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EDUCAÇÃO INFANTIL NA CONTEMPORANEIDADE

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1 
 
 
EDUCAÇÃO INFANTIL NA CONTEMPORANEIDADE 
1 
 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
EDUCAÇÃO INFANTIL NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA .......... 3 
A CONTEMPORANEIDADE E O FAZER PEDAGÓGICO NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL................................................................................... 7 
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL NA CONTEMPORANEIDADE
 ...................................................................................................................... 10 
A CONSTRUÇÃO DA BRINCADEIRA .............................................. 14 
PEQUENO HISTÓRICO DE EVOLUÇÃO DOS BRINQUEDOS ........ 18 
OS BRINQUEDOS EA INFLUÊNCIA DA MÍDIA ................................ 20 
AS CRIANÇAS E O BRINQUEDO NA SOCIEDADE ......................... 22 
CONTEXTUALIZANDO A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL ........ 25 
A EDUCAÇÃO INFANTIL NA CONTEMPORANEIDADE BRASILEIRA
 ...................................................................................................................... 27 
REFERÊNCIA .................................................................................... 30 
 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
EDUCAÇÃO INFANTIL NA SOCIEDADE 
CONTEMPORÂNEA 
A nova concepção educacional que marca a educação na sociedade 
contemporânea caracteriza-se por um olhar mais atento quanto às diferenças 
entre adultos e criança e a educação torna-se fator de grande importância. 
Destacamos, nesse contexto, a figura de Jean Jacques Rousseau, cuja influência 
na educação dos tempos modernos foi tão grande, que, na opinião de Mayer 
(1976), podemos dividir a sua história em antes e depois deste pensador. 
Ao deixar claro que o começo e o fim da educação não é o homem adulto e sim 
a criança, Rousseau (1995) alerta que deveriam ser consideradas, sobretudo, as 
tendências inatas do indivíduo, e aponta para a necessidade de educar a criança 
conforme sua natureza infantil, ressaltando o brincar como atividade essencial 
nesse processo. 
Para Mayer (1976, p. 309), “mais que qualquer outra pessoa antes dele, 
Rousseau defendeu os ideais do romantismo, que aplicou à educação”, 
acreditando na bondade inata dos indivíduos, e direcionando a educação no 
sentido da potencialização dos atributos humanos. Rousseau foi um dos pioneiros 
a demonstrar que a criança pensava, via e sentia de forma diferente do adulto; 
desse modo, chama a atenção para o fato de que o processo educacional deve 
observar as peculiaridades do pensamento infantil, abolindo toda a artificialidade 
e repressão. 
O autor define as bases da educação da criança, inaugurando uma noção de 
infância que caracteriza essa fase específica da vida humana. Para o autor, a 
infância pode ser caracterizada como um tempo ainda não corrompido pela 
sociedade, um tempo que ainda preserva a pureza e a inocência, e esses 
atributos devem ser cultivados pela educação. A pedagogia deve assim nortear-
se pela natureza essencialmente boa da criança, que, com o auxílio da razão, 
tornar-se-á apta ao convívio social. 
O destaque à liberdade na educação das crianças pequenas e suas ideias 
educacionais, acrescidos dos ensinamentos formam a base sobre a qual se 
organiza a educação das crianças no período posterior. Nesta mesma perspectiva 
Rousseau, preocupou-se com a formação do homem propondo um sistema 
pedagógico cuja finalidade era propiciar à infância a aquisição do conhecimento 
de forma natural e intuitiva, destacando a importância de psicologizar a 
4 
 
 
educação, de modo que esta possa estruturar-se em função das necessidades de 
crescimento e desenvolvimento da criança. Suas ideias vão contribuir, em grande 
medida, para a organização do pensamento educacional do século seguinte. 
Froebel (1981) inaugura na Alemanha, em 1837, o primeiro jardim de infância, 
atendendo crianças de condições, socioeconômicas diversificadas e disseminando 
a concepção de que todas as crianças, não importando a qual classe social 
pertencesse, tinham capacidade de desenvolvimento semelhante, desde que a 
escola suprisse as suas deficiências. 
O novo sentimento de infância que se formou entre os educadores e moralistas 
dessa época inspirou toda a educação posterior. Tornava-se necessário conhecer 
a criança em sua natureza infantil para poder corrigi-la, e, para que isso fosse 
possível, era preciso penetrar na sua mentalidade para melhor adaptar os 
métodos educacionais. Assim, a partir dessa época, surge o sentido da 
peculiaridade infantil, o conhecimento da psicologia da criança e a consequente 
preocupação com o método educativo adaptado a essa psicologia. 
A infância torna-se uma prioridade e é extremamente valorizada. As crianças 
passam a receber maior atenção da família e da sociedade; do mesmo modo, 
passam a ser concebidas como futuras mãos de obra devido à proliferação das 
fábricas, adquirindo um valor nunca antes alcançado, pois representavam 
potencialmente, uma riqueza econômica. 
Surgem medidas visando combater a mortalidade infantil, medidas essas que se 
consolidam em torno da necessidade da existência e manutenção do Estado. O 
entendimento é que o Estado necessita ser mantido com o trabalho do homem 
e, de acordo com esses princípios, destaca Ponce (1996), a educação torna-se 
“o processo mediante o qual as classes dominantes preparam na mentalidade e 
na conduta das crianças as condições fundamentais da sua própria existência”. 
Detendo o domínio dos meios de produção, a burguesia domina também, com 
sua moral, ideias e educação, consolidando-se a divisão social dos dois tipos de 
ensino: um para o povo e outro para as camadas burguesas e aristocráticas, “de 
um lado as crianças foram separadas das mais velhas e do outro os ricos foram 
separados dos pobres” (ÁRIES, 1981). 
5 
 
 
Nessa perspectiva, diferente das épocas anteriores, quando os instrumentos de 
trabalho eram primitivos e as técnicas rudimentares, o acesso à escolarização 
mantinha um vínculo estreito com as camadas privilegiadas da sociedade. A 
escola tem agora por finalidade formar indivíduos aptos para a competição no 
mercado, por meio de uma educação primária voltada, também, para as massas 
populares. 
A Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX potencializa a necessidade de 
preparação de mão de obra para as indústrias, trazendo para o interior destas 
um grande número de mulheres. 
Sua participação crescente no mercado de trabalho, como já mencionamos, 
modifica a estrutura familiar e, consequentemente, a função de cuidar dos filhos 
que até então lhe pertencia, passa para a sociedade, propiciando o surgimento 
de asilos e creches. 
Impregnadas por uma concepção assistencialista, essas instituições constituem 
os embriões das creches e pré-escolas contemporâneas.Constatamos assim, que a introdução das manufaturas e posteriormente das 
fábricas, com uma produção cada vez mais acelerada, não só repercutiu nos 
negócios da burguesia, mas também nos métodos educativos. As técnicas 
educativas decorrentes das concepções psicológicas mecanicistas resultaram em 
uma orientação educacional em que as crianças eram obrigadas a “suportar a 
fadiga e a tortura de uma educação que atribuía à inteligência da criança mais 
importância que sua espontaneidade” (PONCE, 1996). 
Apenas a partir de 1900, com os trabalhos de Decroly (1986); Montessori (1965) 
e Piaget (1996) dentre outros, é que surgem ações educacionais mais 
familiarizadas com as especificidades da infância, privilegiando a sua socialização 
em substituição ao individualismo característico da velha escola. No final do 
século XIX e decorrer do século XX, grandes mudanças vão ocorrer no campo 
educacional, especialmente na Europa e Estados Unidos. A burguesia liberal 
consolida sua hegemonia, promove a ruptura do domínio da Igreja sobre a 
educação e as escolas tornam-se laicas; ou seja, as modificações no processo 
produtivo que tiveram consequências imediatas na área social, exigem mudanças 
também na área educacional. Nesse contexto, os avanços na área da 
6 
 
 
Antropologia, Psiquiatria e os trabalhos de laboratório propiciam o surgimento de 
uma didática mais familiarizada com a alma infantil. As concepções de 
aprendizagem mecânica que dominaram o cenário educacional vão perdendo 
suas forças, fazendo emergir, de acordo com Ponce (1996, p. 160), uma nova 
técnica que se propunha a “aumentar o rendimento do trabalho escolar, cingindo-
se à personalidade biológica e psicológica da criança”. 
Cresce a crítica à rigidez dos velhos programas e horários e aos exames 
desnecessários; e, nesse clima, postula-se que é preciso considerar a 
personalidade do aluno, priorizar seus interesses e sua socialização. Assim, tal 
como acontecia nas fábricas em que se verificou a necessidade de haver 
cooperação no trabalho, os técnicos da nova didática incorporaram essa 
sugestão. Como resultado, observa-se que, ao contrário do individualismo que 
caracterizava as ações educacionais na velha escola, temos a socialização da 
nova. 
A partir de sua epistemologia genética é possível identificar quatro estágios de 
evolução mental na criança. Em cada estágio, o pensamento e o comportamento 
infantil se caracterizam por uma forma específica de conhecimento e raciocínio. 
Esses estágios são o sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e 
operatório formal. Seus estudos sobre a evolução do pensamento infantil levaram 
Piaget a recomendar aos adultos que adotassem uma abordagem educacional 
diferente ao lidar com crianças. 
Na visão piagetiana, as crianças são as próprias construtoras ativas do 
conhecimento, constantemente criando e testando suas teorias sobre o mundo. 
Ele forneceu uma percepção sobre as crianças que serve como base de muitas 
linhas educacionais atuais; e o seu pensamento, bastante difundido no Brasil na 
década de 1970, influenciou educadores e provocou mudanças na forma como 
eram conduzidas as ações educativas em substituição à teoria pedagógica 
tradicional. 
Na opinião de Piaget (1996), o desenvolvimento da inteligência e a construção 
do conhecimento – processos indissociáveis – são o resultado da atividade 
biológica dos indivíduos e sua capacidade de adaptação ao meio circundante. A 
construção da inteligência segue trajetória idêntica àquela que permite aos seres 
vivos manterem o equilíbrio com o seu meio e sobreviverem. 
7 
 
 
O conhecimento na visão piagetiana resulta de uma necessidade que, colocando 
o indivíduo frente a uma dificuldade, o obriga a modificar seus conhecimentos 
anteriores para superá-la; e, nesse sentido, conhecer é um processo de criação. 
A sua oposição ao paradigma empirista, no tocante à construção do 
conhecimento, leva-o a afirmar que este não pode ser transmitido de fora, mas 
antes, tem de ser construído ou reconstruído pelo sujeito, do mesmo modo que 
não pode ser explicado apenas pelas influências externas –ambiente, sociedade 
e cultura –. A construção do conhecimento por parte dos seres humanos tem de 
ser estudada a partir do interior do sujeito, posto que este se constrói como 
processo interno. 
 
A CONTEMPORANEIDADE E O FAZER PEDAGÓGICO NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
No contexto da educação infantil, o educador pode facilmente perceber que, 
desde bem pequenas, as crianças apresentam atitudes de interesse em descobrir 
o mundo que as cerca. A atitude curiosa, a busca de respostas que se manifestam 
nas perguntas frequentes e a inquietude característica da infância, provocando 
nos profissionais a disposição para estimular e orientar as experiências por elas 
vivenciadas. 
A partir dessas constatações, o educador contemporâneo poderá programar 
atividades pedagógicas que desenvolvam os conceitos que as crianças já estão 
constituindo, e que estas sejam adequadas às suas possibilidades reais e também 
potenciais, permitindo afirmar que a ação educativa deve ser antes de tudo 
refletida, planejada e posteriormente avaliada. 
O fazer pedagógico no contexto da educação infantil na 
contemporaneidade deve ser criativo, flexível, atendendo às individualidades 
sem perder de vista o coletivo. Pensar sobre isto implica reinventar 
cotidianamente o fazer pedagógico, para que neles se deem as interações do 
sujeito com o mundo físico e social, oportunizando-lhe 
8 
 
 
construir/desconstuir/reconstruir os conhecimentos necessários à sua condição 
de cidadão. 
Assumindo essa perspectiva, o educador infantil precisa: Compreender a 
Instituição de Educação Infantil como espaço coletivo, em parceria com a família 
e a comunidade; Assumir que tem um papel fundamental no processo de 
inserção e acolhimento das crianças e de suas famílias na instituição; Respeitar 
e valorizar os direitos e as necessidades das crianças em relação à educação e 
aos cuidados próprios desta faixa etária; Organizar o trabalho com as crianças 
de acordo com suas especificidades e necessidades; Considerar, no 
planejamento do trabalho, a formação humana da criança, integrando os 
aspectos físicos, cognitivos, afetivos e sociais, históricos e culturais; Reconhecer 
o brincar como a principal atividade da criança e as suas múltiplas linguagens 
(musical, gestual, corporal, plástica, oral, escrita, etc) como suas formas 
privilegiadas de interagir no mundo. 
O educador é o mediador, aquele que possibilita à criança estabelecer 
relações com o objeto do conhecimento, organizando espaços e tempos em que 
se articulem recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas 
da criança, possibilitando integrar os conhecimentos recém adquiridos àqueles 
já existentes. 
É função da escola propiciar aos indivíduos experiências e informações 
que enriqueçam seu repertório e favoreçam o seu desenvolvimento, bem como 
procedimentos metodológicos que permitam integrar sucessivamente os 
conhecimentos recém adquiridos àqueles que a criança já detém. Isto implica, 
necessariamente, trabalhar com o instrumental que a criança dispõe ao longo do 
seu desenvolvimento, ou seja, com as formas de intervir e apreender o real. 
Nessa direção, é necessário conceber a educação infantil como um espaço onde 
se busca a acessibilidade indiscriminada aos elementos da cultura, como forma 
de enriquecimento e inserção cultural, assim como para criar situações 
favorecedoras de aprendizagens diversificadas. 
No contexto particular da educação infantil, o conteúdo dessas experiências 
enriquecidas por meio da inserção dos jogos, brinquedos e brincadeiras, propicia 
as condições necessárias às constantes ressignificações rumo à construção do 
9 
 
 
conhecimento. Do mesmo modo, o conteúdo das situações de aprendizagem 
propostas no cotidiano da educação infantil torna-se importante ferramentapossibilitadora do desenvolvimento das capacidades infantis, viabilizando a 
compreensão sobre o mundo circundante. 
Falar em pressupostos teórico metodológico na educação infantil remete, 
necessariamente à psicologia sócio-histórica, elaborada por Vygotsky e 
colaboradores, que ganha força nos meios acadêmicos nos anos de 1990. Esta 
teoria viabiliza uma nova compreensão dos processos de desenvolvimento 
infantil e do papel que o adulto exerce como mediador na apreensão do 
conhecimento por parte das crianças pequenas e permite compreender a criança 
como sujeito interativo, histórico e social. 
Os princípios defendidos por Vygotsky (2001) trazem importantes contribuições 
para a educação ao apontar no desenvolvimento da criança a Zona de 
Desenvolvimento Proximal (ZDP), que no entendimento do autor refere-se: 
[…] aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo 
de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão presentemente em 
estado embrionário. Essas funções poderiam ser chamadas de “brotos” ou 
“flores” do desenvolvimento, ao invés de frutos do desenvolvimento. O nível de 
desenvolvimento real caracteriza o desenvolvimento mental retrospectivamente, 
enquanto a zona de desenvolvimento proximal caracteriza o desenvolvimento 
mental prospectivamente (VYGOTSKY,2001, p. 97). 
Sob este aspecto, o papel do professor consiste em intervir nesta zona, 
provocando avanços que espontaneamente não ocorreriam. Nesse sentido, a 
prática pedagógica direcionada às crianças deve considerar a forma como a 
criança aprende e se desenvolve. Para isso, é necessário inserir estratégias que 
envolvam o brincar infantil, uma vez que esta é a atividade principal nesse 
estágio de desenvolvimento. 
Em síntese, uma atividade principal é aquela que, no transcurso do seu 
desenvolvimento, governa as mudanças mais significativas nos processos 
psíquicos e no desenvolvimento dos traços da personalidade infantil em certo 
estágio da vida da criança; caracteriza-se por ser aquela em cuja forma surgem 
outros tipos de atividade diferenciados; é também aquela na qual processos 
psíquicos particulares são reorganizados; é, finalmente, aquela da qual 
10 
 
 
dependem, de forma íntima, as principais mudanças psicológicas na 
personalidade infantil, observadas em um certo período de desenvolvimento. 
 
 
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL NA 
CONTEMPORANEIDADE 
 
Através das brincadeiras, e de um olhar especial do educador ao planejar e 
ministrar os conteúdos, o ensino pode se tornar agradável para a criança, 
tornando a aprendizagem mais prazerosa, significativa e atraente. É função do 
educador da educação infantil dinamizar as aulas, desenvolvendo o lúdico e a 
socialização nas crianças. 
A utilização do lúdico na escola atual traz muitas vantagens para o sucesso do 
aluno , pois ele é um impulso natural da criança e do adolescente, o que já é 
uma grande motivação, pois eles (crianças e adolescentes) obtêm prazer, e seu 
esforço para alcançar o objetivo da aula é voluntário e espontâneo, sendo assim, 
a aula que possui o lúdico como um dos seus métodos de aprendizagem, está 
voltada para o interesse das crianças , mas não pode fugir das regras do ensino 
aprendizagem e nem dos objetivos pretendidos, pois é a através das brincadeira 
que a criança desenvolve seu raciocínio logico , bem como instiga e compreende 
o mundo que o cerca. 
Já é comprovado que quando os professores trabalham atividades de forma 
lúdica na escola as vantagens para a qualidade e para o desempenho dos alunos 
melhora, aumentando a permanência com sucesso do aluno na escola, pois 
estas atividades geram um impulso natural no aluno, tornando-o mais motivado 
para realizar as outras atividades propostas pelo professor. É que por meio de 
brincadeiras livres que a criança da educação infantil interage, experimentam, 
manuseiam fazem imitações de situações cotidianas. Entretanto, é por meio de 
atividades lúdicas dirigidas pelo professor, que elas aprendem uma nova 
variedade de brincadeira. 
11 
 
 
De acordo com FREIRE (2002) ensinar não é transferir conhecimento, mas criar 
as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Sendo assim, 
através do lúdico o educador da educação infantil pode proporcionar essa 
produção e construção do conhecimento. 
A escola é uma instituição de ensino onde o aluno desperta a curiosidade pelos 
jogos educativos e a possibilidade de combiná-los de forma livre com os jogos 
organizados. Sendo assim o professor desempenha papel essencial na questão 
do lúdico, pois além de transmitir conhecimentos, direcional e influencia a 
personalidade do educando. 
O professor contemporâneo, precisa estar aberto para aceitas novas estratégias 
de ensino, precisam ser competentes e dinâmicos, sendo assim a as atividades 
lúdicas devem ser prioridades em seu planejamento de ensino. O professor deve 
mesclar sua metodologia de ensino, visando desperta a curiosidade e o 
aprendizado significativo da criança. 
É função do professor instigar a criança, criando situações novas e adequadas 
para despertar o gosto e a curiosidade do aluno, visando uma aprendizagem 
significativa. O professor é uma figura especial na visão da criança da educação 
infantil e das séries iniciais, ser criativa, usar estratégias que despertem a 
curiosidade da criança é fundamental para a melhoria da qualidade do 
rendimento escolar. 
Através das brincadeiras as crianças passam a conhecer suas próprias limitações 
e as relação recíproca que existe entre os outros, compreende o meio social, suas 
diferenças e seus comportamentos. Conhecem e identificam objetos em um 
contexto, isto, é fazem o uso cultural, visando o desenvolvimento da linguagem 
e da narrativa, para trabalhar com o imaginário. Usando o imaginário as crianças 
aprendem a inventar, brincar, correr, jogar mantendo um bom equilíbrio no 
mundo em que vive (SILVA, 2003) 
O ato de brincar leva a criança a socialização e a interação e a se relacionar de 
maneira coerente no meio social, com outras pessoas que estão ao seu meio, 
como os brinquedos e consigo mesmo Um dos objetivos das brincadeiras é levar 
uma educação, nova dinâmica e atraente, tendo a ludicidade como uma 
estratégia de ensino, que facilita a aprendizagem psicomotora afetiva e cognitiva 
da criança, desenvolvendo sentimentos e emoções bons. (SILVA, 2003). 
12 
 
 
O ato de brincar é o meio mais prático e verdadeiro para auxiliar nas relações 
cognitivas, afetivas e psicomotoras das crianças. É o caminho mais fácil para 
transmissão de conhecimento. A atividade lúdica é uma ferramenta facilitadora 
do ensino aprendizagem, tem valor um valor educativo intrínseco, gera condições 
para que a criança instigue e integre-se com seus colegas e resolva alguns 
conflitos. É considerada um recurso didático de valor importância no processo de 
ensino-aprendizagem, torna o atrativo, melhora o relacionamento das crianças 
durante as aulas. O professor precisa estar atendo para descobrir as habilidades 
de cada aluno, pois na sala de aula encontramos crianças; tímidas, as que tem o 
poder de liderança, as criativas as mais inteligentes, entre outras qualidades. 
Os jogos são metodologias que favorecem diversas atividades, bem como pode 
tornar a sala de aula um ambiente de construção de conhecimentos. A 
aprendizagem do conteúdo, nos dias atuais vão além das explicações do 
professor, sendo assim as brincadeiras tem papel relevante para a construção do 
conhecimento. Ensinar brincando, permite que a criança use sua liberdade de 
expressão, de pensar e de criar e recriar situações novas, desenvolvendo assim 
sua plenitude. 
É na atividade lúdica que o educando desenvolve sua habilidade de subordinar-
se a uma regra, mesmo quando um estimulo direto o impede a fazer algo 
diferente. “Dominar as regras significa dominar seu próprio comportamento, 
aprendendo a controlá-lo, aprendendoa subordiná-lo a um propósito definitivo”. 
(SILVA, 2003, p.12). 
Diante disso percebe-se que o ato de brincar é usado pelos professores das séries 
iniciais como estratégia criativa de caráter dinâmico permitindo assim que 
professor imagine, faça de conta, crie, funcione como um minilaboratório de 
informação. 
As brincadeiras e os jogos são polos fundamentais para a saúde emocional, 
intelectual e física da criança e estão presente em nosso meio deste os 
primórdios. E Através deles, a criança da educação infantil melhora seu 
pensamento, sua interação social com o outro, sua linguagem, sua autoestima, 
preparando-se para enfrentar situações cotidianas de conflitos, e por se só 
conseguirá resolvê-las, os jogos quando bem desenvolvidos auxiliam de diversas 
maneiras para o enriquecimento do ensino aprendizagem, 
13 
 
 
Sabe -se que os jogos quando trabalhados de forma eficiente e eficazes 
estimulam e desenvolvem a inteligência das crianças. Os jogos lúdicos são 
ferramentas eficazes para desenvolver tudo o que a criança almeja, portanto é 
ferramenta que essencial para desenvolver o raciocínio logico da criança, quando 
entretido em um jogo, a criança é quem quer ordenar, ou ser ordenada, elas 
tomam decisões sem gerar situações de conflitos. Sabe –se que o jogo é uma 
ferramenta útil para controlar os impulsos das crianças, e para aprender a aceitar 
as regras impostas. 
Através das brincadeiras a criança em sua especialidade, vive em um mundo de 
fantasia, onde passa a construir um elo de ligação entre o mundo imaginário, e 
o mundo real, onde convive com seus semelhantes. O brinquedo, pode se tornar 
material didático excelente, quando o professor sabe usá-lo como estratégia de 
ensino, o mesmo poderá proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento 
intelectual, motor, afetivo e cognitivo das crianças. SILVA, 2003). 
Neste sentido é preciso que o professor ao planejar suas aulas separe cada tipo 
de jogos de acordo com a idade das crianças, visando assim um melhor 
desempenho nas atividades didáticas, tendo que em vista que o os jogos trazem 
benefícios para o rendimento do aluno. 
Os jogos devem ser vistos como leitura da realidade, para aquelas crianças que 
ainda não foram alfabetizadas, porém deve ser vistas como suporte para aquelas 
crianças que já sabem ler, escrever e compreender, corroborando com estas 
ideias, Piaget direciona algumas etapas que precisam prevalecer em um jogo , e 
que ao passar por todas etapas, a seleção dos jogos, poderá melhorar o 
desempenho de uma partida, ou seja de um jogo para outro e desta forma 
há jogos que estimulam a audição, o tato ,o paladar. O desenvolvimento da 
criança começa ainda no ventre de sua mãe e percorre por toda a sua vida. As 
brincadeiras quando realizadas de maneiras lúdicas podem proporcional na 
criança uma vida saudável, e seu rendimento escolar melhorar. 
 
14 
 
 
 
 
A CONSTRUÇÃO DA BRINCADEIRA 
 
 As brincadeiras levam as crianças a compartilharem experiências em 
atividades onde não haja barreiras ao intercâmbio de ideias favorecendo 
sentimentos e experiências sobre situações práticas do dia-a-dia., surgindo 
assim, a necessidade de um espaço no qual as crianças possam desenvolver 
suas potencialidades criativas tornando-se agentes produtoras do 
conhecimento. 
 Por isso, brincar não deve ser um momento de passar o tempo, ou estar 
delimitado apenas ao momento da Educação Física porque o ato de brincar e se 
movimentar fazem parte da infância e devem ser respeitada. 
 Segundo Freire (1991) “Dá pra imaginar o que representa para uma 
criança, que passou sete anos se movimentando, ser subitamente ‘amarrada’ e 
‘amordaçada’ para, como se diz, ‘aprender’ o que é para ela uma linguagem, às 
vezes, totalmente estranha? A linguagem da imobilidade e do silêncio?” 
 Nesse sentindo, Brincar é compreendido como uma forma de 
linguagem em que a criança compreende o mundo e sua cultura. Ela constrói 
também sua autonomia, criatividade, criticidade e aprende a representar, 
15 
 
 
interpretar e dar significado a sua realidade, atividades estas fundamentais para 
uma criança que está se alfabetizando. 
 Entende-se que o brinquedo representa uma das fontes onde a criança 
constrói-se culturalmente remetendo-a a questões tanto da realidade que a cerca 
quanto ao seu mundo imaginário. Sendo assim, a criança organiza seu ato de 
brincar de acordo com o sentido particular que atribui as suas ações, 
estabelecendo uma relação de interesse e prazer na brincadeira (ABRÃO, 2011). 
 O brinquedo constitui objeto da brincadeira, o mesmo objeto pode ser 
visto e manipulado de diferentes maneiras por várias crianças. Tudo o que a 
criança constrói na brincadeira é fruto de um contexto social em que está 
inserida. 
 A partir disso elas observam, experimentam e interpretam vivências do 
cotidiano. 
 As crianças podem viver situações imaginárias, segundo suas 
experiências de vida, vivenciando situações que não as suas, mas que fazem 
parte de seu contexto. Sob esse aspecto, Harris (2002) destaca: 
 Desde a mais pequena idade, a maior parte das crianças têm a 
capacidade de se envolver ativamente em jogos simbólicos. Esses jogos 
sublinham três aspectos importantes da imaginação das crianças: a sua 
capacidade de pôr de parte a sua própria personalidade e de se imaginar estar 
no lugar de outra pessoa numa situação que não é a sua situação atual, 
imaginando essa situação, as crianças ficam limitadas pelo seu conhecimento 
dos processos causais do mundo real – elas interpelam no quadro dessa 
situação imaginária os mesmos processos e necessidades causais que sabem 
existir na realidade; e, enfim, se o jogo simbólico repousa sobre a invocação de 
situações afastadas da realidade presente, elas têm o poder de provocar 
emoções reais. (2002, p. 237). 
 A observação e análise da construção das brincadeiras das crianças 
nos permite interpretar e compreender como a criança projeta através do lúdico 
sua realidade social. 
16 
 
 
 Se entendermos a brincadeira como produto de um meio social e 
cultural em que a criança está inserida, então, efetivamente, poderemos afirmar 
que a brincadeira se constitui, portanto, de algo que natural. As brincadeiras são 
construídas nos processos de relações que a criança encontra em seu meio 
social. Desta forma, as crianças recebem as primeiras intervenções sobre o 
brincar através dos adultos. Logo o brincar não se constitui algo inato no 
indivíduo. Através das descobertas nas brincadeiras, as crianças trazem sem 
seu comportamento a compreensão do que acontece e constroem assim, 
situações diversas das já vividas (ABRÃO, 2012). 
 No atual sistema educativo, jogos e brincadeiras podem ser entendidos 
a partir de três perspectivas complementares, como objeto de estudo: bloco de 
conteúdos que apresenta diferentes modalidades segundo a complexidade das 
normas que o regulam, o grau de envolvimento que exige dos participantes e as 
capacidades que pretende desenvolver. como estratégia metodológica uma 
atividade intrinsecamente motivadora que facilita a aproximação natural à pratica 
normalizada do exército físico, a qual não resulta, unicamente, em 
aprendizagens esportivas, tendo sentido em si mesma e favorece a exploração 
corporal, as relações com os demais e o aproveitamento coletivo do ócio; com 
meio globalizado, a qual inter-relaciona conteúdos de Educação Física com 
outras áreas e eixos transversais. Sua prática potencializa atitudes e hábito de 
tipo cooperativo e social baseados na solidariedade, na tolerância, no respeito e 
na aceitação das normas de convivência. É, portanto, missão do professor 
especialista em Educação Física elaborar uma programação de aula adequada 
para obter com êxito a utilização da brincadeira como conteúdo essencial do 
currículo no Ensino Fundamental e como fio condutor e ferramenta obrigatóriapara a obtenção da aprendizagem significativa, globalizada e interdisciplinar 
(BRASIL, 1998). 
 Bracht (2010) comenta que, quando se conceitualiza a ideia de 
brincadeira, outorga-se rapidamente o caráter lúdico, mas não o de meio de 
aprendizagem cognitiva. Associa-se a “brincadeira” às aulas de educação física, 
porque nelas os alunos se “divertem”, enquanto na matemática, nas línguas, etc., 
aprendem-se coisas mais “sérias” e “importantes”, em que não há espaço para 
o lúdico. 
17 
 
 
 Frente a tais declarações, aparecem outras a favor do brincar, como as 
de Abrão & Figueiredo (2013), para quem a educação é muito mais que 
brincadeira, mas muito pouco sem ela. A brincadeira inicia a relação da criança 
com a educação e a mantém entre suas atividades como um pilar no qual se 
apoiam valores, conhecimentos e experiências. 
 Portanto, a brincadeira como ferramenta deve conduzir as tendências 
naturais para atividade socialmente necessárias, que em outras organizações 
sociais são satisfeitas por meio de um trabalho constritivo 
 A existência de uma brincadeira pressupõe acordo entre os indivíduos 
e sobre o que constituirá essa brincadeira e mesmo que se trata de uma 
brincadeira. É importante notar que nessa comunicação existe o preceito de 
interpretar e decidir, entrar na brincadeira e incidir sobre ela, em sua construção 
segundo a liberdade de cada um. Sem essa liberdade não existiria a brincadeira 
e sim comportamentos regrados automaticamente. 
 Para W. Benjamim o brincar significa sempre libertação, nesse sentido 
escreverá: “A banalização de uma existência insuportável contribuiu 
consideravelmente para o crescente interesse que jogos e brinquedos infantis 
passaram a despertar após o final da guerra.” (1984, p. 64). 
 A imaginação infantil sofre constantemente influências de um mundo 
globalizado, onde o mercado de produtos para a infância tende a padronizar as 
crianças do mundo inteiro, desconsiderando seu contexto social. O imaginário 
infantil é um processo de construção do conhecimento, desconsiderar esse fator 
é imaginar a criança como um ser incapaz e imaturo. 
 
 
 
 
 
18 
 
 
PEQUENO HISTÓRICO DE EVOLUÇÃO DOS 
BRINQUEDOS 
 A palavra infância, para Áries (1979) vem de En-fant que significa 
"aquele que não fala, que não tem voz". Durante anos, a infância foi 
compreendida como a fase que prepararia as crianças para a vida adulta. Sobre 
este processo de construção, a criança sempre foi vista como um ser incapaz, 
não ocupante de um lugar na sociedade, não participante do meio em que estaria 
inserido. Caracterizava-se como um ser moldado por adultos, um ser sem valor, 
um ser isolado que nada sabe, mantendo-se nesta posição por muitos anos. 
 Na Idade Média não havia distinção em o que seria adequado para 
crianças e o que seria adequado aos adultos. Áries (1979) relata que a criança, 
neste período, “a partir do momento em que passava a agir sem solicitude de 
sua mãe, ingressava na sociedade dos adultos e não se distinguia mais destes", 
ou seja, a criança passava a ser como um adulto, porém em versão menor e 
vivia como tal. 
 A partir destas novas viabilizações da economia e frente a novos 
desafios econômicos pensava-se em como inserir a criança nesta mudança 
social e para tal seria necessária a criação de instituições públicas destinadas 
às essa. Desde então, o sentimento de infância e a preocupação com as crianças 
e sua educação só tende a crescer, pois se sabe que elas serão o futuro de uma 
humanidade. 
 Nesse período da vida é possível ser livre de um mundo de regras e 
responsabilidades que fazem parte da vida adulta. A infância é um tempo em 
que se pode brincar de esconde-esconde, de pega-pega, subir em muros e 
árvores, correr, pular utilizar a imaginação sem vergonha alguma de ser criança 
e, é isto que será destacado nos relatos dos futuros educadores (ABRÃO, 2012). 
 No período da infância não existe maldade, nem impurezas, existem 
muitas curiosidades, além de inocência e humildade. É através da imaginação, 
de uma forma muito inocente, que o mundo fica colorido, vira um conto em que 
se pode sonhar, sem importar-se com a concretização dos sonhos. Quando 
criança vive-se o presente, pensando o futuro como mais um dia de brincadeiras. 
19 
 
 
 Desde os tempos mais remotos, os brinquedos sempre fizeram parte 
da história da humanidade. Houve uma época em que eram produzidos no 
ambiente doméstico pelas próprias famílias ou nas oficinas dos artesões. 
Podemos citar como exemplos a boneca de pano, o carrinho de madeira, o 
soldadinho de chumbo. Assim como esses brinquedos existiam as cantigas de 
roda e brincadeiras como “passará, amarelinha, cabra cega” entre outros. Essas 
brincadeiras foram passadas de geração a geração sofrendo alterações de 
acordo com a época e região e assim originando novos brinquedos que 
passaram inclusive a ser fabricados pela indústria. 
 Os pioneiros da indústria de brinquedos foram os alemães na região de 
Nuremberg, a fabricação ficava a cargo das famílias judias que exportavam para 
outros países. Sob essa perspectiva, surge, no Brasil, em 1937 a indústria de 
brinquedos Estrela, fundada por uma família de judeus que dominou por muitos 
anos produtos que marcaram a infância dos brasileiros. Nessa mesma época, 
outras indústrias começaram a surgir e acompanhar o comportamento social do 
país e do mundo. Assim nasceram os brinquedos de guerra nos anos 40, os 
espaciais nos anos 50, e as bonecas modernas como a Susi nos anos 60. 
 Com a evolução de novas tecnologias e a chegada da televisão, novos 
produtos surgem no mercado do brinquedo, temos a chegada do Telejogo nos 
anos 70, o Atari nos anos 80, até os atuais videogames. 
 A ludicidade é uma dimensão da linguagem, já que brincando a criança 
expressa-as com liberdade e utiliza a palavra como uma das formas de 
expressão. O movimento como linguagem privilegia a construção da autonomia 
onde a criança pode produzir conhecimentos através de contos, criação de 
histórias, cantando músicas relacionando-se com os colegas numa peça de 
teatro sem precisar ficar sentado e aprender calado conteúdos prontos e técnicas 
padronizadas. 
 As atividades lúdicas fazem parte da vida da criança não porque estas 
ainda não estão preparadas para enfrentar as responsabilidades sociais, mas 
porque a liberdade, a imaginação, a criatividade e o prazer fazem parte do seu 
cotidiano. O lúdico vem sendo associado a diferentes manifestações como o 
jogo, brinquedo, a brincadeira, a características como espontaneidade, 
20 
 
 
criatividade, imaginação, prazer, alegria e divertimento, bem como a dimensão 
do corpo, do movimento e das atividades corporais. 
 
OS BRINQUEDOS EA INFLUÊNCIA DA MÍDIA 
 
 Muito embora não aceitemos, mas o fato é que, a mídia cumpre um 
papel importante nas sociedades ocidentais. Esse papel foi rapidamente 
absorvido entre adultos e crianças destacando entre as culturas midiáticas, a 
televisão como meio de comum acesso a informações entre as diversas classes 
sociais. 
 A televisão vem cumprindo a função de inferir e transformar o 
referencial de cultura das crianças, sobretudo no que diz respeito ao lúdico. O 
lúdico está eminentemente atrelado ao que a televisão oferece e veicula em suas 
imagens. 
 As crianças tornam-se espectadoras e experimentadoras da variada 
gama de imagens e conteúdo que a televisão apresenta, na medida em que 
transportam essas imagens e conteúdos para o mundo da brincadeira. Assim 
têm a possibilidade de se transformarem em seu super-herói favorito ou mesmo 
viver a vida de boneca sem sua beleza e mundo perfeitos. Vivem histórias e 
aventuras construídas em suas brincadeiras de acordo com apropriações que 
fazem a partir do conteúdo exibido pela televisão. 
 Segundo Brougère (p. 53) “Pelas ficções, pelas diversas imagens que 
mostra, a televisãofornece às crianças conteúdo para suas brincadeiras”. Desta 
forma, o acesso a televisão torna a informação lúdica universal, uma criança 
pode não possuir determinado tipo de brinquedo, mas com certeza terá 
conhecimento sobre eles. Os filmes publicitários veiculados pela televisão 
exercem influência sobre a brincadeira das crianças mostrando o manuseio do 
brinquedo e encenações sobre a brincadeira de como brincar com este, 
idealizando o mundo e a brincadeira. 
21 
 
 
 A criança desde antes de nascer já conta com um mundo de produtos 
a sua espera. O mercado de consumo infantil cresce a cada ano, abrangendo 
uma gama infinita de produtos desde higiene a confecção de roupas e 
brinquedos. 
 As crianças adquirem uma identidade de clientes que vislumbram os 
produtos, tornando-se consumidoras em potencial. Logo, o mercado sempre 
procura desenvolver produtos de acordo com as necessidades e anseios 
infantis. E desta forma, a indústria de produtos infantis investe pesado em mídia, 
pesquisas e atrativos em seu produto final para consolidar esse vínculo com tão 
“nobre cliente”. 
 Na maioria das vezes o desejo de compra da criança transpõe as 
razões do motivo pelo qual deseja tal produto. Os colegas têm, a mídia veicula 
toda a imagem idealizada do produto e incide sobre o desejo e a razão de ter tal 
produto. Em um mundo globalizado e uma sociedade capitalista a infância está 
efetivamente cada vez mais capitalizada. 
 Em dias de pouco convívio familiar, no qual pai e mãe trabalham com 
tantos compromissos a cumprir, as crianças ficam relegadas a essa convivência. 
Pais, no afã de suprirem essa carência de convívio e mesmo sem tempo para 
descobrirem os desejos e anseios de seus filhos acabam suscetíveis às 
questões de consumo. Vulneráveis a esse poder de compra, acabam algumas 
vezes adquirindo produtos influenciados pelos meios de comunicação. Os meios 
de comunicação veiculam através de imagens uma concepção de mundo onde 
tudo pode acontecer na mais plena perfeição, sem que algo de errado suceda. 
Consumir passa a ser um ato em que a criança sente-se inserida no mundo. 
Nesse sentido a veiculação de propagandas exerce papel essencial, onde: 
 Introduzir imagens de realidade num sistema que tem, ou teve, o 
imperativo categórico de desnaturar a realidade, falsificando-a, tornando-a mais 
bela, eliminando os conflitos existentes.(...) Suscitar dúvidas em vez de 
concordar com o conformismo das certezas.(...) Há cada vez mais gente disposta 
a refletir sobre a realidade e sobre os problemas sociais que a inquietam sem 
por isso deixar de comprar, até com certo prazer voluptuoso (TOSCANI, 1996, 
p. 59-60) 
22 
 
 
 A criança não pode ser vista como desprovida de características e 
conhecimentos específicos inerentes a seu ser, por estar inserida em um 
contexto, traz consigo a sua própria história; ela constrói e reconstrói 
conhecimentos. É preciso que se abra aqui uma crítica acerca dos apelos 
técnicos veiculados na mídia e suas intenções. Faz-se necessário analisar os 
sujeitos que serão envoltos nessa veiculação e implicados pela produção e 
recepção imagética. 
 
 
 
AS CRIANÇAS E O BRINQUEDO NA SOCIEDADE 
 
 Na sociedade em que vivemos é notório que as crianças são, cada vez 
mais, alvos das propagandas apelativas de brinquedos e produtos de diversos 
personagens dos desenhos animados do momento. Os brinquedos variam de 
acordo com a faixa etária das crianças, sendo que as propagandas despertam 
interesses nas crianças e posteriormente nos pais, que compram os produtos 
para seus filhos na intenção de preencher algum momento que não lhes deram 
a atenção necessária. 
 A criança tem a capacidade de navegar entre os dois mundos o real e 
o irreal, este último referente ao pensamento ilógico que a partir dos objetos que 
os adultos julgam como desnecessários, elas criam seus próprios brinquedos e 
mundos de faz de conta. As crianças possuem uma capacidade muito grande de 
imaginação, através do brinquedo ou de simples objetos encontrados no dia-a-
dia inventar algo igual ou parecido com os brinquedos que desejam. Como é 
mencionado por Winnicot (1995, p. 79): 
 O objeto referenciado não perde a sua identidade própria e, é ao 
mesmo tempo transmutado pelo imaginário: a criança pode passar a ser um 
astronauta, um índio, ou um modelo exibindo-se nas passarelas, ou um gato sem 
deixar de ser ela própria, assim como o toco do uma vassoura se transmuta 
23 
 
 
numa espada, ou num cavalo, e um a toalha se transforma numa túnica ou numa 
bandeira, sem que a criança perca a noção da identidade de origem. 
 Para que existam brinquedos é preciso que certos membros da 
sociedade deem sentido ao fato de que se produza, distribua e se consuma 
brinquedos, sendo que este possui como principal característica de um forte 
valor cultural percebendo que ele é rico de significados que permitem 
compreender a sociedade e a cultura que vivemos ou estamos inseridos. 
 Segundo Gilles Brougère (1995), o brinquedo se mostra como um 
objeto complexo que permite a compreensão do funcionamento da cultura, o 
mesmo não condiciona a ação da criança, ele lhe oferece um suporte 
determinado, mas que ganhará novos significados através da brincadeira. 
 É através do brincar que a criança está experimentando o mundo, os 
movimentos e as reações, tendo assim elementos para desenvolver atividades 
elaboradas no futuro. A criança aprende brincando e através disto irá entender 
o mundo ao redor, irá testar habilidades físicas e motoras, funções sociais, 
aprender as regras, colher resultados dos seus feitos, ganhando ou perdendo, 
registrando como deverá proceder nas próximas oportunidades. Assim, o 
importante é que as crianças brinquem e experimentem inúmeras formas de 
brincadeiras e jogos, sem preconceitos culturais. 
 O brinquedo exerce forte influência na formação da personalidade 
infantil, pois está associado às necessidades da criança durante o período da 
infância. Na escola, acredita-se que a criança aprenda melhor brincando e que 
todos os conteúdos possam ser transmitidos através do brincar, pois o 
desenvolvimento da criança se dá através do lúdico. As atividades poderão ser 
adaptadas para que sejam prazerosas e atraentes, as crianças brincam para 
crescer. 
 Nesse sentindo, os brinquedos tornam-se recursos didáticos de 
aplicação e valor no processo ensino-aprendizagem. O brinquedo conquista um 
espaço na educação, ou seja, ganha caráter educativo, eliminando a falta de 
importância vista nas atividades predominantemente lúdicas. 
24 
 
 
 É ainda no espaço da escola que se encontram os problemas com 
relação à corporeidade, à expressão corporal, ao corpo. Cada pessoa faz parte 
como ser corpóreo ao meio sociocultural em que está inserido, traçando 
diferentes histórias corporais uns com os outros. Sobre isso, Gonçalves (1994, 
p. 14) menciona que “ao longo da história humana, o homem apresenta inúmeras 
variações na concepção e no tratamento de seu corpo, bem como nas formas 
de comportar-se corporalmente, que revelaram e revelam as relações do corpo 
com um determinado contexto social”. 
 Desta forma, a brincadeira torna-se um portal de entrada ao mundo 
cultural da criança onde ela reproduz em suas ações sua bagagem de 
conhecimentos acerca da ludicidade. 
 Pôde-se verificar que a cultura lúdica das crianças tem a mesma 
origem, ou seja, na mídia; mais especificamente na televisão. 
 Brincadeira, imaginação e cultura e cultura sempre estarão em estados 
combinados transformados pela criança que brinca. Sob essa perspectiva a 
criança organiza a atividade lúdica através de sua relação com o mundo 
circundante. 
 Sendo assim, se faz necessário ao educador conhecer os elementos 
que formam a cultura lúdica do aluno. Através desses elementos constituidores 
do brincar o educador poderá interagir com a realidade históricacultural, 
elencando os principais objetos como fatores que poderão auxiliar no processo 
ensino-aprendizagem. 
 É necessário que o educador não tenha conceitos prontos com relação 
às brincadeiras e seus gêneros ou comportamentos. Procurar por explicações 
psicológicas nas brincadeiras das crianças, por vezes é algo que implica em 
querer dizer que a criança está dissimulando comportamentos e muitas vezes 
ela está apenas brincando. 
 As crianças levam realmente a brincadeira muito a sério, são os seus 
momentos, são os seus acordos. Talvez o mundo adulto ainda não entenda esse 
momento da brincadeira, pois cultiva ainda uma visão autocêntrica. 
25 
 
 
 A escola deve repensar o tipo de infância que se está reproduzindo e 
que tipo de sociedade quer realmente formar, sem esquecer antes de tudo que 
criança deve ser criança e viver sua infância. A escola precisa perceber que a 
criança é um corpo, e este está integrado ao meio, seja ele físico social ou 
cultural. Por isso, as diferentes experiências de movimento devem ser 
proporcionadas às crianças sempre Educação Infantil, no primeiro ano, no 
segundo ano, no terceiro ano e assim por toda vida escolar da criança. Sendo 
assim, é importante que esta proporcione aos alunos vivências corporais que 
valorizem culturas diferenciadas, pois o movimento na infância também 
possibilita descobertas e o conhecimento na formação humana integral e plena. 
 
 
 
 
CONTEXTUALIZANDO A EDUCAÇÃO INFANTIL NO 
BRASIL 
 
 
 Ao analisarmos a história da educação da criança no Brasil, nota-se que 
durante séculos a mesma era feita através da responsabilidade exclusiva da 
família, uma vez que seu aprendizado se dava no convívio com adultos e outras 
crianças, participando das tradições e aprendendo normas e regras da sua 
cultura. 
Já na contemporaneidade, à criança é oportunizado o acesso a um 
ambiente de socialização, onde pode conviver e aprender sobre sua cultura 
através da interação entre os diferentes meios. 
 
Segundo Paschoal e Machado (2009), no Brasil, as primeiras instituições de 
atendimento à criança surgiram no intuito de auxiliar as mulheres que 
26 
 
 
trabalhavam fora de casa e as viúvas desamparadas, possuindo assim na sua 
concepção um caráter estritamente assistencialista. 
 Em termos legais, até meados dos anos setenta pouco foi acrescentado 
para garantia de oferta a essa camada da população, sendo os anos oitenta 
considerados o marco na busca do direito à educação da criança. 
Com debates em torno da Constituição de 1988 e da LDB, a expressão 
“Educação Infantil” ganha força e caracteriza um segmento que passa a ter papel 
importante no desenvolvimento humano e social. A oferta por tal nível de 
educação é ampliada e a partir de então surgem os primeiros empecilhos do que 
a princípio seria apenas uma expansão na oferta de vagas e conseqüente 
atendimento por essa demanda a muito esquecida. Mas essa expansão não foi 
acompanhada pela formação de pessoal capacitado, muito menos se ateve com 
a preocupação em fornecer uma infra-estrutura necessária para que fossem 
realizadas as atividades consideradas indispensáveis para que a criança se 
desenvolva. Uma expansão caracterizada pela falta de investimentos técnicos e 
financeiros, fez com que se deteriorasse a qualidade no atendimento desse 
segmento. Espaços físicos, equipamentos e materiais pedagógicos insuficientes 
e inadequados, a dicotomia educar e cuidar, assim como currículos e propostas 
pedagógicas inexistentes marcaram a época. (PASCHOAL e MACHADO, 2009). 
 
 Percebe-se que mesmo com o passar dos anos, a demanda ou oferta pela 
Educação Infantil continuou a crescer e que determinado crescimento, que na 
época apresentava suas falhas, ainda se faz presente nas escolas de Educação 
Infantil brasileiras, mantendo na atualidade muitas dessas características 
negativas. 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
A EDUCAÇÃO INFANTIL NA CONTEMPORANEIDADE 
BRASILEIRA 
 
 
A importância da Educação Infantil no processo da Educação Básica não 
se dá somente por ser uma fase de formação da criança tanto intelectual, quanto 
motora, afetiva e social; mas principalmente por ajudar na sua formação como 
ser humano. Para que seja alcançada a qualidade no ensino ofertado, alguns 
documentos auxiliam as bases e diretrizes curriculares, servindo de norte para 
que as instituições que oferecem determinada etapa possam ter subsídios para 
construção de suas próprias propostas. Mas um descompasso entre a 
legislação, os documentos norteadores e o cotidiano de muitas escolas infantis 
é percebido quando confrontados com a realidade dessas instituições. Como 
exemplo, temos as Indicações para Elaboração das Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Infantil, onde são apresentados fundamentos 
norteadores que ao serem analisados mais afundo percebe-se disparidades 
entre o discurso teórico e o dia-a-dia das escolas. (CEB / CNE, 2009) 
Alguns critérios para assegurar a qualidade do trabalho das instituições 
de Educação Infantil devem, ou pelo menos deveriam, ser seguidos, tais como 
a “organização de espaços acolhedores, desafiadores, saudáveis e inclusivos, 
que promovam o contato das crianças com equipamentos culturais (livros de 
literatura; brinquedos; objetos; produções e manifestações artísticas) e com a 
natureza” (ibdem, p.02). Esbarram-se aqui tanto nos problemas de destinação 
de verbas para aquisição de tais espaços com seus materiais, quanto na 
incapacidade de comportar determinados ambientes pela transformação dos 
mesmos em salas de aula. Destino comum, observado na escola ou em 
depoimento de professores, de bibliotecas, salas de vídeo, laboratórios, e 
demais ambientes, quando possuídos pelas escolas, é sua transformação em 
salas de aula, pois a oferta e a demanda se tornam cada vez maior que a 
estrutura. 
 
28 
 
 
Outro critério abordado trata da “infra-estrutura e modo de funcionamento 
que garantam ventilação, luminosidade, higiene, segurança e dimensões 
adequadas do espaço físico” (ibdem). O cenário das escolas de Educação 
Infantil pouco condiz com tal critério, onde encontramos salas de aula pouco ou 
quase nada iluminadas e ventiladas, possuindo dimensões inadequadas para 
que sejam atingidos outros critérios. Mas um dos elementos que se torna mais 
visível, diz respeito ao número de crianças por professor que, de acordo com o 
redigido, deveria possibilitar para os alunos uma maior atenção, 
responsabilidade e interação com as demais crianças, o que não condiz com a 
realidade de salas superlotadas. “As turmas de crianças sob a responsabilidade 
de seu professor devem obedecer à razão de: 
 
 0 a 1 ano – 6 crianças por professor 
 1 a 2 anos – 8 crianças por professor 
 2 e 3 anos – 12 crianças por professor 
 4 a 5 anos e 11 meses – 25 crianças por professor” 
 
Voltamos à discussão oferta/demanda anteriormente realizada, pois para 
atender a expansão da Educação Infantil e a sua procura, quase que via de regra 
o número de alunos por professor ultrapassa o estabelecido para que se tenha 
uma educação de qualidade. 
Fatores também pretendidos nas propostas curriculares de Educação 
Infantil são a linguagem verbal e a brincadeira, como principais elementos 
articuladores dos saberes e conhecimentos trabalhados. Mas ainda 
encontramos a escolarização tradicional em grande parte das escolas, com o 
trabalho centrado no professor; carteiras enfileiradas, espaços inadequados, 
ausência do lúdico, de atividades corporais, do trabalho com diferentes formas 
de expressão; caracterizando uma ênfase no aspecto cognitivo, principalmente 
em atividades de alfabetização. (PASCHOAL e MACHADO, 2009). 
 
Constatou-se ainda, através das observações na escola estudada, 
agravantes na inexistência de brinquedos, ausência ou pouco proveito de 
29 
 
 
espaços externos, dificultando o acesso das crianças a esses ambientes.A hora 
destinada ao recreio se torna uma verdadeira correria sem finalidade que termina 
com uma variedade de escoriações e ferimentos. 
Existe por parte de muitos professores a não-valorização e a resistência 
em aplicar o jogo e o brinquedo como atividades fundamentais da criança nessa 
faixa etária, ferindo seu direito de brincar, como forma particular de expressão, 
pensamento, interação e comunicação. Isso não significa que as atividades 
devem ser oferecidas só por meio das brincadeiras, mas sim através de 
situações pedagógicas orientadas de forma integrada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
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da Nossa Época, v. 85). 
VYGOTSKY, L. S. A construção do pensamento e da 
linguagem. Tradução Paulo Bezerra Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
(Psicologia). 
[1] Licenciado em letras / Português, pela UESPI, Especialista em 
Metodologia da Língua Portuguesa e Literatura, pela Faculdade de Teologia 
Hokemãh, Especialista em Gestão Educacional com Aplicação tecnológica, pela 
Faculdade UNICESPI, especialista em Libras pela faculdade Cândido Mendes 
professor da Rede Estadual no Município de Anísio de Abreu- PI, professor 
substituto na Universidade Estadual do Piauí- UESPI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/infantil-na-contemporaneidade#_ftnref1

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