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Literatura - Arcadismo
UFGD
a
b
c
d
e
Questão 1
A respeito do enredo de Ensaio sobre a 48.cegueira,
de José Saramago, assinale a alternativa correta.
Dentro do manicômio, a rapariga de óculos escuros
teme que os cegos possam se aproveitar do fato de ela
não ter sido contaminada pela epidemia de cegueira.
A mulher do primeiro cego é prostituta, e torna-se cega
em um hotel.
O primeiro cego morre por causa de infecção causada
por uma ferida na perna.
Com o intuito de acompanhar o marido ao isolamento,
a mulher do médico mente para os homens da ambulância
que vieram buscá-lo, dizendo que também está cega.
Quando o médico e sua mulher chegam ao manicômio,
o encontram lotado de cegos e suspeitos de contágio.
UNIFENASQuestão 2
Texto 1
 
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal , e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite:
Das brancas ovelhinhas tiro o leite;
E mais as finas lãs de que me visto.
     Graças, Marília bela,
     Graças à minha Estrela!
 
Eu vi o meu semblante numa fonte,
Dos anos inda não está cortado:
Os Pastores, que habitam este monte,
Respeitam o poder do meu cajado:
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja até me tem o próprio Alceste.
Ao som dela concerto a voz celeste;
Nem canto letra, que não seja minha.
     Graças, Marília bela,
     Graças à minha Estrela!
 
Mas tendo tantos dotes da ventura,
Só apreço lhes dou, gentil pastora,
Depois que o teu afeto me segura,
Que queres do que tenho ser senhora.
É bom, minha Marília, ser dono
De um rebanho, que cubra monte, e prado;
Porém, gentil pastora, o teu agrado
Vale mais qu’um rebanho, e mais que um trono.
     Graças, Marília bela,
     Graças à minha Estrela!
 
Os teus olhos espalham a luz divina,
A quem a luz do Sol em vão se atreve:
Papoula, ou rosa delicada, e fina
Te cobre as faces, que são cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! não fez o Céu, gentil pastora,
Para glória de Amor igual tesouro.
     Graças, Marília bela,
     Graças à minha Estrela!
 
Leve-me a sementeira muito embora
O rio sobre os campos levantado:
Acabe, acabe a peste matadora,
Sem deixar uma rês, o nédio gado.
Já destes bens, Marília, não preciso:
Nem me cega a paixão, que o mundo
                                               /arrasta;
Para viver feliz, Marília, basta
Que os olhos movas, e me dês um riso.
     Graças, Marília bela,
     Graças à minha Estrela!
 
Texto 2
 
Tu não verás , Marília, cem cativos
Tirarem o cascalho e a rica terra,
Ou dos cercos dos rios caudalosos,
     Ou da minada serra.
 
Não verás separar ao hábil negro
Do pesado esmeril a grossa areia,
E já brilharem os granetes de ouro
     No fundo da bateia.
 
a
b
c
d
e
Não verás derrubarem os virgens matos.
Queimar as capoeiras inda novas,
Servir de adubo à terra a fértil cinza.
     Lançar os grãos nas covas.
 
Não verás enrolar negros pacotes
Das secas folhas do cheiroso fumo;
Nem espremer entre as dentadas rodas
     Da doce cana o sumo.
 
Verás em cima da espaçosa mesa
Altos volumes de enredados feitos;
Ver-me-ás folhear os grandes livros,
     E decidir os pleitos.
 
Enquanto resolver os meus consultos,
Tu me farás gostosa companhia,
Lendo os fastos da sábia, mestra história,
     E os cantos da poesia.
 
Lerás em alta voz, a imagem bela;
Eu, vendo que lhe dás o justo apreço,
Gostoso tornarei a ler de novo
     O cansado processo.
 
Se encontrares louvada uma beleza,
Marília, não lhe invejes a ventura,
Que tens quem leve à mais remota idade
     A tua formosura.
 
(Apud: Antologia dos Poetas Brasileiros – Poesia da
Fase Colonial. Org. Walmyr Ayala. Rio de Janeiro.
Tecnoprint Gráfica S.A., 1967)
 
I – Pastoralismo e bucolismo são aspectos marcantes no
texto 1, uma vez que nele se observa a convenção
arcádica que leva o poeta a identificar-se artisticamente
como pastor, além da consequente valorização da vida
campestre e do entendimento de que a felicidade e a
beleza daí decorrem. 
 
II – De modo geral, na poesia neoclássica, determinadas
convenções impedem a apresentação do eu do autor. As
referências à natureza, inclusive, servem como elementos
de equilíbrio para a expressão lírica. Todavia, nos textos
em estudo, sobretudo no número 1, o excessivo emprego
da primeira pessoa revela um eu exacerbado, ou seja, uma
subjetividade muita próxima daquela que caracteriza um
texto pertencente ao Romantismo. 
 
III – Em ambos os textos, a pastora Marília é uma figura
passiva, não tendo uma atuação concreta. No texto 2,
inclusive, aparece distante do ambiente real, marcado pela
rudeza do trabalho braçal, e colocada, como um mero
ornamento, num ambiente familiar e burguês.
I, II e III – corretos.
I e II – corretos; III – incorreto.
I – correto; II – incorreto: III- correto.
I – incorreto: II – correto; III – incorreto.
I – incorreto: II e III – corretos.
UFRR
a
b
c
d
e
Questão 3
Sobre o Arcadismo, é correto afirmar que:
expressa a sociedade medieval, teocêntrica, de caráter
servil e fortemente religioso. Ao mesmo tempo, é marcado
pelo surgimento de formas de expressões artísticas de
caráter popular, vinculadas a classes sociais consideradas
“inferiores” à época;
é marcado pelo rebuscamento das formas, pela riqueza
de detalhes e pelos contrastes. Influenciado pela
Contrarreforma, foi concebido como uma reação ao
Renascimento;
é também chamado de Neoclassicismo, surge como
uma releitura do Renascimento (ou Classicismo),
preconizando uma arte pautada pela observância das
formas clássicas e dos ideais humanistas. O bucolismo e o
pastoralismo podem ser citados como características do
Estilo no Brasil;
surge como reação direta à arte e às concepções de
mundo medievais, valorizando o passado greco-latino e a
explicação científica do mundo; é teocêntrico, em
contraponto ao antropocentrismo difundido pela Igreja; 
é marcado pelo rebuscamento das formas, pela riqueza
de detalhes e pelos contrastes. Expressa a sociedade
medieval, teocêntrica, de caráter servil e fortemente
religioso. Surge como reação direta à arte e às concepções
de mundo medievais e é marcado pelo surgimento de
formas de expressões artísticas de caráter popular,
vinculadas a classes sociais consideradas “inferiores” à
época.
UPF
a
b
c
d
e
Questão 4
Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, é um
exemplo de poesia __________________ e uma de suas
características é o _____________.
A alternativa que completa corretamente as lacunas do
texto anterior é:
árcade – bucolismo
árcade – sentimentalismo exagerado
romântica – sentimentalismo exagerado
realista – universalismo
simbolista – universalismo
UEMA
a
b
c
d
e
Questão 5
Romance LIII ou Das palavras aéreas 
 
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Ai, palavras, ai, palavras,
sois de vento, ides no vento,
no vento que não retorna. 
 [...]
Sois de vento, ides no vento,
e quedais, com sorte nova! 
[...] 
 Ai, palavras, ai, palavras,
íeis pela estrada afora,
erguendo asas muito incertas,
entre verdade e galhofa,
desejos do tempo inquieto,
promessas que o mundo sopra... 
 Ai, palavras, ai, palavras, mirai-vos: que sois, agora? 
 [...] 
Perdão podíeis ter sido!
– sois madeira que se corta,
– sois vinte degraus de escada,
– sois um pedaço de corda...
– sois povo pelas janelas, cortejo, bandeiras, tropa... 
 Ai, palavras, ai, palavras,
que  estranha potência, a vossa!
Éreis um sopro na aragem...
– sois um homem que se enforca! 
 Fonte: MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência.
São Paulo: Global, 2012.
 
Releia os seguintes versos:
 
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
[...]
Sois de vento, ides no vento,
e quedais, com sorte nova! 
[...]
mirai-vos: que sois, agora?  
[...] 
 
A estranha potência das palavrasé explicada, de certa
forma, por meio de sugestivas imagens.
 
Um dos sentidos sugeridos nesses versos é a
constância nas ações.
transitoriedade na vida.
permanência do tempo.
imutabilidade das ideias.
previsibilidade dos acontecimentos.
UNCISAL
a
b
c
d
e
Questão 6
  Reagindo contra a linguagem rebuscada e as
preocupações religiosas do movimento anterior, surge no
século XVIII um novo estilo poético [...]. Recriando em seus
textos as paisagens campestres de outras épocas, com
pastoras e pastores levando uma vida agradável e
amorosa, os poetas cantam os prazeres da vida. [...]
Rejeitaram a linguagem complexa e buscaram inspiração
na Antiguidade (grega e romana). [...] Adotaram como
lema o carpe diem, o locus amenus, o áurea mediocritas e
o fugere urbem (Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano,
em Português – Literatura – Gramática e Redação).
Com tais características estamos falando do movimento
_______ que, no Brasil, teve como principais representantes
________ e ___________.
Assinale a opção que preenche correta e respectivamente
as lacunas acima.
árcade – Tomás Antonio Gonzaga – Claudio Manuel da
Costa
romântico – José de Alencar – Gonçalves de Magalhães
pré-modernista – Euclides da Cunha – Graça Aranha
realista – Raul Pompéia – Artur Azevedo
modernista – Clarice Lispector – Jorge Amado
Texto base 1
Instrução: A questão toma por base um poema de Tomás
Antônio Gonzaga (1744-1810).
 
18
 
Não vês aquele velho respeitável,
que à muleta encostado,
apenas mal se move e mal se arrasta?
Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo,
o tempo arrebatado, que o mesmo bronze gasta!
 
Enrugaram-se as faces e perderam
seus olhos a viveza:
voltou-se o seu cabelo em branca neve;
já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,
nem tem uma beleza
das belezas que teve.
 
Assim também serei, minha Marília,
daqui a poucos anos,
que o ímpio tempo para todos corre.
Os dentes cairão e os meus cabelos.
Ah! sentirei os danos,
que evita só quem morre
 
Mas sempre passarei uma velhice
muito menos penosa.
Não trarei a muleta carregada,
descansarei o já vergado corpo
na tua mão piedosa,
na tua mão nevada.
 
As frias tardes, em que negra nuvem
os chuveiros não lance,
irei contigo ao prado florescente:
aqui me buscarás um sítio ameno,
onde os membros descanse,
e ao brando sol me aquente.
 
Apenas me sentar, então, movendo
os olhos por aquela
vistosa parte, que ficar fronteira,
apontando direi: — Ali falamos,
ali, ó minha bela,
te vi a vez primeira.
 
Verterão os meus olhos duas fontes,
nascidas de alegria;
farão teus olhos ternos outro tanto;
então darei, Marília, frios beijos
na mão formosa e pia,
que me limpar o pranto.
 
Assim irá, Marília, docemente
meu corpo suportando
do tempo desumano a dura guerra.
Contente morrerei, por ser Marília
quem, sentida, chorando
meus baços olhos cerra.
(Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias.
Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1982.)
UNESP
a
b
c
d
e
Questão 7
PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1
A leitura atenta deste poema do livro Marília de Dirceu
revela que o eu lírico
sente total desânimo perante a existência e os
sentimentos.
aceita com resignação a velhice e a morte amenizadas
pelo amor.
está em crise existencial e não acredita na durabilidade
do amor.
protesta ao Criador pela precariedade da existência
humana.
não aceita de nenhum modo o envelhecimento e
prefere morrer ainda jovem.
UNIFENASQuestão 8
Texto 1
 
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal , e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite:
Das brancas ovelhinhas tiro o leite;
E mais as finas lãs de que me visto.
     Graças, Marília bela,
     Graças à minha Estrela!
 
Eu vi o meu semblante numa fonte,
Dos anos inda não está cortado:
Os Pastores, que habitam este monte,
Respeitam o poder do meu cajado:
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja até me tem o próprio Alceste.
Ao som dela concerto a voz celeste;
Nem canto letra, que não seja minha.
     Graças, Marília bela,
     Graças à minha Estrela!
 
Mas tendo tantos dotes da ventura,
Só apreço lhes dou, gentil pastora,
Depois que o teu afeto me segura,
Que queres do que tenho ser senhora.
É bom, minha Marília, ser dono
De um rebanho, que cubra monte, e prado;
Porém, gentil pastora, o teu agrado
Vale mais qu’um rebanho, e mais que um trono.
     Graças, Marília bela,
     Graças à minha Estrela!
 
Os teus olhos espalham a luz divina,
A quem a luz do Sol em vão se atreve:
Papoula, ou rosa delicada, e fina
Te cobre as faces, que são cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! não fez o Céu, gentil pastora,
Para glória de Amor igual tesouro.
     Graças, Marília bela,
     Graças à minha Estrela!
 
Leve-me a sementeira muito embora
O rio sobre os campos levantado:
Acabe, acabe a peste matadora,
Sem deixar uma rês, o nédio gado.
Já destes bens, Marília, não preciso:
Nem me cega a paixão, que o mundo
                                               /arrasta;
Para viver feliz, Marília, basta
Que os olhos movas, e me dês um riso.
     Graças, Marília bela,
     Graças à minha Estrela!
 
Texto 2
 
Tu não verás , Marília, cem cativos
Tirarem o cascalho e a rica terra,
Ou dos cercos dos rios caudalosos,
     Ou da minada serra.
 
Não verás separar ao hábil negro
Do pesado esmeril a grossa areia,
E já brilharem os granetes de ouro
     No fundo da bateia.
 
Não verás derrubarem os virgens matos.
Queimar as capoeiras inda novas,
Servir de adubo à terra a fértil cinza.
     Lançar os grãos nas covas.
a
b
c
d
e
 
Não verás enrolar negros pacotes
Das secas folhas do cheiroso fumo;
Nem espremer entre as dentadas rodas
     Da doce cana o sumo.
 
Verás em cima da espaçosa mesa
Altos volumes de enredados feitos;
Ver-me-ás folhear os grandes livros,
     E decidir os pleitos.
 
Enquanto resolver os meus consultos,
Tu me farás gostosa companhia,
Lendo os fastos da sábia, mestra história,
     E os cantos da poesia.
 
Lerás em alta voz, a imagem bela;
Eu, vendo que lhe dás o justo apreço,
Gostoso tornarei a ler de novo
     O cansado processo.
 
Se encontrares louvada uma beleza,
Marília, não lhe invejes a ventura,
Que tens quem leve à mais remota idade
     A tua formosura.
 
(Apud: Antologia dos Poetas Brasileiros – Poesia da
Fase Colonial. Org. Walmyr Ayala. Rio de Janeiro.
Tecnoprint Gráfica S.A., 1967)
 
I – Em ambos os textos, as vozes poéticas colocam em
prática um processo de valorização de si mesmas. No
texto 1, o pastor, na condição de proprietário, supera o
vaqueiro; no texto 2, o magistrado, que exerce atividade
intelectual, mostra-se superior ao escravo, ao trabalhador
braçal. 
 
II - Considerando que os textos dados fazem parte de uma
mesma obra (“Marília de Dirceu”), em que a voz poética é
a do pastor Dirceu, pode-se apontar, no texto 2, uma
incoerência, visto que o referido pastora aparece
exercendo uma ocupação pouco compatível com quem se
integra, como se vê no texto 1, um ambiente puramente
bucólico, ou campestre. 
 
III – A leitura do texto 2, permite constatar uma descrição,
com realismo moderado, de atividades típicas do Brasil
colonial, como a mineração e as agriculturas fumageira e
canavieira. Trata-se, dessa maneira, de um
“abrasileiramento” da poesia árcade em decorrência do
contexto econômico em que está inserida.
I, II e III – corretos.
I e II – corretos; III – incorreto.
I – correto; II – incorreto: III- correto.
 I – incorreto: II – correto; III – incorreto.
I – incorreto: II e III – corretos.
UNCISAL
a
b
c
d
e
Questão 9
Acerca do movimento denominado Parnasianismo, pode-se
dizer que
valorizava extremamente os aspectos formais do texto
literário e retomava valores legados pela antiguidade
greco-latina, assimcomo fizeram outros movimentos que o
antecederam, como o Classicismo e o Arcadismo.
os seus autores, entre os quais estavam Manuel
Bandeira e Olavo Bilac, adotavam pseudônimos latinos e
celebravam a vida simples do campo, o que ficou
conhecido como bucolismo e pastoralismo.
questionava radicalmente as formas consagradas de
elaboração poética e defendia a liberdade de criação
artística, como se percebe nos manifestos escritos por seu
principal autor, o paulistano Oswald de Andrade.
começou após a proclamação da Independência e teve
como nomes mais destacados Álvares de Azevedo e
Gonçalves Dias, que visavam criar uma arte genuinamente
brasileira.
tem como proposta principal a noção de “arte pela
arte”, segundo a qual a poesia deve denunciar os
problemas brasileiros, a fim de promover a transformação
da realidade.
Unioeste
a
b
c
d
e
Questão 10
E quando lhe perguntaram sobre a existência verdadeira
daquele sentimento que move o mundo, o  Mestre falou:
qual é mesmo esse sentimento? Olha, verdadeiro ou não,
minha resposta está na literatura e esta é real, mas, assim
como o tempo, a literatura se move e se transforma.
Houve um poeta que pintou esse sentimento como
 
1) “ [...] um menino vendado,
Com uma aljava de setas,
Arco empunhado na mão;
Ligeiras asas nos ombros,
O tenro corpo despido,
E de Amor, ou de Cupido
São os nomes, que lhe dão.”
 
Outro, porém, debateu-se no tormento para entendê-lo:
2) “Incêndio em mares de água disfarçado;
rio de neve em fogo convertido.”
 
Há situações, também, em que esse sentimento irrompe
como forma de disputa e desejo desses
3) “[...] hominhos desesperados
sempre com sede com febre com tosse
sobretudo famélicos de um naco de carne
arre danação maldita da carne [...].”
 
Ou, então, ele vem em forma de saudade, pela vontade de
quem, no exílio, sonha com sua terra natal:
4) “Visões que n’alma o céu do exílio incuba
Mortais visões! Fuzila o azul infando...
Coleia, basilisco de ouro, ondeando,
O Níger... Bramem leões de fulva juba.”
 
Qual é mesmo o sentimento que move o mundo? Pode ser
este:
5) “A ti trocou-te a máquina mercante,
que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e tem trocado
Tanto negócio e tanto negociante.”
 
Em todo o caso, o poema Com licença poética, ao fim e ao
cabo, explora um sentimento que é,  além do mais, um
modo de ser:
6) “Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos [...].
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.”
Com base no texto aludido, assinale a alternativa
INCORRETA.
Enquadrados no mesmo estilo de época, os fragmentos
“2” e “5” exemplificam, respectivamente, a vertente lírica
e a satírica de Gregório de Matos Guerra.
A “máquina mercante”, citada no fragmento “5”,
corresponde aos navios de comércio europeus, que
traziam mercadorias de luxo e aportavam na “barra” de
Todos os Santos.
O fragmento “4”, através de uma linguagem burilada,
típica dos parnasianos, explora reiteradamente a presença
de imagens visuais.
A descrição do “Amor/Cupido”, no fragmento “1”,
corresponde à descrição da amada, presente na obra
Marília de Dirceu, do romântico Claudio Manuel da Costa.
O fragmento “6”, de Adélia Prado, contrapondo-se ao
Poema de sete faces, de Carlos Drummond de Andrade,
acentua uma postura marcadamente feminina.
UENP
a
b
c
d
e
Questão 11
Lira XIV
 
Minha bela Marília, tudo passa;                Ornemos nossas
testas com as flores
A sorte deste mundo é mal segura;                E façamos de
feno um brando leito,
Se vem depois dos males a ventura,                Prendamo-
nos, Marília, em laço estreito,
Vem depois dos prazeres a desgraça.                Gozemos
do prazer de sãos Amores.
Estão os mesmos Deuses                 Sobre as nossas
cabeças,
Sujeitos ao poder do ímpio Fado:                Sem que o
possam deter, o tempo corre;
Apolo já fugiu do Céu brilhante,                E para nós o
tempo, que se passa,
Já foi Pastor de gado.                Também, Marília, morre.
 
A devorante mão da negra Morte                Com os anos,
Marília, o gosto falta,
Acaba de roubar o bem, que temos;                 E se
entorpece o corpo já cansado;
Até na triste campa não podemos                Triste o velho
cordeiro está deitado,
Zombar do braço da inconstante sorte:                E o leve
filho sempre alegre salta.
Qual fica no sepulcro,                A mesma formosura
Que seus avós ergueram, descansado;                É dote,
que só goza a mocidade:
Qual no campo, e lhe arranca os brancos ossos              
 Rugam-se as faces, o cabelo alveja,
Ferro do torto arado.                Mal chega a longa idade.
 
Ah! enquanto os Destinos impiedosos                 Que
havemos de esperar, Marília bela?
Não voltam contra nós a face irada,                Que vão
passando os florescentes dias?
Façamos, sim, façamos, doce amada,                As glórias,
que vêm tarde, já vêm frias;
Os nossos breves dias mais ditosos.               E pode enfim
mudar-se a nossa estrela.
Um coração, que, frouxo,                Ah! Não, minha Marília,
A grata posse de seu bem difere                 Aproveite-se o
tempo, antes que faça
a si, Marília, a si próprio rouba,                 O estrago de
roubar ao corpo as forças
E a si próprio fere.                 E ao semblante a graça.
 
(GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu. São Paulo: Martin
Claret, 2003. p.40-42.)
 
Sobre a lira de Tomás Antônio Gonzaga e o Arcadismo no
Brasil, considere as afirmativas a seguir.
I. O eu lírico do poema convoca sua amada para fruir um
amor febril próximo à natureza, postura adotada pelos
principais poetas árcades brasileiros.
II. Entre as tendências frequentes na poesia do Arcadismo,
encontram-se, nesse trecho de Marília de Dirceu, a
percepção da fugacidade do tempo e a necessidade de
aproveitar a vida.
III. O Arcadismo apresenta uma poética anticlássica,
prenunciando orientações que serão confirmadas no
Romantismo brasileiro.
 
Assinale a alternativa correta.
Somente a afirmativa I é correta.
Somente a afirmativa II é correta.
Somente as afirmativas I e II são corretas.
Somente as afirmativas II e III são corretas.
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
PUC-Campinas
a
b
c
d
e
Questão 12
E, afinal, pergunta ele [Rousseau], como é esse negócio de
“ricos” e “pobres”, como é que é? Esta desigualdade, para
Rousseau, não é “natural”, não decorre da Natureza − pois
naquela época se falava assim − do próprio Homem. Ela
decorre da história dos homens e das relações múltiplas
que entre eles se estabelecem e que provocam, como
produtos derivados, uma porção de males como: a miséria
e a opulência, o poder de um lado e, de outro, os pobres
desditados; os governantes, de um lado, e, de outro, os
pobres governados. Tudo isso, dizia Rousseau, tudo isso
que vemos hoje em nossa frente, essas diferenças todas
entre nobres, burgueses, camponeses, etc. não são nada
naturais e precisam acabar. Sim, precisam acabar, pois é
esta “desigualdade” a fonte absoluta e única de todos os
males sociais.
 
(Luiz Salinas Fortes. O Iluminismo e os reis filósofos.
São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 67)
Diferentemente da natureza arcádica, convencionada
como modelo de equilíbrio pelos escritores neoclássicos, a
natureza romântica representa-se de modo a
se converter em simples cenários para as ações
humanas.
espelhar os sentimentos e as paixões das criaturas
humanas.
figurar a melancolia de quem se entrega a seus
instintos.
traduzir a preocupação humana com o equilíbrio
ecológico.
fortalecer os argumentos dos defensores do
paganismo.
Texto base 2
[1] Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro,
fui honrado pastor da tua aldeia;
vestia finas lãs e tinha sempre
[4] a minha choça do preciso cheia.
Tiraram-meo casal e o manso gado,
nem tenho a que me encoste um só cajado.
 
[7] Para ter que te dar, é que eu queria
de mor rebanho ainda ser o dono;
prezava o teu semblante, os teus cabelos
[10] ainda muito mais que um grande trono.
Agora que te oferte já não vejo,
além de um puro amor, de um são desejo.
 
[13] Se o rio levantado me causava,
levando a sementeira, prejuízo,
eu alegre ficava, apenas via
[16] na tua breve boca um ar de riso.
Tudo agora perdi; nem tenho o gosto
de ver-te ao menos compassivo o rosto.
Thomaz Antonio Gonzaga. Marília de Dirceu. Rio de Janeiro:
Edouro, 1992. p. 74.
 
Tendo por referência o fragmento acima, da obra Marília
de Dirceu, de Thomaz Antonio Gonzaga, e considerando a
estética árcade, julgue o item a seguir.
UnB
a
b
Questão 13
PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 2
Em conformidade com as normas da convenção árcade, o
poema foi construído com imagens poéticas de um mundo
pastoril idealizado.
CERTO
ERRADO
USF
a
b
c
d
e
Questão 14
As afirmações a seguir dizem respeito a alguns momentos
da literatura brasileira, bem como às obras selecionadas
para este vestibular. Após lê-las com atenção, assinale a
alternativa correta.
O Romantismo brasileiro – cuja obra de maior destaque
é Memórias de um sargento de milícias – apresenta, como
principais características, a idealização da mulher e do
sentimento amoroso, os finais felizes e o nacionalismo
exacerbado. Na obra citada, este último elemento aparece
no desejo da personagem Leonardo de se tornar um
membro das milícias e, assim, defender a pátria.
Estéticas como o Arcadismo e o Parnasianismo diferem
apenas pela época em que surgiram em nossa literatura,
uma vez que a estrutura formal – com predomínio do uso
de sonetos –, as temáticas – essencialmente a natureza e a
Antiguidade Clássica –, e a linguagem escolhida – formal e
preciosista – repetem-se em ambas as estéticas.
O escritor mineiro João Guimarães Rosa é um dos
maiores nomes da literatura ocidental. Representante da
Segunda Fase do Modernismo brasileiro, destaca-se com
obras como Sagarana e Grande sertão: veredas, de cunho
marcadamente regionalista, tanto na temática – já que
registra as agruras do homem mineiro –, quanto na
linguagem, em que faz um apurado registro do falar de
Minas Gerais.
A segunda geração do Modernismo brasileiro desponta
como o núcleo das narrativas de forte cunho social e
ideológico. Não à toa, registra a realidade frente a seus
elementos históricos e sociais, dentro de uma perspectiva
crítica, comum às obras desse período neorrealista,
também conhecido como Geração de 30.
O Simbolismo de Cruz e Souza e a poesia pré-
modernista de Augusto dos Anjos apresentam, como
elementos comuns, a linguagem de caráter marcadamente
cientificista – fruto da influência das correntes científico-
filosóficas do início do século XX –, a liberdade formal –
como reação a uma sociedade que condenava os impulsos
– e o caráter de indefinição da poética – “Sugerir, eis o
sonho!” era o mote desses poetas.
PUC-Campinas
a
b
c
d
e
Questão 15
  O homem utilitarista do século XVIII transforma
utensílios de madeira em um torno por diversão, e fantasia
que pode transformar os homens da mesma maneira. Mas
não tem grandes dotes para a poesia, e mal sabe extrair a
moral de uma obra de Shakespeare. Sua casa é aquecida e
iluminada a vapor. Ele é um desses que preferem as coisas
artificiais em detrimento das  naturais, e pensa que a
mente humana é onipotente. Ele sente  grande desprezo
pelas possibilidades da vida ao ar livre, pelos  verdes
campos e pelas árvores, e sempre reduz tudo aos termos
da Utilidade.
(W. Hazlitt. O Espírito do Século, apud Eric J. Hobsbawm. A
Era das Revoluções − 1789-1848. Trad. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1977, p. 255)
A vida ao ar livre e a paisagem bucólica de verdes campos
foram cantadas pela poesia arcádica, como nos versos
líricos de Cláudio Manuel da Costa, em que o poeta,
todavia,
declara preferir a pujança tropical e a fúria dos nossos
silvículas à quietude das províncias e dos pastores da
Arcádia.
evita fazer qualquer menção à paisagem de sua própria
terra, marcada pelas pedras e pelos efeitos da mineração.
expressa sua dificuldade em ajustar os valores
convencionais do Arcadismo à realidade da natureza de
seu berço natal.
contrasta a beleza do campo com o desenvolvimento
das cidades que crescem em função da expansão do
comércio.
lamenta o declínio da vida pastoril, em função do
desprestígio da pecuária em meio ao processo da
mineração de ouro.
Texto base 3
Texto 
 
LXXIX 
[1] Entre este álamo, ó Lise, e essa corrente, 
Que agora estão meus olhos contemplando, 
Parece que hoje o céu me vem pintando
[4] A mágoa triste, que meu peito sente.
 
Firmeza a nenhum deles se consente 
Ao doce respirar do vento brando; 
[7] O tronco a cada instante meneando,
A fonte nunca firme, ou permanente.
 
Na líquida porção, na vegetante 
[10] Cópia daquelas ramas se figura 
Outro rosto, outra imagem semelhante:
 
Quem não sabe que a tua formosura 
[13] Sempre móvel está, sempre inconstante, 
Nunca fixa se viu, nunca segura? 
Cláudio Manoel da Costa. Apud Domício Proença Filho. A
poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
2002, p. 85.
 
Texto 
 
O espelho 
O 
espelho: atra 
vés 
de seu líquido nada 
me des 
dobro.
 
Ser quem me 
olha 
e olhar seus 
olhos 
nada de 
nada 
duplo 
mistério.
 
Não amo 
o espelho: temo-o. 
Orides Fontela. Poesia reunida (1969-1996). São Paulo:
Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7letras, 2006, p. 212.
 
Considerando os textos acima apresentados, o primeiro,
um soneto árcade do Brasil Colônia, e o segundo, um
poema da literatura brasileira contemporânea, julgue
o item.
UnB
a
b
Questão 16
PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 3
A adoção de formas clássicas europeias, tanto na lírica de
Cláudio Manoel da Costa quanto nos épicos Uraguai, de
Basílio da Gama, e Caramuru, de Santa Rita Durão,
impediu que a realidade da Colônia fosse inserida na
produção literária do Arcadismo brasileiro.
CERTO
ERRADO
UEMG
a
b
c
d
Questão 17
A Lira XIV, reproduzida a seguir, foi extraída da obra
Marília de Dirceu, publicada em 1792; já a canção Tempos
Modernos pertence ao álbum homônimo, lançado em
1982.
 
Lira XIV – parte I
 
(...) Ornemos nossas testas com as flores.
E façamos de feno um brando leito,
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos Amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre;
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.
 
Tempos Modernos
 (Lulu Santos)
 
(...) Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...
(www.letras.mus.br/. Acesso: 8/8/2012.)
 
Por meio de uma leitura comparativa entre os dois textos,
é CORRETO afirmar que
apesar de o tempo ser sempre o mesmo em todas as
épocas, na modernidade ele parece passar mais rápido;
daí a urgência do amor, presente na canção
contemporânea de Lulu Santos, mas ausente na lira de
Gonzaga, do século XVIII.
embora os textos tratem do mesmo tema, eles se
diferem quanto à abordagem adotada. Na lira de Gonzaga,
prevalece a idealização amorosa e a relação com a
natureza; na canção de Lulu Santos, por sua vez, prevalece
a relação entre amor e tempo.
ambos os textos apontam para a necessidade de se
viver o tempo presente, decorrente da brevidade da
existência; na lira de Gonzaga, o amor é tratado de forma
idealizada, ao passo que, na canção de Lulu Santos, ele é
essencialmente carnal.
embora escritos em épocas distintas, os textos tratam
do mesmo tema e utilizam a mesma estratégia: o eu-
poético tenta persuadir a amada a gozar os amores no
momento presente, com base no argumento da fugacidade
do tempo e da impossibilidade de se recuperá-lo.
PUC-Campinas
a
b
c
d
e
Questão 18
No século XVIII, emergiunas Minas Gerais uma pequena
elite, culta e letrada, que se ocupava de tarefas
burocráticas e administrativas e se dedicava às artes e à
literatura.
Atraída pelo ideal iluminista, essa elite foi protagonista de
um surto literário inédito no Brasil, produzindo obras de
natureza poética. Os poetas líricos Tomás Antonio Gonzaga
e Cláudio Manuel da Costa exaltavam a vida bucólica e os
amores tranquilos, seguindo a tradição dos modelos
clássicos, em um movimento literário que ficou conhecido
como Arcadismo. Formados em Coimbra, Portugal, ambos
ocupavam cargos públicos nas Minas Gerais e, em 1789,
protagonizaram uma das primeiras conspiraç ões
separatistas na colônia: a Conjuração Mineira.
 
(NAPOLITANO, Marcos; VILLAÇA, Mariana. História para o
ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 293)
Deve-se associar ao Arcadismo, no Brasil, não apenas a
paisagem bucólica e idealizada nos versos dos poetas,
mas também
o amadurecimento do sentimento nacionalista e dos
ideais abolicionistas.
a propagação de ideais políticos progressistas, como os
que abraçaram os inconfidentes.
a descrição dos novos espaços urbanos, dentro dos
quais se louvava a vida da burguesia.
a monumentalidade das paisagens tropicais,
contraposta aos acanhados redutos da velha Arcádia.
a natureza indômita do país, tomada como símbolo de
resistência aos valores europeus.
UFPA
a
b
c
d
e
Questão 19
TEXTO 6
1
Estes do íntimo d\'alma retratados,
Em tosco acento, métricos gemidos,
Mais à força da mágoa despendidos
Do que a cargos do engenho articulados,
A quem, senão a ti, dos meus cuidados
Ídolo belo, objeto dos sentidos,
Pois os viste tu mesma produzidos,
Devem ser dignamente consagrados?
Recebe o terno voto; e se notares
Em pranto, em ânsia, em lágrimas desfeita
Uma alma que foi centro dos pesares,
Lembra-te que de estragos satisfeita
Jamais pôde alguma hora em teus altares
Outra vítima alegre ser aceita.
COSTA, C. M. da. Sonetos Inéditos. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/ Acesso em 15 dez. 2013
Sob o pseudônimo de Glauceste Satúrnio, Cláudio Manuel
da Costa foi um dos mais prolíficos poetas do Brasil
Colonial, destacando-se entre os demais poetas do grupo
da Inconfidência Mineira, ao final de século XVIII, com
forte influência neoclássica, particularmente sob uma
feição particular denominada Arcadismo. Alguns de seus
poemas, no entanto, permaneceram por muito tempo
inéditos, publicados só muito tempo depois, no início do
século XX. O soneto 1 (Texto 6) faz parte dessa coletânea
de publicação mais recente. Leia as afirmativas
abaixo e responda à questão em seguida. É correto dizer
que o soneto 1
 
I obedece a um tema característico do Arcadismo, qual
seja o de um eu lírico abandonado ou ignorado pela
amada, manifestando-se em tom triste e queixoso.
II é composto por versos decassílabos, comuns aos
sonetos, embora essa forma de composição também
utilize
outras métricas, como os versos alexandrinos
(dodecassílabos).
III a idealização da mulher amada, muito frequente nos
poemas árcades, é evidenciada, aqui, pelo verso “Ídolo
belo, objeto dos sentidos”.
IV à maneira dos sonetos tradicionais, o último terceto é a
"chave de ouro", por constituir-se como decodificador do
significado global do poema. No caso, a vitimização
daquele que ama diante do objeto de seu amor, que
parece
ignorar a dor do ser amante.
 
A alternativa que apresenta a(s) resposta(s) correta(s) é
I e II, somente.
I, II e III, somente.
II e III, somente.
III e IV, somente.
I, II, III e IV.
FGV-RJ
a
b
c
d
e
Questão 20
[4]
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
que viva de guardar alheio gado,
de tosco trato, de expressões grosseiro,
dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casalENF e nele assistoEOF;
dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
das brancas ovelhinhas tiro o leite,
e mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!
(...)
[5]
Tu não verás, Marília, cem cativos
tirarem o cascalho e a rica terra,
ou dos cercos dos rios caudalosos,
ou da minada serra.
Não verás separar ao hábil negro
do pesado esmeril a grossa areia,
e já brilharem os granetes de oiro
no fundo da bateiaEPF.
(...)
Não verás enrolar negros pacotes
das secas folhas do cheiroso fumo;
nem espremer entre as dentadas rodas
da doce cana o sumo.
Verás em cima da espaçosa mesa
altos volumesEQF de enredados feitos;
ver-me-ás folhear os grandes livros,
e decidir os pleitos.
Enquanto revolver os meus consultos,
tu me farás gostosa companhia,
lendo os fastos da sábia, mestra História,
e os cantos da poesia.
Tomás A. Gonzaga, marilia dirceu
O excerto contém versos que atestam, de modo enfático,
que, no Brasil, o Arcadismo, também chamado de
Neoclassicismo,
desenvolveu-se em meio rural, ao contrário do caráter
citadino que tinha no Velho Mundo.  
procurou situar na realidade local os temas e formas de
sua matriz europeia.
tornou-se nacionalista, abandonando o
internacionalismo que é inerente a sua filiação classicista.
repudiou, em nome do maravilhoso cristão, as
referências à mitologia pagã, greco-latina.  
imiscuiu-se na política, o que lhe prejudicou a
integridade estética.

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