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Capítulo 244 Exercícios de Reforço 50. (UF-ES) Um caminhão-tanque com capacidade para 10 000 litros é cheio de gasolina quando a temperatura é de 30 °C. Qual a redução de volu- me sofrida pelo líquido ao ser descarregado numa ocasião em que a temperatura é de 10 °C? O coeficiente de dilatação volumétrica da gasolina é igual a 9,6 · 10–4 °C–1. a) 0,96 litro. d) 96 litros. b) 1,92 litro. e) 192 litros. c) 9,6 litros. 51. (Cesgranrio-RJ) Um petroleiro recebe uma carga de 1,0 · 106 barris de petróleo (1,6 · 105 m3) no golfo Pérsico, a uma temperatura de aproximada- mente 50 °C. Qual a perda em volume, por efeito de contração térmica, que esta carga apresenta, quando descarregada no sul do Brasil, a uma temperatura de cerca de 20 °C? O coeficiente de expansão (dilatação) térmica do petróleo é apro- ximadamente igual a 1 · 10–3 °C–1. a) 3 barris. d) 3 · 103 barris. b) 3 · 101 barris. e) 3 · 104 barris. c) 3 · 102 barris. 52. Um frasco de volume interno V 0 está totalmente cheio com um líquido de coeficiente de dilatação cúbica γ, estando o conjunto à temperatura θ 0 . Aquecendo-se o conjunto até a temperatura θ, observa-se que transborda do frasco um volume de líquido igual a V 1 . Sabendo que o coeficiente de dilatação linear do material de que é feito o frasco é igual a α, podemos afirmar que: a) V 1 = V 0 (θ – θ 0 )(γ – α) b) V 1 = V 0 · θ(α – γ) c) V 1 = V 0 (γ – 3α)(θ – θ 0 ) d) V 1 – V 0 (2α – γ)(θ – θ 0 ) e) V 1 = V 0 (θ – θ 0 )(3α – γ) 53. (AFA-SP) Um recipiente tem capacidade de 3 000 cm3 a 20 °C e está completamente cheio de um deter- minado líquido. Ao aquecer o conjunto até 120 °C, transbordam 27 cm3. O coeficiente de dilatação aparente desse líquido, em relação ao material de que é feito o recipiente, é, em ºC–1, igual a a) 3,0 · 10–5 b) 9,0 · 10–5 c) 2,7 · 10–4 d) 8,1 · 10–4 54. (AFA-SP) Um frasco de vidro, cujo volume é 2 000 cm3 a 0 °C, está completamente cheio de mercúrio a esta temperatura. Sabe-se que o coeficiente de dilatação volumétrica do mercúrio é 1,8 · 10–4 °C–1 e o coeficiente de dilatação linear do vidro de que é feito o frasco é 1,0 · 10–5 °C–1. O volume de mercúrio que irá entornar, em cm3, quando o conjunto for aquecido até 100 °C, será: a) 6,0 b) 18 c) 36 d) 30 55. (Unesp-SP) Nos últimos anos temos sido alerta- dos sobre o aquecimento global. Estima-se que, mantendo-se as atuais taxas de aquecimento do planeta, haverá uma elevação do nível do mar causada, inclusive, pela expansão térmica, cau- sando inundação em algumas regiões costeiras. Supondo, hipoteticamente, os oceanos como sis- temas fechados e considerando que o coeficiente de dilatação volumétrica da água é aproximada- mente 2 · 10–4 °C–1 e que a profundidade média dos oceanos é de 4 km, um aquecimento global de 1 °C elevaria o nível do mar, devido à expan- são térmica, em aproximadamente, a) 0,3 m d) 1,1 m b) 0,5 m e) 1,7 m c) 0,8 m 8. Dilatação aparente No laboratório de Ciências, para medirmos o volume de um líquido usamos um frasco graduado, como esta proveta da figura 11. Ela veio graduada de fábrica e geralmente isso é feito à temperatura ambiente, convencionada em 20 °C. Assim, nessa temperatura, o volume lido em sua graduação está correto. Na figura 11, sendo mL a unidade de volume da graduação e estando a 20 °C, podemos ler o volume do líquido: 60 mL. Se aquecermos o sistema (frasco + líquido) haverá dilatação de ambos. O tamanho da unidade de volume impressa no frasco fica aumentado e o volume lido não vai cor- responder à realidade. Será um volume aparente. Precisamos fazer uma correção. Esse será o nosso estudo neste item. 80 70 60 50 40 30 20 10 100 90 Figura 11. Frasco graduado – proveta. z A P t Dilatação térmica 45 Correção da leitura Consideremos um líquido contido num frasco de volumetria cuja capacidade de di- visão (entre duas marcas consecutivas da graduação) é C, na temperatura de graduação (por exemplo, 20 °C), que admitiremos ser a inicial. Se a leitura correspondente ao nível livre do líquido é L (fig. 12), o volume inicial é: V i = L · C L C Figura 12. Volume ini- cial V i = L · C. ObsERvAçãO A grandeza C, que aparece na equação V i = L · C, geralmente representa um volume unitário entre duas graduações. No entanto, um frasco pode estar graduado de 5 m𝓵 em 5 m𝓵 ou de 10 m𝓵 em 10 m𝓵. Em qualquer situação o volume será dado pelo produto da leitura L pelo valor de C. Por exemplo, se entre duas marcas consecutivas a unidade de volume é C = 1 m𝓵 e a leitura é L = 20, devemos ler um volume inicial V i = 20 m𝓵. Ocorrendo a variação de temperatura Δθ, estabelecido o equilíbrio térmico, o nível livre do líquido passa a corresponder à leitura L' (fig. 13). Se não levarmos em conta que a capacidade de divisão do frasco se alterou de C para C', teremos para o líquido um volume final aparente: V ap = L' · C Exemplificando, se a nova leitura for L' = 23 com a capacidade de divisão mantida em C = 1 mℓ, teremos V ap = 23 m𝓵. Chamamos dilatação aparente do líquido, para a variação de temperatura Δθ, a diferença entre o volume final aparente do líquido e seu volume inicial: ΔV ap = V ap – V i 1 Nos exemplos numéricos sugeridos acima, teremos: ΔV ap = 23 – 20 ⇒ ΔV ap = 3 m𝓵 A dilatação aparente é, evidentemente, muito fácil de ser determinada, pois corres- ponde numericamente à simples diferença (L' – L) entre as leituras final e inicial. Demonstra-se que a dilatação aparente obedece a uma lei análoga à da dilatação real, isto é, a variação aparente de volume (ΔV ap ) é diretamente proporcional ao volume inicial (V i ) e à variação de temperatura (Δθ). ΔV ap = γ ap · V i · Δθ 2 A constante de proporcionalidade γ ap é denominada coeficiente de dilatação apa- rente do líquido, para o frasco em que se encontra. Sua unidade também é o recípro- co da unidade e temperatura (ºC–1, ºF–1, K–1). Esse coeficiente de dilatação aparente relaciona-se com o coeficiente de dilatação real γ e com o coeficiente de dilatação volumétrica do sólido por: γ ap = γ – γ s 3 Considerando que ΔV ap = V ap – V i , substituindo na equação acima, obtemos: V ap – V i = γ ap · V i · Δθ V ap = V i + γ ap · V i · Δθ V ap = V i (1 + γ ap · Δθ) 4 O termo adimensional (1 + γ ap · Δθ) é o binômio de dilatação aparente do líquido para o frasco em que se encontra e para a variação de temperatura Δθ sofrida. L' C' Figura 13. Volume final aparente (V ap = L' · C) e real (V f = L' · C'). IL U St r A ç õ ES : zA Pt Capítulo 246 Demonstração da igualdade 2 Consideremos a figura 14, onde se mostra a dilatação (exagerada) da distância entre duas marcas consecutivas da escala da proveta. teremos um novo volume unitário C'. V f = L' C' = Vap L' C (1 + γ s · Δθ) = V ap (1 + γ s · Δθ) 1 V f = V i (1 + γ · Δθ) 2 De 1 e 2 temos: V ap (1 + γ s · Δθ) = V i (1 + γ · Δθ) ou V ap = V i 1 + γ · Δθ 1 + γ s · Δθ 3 Mas: 1 + γ · Δθ 1 + γ s · Δθ = (1 + γ · Δθ) · [1 – γs · Δθ] (1 + γ s · Δθ) · [1 – γ s · Δθ] = 1 – γs · Δθ + γ · Δθ – γ · γs (Δθ)2 1 – γ2 s · (Δθ)2 ≅ ≅ 1 – γ s · Δθ + γ · Δθ = 1 + (γ – γ s ) Δθ pois γ · γ s (Δθ)2 e γ s 2 (Δθ)2 são pequenos em comparação com os outros termos. Substituindo em 3 , obtemos: V ap = V i 1 + γap (γ – γ s ) Δθ = V i [1 + γ ap · Δθ] ou ΔV ap = V i · γ ap · Δθ ObsERvAçãO Usualmente, para a determinação experimental do coeficiente de dilatação real do líquido, utilizamos a relação γ = γap + γs. Realmente, sendo dado o coeficiente de dilatação volumétrica do material do frasco γs, o valor do coeficiente de dilatação aparente é facilmente obtido na experiência, pois ΔVap corresponde numericamente à variação do nível líquido (L' – L). Da equação ΔVap = γap · Vi · Δθ, tiramos o valor de γap, que, somado ao valor γs, nos dá o coeficienteprocurado. Usualmente, para a determinação experimental do coeficiente de dilatação real do líquido usamos: γreal = γap + γfrasco 4 ΔVap = γap · Vi · Δθ 5 C L V i = LC L' V ap = L'C V f = L'C' C' (a) Antes. (b) Depois. Figura 14. 56. Um frasco de vidro foi graduado em cm3, a 20 °C. Coloca-se dentro do frasco um líquido a 20 °C até atingir a marca de 400 cm3. Quando o con- junto é aquecido até 120 °C, observa-se que o líquido atinge a marca de 408 cm3. Sabendo que o coeficiente de dilatação cúbica do vidro é γV = 27 · 10 –6 °C–1, calcule o coeficiente de dilatação cúbica real do líquido e o volume real do líquido a 120 °C. Resolu•‹o: temperatura inicial: θi = 20 °C temperatura final: θf = 120 °C ⇒ Δθ = 100 °C Exercícios de Aplicação 400,0 θ i = 20 ¼C Figura a. V i = volume inicial real = 400 cm3 408,0 θ f = 120 ¼C Figura b. V ap = volume aparente final = 408 cm3 À temperatura de 120 °C, o líquido atinge a marca de 408 cm3 (fig. b). Porém, essa marca não nos dá o volume real do líquido, mas sim o volume IL U St r A ç õ ES : zA Pt