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1 07 Aula 4B Português Termos do nome II – Predicativo do objeto / Complemento nominal Recorde as marcas do predicativo do sujeito: 1. função sintática própria de termo ligado ao sujeito; 2. separado do sujeito por meio de verbo ou sinal da pontuação: • Estamos cansados a esta altura predicativo do sujeito (“nós” – oculto) Lembre-se de que do ponto de vista semântico o predicativo indica uma qualidade passageira, circunstancial: • Você parece esperançoso neste momento. predicativo do sujeito Se um substantivo funciona como sujeito e apresenta predicativo – qualidade circunstancial, atribuída – é natural imaginar que um substantivo sendo objeto também possa apresentar um predicativo. Este é o primeiro ponto a ser estudado nesta aula. Predicativo do objeto Observe a frase a seguir: Em momentos difíceis, a vida faz próximos os amigos distantes. Numa análise mais imediata dos termos ligados ao verbo, teremos: a) Em momentos difíceis = adjunto adverbial de tempo b) a vida = sujeito c) os amigos distantes = objeto direto Para os termos ligados a nomes, podemos fazer ainda a seguinte classificação: a) difíceis = adjunto adnominal de “momentos”, núcleo do adjunto adverbial b) os / distantes = adjunto adnominal de “amigos”, núcleo do objeto direto Uma dificuldade adicional, entretanto, aparece nesta frase: como classificar o adjetivo “próximos”? Sendo um adjetivo, ele está ligado a um nome – no caso, “os amigos distantes”. O leitor mais apressado poderia classificar “próximos” como adjunto adnominal, pois ele se encontra “colado” com o objeto. Ocorre, no entanto, que se trata de uma qualidade adquirida, atribuída. Como proceder à análise desse adjetivo, então? Em momentos difíceis, a vida faz próximos os amigos distantes. qualidade nova qualidade velha 2 Semiextensivo Na análise sintático-semântica da frase até aqui, vimos que “distantes” era uma marca daqueles amigos – portanto, corresponde a um adjunto adnominal do objeto. Já o termo “próximos” se refere a uma qualidade que passou a fazer parte do nome “amigos” por causa das con- tingências da vida, certo? Como podemos entender a frase nesse sentido? É a interferência verbal da forma “faz” a responsável por agregar o qualificador “próximos” ao nome que anteriormente não dispunha dessa marca. Sendo assim, este adjetivo em questão funciona como um predicativo do objeto. Probleminha: Você deve ter percebido que seria bem possível confundirmos o predicativo do objeto como sendo um adjunto adnominal, não? Isso poderia ocorrer porque realmente há aqui um complicador: se o predicativo do sujeito sempre aparece se- parado do seu nome por meio de forma verbal ou pontuação, isso não acontece com o predicativo do objeto, que comumente aparece colado ao objeto, tal qual um adjunto adnominal. Calma! Sintaticamente, dizemos que o adjunto faz parte do sintagma (conjunto de palavras) representado pelo objeto, sendo que o predicativo não pertence a esse sintagma. Seria algo como dizer que o predicativo está “fora” do objeto, enquanto o adjunto está “dentro”. Há uma maneira prática de se observar o comportamento do adjetivo com relação ao objeto. Tomando a frase analisada logo acima, tentemos aplicar a prova: Em momentos difíceis, a vida faz próximos os amigos distantes. adjunto adverbial sujeito VTD predicativo do objeto objeto direto Substituindo o objeto direto da frase por um pronome oblíquo correspondente, teríamos: Em momentos difíceis, a vida OS faz próximos . OU Em momentos difíceis, a vida fá-LOS próximos . Em que O, LOS = o núcleo do objeto (amigos), englobando também seu adjunto adnominal (distantes). Isso se comprova pelo fato de que os dois termos são substituídos pelo pronome correspondente. Por sua vez, o adjetivo “próximos”, por ser predicativo e não estar ‘colado’ ao objeto, permanece visível na frase. A essa manobra chamamos “prova do pronome”. O predicativo resiste em não ser transformado em uma forma pronominal, sendo que o adjetivo estará incluído no pronome da nova frase. Testando mais uma vez: Investiguei um caso assustador. Investiguei- o (“assustador” é um adjunto adnominal) Considero aquele caso realmente assustador . Considero-o realmente assustador (Aparecendo novamente na frase transformada, o adjetivo “assustador” é um predicativo do objeto.) Frases de julgamento e opinião od od Você torna complicada uma situação simples. O técnico julgou inapto o jogador contratado. predicativo do objeto objeto direto predicativo do objeto objeto direto Os predicativos do objeto costumam aparecer em frases que contenham verbos que expressem opinião como, por exemplo, “considerar”, “achar”, “pensar” e outros semelhantes. Orações construídas com esse tipo de verbo na voz ativa costumam atribuir ao objeto uma qualidade não pressuposta por ele (qualidade “nova”), que funciona sintaticamente como o predicativo do objeto. Aula 07 3Português 4B Forma do predicativo do objeto Assim como o predicativo do sujeito, o predicativo do objeto pode vir expresso tanto por um adjetivo (caso dos exemplos anteriores) quanto por um substantivo ou qualquer outra palavra que esteja substantivada. Confira: Acho você uma bela mulher objeto direto predicativo do objeto Nesse exemplo, o predicativo é expresso por um termo cujo núcleo é o substantivo “mulher”. Também ocorrem situações em que o predicativo do objeto aparece na forma de uma locução adjetiva, introduzido por preposição. Todos o chamavam de pobre coitado. objeto direto predicativo do objeto Complemento nominal Um primeiro passo para se apreenderem as caracterís- ticas de um termo que assume a função sintática de com- plemento nominal é guardar a seguinte informação: todo complemento nominal apresenta preposição obrigatória. Por isso mesmo é que muitos leitores menos atentos pensam no objeto indireto quando, na verdade, estão diante de um complemento. Veja o problema: Muitos têm necessidade de elogios. sujeito VTD objeto direto ? Se na análise sintática do termo você pensou “objeto indireto”, é porque ainda está muito preso a macetes e decorebas. Lembre-se: o estudo de sintaxe exige que se enten- dam as relações de combinação entre as palavras. Assim, seria impossível que o termo destacado anteriormente funcionasse como objeto indireto, classi- ficação que seria tomada por muitos estudantes. É certo que o objeto indireto aparece com preposição obrigatória, sim, porém, ele nunca entra em coesão com um nome – como é o caso acima. Objeto indireto sempre se relaciona a um verbo; essa, sim, condição primeira para que um termo possa funcionar como objeto indireto. Na frase de abertura, o termo destacado está ligado a “necessidade”, que é um nome, o que elimina a possi- bilidade de uma classificação como objeto. Este é um exemplo claro de um termo que parece objeto indireto, mas funciona, na verdade, como com- plemento nominal. Complemento nominal X adjunto adnominal É bastante comum que haja dificuldade na identifi- cação das duas funções sintáticas mencionadas acima. Apesar de ter ficado claro que um termo prepo- sicionado ligado a um nome nunca pode ser objeto indireto ou adjunto adverbial, isso não significa que todo termo com preposição que se ligue a um nome seja um complemento nominal. Calma! Você já deve estar lamentando mais uma com- plicação, mas, novamente, a percepção exata das relações e uma dose de leitura competente resolvem o problema. Na aula passada, você viu que os adjuntos adnomi- nais “gravitam” em torno de um núcleo nominal. Assim, observe a classificação na frase a seguir. A famosa BANDA irlandesa VISITOU o país tropical . Adj. Adn. Adj. Adn. Núcleo VTDAdj. Adn. Núcleo Adj. Adn. Adj. Adn. sujeito objeto direto Aqui, naturalmente o termo “irlandesa” poderia ter sido escrito sob outra forma, usando-se uma estrutura conhecida como locução adjetiva. A famosa banda irlandesa (= da Irlanda) Isso não alteraem nada a classificação da nova expressão em relação ao seu equivalente. Assim, “da Irlanda”, que é um termo ligado ao núcleo nominal “banda” e equivale a “irlandesa”, funciona como adjun- to adnominal. Atenção! 1) O adjunto adnominal se liga também a um nome concreto; 2) O complemento nominal se relaciona a um subs- tantivo abstrato. Assim, explica-se por que “de elogios” é comple- mento nominal do abstrato “necessidade” na frase que abre este tópico da aula. Ainda que pareça tudo resolvido até aqui, só falta mais um item... o fundamental. Antes que você possa comemorar que finalmente entendeu a diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal, há outro senão, que se resolve, também, com atenção e capacidade de leitura. 4 Semiextensivo Que os substantivos concretos “peçam” um adjunto que lhes especifique o sentido, isso é pacífico. Que os substan- tivos abstratos exijam sempre um complemento nominal... bem, nem sempre é assim. Calma! Por que é comum confundirmos o objeto indireto e o complemento nominal? Porque eles são idênticos quanto à forma (têm preposição) e quanto à semântica (sempre indicam o paciente da ação), diferenciando-se nas relações que estabelecem na frase. Assim, poderíamos dizer que a única diferença que existe entre termos assim classificados é a de relação: objetos indiretos ligam-se a verbos; complementos nominais se ligam a nomes. Quanto ao sentido, ambos indicam aqueles que “sofrem” uma ação. Citando novamente o exemplo da frase de abertura, o substantivo “necessidade” é um abstrato, cuja noção recai sobre “de elogios”; em outras palavras, “de elogios” é o alvo, o paciente da “necessidade”. Como “necessidade” é um nome, o termo preposicionado que o segue é um complemento nominal. Veja, com muita atenção, porém, o exemplo abaixo: A divulgação do MEC deixou muitos jovens felizes. núcleo do sujeito adjunto adnominal objeto direto predicativo do objeto O termo destacado aqui, apesar de parecer um complemento nominal, pois é preposicionado e está ligado a um nome abstrato, funciona como adjunto adnominal. No contexto, “MEC” não é um termo paciente, ele não foi divulgado, mas divulgou, ou seja, “MEC” é o agente da ação expressa pelo nome abstrato “divulgação”. Assim, compare: A divulgação dos resultados deixou muitos jovens felizes. núcleo do sujeito / complemento nominal objeto direto predicativo do objeto Neste caso, “os resultados” foram o alvo da ação expressa pelo nome “divulgação”; eles – os resultados – foram divulgados, sendo o paciente, daí funcionarem como complemento nominal. Enfim, podemos comparar as marcas do adjunto adnominal e do complemento nominal no quadro que segue: Adjunto adnominal preposicionado Complemento nominal • ligado a nome concreto – • ligado a nome abstrato • ligado a nome abstrato, adjetivo ou advérbio • indica o agente da ação expressa pelo nome abstrato • indica o paciente da ação expressa pelo nome abstrato • A explicação DO PROFESSOR foi clara. (Professor explicou) • A explicação DO EXERCÍCIO foi clara. (Exercício foi explicado) Testes Assimilação Instrução: Texto para a questão 07.01. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio. (...) O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos. REZENDE, Otto Lara, Folha de S. Paulo, São Paulo, 23.02.92 D .A P re ss /C B /M o n iq u e R en n e Aula 07 5Português 4B 07.01. (UNAERP – SP) – “Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos”. A segunda frase, em relação à primeira, é: a) uma gradação imprópria. b) uma oração reduzida. c) um aposto. d) um adjunto adverbial. e) um predicativo. 07.02. Identifique o termo em destaque como (A) adjunto adnominal (B) objeto indireto (C) agente da passiva a) Numa manhã, Circe ofereceu flores A ULISSES. ( ) b) O templo DE ATENA ficava no Olimpo. ( ) c) Ulisses era amado POR PENELÓPE. ( ) d) Os povos levavam PARA A DEUSA, oferendas. ( ) e) Os marinheiros foram tomados PELA GANÂNCIA. ( ) 07.03. Identifique o termo em maiúsculo: complemento nominal, objeto indireto e adjunto adnominal. a) Alexandre necessitava DE CUIDADOS. b) As noites DO MAR eram perigosas. c) Ele crê EM MILAGRES. d) A crença EM MILAGRES favorece a igreja. e) Ele sempre discorda DOS AMIGOS. 07.04. Identifique o termo ENTRE ASPAS como (1) complemento nominal (2) objeto indireto (3) adjunto adnominal ( ) Seus pais conservam o orgulho “por você”, acredite. ( ) Todos precisamos “de apoio” nesta hora. ( ) A superproteção faz mal “aos filhos”. ( ) Os filhos “dos seus filhos” sofrerão mais. ( ) Eles necessitarão “de liberdade”. 07.05. (UFAC) – Identifique as funções sintáticas introduzidas pelas preposições, relacionando a 2ª. coluna à 1ª. e marcando, em seguida, a opção correta. ( S ) depender de alguém ( ) complemento nominal ( E ) agir com prudência ( ) aposto ( L ) homem de coragem ( ) adjunto adnominal ( V ) necessidade de carinho ( ) objeto indireto ( A ) a cidade de Rio Branco ( ) adjunto adverbial a) VALES b) VELAS c) VALSE d) SALVE e) LEVAS Aperfeiçoamento Instrução: Texto para a questão 07.06. Locadora de vídeo em casa por Fabíola Perez Com o avanço da internet, já é possível contar com um acervo de milhares de filmes sem sair do sofá. Saiba como usar o serviço e as novidades prestes a chegar ao mercado brasileiro. Ao contrário do que mui- ta gente previu, as locadoras de vídeo não desapareceram com o avanço da internet e da pirataria. Elas apenas mu- daram de lugar: estão agora nas casas dos consumidores. Em 2012, a quantidade de filmes reproduzidos via strea- ming (sistema que permite a transmissão do conteúdo em tempo real) cresceu de forma espantosa no Brasil, passando de 1,4 milhão para 3,4 mi- lhões. “As empresas que não migrarem para essa tecnologia ficarão ultrapassadas”, afirma Flávio Velardo, sócio-diretor da Enterplay, primeira com- panhia brasileira a disponibi- lizar filmes em streaming com tecnologia nacional. Velardo, porém, aponta dois entraves para um crescimento ainda maior: o acesso limitado à banda larga e ao conteúdo. O problema da banda larga vem sendo discutido pelo governo e a ampliação do conteúdo depende de investimentos das empresas. [...] Revista ISTOÉ, 13 fev/2013 – ANO 37 – Nº. 2256 6 Semiextensivo 07.06. (UFAL) – Nos períodos: “[...] as locadoras de vídeo não desapareceram [...]” / “[...] e a ampliação do conteúdo depende de investimentos [das empresas] [...]”, os termos destacados exercem, respectivamente, as seguintes funções sintáticas: a) adjunto adnominal / complemento nominal / objeto indireto / adjunto adnominal b) adjunto adnominal / complemento nominal / objeto indireto / complemento nominal c) complemento nominal / complemento nominal / objeto indireto / adjunto adnominal d) adjunto adnominal / complemento nominal / objeto direto / adjunto adnominal e) adjunto adverbial / complemento nominal / objeto direto / adjunto adnominal 07.07. A crítica DO ARTICULISTA AO CANDIDATO foi CONTUNDENTE. Na oração acima, os termos DO ARTICULISTA, AO CAN- DIDATO e CONTUNDENTE exercem, respectivamente, a função sintática de: a) adjunto adnominal, complemento nominal e predicativo do sujeito; b) adjunto adnominal, adjunto adnominal e predicativo do sujeito; c) complemento nominal, adjunto adnominal e objeto direto; d) objeto indireto, objeto indireto e objeto direto; e) adjunto adverbial, objeto indireto e predicativo do sujeito. 07.08. Classifique o termo em destaque como adjunto adnominal ou complemento nominal a) A mercearia DO SEU JOÃO foi fechada pelos fiscais b) Nos dias de eleição é proibida a venda de BEBIDAS AL- COÓLICAS. c) Caiu a produção DE LEITE. d) A produção DO OPERÁRIOaumentou este mês. e) O encontro DOS AMIGOS foi emocionante. f ) A preocupação COM A JUSTIÇA deve ser um dever de todos. 07.09. Assinale a alternativa que classifique correta e res- pectivamente os termos em maiúsculo das orações a seguir: 1. “Não me refiro ÀS TORTURADAS MÃES DE FAMÍLIA”. 2. “Ai do guarda que vier com essa história de multa, SÍMBO- LO DO ODIOSO REINADO MASCULINO! ”. 3. “... a não oferecer lugar para as mulheres nos ônibus, para não humilhá-LAS...” 4. “Falo de um estilo oriundo DAS BATALHAS FEMINISTAS ”. a) objeto direto; aposto; objeto indireto; objeto indireto; b) objeto indireto; vocativo; objeto direto; complemento nominal; c) objeto indireto; aposto; objeto direto; adjunto adnominal; d) adjunto adverbial; vocativo; objeto indireto; adjunto adnominal; e) objeto indireto; aposto; objeto direto; complemento nominal. 07.10. Conheci um professor de verdade que falava da verdade de verdade. a) 1 e 2 possuem função adjetiva; 3 possui função adverbial. b) 1 e 3 possuem função adjetiva; 2 possui função adverbial. c) 1 possui função adverbial; 2 possui função adjetiva. d) 1 possui função adjetiva; 3 possui função adverbial; e) 2 possui função adjetiva; 3 possui função adverbial. 07.11. Na frase “Cunha rechaça acusação sobre propina na Câmara” há uma ambiguidade. Assinale, dentre as alterna- tivas a seguir, aquela que também apresenta duplo sentido. a) Fazendeiros sacrificam rebanho para conter febre aftosa. b) Por apenas 30 reais você se livra de inutilidades c) As execuções foram denunciadas à ONU. d) Assessor garante presença de Ivete. e) Visita de ex-candidato a presidente causa polêmica. 07.12. Sobre o trecho a seguir, assinale a alternativa in- correta. O leitor paga para receber jornalismo de eco- nomia e recebe economia de jornalismo. Jânio de Freitas a) de economia e de jornalismo não têm a mesma função sintática. b) os dois trechos sublinhados desempenham a função de objeto indireto. c) jornalismo e economia são, respectivamente, os núcleos das expressões destacadas. d) o efeito irônico e crítico da frase decorre do trocadilho que o jornalista realiza, invertendo a posição dos núcleos e dos termos preposicionados nos dois casos. e) o sujeito de recebe, quanto ao significado, é o mesmo que o de paga. 1 2 3 Aula 07 7Português 4B Aprofundamento 07.13. Leia o enunciado a seguir e assinale a alternativa correta. De novo Corinthians e Santos em uma final; de novo, só o Itaquerão. a) de novo assume valor adverbial nas duas ocorrências. b) na primeira ocorrência, de novo tem valor adverbial; na segunda, valor adjetivo. c) as ocorrências da expressão de novo não permitem dizer que há juízo de valor negativo sobre o ocorrido. d) de novo assume valor adjetivo nas duas ocorrências. e) o efeito de expressão obtido com a repetição do segmen- to de novo é um sinal inequívoco de que o enunciador tem opinião favorável ao ocorrido. 07.14. Se você fosse um cioso revisor de uma publicação qualquer e se deparasse com a seguinte manchete JUDICIÁRIO JULGA POLÍTICO INOCENTE O que você faria? a) aprovaria a manchete, porque ela está bem construída, com clareza e objetividade na veiculação da informação. b) alteraria a manchete, pois o termo “inocente” pode ser adjunto adnominal (o político foi considerado inocente pela Justiça) ou predicativo do objeto (o jornal parte do pressuposto de que o político é inocente). c) vetaria o texto, já que os dois sentidos veiculados são incoerentes. d) alteraria o texto, pois “inocente”, termo ambíguo, pode ser adjunto adnominal (o jornal parte do pressuposto de que o político é inocente) ou predicativo do objeto (o político foi considerado inocente pela Justiça). e) aprovaria o texto, pois independentemente da manchete, a inocência pode ser provada na Justiça. 07.15. Filhos adolescentes quase sempre consideram seus pais velhos A expressão “velhos”, na frase acima, desempenha função sintática de predicativo do objeto. Indique a alternativa em que também ocorre essa mesma função sintática. a) Os pais quase sempre são considerados velhos pelos filhos adolescentes. b) Filhos adolescentes quase sempre acham velhos os seus pais. c) Os pais velhos quase sempre são considerados por filhos adolescentes. d) Filhos adolescentes quase sempre consideram que os pais são velhos. e) Quase sempre, filhos adolescentes acham seus velhos pais. 07.16. [...] Que, vindo o Castelhano devastando As terras sem defesa, esteve perto De destruir-se o Reino totalmente, Que um fraco rei faz fraca a forte gente. (extraído de Os Lusíadas – Luís Vaz de Camões) Sobre o comportamento sintático e semântico dos adjetivos que figuram nessa frase, é correto que: a) todos têm um mesmo papel semântico. b) todos têm um mesmo papel sintático. c) há um adjetivo que indica qualidade circunstancial. d) o segundo adjetivo da série desempenha papel de adjunto. e) o último adjetivo da série indica, semanticamente, qua- lidade circunstancial. Instrução: Leia o texto abaixo, um conhecido soneto de Camões, e responda às questões 07.17 e 07.18. Aquela triste e leda * madrugada, Cheia toda de mágoa e de piedade, Enquanto houver no mundo saudade Quero que seja sempre celebrada. Ela só, quando amena e marchetada ** Saía, dando ao mundo claridade, Viu apartar-se de uma outra vontade, Que nunca poderá ver-se apartada. *** Ela só viu as lágrimas em fio, Que, duns e doutros olhos derivadas, Se acrescentaram em grande e largo rio. Ela viu as palavras magoadas Que puderam tornar o fogo frio, E dar descanso às almas condenadas. * Alegre ** Esmaltada, enfeitada ***Separada 07.17. Assinale a alternativa em que o adjetivo é um predi- cativo, não funcionando como adjunto adnominal. a) Triste d) Magoadas b) Leda e) Condenadas c) Celebrada 8 Semiextensivo 07.18. No trecho Ela só viu as lágrimas em fio, Que, duns e doutros olhos derivadas, Se acrescentaram em grande e largo rio. Ela viu as palavras magoadas Que puderam tornar o fogo frio, E dar descanso às almas condenadas. Leia os itens abaixo e assinale a alternativa correta. ( ) Grande e largo são qualidades próprias do rio, fun- cionando sintaticamente como adjuntos adnominais. ( ) Magoadas assumem papel sintático de predicativo, indicando qualidade circunstancial de “palavras”. ( ) Em alguma coisa fogo frio foi transformado. ( ) Frio é uma qualidade própria de fogo, funcionando sintaticamente como adjunto adnominal. a) V – F – F – V c) F – F – V – F e) V – F – F – F b) F – V – F – V d) V – F – V – V Discursivos 07.19. Leia a frase abaixo e faça o que se pede. Este momento é visto como fundamental. a) Transponha a frase acima para a voz ativa. b) Classifique o termo fundamental nas frases em voz passiva e na voz ativa. c) Classifique o termo este momento nas frases em voz passiva e na voz ativa. 07.20. Dada a frase A comitiva deixou a cidade triste. a) Aponte os três sentidos possíveis na leitura dessa frase, sem contexto específico. b) Indique, para cada leitura feita, qual seria a função sintática do adjetivo triste. Aula 07 9Português 4B Gabarito 07.01. c 07.02. a) B b) A c) C d) B e) C 07.03. a) objeto indireto b) adjunto adnominal c) objeto indireto d) complemento nominal e) objeto indireto 07.04. (1) – (2) – (2) – (3) – (2) 07.05. c 07.06. a 07.07. a 07.08. a) AA b) CN c) CN d) AA e) AA f ) CN 07.09. e 07.10. d 07.11. e 07.12. b 07.13. b 07.14. d 07.15. b 07.16. c 07.17. c 07.18. e 07.19. a) Veem este momento como funda- mental. b) Voz passiva: “fundamental” é predica- tivo do sujeito. Voz ativa: “fundamental” é predicativo do objeto. c) Voz passiva: “este momento” é sujeito. Voz ativa: “este momento” é objeto direto. 07.20. a) A comitiva saiu triste da cidade OU a comitiva saiu de uma cidade que era naturalmente triste OU a comitiva, por algum motivo, tornou triste a ci- dade. b) A comitiva saiu tristeda cidade = “tris- te” é predicativo do sujeito “comitiva”. A comitiva saiu de uma cidade que era naturalmente triste = “triste” é ad- junto adnominal de “cidade”. A comitiva, por algum motivo, tor- nou triste a cidade. = “triste” é predi- cativo do objeto “cidade”. 10 Semiextensivo Período composto – oração subordinada substantiva Português 4BAula 08 Conceitos básicos Vamos relembrar algumas ideias que já nos acompa- nham desde o ensino fundamental. • Frase: qualquer enunciado linguístico de sentido completo. • Oração: enunciado estruturado com base em um verbo. • Período: enunciado de sentido completo estru- turado com base em um verbo. • Período simples: enunciado marcado por ape- nas uma forma verbal (oração absoluta). • Período composto: enunciado marcado por mais de uma forma verbal. Período simples – Período composto Entre os dois tipos, você reconhecerá uma correlação lógica e bem sistemática: as funções assumidas pelas orações no período composto serão aquelas que você já conhece do período simples. Em outras palavras, veremos que uma oração pode assumir funções sintáticas de sujeito, objeto direto, objeto indireto, adjunto adnominal, etc., e isso tem evidente implicação de sentidos para aquilo que lemos e escrevemos. Veja como há simetria entre as funções em diferentes períodos: Período simples Todo sábio reconhece sua ignorância. Agora veja como se daria uma análise de período composto em simetria com a frase acima. Período composto Todo sábio reconhece que é ignorante em algo. sujeito VTD objeto direto Neste caso, vê-se que há dois verbos no período, o que significa que a análise se dará entre orações, não recaindo mais sobre palavras. Note, por exemplo, que o primeiro segmento [Todo sábio reconhece] continua com o mesmo verbo transitivo, mas o que merece aten- ção é a oração destacada. Observe que o segmento [que é ignorante em algo], que é uma oração, está justamente na exata posição em que figurava o objeto direto [sua ignorância] no período simples. Isso equivale a dizer que, se a oração em questão ocupa o papel que era de um objeto direto, entende-se que ela, neste período composto, é quem agora assume o papel de objeto direto. Oração I Oração II Todo sábio reconhece que é ignorante em algo. Período Composto – Subordinação Entendemos que há subordinação em um período composto quando verificamos que uma determinada oração assumiu papel sintático próprio de um termo simples, uma palavra. Assim, quando falamos em oração subordinada substantiva, em termos práticos, entendemos que se tra- ta de uma oração que está exatamente no lugar em que poderia ocorrer – se ali houvesse um período simples – um substantivo. Foi isso o que verificamos anteriormente, com os dois exemplos. Compare mais uma vez. Todo sábio reconhece SUA IGNORÂNCIA. // Todo sábio reconhece QUE É IGNORANTE EM ALGO. objeto direto O período composto por subordinação apresenta três modalidades de orações • as adjetivas • as substantivas • as adverbiais VTD oração com papel de objeto direto 11 Aula 08 Português 4B Cada um desses grupos terá características muito próprias, como conectores e sentidos específicos. Em comum entre as dezessete orações (!) subordinadas está o fato de que todas assumirão função sintática existente no período simples. Orações com função de substantivo A oração subordinada substantiva, como o nome sugere, é a que exerce no período composto função própria de um substantivo. Você sabe: um substantivo qualquer assume várias funções sintáticas. O nome amor, por exemplo, pode fi- gurar em uma frase como sujeito ou objeto direto – para ficarmos nos casos mais óbvios (respectivamente, por exemplo, “O amor muda as pessoas” e “Todos esperam um amor”). Entendendo que as orações subordinadas subs- tantivas espelham as funções sintáticas próprias de um substantivo, já podemos admitir, então, ser natural que comportem, por exemplo, as funções sintáticas de sujeito e objeto direto. Treinando o olhar, mais uma vez: Certas pessoas não percebem a realidade. Certas pessoas não percebem que vivem mimadas pelos outros. No segundo enunciado, a função da oração é reco- nhecida aplicando-se o mesmo método que aplicaría- mos se o período fosse simples. A oração é o paciente do verbo perceber. Trata-se de um termo não introduzido por preposição (a palavra que não é uma preposição). Por esses motivos, a oração aqui destacada é o objeto direto do período. Como dissemos, a função de objeto direto pode ser exercida por um substantivo. Uma frase com a estrutura acima admitiria perfeitamente um objeto direto composto apenas de um substantivo (ainda que, naturalmente, com significado diverso): Certas pessoas não percebem a verdade. Reconhecendo a oração substantiva A oração subordinada substantiva pode sempre ser substituída por um substantivo simples, sem que a frase como um todo perca sua estrutura básica. (o.d.) Oração com valor substantivo Oração com função de objeto direto substantivo / objeto direto Para facilitar nosso trabalho, tomemos a substituição da oração substantiva por uma palavra neutra, que se encaixe bem nas mais variadas situações. Esta palavra será o pronome demonstrativo isso (ou isto) Sempre que for possível substituir uma oração por esse(s) pronome(s), estamos diante de uma subordina- da substantiva. Naturalmente, a substituição da oração pelo pronome vai alterar o seu significado original. Não importa. Se a frase continuar correta, se continuar fazendo sentido, então a substituição é válida. Recuperando um período lido anteriormente, tería- mos a seguinte transformação: Todo sábio reconhece ISSO Lembrete Se uma oração pode trocar de lugar com um pronome substantivo, é porque ela exerce função própria de substantivo. Essa ideia tem perfeita base teórica, não havendo por que relegá-la ao plano secundário dos “macetes”. O conector da oração substantiva: a conjunção integrante Conjunção, como você sabe, é um conector cuja função é relacionar orações. O QUE e o SE introdutores de orações substantivas são classificados morfologica- mente como conjunção integrante. Atente a isto: em contraste com a conjunção que, a conjunção se introduz no período uma ideia de dúvida: Os alunos não sabiam que seriam aprovados naquele ano. Os alunos não sabiam se seriam aprovados naquele ano. Ambas as orações grifadas nos períodos acima se classificam como subordinadas substantivas. Ambas podem ser substituídas pelo pronome isso (“Os alunos não sabiam isso”). Ambas desempenham a função sintática de objeto direto da forma verbal “sabiam”. Está claro, porém, que elas dão ao período um dife- rente direcionamento de sentido. O primeiro exemplo expressa que efetivamente os alunos desconhecem um fato, ao passo que o enunciador o conhece de antemão. Na segunda frase, tanto enunciador quanto alunos não têm certeza daquilo que se comunica. (que é ignorante em algo) 12 Semiextensivo Tipos de oração substantiva Como tudo se baseia em coesão, e como vimos no período simples, aqui também será preciso atentar às ideias de relação. Existem orações substantivas relacio- nadas a verbo e outras relacionadas a substantivo. As orações substantivas ligadas a verbos podem exercer as funções sintáticas de (1) sujeito, (2) objeto di- reto e (3) objeto indireto; as relacionadas a nome podem assumir funções sintáticas de (4) predicativo do sujeito, (5) complemento nominal e (6) aposto. Orações substantivas relacionadas ao verbo: 1. subjetiva 2. objetiva direta 3. objetiva indireta Subjetiva Ela exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Como qualquer sujeito, jamais é introduzida por preposição. Observe o seguinte período: Não é garantido que as coisas melhorem. O enunciado apresenta duas orações, identificadas às formas verbais É GARANTIDO e MELHOREM. Oração principal: Não é garantido. Oração subordinada: que as coisas melhorem.Trata-se de uma subordinada substantiva, pois ela pode ser substituída pelo pronome isso: Não é garan- tido ISSO. Não é garantido que as coisas melhorem. Como vimos, ao substituir uma oração substantiva pelo pronome isso, a função sintática do pronome será a função da oração. O período Não é garantido isso está em ordem inversa. Em ordem direta, sua forma é Isso não é garantido. Podemos notar então que o pronome isso funciona como sujeito da forma verbal É GARANTIDO. ISSO não é garantido. Concluímos então que a oração substantiva original também exercia a função sintática de sujeito do verbo da oração principal: Não é garantido que as coisas melhorem. oração principal Oração Subordinada Substantiva sujeito oração principal Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Objetiva direta Trata-se do tipo mais comum e mais facilmente identificável de oração subordinada substantiva. Sua característica formal – mas não exclusiva – é não apresentar preposição antes da conjunção integrante que ou se. Como toda oração substantiva, ela pode ser substituída pelo pronome isso. Entenda que ninguém é melhor que ninguém. Entenda ISSO Objetiva indireta Como esta oração exercerá função sintática de ob- jeto indireto, será necessária uma preposição antes da conjunção integrante, uma vez que a relação se dá com um verbo transitivo indireto. Às vezes, a gente se esquece de que o mundo dá voltas. OP VTI Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta Observe que a substituição desse tipo de oração pelo pronome isso deve preservar a preposição, sob pena de errarmos a sua classificação. Assim, a oração subordinada do período torna-se disso (= “de” + “isto”), mantendo-se a preposição de. Às vezes, a gente se esquece disso. Orações substantivas relacionadas a nome As outras três orações substantivas ligam-se ao nome, isto é, estão relacionadas a um substantivo (caso mais comum) ou a um adjetivo. Do mesmo modo como você notou anteriormente, a classificação dessas orações obedecerá às caracte- rísticas sintáticas das funções estudadas no período simples. Orações substantivas relacionadas a um nome 4. completiva nominal 5. predicativa 6. apositiva OP Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta VTD OD VTi OI Aula 08 13Português 4B Completiva nominal A oração substantiva completiva nominal apresenta as mesmas características básicas do complemento nominal simples. Trata-se de uma oração relacionada a nome, introdu- zida por preposição e que representa semanticamente o paciente desse nome. Tome cuidado para não confundi-la com a oração objetiva indireta, pois esta se relaciona a um verbo. Existe a necessidade de que você fique calmo. Existe a necessidade disso. A oração destacada é substantiva. Ela pode ser subs- tituída pelo pronome isso, mantendo-se a preposição de. – “Existe a necessidade disso.” Observe que se relaciona diretamente ao substanti- vo necessidade, completando-lhe o sentido. Por todos esses motivos, ela funciona como com- plemento nominal e se classifica como subordinada substantiva completiva nominal. Compare a propósito os dois enunciados seguintes: Ninguém discordou de que você ficasse entre nós. Não houve discordância de que você ficasse entre nós. verbo Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta nome Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal Predicativa Como o nome indica, essa oração funcionará como predicativo do sujeito da oração principal. Observe que o verbo da oração principal, neste caso, será sempre um verbo de ligação. Leia o exemplo abaixo e note as semelhanças e diferenças com o exemplo da oração subjetiva. O bom é que tudo isso passará logo. A oração principal do período é O bom é. Note que o termo O bom funciona como sujeito da forma verbal é. Esta é uma forma do verbo ser, verbo de ligação. nome Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal nome Complemento Nominal Frases com verbo de ligação apresentam predicado nominal. A estrutura básica da frase é sempre a mesma: sujeito + verbo de ligação + predicativo do sujeito. Atente ao fato, então, de que a oração subordinada que tudo isso passará logo funciona como predicativo do sujeito “O bom”. O bom é que tudo isso passará logo. O bom é ISSO Nesse tipo de oração, a substituição da oração substantiva pelo pronome isso pode parecer meio estranha, mas não haverá problema algum. A oração substantiva pode ser substituída por qualquer pronome demonstrativo. Os pronomes isto, este ou esta são equivalentes do ponto de vista grama- tical. Se uma oração pode ser substituída por qualquer um deles, é porque se trata de uma subordinada substantiva. Reparou como na oração subjetiva a estrutura é parecida, mas o verbo de ligação não aparece na posição típica que “prepara” a aparição do predicativo? É bom que tudo isso passará logo. (oração subje- tiva) O bom é que tudo isso passará logo. (oração pre- dicativa) Apositiva Marca formal característica: sempre com sinal de pontuação, normalmente após dois-pontos. Cuidado, porém: não se trata da única oração com pontuação, muito menos a única oração após dois- -pontos. O primeiro passo, portanto, não é olhar a pontuação, mas tentar perceber se a oração é ou não substantiva, pelo método da substituição pelos pronomes isto, este, esta. Eles têm um desejo: que esse sofrimento acabe logo. Eles têm um desejo: isso. A oração destacada é substantiva e funciona como aposto do substantivo desejo. Eles têm um desejo: que esse sofrimento acabe logo. OP Oração Subordinada Predicativa Sujeito VL Predicativo Substantivo Oração Subordinada Substantiva Apositiva 14 Semiextensivo Testes Assimilação Instrução: texto para as questões 08.01 a 08.05. d) “Nas famílias mais ricas, não se admite, por exemplo, uma criança com deficiência visual, sem um par de óculos.” (linhas 21, 22 e 23) ______________ e) “Por isso, se quiserem levar a sério a educação (...)” (linha 27 e 28) _____________ 08.02. Leia os segmentos a seguir, extraídos do texto. I. “Um levantamento oficial, feito no final do ano passado, mostrou que uma imensa parcela” II. “concluiríamos que, por mais que se melhore a escola, batalhões de alunos dificilmente vão melhorar.” III. Ou com qualquer sinal de anemia, já que o cansaço dela é tão visível (...)” IV. “tão visível, que alguém já teria tomado providência.” São conjunções integrantes os conectores assinalados em a) I e II c) III e IV e) I e III b) II e III d) I e IV 08.03. Das passagens extraídas do texto, assinale a que apresenta uma proposição incorreta. a) Em “Ignorância é doença”, a palavra destacada poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, por “truculência”. b) Em “foi mostrada a estatística, polêmica (...)”, a palavra destacada poderia ser substituída, sem prejuízo de sen- tido, por “controversa”. c) Em “se a divisão é essa mesmo (...)”, a palavra destacada poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, por “realmente”. d) Em, “mas a visão, no geral (...)”, a palavra destacada poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, por “grosso modo”. e) Em “Isso só não acontece hoje (...)”, a palavra se refere à necessidade de áreas distintas trabalharem conjunta- mente nas escolas. 08.04. Leia os itens a seguir I. Subentende-se, do texto, que o caso dos alunos da rede municipal de São Paulo pode ser considerado uma siné- doque (metonímia) da situação brasileira na mesma área. II. Infere-se do texto que o autor vê a inter-relação entre diferentes áreas de ação do poder público como fator relevante na melhora das condições dos estudantes. III. A maioria dos estudantes da rede municipal de São Paulo apresenta casos básicos de doenças, além de distúrbios de ordem psicológica. a) apenas I e II são corretos. b) apenas I e III são corretos. c) apenas II e III são corretos. d) todos os itens estão corretos. e) nenhum item é correto. Ignorância é doença Gilberto Dimenstein* Recentemente numseminário realizado por economistas, foi mostrada a estatística, polêmi- ca, de que apenas 20% do desempenho escolar do aluno depende da escola; o restante vem de sua base familiar e de sua vivência social. Não sei dizer se a divisão é essa mesmo, mas a visão, no geral, está correta. Prova disso é um fato des- conhecido dos governantes brasileiros – e mos- tra a relação entre ignorância e doença. Um levantamento oficial, feito no final do ano passado, mostrou que uma imensa parcela dos estudantes da rede municipal de São Pau- lo sofre de doenças básicas, com problemas de visão, audição, verminoses, anemias, infecções bucais e cáries. Se tivessem feito uma avaliação de distúrbios mentais – ansiedade, depressão, distúrbio de atenção – e do consumo de dro- gas e álcool, concluiríamos que, por mais que se melhore a escola, batalhões de alunos dificil- mente vão melhorar. Nas famílias mais ricas, não se admite, por exemplo, uma criança com deficiência visual, sem um par de óculos. Ou com qualquer sinal de anemia, já que o cansaço dela é tão visível, tão visível, que alguém já teria tomado provi- dência. Por isso, se quiserem levar a sério a educa- ção (e também o combate à violência, preve- nindo a produção de marginais) os governan- tes terão de fazer com que as áreas de saúde, educação e assistência social trabalhem juntas nas escolas. Isso só não acontece hoje porque nossos governantes também sofrem da doença da ignorância. *In: Jornal Folha de S. Paulo, 29/08/2006. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 08.01. (UFOP – MG) – Observe a palavra “se” nos trechos abaixo e classifique-a em cada caso. a) Não sei dizer se a divisão é essa mesmo (...)” (linha 5 e 6) __________ b) “Se tivessem feito uma avaliação de distúrbios mentais (...) ” (linha 15 e 16)________________ c) “(...) por mais que se melhore a escola, batalhões de alunos dificilmente vão melhorar.” (linha 18, 19 e 20) _______________________ Aula 08 15Português 4B 08.05. Assinale a alternativa correta sobre o texto. a) A família é responsável por 80% do desempenho escolar de uma criança na escola. b) Em “Prova disso” (1o. parágrafo), o pronome destacado se refere ao fato de a “a visão, no geral, estar correta”. c) O autor critica o preconceito velado das famílias ricas em relação às crianças que têm alguma deficiência visual. d) Assim como os estudantes, os governantes também são acometidos por distúrbios físicos e psicológicos que comprometem a ação do poder público. e) O autor entende a educação como fator de prevenção à violência entre jovens. Aperfeiçoamento 08.06. (ESPCEX – SP) – Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação da partícula “se”, na sequência em que aparece no período abaixo. 08.08. Transformando o sujeito da oração “Será fundamen- tal a sua dedicação” em uma oração de igual valor: a) Será fundamental que você se dedique. b) Será fundamental de que você se dedique. c) Seria fundamental que você se dedicasse d) É fundamental que você se dedique. e) Será fundamental que você se dedicasse. 08.09. Nas orações destacadas, marque (A) para a oração substantivas subjetiva e (B) para a objetiva direta. a) ( ) Garantiram que seu texto estava melhor. b) ( ) Convém que você escreva um pouco mais. c) ( ) Contam que muitos alunos crescem com a leitura. d) ( ) É lógico que o processo é demorado. e) ( ) Acontece, agora, que seu texto passa a ser mais maduro. f ) ( ) Ele disse, laconicamente, que fazia apenas um texto por mês. g) ( ) Sabe-se que um texto se transforma. h) ( ) Obviamente, os mais atentos notam que isso é verdade. 08.10. Nas orações destacadas, marque (A) para a oração substantivas completiva nominal e (B) para a objetiva indireta. a) ( ) Não duvide de que ela voltará. b) ( ) Temos certeza de que você conseguirá seu ob- jetivo. c) ( ) Os ingênuos não têm noção de que Gramática cai na prova. d) ( ) A intolerância precisa de que os ignorantes a alimentem. e) ( ) Fui contrário a que se perdessem aquelas con- quistas. f ) ( ) Quem se orgulha de que sejamos preconceitu- osos? g) ( ) Apenas os que se opõem a que exista coerência nisso tudo. h) ( ) Então, fica a certeza de que as coisas não estão bem. 08.11. (UEL – PR) – Dentre as grifadas, a oração substantiva objetiva direta é: a) O rapaz cujo currículo analisamos ontem está aqui. b) Recebeu-o na sala de onde se via todo o jardim. c) Disseram que ele fez um mau negócio. d) Tinha avisado o pai de que não estaria livre naquele horário. e) Não é certo que as planilhas de gastos sejam apresen- tadas. O maquinista se perguntava se a próxima pa- rada seria tão tumultuada quanto a primeira, com aquelas pessoas todas se batendo, os bilhetes avo- lumando nas mãos do cobrador, os reclamos que se ouviam dos mais exaltados. a) objeto indireto – conectivo integrante – parte do verbo – partícula apassivadora b) objeto direto – conectivo integrante – pronome reflexivo – partícula apassivadora c) objeto direto – conjunção integrante – pronome recíproco – indeterminação do sujeito d) objeto indireto – conjunção integrante – pronome reflexivo – partícula apassivadora e) objeto direto – conectivo integrador – pronome oblíquo – partícula apassivadora 08.07. Substitua os termos grifados por orações substan- tivas. a) 1) Garantiram a sua vinda. 2) Garantiram que você viria. b) 1) Percebemos o seu progresso nos estudos. 2) Percebemos . c) 1) Os interesseiros quase sempre pedem nossa dedi- cação. 2) Os interesseiros quase sempre pedem . d) 1) Explicaram a anulação da questão. 2) Explicaram . e) 1) Exame revela predomínio das universidades pú- blicas. 2) Exame revela . 16 Semiextensivo 08.12. Assinale o período que contém uma oração subor- dinada substantiva subjetiva. a) Duvida-se de que você consiga? b) Acham que não dará certo? c) O fato é que não lhe dão crédito? d) Você tem certeza de que quer isso? e) É lógico que conseguirá. Aprofundamento 08.13. (ESPCEX – SP) – Assinale a alternativa correta quanto à classificação sintática das orações grifadas abaixo, respec- tivamente. — Sabe-se que a banana faz bem à saúde. — Ofereceram a viagem a quem venceu o concurso. — Impediram o fiscal de que recebesse a propina combi- nada. — Os patrocinadores tinham a convicção de que os lucros seriam compensadores. a) subjetiva – objetiva indireta – objetiva indireta – com- pletiva nominal b) subjetiva – objetiva indireta – completiva nominal – completiva nominal c) adjetiva – completiva nominal – objetiva indireta – ob- jetiva indireta d) objetiva direta – objetiva indireta – objetiva indireta – completiva nominal e) subjetiva – completiva nominal – objetiva indireta – ob- jetiva indireta 08.14. “Minha proposta é que você aceite as condições atuais” Na oração em destaque temos: a) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta d) Oração Subordinada Substantiva Predicativa e) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva 08.15. (PUCMG) – Há oração substantiva apositiva em: a) Na rua perguntou-lhe em tom misterioso: onde podere- mos falar à vontade? b) Ninguém reparou em Olívia: todos andavam como pasmados. c) As estrelas que vemos parecem grandes olhos curiosos. d) Em verdade, eu tinha fama e era valsista emérito: não admira que ela me preferisse. e) Sempre desejava a mesma coisa: que a sua presença fosse notada. 08.16. (UFSCAR – SP) – Marque a opção que contém oração subordinada substantiva completiva nominal: a) “Era preciso que ninguém desconfiasse do nosso conluio para prendermos o Pedro Barqueiro.” b) “Tanto eu como Pascoal tínhamos medo de que o patrão topasse Pedro Barqueiro nas ruas da cidade.” c) “Para encurtar a história, patrãozinho, achamos Pedro Barqueiro no rancho, que só tinha três divisões: a sala, o quarto dele e a cozinha.”d) “Quando chegamos, Pedro estava no terreiro debulhan- do milho, que havia colhido em sua rocinha, ali perto.” e) “Pascoal me fez um sinalzinho, eu dei a volta e entrei pela porta do fundo para agarrar o Barqueiro pelas costas.” 08.17. Não morrerá sem poetas nem soldados A língua em que cantaste rudemente As armas e os barões assinalados.” Assinale a alternativa correta. a) O sujeito da oração principal está no primeiro verso. b) O primeiro verso apresenta três adjuntos adnominais. c) O segundo verso introduz uma oração subordinada substantiva subjetiva. d) A estrofe apresenta um período composto por três orações. e) O terceiro verso funciona como objeto direto de CAN- TASTE. 08.18. Leia os dois enunciados abaixo. I. Os torcedores que brigaram não perceberam se estavam sendo monitorados. II. Os torcedores que brigaram não perceberam que esta- vam sendo monitorados Assinale a alternativa correta a respeito das afirmações acima: a) Em II, está pressuposto que os torcedores tinham plena consciência de que estavam sendo monitorados. b) Em I, o enunciador do texto não sabe que os torcedores estavam sendo monitorados, mas estes tinham noção do fato. c) Em II, o enunciador tem consciência de que os torcedores estavam sendo vigiados, mas estes não. d) Em I e II, o enunciador do texto sabe que os torcedores estavam sendo monitorados; estes, não. e) Nas duas afirmações, o enunciador do texto não sabe se os torcedores estavam sendo monitorados. Aula 08 17Português 4B Discursivos 08.19. Dado o trecho abaixo Sabe-se que os compositores de antigamente propunham aos cantores que lhes comprassem as músicas que faziam. a) identifique e classifique as orações destacadas que compõem o período. b) explicite o sentido do pronome lhes na frase. 08.20. (FUVEST – SP) – “Não tenho dúvidas de que a reportagem esteja à procura da verdade, mas é preciso ressalvar de que a história não pode ser escrita com base exclusivamente em documentos da polícia política.” (“O Estado de S. Paulo”, 30/08/93) Das duas ocorrências de DE QUE, no excerto acima, uma está correta e a outra não. a) Justifique a correta. b) Corrija a incorreta, dizendo por quê. Gabarito 08.01. a) conjunção integrante b) conjunção subordinativa condicional c) partícula apassivadora d) partícula apassivadora e) conjunção subordinativa condicional 08.02. a 08.03. a 08.04. a 08.05. e 08.06. d 08.07. b) Percebemos que você progrediu nos estudos. c) Os interesseiros quase sempre pedem que nos dediquemos. d) Explicaram que a questão fora (foi) anulada. e) Exame revela que as universidades públicas predominam. 08.08. a 08.09. B – A – B – A – A – B – A – B 08.10. B – A – A – B – A – B – B – A 08.11. c 08.12. e 08.13. a 08.14. d 08.15. e 08.16. b 08.17. e 08.18. c 08.19. a) Sabe-se : oração principal que os compositores de antigamente propunham aos can- tores : oração subordinada substantiva subjetiva. que lhes comprassem as músicas : oração subordinada subs- tantiva objetiva direta (da oração anterior). b) “lhes”, no contexto, apresenta valor de posse, sendo traduzido por “suas”, “deles”. (...os compositores de antigamente propunham aos cantores que comprassem as suas [dos compositores] músicas) 08.20. A primeira ocorrência é a correta, pois o nome dúvidas pede a pre- posição de, inclusive quando se tem uma oração, como é o caso. Ressalvar, por sua vez, é um verbo que não exige preposição, por isso a oração que sucede essa forma verbal deve dispensar o de no contexto. Semiextensivo18 Anotações
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