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Direito à saúde

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Direito à saúde 
 
S egundo a Organização Mundial de S aúde (OMS ), saúde “é um estado de 
completo bem-estar físico, mental e social, não apenas ausência de doenças”. 
Trata-se de direito fundamental homogêneo, mas com certo grau de especificidade 
em relação à saúde adulta. Por esse motivo, Martha de Toledo Machado 79 afirma 
que constitui “direito fundamental especial de crianças e adolescentes”. No 
sistema de garantias do ECA cabe à família, comunidade e Poder Público assegurar 
esse direito fundamental estreitamente vinculado ao direito à vida. Cabe aos pais, 
como dever inerente ao poder familiar, cuidar do bem-estar físico e mental dos 
filhos, levando-os regularmente ao médico, principalmente na primeira infância, 
fase em que a saúde é mais frágil e inspira maiores cuidados, manter a vacinação 
em dia e, principalmente, se manter atentos aos filhos. A atenção a eles dispensada 
talvez seja a principal garantia de uma vida saudável. No aspecto psíquico, já que 
os filhos acolhidos, amados e ouvidos terão menor probabilidade de sofrerem 
abalos psicológicos. Quanto ao aspecto físico, ficar atento a mudanças 
comportamentais e queixas dos filhos é medida salutar. Via de regra, ninguém 
melhor que os pais para identificar se há algo errado com os filhos e ao primeiro 
sinal já buscar atendimento adequado. Mas a garantia da saúde não envolve 
apenas cuidados médicos. A saúde pela alimentação é uma realidade. Promover 
uma nutrição adequada significa prevenir doenças decorrentes de desnutrição, 
carência de algum nutriente ou obesidade infantil, hoje, um dos grandes males da 
infância. É notório que os Estados Unidos da América lutam contra a obesidade de 
sua população – não apenas infantojuvenil – que ostenta taxas de 20% de 
obesidade mórbida e 40% de obesos. No Brasil, já se nota a preocupação com o 
tema. As escolas públicas e particulares das cidades mais desenvolvidas adotam 
cardápio elaborado por nutricionistas e já incluíram no conteúdo curricular noções 
básicas de nutrição. S e a família não reúne condições de alimentar 
adequadamente a prole – muitas vezes numerosa –, cabe ao Poder Público elaborar 
políticas sociais executáveis por meio de programas de alavancagem social 
garantidores de renda mínima. Programas como Fome Zero e Bolsa Família podem 
ser citados como exemplos cujo encaminhamento ao CRAS e CREAS poderá ser 
feito pelo próprio Conselho Tutelar. Encaminhar as famílias aos programas é 
também função da comunidade, por meio dos Conselhos Tutelares que 
cotidianamente se deparam com a pobreza e miséria. A ausência de programas 
públicos na área de saúde envolve a atuação direta do Ministério Público e da 
comunidade por meio da coleta de dados, verificação da real necessidade e 
provocação do Poder Público para atender à demanda social. Caso a atuação 
extrajudicial doParquet não surta o efeito esperado, a via judicial será o único 
caminho na tutela dos direitos fundamentais de crianças e jovens 80 . Com a atual 
Carta Constitucional, a prestação de serviços de saúde ficou a cargo do S istema 
Único de S aúde (SUS ), seguindo as premissas do art. 198 (descentralização, 
atendimento integral com prioridade para atividades preventivas e participação da 
comunidade). Compete ao SUS as atribuições elencadas no art. 200, merecendo 
destaque o inciso IV que trata da participação na formulação da política e execução 
das ações de saneamento básico.

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