Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA DE MATERIAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE MATERIAIS PROFESSOR RÔMULO FEITOSA NAVARRO ALUNO: José Vieira Neto 4º ESTÁGIO LISTA DE DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS Leia o Capítulo 5 do livro Aspectos da Degradação de Polímeros e responda às seguintes questões: 1) Quais os princípios que governam a modificação das propriedades mecânicas de polímeros sob degradação? A modificação das propriedades mecânicas de polímeros durante a degradação pode ser governada por diversos princípios. A degradação dos polímeros ocorre devido a fatores como ação de calor, luz, oxigênio, umidade, agentes químicos ou biológicos. Durante esse processo, os polímeros podem sofrer alterações em suas características mecânicas, tais como resistência, ductilidade, tenacidade e rigidez. Dentre os dois aspectos principais que se modificam sob processo de degradação estão: • Acomodação de situações de não-equilíbrio das moléculas após a solidificação: pós- cristalização, relaxação de orientações moleculares, etc.; • Modificação na estrutura macromolecular como, por exemplo, surgimento de ligações cruzadas, cisão de cadeia, etc. 2) No caso específico do polipropileno, quais são as principais modificações? No caso do polipropileno, a degradação, medida pela redução drástica da deformação na ruptura e da resistência à tração, só deve ocorrer sob elevado grau de foto oxidação para que seja possível a destruição das moléculas atadoras dos cristalinos ou quando da eliminação da integridade das cadeias. 3) Qual a influência da espessura da amostra no processo de modificação das propriedades mecânicas sob degradação? A espessura da amostra de materiais poliméricos pode afetar a modificação das propriedades mecânicas durante a degradação. Além dos aspectos de ordem molecular e estrutural, características macroscópicas das amostras expostas, como espessura, devem ser levadas em consideração. Sendo a amostra um filme fino, a degradação será homogênea e a difusão de oxigênio não irá controlar o processo, visto que a concentração de oxigênio será praticamente igual ao longo de toda a espessura da amostra exposta. Por outro lado, em amostras mais espessas, a degradação na superfície será muito mais intensa do que no núcleo da amostra, especialmente em baixos tempos de exposição e depende fortemente da difusão do oxigênio que, muitas vezes, é consumido nas camadas mais externas antes de atingir o interior. Nesse caso, contam ainda a forma como a amostra foi moldada, pois o tipo de moldagem governa o padrão das trincas formadas, e a possibilidade de não haver uma distribuição homogênea dessas trincas, o que pode abreviar o processo de fratura da amostra sob tração. 4) Quais os efeitos principais sobre módulo elástico, tensão de escoamento e propriedades na ruptura? A degradação de um material pode causar efeitos significativos no módulo elástico, tensão de escoamento e propriedades na ruptura. Durante a degradação, o módulo elástico pode diminuir devido à quebra de ligações químicas e à redução da massa molecular. A tensão de escoamento também pode diminuir devido à quebra de ligações químicas, redução da massa molecular e alteração da estrutura molecular. Além disso, a degradação pode enfraquecer o material, levando a uma diminuição na resistência à tração, ductilidade e tenacidade na ruptura. É importante considerar que os efeitos da degradação nas propriedades mecânicas podem variar de acordo com o tipo de material polimérico, taxa e tipo de degradação, bem como as condições específicas de degradação. Cada material polimérico possui características únicas que influenciam a forma como suas propriedades mecânicas são afetadas pela degradação. 5) Existe diferença entre o comportamento do polímero puro e do compósito com fibra sob degradação? Se sim, quais? Há diferenças no comportamento de um polímero puro e de um compósito com fibra sob degradação. Os compósitos com fibra podem apresentar uma degradação seletiva, com a matriz se degradando mais rapidamente do que as fibras. Além disso, as fibras de reforço tendem a ser mais resistentes à degradação do que a matriz polimérica. Essas diferenças resultam em comportamentos mecânicos distintos, como uma diminuição geral das propriedades mecânicas nos polímeros puros e um comportamento mais complexo nos compósitos com fibra. A durabilidade (ou degradação) dos compósitos poliméricos com fibra de vidro é ditada pela durabilidade (ou degradação) de cada um dos constituintes bem como da interface polímero/fibra. Todavia, no caso de propriedades dependentes do tempo, a polímero e a interface polímero/fibra possuem maior influência devido à proteção que dão às fibras contra as ações do ambiente. Em todo caso, o que torna mais grave o processo de degradação desse tipo de sistema polimérico é que cada um dos três (fibra, polímero e interface) apresenta um mecanismo diferente de degradação agindo de forma simultânea e cumulativa. E é esse sinergismo que leva a resultados, muitas vezes, inesperados, sobretudo, porque esses mesmos mecanismos de deterioração mudam conforme as condições de exposição: presença ou não de umidade, por exemplo. Embora a resistência mecânica do compósito polipropileno /fibra de vidro aumente com o teor de fibra, o compósito pode ser menos resistente a foto oxidação do que o polipropileno puro, se o polipropileno reforçado por fibras de vidro não relaxar tão prontamente quanto o polipropileno puro, resultando em uma maior concentração de tensões residuais no compósito e em uma maior fragilidade frente ao processo de fotodegradação. No caso, de cargas não- fibrosas, os compósitos poliméricos com essas cargas (mesmo com menor resistência mecânica do que o polímero puro na maioria dos casos) matem quase que inalterada sua resistência inicial ao longo do tempo de exposição, se a carga absorver e/ou filtrar a energia emitida pela luz. Caso contrário, atuam como foto ativadores diminuindo ainda mais a resistência do compósito à ação da degradação. 6) Qual dos fatores de degradação (temperatura, umidade e irradiação) é mais danoso às propriedades mecânicas? A temperatura é considerada o fator mais prejudicial às propriedades mecânicas dos materiais, incluindo polímeros. A exposição a altas temperaturas pode levar à quebra de ligações químicas, redução do peso molecular e diminuição da resistência mecânica. Além disso, a temperatura pode acelerar processos de reação química, como oxidação e hidrólise, que degradam ainda mais as propriedades mecânicas. A umidade também desempenha um papel na degradação por meio de hidrólise. A irradiação, como a luz UV, causa degradação fotoquímica, afetando a resistência e a ductilidade. No entanto, a temperatura tem um impacto mais acentuado. O efeito de cada fator depende do tipo de polímero, tempo de exposição e condições específicas. Todos esses fatores devem ser considerados ao avaliar a degradação e suas consequências nas propriedades mecânicas dos polímeros. Leia o paper sobre ação da degradação sobre a tensão de escoamento e responda às questões a seguir. 7) O efeito da degradação sobre a tensão de escoamento é diferente para diferentes materiais? Explique Sim, o efeito da degradação na tensão de escoamento pode variar para diferentes materiais poliméricos. Isso ocorre devido a diferenças nas estruturas químicas e propriedades mecânicas dos polímeros, que influenciam sua resposta à degradação. A estrutura química, o peso molecular inicial e o ambiente de degradação são fatores importantes que contribuem para as diferenças observadas na resposta à degradação. Ao contrário de outras propriedades mecânicas, a tensão de escoamento não apresenta um comportamento padrão em termos de variação frente ao envelhecimento. Sendo uma propriedade intermediária entreos regimes elástico e plástico de deformação, seria justo supor um comportamento intermediário entre aqueles referentes aos estágios inicial e final de deformação, quando o material é exposto a condições de deterioração: temperatura, umidade e radiação. 8) Alteração na tensão de escoamento sob degradação modifica o caráter da fratura (se frágil ou dúctil)? Sim, a degradação de um material polimérico pode alterar o caráter da fratura, tornando-a mais frágil ou mais dúctil. Em condições normais, os polímeros tendem a apresentar fratura dúctil, com deformação plástica antes da falha. No entanto, a degradação pode comprometer as propriedades mecânicas, incluindo a tensão de escoamento. Se a degradação resultar em uma diminuição significativa da tensão de escoamento, o material pode se tornar mais frágil. Nesse caso, a deformação plástica é reduzida e a falha ocorre de forma rápida e sem deformação significativa. Por outro lado, em alguns casos, a degradação pode aumentar a ductilidade do material, permitindo maior deformação plástica antes da falha. Cada material polimérico e suas condições específicas de degradação podem apresentar respostas diferentes em relação ao caráter da fratura. Amostra de poliuretano expostas a 120°C por várias semanas, apresenta um comportamento não regular para várias propriedades mecânicas frente ao tempo de exposição, todavia, após uma semana de exposição, a tensão de escoamento diminui gradativamente com o tempo de exposição, sem que isso implique diminuição na capacidade de apresentar deformação plástica. Ou seja, não há transição dúctil-frágil, mas o material, mesmo não tendo alterada significativamente sua deformação na ruptura, se rompe em tensões cada vez mais baixas. Polímeros como o policarbonato apresentam comportamento típico de transição dúctil-frágil durante a exposição. Leia o paper de Elastic Properties of Degradated Polypropylene e responda às seguintes questões: 9) O que significa o termo "global compliance" e qual sua importância? Com o objetivo de avaliar a influência de indices de carbonila e cristalinidade sobre a deterioração das propriedades elásticas das amostras expostas, a uma nova quantidade elástica, denominada espectros globais de conformidade. Este parametro indica a propensão da amostra a ser instantaneamente deformada por uma tensão estática imposta, e depende das mudanças no índice de carbonila e cristalinidade durante a exposição. O global compliance aumentou o indicativo de que o material não teve nenhum tipo de modificação negativa em suas principais características elásticas, quando não é submetido a um processo de degradação. O parâmetro aumentou acentuadamente após o tempo de indução da degradação. 10) Qual o efeito do tempo de exposição sobre a compliance global? O parâmetro aumentou acentuadamente após o tempo de indução para a degradação. Isso ocorre devido: (i) ao aumento da cisão das moléculas da cadeia de ligação e (ii) formação de produtos de oxidação. Mesmo que a primeiro processo promove um aumento da cristalinidade, o segundo um provoca uma diminuição na perfeição do cristal e cristalinidade da amostra exposta.