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Principio da subsidiariedade (lex primaria derogat legi subsidiariae) Caberá o princípio em questão quando, confrontando-se os tipos penais virtualmente aplicáveis, identificar-se entre eles uma relação de subsidiariedade, ou seja, de continente e conteúdo. Mencionada relação ocorrerá quando os tipos descreverem diferentes graus de violação ao mesmo bem jurídico. Haverá, portanto, uma norma mais ampla, porque descreverá um grau maior de violação ao bem; será a norma primária ou principal. Existirá, ainda, outra menos ampla, pois descreverá um grau inferior de violação a esse mesmo bem; será a norma subsidiária ou famulativa. Ensinava Hungria que “a diferença que existe entre especialidade e subsidiariedade é que, nesta, ao contrário do que ocorre naquela, os fatos previstos em uma e outra norma não estão em relação de espécie e gênero, e se a pena do tipo principal (sempre mais grave que a do tipo subsidiário) é excluída por qualquer causa, a pena do tipo subsidiário pode apresentar-se como ‘soldado de reserva’ e aplicar-se pelo residuum” 278 . Assim, por exemplo, o crime de roubo será agravado quando o agente utilizar, como meio executório, arma de fogo (CP, art. 157, § 2º, I). Caso se apure que o ofendido não portava absolutamente nenhum bem consigo, será aplicada a figura do art. 17 do CP (crime impossível), afastando- se o delito patrimonial. O juiz, todavia, não deverá simplesmente absolver o réu, mas, sim, condená-lo por porte ilegal de arma de fogo (Lei n. 10.823/2006, art. 14), o qual atuará como “soldado de reserva”.
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