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ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! PROFESSORES Dra. Luana Wouk Me. Erickson Alex de Lima Luiz Fernandes Ribeiro Filho Modelagem de Sistemas Automatizados https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/15276 FICHA CATALOGRÁFICA C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. MENEZES, Luana Cristina Wouk de; LIMA, Erickson Alex de; FILHO, Luiz Fernandes Ribeiro. Modelagem de Sistemas Automatizados. Luana Cristina Wouk de Menezes, Erickson Alex de Lima, Luiz Fernandes Ribeiro Filho. Maringá - PR: Unicesumar, 2021. 224 P. ISBN: 978-85-459-2213-1 “Graduação - EaD”. 1. Modelagem 2. Sistema 3. Automatizado. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 005 Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIREÇÃO UNICESUMAR NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Paula Renata dos Santos Ferreira Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas Thuinie Medeiros Vilela Daros Head de Recursos Digitais e Multimídia Fernanda Sutkus de Oliveira Mello Gerência de Planejamento Jislaine Cristina da Silva Gerência de Design Educacional Guilherme Gomes Leal Clauman Gerência de Tecnologia Educacional Marcio Alexandre Wecker Gerência de Produção Digital e Recursos Educacionais Digitais Diogo Ribeiro Garcia Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Supervisora de Design Educacional e Curadoria Indiara Beltrame Coordenador de Conteúdo Fábio Augusto Gentilin Designer Educacional Daniele Bellese Curadoria Maíra Vanessa Revisão Textual Nome Editoração Nome Ilustração Eduardo Aparecido Alves Realidade Aumentada Maicon Douglas Curriel, Eduardo Pereira Carvalho Fotos Shutterstock. Tudo isso para honrarmos a nossa missão, que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Reitor Wilson de Matos Silva A UniCesumar celebra mais de 30 anos de história avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diariamente para que nossa educação à distância continue como uma das melhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares que consolidam a visão abrangente do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o profissional, o emocional e o espiritual. A nossa missão é a de “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio importante para o cumprimento integral desta missão: o coletivo. São os nossos professores e equipe que produzem a cada dia uma inovação, uma transformação na forma de pensar e de aprender. É assim que fazemos juntos um novo conhecimento diariamente. São mais de 800 títulos de livros didáticos como este produzidos anualmente, com a distribuição de mais de 2 milhões de exemplares gratuitamente para nossos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Corumbá, o que nos posiciona entre os 10 maiores grupos educacionais do país. Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima história da jornada do conhecimento. Mário Quintana diz que “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportunidade de fazer a sua mudança! Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. Dra. Luana Wouk Olá, pessoal! Bom, minha curiosidade sempre me levou a ter uma enorme paixão pela ciência. Aos 11 anos, criei meu próprio laboratório. Além da pesquisa, surgia em mim outra paixão: pelo ensino. Durante o ensino médio, ingressei na universidade como pesquisadora júnior e tive minha primeira oportunidade com pesquisa científica. Não longe, a escolha pelo curso de física como graduação seria certa. A pesquisa me levou a mudar de cidade. Saí de Guarapuava, minha cidade natal, e percorri o estado. Morando em Curitiba, pude continuar minha carreira fazendo doutorado. Além disso, tive a oportunidade de morar no exterior, na cidade de Linkoping (Suécia), onde alternava as ações estudar/passar frio/ conhecer lugares novos. Retornando ao Brasil, ingressei em um cargo de especialista em pesquisa e desenvolvimento na empresa CSEM Brasil, em Belo Horizonte. Durante minha estadia em BH, tive a expe- riência de desenvolver pesquisa e aplicá-la no mercado de dispositivos optoeletrônicos. Esse período veio com o maior presente: conhecer o amor da minha vida. Em seguida, nos mudamos para Maringá, onde eu pude seguir com meu trabalho na Universidade Federal do Paraná, campus Jandaia do Sul. Meu objetivo, hoje, é ampliar nossa família, curtir meus hobbies com meu mozão (videogame, futebol “Vai CAP! Vai SPFC”, músicas e atividades ao ar livre com nossa doguinha), e contribuir mais um pouquinho para a ciência brasileira. Gosto muito de acompanhar os campeonatos de futebol e estou esperando ansiosamente para torcer pelo Brasil rumo ao hexa! Além disso, parte do tempo sou @lujujubs em LOL, CS Go ou jogos que vêm no PSplus. Lattes: http://lattes.cnpq.br/4067167557687740 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/14688 Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. Me. Erickson Alex de Lima Quando eu estava na 6ª série do ensino fundamental, eu só queria saber de jogar bola, andar de bicicleta e pescar com meus avós, os dois eram eletricistas por formação. Nessa época, eu trabalhava como ajudante deles, no contraturno da escola. Com isso, também ganhava minha parte e aprendia uma profissão. Fiz o curso técnico junto com o ensino médio e a aprendizagem industrial. Eu já fazia parte da mobília, durante dois anos estudando em três turnos dentro do prédio do Senai da minha cidade. Finalizei o curso técnico um ano após o término do ensino médio e, com isso, abriram-se as portas da indústria de papel e celulose, minha paixão no ramo industrial. Como na cidade onde eu moro não tinha engenharia elétrica, optei por fazer a única engenharia disponível, pois meu sonho era ser engenheiro. Nem tudo foram flores – fiz algumas matérias extras, sou “Ph.D.” em transferência de calor, pois fiz quatro vezes a mesma disciplina. Fiz estágio em uma multinacional em Sorocaba (SP). Um dia eu quero voltar a trabalhar lá (um sonho de emprego). No último ano da faculdade, encontrei uma das minhas calouras de Engenharia Química e bateu a química! A dona Patrícia, a “dona da pensão”, e eu estamos juntos há quase oito anos. Ela me deu o meu superpresente aqui nesta Terra: o Enzo Miguel. Estou formado, fiz duas pós-graduações lato sensu, e agora estou finalizando o mestrado em Engenharia Ambiental. Outra coisa muito importante: não perco um jogo de futebol do meu time #SEP, jogo Clash of Clans desde 2013 (#ericksonlima #PU8PUQYR). Meu objetivo é entrar no doutorado, na área de compósitos, para, assim, fazer uso de resíduos na fabricação de baterias #SOFCS e, também, quem sabe, aumentar a família para quatro integrantes. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1977838416891406https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/10517 Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. Luiz Fernandes Ribeiro Filho Olá, estimados alunos! Meu nome é Luiz, sempre morei em cidade li- torânea no interior da Bahia e, por isso, uma das minhas atividades favoritas era jogar bola na praia, no período oposto ao das minhas aulas, durante todo o ensino fundamental e médio. Ainda na adolescência, comecei minha trajetória profissional como aprendiz em uma indústria na área de manutenção industrial e, ao mesmo tempo, comecei o curso técnico em automação em uma cidade vizinha à minha. Como sempre, fui apaixonado por tecnologia e pela parte de robótica. Aprovei a minha efetivação no emprego como técnico e uma possibilidade de transferên- cia para Salvador, para então transferir meu curso para mecatrônica no Senai, onde tive a oportunidade de focar o conhecimento em robótica. Após o técnico, iniciei no tecnólogo em Gestão da Produção Industrial, e pude integrar meu conhecimento de manutenção com os principais pontos do processo produtivo. Também iniciei, em meus horários va- gos, alguns trabalhos voluntários, oferecendo aulas de informática para jovens e adultos de comunidades pobres e que nunca tiveram acesso a um computador e não sabiam usar ferramentas básicas. Além disso, sempre fui apaixonado por cinema e gosto de ir a todos os lançamentos, principalmente de histórias de ficção científica. Atualmente, moro sozi- nho e trabalho com projetos de manutenção, além de estar finalizando o curso de bacharel em Engenharia da Produção e a pós-graduação em Ciência de Dados e Inteligência Artificial. Espero que aproveitem o material, pois todo ele foi pensado com exemplos práticos de funciona- mento. Bons estudos! Lattes: http://lattes.cnpq.br/4855425992616624 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/14689 Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite este momento. PENSANDO JUNTOS EU INDICO Enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor. Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas do App para saber das possibilidades de interação de cada objeto. REALIDADE AUMENTADA Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido PÍLULA DE APRENDIZAGEM Professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas. RODA DE CONVERSA EXPLORANDO IDEIAS Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do assunto discutido, de forma mais objetiva. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881 MODELAGEM DE SISTEMAS AUTOMATIZADOS O ser humano sempre procurou compreender o funcionamento da natureza. Nesse processo, vários modelos surgiram para descrever diversos fenômenos físicos. Com o passar dos anos, houve adaptações e reformulações de várias leis para melhor ajustar ao observado. Surgem, então, as primeiras ideias de modelagem em que uma função pode prever o funcionamento do sistema. Mas como isso pode ser relacionado com a indústria? De qual maneira eu posso aproveitar o benefício da modelagem para aprimorar meu sistema? Com o avanço da humanidade, foi observado que o sistema não está relacionado apenas à natureza, mas tam- bém a objetos físicos, mecanismos econômicos ou comportamento humano. Assim, a modelagem nos permite a análise quantitativa de diversos sistemas e desenvolvimento de técnicas para controlar sua performance — o que é fundamental para nós, engenheiros e cientistas. Dessa maneira, podemos utilizar a modelagem para criar ou melhorar serviços de atendimento ao cliente, sistemas de manufatura, softwares e banco de dados, dentre outros. Na organização da vida social contemporânea, muitas vezes, os sistemas são atemporais, ou seja, indepen- dentes do tempo. Você, aluno, já utilizou uma máquina de café? Convido você a pensar: você acha que o tempo influencia no início do funcionamento da máquina? Acredito que sua resposta tenha sido “não”. Caso contrário, teríamos café aleatoriamente, em qualquer mo- mento do dia. Um dos principais conceitos que você vai aprender neste livro é a definição de eventos, e como eles podem descrever diversos sistemas, principalmente quando aplicados na indústria. Aqui, você vai perceber que equações diferenciais não podem ser usadas para modelar adequadamente quando tratamos o mecanismo com evoluções dirigidas por eventos. Assim, aqui, serão estudados modelos apropriados que descrevem de maneira adequada essa classe de sistemas. Você vai aprender alguns formalismos de modelagem não cronometrada, como os au- tômatos de estado finito de saída (Máquinas de Moore e de Mealy) e redes de Petri. Por meio desses sistemas, podemos observar uma grande oportunidade de melhorias ao longo dos anos, des- de um simples processo de lavagem de roupa. Nossos antepassados tinham que lavar as roupas em tanques de pedra, ou até mesmo em riachos próximos a suas residências rurais. Nos dias de hoje, com um simples pressionar em um botão, a máquina já realiza todo o processo de lavagem, e, em alguns casos, a roupa já sai seca, pronta para ser dobrada e guardada. O uso dos controladores lógicos programáveis, e até mesmo de computadores, tem nos proporcionado uma grande evolução na questão de ganho de tempo no nosso dia a dia e na melhoria de processos tanto residenciais quanto industriais. Com o avanço da industrialização ou da própria automação, onde iremos estar daqui a 20 anos? Será que a indústria do futuro terá mão de obra qualificada para realizar as intervenções necessárias, visto que os avanços tecnológicos estão cada vez mais rápidos? Como pudemos observar no período de pandemia, os avanços tecno- lógicos foram incríveis, tivemos um ganho de, no mínimo, dez anos em apenas dois anos em salas de reuniões remotas e de fácil acesso para todos. Assim, as conexões entre pessoas ficaram muito mais fáceis, pois a pandemia impossibilitou as reuniões e rodas de amigos por um bom período. Nesse contexto pandêmico, podemos falar do avanço da ciência no desenvolvimento da própria vacina, que demorou apenas 10 meses para ficar pronta, desde os testes iniciais até a produção em massa. Outras vacinas haviam demorado anos para serem fabricadas, como, por exemplo, a vacina de combate à meningite, que demorou mais de 90 anos para ficar pronta. Com o desenvolvimento industrial, a integração da automação de campo por meio da internet das coisas faz com que os sistemas inteligentes trabalhem de forma autônoma. Dessa forma, o gerenciamento de dados ocorre por meio da computação em nuvem. A simulação de eventos discretos ocorre para se obter uma melhor performance dos equipamentos, de tal modo que o engenheiro tem um papel fundamental para que ocorra a interligação de todos esses sistemas. Assim, com o avanço de novas tecnologias, será necessário, cada vez mais, mão de obra qualificada para as mais variadas etapas de um processo produtivo, sendo que ocorrerá um aumento de novas tecnologias ano após ano, para que se busque cada vez mais competitividade no mercado. E você, caro aluno, está preparado para o futuro? O que você espera das novas tecnologias? Com isso em vista, ao concluir a disciplina de modelagem de sistemas automatizados, você estará apto a atuar na análise de sistemas e aplicar a modelagem para descrever diversas demandas da Engenharia. Você consegue percebera importância dos tópicos que serão estudados no decorrer dessa disciplina para seu desenvolvimento profissional? Nós esperamos que esse texto tenha aguçado sua curiosidade para aprender modelagem. Então, vamos em busca desse horizonte! 1 2 43 5 6 87 13 65 41 CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS 131 REDES DE PETRI NO CONTROLE DE SEDS EXEMPLOS DE SISTEMAS DE EVENTOS DISCRETOS SISTEMA A EVENTOS DISCRETOS - CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO AUTÔMATOS DE ESTADO: MÁQUINA DE MEALY E DE MOORE MODELAGEM MATEMÁTICA E REDES DE PETRI 107 7 8 9 147 193 169 CONTROLE SUPERVISÓRIO – TEORIA DE CONTROLE PARA SEDS BASEADA EM AUTÔMATOS INTRODUÇÃO A REDES EM SISTEMAS AUTOMATIZADOS CONTROLE SUPERVISÓRIO – CONCEITUAÇÃO E APLICAÇÕES EM SISTEMA DE AUTOMAÇÃO. 1 Na Unidade 1, você terá a oportunidade de aprofundar a problema- tização sobre o tema Controladores Lógicos Programáveis (CLP). Também discutiremos sobre o princípio de funcionamento do CLP, os aspectos construtivos, interpretando os conceitos e identificando os fatores que interferem na temática. Controladores Lógicos Programáveis Me. Erickson Alex de Lima UNICESUMAR 14 Quando eu era criança, via na TV reportagens sobre as indústrias automobilísticas e ficava impressio- nado com a precisão daqueles “braços robóticos", sua agilidade e acurácia na execução das atividades. Algum tempo depois, iniciei o curso de instrumentação industrial, e descobri que aquele universo mágico dos robôs poderia fazer parte da minha vida! Por trás de tudo aquilo que se pode ver na indústria, existe uma série de sistemas, lógica de progra- mação e, o principal, o ser humano, para que ocorra a “maravilha da automação moderna”. Sem o ser humano, nada disso pode acontecer de forma exata e com tal precisão. No nosso dia a dia, dentro de nossos veículos, podemos ter as mais variadas informações, como qual a temperatura externa do ambiente, faróis acessos quando se muda a luminosidade do ambiente, limpadores ligando de forma automática, sistemas de alerta de colisão interligado com o sistema de frenagem do veículo, farol alto adaptativo, sistema de estacionamento automático, tráfego em tempo real... Essas e tantas outras funções que os veículos modernos trazem são todas interligadas num sistema central. Você saberia dizer o que esse sistema tem a ver com a nossa matéria? Se você comparar a tecnologia de um veículo produzido nos anos 1980 com um veículo produzido no ano de 2022, o que você notaria de diferente? Quais evoluções tecnológicas seriam notadas? No dia a dia das nossas casas, desde o café da manhã com a cafeteira realizando o processo da filtra- gem e aquecimento, a sua máquina de lavar realizando todo o processo de lavagem automaticamente, o forno elétrico realizando a estabilização da temperatura para o aquecimento de um determinado alimento, a abertura e fechamento dos portões, até as luzes ligando automaticamente ao caminhar no jardim à noite, tudo isso faz parte da automação. Dentro do carro, por exemplo, existem vários sensores, dependendo da marca, do fabricante e de quão sofisticado ele é. Irei comentar sobre um sistema simples que foi introduzido no mercado no início da década de 2010 – estou falando do sensor crepuscular e do sensor de chuva. Com relação ao sensor crepuscular, é um sistema óptico que atua com dois receptores de luz. Quando a quantidade luminosa atinge o sensor, abaixo de aproximadamente 2.800 lux (local escuro), ocorre o acionamento dos faróis e luzes de posição para que fiquem ligados. Caso passe do valor de 4.500 lux (local claro), ocorre o acionamento dos faróis e luzes de posição para o desligamento do sistema. Quando começa a chover, os sensores de chuva são acionados e os limpadores de para-brisa realizam o processo da retirada da água, para uma melhor dirigibilidade do motorista. Para que o sensor crepuscular e o sensor de chuva atuem, o comando de chave de luzes deve estar na posição “auto”, (FOLHA VITÓRIA, 2022). Nos veículos mais modernos, existem outros sensores e diversas formas de atuação. Podemos men- cionar o sensor no farol direcional, de tal forma que um dos faróis realiza a movimentação das luzes do conjunto ótico de forma automática e independente, para o lado em que a curva está sendo realizada. Esse mecanismo pode variar de acordo com o veículo e o fabricante. Alguns modelos contam com sis- temas que se adequam de acordo com a velocidade e as condições climáticas. Veículos mais sofisticados podem contar com soluções que reduzem a intensidade luminosa quando detectam um veículo em sentido contrário, assim minimizando o ofuscamento da visão do outro motorista (HYUNDAI, 2022). UNIDADE 1 15 A automação está em coisas simples do nosso dia a dia, assim como nas tarefas e usos descritos anteriormente. Podemos ter um mundo de possibilidades, adaptar e desenvolver ideias, automatizan- do o que está a nossa volta. Nesta unidade, vamos falar sobre os controladores lógicos programáveis, verificando os conceitos e as suas aplicações no dia a dia, de forma simples e que possa ser de fácil entendimento, otimizando a aprendizagem. Caro aluno, convido você a propor um sistema utilizando o controlador lógico programável (CLP), podendo ser um sistema simples, como, por exemplo, a abertura e fechamento de um portão residen- cial. Anote informações como: quais são os dispositivos de entrada que você irá utilizar, quais são os dispositivos de saída, a quantidade de canais necessários para entrada e saída e como você irá moni- torar esses dispositivos. Após essa etapa, você irá apontar qual lógica você acha mais adequada para o funcionamento do sistema. Após a experimentação, peço que reflita sobre quais as dificuldades que você encontrou. Quais ganhos se pode ter na automação residencial? Com o uso da automação nas indústrias, em prédios e casas, nos carros e em tantos outros locais, o que ainda impede de nossas casas terem uma automação mais desenvolvida? Anote a situação em seu diário de bordo e reflita como poderia ser mais fácil resolver essas dificuldades que ainda impedem de nossas casas terem uma automação mais avançada. UNICESUMAR 16 O tema “controladores lógicos programáveis” é muito amplo, possui inúmeras aplicações (re- sidenciais, comerciais e industriais). Assim, podemos observar que o próprio mercado tem evoluído ao longo das últimas décadas, disponibilizando várias opções, tipos e formas de equipamentos. Neste capítulo, será realizada uma abordagem simples e compacta, para diversos equipamentos presentes no mercado nacional e internacional do CLP. Podemos definir que um controlador lógico programável é um aparelho baseado em um mi- crocomputador que utiliza informações baseadas em uma memória programável para que ocorra a implantação lógica em um determinado sistema, podendo ser uma sequência de atividades, tempo- rização, e até mesmo contagens de peças, caixas, dentre outras inúmeras atividades. Com um CLP, pode-se usar funções aritméticas por meio dos módulos de entrada e saídas, podendo ser de forma digital ou analógica (GROOVER, 2010). O nosso “amigo” CLP apareceu no mercado devido a diversos problemas e necessidades de me- lhorias nas indústrias automobilísticas nos anos 1960. Devido aos problemas que aconteciam com os painéis eletromecânicos, como inúmeras mudanças nas sequências de acionamentos, a cada modelo de carro fabricado, deveria ser trocada a configuração dos painéis, assim tomando muito tempo para que ocorresse a mudança de modelo a ser fabricado em cada na linha de produção. Essas e outras ocorrências levaram os engenheiros da General Motors a solicitarem a fabricantes de instrumentos e painéis que confeccionassem um novo dispositivo para facilitar a operação e diminuir os problemas de perdas de programas e sequência de produção (MIYAGI,1997). UNIDADE 1 17 De acordo com Silva (2016), na solicitação para os fabricantes, os novos controladores deveriam: • contar com fácil programação,com operações e modificações podendo ser executadas na própria fabrica; • ter fácil manutenção; com o conceito “plug-in”; • ter alta confiabilidade, visto que painéis a relé tinham muitos problemas; • ter dimensoes menores, pois os paineis a relé ocupavam muito espaço fisico; • ter preço competitivo em relação aos equipamentos atuais; • ter capacidade para enviar dados para um sistema central. Essas condições citadas referem-se às premissas básicas de operação, porém os novos controladores deveriam conter as seguintes especificações para o processo de fabricação em série dos veículos (BAR- ROS, 2021; GROOVER, 2010 ): • receber sinais de entrada de 115 VCA; • enviar sinais de saída de 115 VCA e 2A, para realizar o acionamento de válvulas solenoides e automáticas, pequenos motores e demais instrumentos; • ter a possibilidade de expandir os módulos para que pudessem atender às necessidades de produção dos veículos e os sistemas de grande porte; • cada unidade deveria ter a possibilidade de expandir a memória do programa com, no mínimo, 4000 palavras. UNICESUMAR 18 Descrição da Imagem: Na Figura 1, é possível ver cabos elétricos desorganizados. Ao centro, temos uma régua e disjuntores e um conjunto com alguns cabos passando pelo meio do painel (transversalmente) ligados ao disjuntores de comando ao lado direito da imagem. No lado direito, embaixo, vemos dois contatores, um cabo com os fios esticados, sendo um cabo branco e um cabo preto ligados ao contator. No lado superior esquerdo e abaixo dos dois disjuntores, temos um trilho DIN sem sua proteção. No canto superior direito, temos um fusível NH e cabos mal arrumados. Figura 1 - Exemplo de um painel de relés Descrição da Imagem: Na Figura 2, temos centralizado na imagem um painel de comando em formato de paralelepípedo. O painel apresenta botões de comando e luzes indicadoras de funcionamento. Na parte esquerda, temos 12 botões divididos em três fileiras, sendo quatro botões por fileira. Na parte direita da imagem, temos três chaves seletoras e três luzes indicadoras de funcionamento das chaves e um interruptor na parte superior. Figura 2 - Painel de comando UNIDADE 1 19 Para Miyagi (1997), o CLP é um equipamento eletrônico para uso em indústrias, exercendo funções com as operações lógicas, usando sequências lógicas de processos, temporização das variáveis e a computação numérica. Essas in- formações ficavam armazenadas na memória, na forma de uma lista de palavras, sendo chamadas de proce- dimento de controle. Dessa forma, o conteúdo armazenado nessa me- mória realizava as sequências ope- racionais dos processos por meio das saídas digitas e analógicas do controlador. De acordo com Barros (2021, p. 21), o equipamento que conhecemos, hoje, como CLP “[..] teve a sua primeira versão comercial denominada Modican (acrônimo do inglês, modular digital controller), sendo Richard E. Morley (Dick Morley) apontado como o inventor desse dispositivo, sendo conhecido como o ‘pai’ do CLP. Atualmente, a marca Modican pertence à Schneider Electric”. Para Zancan (2011), com a propagação do CLP ao longo das últimas décadas, tem-se tido uma grande redução dos custos de fabricação e aumentado a quantidade de fabricantes pelo globo. Dessa forma, existem vários modelos, com as mais variadas funções, tornando o processo da automatização, com a crescente demanda de produtos das mais variadas indústrias, mais difundida em diversos ramos, e tornando o CLP a porta de entrada da automação nas pequenas indústrias. Assim, o CLP está pre- sente desde um pequeno controle na residência até em grandes indústrias que necessitam de grandes intervenções e inúmeros controles para que se tenha um processo uniforme e constante. Com isso, as principais vantagens dos CLPs em relação aos painéis eletromecânicos são: • maior possibilidade de reutilização das sequências lógicas; • menor área/espaço ocupado; • menor custo para circuitos complexos; • redução no consumo de energia elétrica de uma planta fabril; • uso das funções adicionais com os contadores e temporizadores. Descrição da Imagem: Na Figura 3, vemos um micro CLP industrial. Ao centro, sua interface de programação, display e teclados. Na parte superior do CLP há cabos elétricos nas cores vermelho, preto, amarelo, azul e verde. Na parte de baixo do CLP há alguns cabos de saída em amarelo, e os cabos de comunicação em verde, fazendo a interface com um módulo de comunicação que está do lado direito da imagem. Figura 3 - Controlador lógico programável UNICESUMAR 20 [Nos QR codes você terá disponíveis alguns vídeos referentes à automação de processos em grandes indústrias. Assim, você poderá ver quão importante a engenharia mecatrônica é para a indústria de modo geral]. Para acessar, use seu leitor de QR Code. De acordo com o dicionário Michaelis, a palavra “controlador” (1998) é um substantivo masculino, e se refere a equipamentos elétricos. Tem o seguinte significado: 1) Que ou aquele que controla, que exerce controle; 2) Que ou aquilo que controla ou regula (dispositivos, equipamentos etc.); 3) Dispositivo elétrico para controlar de maneira predeterminada a energia fornecida ao aparelho (motor, por exemplo) ao qual é ligado. Já os “componentes”, de acordo com Mesquita et al. (2012), são os cinco itens dentro de um controlador lógico programável que são fundamentais para o seu funcionamento, sendo eles: 1) Processador; 2) Memória; 3) Fonte de energia; 4) Módulo de Entrada/S aída; 5) Dispositivo de programação. Descrição da Imagem: Na Figura 4, vemos um fluxograma no formato de blocos. Ao centro, temos um retângulo denominado Unidade Central de Processamento (CPU. Ligados pela seta do lado esquerdo, temos os retângulos denominados Entrada (analógicas e digitais). Embaixo, um retângulo denominado Fonte com uma seta indicando para cima, para a CPU. Na parte superior, um retângulo denominado Comunicação, ligado à CPU por uma seta com os dois lados indicando que ela leva e traz informações. Do lado direito, temos retângulos denominados Saída Digital e Saída Analógica, ligados na CPU. Figura 4 - Diagrama de blocos do CLP/ Fonte: adaptado de Mesquita et al. (2012) Comunicação Unidade Central de Processamento CPU Saída Digital Saída Fonte Entrada Digital Entrada Analógica https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/14716 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/14715 UNIDADE 1 21 Essas peças/componentes ficam alocadas dentro do gabinete para que possam aguentar o ambiente industrial. O processador é o componente responsável pelo gerenciamento do sistema como um todo, assim, podemos dizer que o processador é o gerenciador do funcionamento lógico de todos os circuitos, pois ele executa várias funções e sequenciamento por meio da manipulação das entradas do CLP (GROVEER, 2010). De acordo com Barros (2021) e Stallings (2010), a unidade central de processamento (UCP ou CPU, do inglês “Central Processing Unity”) do controlador lógico programável é parecida com uma CPU de um computador e de um celular, sendo responsável pela operação do equipamento e por realizar as funções de processamento de dados. A memória de um CLP está ligada diretamente ao seu funcionamento básico, sendo que dentro do sistema existem duas divisões: memória do sistema operacional e memória de aplicação (ZANCAN, 2011). O sistema operacional é gravado pelo fabricante e não pode ser acessado e alterado pelo usuário, incluindo a execução do programa, assim como o controle dos serviços periféricos e a atualização dos módulos E/S. O programa de execução é responsável pela tradução do programa de aplicação criado pelo usuário. Assim, esse programa tem uma linguagem de alto nível para instruções que o processador do UCP pode executar em linguagem de máquina. Ele é armazenado em memória não volátil (ROM), muitas vezes em Eprom (Erasable Programmable Read-Only Memory, significando "memória programável apagável somente de leitura) (AGUIRRE, 2007). A memória de aplicaçãoé o local onde fica armazenado o programa elaborado pelo usuário, para que ocorra o controle de processos, assim como as constantes de contadores e temporizadores e outras informações das demais variáveis. É usada uma memória do tipo Eprom ou uma memória RAM com bateria (ZANCAN, 2011). A fonte de alimentação de um CLP pode ser de 115 VCA ou 230 VCA, dependo do fabricante e do local de aplicação. Essas fontes convertem as tensões de corrente alternada em corrente contínua. Geralmente, as fontes de alimentação possuem uma bateria inclusa para motivos de falta de energia. Dessa forma, podem ser ativadas para suprimir o sistema devido a problemas como esse. As fontes de alimentação servem para alimentar a CPU e os diversos módulos do sistema (GROVEER, 2010). Os módulos de entrada e saída permitem a ligação aos equipamentos e processos industriais. As entradas digitais do controlador recebem informações dos interruptores, botoeiras, chaves fim de curso, termostatos, pressostatos, sensores digitais capacitivos, indutivos e fotoelétricos. UNICESUMAR 22 Descrição da Imagem: Na Figura 5, vemos alguns dispositivos usados nas entradas digitais para serem usados nos módulos de entrada de um CLP: (1) interruptor (representado com base retangular preta, sendo acoplada a ela uma placa prata e, ao centro, uma chave liga/desliga); (2) botoeira (possui um formato oval na cor preta e, em cada extremidade, um botão, sendo o superior na cor verde, representado por uma linha vertical, e na parte superior, vermelho com um círculo; (3) chave fim de curso (apresenta uma base retangular na cor azul. Acima, um retângulo menor na cor cinza, encaixada uma roldana); (4) termostato (retrata de forma retangular na cor branca, contendo um botão que gira para alinhar de acordo com o número desejado, integrado a um fio de cobre. Em sua ponta há uma agulha comprida, também de cobre) ; (5) pressostato (representado por um retângulo na cor branca, com um painel no lado esquerdo que monitora o sistema. Abaixo, um parafuso na cor cinza); (6) sensor indutivo (aparenta um cilindro prata com ranhuras, próximo da ponta, uma porca e uma arruela. A ponta do cilindro é azul). Figura 5 - Dispositivos para entradas digitais/ Fonte: o autor Os equipamentos ligados nas entradas físicas do CLP conversam com contatos lógicos endereçados às suas respectivas entradas. Para as entradas analógicas, podem ser usados os potenciômetros, sen- sores de pressão, sensores de vazão, sensores de carga e termopares. Descrição da Imagem: Na Figura 6, vemos alguns dispositivos usados nas entradas analógicas para serem usados nos módulos de entrada de um CLP: (1) potenciômetro (representado por uma base cilíndrica preta acoplada a uma placa eletrônica com três pinos para conexão eletrônica e, ao centro, uma chave em vermelho ajustável de uma volta); (2) sensor de pressão (aparenta um cilindro prata com ranhuras, e a sua ponta é em formato cônico. Na parte superior, tem-se uma caixa retangular na cor preta, e na sua lateral, um conector no formato cilíndrico preto); (3) termopar (em sua parte superior há uma tampa rosqueável no formato de uma meia esfera na cor cinza. Seu corpo é representado por um cone na cor prata e o sensor é um cilindro prata); (4) sensor de vazão (na sua parte superior tem um cilindro. Na parte frontal, tem-se um visor digital no formato quadrado com o fundo verde âmbar. À sua volta, um círculo na cor gelo. Seu corpo é um trapézio ligado a um tubo cilíndrico em aço inox) ; (5) célula de carga (representada com base retangular, possuindo em uma de suas extremidade um hexaedro retangular para fazer a sustentação de paralelepípedo, que está fixado por dois parafusos hexagonais. Na outra extremidade do paralelepípedo, é colocado o sensor de medição da célula de carga, representando por uma base cilíndrica e um retângulo na parte superior da imagem). Figura 6 - Dispositivos para entradas analógicas/ Fonte: o autor UNIDADE 1 23 Das saídas do controlador, saem sinais ligados/desligados. Além disso, muitos CLPs são capazes de reconhecer sinais contínuos originados de sensores analógicos e digitais. O CLP é um equipamento que, geralmente, pode acionar equipamentos eletrônicos e equipamentos eletromecânicos, tais como lâmpadas de sinalização, válvulas eletro-hidráulicas ou eletropneumáticas, contatores e soft-starters. Descrição da Imagem: Na Figura 7, vemos alguns dispositivos usados nas saídas digitais para serem usados nos módulos de saída de um CLP: (1) contator (representado por um paralelogramo cinza. Na face da frente, vemos seis círculos, quatro retângulos e quatro quadrados meno- res. Na lateral, temos as informações do contator em cinza e o fundo em preto, e é possível ver quatro círculos e um retângulo ao centro); (2) soft-starter (sua base é representada por um paralelogramo em preto. Na parte frontal superior há três círculos. Entre os círculos, é possível ver as aletas. Ao centro, há seis círculos, e ao meio, dois círculos medianos. Na parte inferior, tem-se outras aletas) (3) lâmpadas de sinalização (são representadas na sua base por cilindros em preto, e na parte superior, cilindros de vidro/plástico rígidos coloridos, variando de lâmpada para lâmpada, sendo elas nas cores verde, branca, vermelha, azul e amarela); (4) válvula eletro-hidráulica (é representada por seu corpo em cobre/latão, sua entrada possui uma tampa de vedação em azul e a bobina elétrica é um paralelogramo preto, com três pinos para conexão). Figura 6 - Dispositivos para saídas digitais/ Fonte: o autor, 2022 As saídas analógicas do CLP usam sinais elétricos variáveis, de tensão ou corrente, controlando a atua- ção de um equipamento elétrico. Como exemplo, temos a termorresistência, controle de nível, controle de rotação de motores elétricos etc. Para tal acionamento, é necessário um inversor de frequência, que recebe o sinal analógico do CLP e atua no controle dos demais equipamentos, como no caso de um motor de indução, ajustando a sua rotação (ZANCAN, 2011). Para Barros (2021, p. 16) : “ as entradas/saídas dos CLPs poderão estar localizadas remotamente em módulos fisicamente separados da Unidade Central de Processamento (UCP ou CPU, do inglês “Central Processing Unity”) do CLP, comunicando-se com ele por meio de um barramento industrial com determinado protocolo, como é o caso do profinet, profibus, devicenet, dentre outros. UNICESUMAR 24 Título: Introdução às linguagens de programação para CLP Autor: Edilson Alfredo da Silva Editora: Editora Blucher Sinopse : A comunidade internacional, pela necessidade de estabelecer um padrão aberto para os diversos fabricantes de Controladores Lógicos Programáveis, criou um grupo de trabalho na International Electrotechnical Commission (IEC) para estabelecer normas para todo o ciclo de desenvolvimen- to de CLPs, incluindo projeto de hardware, instalação, testes, documentação, programação e comunicação. Com base na IEC 61131-3, procura-se desenvolver, neste livro, muitos exemplos de aplicações práticas nas cinco linguagens da norma, tornando a compreensão adaptável a diferentes níveis de experiência no setor, possibilitando ao leitor comparar e decidir qual linguagem é mais adequada às suas necessidades. Um controlador lógico programável é pro- gramado por meio de um aparelho de progra- mação, que geralmente pode ser conectado ao CLP. Com a existência de vários fabricantes de CLP, são oferecidas diversas formas e dispo- sitivos para realizar a programação, varian- do dos painéis de controle simples aos mais complexos utilizados na robótica, possuindo teclados e telas especiais de programação de CLP. Pode ser usado um computador conec- tado ao CLP para servir como monitoramento de processos ou com função de supervisão e para aplicações convencionais relacionadas ao controle de processo. Caso tenha dúvidas ou necessite de outro material de apoio referente à linguagem de programação e suas mais variadas aplicações, eu indico o livro do professorEdilson Alfredo da Silva, com o Título: “Introdução às linguagens de programação para CLP”. https://www.blucher.com.br/autor/detalhes/edilson-alfredo-da-silva-1052 UNIDADE 1 25 De acordo com Groover (2010), em termos de programação, os CLPs podem ser programados em várias linguagens, como a linguagem ladder. Para garantir a coerência entre as linguagens utilizadas pelos mais diversos fabricantes, se utiliza o padrão IEC 61131-3 (ABNT, 2013), que especifica lin- guagens de programação para CLP e estabelece todos os parâmetros necessários para as linguagens de programação. De acordo com a IEC 61131-3 (ABNT, 2013), as linguagens de programação normatizadas são: 1. Grafcet (SFC – Sequential function chart , do inglês Diagrama de função sequencial); 2. Diagrama de blocos (FDB – Function block diagram do inglês Diagrama de função de blocos) 3. Lista de instruções (IL – Instruction List) 4. Diagrama de lógica ladder; 5. Texto estruturado (ST – Structured Text). Para definição de qual linguagem de programação se deve usar, o primeiro passo é definir as entradas e saídas que serão usadas no processo, bem como os dispositivos que serão conectados a elas. Em seguida, para que ocorra a implantação de um software, deve-se usar lógica combinatória e sequencial para conectar os dados e, após isso, teremos uma série de instruções de programação definidas (ZANCAN, 2011). Com relação ao funcionamento de um CLP, ele se divide em três componentes: 1. entrada; 2. processo ou processamento; 3. saída. Descrição da Imagem: Na Figura 8, é possível observar três etapas do Ciclo de Varredura no fluxograma. A leitura ocorre da esquerda para a direita. Existe um retângulo com o texto "Entrada” em amarelo, sendo que o item 1 contém a informação “leitura das entradas”. Após a leitura, a seta em amarelo realiza a ligação do retângulo da esquerda com o retângulo central, onde há o texto “ Processo/Processamento” em verde. O item 2 contém a informação no texto “Execução do Programa” e “Interpretação da Lógica”. Em seguida, a seta em verde realiza a ligação do processamento com o retângulo à direita, com o texto “Saída” em azul. O item 3 contém a informação “atualização das saídas”. Por fim, uma seta identificada como "varredura" retorna para o início do ciclo. Figura 8 - Ciclo Varredura de um CLP/ Fonte: o autor Os detalhes da varredura do sistema mudam de acordo com cada fabricante, mas a maioria dos CLPs seguem um formato scan-cicle. O PLC varre o programa de baixo para cima e da direita para a esquerda. A varredura inclui testar a integridade do módulo de E/S, verificar se a lógica do programa UNICESUMAR 26 do usuário não mudou, se o próprio computador não bloqueou (por meio de um temporizador) e quaisquer comunicações necessárias (AGUIRRE, 2007). Na varredura de entrada (1), faz-se a leitura dos dados digitais e analógicos exibidos nos cartões de entrada. Na varredura de processamento (2), o programa do usuário é lido elemento por elemento, depois degrau por degrau, até que o programa seja concluído, e os resultados são registrados na memó- ria de saída. E, por fim, ocorre a varredura de saída (3), e os valores da saída resultante são gravados nos módulos de saída. Uma vez concluída a varredura de saída, o processo se repete (Miyagi,1997). Podemos ver esse processo em um videogame: as entradas (1) são os controles, ligados no con- sole. Dentro do console, temos a memória, onde ficam armazenadas as informações a serem lidas e processadas (2) pelo sistema. Assim, ele faz a execução do sistema. As saídas (3) desse processo são as ações dos personagens dentro do jogo. Se formos falar de dispositivo de saída, temos o cabo HDMI, que transmite as informações que são exibidas na TV ou no monitor. O diagrama de lógica ladder, em formato de escada, se apresenta como vantagem em relação às demais linguagens de programação, pois é equivalente aos circuitos elétricos. Além disso, os diagramas de lógica ladder são familiares aos engenheiros e técnicos que realizam reparos nos sistemas de con- trole e criação de novos comandos (GROOVER, 2010). Os componentes dentro do programa do CLP são contatos (entradas) e as bobinas (saídas). Dentro do diagrama ladder são colocadas as entradas à esquerda de cada degrau e as saídas do processo a sua direita. Os símbolos usados nos diagramas ladder são apresentados na Figura 10. UNIDADE 1 27 Título: Automação Industrial e Sistemas de Manufatura Autor: Mikell Groover Editora: Pearson Universidades; 3ª edição (30 novembro 2010) Sinopse: Este livro traz todos os elementos presentes nos clás- sicos da área de engenharia: problemas-exemplo, diagramas, descrições técnicas e exercícios quantitativos no fim dos capítulos. Mas com uma diferença: ele aborda, em profundidade, as novas tecnologias da área, o que o torna ideal tanto para estudantes de engenharia industrial, mecânica e de produção como para profissionais que querem se manter atualizados. Símbolo ladder Componente de Hardware Contatos normalmente abertos (interruptores, relé, outros dispositivos ON/OFF) Contador normalmente fechados (interruptor, relé, etc.) Cargas de saída (motor, lâmpada, solenoide, alarme, etc.) Temporizador Contador (a) (b) (c) (d) (e) TMR 3s CTR Descrição da Imagem: Na figura 9, temos os símbolos usados nos diagramas ladder e os seus componentes, respectivamente: a tem o significado de contato normal aberto e, fisicamente, pode ser interruptor, relé etc.); b tem o significado de contato normal fechado e, fisicamente, pode ser interruptor, relé etc.; c tem o significado de carga de saída, como motor, lâmpada, solenoide etc.); d indica um temporizador no sistema; e indica um contador no sistema. Figura 9 - Símbolos usados nos diagramas ladder/ Fonte: Groover (2010) Existem dois tipos de contatos: NA (normal aberto) e NF (normal fecha- do). Assim, o contato NA fica aberto até seja pressionado, realizando a pas- sagem de corrente elétrica por ele. Já o contato NF fica fechado até que seja pressionado. Quando ocorre o aciona- mento, ele interrompe o fluxo de ener- gia no sistema. Podemos dizer que, nas entradas, estão incluídos outros itens, como sensores, relés e chaves fim de curso (GROOVER, 2010). As indicações de saída, tais como motores, luzes, alarmes, válvulas, sole- noides e outros componentes elétricos, são ligadas e desligadas pelo sistema lógico, podendo ser diferentes a cada programa. Já os temporizadores ser- vem para determinar o tempo de cada ação dentro do sistema. Os contado- res, como o próprio nome sugere, rea- lizam a contagem de cada item dentro do processo. Assim como o temporizador, o contador, após realizar a sua tarefa dentro do sistema, retorna para o seu estado inicial e reinicia o ciclo dentro do processo (BARROS, 2021; GROOVER, 2010). Para maiores detalhes referentes às simbologias, você pode consultar o livro “Automação Industrial e Sistemas de Manufatura”, de Mikell Groover, trazendo uma visão atualizada do conceito estudado. https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Mikell+Groover&text=Mikell+Groover&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Mikell+Groover&text=Mikell+Groover&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks UNICESUMAR 28 Após todas essas informações, nada melhor que alguns Exemplos simples e práticos, para que possamos entender a aplicação do CLP em alguns contextos residenciais e industriais: 01. EXEMPLO Em uma residência, tem-se um portão do tipo subir/descer. É necessário que ocorra a abertura do portão (S1) com um interruptor simples (B1), usando um CLP. Descritivo: Ao acionar o botão (B1), ocorre o fechamento do contato normalmente aberto, ficando dessa forma até que seja pressionado novamente, voltando a sua situação inicial. Condição inicial: B1 aberto; S1 desligada. Descrição da Imagem: Na figura 10, vemos um diagrama elétrico. Na vertical, tem-se o botão B1 (NA) e asaída S1, indicando o funcionamento do sistema Descrição da Imagem: Na figura 11, temos uma linha horizontal. À esquerda, um contato com a descrição B1, e à direita, uma saída S1. Figura 10 - Diagrama elétrico – acionamento simples comando/ Fonte: o autor Figura 11 – Diagrama ladder – acionamento simples comando/ Fonte: o autor UNIDADE 1 29 • Se B1 é o contato normal aberto, ao ser acionado, o contato irá fechar, ocorrerá a passagem de corrente, fazendo com que o portão fique aberto e S1 fique acionada. 02. EXEMPLO Em uma escada, foram instalados os interruptores B1 e B2 em paralelo para que, quando os moradores da residência estiverem no piso 2, não necessitem descer para o piso 1, e vice-versa, para ligar e desligar as luzes. Quando acionado o interruptor B1 ou B2, a lâmpada S1 deve ligar, conforme vemos na Figura 12, no diagrama elétrico. Descritivo: Ao ser pressionado, o interruptor B1 fecha um contato normal aberto, o interruptor B2 é um contato normal fechado, permanecendo assim até que seja pressionado no- vamente, voltando a sua situação inicial. Condição inicial: B1 fechado, B2 aberto, S1 desligado. • Descrição da Imagem: A figura 13 apresenta duas linhas verticais com contatos e bobinas, representando um diagrama elétrico. Na primeira linha, temos as descrições B1 (contato NF), B2 (contato NA) e S1 (lâmpada); na segunda linha, B1 (contato NA) e B2 (contato NF), que se conecta à primeira linha, entre B2 e S1. Figura 12 - Diagrama elétrico dos interruptores em paralelo/ Fonte: o autor UNICESUMAR 30 Descrição da Imagem: A figura 13 apresenta duas linhas horizontais com contatos e bobinas, representando um diagrama ladder. Na primeira linha, temos as descrições B1 (contato NF), B2 (contato NA) e S1 (bobina); na segunda linha, B1 (contato NA) e B2 (contato NF), que se conecta à primeira linha, entre B2 e S1. Figura 13 - Diagrama ladder interruptores em paralelo/ Fonte: o autor • Como há dois contatos com o mesmo endereço, o B1 (NA), quando acionado, faz com que ocorra a passagem de corrente, assim, B2, como também possui dois contatos, está normal fechado, fazendo com que ocorra a passgem de corrente e, assim, a lâmpada S1 acende. • Caso o B2 (NA) seja pressionado, ele irá fazer com que lâmpada retorne para o sinal de desliga- do, pois está em contato com B1 (NF) no retorno, não tendo,assim, passagem do sinal eletrico . 03. EXEMPLO Exemplo 3) A figura 14 mostra o funcionamento de uma caixa de água, cujo nível deve ser mantido entre um valor máximo e mínimo, fornecidos por dois sensores de nível, S2 (contato NF em nível máximo) e S1 (contato NF em nível mínimo). Descritivo: A bomba BM1, usada para encher o tanque deverá ser ligada quando o sensor S1 for desativado (nível mínimo), e desligada quando o sensor S2 for ativado (nível máximo). Condição inicial: S1 fechado, S2 fechado, BM1 aberto. UNIDADE 1 31 Descrição da Imagem: A figura 14 contém uma caixa de água ao centro, contendo dois sensores de nível S1 (sensor nível mínimo) e S2 (sensor nível máximo) na lateral esquerda da imagem, e uma bomba BM1 que se encontra no topo da caixa d’água com uma seta voltada para baixo, na cor cinza, e uma seta cinza na parte inferior da caixa d’água, apontando para a direta, indicando o fluxo do consumo de água. Figura 14 - Controle nível de um tanque/ Fonte: o autor Descrição da Imagem: A figura 15 apresenta duas linhas horizontais com contatos e bobinas, representando um diagrama ladder. Na primeira linha, temos as descrições S1 (contato NF), S2 (contato NF) e BM1 (bobina); na segunda linha, BM1 se conecta à primeira linha, entre S1 e S2;. Figura 15 – Diagrama ladder do controle de nível do tanque/ Fonte: o autor UNICESUMAR 32 Quando o nível do tanque for menor que o valor estipulado para a medição no sensor S1, nível mínimo normal fechado, ocorrerá a passagem de corrente pelo sensor, que acionará a bomba BM1, fazendo selo da bomba através do sistema, ocorrendo o enchimento do tanque até que ocorra medição pelo sensor S2, nível máximo normal fechado, abrindo, então, a bomba BM1, que irá desligar até que o fluido presente no interior do tanque seja transferido para o sistema, até que o valor medido fique inferior ao do nível mínimo. Assim, o ciclo se repete. 04. EXEMPLO Em uma indústria de calçados, usa-se um cilindro de dupla ação para a remoção das caixas de uma etapa final do processo. Após o acionamento, ele avança e completa o seu curso e, em seguida, retorna à sua posição inicial para um novo ciclo. Descritivo: O Cilindro C1 avança para mover peças dentro de uma esteira de caixas de papel, que deverá ser ligada quando a solenoide B1/S1 for acionada. Uma lâmpada Q3 é acionada para indicação local de seu funcionamento e, após avanço, o cilindro retorna para a posição inicial, depois que a solenoide S2 for acionada. Assim, Q2 indica uma lâmpada, Q4 demonstra seu retorno no painel local. Condição inicial: B1/S1 aberto, B2/S2 fechado, Q1 desligado. Descrição da Imagem: No circuito eletropneumático, tem-se um cilindro de dupla ação na parte superior. Ao centro da imagem, uma válvula eletropneumática com cinco posições, com duas vias e com o acionamento/retorno por solenoide. Na parte inferior, um pulmão de ar. Figura 16 - Circuito eletropneumático simples/ Fonte: o autor UNIDADE 1 33 Descrição da Imagem: A figura 17 apresenta cinco linhas horizontais com contatos e bobinas, representando um diagrama ladder. Na primeira linha, temos as descrições B1 (contato NA), S2 (contato NF) e Q1 (bobina); na segunda linha, Q1, que se conecta à primeira linha, entre B1 e S2; na terceira linha, B2 (contato NA) e Q2 (bobina); na quarta linha, Q1 (contato NA) e Q3 (bobina); na última linha, S2(contato NA), que se conecta a Q3 (bobina). Figura 17 - Diagrama ladder do circuito eletropneumático simples/ Fonte: o autor Quando se aciona o botão B1, que é normal aberto, ele irá fechar e habilitar Q1. Assim, ele aciona o selo de Q1 para mantê-lo energizado. Dessa forma, na eletroválvula, tem-se a atuação do cilindro pneumático. Assim, durante o avanço, a lâmpada Q3 fica acesa devido à condição solicitada para que se tenha o conhecimento no painel do avanço do cilindro. Quando é feito o acionamento do botao B2, o cilindro retorna para seu estado zero, e da mesma forma, a lâmpada Q4 é acionada para que se tenha conhecimento do seu retorno dentro do sistema. Agora, convido você a ver o funcionamento do circuito eletropneumático simples, por meio da realidade aumentada. Que tal apontar a câmera do seu celular para este QR code e conferir o funcio- namento desse sistema? UNICESUMAR 34 Após alguns exemplos, podemos ver que as aplicações industriais e residenciais para o uso do CLP são inúmeras, e podem ser das mais variadas formas. As indústrias não são mais as mesmas após a terceira revolução industrial, com a qual a robótica ganhou es- paço dentro de diversos segmentos, e os estudos desenvolvidos na área da automação como um todo alteraram a forma de fabricação, dessa forma, estabelecendo algumas premissas com a finalidade de aumentar a produção com a menor quantidade de tempo. Assim, as novas tecnologias foram avançando, com mais mão de obra qua- lificada para as mais variadas etapas do processo produtivo. Com essa mão de obra qualificada, a industrialização ganhou peso na economia de diversos países, fazendo com que o capital investido venha sendo aumentado ano após ano, para que se busque cada vez mais competitividade no mercado. Atualmente, estamos iniciando a quinta geração da evolu- ção da manutenção dentro da quarta revolução industrial, em que o gerenciamento remoto de malhas de controle e de diversos equipamentos tem ganhado espaço nas indústrias. Assim, a diver- sificação e ganhos nos processos produtivos estão cada vez mais em alta. Essas informações obtidas de forma instantânea têm sido de grande importância no desenvolvimento industrial, pois, a partir da inteligência artificial, utiliza-se meiospara treinamentos das malhas de controle, gerando modelos matemáticos. Esses treinamentos podem ser via redes neurais ou Rede Petri, e esses modelos ma- temáticos fazem esses equipamentos trabalharem de forma repetitiva, sem que ocorram desvios nos processos produtivos. Ainda existe muito para se aprender com a inteligência artificial. Mesmo assim, estamos dando o primeiro passo da quinta revolução industrial. Com a chamada “Indústria 5.0”, teremos ganhos significativos com relação à tecnologia. Assim, a participação do homem nessa etapa será de grande valia e de suma importância para que possamos entrar de vez nesse marco da tecnologia e indústria. Portanto, na quinta revolução industrial, vamos ter uma maior colaboração dos homens nos sistemas autônomos e inteligentes. Nesse contexto, espera-se que essa interação homem-máquina faça com que a produção industrial cresça e, assim, tenha-se uma maior eficiência. A quinta revolução industrial também visa aumentar a colaboração entre os seres humanos e os sistemas inteligentes para que, juntos, consigam aumentar ainda mais a produção industrial e a eficiência das empresas. Por fim, vamos falar do uso da computação quântica, com a ascensão do desenvolvimento tecnológico. A computação quântica ajudará em diversas áreas da ciência para obter novas informações e desenvolver ferramentas e aplicações para ajudar em nosso dia a dia. Qual será a próxima tendência? Onde vamos estar daqui a 10 anos? REALIDADE AUMENTADA Acionar um atuador dupla ação por meio de um CLP. UNIDADE 1 35 Neste podcast, conversaremos sobre a importância da automação e do CLP na indústria da madeira e de celulose e papel, falando sobre os tipos de lógica que são utilizados nesses processos, quais são os equipamen- tos usados nessas indústrias, como CLPs, microcontroladores, SDCDs, dentre outros. Convido você para escutar este podcast. Então, pessoal, vimos, ao longo desta unidade, uma conceitualização do uso do CLP. Assim, sabemos que esse equipamento pode ser utilizado das mais variadas formas e em diversas aplicações industriais. O CLP, juntamente com os dispositivos de entrada e saída, é responsável pela automatização das indústrias desde os anos 1960, quando Richard E. Morley desenvolveu esse equipamento. O conhecimento sobre o CLP, suas linguagens de programação e equipamentos que fazem a interface são primordiais na vida de um engenheiro, podendo demonstrar um grande diferencial na hora da resolução dos problemas na indústria, na automação residencial, ou até mesmo na sala de aula. Dessa forma finalizamos este capítulo. Ressaltamos a sua importância no contexto da programação dos equipamentos do controle de processo e ressaltamos a importância do CLP para a automação. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/10508 36 CLP Entradas Digitais Entradas Analógicas Saídas Digitais Saídas Analógicas CPU Nesta unidade, conhecemos o CLP, suas entradas, saídas e CPU. A seguir, trago para você uma sugestão de mapa mental. Desse modo, para relacionar a função dos tipos de entradas/saídas e da CPU do CLP, crie um semelhante no espaço disponibilizado em seu livro. Você pode seguir este modelo proposto, modificá-lo ou até criar uma proposta diferente. 37 1. A norma IEC-61131-3 define cinco linguagens para programação de Controladores Lógicos Programáveis (CLPs): lista de instruções, diagrama ladder, diagrama de blocos funcionais, texto estruturado e carta de sequência de funções (Grafcet). Considerando as linguagens da norma IEC-61131-3, analise as afirmativas a seguir: I) Não é possível combinar mais de uma dessas linguagens em um único programa. II) Cada dispositivo físico implementa um único bloco funcional, que corresponde a sua função na malha de controle. III) As conexões entre os blocos funcionais são implementadas em software, na configuração do sistema de controle. IV) Essas linguangens são adequadas para representar tanto controladores discretos quanto controladores contínuos. É correto apenas o que se afirma em: a) I. b) II. c) I e III. d) II e IV. e) III e IV. 2. Em um processo industrial, deseja-se controlar o nível de um tanque por meio de um contro- lador lógico programável. A saída do produto C é para outro processo. A tabela-verdade a seguir normatiza a lógica de funcionamento do sistema de controle de nível: 38 Descrição da Imagem: A figura contém caixa de água ao centro, contendo dois sensores de nível S1 (sensor nível mínimo) e S2 (sensor nível máximo) e duas bombas BM1 e BM2 que se encontram no topo da caixa d’água, com suas devidas setas voltadas para baixo, na cor cinza, e uma seta cinza na parte inferior da caixa d’agua apontando para a direta, indicando o fluxo do consumo de água. Ao lado da caixa de água, vemos um botão geral, no formato retangular, na cor cinza claro, e, em seu meio, um círculo na cor cinza escuro. Ao centro, uma letra “i” na cor branca. Fonte: adaptado de Inep (2014) Condições iniciais: LINHA S0 S1 S2 BM1 BM2 1 0 0 0 0 0 2 0 0 1 0 0 3 0 1 0 X X 4 0 1 1 0 0 5 1 0 0 1 1 6 1 0 1 1 0 7 1 1 0 X X 8 1 1 1 0 0 Fonte: adaptado Inep (2014) Bombas – 0 para fechado e 1 para aberto Sensores de nível – 0 vazio e 1 com líquido Chave geral – 0 não pressionado e 1 pressionado Desenvolva um programa em linguagem ladder para executar o controle de cada bomba. 39 3. Em uma gráfica, é realizado o processo de corte de folhas de papel com diferentes dimensões de papel. O operador da gráfica necessita acionar dois botões juntos (B1 e B2) e, assim, um cilindro pneumático de dupla ação será acionado por uma válvula direcional de solenoide duplo, avançando e cortando o papel. Ao retornar o cilindro, é acionado um terceiro botão (B3), exclusivamente quando o atuador estiver em sua posição final detectada pela chave fim de curso. Nesse processo, qual circuito eletropneumático controla o cilindro de dupla ação? a) O botão B3 em paralalelo com a chave fim de curso PF. b) Os botoes B1 e B2 estão em série para fazer o retorno do cilindro. c) Os botões B1, B2 e B3 ligados em paralelo para fazer o comando do cilindro. d) Os botões B1 e B2 em série, de maneira que o cilindro acione com ação simultânea dos botões. e) Os botões B1 e B3 ligados em paralelo no sistema pneumático, para fazer o comando de dupla ação para cortar a folha. Caso queira, desenhe o circuito eletropneumático para poder facilitar o processo 40 2 Como o título sugere, este tópico trata de uma classe especial de sistemas que, nas últimas décadas, se tornaram parte fundamen- tal do nosso cotidiano. Antes de entrar nos detalhes dessa classe, você irá estudar os conceitos fundamentais de sistemas, o princípio básico de modelagem e como os SEDs se encaixam na classificação geral de sistemas. Na segunda parte do capítulo, você irá estudar as definições de evento e será capaz de distinguir as transições de estados orientadas pelo tempo e por eventos, assim como as propriedades características de SEDs. Sistema a Eventos Discretos - Conceituação e Classificação Dra. Luana Wouk Luana Wouk Sistemas a Eventos Discretos - Conceituação e Classificação UNICESUMAR 42 Você já percebeu como nosso cotidiano é descrito por variáveis? Por exemplo, no ponto de vista histó- rico, a comunidade científica estudou, por muito tempo (e continua estudando), eventos naturais que são bem definidos e modelados por teorias gravitacionais (lei da gravidade), pela mecânica clássica e quântica, físico-química, dentre outras. Ao examinar essas teorias, geralmente utilizamos variáveis tais como deslocamento, velocidade e aceleração de partículas e corpos rígidos. Além dessas variáveis, também é comum utilizar pressão, temperatura e fluxo (taxa de fluidos de líquidos e gases). Todas as variáveis citadas são variáveis contínuas. Porém, você deve se questionar: “existem apenas variáveis contínuas?” Outras questões que emer- gem: “para acessar essas variáveis dependemos apenas do tempo ou, também, de ações?”“Essas ações são espontâneas ou pré-definidas?” A ideia de variáveis contínuas vem do fato de assumirem qualquer valor real à medida que evoluem continuamente. Com base nisso, várias técnicas e ferramentas matemáticas foram desenvolvidas para modelar, interpretar e controlar os sistemas naturais que nos rodeiam. É curioso que, atualmente, o estudo baseado em equações diferenciais ordinárias e parciais é o que fornece a principal infraestrutura para o controle e análise desses sistemas. Mas se você parar para analisar, a evolução tecnológica e crescente dependência computacional que vivemos nos permite pensar em duas coisas: • Muitas das quantidades que lidamos são discretas. Nesse caso, geralmente, estamos analisando a contagem de números inteiros. Por exemplo, quantos aviões estão na pista, quantas ligações telefônicas estão ativas, o número de peças de um inventário e assim por diante. • O que impulsiona muitos dos processos que usamos e dos quais dependemos são eventos ins- tantâneos. Por exemplo, pressionar uma tecla do teclado ou um semáforo ficar verde. A grande maioria das tecnologias (em especial os computadores) é orientada a eventos. Acredito que você já tentou atravessar uma avenida muito movimentada em horário de rush. Acho que você não conseguiria se não houvesse alguma maneira de fazer com que os carros parassem tempora- riamente. Agora, imagine que você está próximo de um semáforo de pedestres e nesse semáforo tem um botão. Ao acionar o botão, instantaneamente, o semáforo dos carros passa de verde para amarelo e, em seguida, vermelho. Logo após, o semáforo de pedestres se torna verde e você pode atravessar a rua tranquilamente por um período. Bem, nessa condição, você está vivenciando um exemplo de sis- tema de variáveis discretas (o semáforo de pedestre ou está verde ou está vermelho), e essas variáveis estão sendo acessadas por meio de dois modos. Primeiro, aperta o botão (faz com que o semáforo do pedestre se torne verde). Segundo modo, tempo de semáforo em verde (após 30 segundos o semáforo fica vermelho novamente). Com isso, vamos analisar um armazém de estocagem de bebidas em uma fábrica. Sempre que uma bebida é finalizada no processo de fabricação, ela é armazenada nesse estoque. Um caminhão aparece com determinada periodicidade e carrega um número de unidades do produto. A presença do cami- nhão é considerada a saída do produto do armazém. A Figura 1 exemplifica o que estamos analisando. UNIDADE 2 43 Para podermos organizar o ambiente, nós estamos interessados no nível de estoque que esse armazém possui ou, melhor dizendo, queremos saber quantos produtos estão presentes em um determinado momento x(t). Bom, quero que você analise essa situação e descreva, fazendo anotações em seu diário de bordo. Anote os principais pontos que estão acontecendo. Nesse caso, estamos trabalhando com variáveis discretas ou contínuas? Você pode identificar quais são elas? O que irá influenciar no número de bebidas armazenadas? Descrição da Imagem: Na Figura 1, é possível observar uma seta apontando da esquerda para a direita indicando a entrada de pro- dutos em um armazém. No armazém (representado por um quadrado) tem-se duas fileiras com oito garrafas em cada. A função x(t) está escrita dentro do quadro, indicando o número de garrafas no tempo t. No lado direito do armazém, uma seta da esquerda para a direita indica a saída de produtos. A saída é representada por um caminhão que carrega uma garrafa de bebida. O caminhão é visto lateralmente e possui dois círculos que indicam as rodas, um retângulo que representa a caixa de armazenamento e um esquema representando a cabine do motorista. Três riscos com diferentes comprimentos no lado esquerdo do caminhão indicam o movimento. Figura 1 – Esquema representativo do sistema de armazenamento de bebidas em uma fábrica/ Fonte: a autora UNICESUMAR 44 A definição de sistema envolve concei- tos primitivos e intuitivos. Porém, pode- mos destacar a definição adotada pelo IEEE (1980) “A combination of compo- nents that act together to perform a func- tion not possible with any of the indivi- dual parts” Traduzindo, uma combinação de eventos que atuam em conjunto para realizar uma função que não é possível com qualquer uma das partes individuais. Você pode perceber que existem duas ca- racterísticas importantes nessa definição: a) um sistema consiste na interação de componentes; b) ao sistema é associada uma função que, supostamente, está des- tinado a desempenhar. Sistemas não estão relacionados somente a objetos físicos e leis naturais. A descrição de mecanis- mos econômicos ou modelagem de comportamento humano e dinâmica populacional podem ser investigadas por meio da teoria de sistemas. Bom, até aqui, nós analisamos a definição de sistemas. Como vimos, as funções regem o andamento do sistema. Como engenheiros e cientistas, nós estamos preocupados, principalmente, com a análise quantitativa de sistemas e no desenvolvimento de técnicas para controlar a performance do sistema. Então, não podemos apenas expressar qualitativamente, mas, sim, por meio de modelos. Ao iniciar a modelagem, nós definimos o conjunto de variáveis que podem ser medidas e estão associadas ao sistema, tais como posição e velocidade do objeto ou corrente elétrica em um circuito. Todas essas variáveis resultam em números reais que podem ser coletados em um período t t f0 ,� � . Considerando que temos um conjunto de dados iniciais e chamamos de variáveis de entrada, estas dependem do tempo que foram observadas. Então, assumimos que elas são uma função do tempo u t� � . Outro conjunto de variáveis são as variáveis de saída, que foram diretamente medidas enquanto o sistema variava, y t� � . Podemos associá-las como a resposta do estímulo fornecido pelas funções de entrada. As variáveis são representadas por vetores coluna u t u t u tp T ( ) ,...,� � � � ��� ��1 . De maneira análoga, y t y t y tm T ( ) ,...,� � � � ��� ��1 . Para finalizar o modelo, nós assumimos que existe uma relação matemática entre as variáveis de entrada e as variáveis de saída, e essa relação é representada por uma função g u� � . Essa modelagem é a mais simples possível e está ilustrada esquematicamente na Figura 2. UNIDADE 2 45 O sistema é algo real, e o modelo é uma abstração, por funções matemáticas, do sistema. Quanto maior a proximidade entre os comportamentos do sistema e do modelo, melhor é o modelo. Podemos ob- servar a modelagem analisando o sistema de divisor de tensão, conforme representado na Figura 3. Descrição da Imagem: A figura é um esquema com dois blocos representando a modelagem. Um bloco está localizado na parte su- perior da imagem, e outro, na parte inferior. No primeiro retângulo, o que está acima, temos à esquerda, três setas em azul, sentido esquerda – direita, que indicam a entrada. No centro, um desenho amorfo, em azul, representa o sistema. Abaixo dele, o texto (ex.: corpo humano, fábrica...). Na sequência, temos mais três setas em azul, sentido esquerda- direita, que indicam a saída. No segundo retângulo que está abaixo, temos, à esquerda, três setas em azul, sentido esquerda-direita, que indicam a variável de entrada u(t) (primeira seta) e um número -2 (terceira seta). Uma elipse está no centro com a palavra MODELO inscrita e, abaixo dela, tem-se o texto (equações matemáticas e ex.: y=u2). Na sequência, temos mais três setas em azul, sentido esquerda-direita, que indicam a variável de saída y=g(u) (primeira seta) e o número 4 (terceira seta). Figura 2 – Esquema representativo de modelagem/ Fonte: a autora Descrição da Imagem: A figura é um esquema com dois retângulos alinha- dos em forma de coluna. O primeiro retângulo (parte de cima) tem uma letra r inscrita, e o segundo retângulo (parte de baixo), uma letra R. A figura mostra uma linha na horizontal, no lado esquerdo, a qual, no início, contém o ponto “V”. A linha continua na vertical até um primeiro retângulo com a letra “r” e, abaixo, outroretângulo com a letra “R”. No meio dos retângulos, uma linha na vertical para a direita, e, no ponto final da linha, a letra “v”. Do lado esquerdo da imagem há uma seta voltada para baixo com a letra “i”. Figura 3 – Exemplo de circuito divisor de tensão/ Fonte: a autora UNICESUMAR 46 O modelo de circuitos com resistências em série é: v V R R r � � v iR= Onde: V – tensão de entrada; v – tensão de saída; R – resistência elétrica; r – resistência elétrica; i – corrente elétrica. Para o mesmo sistema subjacente, podemos construir diferentes modelos, dependendo da escolha das variáveis de entrada e saída (Figura 4). No caso do circuito divisor de tensões, podemos ajustar a tensão e analisar a tensão de saída (a). Ou, supondo que V seja fixo, podemos variar r e estar interessados em v (b). Por fim, V e r são ajustáveis, de modo que queremos regular a corrente (c). Descrição da Imagem: A figura mostra três retângulos que representam as modelagens para o circuito divisor de tensão. No retângulo a, uma seta indica o sentido da esquerda para direita. Em cima dela está a letra V. No término da seta há um retângulo em que está escrito MODELO. Em seguida, uma seta indica a direção da esquerda para direita e, em cima, está inscrita a fórmula No retângulo b, uma seta indica o sentido da esquerda para direita e, em cima dela, a letra r. No término da seta tem um retângulo em que está escrito MODELO. Em seguida, uma seta indica a direção da esquerda para direita e, em cima dela, está inscrita a fór- mula No retângulo c, duas setas indicam o sentido da esquerda para direita. A seta de cima tem em cima dela a letra V. A seta de baixo tem sobre ela a letra r. No término das setas há um retângulo em que está escrito MODELO. Em seguida, uma seta indica a direção da esquerda para a direita, e em cima dela está fórmula . Figura 4 – Modelagem para um circuito divisor de tensão/ Fonte: a autora UNIDADE 2 47 Vamos analisar outro exemplo. Considere o sistema massa-mola descrito esquematicamente na Fi- gura 5. O sistema, que, inicialmente, encontra-se no seu ponto de equilíbrio, sofre uma perturbação no instante t = 0 . Essa perturbação faz com que a massa se desloque da sua posição de repouso para uma posição u 0� � . Descrição da Imagem: A figura são dois re- tângulos. No primeiro retângulo (a), a massa (paralelepípedo cinza) está na parte inferior e está conectada a uma mola (que está repre- sentada por uma linha vertical e oito linhas em zigue-zague dispostas verticalmente até a parte superior do retângulo). Na parte su- perior, uma linha na horizontal e seis linhas na diagonal representam o teto. Do lado do paralelepípedo há a letra m, e abaixo dele, uma linha pontilhada que se estende até o outro retângulo. No retângulo b, a massa (paralelepípedo cinza) está na parte inferior do retângulo e abaixo da linha pontilhada. O paralelepípedo está conectado a uma mola (que está representada por uma linha vertical e oito linhas em zigue-zague dispostas verti- calmente até a parte superior do retângulo). Abaixo dos dois retângulos, há uma seta azul, da esquerda para a direita. Em cima da seta está escrito u(t). No final da seta, há um retân- gulo com a palavra MODELO em seu interior. Em seguida, uma seta da esquerda para a direita está saindo do retângulo. Sobre a seta, está a variável de saída y(t). Figura 5 – Modelagem para um sistema massa-mola./ Fonte: adaptado de Cassan- dras (2008) O deslocamento que a massa realiza para um determinado período (considerando t > 0 ) é denominado y t� � . Ba- seado nas leis de mecânica clássica, o movimento da massa é definido por uma oscilação harmônica descrita por uma equação diferencial de segunda ordem, com as condições iniciais y u0 0� � � e v 0 0� � � . Se nós estamos interessados em controlar o deslocamento inicial u 0� � e observar a posição da massa como uma função do tem- po, nós podemos propor o modelo com a variável de entrada u t� � , sendo u t u� � � 0 em t = 0 e u t� � � 0 em t ≠ 0 . O valor de saída y t� � é uma solução da equação diferencial citada anteriormente, com k e m constantes. A solução dessa equação é uma senoide, mas não vamos entrar em detalhes. Onde: u t� � é a variável de entrada no tempo t ; y t� � é a variável de saída no tempo t ; u0 é a variável de entrada em t = 0 . Nos exemplos passados, podemos observar algumas maneiras de classificação de sistemas. Dentro dos modelos analisados, as relações funcionais de entrada e saída que são construídas podem ser descritas simplesmente por equações algébricas. No caso do sistema divisor de tensão, essas relações UNICESUMAR 48 não dependem dos valores passados na entrada. Em contrapartida, no sistema massa-mola, temos uma dependência temporal com os valores de entrada que irão afetar os valores de saída. Dessa for- ma, segundo Banks (1986), classificamos como sistemas estáticos aqueles que os valores de saída não dependem dos valores de entrada, e como sistemas dinâmicos, aqueles que possuem dependência. Na prática, os sistemas dinâmicos são mais aplicados que os sistemas estáticos. A resposta nos permite classificar o sistema de uma maneira diferente. Por exemplo, considere o sistema massa-mola em que a massa é um recipiente cheio de algum fluido. Após o tempo t = 0 , um vazamento se desenvolve imediatamente. O deslocamento u0 é aplicado no tempo t = 0 ,supondo que no tempo t t= 1 o sistema entra em repouso e nós iremos arrastar a massa novamente. Nesse novo ciclo, nós esperamos que o sistema se comporte diferentemente da primeira perturbação, pois em t1 a massa certamente terá sido alterada. Dessa forma, classificamos o sistema como variante no tempo. Na prática, vários exemplos são variantes no tempo, tais como amortecedores, envelhecimento em es- truturas, oxidação em circuitos elétricos. Nesse caso, denotamos a variável de saída como y g u t� � �, . Diante do que estudamos até agora, cabe a questão: a saída é sempre a mesma quando o mesmo valor de entrada é aplicado? Além das classificações estudadas até agora, a natureza das funções g servem para classificar os sis- temas em lineares e não lineares. Na Engenharia, a linearidade é fundamental e está associada ao “princípio da superposição”. Se um estímulo S1 produz uma resposta R1 e um estímulo S2 produz uma resposta R2, então, a soma dos estímulos deverá corresponder à soma das respostas. Outro conceito importante para estudarmos sistemas a eventos discretos é o conceito de estado. De modo geral, um estado de um sistema em um determinado tempo deve descrever seu com- portamento de alguma forma mensurável. Segundo Cassandras (2008), o estado de um sistema no instante t0 é o conjunto de informações necessário em t0 para que as saídas y t� � para todo t t> 0 possam ser definidas por esse con- junto de informações e por u t t t� � �, 0 . Assim como as variáveis de entrada e saída, as variáveis de estado também são vetores que denominamos por x t� � . A teoria de modelagem por espaço de estados determina a relação entre as variáveis de entrada, saída e de estados. UNIDADE 2 49 O comportamento dinâmico de sistemas de estado discreto é simples de compreender, pois a transição de estados é baseada em declarações lógicas da forma “se algo específico ocorrer e esti- vermos no estado x, então o próximo passo é o estado se tornar y”. Porém o formalismo matemático para resolver tais equações de estado pode ser consideravelmente mais complexo, como iremos observar no decorrer do curso. Matematicamente, a definição de sistemas lineares é: Uma função g é linear se e somente se g a u a u a g u a g u1 1 2 2 1 1 2 2�� � � � � � � � . Bom, você pode ter percebido que, até agora, nós adotamos apenas números reais para os valores das variáveis de estado. As variáveis que pertencem aos números considerados reais são convenientes quando o sistema requer modelos baseados em equações diferenciais. Porém você irá notar que algumas variáveis de estado tomam
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