume refere-se à quantidade absoluta de dados, ou seja, à sua magnitude. Os tamanhos de big data, normalmente, são relatados em vários terabytes e petabytes. A mídia social é um dos elementos mais significativos quando o assunto é big data (Ghani et al., 2019). Um terabyte seria o suficiente para armazenar cerca de 16 milhões de fotos do Facebook (Gandomi; Haider, 2015), além disso, no Facebook, mais de 34.722 likes são registrados por minuto e mais de 100 terabytes (TB) de dados são carregados diariamente (Qayyum, 2020). Um petabyte equivale a 1024 terabytes (Gandomi; Haider, 2015). No Google, mais de 25 petabytes são processados todos os dias (Qayyum, 2020). • A velocidade estende-se à medida em que os dados são gerados e a velocidade em que devem ser analisados e executados (Gandomi; Haider, 2015). Muitas empresas de comércio eletrônico, por exemplo, usam sistemas sofisticados para capturar, armazenar e analisar todas as transações por hora, para tomar decisões em tempo real. Laney (2001) 7 apontou que empresas com capacidade de interagir rapidamente com seus dados possuem uma vantagem competitiva. Isso acontece porque essas informações podem ser usadas para gerar ofertas personalizadas em tempo real para clientes que estão navegando pelo site, além de ajudar o usuário caso estejam com dificuldade em encontrar os itens na página. • A variedade, como característica de big data, refere-se aos vários formatos que os dados podem assumir. Esses diferentes tipos de dados são definidos em estruturados e não estruturados. Dados estruturados são, normalmente, categorizados por planilhas ou banco de dados, ou seja, podem ser especificamente pesquisados ou classificados, já os dados não estruturados são os textos, mídia social, imagens, áudio e vídeo, em outras palavras, precisam da organização estrutural exigida pelas máquinas de análise, caso seja uma necessidade da empresa (Gandomi; Haider, 2015). Com conceito de big data esclarecido, vamos para o grande dilema: ter a abundância de dados versus não saber utilizar da maneira adequada. Isto é, não adianta ter o volume, a variedade e a velocidade do armazenamento dos dados e não saber utiliza-los, o valor potencial dessa tecnologia se faz presente quando aproveitado para conduzir a tomada de decisões baseada em evidências (Gandomi; Haider, 2015). E os benefícios da análise do big data aparecem em todos os setores que a tecnologia é usada. Na medicina, por exemplo, pesquisadores mostraram que é possível rastrear e indicar surtos de gripe sazonal usando, simplesmente, os registros de pesquisas do Google. Para isso, o Google pegou os 50 milhões de termos mais pesquisados e comparou-os com os dados históricos da gripe dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (Cukier, 2013). Nos negócios, especificamente na gestão do relacionamento com o cliente (CRM), o big data pode apoiar a personalização e customização da comunicação, vendas e atendimento ao cliente, posto que os clientes geram uma quantidade enorme de dados, deixando indícios do seu interesse e necessidade por um produto ou serviço. Com a junção assertiva do big data e CRM, é possível fazer com que os clientes encontrem valor em uma comunicação, e não a ignorem com as milhares de mensagens que recebem todos os dias. 8 2.1 Banco de dados e informações de marketing Para suportar um grande volume de dados, é necessária uma infraestrutura de tecnologia da informação. E um dos principais itens é o banco de dados, também conhecido – em inglês – como Data Warehouse (DW), que basicamente é um repositório de dados estratégicos, ou seja, é escolhido as fontes das quais os dados serão extraídos (site, aplicativo, rede social, entre outros), para que sejam carregados no banco para análise posterior. Como nossa finalidade é o gerenciamento do cliente atual ou potencial, é importante destacar que o banco deve ser construído com foco em dados para a produtividade de marketing, vendas e atendimento. Esse tipo de banco de dados é chamado de Database Marketing, essa abordagem busca armazenar em um banco de dados todas as informações relacionadas às características e preferências dos consumidores. Para não errar na escolha dos dados que irão compor o Database Marketing e, consequentemente, o CRM, é necessário entender qual é o público- alvo e buscar as informações através do histórico do cliente ou solicitando novos dados através de preenchimento de formulário, pesquisa, acompanhamento das atividades e jornada do cliente dentro do website, comentários nas redes sociais, entre outras atividades rotineiras. Veja alguns tipos de dados que podem ser armazenados e utilizados no Database Marketing: • Demográficos: nome, idade, gênero, grau de escolaridade, ocupação, localização etc.; • Aquisição: canal ou campanha que levou o cliente até a empresa; • Interação: os canais e dispositivos preferidos do consumidor; • Engajamento: nível de interação e engajamento com a marca da empresa na internet; • Transacional: frequência de compras, ticket médio e preferências comerciais. Essa variedade de informações irá permitir a empresa trabalhar com uma abordagem de segmentação baseada em banco de dados, permitindo a interatividade com o cliente a um nível individual. Vale lembrar que todos os dados devem ser usados com transparência e com consentimento do cliente; no Tema 5, falaremos mais sobre a Lei Geral de 9 Proteção de dados, que entrou para garantir mais segurança nos dados pessoais através da apresentação de regras e padrões para coleta e processamento de dados. TEMA 3 – INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E CRM A Inteligência Artificial (IA) é aquela atividade que trabalha para que máquinas “pensem como um humano”, ou então ajam como se fossem inteligentes (Ertel, 2018). E a inteligência é aquela qualidade que permite a uma entidade funcionar de forma adequada e com previsão em seu ambiente (Nilsson, 2010). De forma complementar, Stone et al. (2016) apresentam a IA como máquinas quesão inspiradas pelas maneiras como as pessoas usam seus sistemas nervosos e corpos para sentir, aprender, raciocinar e agir. Contudo, os autores ressaltam que apesar de ter esse objetivo, esse conjunto de computadores e sistemas que formam a IA ainda operam de maneira bem diferente (Stone et al., 2016). Diante disso, entendemos que ainda estamos longe de uma resposta afirmativa para a inevitável pergunta: “será que a IA irá substituir os humanos, tomando todos os postos de trabalho?”. No dia a dia, a IA aparece com frequência e, muitas vezes, nem percebemos, alguns exemplos são os recursos de reconhecimento facial, que reconhecem os amigos nas fotos das redes sociais, as sugestões de escrita disponíveis nos smartphone, e as recomendações de entretenimento dos serviços de streaming, como Netflix e Spotify, que sugerem novos filmes, séries e músicas conforme o histórico e o consumo. No paradigma de negócios, a IA torna-se cada vez mais protagonista, uma vez que as organizações exigem a análise de um grande volume de dados de clientes, mas é difícil analisar um volume tão grande de dados apenas por esforço humano (Fotiadis; Vassiliadis, 2017). Mas agora, vamos direto ao ponto: como a inteligência artificial ajuda na Gestão do Relacionamento com o Cliente? Para melhorar o sistema de CRM, a IA precisa estar integrada à ferramenta de CRM para analisar facilmente os dados dos clientes de forma mais rápida e econômica (Wen; Chen, 2010 ). Um retrato prático é a ferramenta de CRM da Salesforce, que possui um aplicativo de IA, chamado Einstein, que incorpora a plataforma e possibilita a inteligência de dados para qualquer profissional que irá https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/BL-08-2020-0057/full/html?casa_token=YpEDQ3QUY2wAAAAA:mdlVh9UeMOu6eWdpctXUvlXl6mrYB6N4zXazTHfdG8nl8ipRi0fj1aCS5yhZEu9R19FkB2GBi1Zq3cvqb2KQla4T-MWA0rYSFIg8o6Y_gIhQl29rFvwQEA#ref026 https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/BL-08-2020-0057/full/html?casa_token=YpEDQ3QUY2wAAAAA:mdlVh9UeMOu6eWdpctXUvlXl6mrYB6N4zXazTHfdG8nl8ipRi0fj1aCS5yhZEu9R19FkB2GBi1Zq3cvqb2KQla4T-MWA0rYSFIg8o6Y_gIhQl29rFvwQEA#ref071 10 operá-la. Com o Einstein, é possível fazer a coleta de dados e previsões de forma automática e personalizada, melhorando a performance do relacionamento com o cliente. É possível, por exemplo, acompanhar os caminhos que o cliente percorre dentro do website da sua empresa e assim criar a jornada ideal de compra, alterar ou destacar alguma página, além de monitorar os canais, mensagens e eventos com o melhor desempenho (Yu, 2019), um grande benefício para área de marketing. Para o time de comercial, o Einstein é usado para analisar o histórico de vendas da empresa, para determinar se um potencial cliente está evoluindo para uma oportunidade de compra ou não. Os dados são exibidos claramente para o usuário da ferramenta de CRM, o que torna mais assertivo o dia a dia do vendedor, pois fica fácil reconhecer os melhores leads e oportunidades (Laaksonen, 2020). Para as soluções de atendimento ao cliente, o Einstein sugere respostas para perguntas de clientes e mostra quanto tempo para solucionar um caso específico do cliente, ou seja, um atendimento mais assertivo e proativo (Salesforce, 2021). Dessa forma, é presumível que a IA, quando utilizada integrada ao CRM, permite que suas funções comuns sejam melhoradas, e gera um ciclo de aprendizado a cada interação entre a marca e o cliente, construindo melhores respostas para qualquer pergunta ou dúvida dos consumidores (Shwarz-Diaz, 2018). Vamos ver de forma resumida as aplicações da IA na gestão de negócios focada no cliente, mapeada por Shwarz-Diaz (2018): • Pesquisa de mercado; • Investigação dos padrões de consumo, conduta e perfil do cliente; • Investigação de sentimentos e afinidades emocionais do consumidor; • Seleção automática de canais de distribuição e marketing; • Segmentação de mercado; • Aplicação de técnicas de pontuação dos potenciais clientes (lead scoring) para estratégias de nutrição (lead nurturing); • Realizar análises nas redes sociais; • Análise de CRM – clientes e fornecedores; • Análise e gestão da experiência do cliente. 11 A IA chega para ajudar as empresas a conhecerem mais profundamente seu público-alvo, e oportunizando a oferta de melhores conteúdos, serviços e produtos. TEMA 4 – INTERNET DAS COISAS (IOT) A Internet das Coisas (do inglês Internet of Things – IoT), é uma tecnologia que se conecta, por meio de uma extensão da internet, com objetos do dia a dia (TV, laptops, smartphones, relógios, entre outros), e os controla remotamente, ligando, desligando ou alterando suas configurações. Assim, conectar esses objetos à internet significa criar a Internet das Coisas (Santos et al., 2016). Pelo conceito da ITU (International Telecommunication Union, 2021) a IoT é: Uma infraestrutura global para a sociedade da informação, permitindo serviços avançados por meio da interligação das coisas (físicas e virtuais) baseadas na interoperabilidade das tecnologias de informação e de comunicação existentes e em evolução. Nota 1: por meio da exploração da capacidade de identificação, captura de dados, processamento e comunicação, a IoT faz pleno uso das coisas para oferecer serviços a todos os tipos de aplicações, garantindo o cumprimento dos requisitos de segurança e privacidade. Nota 2: [...] pode ser compreendida como uma visão com implicações tecnológicas e sociais (ITU, 2021). Para a IoT funcionar, existem algumas tecnologias que são imprescindíveis, o Quadro 2 destaca algumas delas: Quadro 2 – Tecnologias de IoT Tecnologia Descrição RFID (Radio Frequency Identification) Utiliza uma comunicação de curto alcance, que pode ser lido automaticamente por sensores na passagem do objeto portador da etiqueta RF. Um exemplo são as etiquetas coladas no carro para passar automaticamente no pedágio; IP (Internet Protocol) Número que identifica um dispositivo conectado na Internet. Com a IoT, se faz necessário a criação de um IP único, para que o usuário possa ser individualizado. Wireless Fidelity (Wi-Fi) É uma tecnologia de rede que permite a conexão de dispositivos a uma rede por meio de uma tecnologia sem fio. Importante para os dispositivos e sensores da IoT. Bluetooth Tecnologia de comunicação, também sem fio, que permite a conexão de dois ou mais dispositivos próximos. Por exemplo, a conexão entre o fone de ouvido ao celular, o mouse no notebook e muitos outros dispositivos entre si. 12 Near Field Communication (NFC) Também faz parte das tecnologias de comunicação sem fio e de aproximação, ou seja, os dispositivos devem estar muito próximos para que a comunicação se estabeleça. É utilizada, por exemplo, para permitir autenticação e aprovação de transações financeiras, aproximando o telefone celular da máquina de cartão para efetuar um pagamento. Wireless Sensor Networks (WSN) Consiste em sensores sem fio para monitorar condições físicas de um ambiente. Por exemplo: sensores de fumaça, humidade, temperatura, som, vibração, pressão e movimento. Essas funcionalidades são utilizadas conectadas a centrais de alarmes para segurança e automação residencial e, também, em hospitais, indústria, agricultura e defesa civil para monitoramento de fogo ou detecção de alagamento. Fonte: Elaborado com base em Neil et al., 2004, p. 76. Para entender como funciona na prática, a TOTVS (2019) mapeou seis aplicações de IoT que estão presentes no nosso dia a dia: • Smartwatch ou relógios inteligentes: um dos principais exemplos de Internet das Coisas é o smartwatch, a maioria serve basicamente para integrar relógio e smartphone via IoT. Funcionalidades bem rotineiras são o monitoramento de batimento cardíaco e de atividades físicas. Pesquisas mostraram que um sistema baseado em smartwatch IoT funciona muito bem no setor da saúde, especificamentepara terapias intensivas, na qual o médico pode acessar as informações dos pacientes a qualquer momento e de qualquer lugar, usando um smartwatch (Stradolini et al., 2017). • Smarthomes ou casas inteligentes: para um sistema ser inteligente, ele deve ser customizável, ciente do contexto, adaptativo e antecipatório (Blasco, 2014). As casas inteligentes contêm pelo menos um dispositivo que se comunica com um smartphone para permitir que os moradores gerenciem os ambientes na palma da mão. Alguns exemplos de dispositivos são geladeiras inteligentes, sistemas de compras automáticas, televisão e iluminação, que também podem ser atividades via comando de voz. • Carros inteligentes: a Internet das Coisas auxilia o automóvel na direção e aumenta a segurança. Isso acontece na otimização do trajeto em tempo real, mostrando os caminhos mais seguros e econômicos. Também é possível, por exemplo, detectar, por meio de sensores dentro do carro, as atividades em um ambiente, incluindo os sinais vitais humanos. Ao analisar os sinais vitais, é possível para um carro inteligente monitorar o bem-estar dos passageiros e até contar quantas pessoas estão sentadas dentro dele (Xu et al., 2020) 13 • Sensores industriais: na Indústria 4.0, a IoT atua como uma das tecnologias essenciais para o aumento da performance na produção e gestão da empresa. Por meio de sensores, as máquinas se tornam capazes de gerenciar as próprias atividades, além disso é possível enviar os dados coletados diretamente para o sistema de gestão (ERP) (Totvs, 2021). • Automação no varejo: o setor de varejo é altamente competitivo, portanto, a inovação se torna uma aliada para o crescimento. Um exemplo de benefícios ao alinhar IoT ao varejo é a visibilidade do estoque e nível de produtos na prateleira em tempo real, que permite orientar os clientes para um item específico na loja, aumentando a satisfação do consumidor (TOTVS, 2021). E, para normalizar os níveis de estoque na loja, é possível utilizar os dados da IoT para as atividades de criação de preços e descontos, oferecendo diariamente oferta dinâmicas por tempo limitado (Caro; Sadr, 2019). • Smart cities ou cidades inteligentes: as cidades inteligentes são cidades conectadas que usam tecnologias de telecomunicações e sistemas de informação para melhorar a vida e o bem-estar dos cidadãos. Em Israel, existe um amplo sistema de segurança pública. A Internet das Coisas funciona com câmeras conectadas 24 horas por dia para melhorar o tempo de resposta a ocorrências. Em Fujisawa, a luz da rua acende apenas quando os sensores detectam a presença de um indivíduo. Nos EUA, a instalação de uma rede de sensores de área ampla e fidelidade sem fio (WiFi), fornecerá diferentes tipos de informações aos cidadãos por meio da coleta de dados sobre seu comportamento na cidade (Totvs, 2021; Hammi et al., 2018). Vimos que as aplicações de IoT são muitas. E entendemos que não são apenas os humanos que se conectam à internet, os objetos também estão se conectando à rede e interagindo com sistemas inteligentes, humanos e trocando um alto volume de dados (Rizvi, 2017). 4.1 Implicações da IoT para o CRM IoT é a conexão de pessoas, dados, processos e coisas. E o CRM pode fazer uso desses dados e tecnologias para otimizar o atendimento ao cliente, Usuário Realce 14 marketing e vendas. Ou seja, todas essas áreas funcionais do CRM podem aproveitar a IoT para garantir o aumento da satisfação do cliente. Olhando para o atendimento ao cliente, é possível, por meio do RIFD (frequência de rádio para captura de dados), rastrear os produtos na cadeia de suprimentos e monitorar seu status no CRM, para saber a condição que o produto irá chegar para o cliente. Uma tecnologia interessante para empresas de remédios que possuem regras rígidas no armazenamento. Outro bom exemplo da integração de IoT, big data e CRM é da empresa Amazon, que se conecta aos fabricantes e rastreia seu estoque. Essas tecnologias são usadas para escolher o armazém mais próximo do cliente, isso reduz os custos de envio em até 40% (Georgakopoulos, 2016). Vamos mais longe, ao acompanhar cada produto e seu histórico em um aplicativo de CRM, é possível identificar falhas no produto e a causa do problema antes que o consumidor perceba. Com isso, as empresas podem agir proativamente, abrindo um chamado de serviço para o consumidor e enviando um profissional ou a peça correta no momento em que há uma previsão de falha de um dispositivo. No marketing e vendas, existe a oportunidade de usar os dados de IoT e CRM para detectar a insatisfação do cliente, e antecipar o contato para uma tratativa e possível retenção do cliente. A IoT também permite que a empresa saiba como, quando e onde seus produtos estão sendo usados e por qual cliente, possibilitando a criação e entrega de experiências altamente personalizadas para o cliente, com conteúdo e ofertas específicos na hora certa. TEMA 5 – LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS (LGPD) Até aqui, falamos de vários aspectos relacionados aos dados (big data, SCRM, IA e Iot). Posto isso, percebe-se que os dados são a riqueza da sociedade digital, e podem ser usados como “moeda de troca”. Você, provavelmente, já deve ter preenchido um formulário com seus dados na internet para, por exemplo, receber um e-book, uma planilha, ou até mesmo para um teste de personalidade que irá compartilhar no Facebook. Além disso, mesmo sem perceber você gera dados orgânicos, pois as ações realizadas no ambiente digital podem ser rastreadas, ou seja, é possível identificar as páginas que você navega, o que faz nas redes sociais e as compras realizadas. Usuário Realce Usuário Realce Usuário Realce Usuário Realce Usuário Realce Usuário Realce Usuário Realce Usuário Realce Usuário Realce Usuário Realce 15 Em 2015, o Facebook entregou dados pessoais de mais de 87 milhões de usuários para a Cambridge Analytica, uma empresa de análise de dados que trabalhou para uma campanha eleitoral dos Estado Unidos da América (EUA), analisando e influenciando o comportamento dos eleitores (Isaak; Hanna, 2018). E por haver cenários como este, no qual o indivíduo não tem controle ou compreensão do que é feito com seus próprios dados pessoais, a Europa, em 2016, criou o Regulamento Geral de Proteção de Dados, tornando a União Europeia um modelo em matéria de proteção de dados pessoais. Logo após, em agosto de 2018, o Brasil estabeleceu a Lei n. 13.709 – Lei Geral de Proteção dos Dados Pessoais (LGPD) – inspirada na lei europeia (Garcia et al., 2020), que tem como objetivo tratar, através de medidas preventivas e proativas, a manutenção e privacidade dos dados pessoais. Para entender como as empresas estão se adaptando à LGPD e, assim, continuar o trabalho de relacionamento contínuo e individualizado com o cliente, por meio do uso dos dados, é necessário, antes, entender alguns conceitos que a lei aborda. O Quadro 3 apresenta esses conceitos principais. Quadro 3 – Alguns conceitos da LGPD PAPEL DESCRIÇÃO Dados pessoais Dado pessoal é toda informação relacionada a uma pessoa identificada ou identificável, não se limitando, portanto, a nome, sobrenome, apelido, idade, endereço residencial ou eletrônico, podendo incluir dados de localização, placas de automóvel, perfis de compras número de Internet Protocol (IP), dados acadêmicos, histórico de compras, entre outros. Sempre relacionado a pessoa natural. Titular Pessoa natural (física) a quem pertence os dados que são objeto de tratamento (coleta e análise). Tratamento de dados Toda operação realizada com algum tipo de manuseio de dados pessoais: coleta, produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processamento, arquivamento, armazenamento, edição, eliminação, avaliação ou controle da informação, modificação,comunicação, transferência, difusão ou extração. Controlador Pessoa natural ou jurídica, a quem competem as tomadas de decisões referente ao tratamento de dados pessoais (seja empresa privada ou pública). Operador Pessoa natural ou jurídica, que realiza o tratamento dos dados pessoais em nome do controlador. Encarregado de dados Pessoa indicada pelo controlador e operador para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) ANPD – Autoridade Nacional de Proteção de Dados Órgão da administração pública responsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento da lei em todo território nacional. Fonte: LGPD, 2018. Usuário Realce Usuário Realce 16 A LGPD irá mudar a forma como as empresas trabalham no tratamento dos dados, estabelecendo regras claras para a privacidade do titular, e caso não haja o cumprimento da norma, existe a possibilidade de penalidades significativas. Por isso entender os conceitos e como aplicar é muito importante, mas ressalto que a lei não proíbe o uso, ela diz como usar e como proteger os dados. 5.1 Impactos da LGPD no CRM No ambiente on-line, é mais difícil a criação da confiança e relacionamento com o cliente e, sem essa confiança, é quase impossível fazer com que os clientes compartilhem os dados, que é essencial para criar estratégias de CRM. Por isso, regras de privacidade e garantias tornam-se um elemento essencial na construção da confiança e a consequente eficácia do CRM (Fairhurst, 2001). Vamos então para uma dica preciosa para não errar na LGPD e mostrar segurança: tenha o consentimento do seu cliente e mostre qual é a finalidade de trabalhar com os dados dele (Pinheiro, 2020). E, para pedir esse consentimento, a empresa pode instituir diversas práticas visando à sua implementação como, por exemplo, o uso de caixas de seleção em seus websites. A Figura 2 ilustra essa ação. Figura 2 – Checkbox de consentimento Fonte: Resultado Digitais, 2020. Mas lembre-se: para ser legitimo, a caixa deve estar sem pré-marcação, o usuário deve fazer a ação para gerar o consentimento. Esse pedido para envio de comunicação promocional já era comum antes mesmo da entrada da LGPD, uma vez que, se os consumidores aceitam receber comunicados das empresas, existe Usuário Realce 17 um interesse pelo conteúdo e se relacionam melhor com a marca, uma premissa do CRM. Além disso, a lei prevê outras regras de controle que podem ser citadas para auxiliar a empresa que coleta e atua com o tratamento de dados, vamos conhecê-las: • Caso seja necessário compartilhar dados com terceiros, é imprescindível obter o consentimento do titular: o Art. 7º, parágrafo 5º – O controlador que obteve o consentimento referido no inciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou compartilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consentimento específico do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta Lei. • O Controlador possui o dever de registrar e provar que o consentimento do titular foi obtido em conformidade com a Lei: o Art. 8º, parágrafo 2º – Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consentimento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei. • O consentimento obtido visa o tratamento de dados para determinada finalidade (como ilustra a Figura 2). Caso seja necessário o tratamento de dados para uma finalidade diferente é necessário que haja um novo consentimento do titular dos dados: o Art. 9º, parágrafo 2º – Na hipótese em que o consentimento é requerido, se houver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais não compatíveis com o consentimento original, o controlador deverá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalidade, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das alterações. • O consentimento pode ser revogado pelo titular de dados a qualquer tempo: o Art. 8º, parágrafo 5º – O consentimento pode ser revogado a qualquer momento mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gratuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo do consentimento anteriormente manifestado enquanto não houver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput do art. 18 desta Lei. 18 Citamos aqui algumas informações que são importantes para as empresas que tratam dados pessoais dos seus clientes, contudo, existem particularidades de cada negócio, e é necessário contrabalançar o que a empresa busca no momento de se relacionar com o cliente. Adicionalmente, o que informamos tem como objetivo chamar atenção sobre o tema direcionado ao uso dos dados para comunicação direta com o cliente, mas há inúmeras regras na lei que pedem um aprofundamento, em mais de 65 artigos que podem ser consultados na página do planalto (LGPD, 2018). 19 REFERÊNCIAS AHANI, A.; RAHIM, N.; NILASHI, M. Forecasting social CRM adoption in smes: a combined sem-neural, Computers in Human Behavior, v. 75, p. 560-578, 2017. ASKOOL, S.; NAKATA, K. A conceptual model for acceptance of social CRM systems based on a scoping study. AI & Society, v. 26, n. 3, p. 205-220, 2011. BRASIL. Lei n. 13.709, de 14 de agosto de 2018. Diário Oficial da União, 15 ago. 2018. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2018/lei/L13709.htm>. Acesso em: 27 set. 2021. BLASCO, R. et al. A smart kitchen for ambient assisted living. Sensors, v.14, n. 12, p. 1629, 2014. CHAROENSUKMONGKOL, P.; SASATANUN, P. 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