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Culpa própria e culpa imprópria Culpa própria ou propriamente dita é a que se dá quando o sujeito produz o resultado por imprudência, negligência ou imperícia e se funda no art. 18, II, do CP. É, portanto, a culpa tratada nos itens acima. A culpa imprópria, também chamada culpa por equiparação ou por assimilação, ocorre quando o agente realiza um comportamento doloso, desejando produzir o resultado, o qual lhe é atribuído a título de culpa, em face de um erro precedente em que incorreu, que o fez compreender mal a situação e interpretar equivocadamente os fatos. São exemplos de culpa imprópria no Código Penal o erro de tipo permissivo inescusável (art. 20, § 1º, parte final) e o excesso culposo nas excludentes de ilicitude (art. 23, parágrafo único, parte final). Imagine-se alguém que caminha à noite e começa a ser perseguido por outrem, apertando o passo com receio de ser assaltado, até que este se aproxima e, quando se dirige verbalmente ao pedestre, recebe deste um golpe violento na cabeça, pois o sujeito temia ser roubado e acreditava, pelas circunstâncias, que se tratava de um ladrão; depois da agressão, contudo, o pedestre nota que se tratava de um velho conhecido que somente queria cumprimentá-lo. Apurando-se, nesse caso, que o agressor poderia ter evitado o equívoco (notando facilmente que se cuidava de uma abordagem amistosa), responderá por lesão corporal culposa (CP, art. 129, § 6º, c.c. 20, § 1º, parte final), muito embora tenha atingido propositadamente (dolosamente) a vítima.
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