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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA 10° VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP
 
Processo n.º 28281010
TOP ZOO, já qualificada em inicial, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu representante Sr. Aurélio Silva, através de seu advogado devidamente nomeado, propor:
CONTESTAÇÃO
Em face de Marcos Soares, anteriormente qualificado, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
 
I DOS FATOS
Jhonny Jr em período de férias, foi passar uns dias com seu pai Jhonny Jhonny, na Cidade de Manaus, no Estado do Amazonas. No fim de semana após sua chegada o pai o levou ao Zoológico privado TOP ZOO, na cidade. O menino e o pai passearam por mais de meia hora pelo local, até que, enquanto os empregados responsáveis que fazem a segurança do zoo estavam patrulhando outro cativeiro, o menino de 11 anos entrou na área de segurança, entre a grade de proteção e a grade das jaulas dos tigres e enfiou o braço dentro da mesma para alimentar os animais, o que foi visto por outros turistas que alertaram inclusive o pai sobre o perigo, “mas não adiantou”, explicou uma das testemunhas que estavam no local.
O menino foi atacado por um dos tigres, o que também ficou gravado pelas câmeras de segurança do local. Os guardas foram chamados para retirar o garoto do local e ele foi socorrido, em estado grave, ao Hospital Universitário da Cidade. O garoto teve seu braço amputado e permaneceu em estado grave no CTI por mais de um mês. De acordo com o diretor do Zoológico, Sr. Aurélio Silva, o ataque aconteceu única e exclusivamente pelo culpa do pai, que inclusive ajudou a criança a entrar no local proibido.
Todavia o padrinho da criança, Marcos Soares, inconformado com o ocorrido, ajuizou uma ação de indenização por danos materiais e morais em face do zoológico municipal, pleiteando R$50.000,00 (cinquenta mil reais) pelos valores da internação hospitalar e tratamentos médicos da criança e R$100.000,00 e cem mil reais a título de dano moral, alegando que o local não era seguro, e portanto o zoológico deveria ser responsabilizado pelo ataque ocorrido ao afilhado, deu a causa o valor de R$50.000,00, cinquenta mil reais.
II DO DIREITO
a. Ilegitimidade Ad Causam
Inicialmente há de ser observados como preceitos basilares de uma ação, a legitimidade processual bem como o interesse de agir. Assim a luz do Código de Processo Civil em seus arts. 17 e 18:
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.
	Bem como o entendimento extraído de GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. São Paulo: Saraiva, 2006.
“A legitimidade de parte é uma das condições da ação. Via de regra, ninguém pode ir a juízo, em nome próprio, para defender direito alheio, sob pena de carência da ação por ilegitimidade de parte. Assim, aquele que alega ser titular de um direito, pode ir a juízo, em nome próprio, para postulá-lo e defendê-lo. Trata-se, portanto, de legitimidade ordinária, em que os sujeitos vão a juízo, em nome próprio, para litigar sobre os seus direitos.”
Sendo por obvio a ilegitimidade do Sr. Marcos Soares para ocupar polo processual nesta ação, haja vista que este não é o responsável legal do menor Jhonny Jr. e tão pouco tem por meios defender os interesses a este inerente.
	
b. Dos Danos Materiais e Morais:
Quanto ao pleito de indenização por DANOS MORAIS, sustenta o autor que ouve culpa do réu no fato narrado. Ora o autor não se encontrava no local quando do ocorrido, menos ainda conseguiu comprovar em peça inicial a culpa exclusiva do réu. Pelo contrário, o réu possui filmagens que demonstram claramente a irresponsabilidade do pai do menor, o Sr. Jhonny Jhonny, ao ser alertados por outros visitantes do zoológico sobre o risco a que expunha seu filho Jhonny Jr.
Destaca-se que por dano moral entende-se o dano que atinge os atributos da personalidade, como imagem, bom nome, a qualidade ou condição de ser de uma pessoa, a intimidade e a privacidade. Assim não há veracidade no pleiteio do autor sobre tal indenização uma vez que este nem se encontrava presente no local e horário do fato.
No mais o requerido não praticou ato ilícito algum, capaz de ensejar prejuízo ao autor. Com isso a conduta do réu para acarretar responsabilidade civil deve comprovadamente causar dano ou prejuízo a vítima. Sem o dano não há que se falar em responsabilidade civil, pois sem ele não há o que reparar.
III DOS REQUERIMENTOS:
Diante do Exposto Requer:
a) Que a presente demanda seja julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE, absolvendo o réu dos pedidos pleiteados pelo autor;
b) A condenação do autor ao pagamento das custas e honorários de sucumbências, de acordo com o artigo 85, § 2º do Código de Processo Civil;
c) Protesta o réu por todos os meios legais e legítimos de provas em consonância com o art. 369 do CPC.
Nestes termos,
pede e espera deferimento.
São Paulo - SP, 30 de outubro de 2020.
 
ADVOGADO
OAB/UF

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