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Literatura - Arcadismo UFGD a b c d e Questão 1 A respeito do enredo de Ensaio sobre a 48.cegueira, de José Saramago, assinale a alternativa correta. Dentro do manicômio, a rapariga de óculos escuros teme que os cegos possam se aproveitar do fato de ela não ter sido contaminada pela epidemia de cegueira. A mulher do primeiro cego é prostituta, e torna-se cega em um hotel. O primeiro cego morre por causa de infecção causada por uma ferida na perna. Com o intuito de acompanhar o marido ao isolamento, a mulher do médico mente para os homens da ambulância que vieram buscá-lo, dizendo que também está cega. Quando o médico e sua mulher chegam ao manicômio, o encontram lotado de cegos e suspeitos de contágio. UNIFENASQuestão 2 Texto 1 Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d’expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal , e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite: Das brancas ovelhinhas tiro o leite; E mais as finas lãs de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Eu vi o meu semblante numa fonte, Dos anos inda não está cortado: Os Pastores, que habitam este monte, Respeitam o poder do meu cajado: Com tal destreza toco a sanfoninha, Que inveja até me tem o próprio Alceste. Ao som dela concerto a voz celeste; Nem canto letra, que não seja minha. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Mas tendo tantos dotes da ventura, Só apreço lhes dou, gentil pastora, Depois que o teu afeto me segura, Que queres do que tenho ser senhora. É bom, minha Marília, ser dono De um rebanho, que cubra monte, e prado; Porém, gentil pastora, o teu agrado Vale mais qu’um rebanho, e mais que um trono. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Os teus olhos espalham a luz divina, A quem a luz do Sol em vão se atreve: Papoula, ou rosa delicada, e fina Te cobre as faces, que são cor da neve. Os teus cabelos são uns fios d’ouro; Teu lindo corpo bálsamos vapora. Ah! não fez o Céu, gentil pastora, Para glória de Amor igual tesouro. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Leve-me a sementeira muito embora O rio sobre os campos levantado: Acabe, acabe a peste matadora, Sem deixar uma rês, o nédio gado. Já destes bens, Marília, não preciso: Nem me cega a paixão, que o mundo /arrasta; Para viver feliz, Marília, basta Que os olhos movas, e me dês um riso. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Texto 2 Tu não verás , Marília, cem cativos Tirarem o cascalho e a rica terra, Ou dos cercos dos rios caudalosos, Ou da minada serra. Não verás separar ao hábil negro Do pesado esmeril a grossa areia, E já brilharem os granetes de ouro No fundo da bateia. a b c d e Não verás derrubarem os virgens matos. Queimar as capoeiras inda novas, Servir de adubo à terra a fértil cinza. Lançar os grãos nas covas. Não verás enrolar negros pacotes Das secas folhas do cheiroso fumo; Nem espremer entre as dentadas rodas Da doce cana o sumo. Verás em cima da espaçosa mesa Altos volumes de enredados feitos; Ver-me-ás folhear os grandes livros, E decidir os pleitos. Enquanto resolver os meus consultos, Tu me farás gostosa companhia, Lendo os fastos da sábia, mestra história, E os cantos da poesia. Lerás em alta voz, a imagem bela; Eu, vendo que lhe dás o justo apreço, Gostoso tornarei a ler de novo O cansado processo. Se encontrares louvada uma beleza, Marília, não lhe invejes a ventura, Que tens quem leve à mais remota idade A tua formosura. (Apud: Antologia dos Poetas Brasileiros – Poesia da Fase Colonial. Org. Walmyr Ayala. Rio de Janeiro. Tecnoprint Gráfica S.A., 1967) I – Pastoralismo e bucolismo são aspectos marcantes no texto 1, uma vez que nele se observa a convenção arcádica que leva o poeta a identificar-se artisticamente como pastor, além da consequente valorização da vida campestre e do entendimento de que a felicidade e a beleza daí decorrem. II – De modo geral, na poesia neoclássica, determinadas convenções impedem a apresentação do eu do autor. As referências à natureza, inclusive, servem como elementos de equilíbrio para a expressão lírica. Todavia, nos textos em estudo, sobretudo no número 1, o excessivo emprego da primeira pessoa revela um eu exacerbado, ou seja, uma subjetividade muita próxima daquela que caracteriza um texto pertencente ao Romantismo. III – Em ambos os textos, a pastora Marília é uma figura passiva, não tendo uma atuação concreta. No texto 2, inclusive, aparece distante do ambiente real, marcado pela rudeza do trabalho braçal, e colocada, como um mero ornamento, num ambiente familiar e burguês. I, II e III – corretos. I e II – corretos; III – incorreto. I – correto; II – incorreto: III- correto. I – incorreto: II – correto; III – incorreto. I – incorreto: II e III – corretos. UFRR a b c d e Questão 3 Sobre o Arcadismo, é correto afirmar que: expressa a sociedade medieval, teocêntrica, de caráter servil e fortemente religioso. Ao mesmo tempo, é marcado pelo surgimento de formas de expressões artísticas de caráter popular, vinculadas a classes sociais consideradas “inferiores” à época; é marcado pelo rebuscamento das formas, pela riqueza de detalhes e pelos contrastes. Influenciado pela Contrarreforma, foi concebido como uma reação ao Renascimento; é também chamado de Neoclassicismo, surge como uma releitura do Renascimento (ou Classicismo), preconizando uma arte pautada pela observância das formas clássicas e dos ideais humanistas. O bucolismo e o pastoralismo podem ser citados como características do Estilo no Brasil; surge como reação direta à arte e às concepções de mundo medievais, valorizando o passado greco-latino e a explicação científica do mundo; é teocêntrico, em contraponto ao antropocentrismo difundido pela Igreja; é marcado pelo rebuscamento das formas, pela riqueza de detalhes e pelos contrastes. Expressa a sociedade medieval, teocêntrica, de caráter servil e fortemente religioso. Surge como reação direta à arte e às concepções de mundo medievais e é marcado pelo surgimento de formas de expressões artísticas de caráter popular, vinculadas a classes sociais consideradas “inferiores” à época. UPF a b c d e Questão 4 Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, é um exemplo de poesia __________________ e uma de suas características é o _____________. A alternativa que completa corretamente as lacunas do texto anterior é: árcade – bucolismo árcade – sentimentalismo exagerado romântica – sentimentalismo exagerado realista – universalismo simbolista – universalismo UEMA a b c d e Questão 5 Romance LIII ou Das palavras aéreas Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! Ai, palavras, ai, palavras, sois de vento, ides no vento, no vento que não retorna. [...] Sois de vento, ides no vento, e quedais, com sorte nova! [...] Ai, palavras, ai, palavras, íeis pela estrada afora, erguendo asas muito incertas, entre verdade e galhofa, desejos do tempo inquieto, promessas que o mundo sopra... Ai, palavras, ai, palavras, mirai-vos: que sois, agora? [...] Perdão podíeis ter sido! – sois madeira que se corta, – sois vinte degraus de escada, – sois um pedaço de corda... – sois povo pelas janelas, cortejo, bandeiras, tropa... Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! Éreis um sopro na aragem... – sois um homem que se enforca! Fonte: MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. São Paulo: Global, 2012. Releia os seguintes versos: Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! [...] Sois de vento, ides no vento, e quedais, com sorte nova! [...] mirai-vos: que sois, agora? [...] A estranha potência das palavrasé explicada, de certa forma, por meio de sugestivas imagens. Um dos sentidos sugeridos nesses versos é a constância nas ações. transitoriedade na vida. permanência do tempo. imutabilidade das ideias. previsibilidade dos acontecimentos. UNCISAL a b c d e Questão 6 Reagindo contra a linguagem rebuscada e as preocupações religiosas do movimento anterior, surge no século XVIII um novo estilo poético [...]. Recriando em seus textos as paisagens campestres de outras épocas, com pastoras e pastores levando uma vida agradável e amorosa, os poetas cantam os prazeres da vida. [...] Rejeitaram a linguagem complexa e buscaram inspiração na Antiguidade (grega e romana). [...] Adotaram como lema o carpe diem, o locus amenus, o áurea mediocritas e o fugere urbem (Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano, em Português – Literatura – Gramática e Redação). Com tais características estamos falando do movimento _______ que, no Brasil, teve como principais representantes ________ e ___________. Assinale a opção que preenche correta e respectivamente as lacunas acima. árcade – Tomás Antonio Gonzaga – Claudio Manuel da Costa romântico – José de Alencar – Gonçalves de Magalhães pré-modernista – Euclides da Cunha – Graça Aranha realista – Raul Pompéia – Artur Azevedo modernista – Clarice Lispector – Jorge Amado Texto base 1 Instrução: A questão toma por base um poema de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810). 18 Não vês aquele velho respeitável, que à muleta encostado, apenas mal se move e mal se arrasta? Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo, o tempo arrebatado, que o mesmo bronze gasta! Enrugaram-se as faces e perderam seus olhos a viveza: voltou-se o seu cabelo em branca neve; já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo, nem tem uma beleza das belezas que teve. Assim também serei, minha Marília, daqui a poucos anos, que o ímpio tempo para todos corre. Os dentes cairão e os meus cabelos. Ah! sentirei os danos, que evita só quem morre Mas sempre passarei uma velhice muito menos penosa. Não trarei a muleta carregada, descansarei o já vergado corpo na tua mão piedosa, na tua mão nevada. As frias tardes, em que negra nuvem os chuveiros não lance, irei contigo ao prado florescente: aqui me buscarás um sítio ameno, onde os membros descanse, e ao brando sol me aquente. Apenas me sentar, então, movendo os olhos por aquela vistosa parte, que ficar fronteira, apontando direi: — Ali falamos, ali, ó minha bela, te vi a vez primeira. Verterão os meus olhos duas fontes, nascidas de alegria; farão teus olhos ternos outro tanto; então darei, Marília, frios beijos na mão formosa e pia, que me limpar o pranto. Assim irá, Marília, docemente meu corpo suportando do tempo desumano a dura guerra. Contente morrerei, por ser Marília quem, sentida, chorando meus baços olhos cerra. (Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1982.) UNESP a b c d e Questão 7 PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1 A leitura atenta deste poema do livro Marília de Dirceu revela que o eu lírico sente total desânimo perante a existência e os sentimentos. aceita com resignação a velhice e a morte amenizadas pelo amor. está em crise existencial e não acredita na durabilidade do amor. protesta ao Criador pela precariedade da existência humana. não aceita de nenhum modo o envelhecimento e prefere morrer ainda jovem. UNIFENASQuestão 8 Texto 1 Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d’expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal , e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite: Das brancas ovelhinhas tiro o leite; E mais as finas lãs de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Eu vi o meu semblante numa fonte, Dos anos inda não está cortado: Os Pastores, que habitam este monte, Respeitam o poder do meu cajado: Com tal destreza toco a sanfoninha, Que inveja até me tem o próprio Alceste. Ao som dela concerto a voz celeste; Nem canto letra, que não seja minha. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Mas tendo tantos dotes da ventura, Só apreço lhes dou, gentil pastora, Depois que o teu afeto me segura, Que queres do que tenho ser senhora. É bom, minha Marília, ser dono De um rebanho, que cubra monte, e prado; Porém, gentil pastora, o teu agrado Vale mais qu’um rebanho, e mais que um trono. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Os teus olhos espalham a luz divina, A quem a luz do Sol em vão se atreve: Papoula, ou rosa delicada, e fina Te cobre as faces, que são cor da neve. Os teus cabelos são uns fios d’ouro; Teu lindo corpo bálsamos vapora. Ah! não fez o Céu, gentil pastora, Para glória de Amor igual tesouro. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Leve-me a sementeira muito embora O rio sobre os campos levantado: Acabe, acabe a peste matadora, Sem deixar uma rês, o nédio gado. Já destes bens, Marília, não preciso: Nem me cega a paixão, que o mundo /arrasta; Para viver feliz, Marília, basta Que os olhos movas, e me dês um riso. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Texto 2 Tu não verás , Marília, cem cativos Tirarem o cascalho e a rica terra, Ou dos cercos dos rios caudalosos, Ou da minada serra. Não verás separar ao hábil negro Do pesado esmeril a grossa areia, E já brilharem os granetes de ouro No fundo da bateia. Não verás derrubarem os virgens matos. Queimar as capoeiras inda novas, Servir de adubo à terra a fértil cinza. Lançar os grãos nas covas. a b c d e Não verás enrolar negros pacotes Das secas folhas do cheiroso fumo; Nem espremer entre as dentadas rodas Da doce cana o sumo. Verás em cima da espaçosa mesa Altos volumes de enredados feitos; Ver-me-ás folhear os grandes livros, E decidir os pleitos. Enquanto resolver os meus consultos, Tu me farás gostosa companhia, Lendo os fastos da sábia, mestra história, E os cantos da poesia. Lerás em alta voz, a imagem bela; Eu, vendo que lhe dás o justo apreço, Gostoso tornarei a ler de novo O cansado processo. Se encontrares louvada uma beleza, Marília, não lhe invejes a ventura, Que tens quem leve à mais remota idade A tua formosura. (Apud: Antologia dos Poetas Brasileiros – Poesia da Fase Colonial. Org. Walmyr Ayala. Rio de Janeiro. Tecnoprint Gráfica S.A., 1967) I – Em ambos os textos, as vozes poéticas colocam em prática um processo de valorização de si mesmas. No texto 1, o pastor, na condição de proprietário, supera o vaqueiro; no texto 2, o magistrado, que exerce atividade intelectual, mostra-se superior ao escravo, ao trabalhador braçal. II - Considerando que os textos dados fazem parte de uma mesma obra (“Marília de Dirceu”), em que a voz poética é a do pastor Dirceu, pode-se apontar, no texto 2, uma incoerência, visto que o referido pastora aparece exercendo uma ocupação pouco compatível com quem se integra, como se vê no texto 1, um ambiente puramente bucólico, ou campestre. III – A leitura do texto 2, permite constatar uma descrição, com realismo moderado, de atividades típicas do Brasil colonial, como a mineração e as agriculturas fumageira e canavieira. Trata-se, dessa maneira, de um “abrasileiramento” da poesia árcade em decorrência do contexto econômico em que está inserida. I, II e III – corretos. I e II – corretos; III – incorreto. I – correto; II – incorreto: III- correto. I – incorreto: II – correto; III – incorreto. I – incorreto: II e III – corretos. UNCISAL a b c d e Questão 9 Acerca do movimento denominado Parnasianismo, pode-se dizer que valorizava extremamente os aspectos formais do texto literário e retomava valores legados pela antiguidade greco-latina, assimcomo fizeram outros movimentos que o antecederam, como o Classicismo e o Arcadismo. os seus autores, entre os quais estavam Manuel Bandeira e Olavo Bilac, adotavam pseudônimos latinos e celebravam a vida simples do campo, o que ficou conhecido como bucolismo e pastoralismo. questionava radicalmente as formas consagradas de elaboração poética e defendia a liberdade de criação artística, como se percebe nos manifestos escritos por seu principal autor, o paulistano Oswald de Andrade. começou após a proclamação da Independência e teve como nomes mais destacados Álvares de Azevedo e Gonçalves Dias, que visavam criar uma arte genuinamente brasileira. tem como proposta principal a noção de “arte pela arte”, segundo a qual a poesia deve denunciar os problemas brasileiros, a fim de promover a transformação da realidade. Unioeste a b c d e Questão 10 E quando lhe perguntaram sobre a existência verdadeira daquele sentimento que move o mundo, o Mestre falou: qual é mesmo esse sentimento? Olha, verdadeiro ou não, minha resposta está na literatura e esta é real, mas, assim como o tempo, a literatura se move e se transforma. Houve um poeta que pintou esse sentimento como 1) “ [...] um menino vendado, Com uma aljava de setas, Arco empunhado na mão; Ligeiras asas nos ombros, O tenro corpo despido, E de Amor, ou de Cupido São os nomes, que lhe dão.” Outro, porém, debateu-se no tormento para entendê-lo: 2) “Incêndio em mares de água disfarçado; rio de neve em fogo convertido.” Há situações, também, em que esse sentimento irrompe como forma de disputa e desejo desses 3) “[...] hominhos desesperados sempre com sede com febre com tosse sobretudo famélicos de um naco de carne arre danação maldita da carne [...].” Ou, então, ele vem em forma de saudade, pela vontade de quem, no exílio, sonha com sua terra natal: 4) “Visões que n’alma o céu do exílio incuba Mortais visões! Fuzila o azul infando... Coleia, basilisco de ouro, ondeando, O Níger... Bramem leões de fulva juba.” Qual é mesmo o sentimento que move o mundo? Pode ser este: 5) “A ti trocou-te a máquina mercante, que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando e tem trocado Tanto negócio e tanto negociante.” Em todo o caso, o poema Com licença poética, ao fim e ao cabo, explora um sentimento que é, além do mais, um modo de ser: 6) “Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos [...]. Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou.” Com base no texto aludido, assinale a alternativa INCORRETA. Enquadrados no mesmo estilo de época, os fragmentos “2” e “5” exemplificam, respectivamente, a vertente lírica e a satírica de Gregório de Matos Guerra. A “máquina mercante”, citada no fragmento “5”, corresponde aos navios de comércio europeus, que traziam mercadorias de luxo e aportavam na “barra” de Todos os Santos. O fragmento “4”, através de uma linguagem burilada, típica dos parnasianos, explora reiteradamente a presença de imagens visuais. A descrição do “Amor/Cupido”, no fragmento “1”, corresponde à descrição da amada, presente na obra Marília de Dirceu, do romântico Claudio Manuel da Costa. O fragmento “6”, de Adélia Prado, contrapondo-se ao Poema de sete faces, de Carlos Drummond de Andrade, acentua uma postura marcadamente feminina. UENP a b c d e Questão 11 Lira XIV Minha bela Marília, tudo passa; Ornemos nossas testas com as flores A sorte deste mundo é mal segura; E façamos de feno um brando leito, Se vem depois dos males a ventura, Prendamo- nos, Marília, em laço estreito, Vem depois dos prazeres a desgraça. Gozemos do prazer de sãos Amores. Estão os mesmos Deuses Sobre as nossas cabeças, Sujeitos ao poder do ímpio Fado: Sem que o possam deter, o tempo corre; Apolo já fugiu do Céu brilhante, E para nós o tempo, que se passa, Já foi Pastor de gado. Também, Marília, morre. A devorante mão da negra Morte Com os anos, Marília, o gosto falta, Acaba de roubar o bem, que temos; E se entorpece o corpo já cansado; Até na triste campa não podemos Triste o velho cordeiro está deitado, Zombar do braço da inconstante sorte: E o leve filho sempre alegre salta. Qual fica no sepulcro, A mesma formosura Que seus avós ergueram, descansado; É dote, que só goza a mocidade: Qual no campo, e lhe arranca os brancos ossos Rugam-se as faces, o cabelo alveja, Ferro do torto arado. Mal chega a longa idade. Ah! enquanto os Destinos impiedosos Que havemos de esperar, Marília bela? Não voltam contra nós a face irada, Que vão passando os florescentes dias? Façamos, sim, façamos, doce amada, As glórias, que vêm tarde, já vêm frias; Os nossos breves dias mais ditosos. E pode enfim mudar-se a nossa estrela. Um coração, que, frouxo, Ah! Não, minha Marília, A grata posse de seu bem difere Aproveite-se o tempo, antes que faça a si, Marília, a si próprio rouba, O estrago de roubar ao corpo as forças E a si próprio fere. E ao semblante a graça. (GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu. São Paulo: Martin Claret, 2003. p.40-42.) Sobre a lira de Tomás Antônio Gonzaga e o Arcadismo no Brasil, considere as afirmativas a seguir. I. O eu lírico do poema convoca sua amada para fruir um amor febril próximo à natureza, postura adotada pelos principais poetas árcades brasileiros. II. Entre as tendências frequentes na poesia do Arcadismo, encontram-se, nesse trecho de Marília de Dirceu, a percepção da fugacidade do tempo e a necessidade de aproveitar a vida. III. O Arcadismo apresenta uma poética anticlássica, prenunciando orientações que serão confirmadas no Romantismo brasileiro. Assinale a alternativa correta. Somente a afirmativa I é correta. Somente a afirmativa II é correta. Somente as afirmativas I e II são corretas. Somente as afirmativas II e III são corretas. Somente as afirmativas I, II e III são corretas. PUC-Campinas a b c d e Questão 12 E, afinal, pergunta ele [Rousseau], como é esse negócio de “ricos” e “pobres”, como é que é? Esta desigualdade, para Rousseau, não é “natural”, não decorre da Natureza − pois naquela época se falava assim − do próprio Homem. Ela decorre da história dos homens e das relações múltiplas que entre eles se estabelecem e que provocam, como produtos derivados, uma porção de males como: a miséria e a opulência, o poder de um lado e, de outro, os pobres desditados; os governantes, de um lado, e, de outro, os pobres governados. Tudo isso, dizia Rousseau, tudo isso que vemos hoje em nossa frente, essas diferenças todas entre nobres, burgueses, camponeses, etc. não são nada naturais e precisam acabar. Sim, precisam acabar, pois é esta “desigualdade” a fonte absoluta e única de todos os males sociais. (Luiz Salinas Fortes. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 67) Diferentemente da natureza arcádica, convencionada como modelo de equilíbrio pelos escritores neoclássicos, a natureza romântica representa-se de modo a se converter em simples cenários para as ações humanas. espelhar os sentimentos e as paixões das criaturas humanas. figurar a melancolia de quem se entrega a seus instintos. traduzir a preocupação humana com o equilíbrio ecológico. fortalecer os argumentos dos defensores do paganismo. Texto base 2 [1] Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro, fui honrado pastor da tua aldeia; vestia finas lãs e tinha sempre [4] a minha choça do preciso cheia. Tiraram-meo casal e o manso gado, nem tenho a que me encoste um só cajado. [7] Para ter que te dar, é que eu queria de mor rebanho ainda ser o dono; prezava o teu semblante, os teus cabelos [10] ainda muito mais que um grande trono. Agora que te oferte já não vejo, além de um puro amor, de um são desejo. [13] Se o rio levantado me causava, levando a sementeira, prejuízo, eu alegre ficava, apenas via [16] na tua breve boca um ar de riso. Tudo agora perdi; nem tenho o gosto de ver-te ao menos compassivo o rosto. Thomaz Antonio Gonzaga. Marília de Dirceu. Rio de Janeiro: Edouro, 1992. p. 74. Tendo por referência o fragmento acima, da obra Marília de Dirceu, de Thomaz Antonio Gonzaga, e considerando a estética árcade, julgue o item a seguir. UnB a b Questão 13 PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 2 Em conformidade com as normas da convenção árcade, o poema foi construído com imagens poéticas de um mundo pastoril idealizado. CERTO ERRADO USF a b c d e Questão 14 As afirmações a seguir dizem respeito a alguns momentos da literatura brasileira, bem como às obras selecionadas para este vestibular. Após lê-las com atenção, assinale a alternativa correta. O Romantismo brasileiro – cuja obra de maior destaque é Memórias de um sargento de milícias – apresenta, como principais características, a idealização da mulher e do sentimento amoroso, os finais felizes e o nacionalismo exacerbado. Na obra citada, este último elemento aparece no desejo da personagem Leonardo de se tornar um membro das milícias e, assim, defender a pátria. Estéticas como o Arcadismo e o Parnasianismo diferem apenas pela época em que surgiram em nossa literatura, uma vez que a estrutura formal – com predomínio do uso de sonetos –, as temáticas – essencialmente a natureza e a Antiguidade Clássica –, e a linguagem escolhida – formal e preciosista – repetem-se em ambas as estéticas. O escritor mineiro João Guimarães Rosa é um dos maiores nomes da literatura ocidental. Representante da Segunda Fase do Modernismo brasileiro, destaca-se com obras como Sagarana e Grande sertão: veredas, de cunho marcadamente regionalista, tanto na temática – já que registra as agruras do homem mineiro –, quanto na linguagem, em que faz um apurado registro do falar de Minas Gerais. A segunda geração do Modernismo brasileiro desponta como o núcleo das narrativas de forte cunho social e ideológico. Não à toa, registra a realidade frente a seus elementos históricos e sociais, dentro de uma perspectiva crítica, comum às obras desse período neorrealista, também conhecido como Geração de 30. O Simbolismo de Cruz e Souza e a poesia pré- modernista de Augusto dos Anjos apresentam, como elementos comuns, a linguagem de caráter marcadamente cientificista – fruto da influência das correntes científico- filosóficas do início do século XX –, a liberdade formal – como reação a uma sociedade que condenava os impulsos – e o caráter de indefinição da poética – “Sugerir, eis o sonho!” era o mote desses poetas. PUC-Campinas a b c d e Questão 15 O homem utilitarista do século XVIII transforma utensílios de madeira em um torno por diversão, e fantasia que pode transformar os homens da mesma maneira. Mas não tem grandes dotes para a poesia, e mal sabe extrair a moral de uma obra de Shakespeare. Sua casa é aquecida e iluminada a vapor. Ele é um desses que preferem as coisas artificiais em detrimento das naturais, e pensa que a mente humana é onipotente. Ele sente grande desprezo pelas possibilidades da vida ao ar livre, pelos verdes campos e pelas árvores, e sempre reduz tudo aos termos da Utilidade. (W. Hazlitt. O Espírito do Século, apud Eric J. Hobsbawm. A Era das Revoluções − 1789-1848. Trad. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977, p. 255) A vida ao ar livre e a paisagem bucólica de verdes campos foram cantadas pela poesia arcádica, como nos versos líricos de Cláudio Manuel da Costa, em que o poeta, todavia, declara preferir a pujança tropical e a fúria dos nossos silvículas à quietude das províncias e dos pastores da Arcádia. evita fazer qualquer menção à paisagem de sua própria terra, marcada pelas pedras e pelos efeitos da mineração. expressa sua dificuldade em ajustar os valores convencionais do Arcadismo à realidade da natureza de seu berço natal. contrasta a beleza do campo com o desenvolvimento das cidades que crescem em função da expansão do comércio. lamenta o declínio da vida pastoril, em função do desprestígio da pecuária em meio ao processo da mineração de ouro. Texto base 3 Texto LXXIX [1] Entre este álamo, ó Lise, e essa corrente, Que agora estão meus olhos contemplando, Parece que hoje o céu me vem pintando [4] A mágoa triste, que meu peito sente. Firmeza a nenhum deles se consente Ao doce respirar do vento brando; [7] O tronco a cada instante meneando, A fonte nunca firme, ou permanente. Na líquida porção, na vegetante [10] Cópia daquelas ramas se figura Outro rosto, outra imagem semelhante: Quem não sabe que a tua formosura [13] Sempre móvel está, sempre inconstante, Nunca fixa se viu, nunca segura? Cláudio Manoel da Costa. Apud Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 85. Texto O espelho O espelho: atra vés de seu líquido nada me des dobro. Ser quem me olha e olhar seus olhos nada de nada duplo mistério. Não amo o espelho: temo-o. Orides Fontela. Poesia reunida (1969-1996). São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7letras, 2006, p. 212. Considerando os textos acima apresentados, o primeiro, um soneto árcade do Brasil Colônia, e o segundo, um poema da literatura brasileira contemporânea, julgue o item. UnB a b Questão 16 PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 3 A adoção de formas clássicas europeias, tanto na lírica de Cláudio Manoel da Costa quanto nos épicos Uraguai, de Basílio da Gama, e Caramuru, de Santa Rita Durão, impediu que a realidade da Colônia fosse inserida na produção literária do Arcadismo brasileiro. CERTO ERRADO UEMG a b c d Questão 17 A Lira XIV, reproduzida a seguir, foi extraída da obra Marília de Dirceu, publicada em 1792; já a canção Tempos Modernos pertence ao álbum homônimo, lançado em 1982. Lira XIV – parte I (...) Ornemos nossas testas com as flores. E façamos de feno um brando leito, Prendamo-nos, Marília, em laço estreito, Gozemos do prazer de sãos Amores. Sobre as nossas cabeças, Sem que o possam deter, o tempo corre; E para nós o tempo, que se passa, Também, Marília, morre. Tempos Modernos (Lulu Santos) (...) Hoje o tempo voa amor Escorre pelas mãos Mesmo sem se sentir Não há tempo Que volte amor Vamos viver tudo Que há pra viver Vamos nos permitir... (www.letras.mus.br/. Acesso: 8/8/2012.) Por meio de uma leitura comparativa entre os dois textos, é CORRETO afirmar que apesar de o tempo ser sempre o mesmo em todas as épocas, na modernidade ele parece passar mais rápido; daí a urgência do amor, presente na canção contemporânea de Lulu Santos, mas ausente na lira de Gonzaga, do século XVIII. embora os textos tratem do mesmo tema, eles se diferem quanto à abordagem adotada. Na lira de Gonzaga, prevalece a idealização amorosa e a relação com a natureza; na canção de Lulu Santos, por sua vez, prevalece a relação entre amor e tempo. ambos os textos apontam para a necessidade de se viver o tempo presente, decorrente da brevidade da existência; na lira de Gonzaga, o amor é tratado de forma idealizada, ao passo que, na canção de Lulu Santos, ele é essencialmente carnal. embora escritos em épocas distintas, os textos tratam do mesmo tema e utilizam a mesma estratégia: o eu- poético tenta persuadir a amada a gozar os amores no momento presente, com base no argumento da fugacidade do tempo e da impossibilidade de se recuperá-lo. PUC-Campinas a b c d e Questão 18 No século XVIII, emergiunas Minas Gerais uma pequena elite, culta e letrada, que se ocupava de tarefas burocráticas e administrativas e se dedicava às artes e à literatura. Atraída pelo ideal iluminista, essa elite foi protagonista de um surto literário inédito no Brasil, produzindo obras de natureza poética. Os poetas líricos Tomás Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa exaltavam a vida bucólica e os amores tranquilos, seguindo a tradição dos modelos clássicos, em um movimento literário que ficou conhecido como Arcadismo. Formados em Coimbra, Portugal, ambos ocupavam cargos públicos nas Minas Gerais e, em 1789, protagonizaram uma das primeiras conspiraç ões separatistas na colônia: a Conjuração Mineira. (NAPOLITANO, Marcos; VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 293) Deve-se associar ao Arcadismo, no Brasil, não apenas a paisagem bucólica e idealizada nos versos dos poetas, mas também o amadurecimento do sentimento nacionalista e dos ideais abolicionistas. a propagação de ideais políticos progressistas, como os que abraçaram os inconfidentes. a descrição dos novos espaços urbanos, dentro dos quais se louvava a vida da burguesia. a monumentalidade das paisagens tropicais, contraposta aos acanhados redutos da velha Arcádia. a natureza indômita do país, tomada como símbolo de resistência aos valores europeus. UFPA a b c d e Questão 19 TEXTO 6 1 Estes do íntimo d\'alma retratados, Em tosco acento, métricos gemidos, Mais à força da mágoa despendidos Do que a cargos do engenho articulados, A quem, senão a ti, dos meus cuidados Ídolo belo, objeto dos sentidos, Pois os viste tu mesma produzidos, Devem ser dignamente consagrados? Recebe o terno voto; e se notares Em pranto, em ânsia, em lágrimas desfeita Uma alma que foi centro dos pesares, Lembra-te que de estragos satisfeita Jamais pôde alguma hora em teus altares Outra vítima alegre ser aceita. COSTA, C. M. da. Sonetos Inéditos. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/ Acesso em 15 dez. 2013 Sob o pseudônimo de Glauceste Satúrnio, Cláudio Manuel da Costa foi um dos mais prolíficos poetas do Brasil Colonial, destacando-se entre os demais poetas do grupo da Inconfidência Mineira, ao final de século XVIII, com forte influência neoclássica, particularmente sob uma feição particular denominada Arcadismo. Alguns de seus poemas, no entanto, permaneceram por muito tempo inéditos, publicados só muito tempo depois, no início do século XX. O soneto 1 (Texto 6) faz parte dessa coletânea de publicação mais recente. Leia as afirmativas abaixo e responda à questão em seguida. É correto dizer que o soneto 1 I obedece a um tema característico do Arcadismo, qual seja o de um eu lírico abandonado ou ignorado pela amada, manifestando-se em tom triste e queixoso. II é composto por versos decassílabos, comuns aos sonetos, embora essa forma de composição também utilize outras métricas, como os versos alexandrinos (dodecassílabos). III a idealização da mulher amada, muito frequente nos poemas árcades, é evidenciada, aqui, pelo verso “Ídolo belo, objeto dos sentidos”. IV à maneira dos sonetos tradicionais, o último terceto é a "chave de ouro", por constituir-se como decodificador do significado global do poema. No caso, a vitimização daquele que ama diante do objeto de seu amor, que parece ignorar a dor do ser amante. A alternativa que apresenta a(s) resposta(s) correta(s) é I e II, somente. I, II e III, somente. II e III, somente. III e IV, somente. I, II, III e IV. FGV-RJ a b c d e Questão 20 [4] Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, que viva de guardar alheio gado, de tosco trato, de expressões grosseiro, dos frios gelos e dos sóis queimado. Tenho próprio casalENF e nele assistoEOF; dá-me vinho, legume, fruta, azeite; das brancas ovelhinhas tiro o leite, e mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, graças à minha estrela! (...) [5] Tu não verás, Marília, cem cativos tirarem o cascalho e a rica terra, ou dos cercos dos rios caudalosos, ou da minada serra. Não verás separar ao hábil negro do pesado esmeril a grossa areia, e já brilharem os granetes de oiro no fundo da bateiaEPF. (...) Não verás enrolar negros pacotes das secas folhas do cheiroso fumo; nem espremer entre as dentadas rodas da doce cana o sumo. Verás em cima da espaçosa mesa altos volumesEQF de enredados feitos; ver-me-ás folhear os grandes livros, e decidir os pleitos. Enquanto revolver os meus consultos, tu me farás gostosa companhia, lendo os fastos da sábia, mestra História, e os cantos da poesia. Tomás A. Gonzaga, marilia dirceu O excerto contém versos que atestam, de modo enfático, que, no Brasil, o Arcadismo, também chamado de Neoclassicismo, desenvolveu-se em meio rural, ao contrário do caráter citadino que tinha no Velho Mundo. procurou situar na realidade local os temas e formas de sua matriz europeia. tornou-se nacionalista, abandonando o internacionalismo que é inerente a sua filiação classicista. repudiou, em nome do maravilhoso cristão, as referências à mitologia pagã, greco-latina. imiscuiu-se na política, o que lhe prejudicou a integridade estética.
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