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Slides de Aula Unidade II - Bioética

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Unidade II
BIOÉTICA EM SAÚDE
Prof. Alexandre Fonseca
Segundo Garrafa (2012), os principais direitos fundamentais de todo 
ser humano que o progresso da ciência e da tecnologia deve ampliar 
são:
 acesso a cuidados de saúde de qualidade
e a medicamentos essenciais;
 acesso a nutrição adequada e a água de boa qualidade;
 melhora das condições de vida e do meio ambiente;
 eliminação da marginalização e da exclusão
de indivíduos por qualquer que seja o motivo;
 redução da pobreza e do analfabetismo.
 Bioética – base para o profissional/pesquisador
enfrentar os desafios éticos.
5. Dilemas atuais em Bioética
Como construir essa base?
 Reconhecendo que, mesmo que os seres humanos sejam 
diferentes, todos são iguais no que diz respeito à dignidade.
 Princípio bioéticos: beneficência, não maleficência e justiça. 
Respeito à autonomia da pessoa humana.
Para isso, a exigência de duas condições:
1. liberdade – ser livre para decidir, estando livre
de pressões externas (pressão ou subordinação);
2. informação – ter plena ciência de fatos relevantes a fim de que 
seja possível ao indivíduo decidir conscientemente.
5. Dilemas atuais em Bioética
Alguns fatos que marcaram a história da humanidade e
que foram fundamentais para o crescimento da Bioética:
 caso Tuskegee: um grupo de 600 negros portadores
de sífilis foi observado durante 50 anos sem que fosse 
realizado qualquer tratamento. A intenção era apenas
saber como ocorria o desenvolvimento natural da
doença. O maior problema foi que, durante esse período,
a penicilina (medicamento utilizado no tratamento da
doença) foi descoberta e, mesmo assim, essas pessoas
não foram tratadas (REVERBY, 2000);
5. Dilemas atuais em Bioética
Alguns fatos que marcaram a história da humanidade e
que foram fundamentais para o crescimento da Bioética:
 Brasil – pesquisa sobre malária coordenada pela
Universidade da Flórida e patrocinada pelos National Institutes
of Health (NIH), dos EUA: integrantes de comunidades negras 
ribeirinhas no Amapá foram
submetidos a picadas de 100 anófeles do ambiente
por dia, propositalmente, em áreas endêmicas com
alto índice de infectividade, sabendo-se que não
havia tratamento disponível.
5. Dilemas atuais em Bioética
 A biotecnologia, anos depois, entrou no mercado e criou a 
indústria da saúde, com consequências positivas e negativas.
 Necessidade de desenvolvimento tecnológico e
científico X estudos para desenvolvimentos de novos fármacos 
X ganância da indústria farmacêutica.
 Protocolos de pesquisas em países em desenvolvimento
com comportamentos fraudulentos, não éticos e criminosos 
que podem comprometer a dignidade da pessoa humana. 
Alguns exemplos:
5. Dilemas atuais em Bioética
 caso Willowbrook – injeção deliberada do vírus da hepatite
em centenas de crianças residentes em Willowbrook
(instituição para portadores de deficiência mental em Nova 
York). Os pesquisadores defenderam a pesquisa, alegando que 
a grande maioria das crianças, dadas as condições de higiene e 
superlotação, adquiririam o vírus da hepatite de qualquer forma 
(SAKAGUTI, 2007);
 o estudo da cárie dental de Vipeholm – 436 deficientes mentais, 
internos de um hospital da Suécia, receberam com frequência 
variável uma dieta rica em açúcar com dosagens diferentes, 
sem consentimento. O estudo iniciou-se em 1945 
e durou 8 anos, provando que a cárie dentária é originária da 
ingestão da sacarose. O estudo foi encomendado pelo 
próprio Governo da Suécia (SAKAGUTI, 2007);
5. Dilemas atuais em Bioética
 câmeras com baixa pressão atmosférica – experimentos 
em Dachau, de março a agosto de 1942, no campo de 
concentração da Força Aérea Alemã, com o objetivo de 
investigar os limites da resistência humana em altitudes 
extremamente elevadas. Os indivíduos eram colocados na 
câmara de baixa pressão e, daí em diante, a altitude ali 
simulada era elevada (DELLA-ROSA, 2011);
 congelamento – experimentos (agosto de 1942 a maio
de 1943), realizados em Dachau, para investigar os meios 
eficazes de tratar pessoas que tinham passado por um frio 
intenso ou sofrido um congelamento grave. Os indivíduos 
foram forçados a permanecer em um tanque de água gelada por 
períodos de até 3 horas; 
5. Dilemas atuais em Bioética
 em outra série de experimentos, os indivíduos foram
mantidos despidos ao ar livre durante muitas horas a 
temperaturas abaixo de 0°C (DELLA-ROSA, 2011);
 experimentos com tifo (febre maculosa) – ocorridos
de dezembro de 1941 a fevereiro de 1945, nos campos
de concentração de Buchenwald e Natzweiler, para
investigar a eficácia da vacina contra a febre maculosa. Nesses 
experimentos, inúmeros internos sadios foram deliberadamente 
infectados com o vírus da febre
maculosa para manter o vírus vivo. Mais de 90%
das vítimas morreram (DELLA-ROSA, 2011);
5. Dilemas atuais em Bioética
 experimentos com sulfanilamida – de julho de 1942 a setembro 
de 1943, foram realizados para investigar a
eficácia da sulfanilamida no campo de concentração de 
Ravensbrueck, onde os prisioneiros tinham seus ferimentos 
infectados com bactérias. Para interromper a circulação
do sangue, atavam-se os vasos sanguíneos em ambas as 
extremidades do ferimento para criar uma condição semelhante 
àquela de um ferimento em campo de batalha.
A infecção era tratada com sulfanilamida e outras drogas
a fim de determinar sua eficácia. Alguns indivíduos morreram 
em consequência desses experimentos e outros sofreram 
lesões graves, além de intensa agonia (DELLA-ROSA, 2011);
5. Dilemas atuais em Bioética
 experimentos com veneno – de 1943 a 1944 foram conduzidos 
experimentos no campo de concentração de Buchenwald para 
investigar o efeito de vários venenos nos seres humanos. Os 
venenos foram secreta e experimentalmente administrados em 
pessoas por meio de sua comida (DELLA-ROSA, 2011).
5. Dilemas atuais em Bioética
 Segundo Diniz (2010), a Bioética, num sentindo mais amplo, 
deveria tratar não só dos problemas éticos relacionados com as 
situações advindas da ciência (sejam eles do âmbito da saúde 
ou das tecnociências biomédicas), mas também dos 
decorrentes da degradação do meio ambiente, desequilíbrio 
ecológico e do uso de armas químicas.
 Novas tecnologias: clonagem, reprodução assistida e alimentos 
transgênicos, entre outras, acabam suscitando questões 
relacionadas à segurança biológica e aos valores morais. 
Nessas situações, a Bioética é ideal para avaliar os benefícios, 
desvantagens e consequências que esses avanços poderiam 
causar para a humanidade (PEREIRA et al., 2013).
5. Dilemas atuais em Bioética
5.1 Bioética e Biodireito
 O Biodireito surge como um estudo sistemático, diretamente 
interligado à Bioética, que objetiva a criação de normas para 
regulamentar as condutas humanas geradas a partir do 
crescente avanço técnico-científico e biotécnico-científico. 
 Possui princípios autônomos, assim como regras, e leva em 
consideração as normas constitucionais brasileiras, por fazer 
parte do ordenamento jurídico pátrio.
Como a Bioética, o Biodireito possui, conforme explicam Pereira 
et al. (2013), quatro princípios que serão apresentados a seguir:
5. Dilemas atuais em Bioética
5.1 Bioética e Biodireito
1. Princípio da precaução: limita a ação do profissional,
que deve estar atento aos riscos da atividade exercida
e, frente a um risco grave ou irreversível, deve tomar
todas as medidas necessárias.
2. Princípio da responsabilidade: está relacionado ao 
dever jurídico de cumprir os termos acordados. Essa 
responsabilidade acontece junto ou separadamente 
nos âmbitos administrativo, penal e/ou cível.
5. Dilemas atuais em Bioética
5.1 Bioética e Biodireito
3. Princípio da autonomia privada: a pessoa tem a
autonomia, a liberdade de decidir por si, de modo
a definir seu próprio comportamento.
4. Princípio da dignidade da pessoa humana: garantia
do total desenvolvimento do ser humano, tanto no
âmbitopsíquico como no físico.
5. Dilemas atuais em Bioética
5.1 Bioética e Biodireito
No passado existiram fatos que marcaram a história da
humanidade e que foram fundamentais para o crescimento 
da Bioética no Brasil e no mundo. Assinale a alternativa correta:
a) No Brasil, não houve indícios de que pesquisas com envolvimento 
de seres humanos tivessem sido realizadas.
b) Existe a pesquisa sobre a malária, que determinou
inclusive a infectividade dessa doença.
c) A pesquisa da malária, considerada um marco, não colocou
em risco uma determinada comunidade brasileira. 
d) Tal pesquisa não teve o patrocínio dos
National Institutes of Health (NIH), dos EUA.
e) No Brasil a Bioética é muito recente, portanto não existiram
fatos que pudessem ser tão consideráveis para o crescimento
da disciplina.
Interatividade
No passado existiram fatos que marcaram a história da
humanidade e que foram fundamentais para o crescimento 
da Bioética no Brasil e no mundo. Assinale a alternativa correta:
a) No Brasil, não houve indícios de que pesquisas com envolvimento 
de seres humanos tivessem sido realizadas.
b) Existe a pesquisa sobre a malária, que determinou
inclusive a infectividade dessa doença.
c) A pesquisa da malária, considerada um marco, não colocou
em risco uma determinada comunidade brasileira. 
d) Tal pesquisa não teve o patrocínio dos
National Institutes of Health (NIH), dos EUA.
e) No Brasil a Bioética é muito recente, portanto não existiram
fatos que pudessem ser tão consideráveis para o crescimento
da disciplina.
Resposta
O Brasil está repetindo a tendência da maioria dos países, nos quais 
a pirâmide populacional está se invertendo. As projeções feitas para 
2050:
 no planeta, 21,1% de pessoas idosas; 
 Brasil – estimativa de que 23,6% desses idosos
permaneçam no convívio social (SIQUEIRA, 2011);
 discussões, ensinamentos e experiências sobre a morte, 
terminalidade, cuidados paliativos e todos os dilemas 
bioéticos em que esses assuntos são envolvidos devem 
ser passados aos futuros profissionais da área da saúde, 
em especial àqueles que enfrentarão essas 
situações cotidianamente.
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
 Bioética: implica novas maneiras de lidar com doenças e 
interferências genéticas – a vida no planeta Terra também 
acaba sendo profundamente atingida por essa ciência.
 Avanços biotecnológicos que proporcionem evoluções nas 
áreas da saúde, do meio ambiente, da industrialização de 
alimentos e da agropecuária: dilemas bioéticos.
 Desenvolvimento da tecnologia do DNA recombinante 
(engenharia ou manipulação genética), em 1953:
fato de maior impacto na área da Bioética.
 Surgem questões de difícil solução: utilização do teste de 
identidade pelo DNA, produção de alimentos transgênicos, 
clonagem, reprodução assistida, entre outros.
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
 Com o passar dos anos: mudança grande em
relação à maneira como lidamos com a morte. 
 De acordo com Araújo (2011), “somos o único ser vivo a pensar 
a própria existência e, consequentemente, na morte,
o que justifica as mudanças encontradas nos rituais e nos 
mitos ao longo dos anos”.
A morte, as crenças e a modernidade:
 nas diversas culturas existem diferentes concepções da morte 
– hindus, cristões e judeus realizam diferentes rituais 
relacionados a morte.
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
 A partir da era industrial (séculos XIX a XXI), o poder 
tecnológico e científico começou a se desenvolver. Os homens 
foram se distanciando dos ciclos naturais da vida. 
 A morte passou a ser uma inimiga a ser combatida
e sua chegada, a ser temida com mais angústia
(COMBINATO; QUEIROZ, 2006).
 O local da morte também mudou. Antes os doentes eram 
tratados em casa e a morte, consequentemente, ocorria no 
ambiente familiar. Por conta disso, todas as pessoas que 
conviviam com o doente acabavam compartilhando essa 
experiência, inclusive as crianças. A morte era vista como
a finalização de um ciclo.
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
 Atualmente: a morte (ou parte desse processo) ocorre em 
hospitais, que, em sua grande maioria, são ambientes frios, 
isolados, com luz artificial e onde as visitas são monitoradas
e restritas (BOCCATTO, 2007).
 Efeito: isolar o paciente no momento final
da vida, afastando-o do convívio familiar.
 A morte passa a ser vista como uma falha dos tratamentos 
médicos, gerando revolta na população, que passa a exigir
uma cura como se isso fosse fácil de ser conseguido.
 As pessoas passaram a temer esse fato e fugir dele.
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
 Os homens querem permanecer jovens e, para tanto,
fizeram muitos avanços no campo da ciência. 
 A morte e o processo de envelhecimento distantes de nosso 
cotidiano, o que faz com que o ser humano pare de enxergar 
esse processo como um ciclo natural da vida.
 Segundo Kubler Ross (1989), o processo de morrer passa
por cinco fases, que não ocorrem de forma ordenada e não são 
excludentes, visto que podem se misturar e ter períodos de 
duração diferentes sem que, contudo, uma seja mais 
importante que a outra.
 São: negação e isolamento, raiva,
barganha, depressão e aceitação.
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
 O paciente terminal é aquele cuja condição é irreversível, 
independentemente de ser tratado ou não. Esse paciente 
apresenta uma alta probabilidade de morrer num período 
relativamente curto de tempo.
É imprescindível relacionar os quatro princípios
da Bioética com os pacientes terminais:
1. a beneficência prevê a importância de evitar intervenções
que resultem em um sofrimento maior do que o eventual 
beneficio ao paciente;
2. a não maleficência assevera que, para essa população, devem 
ser evitadas intervenções que de algum modo possam causar 
desrespeito à dignidade do paciente como pessoa;
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
3. a autonomia fica restrita às possibilidades do paciente,
que nem sempre está em condição de fazer escolhas (a 
autonomia pode acabar sendo tratada de forma secundaria em 
relação à beneficência ou não maleficência);
4. a Justiça define que deve ser respeitado o princípio da 
equidade e disponibilizados para o paciente todos os 
tratamentos pertinentes ao seu caso, de acordo com as 
decisões tomadas por ele ou por seu representante legal.
Eu posso escolher como morrer?
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
 A palavra eutanásia se origina do grego eu, que significa 
“bom”, e thanatos, que significa “morte”, o que quer dizer
“boa morte”, termo que remete a um óbito sem sofrimento.
 A eutanásia foi muito realizada na Antiguidade e era 
considerada uma prática natural para com as pessoas
que nasciam com problemas físicos ou mentais. Essas pessoas 
eram mortas para que não sofressem.
 Após a II Guerra Mundial, a eutanásia passou a ter
uma conotação negativa, visto que foi responsável
pelo extermínio de 80 mil a 100 mil pessoas.
 Dr. Jack Kerkorkian – Doutor Morte. Esse patologista americano 
estava convencido de que o suicídio assistido deveria ser 
liberado e passou sua vida lutando por 
esse direito.
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
Prática permitida na Holanda, Bélgica, Suíça e no Oregon (EUA), 
desde que siga alguns critérios. Para que a eutanásia possa ser 
efetivada, o paciente deve:
 reafirmar o pedido várias vezes;
 ser adulto;
 estar mentalmente capaz;
 apresentar dor e sofrimento intolerável,
tanto físico quanto psiquicamente;
 é necessária a presença de dois médicos para garantir a 
legitimidade do sofrimento e a irreversibilidade do quadro.
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
 A distanásia tem origem grega: dis (“duas vezes”) e thanatos
(“morte”), ou seja, “morte dupla”. Ela acabou se tornando um 
problema ético de primeira grandeza.
 A distanásia tambémé conhecida como obstinação terapêutica 
ou rotulada como futilidade médica. Nessa situação, os 
médicos (e familiares) não conseguem aceitar
a morte do paciente e continuam mantendo-o vivo com o
uso de aparelhos e, às vezes, são solicitados exames e
outros procedimentos que, além de não beneficiar em nada
o paciente, são dispendiosos, desconfortáveis e não resgatam 
a saúde (PARKIN; BRAY; DEVESA, 2001).
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
 A ortotanásia vem do grego ortos (“certo”) e thanatos
(“morte”): “morte correta”. Também é conhecida como 
eutanásia passiva. Nessa prática, os médicos oferecem
apoio profissional e afetivo para o paciente terminal, permitindo 
que a morte ocorra com tranquilidade
(KOVACS, 2003).
 A especialidade médica que cuida de pacientes nessa
fase é a Medicina Paliativa, que oferece ao doente todos
os recursos necessários a fim de evitar o sofrimento.
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
 É responsabilidade do médico (CFM, 2012):
 não definir diretivas antecipadas de vontade, como o conjunto 
de desejos, prévia e expressamente manifestados pelo 
paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer ou não 
receber, no momento em que estiver incapacitado de expressar, 
livre e autonomamente, sua vontade;
 garantir que as diretivas antecipadas do paciente prevalecerão 
sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os 
desejos dos familiares;
 registrar, no prontuário, as diretivas antecipadas de vontade 
que lhes foram diretamente comunicadas pelo paciente.
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
Comitê de Bioética da instituição, Comissão de Ética Médica do 
hospital ou Conselho Regional e Federal de Medicina: não sendo 
conhecidas as diretivas antecipadas de vontade do paciente, nem 
havendo representantes disponíveis e para fundamentar sua decisão 
sobre conflitos éticos.
Documentos que têm papel importantíssimo na condução apropriada 
de uma situação de conflito ético:
 diretiva antecipada de vontade ou testamento vital – o documento 
permite que a pessoa transmita decisões sobre cuidados em fim 
de vida quando ainda estiver possibilitada 
e consciente para isso;
 esses documentos respeitam a autonomia dos pacientes, 
possibilitando um final de vida mais digno.
6. Biotecnologia X Bioética
6.1 Paciente terminal
Terri Schiavo – teve uma parada cardíaca, o que a privou por pelo 
menos cinco minutos de fluxo sanguíneo cerebral, deixando-a em 
estado vegetativo:
 o marido de Terri entrou na Justiça pedindo que os aparelhos 
que mantinham a esposa viva fossem desligados (sonda de 
alimentação e hidratação);
 os pais e familiares eram contrários a tal medida e recorriam
à Justiça toda vez que o marido de Terri conseguia obter a 
autorização para desligar os aparelhos.
 em 19 de março de 2005, a sonda pôde ser retirada
de Terri, que permaneceu sem ela até o momento de
sua morte, 12 dias depois.
6. Biotecnologia X Bioética
6.2 Casos famosos
Eluana Englaro – uma italiana que sofreu um grave acidente 
automobilístico em 1992 e sua família teve de atravessar uma 
longa e ruidosa batalha na Justiça. O caso chegou a gerar uma 
crise política na Itália:
 além de se recusar a assinar o decreto-lei criado por Berlusconi 
para impedir a eutanásia de Eluana, aprovada
pela máxima corte de Justiça italiana, o presidente Giorgio 
Napolitano taxou a atitude do colega de inconstitucional;
 em seu pedido à Justiça, a família afirmou que levar Eluana
à morte atenderia a vontade da paciente, que morreu em
9 de fevereiro de 2009, aos 38 anos, 17 dos quais passados em 
estado vegetativo.
6. Biotecnologia X Bioética
6.2 Casos famosos
Assinale a alternativa incorreta sobre a eutanásia:
a) Quer dizer “boa morte”, termo que
remete a um óbito sem sofrimento.
b) Foi muito realizada na Antiguidade e era considerada
uma prática natural para com as pessoas que nasciam
com problemas físicos ou mentais.
c) O Doutor Morte, patologista americano, estava convencido
de que o suicídio assistido deveria ser liberado e passou
sua vida lutando por esse direito nos EUA.
d) No Brasil, a prática é permitida desde a
publicação da Resolução n° 196, de 1996.
e) Na Holanda, é permitida desde que o paciente reafirme 
o pedido diversas vezes e esteja em condições para isso.
Interatividade
Assinale a alternativa incorreta sobre a eutanásia:
a) Quer dizer “boa morte”, termo que
remete a um óbito sem sofrimento.
b) Foi muito realizada na Antiguidade e era considerada
uma prática natural para com as pessoas que nasciam
com problemas físicos ou mentais.
c) O Doutor Morte, patologista americano, estava convencido
de que o suicídio assistido deveria ser liberado e passou
sua vida lutando por esse direito nos EUA.
d) No Brasil, a prática é permitida desde a
publicação da Resolução n° 196, de 1996.
e) Na Holanda, é permitida desde que o paciente reafirme 
o pedido diversas vezes e esteja em condições para isso.
Resposta
 A definição de “clone” é população de moléculas, células ou 
organismos provenientes de uma única célula, idênticas à 
original. Portanto, a clonagem é uma cópia de células e de 
organismos feitos a partir daqueles já existentes.
 O caso mais famoso: clonagem da ovelha Dolly. Possibilidade 
de clonagem do ser humano – o médico cientista Salvatore 
Antinori assombra o mundo ao abordar a clonagem de um
ser humano (DELLA-ROSA, 2011).
 As etapas de uma clonagem: isolar uma célula; retirar o núcleo; 
adicionar uma segunda célula; multiplicar essa célula 
repetidamente até que seja constituído um novo organismo.
7. Clonagem
No estudo da Bioética atual, dois tipos de clonagem são 
considerados: a reprodutiva e a terapêutica.
 Reprodutiva: tem o objetivo de gerar cópias de outros
seres. Nesse caso, um óvulo enucleado (com o núcleo
que contém o material genético que se quer clonar) acaba
se comportando como um zigoto, que ao ser inserido no
útero (barriga de aluguel) formará um ser com as mesmas 
características físicas.
 Quando essa técnica é aplicada a humanos, é condenada
quase que unanimemente pelos cientistas.
7. Clonagem
 Clonagem terapêutica: tem o objetivo de fabricar tecidos ou 
órgãos apenas. O processo é semelhante ao da clonagem 
reprodutiva, mas em vez de a célula ser inserida no núcleo, 
ela é colocada em uma placa de vidro para ser cultivada.
 Essas células acabam se multiplicando e gerando muitas 
outras iguais e totipotentes que podem ser implantadas em 
tecidos e órgãos para regenerá-los ou mesmo para gerar um 
novo tecido ou órgão. 
 Essa prática não gera tanta rejeição quanto a primeira.
 Células totipotentes possuem a capacidade de gerar todos 
os tipos de células e tecidos do corpo, incluindo tecidos 
embrionários e extraembrionários (como a placenta).
7. Clonagem
Atualmente, existem quatro conclusões
importantes para a clonagem reprodutiva:
 a maioria dos clones morre no início da gestação;
 os animais clonados têm defeitos e anormalidades 
semelhantes, independentemente da célula doadora 
ou da espécie;
 essas anormalidades provavelmente ocorrem
por falhas na reprogramação do genoma;
 a eficiência da clonagem depende do estágio
de diferenciação da célula doadora.
7. Clonagem
 A clonagem reprodutiva a partir de células embrionárias tem 
mostrado uma eficiência 10 a 20 vezes maior do que nas 
células-tronco não embrionárias, provavelmente porque os 
genes que são fundamentais no início da embriogênese estão 
ainda ativos no genoma da célula doadora.
 2013: criação de um embrião humano via clonagem utilizando 
técnicas semelhantes às aplicadas para criar a ovelha Dolly –
êxito na comunidade científica.
 Criar células-tronco a partir de clonagem é mais fácil,
barato e especialmente menos polêmico do que fazê-lo
a partir de um embrião real.
 Mesmo sendo experimental: é bastante promissor!
7. Clonagem
 Inglaterra, 1978: o primeiro bebê de proveta. No Brasil, a técnica de FIV (fertilização in vitro) teve
início em 1984, quando nasceu a primeira criança com 
transferência embrionária.
 Procriar – ou reproduzir a espécie – é gerar um ser semelhante 
com constituição genética diferente
(reprodução sexuada), mas da mesma espécie.
 Novos contextos sociais: ter filhos deixou de ser um ato 
impensado para se tornar ação responsável, planejada. 
Os motivos que provocaram essa mudança foram 
principalmente a redução da natalidade e a mudança de 
contexto socioeconômico das famílias – como os idosos 
não esperam mais dos filhos a sua aposentadoria 
(SANCHES, 2012).
7. Clonagem
7.1 Reprodução assistida
 A parentalidade, ou seja, o estado ou condição de quem é pai 
ou mãe, pode acontecer de três formas: reprodução natural; 
reprodução assistida (RA) e adoção.
 Metaparentalidade, como indica seu prefixo grego
meta, quer dizer “além de”, ou seja, aponta para as 
transformações que sofre a parentalidade sob o
impacto das tecnologias reprodutivas.
 Para a Bioética, sendo politicamente correta,
a autonomia do casal deve ser respeitada. 
 Quando o processo de RA se inicia, os casais se veem 
prejudicados por um conflito de interesses entre seu desejo de 
ter filhos e o interesse econômico dos médicos, clínicas 
e companhias, segundo aponta Sanches (2012).
7. Clonagem
7.1 Reprodução assistida
 Essa área da ciência mobiliza o interesse da indústria 
farmacêutica e os aspectos éticos desses procedimentos 
constantemente são analisados.
 Em 2013, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou
uma nova resolução sobre esse assunto (Resolução nº 
2.013/13), visto que a infertilidade atinge de 15 a 20% dos casais 
em fase reprodutiva.
Algumas das partes mais importantes da resolução citada:
Artigo 1. “Embriões supranumerários”, ou seja, aqueles 
produzidos in vitro e que não serão implantados para fins 
de inseminação, poderão ter os seguintes destinos:
7. Clonagem
7.1 Reprodução assistida
 ser utilizados para pesquisa e terapia com utilização de células-
tronco embrionárias, desde que satisfeitas determinadas 
condições (Lei nº 11.105/05);
 ser “criopreservadas”, ou seja, ser congelados
(Resolução CFM nº 1.358/92).
Artigo 2. Fica proibido:
 criar seres humanos geneticamente modificados;
 criar embriões para investigação;
 criar embriões com finalidades de escolha de sexo,
eugenia ou para originar híbridos ou quimeras.
7. Clonagem
7.1 Reprodução assistida
Ainda no Artigo 2, fica estabelecido que:
 as técnicas de reprodução assistida (RA) podem ser utilizadas 
desde que exista probabilidade efetiva de sucesso e não se 
incorra em risco grave de saúde para a paciente ou o possível 
descendente. A idade máxima das candidatas a gestação de RA 
é de 50 anos;
 o número máximo de embriões a serem transferidos é de 2 para 
mulheres com até 35 anos, 3 para aquelas com idade entre 36 e 
39 anos e 4 para as candidatas entre 40 e 50 anos;
 em situação de doação de óvulos e embriões, considera-se
a idade da doadora no momento da coleta dos óvulos;
7. Clonagem
7.1 Reprodução assistida
 a idade limite para a doação de gametas é de 35 anos
para a mulher e 50 anos para o homem;
 embriões criopreservados com mais de 5 (cinco) anos poderão 
ser descartados se esta for a vontade dos pacientes.
Diversas discussões do ponto de vista bioético:
 apesar de o tema estudado nesta etapa ser a RA (reprodução 
assistida), não podemos deixar de mencionar o aborto, prática 
diretamente relacionada a princípios bioéticos fundamentais, 
como a autonomia da mulher sobre o seu corpo e o 
planejamento familiar, lembrando que assim como ocorre
no caso de descarte de embriões, para que esse direito
possa ser exercido, é necessário que um ser vivo morra.
7. Clonagem
7.1 Reprodução assistida
 O aborto é, dentre a totalidade das situações analisadas
pela Bioética, a de que mais se tem escrito e a que mais
tem sido debatida. 
 A maior problemática para essa questão é discernir quais
são os argumentos filosóficos, religiosos e científicos.
 O tema aborto não pode e não deve ser discutido como
uma questão para a qual se tem simplesmente que encontrar 
uma resposta assertiva ou negativa; é necessário que cada 
caso seja discutido do ponto de vista médico, legal e também 
que seja considerada a autonomia reprodutiva do casal 
ou da mulher.
7. Clonagem
7.2 Aborto
 Atualmente, no Brasil, o aborto é tratado como um problema 
criminal (Código Penal Brasileiro de 1940), exceto nas 
situações de estupro ou gravidez causadora de risco 
para a vida da mãe.
 Muitos sustentam a tese de que o feto é pessoa humana desde 
o momento da fecundação, transferindo para ele 
os direitos e as conquistas sociais de um cidadão.
 Outros defendem a tese de que o feto é pessoa humana
em potencial, sendo assim apenas a possibilidade de uma 
pessoa humana e, portanto, podendo ser eliminado 
(DELLA-ROSA, 2011).
7. Clonagem
7.2 Aborto
 Independentemente do que se acredita, o fato é que todas 
essas situações, sejam do âmbito do RA ou do aborto, 
precisam ser contextualizadas. 
 Se o princípio da autonomia está sendo infringido em muitas 
das situações que foram destacadas anteriormente e se para ter 
autonomia é essencial que tenhamos informação.
 Essa informação está atrelada à educação – podemos perceber 
que precisamos, antes mesmo de discutir o que 
é ou não ética, educar e informar as pessoas para que elas 
mesmas possam argumentar, discutir e escolher o que é 
melhor para si. 
 Isso porque as situações são únicas e intransferíveis
e devem ser tratadas como tal.
7. Clonagem
7.2 Aborto
Sobre a reprodução assistida no Brasil, é incorreto afirmar:
a) As técnicas de reprodução assistida (RA) podem ser utilizadas 
desde que exista probabilidade efetiva de sucesso.
b) A idade máxima das candidatas
a gestação de RA é de 50 anos.
c) O número máximo de embriões a serem transferidos
é de 2 para mulheres com até 35 anos.
d) Em situação de doação de óvulos e embriões, considera-se 
a idade da doadora no momento da coleta dos óvulos.
e) Não existem critérios quanto à criopreservação dos embriões 
supranumerários, podendo ser todos descartados de forma 
deliberada e sem consentimento.
Interatividade
Sobre a reprodução assistida no Brasil, é incorreto afirmar:
a) As técnicas de reprodução assistida (RA) podem ser utilizadas 
desde que exista probabilidade efetiva de sucesso.
b) A idade máxima das candidatas
a gestação de RA é de 50 anos.
c) O número máximo de embriões a serem transferidos
é de 2 para mulheres com até 35 anos.
d) Em situação de doação de óvulos e embriões, considera-se
a idade da doadora no momento da coleta dos óvulos.
e) Não existem critérios quanto à criopreservação dos embriões 
supranumerários, podendo ser todos descartados de forma 
deliberada e sem consentimento.
Resposta
 No Brasil, existem muitas leis e resoluções sobre os alimentos 
transgênicos ou geneticamente modificados. Nessa temática 
específica, a Bioética pode contribuir na compreensão das 
polêmicas que surgem na sociedade sobre esse tema 
(ARANTES, 2012).
 As primeiras regulamentações brasileiras datam
de 1995 e foram criadas pelo Conselho Nacional
de Biossegurança (CNBS).
 A primeira liberação para comercialização de uma planta 
transgênica no Brasil ocorreu em 1998, mas pouco depois,
por meio de uma liminar impetrada pelo Instituto Brasileiro
de Defesa do Consumidor (Idec) e pelo Greenpeace, essa 
liberação precisou ser retirada.
8. Organismos Geneticamente Modificados (OGM)
 O governo não chegou a um consenso sobre as decisões
que deveriam ser tomadas – ocorreram, inclusive, diferentes 
posturas entre os ministérios. Como resultado, no mundo,
557 cultivos de alimentos transgênicos estão disponíveis, 
sendo que no Brasil temos apenas 36.
 Posição dúbia do governo: o prejuízo para a indústria agrícola 
brasileira resulta na dificuldade nabusca por autonomia de 
produção de alimentos.
 Segundo Arantes (2012), os desafios para a segurança 
alimentar são: aumento gradual da produção global de 
alimento; otimização do acesso às tecnologias e biotecnologias 
agrícolas; redução do desperdício; conservação dos recursos 
naturais; e melhora dos 
hábitos alimentares.
8. Organismos Geneticamente Modificados (OGM)
 A análise de risco da produção de alimentos geneticamente 
modificados é composta por avaliação do risco e manejo
do risco. Por sua vez, a comunicação de risco é a troca
de informação e opinião sobre fatores relacionados com
o risco e a percepção do risco entre todos os envolvidos 
(AGOSTINI, 2003).
 A Food and Agriculture Organization (FAO) recomenda
que a comunicação esteja presente em todas as fases
da análise de risco.
 A Bioética entra nessa questão atuando como uma ponte entre 
ciência e vida e tenta conseguir estimular a responsabilidade 
da participação dos envolvidos: 
sociedade, indústrias e governo (ARANTES, 2012).
8. Organismos Geneticamente Modificados (OGM)
 A informação é essencial e primordial para que se conheça o 
processo como um todo, para que estratégias e regulações 
eficientes possam ser adotadas e para que o principio de 
autonomia (nesse caso, manifestado na opção de escolher
ou não um alimento transgênico).
 Benefício/risco: acaba sendo bastante subjetivo, visto que 
mesmo as evidências científicas não conseguem chegar a uma 
unanimidade.
 O governo precisa estimular a formação da
cultura científica, a fim de contribuir com
uma maior autonomia na tomada de decisão.
8. Organismos Geneticamente Modificados (OGM)
 Foi realizada uma pesquisa on-line sobre os
temas das plantas transgênicas, dos organismos 
geneticamente modificados (OGM), da biotecnologia
e da engenharia genética.
Como resultados:
 mostraram uma percepção negativa para os dois primeiros 
termos e positiva para os outros dois, o que reforça a ideia 
de que sem informação não é possível fazer escolhas 
adequadamente, por meio de um processo da escolha 
e de tomada de decisão consciente (ARANTES, 2012).
8. Organismos Geneticamente Modificados (OGM)
 O genoma humano consiste em 3 bilhões de pares de base de 
DNA distribuídos em 23 pares de cromossomos com cerca de 
70 mil a 100 mil genes. Cada cromossomo é constituído por 
uma única molécula de DNA que, por sua vez, é composta por 
sequências de unidades chamadas nucleotídeos ou bases.
As quatro bases diferentes – adenina (A), timina (T), guamina
(G) e citosina (C) – determinam os genes.
 O Projeto Genoma Humano (PGH) surgiu em 1990 com a 
finalidade de identificar cada um dos 100 mil genes humanos 
por meio de mapeamento genético. O mapeamento registra 
os genes do cromossomo, determinando a ordem e a função 
dos nucleotídeos. 
9. Projeto Genoma Humano (PGH)
 A ideia era de que com esse mapeamento a cura e a
causa de muitas doenças poderiam ser identificadas,
visto que o genoma nos fornece o potencial para desvendar 
o mecanismo básico das doenças – o que poderia permitir 
o desenvolvimento de tratamentos mais direcionados.
 O uso indevido dos dados resultantes do projeto pode fazer 
com que as pessoas percam sua individualidade e se tornem 
vulneráveis. Por exemplo, numa situação de contratação, as 
empresas poderiam passar a exigir para a contratação um 
exame de DNA detectando futuros problemas médicos (que 
poderiam diminuir ou excluir a chance de contratação).
 Pessoas poderiam vir a ser rotuladas por toda vida com
estigmas de doentes pelo simples fato de terem 
propensão genética a apresentar alguma doença.
9. Projeto Genoma Humano (PGH)
Devido a questões como essa, o PGH está cercado de inúmeras 
incertezas éticas, legais e sociais (ELSI), o que levou os 
investidores a dedicarem 10% de seu orçamento a discussões 
como (PENA; AZEVEDO, 1998):
 privacidade da informação genética;
 segurança e eficácia da Medicina Genética;
 justiça no uso da informação genética;
 compete aos bioeticistas e aos cientistas moralmente 
motivados trazerem essas reflexões éticas para a sociedade;
 o Comitê de Bioética preocupa-se em normatizar a participação 
de indivíduos e populações em estudos genômicos, 
especialmente com a questão do 
consentimento informado.
9. Projeto Genoma Humano (PGH)
Quatro princípios devem nortear a
pesquisa sobre o genoma humano: 
1. o genoma humano é parte do patrimônio da humanidade;
2. as pesquisas devem possuir aderência a normas internacionais 
de direitos humanos;
3. deve haver respeito pelos valores, tradições, cultura
e integridade dos participantes nos estudos;
4. é imprescindível que haja aceitação e defesa
da dignidade humana e da liberdade. 
9. Projeto Genoma Humano (PGH)
 A Unesco tem tido um papel importante na coordenação 
internacional do PGH: Declaração Universal do Genoma 
Humano, visando definir os direitos, deveres e direcionamento 
das questões advindas dessa temática.
 Para o pesquisador Tom Wilkie (1994), tamanha ênfase na 
constituição genética da humanidade pode nos levar a 
esquecer que a vida é mais do que a mera expressão de 
um programa genético escrito na química do DNA.
9. Projeto Genoma Humano (PGH)
 Durante a década de 1990, a consciência do desafio ecológico 
cresceu e passou a fazer parte da Bioética. Desde então, o 
horizonte bioético capta a interação entre ser humano e natureza e 
a inclusão de todos os seres vivos e não vivos.
 Eco-92 (Rio de Janeiro): os governos dos países industrializados 
começaram a se mobilizar em
razão da crise ecológica instaurada pela exploração
predatória da natureza.
 O Protocolo de Kyoto (1997) surgiu então para responder
à necessidade de preservar o futuro da vida na Terra. Esse 
protocolo foi firmado por 160 países que se uniriam com o 
objetivo de diminuir a emissão dos gases CO2 e metano. 
Não adesão dos EUA, mesmo sendo um dos países
que mais poluem (dados de 2010).
10. Bioética X meio ambiente
Mikhail Gorbachev, em sua obra Meu manifesto pela Terra (2003), 
identificou os três principais desafios a serem enfrentados pelo 
ser humano nesse novo século:
1. a necessidade de manter o mundo em paz, no sentido
de os países se unirem contra o terrorismo;
2. a luta contra a pobreza mundial, já que metade da população do 
planeta passa fome todos os dias, não tem acesso a água 
potável e nem a condições decentes de higiene;
3. problemas de defesa do meio ambiente.
São desafios interdependentes: não há paz sem o fim da pobreza 
ou manutenção do meio ambiente e, ao mesmo 
tempo, se não forem corrigidos os problemas que causamos
na natureza, nossos esforços terão sido em vão.
10. Bioética X meio ambiente
O que é mais importante? O bem-estar das cobaias ou
o avanço da ciência em benefício da humanidade e, por 
consequência, o dos próprios animais?
 A ciência ainda não está preparada para
avançar sem fazer uso das cobaias animais.
 Esse uso, inclusive, está descrito em resoluções, como no caso 
das pesquisas clínicas que testam novos medicamentos, 
descrito na parte de pesquisa com seres humanos.
 Atualmente, apenas 10% das experiências são realizadas com 
animais, mas, mesmo assim, chegam a ser utilizadas cerca de 
60 milhões de cobaias em todo o mundo. A ideia é, sempre que 
possível, dispensar os animais dos experimentos – e os 
avanços tecnológicos propiciaram essa possibilidade. 
11. Bioética X animais
Declaração Universal dos Direitos dos Animais:
1. todos os animais têm o mesmo direito à vida;
2. todos os animais têm direito ao
respeito e à proteção do homem;
3. nenhum animal deve ser maltratado;
4. todos os animais selvagens têm o direito
de viver livres no seu hábitat.
5. o animal que o homem escolher para companheiro
não deve nunca ser abandonado;
6. nenhum animal deve ser usado em
experiências que lhe causem dor;
11. Bioética X animais
7. todo ato que põe em risco a vida de
um animal é um crime contraa vida;
8. a poluição e a destruição do meio ambiente
são considerados crimes contra os animais;
9. os diretos dos animais devem ser defendidos por lei;
10. o homem deve ser educado desde a infância para
observar, respeitar e compreender os animais.
11. Bioética X animais
 Desde 1901, 88 dos vencedores dos prêmios
Nobel de Medicina tiveram como base de estudos
os mais diversos tipos de animais.
 Reconhecendo a importância da utilização de animais
em pesquisas, há de se reconhecer também que seu
manejo deve ser o mais humano possível, sendo realizado 
somente por pesquisadores treinados, além de incluir cuidados 
veterinários.
 A pesquisa deve respeitar todas as diretrizes ou
regulamentos promulgados a fim de que os animais 
sejam tratados com respeito e dignidade.
11. Bioética X animais
Sobre o Projeto Genoma Humana (PGH),
assinale a alternativa incorreta:
a) Surgiu em 1990 com a finalidade de identificar cada um dos 100 
mil genes humanos por meio de mapeamento genético.
b) Não existe risco de os dados resultantes do projeto
fazerem com que as pessoas percam sua individualidade
e se tornem vulneráveis.
c) A Unesco tem tido um papel importante
na coordenação internacional do PGH.
d) A ideia é de que, com esse mapeamento, a cura e a
causa de muitas doenças possam ser identificadas.
e) Pessoas podem vir a ser rotuladas por
toda vida com estigmas de doentes.
Interatividade
Sobre o Projeto Genoma Humana (PGH),
assinale a alternativa incorreta:
a) Surgiu em 1990 com a finalidade de identificar cada um dos 100 
mil genes humanos por meio de mapeamento genético.
b) Não existe risco de os dados resultantes do projeto
fazerem com que as pessoas percam sua individualidade
e se tornem vulneráveis.
c) A Unesco tem tido um papel importante
na coordenação internacional do PGH.
d) A ideia é de que, com esse mapeamento, a cura e a
causa de muitas doenças possam ser identificadas.
e) Pessoas podem vir a ser rotuladas por
toda vida com estigmas de doentes.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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