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7 R.I. (Revisão Intercalada) 5. (UFRJ - ADAPTADA) No texto, há diversos sintag- mas nominais - construções com núcleo substantivo acompanhado ou não de termos com função adjetiva - que caracterizam o “povo primitivo”. a) Retire do texto dois desses sintagmas. b) A caracterização normalmente atribuída a um povo primitivo como não evoluído não se confirma no texto II. Justifique essa afirmativa, utilizando os sintagmas escolhidos no item a. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO (...) Antes de concluir este capítulo, fui à janela in- dagar da noite por que razão os sonhos haviam de ser assim tão tênues que se esgarçavam ao menor abrir de olhos ou voltar de corpo, e não continuavam mais. A noite não me respondeu logo. Estava deliciosamen- te bela, os morros palejavam* de luar e o espaço mor- ria de silêncio. Como eu insistisse, declarou-me que os sonhos já não pertenciam à sua jurisdição. Quando eles moravam na ilha que Luciano** lhes deu, onde ela tinha o seu palácio, e donde os fazia sair com as suas caras de vária feição, dar-me-ia explicações pos- síveis. Mas os tempos mudaram tudo. Os sonhos anti- gos foram aposentados, e os modernos moram no cé- rebro das pessoas. Estes, ainda que quisessem imitar os outros, não poderiam fazê-lo; a ilha dos sonhos, como a dos amores, como todas as ilhas de todos os mares, são agora objeto da ambição e da rivalidade da Europa e dos Estados Unidos. Era uma alusão às Filipinas. Pois que não amo a polí- tica, e ainda menos a política internacional, fechei a janela e vim acabar este capítulo para ir dormir. (Machado de Assis, Dom Casmurro. Adaptado) * palejar = tornar-se pálido, empalidecer. ** Luciano= escritor grego, criador do diálogo satí- rico. 6. (FGV - ADAPTADA) Considere o trecho: “... os so- nhos haviam de ser assim tão tênues que se esgarça- vam ao menor abrir de olhos ou voltar de corpo...” Explique a diferença que há, quanto à morfologia, com a palavra “abrir” em: I. “... ao menor abrir de olhos...” II. Ao abrir os olhos, viu um mundo que não conhecia. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO O “POR QUÊ?” E O “COMO?” Marcelo Gleiser Uma das concepções mais comuns da ciência é que ela tem o dever de EXPLICAR o porquê de tudo. Por exemplo, por que a Terra gira em torno do sol e não o contrário? Por que existe vida na Terra e não em Vênus? Por que algumas pessoas têm olhos azuis e outras castanhos? Na prática, no entanto, a situação é mais complica- da: existem dois tipos de pergunta, o “por quê?” e o “como?”. Nem sempre a ciência pode ou mesmo tenta ou deve EXPLICAR o porquê das coisas. Perguntas do tipo “como” são em geral muito mais apropriadas à missão da ciência de descrever a realidade em que vivemos. A teoria de Newton é extremamente bem-sucedida, EXPLICANDO uma série de observações e fenômenos que presenciamos no nosso dia. Quando perguntaram a ele por que massas se atraem, respondeu que pre- feria não inventar hipóteses sobre o assunto: uma teoria científica pode se contentar em descrever o fenômeno, com alta precisão. FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 18 jun. 2006, p. 9. Mais! (Adaptado). 7. (UEG) Considerando o processo de derivação que aparece no título do texto, responda: a) Quais as classes gramaticais anteriores e as poste- riores ao processo? b) Que recurso gráfico e que recurso linguístico indi- cam a efetivação desse processo? TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO UM CHAMADO JOÃO João era fabulista? fabuloso? fábula? Sertão místico disparando no exílio da linguagem comum? Projetava na gravatinha a quinta face das coisas inenarrável narrada? Um estranho chamado João para disfarçar, para farçar o que não ousamos compreender? (...) Mágico sem apetrechos, civilmente mágico, apelador de precípites prodígios acudindo a chamado geral? (...) Ficamos sem saber o que era João e se João existiu deve pegar. (Carlos Drummond de Andrade, em Correio da Manhã, 22/11/1967, publicado em Rosa, J. G. “Sagarana”. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.) 8 R.I. (Revisão Intercalada) 8. (UNICAMP - ADAPTADA) a) No título o vocábulo “chamado” sintetiza dois sentidos com que a palavra aparece no poema. Explique esses dois sentidos, indicando como es- tão presentes nas passagens em que “chamado” se encontra. b) Na primeira estrofe do poema a palavra “fábula” é derivada em “fabulista” e “fabuloso”. Mostre de que modo a formação morfológica das três palavras contribui para a formação da imagem de Guimarães Rosa. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO CRÔNICA DA VIDA QUE PASSA Às vezes, quando penso nos homens célebres, sinto por eles toda a tristeza da celebridade. A celebridade é um plebeísmo. Por isso deve ferir uma alma delicada. É um plebeísmo porque estar em evi- dência, ser olhado por todos inflige a uma criatura delicada uma sensação de parentesco exterior com as criaturas que armam escândalo nas ruas, que gesti- culam e falam alto nas praças. O homem que se tor- na célebre fica sem vida íntima: tornam-se de vidro as paredes de sua vida doméstica; é sempre como se fosse excessivo o seu traje; e aquelas suas mínimas ações - ridiculamente humanas às vezes - que ele quereria invisíveis, coa-as a lente da celebridade para espetaculosas pequenezes, com cuja evidência a sua alma se estraga ou se enfastia. É preciso ser muito grosseiro para se poder ser célebre à vontade. Depois, além dum plebeísmo, a celebridade é uma contradição. Parecendo que dá valor e força às cria- turas, apenas as desvaloriza e as enfraquece. Um homem de gênio desconhecido pode gozar a volúpia suave do contraste entre a sua obscuridade e o seu gênio; e pode, pensando que seria célebre se quises- se, medir o seu valor com a sua melhor medida, que é ele próprio. Mas, uma vez conhecido, não está mais na sua mão reverter à obscuridade. A celebridade é ir- reparável. Dela como do tempo, ninguém torna atrás ou se desdiz. E é por isto que a celebridade é uma fraqueza tam- bém. Todo o homem que merece ser célebre sabe que não vale a pena sê-lo. Deixar-se ser célebre é uma fraqueza, uma concessão ao baixo-instinto, feminino ou selvagem, de querer dar nas vistas e nos ouvidos. Penso às vezes nisto coloridamente. E aquela frase de que “homem de gênio desconhecido” é o mais belo de todos os destinos, torna-se-me inegável; parece- -me que esse é não só o mais belo, mas o maior dos destinos. (FERNANDO PESSOA. Páginas íntimas e de auto-interpretação. Lisboa: Edições Ática, [s.d.], p. 66-67.) 9. (UNESP) Na crônica apresentada, Fernando Pessoa atribui três características negativas à celebridade, descrevendo-as no segundo, terceiro e quarto pará- grafos. Releia esses parágrafos e aponte os três subs- tantivos empregados pelo poeta que sintetizam essas características negativas da celebridade. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Examine este anúncio de uma instituição financeira, cujo nome foi substituído por X, para responder às questões a seguir. 9 R.I. (Revisão Intercalada) 10. (FUVEST) Com base na parte escrita do anúncio, responda. a) Qual é a relação temporal que se estabelece entre os verbos “conhecer”, “oferecer”, “proporcionar” e “alcançar”? Explique. b) Complete a frase abaixo, flexionando de forma adequada os verbos “oferecer”, “proporcionar” e “alcançar”. Conhecer profundamente os negócios de nossos clien- tes é só o primeiro passo que permite que __________ sempre respostas mais rápidas, __________ decisões mais assertivas e __________ melhores resultados. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Leia o poema para responder à(s) questão(ões). Mãe Mãe – que adormente este viver dorido. E me vele esta noite de tal frio, E com as mãos piedosas até o fio Do meu pobre existir, meio partido... Que me leve consigo, adormecido, Ao passar pelo sítio mais sombrio... Me banhe e lave a alma lá no rio Da clara luz do seu olhar querido... Eu dava o meu orgulho de homem – dava Minha estéril ciência, sem receio, E em débil criancinha me tornava, Descuidada, feliz, dócil também, Se eu pudesse dormir sobreo teu seio, Se tu fosses, querida, a minha mãe! (Antero de Quental. Antologia, 1991) 11. (FGV) Com base no poema, a) explique o que representa a mãe para o eu lírico, tendo em vista o que ele vive e o que desejaria viver. Justifique sua resposta com informações do texto; b) reescreva os versos “Eu dava o meu orgulho de ho- mem – dava / Minha estéril ciência, sem receio, / E em débil criancinha me tornava,”, substituindo os verbos “dar” e “tornar”, respectivamente, por “abster-se” e “converter-se”, conjugados em ou- tro tempo verbal, adequado ao contexto. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Ao oferecer-se para ajudar o cego, o homem que de- pois roubou o carro não tinha em mira, nesse mo- mento preciso, qualquer intenção malévola, muito pelo contrário, o que ele fez não foi mais que obede- cer àqueles sentimentos de generosidade e altruísmo que são, como toda a gente sabe, duas das melhores características do género humano, podendo ser en- contradas até em criminosos bem mais empedernidos do que este, simples 1ladrãozeco de automóveis sem esperança de avanço na carreira, explorado pelos ver- dadeiros donos do negócio, que esses é que se vão aproveitando das necessidades de quem é pobre. (...) Foi só quando já estava perto da casa do cego que a ideia se lhe apresentou com toda a naturalidade (...). Os cépticos acerca da natureza humana, que são mui- tos e teimosos, vêm sustentando que se é certo que a ocasião nem sempre faz o ladrão, também é certo que o ajuda muito. 2Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o cego tivesse aceitado o segundo ofe- recimento do afinal falso samaritano, naquele derra- deiro instante em que a bondade ainda poderia ter prevalecido, referimo-nos o oferecimento de lhe ficar a fazer companhia enquanto a mulher não chegasse, quem sabe se o efeito da responsabilidade moral re- sultante da confiança assim outorgada não teria ini- bido a tentação criminosa e feito vir ao de cima o que de luminoso e nobre sempre será possível encontrar mesmo nas almas mais perdidas. JOSÉ SARAMAGO Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 12. (UERJ) Observe a mudança de posição do advérbio afinal nos enunciados a seguir: 1) Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o cego tivesse aceitado o segundo oferecimento do afinal falso samaritano, (ref. 2) 2) Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o cego tivesse aceitado afinal o segundo ofere- cimento do falso samaritano. Explique a diferença de sentido entre os enunciados, a partir da posição do advérbio. Justifique, ainda, a opção pela primeira construção, tendo em vista a se- quência dos acontecimentos. 13. (FUVEST - ADAPTADA) Leia o seguinte texto, ex- traído de uma biografia do compositor Carlos Gomes. “No ano seguinte [1860], com o objetivo de consoli- dar sua formação musical, [Carlos Gomes] mudou-se para o Rio de Janeiro, contra a vontade do pai, para iniciar os estudos no conservatório da cidade. “Uma ideia fixa me acompanha como o meu destino! Tenho culpa, porventura, por tal cousa, se foi vossemecê que me deu o gosto pela arte a que me dediquei e se seus esforços e sacrifícios fizeram-me ganhar ambição de glórias futuras?”, escreveu ao pai, aflito e cheio de remorso por tê-lo contrariado. “Não me culpe pelo passo que dei hoje. [...] Nada mais lhe posso dizer nesta ocasião, mas afirmo que as minhas intenções são puras e espero desassossegado a sua bênção e o seu perdão”, completou.” http://musicaclassica.folha.com.br Sobre o advérbio “porventura”, presente na carta do compositor, o dicionário “Houaiss” informa: “usa-se em frases interrogativas, especialmente em pergun- tas delicadas ou retóricas.” Aplica-se ao texto da carta essa informação? Justifi- que sua resposta.