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TEMA 2: PRINCÍPIOS HISTÓRICOS E PEDAGÓGICOS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE Princípios Históricos "As práticas de saúde adequadas ou não decorrem de experiências contínuas de ensino-apendizagem" (PELICIONI, 2017) Idade Média Na Europa, já se acreditava na importância da Educação em Saúde Nessa época, se recomendava algumas práticas de higiene, regime alimentar e longas horas de sono Recuo da medicina em relação à Antiguidade (textos médicos perdidos e dissecação proibida) Doenças e deficiências físicas eram consideradas sinais exteriores do pecado (Epidemia da Lepra) Século XIX "Era Microbiana" Influência de vetores ou intermediários na transmissão de doenças Relação das doenças com a falta de escoamento e abastecimento de água e com a imundície do ambiente A pedagogia higiênica se organizou, primeiramente, para a elite, como forma de europeizar os costumes Século XIX No final do século, o Estado passou a estruturar as primeiras intervenções sistemáticas de educação em saúde ampliadas às classes populares Isso foi feito como forma de combater as epidemias da época, sendo adotado o modelo campanhista Século XX Doenças presentes nos centros urbanos começam a ameaçar a força de trabalho e a expansão das atividades capitalistas 1903- O médico Oswaldo Cruz assumiu a Diretoria Geral de Saúde Pública Enfrentava as Epidemias do Rio de Janeiro através das brigadas sanitárias Essas equipes percorriam as ruas e visitavam as casas, desinfetando, limpando, exigindo reformas, interditando prédios, removendo doentes Século XX Eram distribuídos folhetos avulsos, denominados Conselhos ao Povo, sobre os meios de evitar doença A educação em saúde era breve porque, para as autoridades, o povo era incapaz de maior entendimento o discurso era muitas vezes para dizer que se tinha tentado a via do convencimento antes de ser “obrigado” a tomar iniciativas mais coercivas. Século XX 1923- Carlos Chagas processou a primeira reforma sanitária brasileira A educação sanitária e a propaganda foram introduzidas na técnica rotineira das ações em saúde Inova o modelo campanhista fiscal e policial de Oswaldo Cruz A educação sanitária surge com um papel de substituir os métodos repressivos das campanhas sanitárias pela persuasão e conscientização Século XX A educação em saúde passou a ser desenvolvida pelos educadores sanitários e professores, que eram treinados para exercerem a função Baseou-se na hipótese de que a instituição educacional poderia corrigir, através da higiene, a ignorância familiar Entretanto, as ações não intervinham nas condições de vida e trabalho da classe popular Educação sanitária na saúde pública de São Paulo em 1925 Ministério dos Negócios de Educação e Saúde Pública (1930) --> Ministério da Educação e Saúde Pública (1937) --> Ministério da Saúde (1953) Concentração das atividades na cidades Problema das ações em saúde: maioria da população era analfabeta Estado novo - Extinção dos Centros de Saúde - Criação do Instituto de Aposentadorias e Pensões Criação do Serviço Especial de Saúde Pública – SESP, em 1942 Sanitarismo desenvolvimentista: zonas urbana e rural Educação desconsiderava fatores sociais; era conservadora e reprodutiva Criação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1945 Etienne Berthet (1962): Integração entre a educação sanitária e o cotidiano dos trabalhadores Curso de Educação Sanitária da Faculdade de Higiene e Saúde Pública da USP foi extinto --> teve início o Curso de Educação em Saúde Pública Educação sanitária --> Educação em saúde Com a maior abertura política nas décadas de 70 e 80, e por meio da influência das concepções de educação promovidas por Paulo Freire, iniciou- -se um maior diálogo sobre a educação em saúde por meio da participação popular. 1986 Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, em Ottawa, Canadá Desenvolveu Ideias de promoção de saúde no mundo todo a partir da Carta de Ottawa SUS Foi a partir da década de 80 que os referenciais de Paulo Freire em relação à educação passaram também a fazer parte da educação em saúde, trazendo à tona a relevância necessária para a reflexão crítica e o desenvolvimento de uma consciência, também crítica, que fosse capaz de promover a melhoria das condições de saúde a partir da participação comunitária. Educador e educando Implementação do SUS na década de 90 Programa Saúde em Família: surge como ferramenta para a reorientação de práticas diretamente dentro das comunidades assistidas pelas unidades de saúde, reassentando uma mudança significativa na atenção em saúde, uma vez que integrava o enfermeiro, o paciente, a família e a comunidade em que este se inseria CONHECIMENTO E A PRÁTICA DE SAÚDE SÃO CENTRALIZADOS NO PROFISSIONAL MÉDICO. MODELO BIOMÉDICO RESPALDADO PELO MÉTODO CARTESIANO BASEADO NOS PRECEITOS DE ABRAHAM FLEXNER MODELO BIOMÉDICO CARACTERIZA-SE POR SER INDIVIDUALISTA, CURATIVO, CENTRALIZADO NA FIGURA DO MÉDICO, ESPECIALISTA, FRAGMENTADO E HOSPITALOCÊNTRICO. TEM COMO CONSEQUÊNCIA UMA POSIÇÃO AUTORITÁRIA, UNIDISCIPLINAR E COM INTENSO USO DO APARATO QUE LUCRA COM A DOENÇA: HOSPITAIS, EXAMES, REMÉDIOS, MEDICINA ALTAMENTE ESPECIALIZADA – O CHAMADO COMPLEXO MÉDICO-INDUSTRIAL MODELO BIOMÉDICO FOI MUITO DIFUNDIDO NO BRASIL NO PÓS SEGUNDA GUERRA, COM O INVESTIMENTO NA ASSISTÊNCIA MÉDICA HOSPITALAR EM DETRIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA (CENTROS DE SAÚDE) POIS AQUELE ERA COMPATÍVEL COM O CRESCENTE DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS E DA INDÚSTRIA FARMACEUTICA GRANDES HOSPITAIS FORAM CONSTRUÍDOS NO BRASIL (OBRAS FARAONICAS) NESSE PERÍODO, RESPALDADOS PELO MODELO BIOMÉDICO PROMOÇAO EM SAÚDE NAO É TRATADA COM RELEVANCIA FOI CRIADO PARA ATENDER A UMA NOVA DEMANDA QUE BUSCA NÃO APENAS TRATAR AS DOENÇAS, COMO TAMBÉM GARANTIR MAIORES NÍVEIS DE SAÚDE - OBSERVOU-SE AO LONGO DOS ÚLTIMOS ANOS UM CRESCENTE INTERESSE PELA MENSURAÇÃO E ABORDAGEM DE SUA FUNCIONALIDADE MODELOBIOPSICOSSOCIAL PREVÊ UM CUIDADO HUMANIZADO E INTEGRAL À SAÚDE MODELOBIOPSICOSSOCIAL COLOCA O PACIENTE COMO SER HUMANO EM PRIMEIRO LUGAR. DOTADO DE EMOÇÕES E DE UMA VIDA, MANTENDO-SE UM ACOMPANHAMENTO CONTÍNUO E CRIANDO-SE UM VÍNCULO BIDIRECIONAL COM A EQUIPE DE SAÚDE. PRINCÍPIOS DO SUS ESTAO IMERSOS NOS PRECEITOS DO MODELO BIOPSICOSSOCIAL, SOBRETUDO A INTEGRALIDADE PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS Transmissão Condicionamento Escreva seu tema ou ideia Bases teóricas dos processos educativos Humanista Cognitivista Sociocultural Princípios pedagógicos Principais teóricos brasileiros Paulo Freire - Abordagem pedagógica crítica e emancipatória Eymard Mourão Vasconcelos - Aproximar a educação em saúde das realidades e necessidades das comunidades populares Ricardo Burg Ceccim - Referência na área da educação interprofissional em saúde Eymard Mourão Vasconcelos Formado em medicina e tem mestrado e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP) ADAPTAÇÃO DO CONTEÚDO Teoria da comunicação. Fonte: Prestus 2020. 1 3 2 4 Entender as necessidades do público-alvo Adequar o tom e o estilo da mensagem Maior conversão e maior credibilidade na educação em saúde. Identificar as emoções e motivações do público-alvo Criar uma relação mais próxima com o público-alvo CONHECER O RECEPTOR Vasconcelos, E. M. (2010). 1 2 3 Diálogo Discussão de caso Problematização Engajamento da população/grupo e motivação ESTRATÉGIAS PARTICIPATIVAS Vasconcelos, E. M. (2010). Paulo Freire Educador e Filósofo brasileiro. Patrono da Educaçao Brasileira. 19 de setembro de 1921 - 2 de maio de 1997 Pedagogia Progressiva no Brasil formar cidadãos conscientes e participativos na vida da sociedade, levando o indivíduo a refletir, a desenvolver o espírito crítico e criativo e a relacionar o aprendizado a seu contexto social. 0 2 0 1 0 3 EDUCAÇAO MULTICULTURAL EDUCAÇAO ÉTICA EDUCAÇAO LIBERTADORA EDUCAÇAO TRANSFORMADORA 0 4 Educação solidária, defendendo a articulação do saber, do conhecimento, da vivência,da comunidade e do meio ambiente, traduzindo-se em um trabalho coletivo. CONCLUSÃO Para Freire, o profissional de saúde deve estar comprometido com a sociedade O profissional de saúde deve ser um educador, transformador, emancipador e libertador, que almeja a mudança de comportamento dos pacientes, a fim de que atinja a qualidade de vida, provocando a transformação e a recriação da realidade instituída Ação e reflexão TRANSFORMAR A REALIDADE DIREITO A CIDADANIA Práticas Educativas Referências: CECCIM, R. B., & Feuerwerker, L. C. M. (2004). O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 14(1), 41-65. FREIRE, P. (1997). Pedagogia do oprimido. 30ª edição. Paz e Terra. MENDES, E. V., Loureiro, L. V., Moysés, S. T., & Silva Jr, A. G. (2018). Educação em saúde: conhecimentos, saberes e práticas. In: Moysés, S. T. et al. (Org.). Saúde Bucal Coletiva: Conhecimentos, Práticas e Desafios. Editora Sanar. MENEZES, Ebenezer Takuno de. Verbete pedagogia progressista. Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2001. Disponível em <https://www.educabrasil.com.br/pedagogia-progressista/>. Acesso em 18 abr 2023. OLIVEIRA, L. M. P.; LEITE, M.T. M. Concepções Pedagógicas. Módulo Pedagógico. Especialização em Saúde da Família – Modalidade a Distância. UNA-SUS UNIFESP, 2011. PELICIONI, Maria Cecília Focesi; PELICIONI, Andréa Focesi. Educação e promoção da saúde: uma retrospectiva histórica. O mundo da saúde, v. 31, n. 3, p. 320-328, 2007. PINTO, Paulo Gabriel Hilu da Rocha. O estigma do pecado: a lepra durante a Idade Média. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 5, n. 1, p. 131-144, 1995. SILVA, Cristiane Maria da Costa et al. Educação em saúde: uma reflexão histórica de suas práticas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, p. 2539-2550, 2010. VASCONCELOS, E. M. (2010). Educação popular em saúde: conceitos e práticas. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 14(32), 667-676. VASCONCELOS, M. et al. Módulo 4: práticas pedagógicas em atenção básica a saúde.Tecnologias para abordagem ao indivíduo, família e comunidade. Belo Horizonte: Editora UFMG – Nescon UFMG, 2009. 70 p. Obrigado!
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