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Lentes esféricas 305 O e. p. O e. p. Figura 12. Raios de luz que atravessam a lente delgada pelo centro óptico O. Podemos enunciar então a seguinte propriedade, válida para as lentes delgadas: Todo raio de luz que incide na lente delgada, passando pelo seu centro óptico O, consegue atravessá-la sem sofrer nenhum desvio. 5. Focos de uma lente esférica delgada o foco da lente convergente Consideremos uma lente delgada convergen- te. se fizermos incidir nela um feixe de luz estrei- to, constituído de raios paralelos ao eixo principal e muito próximos dele, após a refração, todos os raios emergentes convergirão para um mesmo ponto F', denominado foco da lente. esses raios paralelos e próximos do eixo principal são denomi- nados paraxiais (fig. 13). repetindo a experiência anterior, agora fazen- do a luz incidir na lente pelo outro lado, isto é, da direita para a esquerda, como ilustra a figura 14, notaremos que a luz refratada converge para um ponto F, sobre o eixo principal, revelando, assim, a existência de um segundo foco. os focos da lente divergente Vamos repetir o experimento anterior, agora usando uma lente divergente. Fazendo incidir so- bre ela um estreito feixe cilíndrico de luz, consti- tuído de raios paralelos ao eixo principal e muito próximos deste (paraxiais), os respectivos raios emergentes terão prolongamento passando por um único ponto F'. esse ponto é um dos focos da lente divergente e sua natureza é virtual (fig. 15a). se fizermos o mesmo do outro lado da lente, ob- teremos o outro foco F (fig. 15b). F' e. p. F e. p. Figura 13. F ' é um dos focos da lente convergente. Ele se en- contra sobre o eixo principal. Figura 14. F é o outro foco da lente. FF' FF' (a) (b) Figura 15. Os focos da lente divergente. iL u st r A ç õ es : zA Pt usando-se as lentes delgadas o desvio é praticamente nulo. temos: (a) (b) Capítulo 12306 Distância focal Os dois focos encontrados são simétricos em rela- ção ao centro óptico da lente. A distância do foco ao centro óptico denomina-se distância focal e será indi- cada por f. essa propriedade vale para as duas lentes, convergente e divergente. os pontos antiprincipais Considere um ponto objeto A sobre o eixo de uma lente delgada, tal que sua posi- ção dista do centro óptico o dobro da distância focal, 2f. sua imagem, A', coinciden- temente também dista do centro óptico 2f, estando situada do lado oposto da lente. essa propriedade de simetria entre A e A' somente acontece para essa posição. nós a demonstraremos mais adiante no item 8, quando estudarmos o foco secundário, ou ainda no item 9, quando estudarmos a equação de Gauss. F f f O F' F' f f O F F f f ff OA F' A' F f f ff OF' AA' Figura 16. A distância fo- cal da lente convergente. Figura 17. A distância fo- cal da lente divergente. Figura 18. Pontos antiprincipais da lente convergente: A é ponto objeto real; A' é ponto imagem real. Figura 19. Pontos antiprincipais da lente divergente: A é ponto objeto virtual; A' é ponto imagem virtual. 6. resumo das propriedades geométricas A seguir vamos resumir as propriedades mais importantes das lentes delgadas e as- sim definir também os raios notáveis, tal como fizemos com o espelho esférico. Todo raio de luz incidente (RI) que atravessa a lente, passando pelo seu centro óptico, prossegue sem desvio como raio emergente (RE) (figuras 20a e 20b). Todo raio de luz que incide (RI) na lente, paralelamente ao eixo principal, emerge da lente como raio emergente (RE), passando, efetivamente (fig. 21a) ou por meio do prolongamento (fig. 21b), por um foco principal. F O RE RI F' F O RE RI F' Figura 20. (a) Lente convergente. (b) Lente divergente. Figura 21. (a) Lente convergente. (b) Lente divergente. F RE RI F' O F RE RI F' O iL u st r A ç õ es : zA Pt Lentes esféricas 307 Todo raio de luz que incide (RI) na lente, passando por um foco, efetivamente (fig. 22a) ou por meio do prolongamento (fig. 22b), emerge (RE) da lente paralelamente ao eixo principal. 7. Determinação de imagens Para determinarmos a imagem de um objeto vamos proceder de modo análogo ao que fizemos com os espelhos planos e esféricos: elaboraremos um método para deter- minar a imagem de cada um de seus pontos e contornaremos a figura. Determinação da imagem de um objeto puntiforme A imagem de um objeto puntiforme será obtida com a mesma estratégia usada nos espelhos esféricos: traçamos dois raios notáveis, e os respectivos raios emergentes da len- te nos darão a imagem. inicialmente vamos determinar apenas a imagem de um ponto objeto fora do eixo principal da lente. Mais adiante colocaremos o ponto objeto sobre o eixo principal. Figura 22. (a) Lente convergente. (b) Lente divergente. F RE RI F' O F RE RI F' O Consideremos uma lente convergente e um ponto objeto lumino- so P colocado diante dela, fora do eixo principal, como nos mostra a figura 23a. Para determinarmos a sua imagem, usaremos a seguinte estratégia: 1. Traçamos um raio de luz, r 1 , partindo de P e incidindo na lente, paralelamente ao eixo principal. O raio emergente r' 1 , refratado, passará pelo foco F'. 2. Traçamos um segundo raio de luz, r 2 , partindo de P, passando pelo foco F e incidindo na lente. O raio emergente r' 2 , refratado, será paralelo ao eixo principal. 3. A intersecção dos dois raios emergentes nos dá o ponto P', imagem de P. Observemos que o ponto P' é um ponto imagem real, pois foi de- terminado pela intersecção efetiva de dois raios de luz emergentes. Os pontos imagens reais de uma lente situam-se do lado oposto ao da incidência da luz. Numa linguagem mais clara: ficam atrás da lente. exemplo 3 A F F' A' P O r 2 r 1 r' 2 r' 1 A F F' A' P' P O Figura 23. Determinação da imagem de um pequeno objeto extenso A imagem de um objeto em forma de um pequeno segmento de reta PQ, colocado frontalmente a uma lente, será feita de um modo muito simples: basta determinarmos a imagem de seus dois extremos, P'Q', como mostraremos no exemplo a seguir. iL u st r A ç õ es : zA Pt (a) (b)
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