Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA FACULDADES de ADMINISTRAÇÃO e CIÊNCIAS CONTÁBEIS _______________________________________________________________________ PORTUGUÊS ( Teoria e exercícios ) Profa. Cristina Van Opstal 2019 2 3 Teoria da comunicação O esquema da comunicação Existem vários tipos de comunicação: as pessoas, por exemplo, podem se comunicar pelo código Morse, pela escrita, por gestos, pelo telefone, por email; uma empresa, uma administração e até mesmo um Estado podem se comunicar por intermédio de circulares, cartazes, mensagens radiofônicas ou televisionadas, redes sociais, etc. Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem e se constitui por certo número de elementos. Observe o esquema a seguir, proposto pelo linguista Roman Jakobson, nos idos de 1960, ao qual se acrescenta – modernamente – o contexto: REFERENTE EMISSOR CANAL DE COMUNICAÇÃO RECEPTOR ou ou DESTINADOR MENSAGEM DESTINATÁRIO CÓDIGO Os elementos da comunicação O emissor ou destinador é o que emite a mensagem; pode ser um indivíduo ou um coletivo (firma, organismo de difusão, etc.) O receptor ou destinatário é o que recebe a mensagem; pode ser uma pessoa, um grupo, ou mesmo um animal ou uma máquina (computador). Em todos estes casos, a comunicação só se realiza efetivamente se a recepção da mensagem tiver uma incidência observável sobre o comportamento do destinatário (o que não significa necessariamente que a mensagem tenha sido compreendida: é preciso distinguir cuidadosamente recepção de compreensão). A mensagem é o objeto da comunicação, sendo constituída pelo conteúdo das informações, mesmo que não haja ainda a sua compreensão. O canal é a via de circulação das mensagens. Ele pode ser definido, de maneira geral, pelos meios técnicos aos quais o emissor tem acesso, a fim de assegurar o encaminhamento de sua mensagem para o destinatário. É o meio pelo qual o emissor escolhe “materializar” a mensagem, torná-la “concreta”. De acordo com o canal utilizado, pode-se empreender uma primeira classificação das mensagens: as visuais: imagem (desenhos, fotografias) ou símbolo (placas de trânsito, escrita ortográfica); as sonoras: palavras, músicas, sons diversos; as tácteis: pressões, choques, trepidações, etc.; as olfativas: perfumes, odor característico – mas artificial – do gás de cozinha, por exemplo; as gustativas: tempero “quente” (apimentado) ou não, etc. Contudo, é importante salientar que um choque, um aperto de mão, um perfume só constituem mensagens se veicularem, por vontade do emissor, uma ou várias informações dirigidas a um receptor. Assim, pode-se afirmar que só há comunicação quando há uma intenção comunicativa. Além disso, a transmissão bem-sucedida de uma mensagem requer não só um canal físico, mas também um contato psicológico: pronunciar uma frase com voz alta e inteligível não é suficiente para que um destinatário desatento a receba. O código é um conjunto de signos e regras de combinação destes signos; o destinador lança mão dele para elaborar sua mensagem (essa é a operação de codificação). O destinatário identificará este sistema de signos ( operação de decodificação ) se seu repertório for comum ao do emissor. Esse processo pode se realizar de várias maneiras, considerando-se os repertórios de signos do emissor e do receptor. Não basta, no entanto, que o código seja comum para que se realize uma comunicação perfeita; por exemplo, dois brasileiros não possuem necessariamente a mesma riqueza de vocabulário. O referente é constituído pelo contexto, pela situação e pelos objetos reais aos quais a mensagem remete, ou seja, é aquilo que a mensagem “quer dizer”. E, por fim, por contexto, entendemos uma unidade de sentido maior na qual se insere uma unidade menor. Nesse caso, a palavra (unidade menor) insere-se no contexto da frase; a frase está inserida no contexto do período, o qual se insere no contexto do parágrafo; este, por sua vez, vem inserido no contexto do texto, que se insere em contextos bem maiores, relacionados, por ex., à cultura e aos valores sociais. CONTEXTO 4 Os tipos de linguagem De acordo com o(s) código(s) empregado(s) num processo de comunicação, teremos 3 tipos de classificação da linguagem empregada e, consequentemente, do texto produzido: linguagem verbal uso APENAS de palavras (faladas ou escritas). linguagem não verbal uso de qualquer código, EXCETO palavras. linguagem mista (híbrida, complexa, sincrética) uso COMBINADO de palavras e “não palavras”. O processo de inferência na compreensão de informações implícitas Num processo de comunicação eficiente, o receptor deve ser capaz de realizar inferências, ou seja, deduzir, descobrir novas informações – implícitas – a partir de informações dadas nos enunciados e seus contextos. Uma informação implícita é apresentada sob duas formas distintas: pressuposta ou subentendida. Pressupostos Os pressupostos são informações implícitas adicionais, facilmente compreendidas pelo receptor, devido a marcas linguísticas presentes na frase, isto é, palavras ou expressões que permitem que o leitor/ouvinte deduza tal implícito. O enunciado depende dessa pressuposição para que faça sentido. Assim, o pressuposto é verdadeiro e irrefutável. Observe estes exemplos de pressupostos e os termos que permitem a inferência da informação: Ela sempre gostou de homens altos, mas acabou se casando com o Roberto. Pressuposto: Roberto não é um homem alto. Termos/marcas linguísticas: sempre/mas Decidi deixar de comer carne. Pressuposto: A pessoa comia carne antes. Termo/marca linguística: deixar de Finalmente acabei minha monografia. Pressuposto: Demorou algum tempo para terminar a monografia. Termo/marca linguística: finalmente A empresa foi vítima de novos furtos. Pressuposto: Já houve outros furtos antes. Termo/marca linguística: novos Eis algumas marcas linguísticas que facilitam a identificação de pressupostos: verbos que indicam fim, continuidade, mudança e implicações: começar, continuar, parar, deixar, acabar, conseguir, etc. advérbios ou locuções adverbiais: felizmente, finalmente, ainda, já, depois, antes, etc. conjunções circunstanciais: mas, desde que, até, por isso pronome introdutório de orações subordinadas adjetivas: que Subentendidos Os subentendidos são informações que são insinuadas no texto e que dependem, portanto, da interpretação do leitor. Não possuem marca linguística, sendo deduzidos por meio do contexto comunicacional e do conhecimento que os destinatários têm do mundo. Desse modo, o emissor não se compromete com a informação implícita, a qual pode ser ou não verdadeira e pode ser facilmente negada, pois está camuflada, sob a responsabilidade de quem interpreta a frase. Os subentendidos são muitos usados nos textos de humor. Observe estes exemplos de subentendidos: Quando sair de casa, não se esqueça de levar um casaco. Subentendidos: Está frio lá fora ou ele costuma esquecer de levar um casaco. Já tenho a garganta seca de tanto falar. Subentendidos: Quero beber um copo de água ou quero parar de falar neste momento. Você vai a pé para casa agora? Subentendidos: Eu posso lhe dar uma carona ou é perigoso andar a pé na rua a estas horas. 5 Problemas no processo da comunicação Nestes textos, constata-se o que ocorre quando ao menos um dos elementos comunicativos “falha”: Em código (Fernando Sabino) Fui chamado ao telefone. Era o chefe de escritório de meu irmão: - Recebi de Belo Horizonte um recado dele para o senhor. É uma mensagem meio esquisita, com vários itens, convém tomar nota: o senhor tem um lápis aí? - Tenho. Pode começar. - Então lá vai. Primeiro: minha mãe precisa de uma nora. - Precisa de quê? - De uma nora. - Que história é essa? - Eu estou dizendo ao senhor que é um recado meio esquisito. Posso continuar? - Continue. - Segundo: pobre vive de teimoso. Terceiro: não chora, morena, que eu volto. - Isso é alguma brincadeira. - Não é não, estou repetindo o que ele escreveu. Tem mais. Quarto: sou amarelo, mas não opilado. Tomou nota? - Mas não opilado - repeti, tomando nota. - Que diabo ele pretende com isso? - Não sei não senhor. Mandou transmitir o recado, estou transmitindo. - Mas você há de concordar comigo que é um recado meio esquisito. - Foi o que eu preveni ao senhor. E tem mais. Quinto: não sou colgate, mas ando na boca de muita gente. Sexto: poeira é a minha penicilina. Sétimo: carona, só de saia. Oitavo... - Chega! - protestei, estupefato. - Não vou ficar aqui tomando nota disso, feito idiota. - Deve ser carta em código, ou coisa parecida - e ele vacilou: - Estou dizendo ao senhor que também não entendi, mas enfim... Posso continuar? - Continua. Falta muito? - Não, está acabando: são doze. Oitavo: vou, mas volto. Nono: chega à janela, morena. Décimo: quem fala de mim tem mágoa. Décimo primeiro: não sou pipoca, mas também dou meus pulinhos. - Não tem dúvida, ficou maluco. - Maluco não digo, mas como o senhor mesmo disse, a gente até fica com ar me io idiota... Está acabando, só falta um. Décimo segundo: Deus, eu e o Rocha. - Que Rocha? - Não sei: é capaz de ser a assinatura. - Meu irmão não se chama Rocha, essa é boa! - É, mas que foi ele que mandou, isso foi. Desliguei, atônito, fui até refrescar o rosto com água, para poder pensar melhor. Só então me lembrei: haviam-me encomendado uma crônica sobre essas frases que os motoristas costumam pintar, como lema, à frente dos caminhões. Meu irmão, que é engenheiro e viaja sempre pelo interior fiscalizando obras, prometera ajudar-me, recolhendo em suas andanças farto e variado material. E ele viajou, o tempo passou, acabei esquecendo completamente o trato, na suposição de que o mesmo lhe acontecera. Agora, o material ali estava, era só fazer a crônica. Deus, eu e o Rocha! Tudo explicado: Rocha era o motorista, Deus era Deus mesmo, e eu, o caminhão. Comunicação ( traduzido de OROURKE, J. Writing for the Reader. Digital Equipment Corporation: Massachusetts, 1976.) Na Costa Oeste, contam a história de um encanador que experimentou ácido clorídrico para limpar canos metálicos. Embora satisfeito com os resultados, estava inseguro. Estaria fazendo algo errado? Escreveu, então, para Washington pedindo a opinião de especialistas. Em 45 dias, recebeu a seguinte resposta: “A eficácia do ácido clorídrico na situação descrita é incontroversa, mas sua corrosividade é incompatível com a integridade das substâncias metálicas.” O encanador, de poucas leituras, mas grande experiência, ficou aliviado. Enviou uma carta de agradecimentos a Washington. Acrescentou que não perdera tempo, já informara sobre a descoberta aos demais encanadores seus conhecidos. Um mês depois, recebeu outra carta: "Em nenhum caso, poderemos ser responsabilizados pela formação de resíduos perniciosos do ácido clorídrico, e recomendamos fortemente, portanto, que utilize um método alternativo." O encanador ficou encantado. Já no dia seguinte, mandou sua próxima carta. Nela contava que por volta de 15 encanadores da cidade já estavam usando o ácido clorídrico para limpar os canos. Agora o que propunha é que o pessoal simpático de Washington o ajudasse a espalhar a descoberta aos encanadores do resto do país. Esta terceira carta foi parar nas mãos de um burocrata raro em Washington – ele sabia escrever para encanadores. Numa semana, o encanador estava lendo estas palavras: "Pare de usar ácido clorídrico. E diga para os seus amigos pararem também. Ele come, como o fogo do inferno, o interior dos canos." 6 Exercícios 1. Com base nesta propaganda que divulga, em outdoors, o curso de Fonoaudiologia de uma universidade de São Paulo, responda ao que se pede: a. Os outdoors, um dos elementos de comunicação nesse texto, classificam-se como: ( ) referente ( ) emissor ( ) canal ( ) código b. De que forma a escrita da mensagem contribui para a construção do sentido de referente? c. Com essa proposta de escrita da mensagem, o emissor buscou criar um efeito de sentido de: ( ) generalização ( ) autenticidade ( ) ironia ( ) humor 2. Esta charge faz uma crítica a um grave problema social brasileiro. Todavia, tal crítica revela-se na contradição entre as mensagens que a charge nos traz, já que temos uma referência explícita e uma implícita (isto é, subentendida). a. Identifique estes elementos da comunicação: EMISSOR RECEPTOR MENSAGEM b. Explique onde e como percebemos a mensagem implícita. c. Trata-se de um texto ( ) verbal ( ) não verbal ( ) híbrido. 3. Considere o seguinte enunciado: a. Explique como seu significado poderia mudar, caso ele fosse pronunciado por: um médico que faz pesquisas patrocinadas pelo fabricante do remédio; uma agência de saúde independente; uma dona de casa que toma o remédio há muitos anos. b. Em todas as situações acima, houve evidente alteração do seguinte elemento comunicativo: ( ) receptor ( ) emissor ( ) mensagem ( ) canal c. Mas pode-se concluir que também ocorrerá alteração neste outro elemento primordial para a comunicação: ( ) referente ( ) receptor ( ) canal ( ) código Esse medicamento não possui contraindicações. 7 4. Identifique as informações pressupostas nestas frases e o(s) termo(s) que permite(m) sua dedução. a. “Capital da Líbia volta a ser bombardeada” b. “Estado do Rio registra primeiro caso de dengue tipo 4” c. “Para Ronaldinho Gaúcho, proposta do Flamengo foi a melhor” d. “Botafogo ainda não definiu treinador” e. “Vasco busca título inédito da Copa do Brasil” f. Brasil para de crescer no segundo trimestre. 5. Explicite o subentendido na charge ao lado: 6. Leia esta tirinha do Armandinho e responda: a. No 1º quadrinho, qual a informação pressuposta? Que termo indica isso? b. Há 2 informações subentendidas nesta tira, que ajudam a lhe conferir o humor: uma que se refere ao pedido da professora e uma à resposta do garoto. Explicite ambas. 7. Com base na charge ao lado, responda: a. Qual é a informação pressuposta? Que termo permite sua dedução? b. Explique a informação subentendida e a crítica nela insinuada. 8 A plurissignificação (ou polissemia) da linguagem O signo linguístico A linguagem verbal, falada ou escrita, é constituída por signos linguísticos. Um signo linguístico é uma unidade comunicativa que se divide em 2 partes distintas, embora uma não exista separada da outra. Há uma parte perceptível, que pode ser representada por letras e uma parte inteligível (compreensível), constituída de um conceito, uma ideia. A parte perceptível do signo denomina-se significante ou plano de expressão; a parte inteligível, o conceito, denomina-se significado ou plano de conteúdo. Quando ouvimos árvore, percebemos uma combinação de sons (o significante) que associamos imediatamente a um conceito (o significado): “vegetal de grande porte”. Esquematicamente, temos o signo linguístico assim dividido: A plurissignificação ou polissemia Em qualquer cultura linguística, é muito comum que um mesmo signo linguístico tenha vários significados, ou seja, que um mesmo significante seja suporte para mais de um significado. Tomemos, em nossa língua, a palavra linha, a qual se associam diferentes significados registrados pelos dicionários: 1. material próprio para costurar ou bordar tecidos; 2. uma certa conduta de um indivíduo, postura; 3. serviço regular de transporte entre dois pontos e outros significados. Quando um único significante remete a vários significados, dizemos que ocorre a polissemia ou a plurissignificação. Dessa forma, uma palavra carrega – isoladamente – várias possibilidades de conteúdo e será apenas dentro de um contexto que ela assumirá este ou aquele sentido. Além disso, as palavras, em determinados contextos, podem ganhar significados novos, figurados, plenos de valores afetivos e sociais. Exemplificando, a palavra linha – isolada – traz todos os conceitos já citados e outros mais que não foram descritos. Contudo, quando a falamos ou a escrevemos dentro de um certo contexto, esse caráter polissêmico se reduz. Observem que, no contexto de cada uma das frases abaixo, linha assume apenas um sentido específico, desprezando as outras possibilidades: A pobre senhora, de tão velha, não conseguia mais enfiar a linha na agulha. ( significado 1 ) O palestrante, apesar da agressividade da plateia, não perdeu a linha. ( significado 3 ) Eu peguei o ônibus da linha Ana Costa - Ferry Boat para chegar à balsa. ( significado 4 ) Além disso, ainda há a possibilidade de um mesmo significado, um plano de conteúdo, ser expresso por significantes diferentes. É o que chamamos de sinonímia. Por exemplo, dentro de um certo contexto, o plano de conteúdo “estado de ânimo positivo” pode ser expresso pelos significantes alegre, contente, feliz, satisfeito, animado, radiante, etc. É claro que há diferenças de intensidade, por exemplo, mas para o conteúdo dado, todos os significantes apontados o expressam. Denotação X Conotação Além das várias possibilidades de significado que uma palavra admite em sua relação direta com as ideias ou objetos a que se refere, existem ainda outras que podem ser criadas pelo uso dessa palavra em um novo contexto ou pela junção de significados diferentes, criando um terceiro original. Chamamos de denotação a relação direta que uma palavra estabelece com seus diferentes significados; é o sentido comum de todo e qualquer termo, o sentido literal, “ao pé da letra”. Toda palavra possui ao menos um sentido denotativo. Ao lado dos significados denotativos, porém, podem se acumular significados paralelos, carregados de impressões, valores afetivos e sociais, positivos ou negativos. A esse acréscimo de um novo conceito à palavra chamamos conotação, e esses valores sobrepostos constituem o sentido conotativo ou figurado. Ex. A expressão “cair do cavalo” tem o sentido denotativo de sofrer uma queda de um cavalo. Mas podemos acrescentar outra ideia, e ela passar a significar conotativamente sofrer uma decepção. PLANO DO CONTEÚDO PLANO DA EXPRESSÃO SIGNIFICANTE (imagem acústica) SIGNIFICADO (conceito, ideia) 9 Exercícios 1. No trecho em destaque, ocorre um efeito expressivo decorrente de um recurso que mescla a denotação e a conotação numa mesma frase, associando dois complementos diferentes ao verbo “perder”: um, real, e outro, figurado. Identifique tais complementos, atribuindo seus significados. "Palmeiras perde o jogo e a cabeça na Argentina". ( O Estado de S. Paulo, 31/03/94 ) REAL ___________________________ FIGURADO _____________________________ TEM SENTIDO DE ___________________________ TEM SENTIDO DE ___________________________ Dentre as alternativas abaixo, a que apresenta esses mesmos recursos é: ( ) Foste aí pela estrada da vida, manquejando da perna e do amor. ( ) Maria Luísa disse que era nervosa e mulher. ( ) (...) como quem se retira tarde do espetáculo. Tarde e aborrecido. ( ) "O rato! O rato!" exclamou a moça sufocada e afastando-se. 2. Leia esta tirinha e responda ao que se pede: a. Considerando o aspecto plurissignificativo das palavras, explique o humor presente na tirinha. b. A fala do último balão está empregada no sentido conotativo (figurado) ou denotativo (real)? Justifique. 3. Explique o referente desta tirinha, considerando a polissemia. 4. Leia a charge abaixo, que se refere a um episódio ocorrido na história da política do nosso país. a. No 1º quadrinho, a palavra “seca” está empregada no sentido ( ) denotativo ( ) conotativo. b. Já no 2º, empregou-se a palavra “cachoeira” no sentido ( ) denotativo ( ) conotativo. c. Agora, explique o humor crítico presente nesta charge, considerando justamente o aspecto plurissignificativo das palavras. 11 Norma padrão e variedades linguísticas Cada um de nós começa a aprender sua língua em casa, em contato com a família, imitando o que ouve e apropriando-se, aos poucos, do vocabulário e das leis combinatórias da língua. Em contato com outras pessoas, na rua, na escola, no trabalho, observamos que nem todos falam como nós. Há pessoas que falam de modo diferente por serem de outras cidades ou regiões do país, ou por terem idade diferente da nossa, ou por fazerem parte de outro grupo ou classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as variedades linguísticas. Variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta, conforme as condições culturais, sociais, regionais e históricas em que é usada. Todas as variedades são corretas, desde que estejam adequadas à situação discursiva em que se apresentam e de que permitam com eficiência a comunicação entre as pessoas. Apesar disso, uma dessas variedades, a norma padrão ou norma culta, tem maior prestígio social. É a variedade linguística ensinada na escola, utilizada na maior parte dos livros e revistas, em textos científicos e didáticos, em alguns programas de televisão, etc. As demais variedades — como a regional, a gíria, o jargão de grupos ou profissões — são chamadas genericamente de norma popular. O ensino da língua culta, na escola, não tem a finalidade de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou em nossa comunidade. Ao contrário, o domínio da língua culta, somado ao domínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados para nos comunicarmos. Assim, saber usar uma língua equivale a saber empregá-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais de que participamos. Dialetos e registros Há dois tipos básicos de variação linguística: os dialetos e os registros. Os dialetos são variedades originadas das diferenças de região ou território, de idade, de sexo, de classes ou grupos sociais e da própria evolução histórica da língua. As variações de registro ocorrem de acordo com: o modo de expressão - se é um registro oral ou escrito; a sintonia entre os interlocutores, que envolve aspectos como graus de cortesia, respeito, tecnicidade (domínio de um vocabulário específico de algum setor científico, por exemplo), etc. o grau de formalismo existente na situação: formal: linguagem cuidada, sempre na variante padrão. informal: é o caso de comunicação entre membros de uma família ou amigos, em situação sem muita formalidade, podendo valer-se da variedade padrão ou popular. coloquial: aparece no diálogo entre pessoas íntimas, no dia a dia, em situações sem nenhuma formalidade. Caracteriza-se por abreviações (tá, né, tô), frases curtas, gírias, etc. Gíria e jargão A gíria é uma das variedades que uma língua pode apresentar. Quase sempre é criada por um grupo social, como o dos fãs de rap, de heavy metal, os dos que praticam certas lutas, como capoeira, etc. Quando ligada a profissões, a gíria é chamada de jargão. É o caso do jargão dos jornalistas, dos médicos, dos policiais, dos economistas e de outras profissões, que popularmente chamamos “internetês”, “economês”, “juridiquês”, etc. Exercícios 1. Com base na tirinha, responda: a. O emprego do registro coloquial nas falas das personagens está adequado ao contexto social da tira. Justifique essa afirmativa. b. Reescreva as duas falas em que aparecem essas expressões, de acordo com a norma padrão da língua. 10 11 2. Com base neste texto, responda: a. Qual o assunto desse texto ? b. Grande parte das falas encontra-se no registro ( ) formal ( ) informal ( ) coloquial c. Tal registro está adequado ao contexto da tira? Justifique. Intertextualidade Intertexto é a citação de um texto por outro, é um diálogo entre textos. Com frequência, um texto retoma passagens de outro, seja de maneira explícita - por meio de citações diretas - ou de modo mais sutil, implícito, realizando uma paráfrase ou uma paródia. Assim, a compreensão do sentido de um texto, muitas vezes, é diretamente proporcional à bagagem cultural do leitor. “Quanto mais se lê, mais se amplia a competência para apreender o diálogo que os textos travam entre si por meio de referências, citações, alusões.” (PLATÃO & FIORIN, 1991, p. 20 ) A citação A citação é uma referência direta a outros textos, em que se respeita integralmente o texto de origem, ou seja, transcreve-se ipsis litteris o que está escrito no texto original. Deve-se conservar mesmo a grafia de textos antigos ou que, eventualmente, contenham algum erro. Nesse caso, escreve-se a expressão latina sic, entre parênteses ou colchetes, logo após a citação. É imprescindível, portanto, indicar o autor do referido texto, assim como de qual obra foi retirado. Por meio da citação, o emissor pretende criar, para o leitor/receptor, os efeitos de sentido de veracidade e credibilidade e, em casos específicos, o de argumento de autoridade. Geralmente, uma citação aparece indicada pelo uso das aspas. Veja, no Hino Nacional Brasileiro, de 1890, um exemplo disso, em que se citam versos do famoso poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias: [...] Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores". A paráfrase A paráfrase (do grego para-phrasis, continuidade ou repetição de uma sentença) é a reafirmação em palavras diferentes, do mesmo sentido de um texto. Consiste no desenvolvimento explicativo de um dado texto, não em seu resumo, em que se comunica a mesma mensagem, sem nada acrescentar ou omitir do texto original. Ocorre, portanto, uma referência indireta ao texto de origem. A paráfrase é muito diferente do plágio, em que o texto é transcrito fielmente ou sem quase nenhuma alteração, o que é proibido. Com a paráfrase, o emissor também pretende criar, para o receptor, o efeito de sentido de credibilidade, mas não o de veracidade, já que altera a forma do texto original. Ainda em casos específicos, busca-se criar o efeito de argumento de autoridade. Observe, neste outro artigo da revista Exame, como o autor Fábio Steinberg faz uso de uma paráfrase: Segundo Alsop, metade das empresas americanas ainda ignora o desafio. No Brasil, onde se lança até carro com nome de presidente mexicano, é urgente a leitura do livro. Começando por quem se considera ícone da comunicação empresarial. A paródia Já a paródia, conforme dito, é mais comum em criações artísticas, seja nos textos literários, publicitários ou nos de humor e sátira. Enquanto a paráfrase e a citação buscam reiterar o sentido do texto original, a paródia pretende modificar, polemizar ou até mesmo contestar o texto a que se refere. Todavia, também pode buscar criar, no leitor, efeito de sentido de credibilidade, ao se associar a renomadas referências em quaisquer campos de conhecimento. Vejamos alguns exemplos de obras que parodiam a consagrada pintura Mona Lisa (1503-1506), do italiano Leonardo da Vinci. Mona Lisa Mona Lisa Monicalisa Leonardo da Vinci ( 1503-1506 ) Fernando Botero (1977) Maurício de Souza (2000) 12 13 Exercícios 1. Leia este trecho de uma notícia veiculada no jornal “Estadão” online (30/06/14), escrita por Ligia Formenti, e responda ao que se pede: Mortalidade materna cai apenas 1,7 % no país [...] Disponível em http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,mortalidade-materna-cai-apenas-1-7-no-pais,1520826 a. Transcreva 2 intertextos feitos pela jornalista e classifique-os. b. Qual(is) o(s) efeito(s) de sentido pretendidos pela autora ao produzir esses intertextos? c. Qual o autor dos textos originais? 2. Leia esta tirinha e responda: a. No 3o quadrinho, o humor é construído por meio de um jogo feito entre os significados de uma palavra do 2o quadrinho. Que palavra é essa e que sentido assume no último quadrinho? b. Por que o texto do 2º e do 3º quadrinho aparece escrito entre aspas ? http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,mortalidade-materna-cai-apenas-1-7-no-pais,1520826 3. Com base no texto O olhar também precisa aprender a enxergar, de Luís Augusto Fischer, responda: Há uma historinha adorável, contada por Eduardo Galeano, escritor uruguaio, que diz que um pai, morador lá do interior do país, levou seu filho até a beira do mar. O menino nunca tinha visto aquela massa de água infinita. Os dois pararam sobre um morro. O menino, segurando a mão do pai, disse a ele: “Pai, me ajuda a olhar”. Pode parecer uma espécie de fantasia, mas deve ser a exata verdade, representando a sensação de faltarem não só palavras, mas também capacidade para entender o que é que estava se passando ali. Agora imagine o que se passa quando qualquer um de nós para diante de uma grande obra de arte visual: como olhar para aquilo e construir seu sentido na nossa percepção? Só com auxílio mesmo. Não quer dizer que a gente não se emocione apenas por ser exposto a um clássico absoluto, um Picasso ou um Niemeyer(...). Quer dizer apenas que a gente pode ver melhor se entender a lógica da criação. a. Quando conta a história do escritor uruguaio, Luís Fischer está fazendo uma paráfrase, uma citação ou uma paródia ? Justifique sua resposta. b. Relacionando a história contada pelo escritor uruguaio com “o que se passa quando qualquer um de nós para diante de uma grande obra de arte”, o autor do presente texto defende a ideia de que: ( ) a beleza natural e a beleza artística provocam distintas reações de nossa percepção. ( ) a educação do olhar leva a uma percepção compreensiva das coisas belas. ( ) a beleza artística é tanto mais intensa quanto mais espelhe a beleza natural. ( ) a educação do olhar devolve ao adulto a espontaneidade da percepção das crianças. 4. Com base nesta tirinha, responda ao que se pede: a. Identifique e classifique a intertextualidade, justificando sua resposta. b. Por meio dessa intertextualidade, a tira defende a seguinte ideia: ( ) Exigência da inserção adequada do homem no mercado de trabalho. ( ) Crítica à difícil situação dos trabalhadores ativos e aposentados. ( ) Aprofundamento do problema social do desemprego e do subemprego. ( ) Menosprezo governamental com relação a questões ecologicamente corretas. 14 Na semana passada comemorei trinta anos de casamento. Recebemos dezenas de congratulações de nossos amigos, algumas com o seguinte adendo assustador: "Coisa rara hoje em dia". De fato, 40% de meus amigos de infância já se separaram, e o filme ainda nem terminou. Pelo jeito, estamos nos esquecendo da essência do contrato de casamento, que é a promessa de amar o outro para sempre. Muitos casais no altar acreditam que estão prometendo amar um ao outro enquanto o casamento durar. Mas isso não é um contrato. Recentemente, vi um filme em que o mocinho terminava o namoro dizendo "vou sempre amar você", como se fosse um prêmio de consolação. Banalizamos a frase mais importante do casamento. Hoje, promete-se amar o cônjuge até o dia em que alguém mais interessante apareça. "Eu amarei você para sempre" deixou de ser uma promessa social e passou a ser simplesmente uma frase dita para enganar o outro. Contratos, inclusive os de casamento, são realizados justamente porque o futuro é incerto e imprevisível. Antigamente, os casamentos eram feitos aos 20 anos de idade, depois de uns três anos de namoro. A chance de você encontrar sua alma gêmea nesse curto período de pesquisa era de somente 10%, enquanto 90% das mulheres e homens de sua vida você iria conhecer provavelmente já depois de casado. Estatisticamente, o homem ou a mulher "ideal" para você aparecerá somente, de fato, depois do casamento, não antes. Isso significa que provavelmente seu "verdadeiro amor" estará no grupo que você ainda não conhece, e não no grupinho de cerca de noventa amigos da adolescência, do qual saiu seu par. E aí, o que fazer? Pedir divórcio, separar-se também dos filhos, só porque deu azar? O contrato de casamento foi feito para resolver justamente esse problema. Nunca temos na vida todas as informações necessárias para tomar as decisões corretas. As promessas e os contratos preenchem essa lacuna, preenchem essa incerteza, sem a qual ficaríamos todos paralisados à espera de mais informação. Quando você promete amar alguém para sempre, está prometendo o seguinte: "Eu sei que nós dois somos jovens e que vamos viver até os 80 anos de idade. Sei que fatalmente encontrarei dezenas de mulheres mais bonitas e mais inteligentes que você ao longo de minha vida e que você encontrará dezenas de homens mais bonitos e mais inteligentes que eu. É justamente por isso que prometo amar você para sempre e abrir mão desde já dessas dezenas de oportunidades conjugais que surgirão em meu futuro. Não quero ficar morrendo de ciúme cada vez que você conversar com um homem sensual nem ficar preocupado com o futuro de nosso relacionamento. Nem você vai querer ficar preocupada cada vez que eu conversar com uma mulher provocante. Prometo amar você para sempre, para que possamos nos casar e viver em harmonia". Homens e mulheres que conheceram alguém "melhor" e acham agora que cometeram enorme erro quando se casaram com o atual cônjuge esqueceram a premissa básica e o espírito do contrato de casamento. O objetivo do casamento não é escolher o melhor par possível mundo afora, mas construir o melhor relacionamento possível com quem você prometeu amar para sempre. Um dia vocês terão filhos e ao colocá-los na cama dirão a mesma frase: que irão amá-los para sempre. Não conheço pais que pensam em trocar os filhos pelos filhos mais comportados do vizinho. Não conheço filho que aceite, de início, a separação dos pais e, quando estes se separam, não sonhe com a reconciliação da família. Nem conheço filho que queira trocar os pais por outros "melhores". Eles aprendem a conviver com os pais que têm. Casamento é o compromisso de aprender a resolver as brigas e as rusgas do dia a dia de forma construtiva, o que muitos casais não aprendem, e alguns nem tentam aprender. Obviamente, se sua esposa se transformou numa megera ou seu marido num monstro, ou se fizeram propaganda enganosa, a situação muda. Para aqueles que querem ter vantagem em tudo na vida, talvez a saída seja postergar o casamento até os 80 anos. Aí, você terá certeza de tudo. Leitura como prática enunciativa 1. tema (conteúdo, tese, referente) Para uma leitura eficaz, é preciso identificar x título (nome, opcional inclusive) 2. fato x opinião 3. ponto de vista Exercícios 1. Leia este texto, de Stephen Kanitz, para responder ao que se pede: O contrato de casamento 5 10 15 20 25 30 35 40 45 15 a. Identifique o tema e o ponto de vista defendido. b. No primeiro parágrafo, há uma expressão empregada conotativamente. Transcreva-a e explique seu sentido no contexto. c. Que informação está pressuposta na frase “Hoje, promete-se amar o cônjuge até o dia em que alguém mais interessante apareça.” (l. 9)? Que termo permite tal pressuposição? d. Com base na leitura feita, é correto afirmar que o objetivo principal do texto é ( ) informar as vantagens de um casamento sólido, de muitos anos. ( ) desmontar as razões por que as pessoas devem ser casar. ( ) provocar reflexão sobre o compromisso firmado no casamento. ( ) denunciar alguns perigos gerados por casamentos precoces. e. Com base na leitura do texto, é correto afirmar que a noção de contrato nele defendida é a de: ( ) documento formal e oficial resultante de um acordo entre duas ou mais pessoas que se associam. ( ) acordo entre pessoas que transferem uma à outra algum direito e que se sujeitam a algumas obrigações. ( ) pacto em que as partes revelam inabilidade e incapacidade de assumir obrigações recíprocas. ( ) compromisso assumido por duas pessoas, que depende do futuro para se firmar e aperfeiçoar. f. Assinale a alternativa em que a palavra destacada não pode ser substituída pela palavra entre colchetes, porque essa substituição altera o sentido original do texto. ( ) recebemos dezenas de congratulações de nossos amigos, algumas com o seguinte adendo assustador... (linhas 1-2) {acréscimo}. ( ) Sei que fatalmente encontrarei dezenas de mulheres mais bonitas e mais inteligentes que você ao longo de minha vida..(linhas 25-27) {inexoravelmente} ( ) homens e mulheres que conhecerem alguém “melhor” {...} esqueceram a premissa básica e o espírito do contrato de casamento. (linhas 32-34) {dedução} ( ) para aqueles que querem ter vantagem em tudo na vida, talvez a saída seja postergar o casamento até os 80 anos. (linhas 45-46) {adiar}. g. Assinale a alternativa em que o texto transcrito não apresenta uma opinião. ( ) nunca temos na vida todas as informações necessárias para tomar as decisões corretas. (l. 20-21). ( ) antigamente, os casamentos eram feitos aos 20 anos de idade [...] três anos de namoro. (l. 13-14). ( ) obviamente, se sua esposa se transformou numa megera ou seu marido num monstro, [...] muda. (l. 43-45) ( ) casamento é o compromisso de aprender a resolver as brigas e as rusgas do dia a dia de forma (l. 42-43) 2. Leia o texto abaixo e, a seguir, responda às questões. A explosão dos computadores pessoais, as “infovias”, as grandes redes – a Internet e a World Wide Web – atropelaram o mundo. Tornaram as leis antiquadas, reformularam a economia, reordenaram prioridades, redefiniram os locais de trabalho, desafiaram constituições, mudaram o conceito de realidade e obrigaram as pessoas a ficar sentadas, durante longos períodos de tempo, diante de telas de computadores, enquanto o CD- Rom trabalha. Não há dúvidas de que vivemos a revolução da informação e, diz o professor do MIT, Nicholas Negroponte, “revoluções não são sutis”. a. Transcreva a frase em que há um intertexto, classificando-o quanto ao tipo. b. No texto, a expressão que sintetiza ( resume ) os efeitos da revolução operada pela informática é: ( ) “atropelaram o mundo” ( ) “tornaram as leis antiquadas” ( ) “reformularam a economia” ( ) “redefiniram os locais de trabalho” ( ) “desafiaram constituições” c. A expressão “revoluções não são sutis” indica: ( ) a natureza efêmera das revoluções. ( ) o caráter radical das revoluções. ( ) a negação dos benefícios decorrentes das revoluções. ( ) a natureza precária das revoluções. 16 Organização textual e discursiva Os sinais de pontuação Os sinais de pontuação são recursos que usamos – na escrita – para auxiliar na organização das ideias, podendo indicar também a entonação adequada na leitura a fim de deixar claro o sentido da frase e/ou destacar algum elemento. Exercícios 1. Estas frases organizadas adequadamente resultam num texto informativo. Ordene-as, então, de modo que haja uma lógica na apresentação das informações e depois divida-as em parágrafos. Alimenta-se de ervas, folhas, pequenos ramos e cascas de árvores, chegando a comer 500 quilos de alimento por dia. Com 12 anos, está apto para procriar. O elefante é o maior animal terrestre. Pesa de 4700 a 6000 kg. Quase sempre nasce uma única cria, mas, às vezes, podem nascer gêmeos. A fêmea dá à luz de 4 em 4 anos, e a gestação dura cerca de 22 meses. É considerado adulto quando atinge 25 anos e a maioria vive aproximadamente 60 anos. O elefante cheira, bebe e come com a tromba. Todo esse peso é visto nas selvas da Índia ou nas florestas e savanas da África. 2. Reescreva o texto abaixo, restabelecendo a ordem lógica dos períodos, sabendo que o primeiro e o último deles (em itálico) foram mantidos em suas posições corretas: A década de 80 deixou saudades na Continental 2001, líder do mercado brasileiro de fogões: nunca a empresa, fundada há 67 anos, cresceu tanto. O programa de qualidade e produtividade, até então restrito à produção, chegou às áreas administrativas. Muitos serviços foram terceirizados, entre os quais os de ferramentaria, restaurante e dos trinta postos próprios de assistência técnica. Seu pedaço de mercado chegou a 30%, e ela deixou para trás concorrentes como a Brastemp e a Dako. Os lucros se sucediam no balanço. Diante da luz vermelha, decidiu-se que era hora de reestruturar. Só que, como não há bem que nunca se acabe, os tempos de fartura terminaram em 1991, quando a empresa colheu prejuízo de 5,6 milhões de dólares. Só com esta medida, a empresa economizou 2 milhões de dólares. 3. Estes trechos, se ordenados, compõem um texto. Assinale a opção que mostra a ordem coerente. ( ) O primeiro desses presidentes foi Getúlio Vargas, que soube promover, com êxito, o modelo de substituição de importações e abriu o caminho da industrialização brasileira, colocando, em definitivo, um ponto final na vocação exclusivamente agrária herdada dos idos da colônia. ( ) Hoje, depois de todo esse percurso, o Brasil é uma economia que mantém a enorme vitalidade do passado, porém, há mais de duas décadas, procura, sem encontrar, o fio para sair do labirinto da estagnação e retomar novamente o caminho do desenvolvimento e da correção dos desequilíbrios sociais, que se agravam a cada dia. ( ) Com JK, o país afirmou a sua confiança na capacidade de realizar e pôde negociar em igualdade com os grandes investidores internacionais, mostrando, na prática, que oferecia rentabilidade e segurança ao capital. ( ) Em mais de um século, dois presidentes e um ciclo recente da economia atraíram as atenções pelo êxito nos programas de desenvolvimento. ( ) Juscelino Kubitschek veio logo depois com seu programa de 50 anos em 5, tornando a indústria automobilística uma realidade, construindo moderna infraestrutura e promovendo a arrancada de setores como a siderurgia, o petróleo e a energia elétrica. ( ) 3º - 2º - 4º - 5º - 1º ( ) 2º - 3º - 5º - 1º - 4º ( ) 2º - 5º - 4º - 1º - 3º ( ) 3º - 5º - 2º - 1º - 4º . ? ! : ... , ; – 17 Não, tenha piedade. Não tenha piedade. 4. Empregue a vírgula adequadamente em cada uma das frases abaixo: Esse assunto na minha opinião é muito polêmico. Não ele nunca viajou ao exterior. Crianças jovens e adultos foram ver o espetáculo. — Chefinho posso sair mais cedo amanhã ? / — Não senhor. Precisando de mim procure-me ou melhor telefone-me. 5. Agora, faça o mesmo neste texto: No mundo real de aço tijolo e gente o avião da TAM caiu uma vez só. Foi em São Paulo bem perto do Aeroporto de Congonhas. Mas na televisão pelas telas do Brasil inteiro o mesmo avião se destroçou centenas de vezes. Reconstituições animadas chamas em câmera lenta tudo se fez para prolongar o terror. Por que é que tem de ser assim ? (Eugênio Bucci. Veja, 13 nov., 1996.) 6. Explique a diferença de sentido entre estes pares de frases por conta da vírgula. 7. Reescreva a frase “Luís o gerente pediu demissão.”, usando a vírgula de modo que assuma o sentido de: a. Luís é o gerente e pediu demissão. b. Luís é avisado sobre o fato de que o gerente pediu demissão. 8. Explique o humor na imagem ao lado, por conta do uso da vírgula. A coesão textual Quando lemos com atenção um texto bem construído, não nos perdemos por entre os enunciados que o constituem, nem perdemos a noção de conjunto. Isso ocorre porque é possível perceber a conexão existente entre seus vários segmentos e compreender que todos estão interligados entre si. A essa conexão interna dá-se o nome de coesão. Assim, um texto tem coesão quando seus vários enunciados estão articulados entre si, quando estabelecem concatenação, a qual não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre esses enunciados. Essas relações de sentido são manifestadas, sobretudo, por certa categoria de palavras, as quais são chamadas conectivos ou elementos coesivos. Sua função no texto é exatamente a de pôr em evidência as várias relações de sentido existentes. São várias as palavras que, num texto, assumem a função de elemento de coesão, por exemplo: as preposições (a, de, para, com, por, etc.), os pronomes (ele, ela, seu, sua, este, esse, aquele, que, o qual, etc.) e os advérbios (aqui, aí, lá, assim, etc). O papel dos elementos de coesão O que se coloca como mais importante no uso desses elementos de coesão é que cada um deles tem um valor próprio. Além de ligarem partes do discurso, estabelecem certo tipo de relação semântica, isto é, de significado: causa, finalidade, conclusão, contradição, condição, etc. Ao escrever, deve-se ter o cuidado de usar o elemento apropriado para exprimir o tipo de relação que se quer estabelecer. 18 Maria foi defendida, quando brigava pelos professores. Maria foi defendida, quando brigava, pelos professores. Esses elementos não são formas vazias que podem ser substituídas entre si, sem nenhuma consequência. Pelo contrário, são formas linguísticas portadoras de significado e, exatamente por isso, não podem ser usadas sem critério. Abaixo, observe as relações que os principais conectivos estabelecem: TABELA DOS PRINCIPAIS CONECTIVOS E SEUS SIGNIFICADOS IDEIAS CONECTIVOS causa / explicação porque, pois, por, porquanto, dado, visto, como, por causa de, devido à, em vista de, em virtude de, em face de, em razão de, já que, visto que, uma vez que, dado que consequência / conclusão então, tão, tal, tamanho, logo, portanto, pois, assim, por isso, de modo que, de forma que, de maneira que, de sorte que, tanto que, assim sendo, sendo assim, por conseguinte, portanto finalidade para, porque, para que, a fim de que, a fim de, com o propósito de, com a intenção de, com o intuito de condição se, caso, mediante, sem, salvo, contanto que, a não ser que, a menos que, exceto se oposição branda mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto concessão / oposição embora, conquanto, muito embora, apesar de, a despeito de, se bem que, mesmo que, ainda que, por mais que, por muito que, não obstante, malgrado a, em que pese, posto que comparação como, qual, do mesmo modo que, como se, assim como, tal como tempo quando, enquanto, apenas, ao, mal, logo que, antes que, depois que, desde que, cada vez que, todas as vezes que, sempre que, assim que proporção à proporção que, à medida que conformidade conforme, segundo, consoante, como, de acordo com, em conformidade com alternância ou, nem... nem, ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja adição e, nem (adição negativa), não só... mas também, tanto... como, não apenas... como adição + conclusão aliás, ainda, além do mais, além de tudo, além disso restrição que gradação mesmo, até, até mesmo, ao menos, pelo menos, no mínimo retificação / esclarecimento isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras, ou melhor 19 Há que se observar ainda o uso dos pronomes demonstrativos (esse/essa/isso, este/esta/isto, aquele/aquela/aquilo) para fazerem referência a elementos do discurso que já foram ou que serão citados: SITUAÇÃO USO EXEMPLO Quando se resgata um elemento... Usa-se “esse” (essa, isso e plural) ou suas flexões Acertei todo o exercício. Esse não me causa mais dúvidas. Quando se anuncia um elemento... Usa-se “este” (esta, isto e plural) ou suas flexões Nunca fiz isto: não admitir meus erros. Quando se resgatam dois elementos... Usam-se “este” (e flexões) para o mais próximo e “aquele” (aquela, aquilo) para o mais distante no discurso. Professores e alunos precisam entrar em um acordo. Estes querem o adiamento das provas; aqueles permanecem irredutíveis. ou O estudo da medicina envolve atividades práticas e teóricas. Estas fornecem as bases para o entendimento daquelas. Quando se resgatam três elementos... Usa-se “este” para o mais próximo (o último), “esse” para o do meio (o penúltimo) e “aquele” para o mais distante (o mencionado primeiro). Professores, alunos e pais estavam na reunião. Estes ficaram atentos; esses, em silêncio enquanto aqueles explicavam o projeto a ser desenvolvido na escola. Exercícios 1. Assinale o período em que ocorre a mesma relação de sentido indicada pelos termos de coesão em destaque em “A atividade científica é tão natural quanto qualquer outra atividade econômica”. ( ) Ele era tão aplicado, que, em pouco tempo, foi promovido. ( ) Quanto mais estuda, menos aprende. ( ) Sabia a lição tão bem como eu. ( ) Todos estavam exaustos, tanto que se recolheram logo. 2. Escolha, nos parênteses, a expressão adequada para preencher as lacunas: O professor de inglês não veio ______________ telefonou. ( quando, embora, nem, ainda ) _________________ não lutarmos, nada se modificará. ( segundo, mesmo que, se, porém ) Vim apenas, _____________ havia me comprometido. ( pois, todavia, se, isto é ) 3. Nestes trechos, há problemas de coesão por causa do mau uso dos elementos que a estabelecem. Substitua a palavra ou expressão inadequada (em destaque) por outra correta. Se necessário, faça as alterações lexicais cabíveis. a. Uma seca terrível assolou a região sul, principal celeiro do país, porém, vai faltar alimento e os preços vão disparar. b. Vai faltar alimento e os preços vão disparar, mas uma seca terrível assolou a região sul, principal celeiro do país. c. Boa parte dos alunos mora muito longe, vai à escola com fome, onde ocorre o grande número de evasões. 20 4. Com base nesta tira de Luís Fernando Veríssimo, responda às questões propostas: a. No 2º quadrinho, o pai da moça conta à esposa o ocorrido. Dos itens que seguem, indique aquele que traduz o valor de sentido da palavra aí no contexto: ( ) consequência ( ) causa ( ) sequência temporal ( ) condição b. A que elementos da história se referem os pronomes ele e la ? c. O 3º quadrinho é introduzido pela conjunção e, que geralmente tem valor aditivo. No contexto da tira, porém, ela assume outro valor. Dos itens que seguem, qual deles traduz o valor na tirinha? ( ) Explicação ( ) Oposição ( ) Conclusão ( ) Causa 5. Empregue os elementos que estão entre parênteses, estabelecendo a coesão adequada: todavia – para – mesmo – quando – que – em que Em tempos como este, crises abalam todos os setores do país, é comum buscar soluções imediatistas para problemas complexos, ou transferir as responsabilidades para um grupo ou classe. A pena de morte como solução da criminalidade no país é um desses casos. Proclamam seus defensores a pena aplicada a um criminoso serviria de exemplo que outros não cometessem o mesmo erro. Já ficou provada a ineficiência da pena, se visa a esse fim, na experiência de alguns Estados norte-americanos, no início do século XX. 6. Com base nesta música Regra Três, de Vinicius de Moraes, responda ao que se pede: Tantas você fez que ela cansou porque você, rapaz, abusou da regra três onde menos vale mais Da primeira vez ela chorou Mas resolveu ficar É que os momentos felizes Tinham deixado raízes no seu penar Depois perdeu a esperança porque o perdão também cansa de perdoar a. A que elemento do texto se refere o pronome seu em cada um dos versos abaixo? “Tinham deixado raízes no seu penar” - ______________________________________________________ “Pois vai curtir seu deserto, vai.” ____________________________________________________________ b. Na 3ª estrofe, o elemento de coesão pois estabelece uma relação de: ( ) tempo ( ) oposição ( ) consequência ( ) explicação ( ) causa c. Se reescrevêssemos o verso “porque o perdão também cansa de perdoar”, mantendo a mesma relação de sentido estabelecida pelo elemento de coesão sublinhado, a opção correta seria: ( ) ainda que o perdão também canse de perdoar ( ) visto que o perdão também cansa de perdoar ( ) onde o perdão também cansa de perdoar ( ) quando o perdão também cansa de perdoar Tem sempre o dia em que a casa cai Pois vai curtir seu deserto, vai. Mas deixe a lâmpada acesa Se algum dia a tristeza quiser entrar E uma bebida por perto Porque você pode estar certo que vai chorar 21 7. Com base neste texto, responda às questões propostas. PODERÍAMOS VIVER SEM CHUVA? À primeira vista, parece que a chuva devia cair sempre à noite, porque é precisamente quando mais benefícios traz e menos prejudica nossos afazeres e divertimentos; mas quer ela caia em dias de festa ou à noite, enquanto dormimos tranquilamente, a chuva é sempre necessária. Seus efeitos consistem em penetrar na terra e ser absorvida pelas raízes das plantas, que dela necessitam para viver. Se não houvesse chuva, a vida só seria possível no mar. Nas regiões onde não há chuva, não há também vida, e noutras onde a chuva escasseia ou só cai em certas estações do ano, as populações esperam-na e desejam-na, e até há costume de elevar preces ao céu para que a envie em tempo próprio. Devemos ver na chuva, por consequência, um agente que limpa e purifica o ar, alimenta a vida vegetal, da qual depende a nossa, e nos fornece a água de que necessitamos durante todo o ano nas regiões onde chove bastante. a. Indique a expressão a que se referem os seguintes termos coesivos: seus (linha 4) _________________________________________________________________________ dela (linha 4) _________________________________________________________________________ onde (linha 5) _________________________________________________________________________ na (linha 7) ___________________________________________________________________________ da qual (linha 10) ______________________________________________________________________ b. Identifique as relações sintático-semânticas (de sentido) que se estabelecem no texto por meio dos seguintes conectivos: porque (linha 1) _________________________________________________________________________ mas (linha 2) ___________________________________________________________________________ enquanto (linha 3) _______________________________________________________________________ para que (linha 7) ________________________________________________________________________ e (linha 10) _____________________________________________________________________________ 8. Assinale a opção que NÃO representa uma continuação coesa e coerente para o trecho abaixo. É preciso garantir que as crianças não apenas fiquem na escola, mas aprendam, e o principal caminho para isso, além de investimentos em equipamentos, é o professor. É preciso fazer com que o professor seja um profissional bem remunerado, bem preparado e dedicado, ou seja, investir na cabeça, no coração e no bolso do professor. (Trecho adaptado de Cristovam Buarque, O Estado de S.Paulo, 09/7/2003) ( ) Qualquer esforço dessa natureza já tem sido feito há muitos anos e comprovou que os resultados são irrelevantes, pois não há uma importação de tecnologia educacional. ( ) Tal investimento não custaria mais, em 15 anos, do que o equivalente a duas Itaipus. ( ) Esse esforço financeiro custaria muito menos do que o que será preciso gastar daqui a 20 ou 30 anos para corrigir os desastres decorrentes da falta de educação. ( ) Isso custaria muitas vezes menos que o que foi gasto para criar a infraestrutura econômica. ( ) Um empreendimento dessa natureza exige como uma condição preliminar: uma grande coalizão nacional, entre partidos, lideranças, Estados, Municípios e União, todos voltados para o objetivo de chegarmos a 2022, o segundo centenário da Independência, sem a vergonha do analfabetismo. 9. “Hungria, Holanda e Camarões não tinham grande tradição, e surpreenderam o mundo.” Essa frase não terá seu sentido alterado se substituirmos o “e” sublinhado por: ( ) assim como ( ) ao passo que ( ) caso em que ( ) onde ( ) no entanto 22 23 Coerência textual A palavra coerência provém do latim cohaerentia (formada do prefixo co = junto com + o verbo haerere = estar preso). Significa, pois, conexão, união estreita entre várias partes, relação entre ideias que se harmonizam, ausência de contradição. É a coerência que distingue um texto de um aglomerado de frases. Num texto, uma ideia ajuda a compreender a outra, para se criar um sentido global. Assim sendo, a coerência é a responsável pela continuidade de sentidos entre as partes de um texto; é a relação que se estabelece entre essas partes, a fim de formarem uma unidade de sentido. Cabe ressaltar que a coesão é um dos elementos responsáveis pela coerência num texto, mas não é indispensável, nem é o único elemento. Pode-se ter um texto sem elementos expressos de coesão que, no entanto, é coerente, levando-se em conta seu contexto ou relações intertextuais. Por sua vez, existe também outro aspecto da coerência, que está subordinado principalmente ao texto argumentativo. Numa argumentação, o ponto de vista deve ser defendido com dados e exemplos que o comprovem, e não que o contradigam. São necessárias, portanto, a clareza e a precisão das ideias expostas. Por exemplo, se um texto parte da premissa de que todos são iguais perante a lei, ele cai na incoerência se defender posteriormente o privilégio de alguns profissionais não estarem obrigados a pagar impostos, visto que uma ideia contradiz a outra. Desse modo, uma das formas mais comuns de incoerência é a provocada pela ambiguidade não intencional. Quando ela ocorre num texto informativo ou argumentativo, que exigem clareza e unidade de interpretações, ela se torna um problema, devendo ser evitada e/ou corrigida. Por exemplo, em “Candidato condena reunião na TV”, há ambiguidade, pois não se sabe se: Outra situação em que isso pode ocorrer é quando um elemento de coesão foi empregado de tal forma que num certo contexto pode referir-se a 2 termos antecedentes distintos, provocando ambiguidade e constituindo uma ruptura coesiva. É preciso, portanto, tomar cuidado para que o leitor possa perceber claramente a que termo se refere esse elemento. Por exemplo, em Via ao longe o sol e a floresta, que tingia a paisagem com suas variadas cores, o uso do pronome relativo que provoca ambiguidade, já que pode estar se referindo a sol ou a floresta. Exercícios 1. No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete: a. A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Explique essa ambiguidade. b. Considerando o objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação: ( ) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase. ( ) A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha. ( ) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência. ( ) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase. ( ) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase. 2. O humor dessa tirinha centra-se num enunciado ambíguo. Explique como se esperava que tal enunciado fosse compreendido e de que modo ele foi, de fato, interpretado. o candidato condenou a reunião que aconteceu na TV. ou o candidato, quando estava na TV, condenou uma reunião não especificada na frase. CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE 24 3. Nesta anedota, o humor se estabelece pela ocorrência de uma frase que permite duas interpretações. Dois meninos falam de suas aspirações e um deles diz: Eu sonho ganhar 20 mil por mês, como meu pai. Teu pai ganha 20 mil por mês ? Não, ele também sonha ganhar. a. Dê as duas interpretações possíveis. b. Reescreva a frase, desfazendo a dupla interpretação. 4. Encontre a ambiguidade nas frases a seguir e corrija-as de acordo com os contextos possíveis: Precisa-se de babá para cuidar de criança de 17 a 25 anos. Eu casaria com você, Verinha, se tivesse um pouco de dinheiro. O rapaz admirava a garota que dançava com olhar tristonho. Renato, Marco saiu com a sua irmã. 5. Neste recorte de jornal, há um trecho em destaque no qual há um problema de coerência provocado pela falta de precisão vocabular. Identifique-o e corrija-o. 6. Leia a tira abaixo, do cartunista Laerte, e responda ao que se pede: a. Pela pergunta do personagem Tadeu, deduzimos que ele não vendeu as mercadorias da loja. Então, o que ele provavelmente fez ? Baseado em que fato chegamos a essa conclusão ? b. Desse modo, pode-se dizer que houve uma certa coerência nessa atitude dele ? Justifique sua resposta. 7. (UNICAMP) O comentário seguinte faz parte de uma reportagem sobre um decreto assinado pelo, na época, presidente José Sarney, que tornava eliminatórios os exames de língua portuguesa e redação nos exames vestibulares. "Os estudantes que pretendem ingressar na UNICAMP, no próximo vestibular, concordam com o decreto do governo. Estão reclamando, apenas, que a Universidade de Campinas está exigindo a leitura de um livro que entrará no exame inexistente no Brasil: A Confissão de Lúcio, de Mário de Sá Carneiro." ( Isto é Senhor, n. 991, 14/9/88 ). a. Conforme redigido, o texto contém uma passagem ambígua, que pode ter mais de uma interpretação. Identifique essa passagem e explique seus dois sentidos possíveis. b. Em seguida, reescreva-a de forma a tomar clara a interpretação pretendida pela revista. 25 Referências bibliográficas ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Disponível em http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23 Acesso em jan. 2019. BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. CARVALHO, J. A. Gramática Superior da Língua Portuguesa. 3 ed. Brasília: Thesaurus, 2014. CEREJA, W. R. Texto e interação. 3 ed. São Paulo: Atual, 2009. ______ ; COCHAR, T. M; CLETO, C. Interpretação de textos: construindo competências e habilidades em leitura. 2 ed. São Paulo: Atual, 2012. CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3 ed. São Paulo: Scipione, 2008. CITELLI, A. O. Palavras, meios de comunicação e educação. São Paulo: Cortez, 2006. ______; COSTA, M. C. C. (orgs.). Educomunicação: construindo uma nova área de conhecimento. São Paulo: Paulinas, 2011. FARACO & MOURA. Gramática Nova. São Paulo: Ática, 2007. GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 27. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2010. GUIMARÃES. T. de C. (org.) Língua Portuguesa I. São Paulo: Pearson, 2014. HOUAISS A, VILLAR M de S, FRANCO FM de. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1ª reimpressão ( com alterações ). Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. KOCH, Ingedore Villaça. A interação pela linguagem. 11 ed. São Paulo: Contexto, 2013. LUFT, Celso P. A vírgula. São Paulo: Ática, 2002. MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 2 ed. São Paulo: Parábola editorial, 2013. MOYSÉS, C. A. Língua Portuguesa: atividades de leitura e produção de texto. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. PASQUALE, C. N. Inculta & bela. 2 ed. São Paulo: Publifolha, 1999. POSSENTI, S. A cor da língua e outras croniquinhas de linguista. São Paulo: Mercado das Letras, 2001. SAVIOLI & FIORIN. Para entender o texto: leitura e redação. 17 ed. São Paulo: Ática, 2007. ______. Lições de texto: leitura e redação. 5 ed. São Paulo: Ática, 2010. SAUTCHUK, I. Perca o medo de escrever: da frase ao texto. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2017. SCHOCAIR, N. M. Português Jurídico. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. TERCIOTTI, S. H. Português na prática. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2016. VIANA, A. C. ( coord. ); VALENÇA, A., CARDOSO, D. P., MACHADO, S. M. Roteiro de redação: lendo e argumentando. São Paulo: Scipione, 2006. YOUTUBE – Canal de Cristina Van Opstal. Disponível em http://www.youtube.com/user/Cricaaaaa/videos?view=pl Acesso em jan. 2019. http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23 http://www.youtube.com/user/Cricaaaaa/videos?view=pl
Compartilhar