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Unidade II BIOÉTICA EM SAÚDE Prof. Alexandre Fonseca Segundo Garrafa (2012), os principais direitos fundamentais de todo ser humano que o progresso da ciência e da tecnologia deve ampliar são: acesso a cuidados de saúde de qualidade e a medicamentos essenciais; acesso a nutrição adequada e a água de boa qualidade; melhora das condições de vida e do meio ambiente; eliminação da marginalização e da exclusão de indivíduos por qualquer que seja o motivo; redução da pobreza e do analfabetismo. Bioética – base para o profissional/pesquisador enfrentar os desafios éticos. 5. Dilemas atuais em Bioética Como construir essa base? Reconhecendo que, mesmo que os seres humanos sejam diferentes, todos são iguais no que diz respeito à dignidade. Princípio bioéticos: beneficência, não maleficência e justiça. Respeito à autonomia da pessoa humana. Para isso, a exigência de duas condições: 1. liberdade – ser livre para decidir, estando livre de pressões externas (pressão ou subordinação); 2. informação – ter plena ciência de fatos relevantes a fim de que seja possível ao indivíduo decidir conscientemente. 5. Dilemas atuais em Bioética Alguns fatos que marcaram a história da humanidade e que foram fundamentais para o crescimento da Bioética: caso Tuskegee: um grupo de 600 negros portadores de sífilis foi observado durante 50 anos sem que fosse realizado qualquer tratamento. A intenção era apenas saber como ocorria o desenvolvimento natural da doença. O maior problema foi que, durante esse período, a penicilina (medicamento utilizado no tratamento da doença) foi descoberta e, mesmo assim, essas pessoas não foram tratadas (REVERBY, 2000); 5. Dilemas atuais em Bioética Alguns fatos que marcaram a história da humanidade e que foram fundamentais para o crescimento da Bioética: Brasil – pesquisa sobre malária coordenada pela Universidade da Flórida e patrocinada pelos National Institutes of Health (NIH), dos EUA: integrantes de comunidades negras ribeirinhas no Amapá foram submetidos a picadas de 100 anófeles do ambiente por dia, propositalmente, em áreas endêmicas com alto índice de infectividade, sabendo-se que não havia tratamento disponível. 5. Dilemas atuais em Bioética A biotecnologia, anos depois, entrou no mercado e criou a indústria da saúde, com consequências positivas e negativas. Necessidade de desenvolvimento tecnológico e científico X estudos para desenvolvimentos de novos fármacos X ganância da indústria farmacêutica. Protocolos de pesquisas em países em desenvolvimento com comportamentos fraudulentos, não éticos e criminosos que podem comprometer a dignidade da pessoa humana. Alguns exemplos: 5. Dilemas atuais em Bioética caso Willowbrook – injeção deliberada do vírus da hepatite em centenas de crianças residentes em Willowbrook (instituição para portadores de deficiência mental em Nova York). Os pesquisadores defenderam a pesquisa, alegando que a grande maioria das crianças, dadas as condições de higiene e superlotação, adquiririam o vírus da hepatite de qualquer forma (SAKAGUTI, 2007); o estudo da cárie dental de Vipeholm – 436 deficientes mentais, internos de um hospital da Suécia, receberam com frequência variável uma dieta rica em açúcar com dosagens diferentes, sem consentimento. O estudo iniciou-se em 1945 e durou 8 anos, provando que a cárie dentária é originária da ingestão da sacarose. O estudo foi encomendado pelo próprio Governo da Suécia (SAKAGUTI, 2007); 5. Dilemas atuais em Bioética câmeras com baixa pressão atmosférica – experimentos em Dachau, de março a agosto de 1942, no campo de concentração da Força Aérea Alemã, com o objetivo de investigar os limites da resistência humana em altitudes extremamente elevadas. Os indivíduos eram colocados na câmara de baixa pressão e, daí em diante, a altitude ali simulada era elevada (DELLA-ROSA, 2011); congelamento – experimentos (agosto de 1942 a maio de 1943), realizados em Dachau, para investigar os meios eficazes de tratar pessoas que tinham passado por um frio intenso ou sofrido um congelamento grave. Os indivíduos foram forçados a permanecer em um tanque de água gelada por períodos de até 3 horas; 5. Dilemas atuais em Bioética em outra série de experimentos, os indivíduos foram mantidos despidos ao ar livre durante muitas horas a temperaturas abaixo de 0°C (DELLA-ROSA, 2011); experimentos com tifo (febre maculosa) – ocorridos de dezembro de 1941 a fevereiro de 1945, nos campos de concentração de Buchenwald e Natzweiler, para investigar a eficácia da vacina contra a febre maculosa. Nesses experimentos, inúmeros internos sadios foram deliberadamente infectados com o vírus da febre maculosa para manter o vírus vivo. Mais de 90% das vítimas morreram (DELLA-ROSA, 2011); 5. Dilemas atuais em Bioética experimentos com sulfanilamida – de julho de 1942 a setembro de 1943, foram realizados para investigar a eficácia da sulfanilamida no campo de concentração de Ravensbrueck, onde os prisioneiros tinham seus ferimentos infectados com bactérias. Para interromper a circulação do sangue, atavam-se os vasos sanguíneos em ambas as extremidades do ferimento para criar uma condição semelhante àquela de um ferimento em campo de batalha. A infecção era tratada com sulfanilamida e outras drogas a fim de determinar sua eficácia. Alguns indivíduos morreram em consequência desses experimentos e outros sofreram lesões graves, além de intensa agonia (DELLA-ROSA, 2011); 5. Dilemas atuais em Bioética experimentos com veneno – de 1943 a 1944 foram conduzidos experimentos no campo de concentração de Buchenwald para investigar o efeito de vários venenos nos seres humanos. Os venenos foram secreta e experimentalmente administrados em pessoas por meio de sua comida (DELLA-ROSA, 2011). 5. Dilemas atuais em Bioética Segundo Diniz (2010), a Bioética, num sentindo mais amplo, deveria tratar não só dos problemas éticos relacionados com as situações advindas da ciência (sejam eles do âmbito da saúde ou das tecnociências biomédicas), mas também dos decorrentes da degradação do meio ambiente, desequilíbrio ecológico e do uso de armas químicas. Novas tecnologias: clonagem, reprodução assistida e alimentos transgênicos, entre outras, acabam suscitando questões relacionadas à segurança biológica e aos valores morais. Nessas situações, a Bioética é ideal para avaliar os benefícios, desvantagens e consequências que esses avanços poderiam causar para a humanidade (PEREIRA et al., 2013). 5. Dilemas atuais em Bioética 5.1 Bioética e Biodireito O Biodireito surge como um estudo sistemático, diretamente interligado à Bioética, que objetiva a criação de normas para regulamentar as condutas humanas geradas a partir do crescente avanço técnico-científico e biotécnico-científico. Possui princípios autônomos, assim como regras, e leva em consideração as normas constitucionais brasileiras, por fazer parte do ordenamento jurídico pátrio. Como a Bioética, o Biodireito possui, conforme explicam Pereira et al. (2013), quatro princípios que serão apresentados a seguir: 5. Dilemas atuais em Bioética 5.1 Bioética e Biodireito 1. Princípio da precaução: limita a ação do profissional, que deve estar atento aos riscos da atividade exercida e, frente a um risco grave ou irreversível, deve tomar todas as medidas necessárias. 2. Princípio da responsabilidade: está relacionado ao dever jurídico de cumprir os termos acordados. Essa responsabilidade acontece junto ou separadamente nos âmbitos administrativo, penal e/ou cível. 5. Dilemas atuais em Bioética 5.1 Bioética e Biodireito 3. Princípio da autonomia privada: a pessoa tem a autonomia, a liberdade de decidir por si, de modo a definir seu próprio comportamento. 4. Princípio da dignidade da pessoa humana: garantia do total desenvolvimento do ser humano, tanto no âmbitopsíquico como no físico. 5. Dilemas atuais em Bioética 5.1 Bioética e Biodireito No passado existiram fatos que marcaram a história da humanidade e que foram fundamentais para o crescimento da Bioética no Brasil e no mundo. Assinale a alternativa correta: a) No Brasil, não houve indícios de que pesquisas com envolvimento de seres humanos tivessem sido realizadas. b) Existe a pesquisa sobre a malária, que determinou inclusive a infectividade dessa doença. c) A pesquisa da malária, considerada um marco, não colocou em risco uma determinada comunidade brasileira. d) Tal pesquisa não teve o patrocínio dos National Institutes of Health (NIH), dos EUA. e) No Brasil a Bioética é muito recente, portanto não existiram fatos que pudessem ser tão consideráveis para o crescimento da disciplina. Interatividade No passado existiram fatos que marcaram a história da humanidade e que foram fundamentais para o crescimento da Bioética no Brasil e no mundo. Assinale a alternativa correta: a) No Brasil, não houve indícios de que pesquisas com envolvimento de seres humanos tivessem sido realizadas. b) Existe a pesquisa sobre a malária, que determinou inclusive a infectividade dessa doença. c) A pesquisa da malária, considerada um marco, não colocou em risco uma determinada comunidade brasileira. d) Tal pesquisa não teve o patrocínio dos National Institutes of Health (NIH), dos EUA. e) No Brasil a Bioética é muito recente, portanto não existiram fatos que pudessem ser tão consideráveis para o crescimento da disciplina. Resposta O Brasil está repetindo a tendência da maioria dos países, nos quais a pirâmide populacional está se invertendo. As projeções feitas para 2050: no planeta, 21,1% de pessoas idosas; Brasil – estimativa de que 23,6% desses idosos permaneçam no convívio social (SIQUEIRA, 2011); discussões, ensinamentos e experiências sobre a morte, terminalidade, cuidados paliativos e todos os dilemas bioéticos em que esses assuntos são envolvidos devem ser passados aos futuros profissionais da área da saúde, em especial àqueles que enfrentarão essas situações cotidianamente. 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal Bioética: implica novas maneiras de lidar com doenças e interferências genéticas – a vida no planeta Terra também acaba sendo profundamente atingida por essa ciência. Avanços biotecnológicos que proporcionem evoluções nas áreas da saúde, do meio ambiente, da industrialização de alimentos e da agropecuária: dilemas bioéticos. Desenvolvimento da tecnologia do DNA recombinante (engenharia ou manipulação genética), em 1953: fato de maior impacto na área da Bioética. Surgem questões de difícil solução: utilização do teste de identidade pelo DNA, produção de alimentos transgênicos, clonagem, reprodução assistida, entre outros. 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal Com o passar dos anos: mudança grande em relação à maneira como lidamos com a morte. De acordo com Araújo (2011), “somos o único ser vivo a pensar a própria existência e, consequentemente, na morte, o que justifica as mudanças encontradas nos rituais e nos mitos ao longo dos anos”. A morte, as crenças e a modernidade: nas diversas culturas existem diferentes concepções da morte – hindus, cristões e judeus realizam diferentes rituais relacionados a morte. 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal A partir da era industrial (séculos XIX a XXI), o poder tecnológico e científico começou a se desenvolver. Os homens foram se distanciando dos ciclos naturais da vida. A morte passou a ser uma inimiga a ser combatida e sua chegada, a ser temida com mais angústia (COMBINATO; QUEIROZ, 2006). O local da morte também mudou. Antes os doentes eram tratados em casa e a morte, consequentemente, ocorria no ambiente familiar. Por conta disso, todas as pessoas que conviviam com o doente acabavam compartilhando essa experiência, inclusive as crianças. A morte era vista como a finalização de um ciclo. 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal Atualmente: a morte (ou parte desse processo) ocorre em hospitais, que, em sua grande maioria, são ambientes frios, isolados, com luz artificial e onde as visitas são monitoradas e restritas (BOCCATTO, 2007). Efeito: isolar o paciente no momento final da vida, afastando-o do convívio familiar. A morte passa a ser vista como uma falha dos tratamentos médicos, gerando revolta na população, que passa a exigir uma cura como se isso fosse fácil de ser conseguido. As pessoas passaram a temer esse fato e fugir dele. 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal Os homens querem permanecer jovens e, para tanto, fizeram muitos avanços no campo da ciência. A morte e o processo de envelhecimento distantes de nosso cotidiano, o que faz com que o ser humano pare de enxergar esse processo como um ciclo natural da vida. Segundo Kubler Ross (1989), o processo de morrer passa por cinco fases, que não ocorrem de forma ordenada e não são excludentes, visto que podem se misturar e ter períodos de duração diferentes sem que, contudo, uma seja mais importante que a outra. São: negação e isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação. 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal O paciente terminal é aquele cuja condição é irreversível, independentemente de ser tratado ou não. Esse paciente apresenta uma alta probabilidade de morrer num período relativamente curto de tempo. É imprescindível relacionar os quatro princípios da Bioética com os pacientes terminais: 1. a beneficência prevê a importância de evitar intervenções que resultem em um sofrimento maior do que o eventual beneficio ao paciente; 2. a não maleficência assevera que, para essa população, devem ser evitadas intervenções que de algum modo possam causar desrespeito à dignidade do paciente como pessoa; 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal 3. a autonomia fica restrita às possibilidades do paciente, que nem sempre está em condição de fazer escolhas (a autonomia pode acabar sendo tratada de forma secundaria em relação à beneficência ou não maleficência); 4. a Justiça define que deve ser respeitado o princípio da equidade e disponibilizados para o paciente todos os tratamentos pertinentes ao seu caso, de acordo com as decisões tomadas por ele ou por seu representante legal. Eu posso escolher como morrer? 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal A palavra eutanásia se origina do grego eu, que significa “bom”, e thanatos, que significa “morte”, o que quer dizer “boa morte”, termo que remete a um óbito sem sofrimento. A eutanásia foi muito realizada na Antiguidade e era considerada uma prática natural para com as pessoas que nasciam com problemas físicos ou mentais. Essas pessoas eram mortas para que não sofressem. Após a II Guerra Mundial, a eutanásia passou a ter uma conotação negativa, visto que foi responsável pelo extermínio de 80 mil a 100 mil pessoas. Dr. Jack Kerkorkian – Doutor Morte. Esse patologista americano estava convencido de que o suicídio assistido deveria ser liberado e passou sua vida lutando por esse direito. 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal Prática permitida na Holanda, Bélgica, Suíça e no Oregon (EUA), desde que siga alguns critérios. Para que a eutanásia possa ser efetivada, o paciente deve: reafirmar o pedido várias vezes; ser adulto; estar mentalmente capaz; apresentar dor e sofrimento intolerável, tanto físico quanto psiquicamente; é necessária a presença de dois médicos para garantir a legitimidade do sofrimento e a irreversibilidade do quadro. 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal A distanásia tem origem grega: dis (“duas vezes”) e thanatos (“morte”), ou seja, “morte dupla”. Ela acabou se tornando um problema ético de primeira grandeza. A distanásia tambémé conhecida como obstinação terapêutica ou rotulada como futilidade médica. Nessa situação, os médicos (e familiares) não conseguem aceitar a morte do paciente e continuam mantendo-o vivo com o uso de aparelhos e, às vezes, são solicitados exames e outros procedimentos que, além de não beneficiar em nada o paciente, são dispendiosos, desconfortáveis e não resgatam a saúde (PARKIN; BRAY; DEVESA, 2001). 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal A ortotanásia vem do grego ortos (“certo”) e thanatos (“morte”): “morte correta”. Também é conhecida como eutanásia passiva. Nessa prática, os médicos oferecem apoio profissional e afetivo para o paciente terminal, permitindo que a morte ocorra com tranquilidade (KOVACS, 2003). A especialidade médica que cuida de pacientes nessa fase é a Medicina Paliativa, que oferece ao doente todos os recursos necessários a fim de evitar o sofrimento. 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal É responsabilidade do médico (CFM, 2012): não definir diretivas antecipadas de vontade, como o conjunto de desejos, prévia e expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer ou não receber, no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade; garantir que as diretivas antecipadas do paciente prevalecerão sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os desejos dos familiares; registrar, no prontuário, as diretivas antecipadas de vontade que lhes foram diretamente comunicadas pelo paciente. 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal Comitê de Bioética da instituição, Comissão de Ética Médica do hospital ou Conselho Regional e Federal de Medicina: não sendo conhecidas as diretivas antecipadas de vontade do paciente, nem havendo representantes disponíveis e para fundamentar sua decisão sobre conflitos éticos. Documentos que têm papel importantíssimo na condução apropriada de uma situação de conflito ético: diretiva antecipada de vontade ou testamento vital – o documento permite que a pessoa transmita decisões sobre cuidados em fim de vida quando ainda estiver possibilitada e consciente para isso; esses documentos respeitam a autonomia dos pacientes, possibilitando um final de vida mais digno. 6. Biotecnologia X Bioética 6.1 Paciente terminal Terri Schiavo – teve uma parada cardíaca, o que a privou por pelo menos cinco minutos de fluxo sanguíneo cerebral, deixando-a em estado vegetativo: o marido de Terri entrou na Justiça pedindo que os aparelhos que mantinham a esposa viva fossem desligados (sonda de alimentação e hidratação); os pais e familiares eram contrários a tal medida e recorriam à Justiça toda vez que o marido de Terri conseguia obter a autorização para desligar os aparelhos. em 19 de março de 2005, a sonda pôde ser retirada de Terri, que permaneceu sem ela até o momento de sua morte, 12 dias depois. 6. Biotecnologia X Bioética 6.2 Casos famosos Eluana Englaro – uma italiana que sofreu um grave acidente automobilístico em 1992 e sua família teve de atravessar uma longa e ruidosa batalha na Justiça. O caso chegou a gerar uma crise política na Itália: além de se recusar a assinar o decreto-lei criado por Berlusconi para impedir a eutanásia de Eluana, aprovada pela máxima corte de Justiça italiana, o presidente Giorgio Napolitano taxou a atitude do colega de inconstitucional; em seu pedido à Justiça, a família afirmou que levar Eluana à morte atenderia a vontade da paciente, que morreu em 9 de fevereiro de 2009, aos 38 anos, 17 dos quais passados em estado vegetativo. 6. Biotecnologia X Bioética 6.2 Casos famosos Assinale a alternativa incorreta sobre a eutanásia: a) Quer dizer “boa morte”, termo que remete a um óbito sem sofrimento. b) Foi muito realizada na Antiguidade e era considerada uma prática natural para com as pessoas que nasciam com problemas físicos ou mentais. c) O Doutor Morte, patologista americano, estava convencido de que o suicídio assistido deveria ser liberado e passou sua vida lutando por esse direito nos EUA. d) No Brasil, a prática é permitida desde a publicação da Resolução n° 196, de 1996. e) Na Holanda, é permitida desde que o paciente reafirme o pedido diversas vezes e esteja em condições para isso. Interatividade Assinale a alternativa incorreta sobre a eutanásia: a) Quer dizer “boa morte”, termo que remete a um óbito sem sofrimento. b) Foi muito realizada na Antiguidade e era considerada uma prática natural para com as pessoas que nasciam com problemas físicos ou mentais. c) O Doutor Morte, patologista americano, estava convencido de que o suicídio assistido deveria ser liberado e passou sua vida lutando por esse direito nos EUA. d) No Brasil, a prática é permitida desde a publicação da Resolução n° 196, de 1996. e) Na Holanda, é permitida desde que o paciente reafirme o pedido diversas vezes e esteja em condições para isso. Resposta A definição de “clone” é população de moléculas, células ou organismos provenientes de uma única célula, idênticas à original. Portanto, a clonagem é uma cópia de células e de organismos feitos a partir daqueles já existentes. O caso mais famoso: clonagem da ovelha Dolly. Possibilidade de clonagem do ser humano – o médico cientista Salvatore Antinori assombra o mundo ao abordar a clonagem de um ser humano (DELLA-ROSA, 2011). As etapas de uma clonagem: isolar uma célula; retirar o núcleo; adicionar uma segunda célula; multiplicar essa célula repetidamente até que seja constituído um novo organismo. 7. Clonagem No estudo da Bioética atual, dois tipos de clonagem são considerados: a reprodutiva e a terapêutica. Reprodutiva: tem o objetivo de gerar cópias de outros seres. Nesse caso, um óvulo enucleado (com o núcleo que contém o material genético que se quer clonar) acaba se comportando como um zigoto, que ao ser inserido no útero (barriga de aluguel) formará um ser com as mesmas características físicas. Quando essa técnica é aplicada a humanos, é condenada quase que unanimemente pelos cientistas. 7. Clonagem Clonagem terapêutica: tem o objetivo de fabricar tecidos ou órgãos apenas. O processo é semelhante ao da clonagem reprodutiva, mas em vez de a célula ser inserida no núcleo, ela é colocada em uma placa de vidro para ser cultivada. Essas células acabam se multiplicando e gerando muitas outras iguais e totipotentes que podem ser implantadas em tecidos e órgãos para regenerá-los ou mesmo para gerar um novo tecido ou órgão. Essa prática não gera tanta rejeição quanto a primeira. Células totipotentes possuem a capacidade de gerar todos os tipos de células e tecidos do corpo, incluindo tecidos embrionários e extraembrionários (como a placenta). 7. Clonagem Atualmente, existem quatro conclusões importantes para a clonagem reprodutiva: a maioria dos clones morre no início da gestação; os animais clonados têm defeitos e anormalidades semelhantes, independentemente da célula doadora ou da espécie; essas anormalidades provavelmente ocorrem por falhas na reprogramação do genoma; a eficiência da clonagem depende do estágio de diferenciação da célula doadora. 7. Clonagem A clonagem reprodutiva a partir de células embrionárias tem mostrado uma eficiência 10 a 20 vezes maior do que nas células-tronco não embrionárias, provavelmente porque os genes que são fundamentais no início da embriogênese estão ainda ativos no genoma da célula doadora. 2013: criação de um embrião humano via clonagem utilizando técnicas semelhantes às aplicadas para criar a ovelha Dolly – êxito na comunidade científica. Criar células-tronco a partir de clonagem é mais fácil, barato e especialmente menos polêmico do que fazê-lo a partir de um embrião real. Mesmo sendo experimental: é bastante promissor! 7. Clonagem Inglaterra, 1978: o primeiro bebê de proveta. No Brasil, a técnica de FIV (fertilização in vitro) teve início em 1984, quando nasceu a primeira criança com transferência embrionária. Procriar – ou reproduzir a espécie – é gerar um ser semelhante com constituição genética diferente (reprodução sexuada), mas da mesma espécie. Novos contextos sociais: ter filhos deixou de ser um ato impensado para se tornar ação responsável, planejada. Os motivos que provocaram essa mudança foram principalmente a redução da natalidade e a mudança de contexto socioeconômico das famílias – como os idosos não esperam mais dos filhos a sua aposentadoria (SANCHES, 2012). 7. Clonagem 7.1 Reprodução assistida A parentalidade, ou seja, o estado ou condição de quem é pai ou mãe, pode acontecer de três formas: reprodução natural; reprodução assistida (RA) e adoção. Metaparentalidade, como indica seu prefixo grego meta, quer dizer “além de”, ou seja, aponta para as transformações que sofre a parentalidade sob o impacto das tecnologias reprodutivas. Para a Bioética, sendo politicamente correta, a autonomia do casal deve ser respeitada. Quando o processo de RA se inicia, os casais se veem prejudicados por um conflito de interesses entre seu desejo de ter filhos e o interesse econômico dos médicos, clínicas e companhias, segundo aponta Sanches (2012). 7. Clonagem 7.1 Reprodução assistida Essa área da ciência mobiliza o interesse da indústria farmacêutica e os aspectos éticos desses procedimentos constantemente são analisados. Em 2013, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou uma nova resolução sobre esse assunto (Resolução nº 2.013/13), visto que a infertilidade atinge de 15 a 20% dos casais em fase reprodutiva. Algumas das partes mais importantes da resolução citada: Artigo 1. “Embriões supranumerários”, ou seja, aqueles produzidos in vitro e que não serão implantados para fins de inseminação, poderão ter os seguintes destinos: 7. Clonagem 7.1 Reprodução assistida ser utilizados para pesquisa e terapia com utilização de células- tronco embrionárias, desde que satisfeitas determinadas condições (Lei nº 11.105/05); ser “criopreservadas”, ou seja, ser congelados (Resolução CFM nº 1.358/92). Artigo 2. Fica proibido: criar seres humanos geneticamente modificados; criar embriões para investigação; criar embriões com finalidades de escolha de sexo, eugenia ou para originar híbridos ou quimeras. 7. Clonagem 7.1 Reprodução assistida Ainda no Artigo 2, fica estabelecido que: as técnicas de reprodução assistida (RA) podem ser utilizadas desde que exista probabilidade efetiva de sucesso e não se incorra em risco grave de saúde para a paciente ou o possível descendente. A idade máxima das candidatas a gestação de RA é de 50 anos; o número máximo de embriões a serem transferidos é de 2 para mulheres com até 35 anos, 3 para aquelas com idade entre 36 e 39 anos e 4 para as candidatas entre 40 e 50 anos; em situação de doação de óvulos e embriões, considera-se a idade da doadora no momento da coleta dos óvulos; 7. Clonagem 7.1 Reprodução assistida a idade limite para a doação de gametas é de 35 anos para a mulher e 50 anos para o homem; embriões criopreservados com mais de 5 (cinco) anos poderão ser descartados se esta for a vontade dos pacientes. Diversas discussões do ponto de vista bioético: apesar de o tema estudado nesta etapa ser a RA (reprodução assistida), não podemos deixar de mencionar o aborto, prática diretamente relacionada a princípios bioéticos fundamentais, como a autonomia da mulher sobre o seu corpo e o planejamento familiar, lembrando que assim como ocorre no caso de descarte de embriões, para que esse direito possa ser exercido, é necessário que um ser vivo morra. 7. Clonagem 7.1 Reprodução assistida O aborto é, dentre a totalidade das situações analisadas pela Bioética, a de que mais se tem escrito e a que mais tem sido debatida. A maior problemática para essa questão é discernir quais são os argumentos filosóficos, religiosos e científicos. O tema aborto não pode e não deve ser discutido como uma questão para a qual se tem simplesmente que encontrar uma resposta assertiva ou negativa; é necessário que cada caso seja discutido do ponto de vista médico, legal e também que seja considerada a autonomia reprodutiva do casal ou da mulher. 7. Clonagem 7.2 Aborto Atualmente, no Brasil, o aborto é tratado como um problema criminal (Código Penal Brasileiro de 1940), exceto nas situações de estupro ou gravidez causadora de risco para a vida da mãe. Muitos sustentam a tese de que o feto é pessoa humana desde o momento da fecundação, transferindo para ele os direitos e as conquistas sociais de um cidadão. Outros defendem a tese de que o feto é pessoa humana em potencial, sendo assim apenas a possibilidade de uma pessoa humana e, portanto, podendo ser eliminado (DELLA-ROSA, 2011). 7. Clonagem 7.2 Aborto Independentemente do que se acredita, o fato é que todas essas situações, sejam do âmbito do RA ou do aborto, precisam ser contextualizadas. Se o princípio da autonomia está sendo infringido em muitas das situações que foram destacadas anteriormente e se para ter autonomia é essencial que tenhamos informação. Essa informação está atrelada à educação – podemos perceber que precisamos, antes mesmo de discutir o que é ou não ética, educar e informar as pessoas para que elas mesmas possam argumentar, discutir e escolher o que é melhor para si. Isso porque as situações são únicas e intransferíveis e devem ser tratadas como tal. 7. Clonagem 7.2 Aborto Sobre a reprodução assistida no Brasil, é incorreto afirmar: a) As técnicas de reprodução assistida (RA) podem ser utilizadas desde que exista probabilidade efetiva de sucesso. b) A idade máxima das candidatas a gestação de RA é de 50 anos. c) O número máximo de embriões a serem transferidos é de 2 para mulheres com até 35 anos. d) Em situação de doação de óvulos e embriões, considera-se a idade da doadora no momento da coleta dos óvulos. e) Não existem critérios quanto à criopreservação dos embriões supranumerários, podendo ser todos descartados de forma deliberada e sem consentimento. Interatividade Sobre a reprodução assistida no Brasil, é incorreto afirmar: a) As técnicas de reprodução assistida (RA) podem ser utilizadas desde que exista probabilidade efetiva de sucesso. b) A idade máxima das candidatas a gestação de RA é de 50 anos. c) O número máximo de embriões a serem transferidos é de 2 para mulheres com até 35 anos. d) Em situação de doação de óvulos e embriões, considera-se a idade da doadora no momento da coleta dos óvulos. e) Não existem critérios quanto à criopreservação dos embriões supranumerários, podendo ser todos descartados de forma deliberada e sem consentimento. Resposta No Brasil, existem muitas leis e resoluções sobre os alimentos transgênicos ou geneticamente modificados. Nessa temática específica, a Bioética pode contribuir na compreensão das polêmicas que surgem na sociedade sobre esse tema (ARANTES, 2012). As primeiras regulamentações brasileiras datam de 1995 e foram criadas pelo Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS). A primeira liberação para comercialização de uma planta transgênica no Brasil ocorreu em 1998, mas pouco depois, por meio de uma liminar impetrada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e pelo Greenpeace, essa liberação precisou ser retirada. 8. Organismos Geneticamente Modificados (OGM) O governo não chegou a um consenso sobre as decisões que deveriam ser tomadas – ocorreram, inclusive, diferentes posturas entre os ministérios. Como resultado, no mundo, 557 cultivos de alimentos transgênicos estão disponíveis, sendo que no Brasil temos apenas 36. Posição dúbia do governo: o prejuízo para a indústria agrícola brasileira resulta na dificuldade nabusca por autonomia de produção de alimentos. Segundo Arantes (2012), os desafios para a segurança alimentar são: aumento gradual da produção global de alimento; otimização do acesso às tecnologias e biotecnologias agrícolas; redução do desperdício; conservação dos recursos naturais; e melhora dos hábitos alimentares. 8. Organismos Geneticamente Modificados (OGM) A análise de risco da produção de alimentos geneticamente modificados é composta por avaliação do risco e manejo do risco. Por sua vez, a comunicação de risco é a troca de informação e opinião sobre fatores relacionados com o risco e a percepção do risco entre todos os envolvidos (AGOSTINI, 2003). A Food and Agriculture Organization (FAO) recomenda que a comunicação esteja presente em todas as fases da análise de risco. A Bioética entra nessa questão atuando como uma ponte entre ciência e vida e tenta conseguir estimular a responsabilidade da participação dos envolvidos: sociedade, indústrias e governo (ARANTES, 2012). 8. Organismos Geneticamente Modificados (OGM) A informação é essencial e primordial para que se conheça o processo como um todo, para que estratégias e regulações eficientes possam ser adotadas e para que o principio de autonomia (nesse caso, manifestado na opção de escolher ou não um alimento transgênico). Benefício/risco: acaba sendo bastante subjetivo, visto que mesmo as evidências científicas não conseguem chegar a uma unanimidade. O governo precisa estimular a formação da cultura científica, a fim de contribuir com uma maior autonomia na tomada de decisão. 8. Organismos Geneticamente Modificados (OGM) Foi realizada uma pesquisa on-line sobre os temas das plantas transgênicas, dos organismos geneticamente modificados (OGM), da biotecnologia e da engenharia genética. Como resultados: mostraram uma percepção negativa para os dois primeiros termos e positiva para os outros dois, o que reforça a ideia de que sem informação não é possível fazer escolhas adequadamente, por meio de um processo da escolha e de tomada de decisão consciente (ARANTES, 2012). 8. Organismos Geneticamente Modificados (OGM) O genoma humano consiste em 3 bilhões de pares de base de DNA distribuídos em 23 pares de cromossomos com cerca de 70 mil a 100 mil genes. Cada cromossomo é constituído por uma única molécula de DNA que, por sua vez, é composta por sequências de unidades chamadas nucleotídeos ou bases. As quatro bases diferentes – adenina (A), timina (T), guamina (G) e citosina (C) – determinam os genes. O Projeto Genoma Humano (PGH) surgiu em 1990 com a finalidade de identificar cada um dos 100 mil genes humanos por meio de mapeamento genético. O mapeamento registra os genes do cromossomo, determinando a ordem e a função dos nucleotídeos. 9. Projeto Genoma Humano (PGH) A ideia era de que com esse mapeamento a cura e a causa de muitas doenças poderiam ser identificadas, visto que o genoma nos fornece o potencial para desvendar o mecanismo básico das doenças – o que poderia permitir o desenvolvimento de tratamentos mais direcionados. O uso indevido dos dados resultantes do projeto pode fazer com que as pessoas percam sua individualidade e se tornem vulneráveis. Por exemplo, numa situação de contratação, as empresas poderiam passar a exigir para a contratação um exame de DNA detectando futuros problemas médicos (que poderiam diminuir ou excluir a chance de contratação). Pessoas poderiam vir a ser rotuladas por toda vida com estigmas de doentes pelo simples fato de terem propensão genética a apresentar alguma doença. 9. Projeto Genoma Humano (PGH) Devido a questões como essa, o PGH está cercado de inúmeras incertezas éticas, legais e sociais (ELSI), o que levou os investidores a dedicarem 10% de seu orçamento a discussões como (PENA; AZEVEDO, 1998): privacidade da informação genética; segurança e eficácia da Medicina Genética; justiça no uso da informação genética; compete aos bioeticistas e aos cientistas moralmente motivados trazerem essas reflexões éticas para a sociedade; o Comitê de Bioética preocupa-se em normatizar a participação de indivíduos e populações em estudos genômicos, especialmente com a questão do consentimento informado. 9. Projeto Genoma Humano (PGH) Quatro princípios devem nortear a pesquisa sobre o genoma humano: 1. o genoma humano é parte do patrimônio da humanidade; 2. as pesquisas devem possuir aderência a normas internacionais de direitos humanos; 3. deve haver respeito pelos valores, tradições, cultura e integridade dos participantes nos estudos; 4. é imprescindível que haja aceitação e defesa da dignidade humana e da liberdade. 9. Projeto Genoma Humano (PGH) A Unesco tem tido um papel importante na coordenação internacional do PGH: Declaração Universal do Genoma Humano, visando definir os direitos, deveres e direcionamento das questões advindas dessa temática. Para o pesquisador Tom Wilkie (1994), tamanha ênfase na constituição genética da humanidade pode nos levar a esquecer que a vida é mais do que a mera expressão de um programa genético escrito na química do DNA. 9. Projeto Genoma Humano (PGH) Durante a década de 1990, a consciência do desafio ecológico cresceu e passou a fazer parte da Bioética. Desde então, o horizonte bioético capta a interação entre ser humano e natureza e a inclusão de todos os seres vivos e não vivos. Eco-92 (Rio de Janeiro): os governos dos países industrializados começaram a se mobilizar em razão da crise ecológica instaurada pela exploração predatória da natureza. O Protocolo de Kyoto (1997) surgiu então para responder à necessidade de preservar o futuro da vida na Terra. Esse protocolo foi firmado por 160 países que se uniriam com o objetivo de diminuir a emissão dos gases CO2 e metano. Não adesão dos EUA, mesmo sendo um dos países que mais poluem (dados de 2010). 10. Bioética X meio ambiente Mikhail Gorbachev, em sua obra Meu manifesto pela Terra (2003), identificou os três principais desafios a serem enfrentados pelo ser humano nesse novo século: 1. a necessidade de manter o mundo em paz, no sentido de os países se unirem contra o terrorismo; 2. a luta contra a pobreza mundial, já que metade da população do planeta passa fome todos os dias, não tem acesso a água potável e nem a condições decentes de higiene; 3. problemas de defesa do meio ambiente. São desafios interdependentes: não há paz sem o fim da pobreza ou manutenção do meio ambiente e, ao mesmo tempo, se não forem corrigidos os problemas que causamos na natureza, nossos esforços terão sido em vão. 10. Bioética X meio ambiente O que é mais importante? O bem-estar das cobaias ou o avanço da ciência em benefício da humanidade e, por consequência, o dos próprios animais? A ciência ainda não está preparada para avançar sem fazer uso das cobaias animais. Esse uso, inclusive, está descrito em resoluções, como no caso das pesquisas clínicas que testam novos medicamentos, descrito na parte de pesquisa com seres humanos. Atualmente, apenas 10% das experiências são realizadas com animais, mas, mesmo assim, chegam a ser utilizadas cerca de 60 milhões de cobaias em todo o mundo. A ideia é, sempre que possível, dispensar os animais dos experimentos – e os avanços tecnológicos propiciaram essa possibilidade. 11. Bioética X animais Declaração Universal dos Direitos dos Animais: 1. todos os animais têm o mesmo direito à vida; 2. todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem; 3. nenhum animal deve ser maltratado; 4. todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu hábitat. 5. o animal que o homem escolher para companheiro não deve nunca ser abandonado; 6. nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor; 11. Bioética X animais 7. todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contraa vida; 8. a poluição e a destruição do meio ambiente são considerados crimes contra os animais; 9. os diretos dos animais devem ser defendidos por lei; 10. o homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais. 11. Bioética X animais Desde 1901, 88 dos vencedores dos prêmios Nobel de Medicina tiveram como base de estudos os mais diversos tipos de animais. Reconhecendo a importância da utilização de animais em pesquisas, há de se reconhecer também que seu manejo deve ser o mais humano possível, sendo realizado somente por pesquisadores treinados, além de incluir cuidados veterinários. A pesquisa deve respeitar todas as diretrizes ou regulamentos promulgados a fim de que os animais sejam tratados com respeito e dignidade. 11. Bioética X animais Sobre o Projeto Genoma Humana (PGH), assinale a alternativa incorreta: a) Surgiu em 1990 com a finalidade de identificar cada um dos 100 mil genes humanos por meio de mapeamento genético. b) Não existe risco de os dados resultantes do projeto fazerem com que as pessoas percam sua individualidade e se tornem vulneráveis. c) A Unesco tem tido um papel importante na coordenação internacional do PGH. d) A ideia é de que, com esse mapeamento, a cura e a causa de muitas doenças possam ser identificadas. e) Pessoas podem vir a ser rotuladas por toda vida com estigmas de doentes. Interatividade Sobre o Projeto Genoma Humana (PGH), assinale a alternativa incorreta: a) Surgiu em 1990 com a finalidade de identificar cada um dos 100 mil genes humanos por meio de mapeamento genético. b) Não existe risco de os dados resultantes do projeto fazerem com que as pessoas percam sua individualidade e se tornem vulneráveis. c) A Unesco tem tido um papel importante na coordenação internacional do PGH. d) A ideia é de que, com esse mapeamento, a cura e a causa de muitas doenças possam ser identificadas. e) Pessoas podem vir a ser rotuladas por toda vida com estigmas de doentes. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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