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13 R.I. (Revisão Intercalada) João telegrafista nunca mais que isso, urgente. II Por suas mãos passou mundo, mundo que o fez urgente, elíptico, apressado, cifrado. Passou preço do café. Passou amor Eduardo VIII, hoje duque Windsor. Passou calma ingleses sob chuva de fogo. Passou sensação primeira bomba voadora. Passaram gafanhotos chineses, flores catástrofes. Mas, entre todas as coisas, passou notícia casamento Dalva com outro. João telegrafista o de coração urgente não disse palavra, apenas três andorinhas pretas (sem a mais mínima sensação simbólica) pousaram sobre seu soluço telegráfico. Um soluço sem endereço – Dalva – e urgente. (RICARDO, Cassiano. Poemas Murais. São Paulo: José Olympio Editora, 1950.) Explique como se configura a experiência da perda nos poemas “João, o telegrafista”, de Cassiano Ricardo, e “Uma alegria para sempre”, de Mario Quintana. 7. (Unicamp 2012) TEXTO I Entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram da condição de pobreza absoluta (rendimento médio domiciliar per capita até meio salário mínimo men- sal), permitindo que a taxa nacional dessa categoria de pobreza caísse 33,6%, passando de 43,4% para 28,8%. No caso da taxa de pobreza extrema (rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal), observa-se um contingente de 13,1 milhões de brasileiros a superar essa con- dição, o que possibilitou reduzir em 49,8% a taxa nacional dessa categoria de pobreza, de 20,9%, em 1995, para 10,5%, em 2008. (Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil, Comunicados do IPEA, 13/07/2010, p. 3.) TEXTO II a) Podemos relacionar os termos miséria e pobreza, presentes no TEXTO II, a dois conceitos que são abordados no TEXTO I. Identifique esses conceitos e explique por que eles podem ser relacionados às noções de miséria e pobreza. b) Que crítica é apresentada no TEXTO II? Mostre como a charge constrói essa crítica. 8. (Unifesp 2009) Leia a charge. a) As personagens são vítimas de preconceitos e os expressam em suas falas. Explique quais são eles. b) Reescreva as falas das personagens, valendo-se da norma padrão da Língua Portuguesa. 14 R.I. (Revisão Intercalada) 9. (Unifesp 2008) Leia a charge. Observando as imagens, vê-se que as personagens estão se referindo a personalidades diferentes, daí o efeito de humor da charge quanto aos seus comentários. a) Do ponto de vista linguístico, o que gera a confusão das personagens? b) Que ideia está subentendida no ponto de vista de cada personagem? 10. (Uel 2023) Analise a tirinha a seguir. Sabendo que as tirinhas são utilizadas para fazer humor, criticar ou ironizar, a qual propósito se presta a tirinha acima? 11. (Unesp 2018) Examine as tiras do cartunista americano Bill Watterson (1958 - ). a) Na tira 1, como o garoto Calvin interpreta o choro da mãe? Reescreva a última fala de Calvin, substi- tuindo o verbo “antropomorfiza” por outro de sen- tido equivalente. b) Na tira 2, a pergunta do tigre Haroldo poderia ser considerada uma resposta para a pergunta de Cal- vin? Justifique. 12. (Fuvest 2017) a) A dificuldade explicitada no último quadrinho verifica-se apenas na redação de cartas ou ocorre também na redação dos gêneros textuais romance e conto? Justifique sua resposta. b) O texto que compõe as falas dos quadrinhos per- tence inteiramente à modalidade escrita da língua portuguesa? Justifique sua resposta, com base em elementos presentes no texto. 15 R.I. (Revisão Intercalada) 13. (Unesp) As questões a seguir tomam por base uma Tragé- dia em um Ato, assinada pelo escritor, tradutor e desenhista Millôr Fernandes (1924), e publicada pela primeira vez em “O pif-paf” (O CRUZEIRO, 1945). O CAPITALISMO MAIS REACIONÁRIO Tragédia em um ato Personagens - o patrão e o empregado Época - atual ATO ÚNICO Empregado - Patrão, eu queria lhe falar seriamente. Há quarenta anos que trabalho na empresa e até hoje só cometi um erro. Patrão - Está bem, meu filho, está bem. Mas de agora em diante tome mais cuidado. (Pano bem rápido) (In: FERNANDES, Millôr. TRINTA ANOS DE MIM MESMO. Rio de Janeiro: Nórdica, 1974, p. 15). Essa tragédia-relâmpago de Millôr Fernandes, denominada O CAPITALISMO MAIS REACIONÁRIO, mobiliza o campo da sugestividade e, num clima de aparente humorismo, libera todo um universo de conceitos, situações e costumes subentendidos. Releia o texto apresentado e, na sua interpretação, responda: a) o que está subentendido no discurso direto do patrão? b) por que este texto pode ser entendido como crítica de costumes? 14. (Unicamp 2022) O excerto a seguir é da música Ismália, do artista Emicida, e é cantada no documentário AmarElo – é tudo pra ontem. O trecho remete à chacina de Costa Barros, no Rio de Janeiro, em 2016. Em par- ticipação especial, Fernanda Montenegro declama o poema Ismália, de Alphonsus de Guimaraens (1870-1894), inserido na música do rapper. Emicida: Cinco vida interrompida Moleques de ouro e bronze Tiros e tiros e tiros O menino levou 111 Quem disparou usava farda (Ismália) Quem te acusou nem lá num tava (Ismália) É a desunião dos preto junto à visão sagaz (Ismália) De quem tem tudo, menos cor, onde a cor importa demais Fernanda Montenegro: “Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... E, num desvario seu, Na torre, pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar... E, como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar...” Emicida: Olhei no espelho, Ícaro* me encarou: “Cuidado, não voa tão perto do sol Eles num guenta te ver livre, imagina te ver rei” O abutre quer te ver no lixo pra dizer: “Ó, num falei?!” No fim das conta é tudo Ismália, Ismália Ismália, Ismália Ismália, Ismália Quis tocar o céu, mas terminou no chão Ter pele escura é ser Ismália, Ismália Ismália, Ismália Ismália, Ismália Quis tocar o céu, mas terminou no chão (Terminou no chão) *No mito grego, Ícaro e Dédalo ficaram presos num labirinto, então construíram asas artificiais com cera e penas para fugi- rem voando. Dédalo alertou o filho para não voar perto do Sol, pois a cera poderia derreter; nem perto do mar, o que deixaria suas asas pesadas, fazendo-o cair. Ícaro não ouviu o conselho do pai e morreu no mar. a) Quem são as “Ismálias” na música de Emicida? Transcreva dois versos desse rap que justifiquem a sua resposta. b) O excerto traz imagens simbólicas do voo. Explique o conselho de Ícaro na música, considerando o poema declamado e a denúncia de Emicida nesse rap.
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