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14) O segmento a que não tem direito poderia ser assim reescrito: às quais não têm direito. 15) Há duas elipses que retomam anaforicamente o agente das ações verbais do período. Comentário: 1) ERRADO. Não se pode retirar o artigo definido após o pronome indefinido todas, pois, entre este pronome (todos, todas, no plural) e um substantivo, sempre haverá a necessidade do artigo definido. É regra! 2) ERRADO. Segundo os gramáticos Domingos P. Cegalla, Evanildo Bechara, Said Ali etc., todas as vezes que (locução conjuntiva temporal) é a forma culta e não todas as vezes em que. 3) ERRADO. Este que faz parte da locução conjuntiva subordinativa adverbial temporal todas as vezes que, logo não pode ser analisado separadamente, do ponto de vista sintático. Logo não exerce função sintática alguma, tampouco de adjunto adverbial. 4) ERRADO. A expressão as vezes de equivalendo, semanticamente, a “em substituição de” nunca vem craseada. 5) ERRADO. A expressão exerce função de predicativo, como se a frase fosse “Ele fez a si mesmo de diretor”. 6) ERRADO. Pode haver uma vírgula após uma oração subordinada adjetiva restritiva, segundo Said Ali, Bechara e Sacconi, por exemplo. Para ser mais exato ainda, a construção “Todas as vezes que ele faz as vezes de diretor” é um adjunto adverbial de tempo deslocado, por isso a vírgula é obrigatória. A ordem direta do período é esta: “Quer que se lhe atribuam honras a que não tem direito todas as vezes que ele faz as vezes de diretor.”. 7) ERRADO. O verbo querer deve ficar no singular, pois seu sujeito implícito tem como referente o pronome singular ele. 8) CERTO. Trata-se de uma conjunção integrante, que tem o papel de completar sintaticamente, com a oração subordinada, a estrutura da principal. Bizu: substitua por isso – Todas as vezes que ele faz as vezes de diretor quer isso (= que se lhe atribuam honras a que não tem direito). 9) ERRADO. O se tem função apassivadora. O verbo tem, sim, sujeito: honras. Na voz passiva analítica, fica mais fácil de ver: “... quer que honras... lhe sejam atribuídas...”. 10) ERRADO. Não há problema algum na construção. O se tem função apassivadora, e o lhe tem função de objeto indireto. 11) ERRADO. O verbo é, de fato, um VTDI, mas honras exerce função de sujeito, pois a voz verbal é passiva sintética. Só na voz ativa, honras vira complemento direto (= objeto direto). 12) CERTO. Mera passagem de voz passiva sintética para passiva analítica. 13) ERRADO. A preposição a em a que não tem direito é exigida pelo nome direito. Toda vez que um verbo ou um nome dentro da oração adjetiva exigir uma preposição, esta ficará antes do pronome relativo. 14) ERRADO. O erro está em têm. Só rola acento circunflexo neste verbo se ele estiver na 3a pessoa do plural, o que não é o caso. Fiz um vídeo sobre isso (está no YouTube). 15) ERRADO. Veja: Todas as vezes que ele faz as vezes de diretor (ele) quer que se lhe atribuam honras (sujeito passivo de atribuir) a que (ele) não tem direito. 34. A única opção que não se encontra adequada ao registro culto da língua é: a) O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento. b) Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vinte avos da extensão total enunciada. c) Quando dois ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta e no segundo grau na linha colateral, o primeiro, que conhecer da causa no tribunal, impedirá que o outro participe do julgamento. d) Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando aconselhar alguma das partes o objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio. e) Se o conhecimento da lide depender necessariamente da verificação da existência de fato delituoso, poderá o juiz mandar sobrestar no andamento do processo até que se pronuncie a justiça criminal. Comentário: “Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando aconselhar (VTDI) alguma das partes (OD) em/acerca de/sobre o objeto da causa (OI), ou subministrar meios para atender às despesas do litígio”. Gabarito: D. 35. Marque a alternativa cuja análise sintática das expressões sublinhadas esteja inadequada. a) A visão que tive do professor gesticulando horrorizou-me! – respectivamente, temos um adjunto adnominal, um complemento nominal e um adjunto adnominal. b) A escalação do Zagallo, em 58, foi decisiva, e a de 98, idem. – respectivamente, temos um complemento nominal, um adjunto adverbial, um sujeito e um complemento nominal. c) Sendo militar por mais de 20 anos, nunca, meus homens, em hipótese alguma, permiti, embora tenha havido certos desconfortos, a mim repreender. – respectivamente, temos um sujeito, um objeto direto e uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo. d) Mas se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. – respectivamente, temos um adjunto adnominal, uma oração subordinada substantiva subjetiva e um objeto direto. e) Queriam adivinhar os pensamentos de que se povoam as cabeças desses velhinhos.- respectivamente, temos um objeto direto, um agente da passiva e um sujeito. Comentário: Na letra A, que tive é oração subordinada adjetiva; toda oração subordinada adjetiva exerce função sintática de adjunto adnominal. Sobre do professor, podemos dizer que é um complemento nominal, pois tem valor passivo e se liga ao nome visão. Por fim, gesticulando é uma oração subordinada adjetiva reduzida de gerúndio; como sabemos, toda oração subordinada adjetiva exerce função sintática de adjunto adnominal. Na letra B, do Zagallo é complemento nominal, pois tem valor passivo, ou seja, ele foi escalado em 58. Já em 58 exerce função sintática de adjunto adverbial. O pronome demonstrativo a (= aquela) exerce função de sujeito da locução verbal elíptica (foi decisiva; note que a vírgula marca a elipse). Por fim, de 98 é adjunto adnominal (valor de agente), pois, dessa vez, pelo nosso conhecimento de mundo, ele era o técnico, portanto ele escalou. Na letra C, há uma sínquise, ou seja, inversão sintática dos termos de maneira bem intensa. Colocando mais próximo da ordem direta, temos: “Sendo militar por mais de 20 anos, nunca, em hipótese alguma, permiti meus homens repreender a mim (= permiti que meus homens repreendessem a mim), embora tenha havido certos desconfortos”. Melhorou? Bem, o termo meus homens é sujeito do verbo repreender, que pode ficar ou não no plural, segundo as regras de concordância do infinitivo. Já a mim é objeto direto preposicionado do verbo repreender, que é transitivo direto, o qual, por sua vez, constitui oração subordinada substantiva objetiva direta do verbo causativo permitir. Na letra D, também há sínquise, afinal, trata-se de uma parte do hino nacional. Bem, da justiça é adjunto adnominal de clava, substantivo concreto. Colocando na ordem direta o finzinho, temos: “Nem quem te adora (sujeito oracional, ou oração subordinada substantiva subjetiva) teme a própria morte (objeto direto do verbo temer)”. Na letra E, o termo os pensamentos é objeto direto do verbo adivinhar. Para facilitar sua visão, vou reescrever a parte final do período na voz passiva analítica e na ordem direta: “... de que as cabeças desses velhinhos (sujeito) são povoadas”. Agora vou substituir o pronome relativo que pelo seu antecedente para que vejamos a função sintática do relativo: “... as cabeças desses velhinhos são povoadas de (= por) pensamentos”. Eis o agente da passiva. É interessante dizer que é muito raro o agente da passiva vir em voz passiva sintética, como está no trecho original da alternativa E. Gabarito: B. 36. Das frases abaixo, qual é a única que não apresenta termo ou estrutura com classificação sintática idêntica a um termo ou estrutura das demais? a) Porque não lhe sou favorável, você me despreza? b) Vereis amorda pátria não movido/De prêmio vil, mas alto e quase eterno. c) Do auxílio que ele viesse, precisaram (quando em fútil desespero) os homens. d) Não solícitos sempre me foram os que detinham o poder. e) Fui oficialmente informado que me deveria submeter a exame de saúde. Comentário: E. A) O lhe exerce função de complemento nominal do adjetivo favorável. B) O De prêmio vil exerce função de complemento nominal do adjetivo movido. C) A oração que ele viesse exerce função de complemento nominal do substantivo auxílio. A preposição pode vir implícita antes de orações subordinadas substantivas objetivas indiretas e completivas nominais. D) O me exerce função de complemento nominal do adjetivo solícitos. E) Este é o gabarito! “Por quê, pestana?!” Vamos ver agora, meus bons! Nem é adjetivo a palavra informado, nem é completiva nominal a oração que me deveria submeter a exame de saúde. Informado é particípio do verbo informar, transitivo direto e indireto, na voz passiva analítica (informar alguém de ou sobre alguma coisa). A oração que me deveria submeter a exame de saúde é, pois, oração subordinada substantiva OBJETIVA INDIRETA. Na voz ativa temos: “... informaram-me oficialmente que me deveria submeter a exame de saúde”, em que o sujeito é indeterminado, me é objeto direto e também objetiva indireta a oração “que me deveria submeter a exame de saúde”. Sobre a ausência da preposição antes da oração, já expliquei acima que a elipse é normal. Gabarito: E.