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Arcadismo/Neoclassicismo - Exercícios Prof. Valdir 1 Questão 1 (Unifesp 2020) O lema do carpe diem sintetiza expressivamente o motivo de se aproveitar o presente, já que o futuro é incerto. Tal lema manifesta-se mais explicitamente nos seguintes versos de Tomás Antônio Gonzaga: A. ( ) Ah! socorre, Amor, socorre Ao mais grato empenho meu! Voa sobre os Astros, voa, Traze-me as tintas do Céu. B. ( ) Depois que represento Por largo espaço a imagem de um defunto, Movo os membros, suspiro, E onde estou pergunto. C. ( ) É bom, minha Marília, é bom ser dono De um rebanho, que cubra monte e prado; Porém, gentil pastora, o teu agrado Vale mais que um rebanho, e mais que um trono. D. ( ) Se algum dia me vires desta sorte, Vê que assim me não pôs a mão dos anos: Os trabalhos, Marília, os sentimentos Fazem os mesmos danos. E. ( ) Ah! enquanto os Destinos impiedosos Não voltam contra nós a face irada, Façamos, sim, façamos, doce amada, Os nossos breves dias mais ditosos. Leia o soneto “VII”, de Cláudio Manuel da Costa, para responder às questões 2, 3 e 4: Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado, E em contemplá-lo, tímido, esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado; Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! Questão 2 (Unesp 2020) O tom predominante no soneto é de A. ( ) ingenuidade. B. ( ) apatia. C. ( ) ira. D. ( ) ironia. E. ( ) perplexidade. Questão 3 (Unesp 2020) No soneto, o eu lírico expressa um sentimento de inadequação que, a seu turno, se faz presente na seguinte citação: A. ( ) “A independência, não obstante a forma em que se desenrolou, constituiu a primeira grande revolução social que se operou no Brasil.” (Florestan Fernandes, A revolução burguesa no Brasil) B. ( ) “Todo povo tem na sua evolução, vista à distância, um certo ‘sentido’. Este se percebe não nos pormenores de sua história, mas no conjunto dos fatos e acontecimentos essenciais que a constituem num largo período de tempo.” (Caio Prado Júnior, Formação do Brasil contemporâneo) C. ( ) “A ocupação econômica das terras americanas constitui um episódio da expansão comercial da Europa. A descoberta das terras americanas é, basicamente, um episódio dessa obra ingente. De início pareceu ser episódio secundário. E na verdade o foi para os portugueses durante todo um meio século.” (Celso Furtado, Formação econômica do Brasil) D. ( ) “Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra.” (Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil) E. ( ) “A formação patriarcal do Brasil explica-se, tanto nas suas virtudes como nos seus defeitos, menos em termos de ‘raça’ e de ‘religião’ do que em termos econômicos, de experiência de cultura e de organização da família, que foi aqui a unidade colonizadora.” (Gilberto Freyre, Casa-- grande e senzala) Questão 4 (Unesp 2020) Considerando o contexto histórico-geográfico de produção do soneto, as transformações na paisagem assinaladas pelo eu lírico relacionam-se à seguinte atividade econômica: A. ( ) indústria. B. ( ) extrativismo vegetal. C. ( ) agricultura. D. ( ) extrativismo mineral. E. ( ) pecuária. Questão 5 (Unesp 2020) Cassi Jones, sem mais percalços, se viu lançado em pleno Campo de Sant’Ana, no meio da multidão que jorrava das portas da Central, cheia da honesta pressa de quem vai trabalhar. A sua sensação era que estava numa cidade estranha. No subúrbio tinha os seus ódios e os seus amores; no subúrbio, tinha os seus companheiros, e a sua fama de violeiro percorria todo ele, e, em qualquer parte, era apontado; no subúrbio, enfim, ele tinha personalidade, era bem Cassi Jones de Azevedo; mas, ali, sobretudo do Campo de Sant’Ana para baixo, o que era ele? Não era nada. Onde acabavam os trilhos da Central, acabava a sua fama e o seu valimento; a sua fanfarronice evaporava-se, e representava-se a si mesmo como esmagado por aqueles “caras” todos, que nem o olhavam. [...]Na “cidade”, como se diz, ele percebia toda a sua inferioridade de inteligência, de educação; a sua rusticidade, diante daqueles rapazes a conversar sobre coisas de que ele não entendia e a trocar pilhérias; em face da sofreguidão com que liam os placards dos jornais, tratando de assuntos cuja importância ele não avaliava, Cassi vexava-se de não suportar a leitura; comparando o desembaraço com que os fregueses 2 pediam bebidas variadas e esquisitas, lembrava-se que nem mesmo o nome delas sabia pronunciar; olhando aquelas senhoras e moças que lhe pareciam rainhas e princesas, tal e qual o bárbaro que viu, no Senado de Roma, só reis, sentia-se humilde; enfim, todo aquele conjunto de coisas finas, de atitudes apuradas, de hábitos de polidez e urbanidade, de franqueza no gastar, reduziam-lhe a personalidade de medíocre suburbano, de vagabundo doméstico, a quase coisa alguma.(Clara dos Anjos, 2012.) placards: nome que se dava às tabuletas que traziam resultados de competições esportivas, publicados nos jornais. a) No excerto, o narrador contrapõe dois espaços. Identifique-os. b) Na poesia árcade também ocorre a contraposição de dois espaços, o que vem a ser um importante tópico dessa poesia. Quais são esses espaços? Questão 6 (Unesp 2019) Analise a tela “Marat assassinado”, pintada por Jacques-Louis David em 1793. Essa pintura apresenta estilo: A. ( ) gótico, expresso no confronto entre claro e escuro, e representa uma importante passagem bíblica. B. ( ) barroco, expresso no contraste entre os objetos retratados, e valoriza a importância da leitura e da escrita. C. ( ) romântico, expresso no conteúdo religioso da cena, e representa o predomínio da emoção sobre a razão. D. ( ) neoclássico, expresso na modelação da musculatura do corpo, e representa um episódio político da época. E. ( ) moderno, expresso na imprecisão das formas e dos contornos do desenho, e representa o cotidiano do homem da época. Questão 7 (Unesp 2019) Destinada unicamente à exportação, em função da qual se organiza e mantém a exploração, tal atividade econômica desenvolveu-se à margem das necessidades próprias da sociedade brasileira. No alvorecer do século XIX, essa atividade econômica, que se iniciara sob tão brilhantes auspícios e absorvera durante cem anos o melhor das atenções e dos esforços do país, já tocava sua ruína final. Os prenúncios dessa ruína já se faziam aliás sentir para os observadores menos cegos pela cobiça desde longa data. De meados do século XVIII em diante, essa atividade econômica, contudo, não fizera mais que declinar. (Caio Prado Júnior. Formação do Brasil contemporâneo) A atividade econômica a que o texto se refere está presente em: A. ( ) A ti trocou-te a máquina mercante, Que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando, e tem trocado, Tanto negócio e tanto negociante. Deste em dar tanto açúcar excelente Pelas drogas inúteis, que abelhuda Simples aceitas do sagaz Brichote. (Gregório de Matos, “À cidade da Bahia”.) B. ( ) Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado, De tosco trato, de expressões grosseiro, Dos frios gelos e dos sóis queimado. Tenho próprio casal e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. (Tomás Antônio Gonzaga, “Lira I”.) C. ( ) Tu não verás, Marília, cem cativosTirarem o cascalho e a rica terra, Ou dos cercos dos rios caudalosos, Ou da minada Serra. Não verás separar ao hábil negro Do pesado esmeril a grossa areia, E já brilharem os granetes de ouro No fundo da bateia. (Tomás Antônio Gonzaga, “Lira III”.) D. ( ) Pescadores do Mondego, Que girais por essa praia, Se vós enganais o peixe, Também Lise vos engana. Vós ambos sois pescadores; Mas com diferença tanta, Vós ao peixe armais com redes, Ela co’os olhos vos arma. (Cláudio Manuel da Costa, “Romance I”.) E. ( ) Aonde levas, Pastora, Essas tenras ovelhinhas? Que para seu mal lhes basta O seres tu quem as guia. Acaso vão para o vale, Ou para a serra vizinha? Vão acaso para o monte, Que lá mais distante fica? (Cláudio Manuel da Costa, “Romance IV”.) Questão 8 (Unifesp 2019) É com base no mito da Arcádia que erguem suas doutrinas: destruindo a “hidra do mau gosto”, os árcades procuram realizar obra semelhante à dos clássicos antigos. Daí a imitação dos modelos greco-latinos ser a primeira característica a considerar na configuração da estética arcádica. (Massaud Moisés. A literatura portuguesa) A “hidra do mau gosto” mencionada no texto refere-se ao estilo: A. ( ) renascentista. B. ( ) pré-romântico. C. ( ) neoclássico. D. ( ) barroco. E. ( ) medieval 3 Questão 9 (Unesp 2017) A veia satírica do poeta português Manuel Maria de Barbosa du Bocage está bem exemplificada nos seguintes versos: A. ( ) Meu ser evaporei na lida insana Do tropel de paixões, que me arrastava; Ah!, cego eu cria, ah!, mísero eu sonhava Em mim quase imortal a essência humana. B. ( ) Cândida pomba mimosa, Ave dos níveos Amores, Cingida por mãos das Graças Dum lindo colar de flores: Vênus, macia a meus versos, Grata aos cultos que lhe dou, Já desde o ninho amoroso Para mim te destinou. C. ( ) Assim como as flores vivem, A minha Lília viveu; Assim como as flores morrem, A minha Lília morreu. Assomando o negro dia, Ave sinistra gemeu; Cumpriu-se o funesto agouro: A minha Lília morreu. D. ( ) Refalsado animal, das trevas sócio, Depõe, não vistas de cordeiro a pele. Da razão, da moral o tom que arrogas, Jamais purificou teus lábios torpes, Torpes do lodaçal, donde zunindo (Nuvens de insetos vis) te sobem trovas A mente erma de ideias, nua de arte. E. ( ) Senhor que estás no céu, que vês na terra Meu frágil coração desfeito em pranto, Pelas ânsias mortais, o ardor, o encanto Com que lhe move Amor terrível guerra. Leia o soneto XLVI, de Cláudio Manuel da Costa, para responder às questões 10 e 11 Não vês, Lise, brincar esse menino Com aquela avezinha? Estende o braço, Deixa-a fugir, mas apertando o laço, A condena outra vez ao seu destino. Nessa mesma figura, eu imagino, Tens minha liberdade, pois ao passo Que cuido que estou livre do embaraço, Então me prende mais meu destino. Em um contínuo giro o pensamento Tanto a precipitar-me se encaminha, Que não vejo onde pare o meu tormento. Mas fora menos mal esta ânsia minha, Se me faltasse a mim o entendimento, Como falta a razão a esta avezinha. Questão 10 (Unesp 2017) O tom predominante no soneto é de: A. ( ) Resignação B. ( ) Nostalgia C. ( ) Apatia D. ( ) Ingenuidade E. ( ) Inquietude Questão 11 (Unesp 2017) No soneto, o menino e a avezinha, mencionados na primeira estrofe, são comparados, respectivamente: A. ( ) Ao eu-lírico e a Lise. B. ( ) A Lise e ao eu-lírico. C. ( ) Ao desatino e ao eu-lírico D. ( ) Ao desatino e à liberdade. E. ( ) A Lise e à liberdade. Questão 12 (Unifesp 2017) Predomina neste movimento uma tônica mais cosmopolita, intimamente ligada às modas literárias da Europa, desejando pertencer ao mesmo passado cultural e seguir os mesmos modelos, o que permitiu incorporar os produtos intelectuais da colônia inculta ao universo das formas superiores de expressão. Ao lado disso, tal movimento continuou os esboços particularistas que vinham do passado local, dando importância relevante tanto ao índio e ao contato de culturas, quanto à descrição da natureza, mesmo que fosse em termos clássicos. (Antonio Candido, Iniciação à literatura brasileira) Tal comentário refere-se ao seguinte movimento literário brasileiro: A. ( ) Romantismo B. ( ) Claassicismo C. ( ) Naturalismo D. ( ) Barroco E. ( ) Arcadismo Questão 13 (Enem 2016) Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera. (Cláudio Manuel da Costa, Soneto VI) No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu-lírico uma reflexão em que transparece uma: A. ( ) angústia provocada pela sensação de solidão. B. ( ) resignação diante das mudanças do meio ambiente. C. ( ) dúvida existencial em face do espaço desconhecido. D. ( ) intenção de recriar o passado por meio da paisagem. E. ( ) empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra. 4 Questão 14 (Unifesp 2016) Assinale a alternativa na qual se pode detectar nos versos do poeta português Bocage (1765-1805) uma ruptura com a convenção arcádica do locus amoenus (“lugar aprazível”). A. ( ) “Olha, Marília, as flautas dos pastores Que bem que soam, como estão cadentes! Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Os Zéfiros brincar por entre flores?” B. ( ) “O ledo passarinho que gorjeia Da alma exprimindo a cândida ternura, O rio transparente, que murmura, E por entre pedrinhas serpenteia:” C. ( ) “Se é doce no recente, ameno Estio Ver tocar-se a manhã de etéreas flores, E, lambendo as areias e os verdores, Mole e queixoso deslizar-se o rio;” D. ( ) “A loira Fílis na estação das flores, Comigo passeou por este prado Mil vezes; por sinal, trazia ao lado As Graças, os Prazeres e os Amores.” E. ( ) “Já sobre o coche de ébano estrelado, Deu meio giro a Noite escura e feia; Que profundo silêncio me rodeia Neste deserto bosque, à luz vedado!” Questão 15 (Unifesp 2016) (Pedro Américo, Tiradentes esquartejado,1893) A conhecida pintura de Pedro Américo (1840-1905) remete a um fato histórico relacionado à seguinte escola literária brasileira: A. ( ) Barroco. B. ( ) Arcadismo. C. ( ) Naturalismo. D. ( ) Realismo. E. ( ) Romantismo. Texto para as questões 16, 17 e 18 Conheço muitas pastoras Que beleza e graça têm, Mas é uma só que eu amo Só Arminda e mais ninguém. Revolvam meu coração Procurem meu peito bem, Verão estar dentro dele Só Arminda e mais ninguém. (...) Não me alegra, ou me desgosta Doutra o mimo, ou o desdém, Satisfaz-me e me contenta Só Arminda e mais ninguém. Cantem os outros pastores Outras pastoras também, Que eu canto e cantarei sempre Só Arminda e mais ninguém. (Domingos Caldas Barbosa, Protestos a Arminda) Questão 16 (Unesp 2015) Além de outras características, a presença de dois vocábulos contribui para identificar o aspecto neoclássico desta modinha, a saber: A. ( ) “alegra” e “desgosta”. B. ( ) “mimo” e “desdém”. C. ( ) “suspiros” e “segredos”. D. ( ) “canto” e “cantarei”. E. ( ) “pastores” e “pastoras” Questão 17 (Unesp 2015) Na segunda estrofe, o eu lírico explora, seguindo a tradição poética, uma concepção sobre a sede dos sentimentos humanos. Segundo tal concepção, o amor: A. ( ) situa-se na imaginação dos homens. B. ( ) é um corpo estranho que passa a residir no de quem ama. C. ( ) mora com a invejae é irmão gêmeo do ódio. D. ( ) localiza-se no coração dos homens. E. ( ) nasce no paraíso e conduz para lá quem ama Questão 18 (Unesp 2015) Sob o ponto de vista expressivo, a repetição do último verso de todas as estrofes tem a função de: A. ( ) enfatizar o grande afeto do eu lírico por Arminda. B. ( ) assinalar o caráter inacessível de Arminda. C. ( ) atribuir um tom fortemente lamentoso à modinha. D. ( ) ironizar a distância do eu lírico em relação a Arminda. E. ( ) insistir na ideia do amor como uma fantasia irrealizável. Questão 19 (Unesp 2014) A efervescência que conheceram nas Minas Gerais, do século XVIII as artes e as letras também teve feição peculiar. Pela primeira vez na Colônia buscava-se solução própria para a expressão artística. (Laura Vergueiro. Opulência e miséria das Minas Gerais, 1983.) São exemplos do que o texto afirma: A. ( ) a pintura e a escultura renascentistas. B. ( ) a poesia e a pintura românticas. C. ( ) a arquitetura barroca e a poesia árcade. D. ( ) a literatura de viagem e a arquitetura gótica. E. ( ) a música romântica e o teatro barroco. 5 Texto para as questões 20, 21 e 22 Leia o soneto de Cláudio Manuel da Costa para responder às questões: Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado; Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! Questão 20 (Unifesp 2014) São recursos expressivos e tema presentes no soneto, respectivamente A. ( ) metáforas e a ideia da imutabilidade das pessoas e dos lugares. B. ( ) sinestesias e a superação pelo eu lírico de seus maiores problemas C. ( ) paradoxos e a certeza de um presente melhor para o eu lírico que o passado. D. ( ) hipérboles e a força interior que faz o eu lírico superar seus males. E. ( ) antíteses e o abalo emocional vivido pelo eu lírico. Questão 21 (Unifesp 2014) No soneto, o eu lírico expressa-se de forma A. ( ) eufórica, reconhecendo a necessidade de mudança. B. ( ) contida, descortinando as impressões auspiciosas do cenário. C. ( ) introspectiva, valendo-se da idealização da natureza. D. ( ) racional, mostrando-se indiferente às mudanças. E. ( ) reflexiva, explorando ambiguidades existenciais. Questão 22 (Unifesp 2014) No contexto em que estão empregados, os termos sítio (verso 1), tímido (verso 4) e perpétua (verso 10) significam respectivamente: A. ( ) acampamento, imaturo e permanente B. ( ) campo, fraco e imprescindível C. ( ) fazenda, obscuro e frequente D. ( ) lugar, receoso e eterna E. ( ) imediação, inseguro e duradoura. Questão 23 (Unesp 2013) A questão toma por base a letra de uma guarânia dos compositores sertanejos Goiá (Gerson Coutinho da Silva, 1935-1981) e Belmonte (Pascoal Zanetti Todarelli, 1937-1972). Saudade de minha terra De que me adianta viver na cidade, Se a felicidade não me acompanhar? Adeus, paulistinha do meu coração, Lá pro meu sertão eu quero voltar; Ver a madrugada, quando a passarada, Fazendo alvorada, começa a cantar. Com satisfação, arreio o burrão, Cortando o estradão, saio a galopar; E vou escutando o gado berrando, Sabiá cantando no jequitibá. Relendo os primeiros seis versos da estrofe, percebe-se que o conteúdo neles relatado apresenta analogia com a poesia do Arcadismo, de que foram típicos representantes em nosso país Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa. Indique uma dessas semelhanças. Texto para as questões 24 a 27 Não vês aquele velho respeitável Que à muleta encostado Apenas mal se move, e mal se arrasta? Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo! O tempo arrebatado, Que o mesmo bronze gasta. Enrugaram-se as faces, e perderam Seus olhos a viveza; Voltou-se o seu cabelo em branca neve: Já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo, Não tem uma beleza Das belezas, que teve. Assim também serei, minha Marília, Daqui a poucos anos; Que o ímpio tempo para todos corre. Os dentes cairão, e os meus cabelos, Ah! sentirei os danos, Que evita só quem morre. Mas sempre passarei uma velhice Muito menos penosa. Não trarei a muleta carregada: Descansarei o já vergado corpo Na tua mão piedosa, Na tua mão nevada. Nas frias tardes, em que negra nuvem Os chuveiros não lance, Irei contigo ao prado florescente: Aqui me buscarás um sítio ameno; Onde os membros descanse, E o brando sol me aquente. Apenas me sentar, então movendo Os olhos por aquela Vistosa parte, que ficar fronteira; Apontando direi: "Ali falamos, "Ali, ó minha bela, "Te vi a vez primeira." Verterão os meus olhos duas fontes, Nascidas de alegria: Farão teus olhos ternos outro tanto: Então darei, Marília, frios beijos Na mão formosa, e pia, Que me limpar o pranto. Assim irá, Marília, docemente Meu corpo suportando Do tempo desumano a dura guerra. Contente morrerei, por ser Marília Quem sentida chorando Meus braços olhos cerra. (Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu, Parte 1, Lira 18) 6 Questão 24 (Unesp 2012) A leitura atenta deste poema do livro Marília de Dirceu revela que o eu lírico A. ( ) sente total desânimo perante a existência e os sentimentos. B. ( ) aceita com resignação a velhice e a morte amenizadas pelo amor. C. ( ) está em crise existencial e não acredita na durabilidade do amor. D. ( ) protesta ao Criador pela precariedade da existência humana. E. ( ) não aceita de nenhum modo o envelhecimento e prefere morrer ainda jovem. Questão 25 (Unesp 2012) Assinale a alternativa que indica a ordem em que os versos de dez e de seis sílabas se sucedem nas oito estrofes do poema. A. ( ) 6, 10, 6, 6, 10, 10. B. ( ) 10, 6, 10, 10, 6, 6. C. ( ) 10, 10, 6, 10, 6, 6. D. ( ) 10, 6, 10, 6, 10, 6. E. ( ) 6, 10, 6, 10, 6, 6. Questão 26 (Unesp 2012) Marque a alternativa em que o verso apresenta acento tônico apenas na segunda e na sexta sílabas: A. ( ) o tempo arrebatado. B. ( ) das belezas que teve. C. ( ) daqui a poucos anos. D. ( ) e ao brando sol me aquente. E. ( ) na mão formosa e pia. Questão 27 (Unesp 2012) No conteúdo da quinta estrofe do poema encontramos uma das características mais marcantes do Arcadismo: A. ( ) paisagem bucólica. B. ( ) pessimismo irônico. C. ( ) conflito dos elementos naturais. D. ( ) filosofia moral. E. ( ) desencanto com o amor. Texto para as questões 28 a 31 Nos campos o vilão sem sustos passa, Inquieto na corte o nobre mora; O que é ser infeliz aquele ignora, Este encontra nas pompas a desgraça. Aquele canta e ri; não se embaraça Com essas coisas vãs que o mundo adora: Este (oh cega ambição!) mil vezes chora, Porque não acha bem que o satisfaça. Aquele dorme em paz no chão deitado, Este no ebúrneo leito precioso Nutre, exaspera velador cuidado. Triste, sai do palácio majestoso; Se hás-de ser cortesão, mas desgraçado, Antes ser camponês, e venturoso. (Bocage, Obras de Bocage.) (Ciça, quadrinista brasileira) Questão 28 (Unesp 2010) O tema do soneto apresentado, do neoclássico português Bocage, se enquadra numa das linhas temáticas características do período literário denominado Neoclassicismo ou Arcadismo. Aponte essa linha temática, comprovando com elementos do próprio poema. Questão 29 (Unesp 2010) A palavra vilão pode apresentar diferentes significados na Língua Portuguesa, alguns bastante distintos entre si. No soneto de Bocage, a própria sequência da leitura permite descobrir, em função do contexto, o significado que assume tal palavra, empregadano primeiro verso. Releia o poema e aponte esse significado. Questão 30 (Unesp 2010) O soneto de Bocage se apresenta de acordo com o modelo tradicional, com versos de dez sílabas métricas (decassílabos) distribuídos em duas quadras e dois tercetos. De posse desta informação, apresente como resposta a divisão em sílabas métricas do segundo verso do poema, levando em conta que as sílabas tônicas são a terceira, a sexta, a oitava e a décima. Questão 31 (Unesp 2010) Na tira de Ciça, a troca de ser por ter ironiza uma das tendências do comportamento humano na sociedade moderna, altamente consumista. Isso considerado, releia a tira e o poema de Bocage e aponte em que consiste essa ironia e em que medida o soneto de Bocage representa, com mais de dois séculos de antecedência, uma das possíveis respostas a essa troca de ser por ter. Questão 32 (Unifesp 2009) No Brasil, o homem de estudo, de ambição e de sala, que provavelmente era, encontrou condições inteiramente novas. Ficou talvez mais disponível, e o amor por Maria Dorotéia Seixas o iniciou em ordem nova de sentimentos: o clássico florescimento da primavera no outono. Foi um acaso feliz para a nossa literatura esta conjunção de um poeta de meia idade com a menina de dezessete anos. O quarentão é o amoroso refinado, capaz de sentir poesia onde o adolescente só vê o embaraçoso cotidiano; e a proximidade da velhice intensifica, em relação à moça em flor, um encantamento que mais se apura pela fuga do tempo e a previsão da morte: Ah! enquanto os destinos impiedosos não voltam contra nós a face irada, façamos, sim, façamos, doce amada, os nossos breves dias mais ditosos. Em seu texto, Antonio Candido refere-se ao poeta ........................, que tornou ............... como tema de sua lírica. Os espaços da frase devem ser preenchidos com: A. ( ) renascentista Luís Vaz de Camões ... Inês de Castro B. ( ) árcade Tomás Antônio Gonzaga ... Marília C. ( ) romântico Gonçalves Dias ... a natureza D. ( ) romântico Álvares de Azevedo ... a morte E. ( ) árcade Bocage ... Marília 7 Texto para as questões 33 e 34 Torno a ver-vos, ó montes; o destino Aqui me torna a pôr nestes outeiros, Onde um tempo os gibões deixei grosseiros Pelo traje da Corte, rico e fino. Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros Atrás de seu cansado desatino. Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, Aqui descanse a louca fantasia, E o que até agora se tornava em pranto Se converta em afetos de alegria. (Cláudio Manoel da Costa) Questão 33 (Enem 2008) Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção. A. ( ) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”. B. ( ) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia. C. ( ) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional. D. ( ) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole. E. ( ) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria. Questão 34 (Enem 2008) Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da Costa em que o poeta se dirige ao seu interlocutor. A. ( ) “Torno a ver-vos, ó montes; o destino” (v.1) B. ( ) “Aqui estou entre Almendro, entre Corino,” (v.5) C. ( ) “Os meus fiéis, meus doces companheiros,” (v.6) D. ( ) “Vendo correr os míseros vaqueiros” (v.7) E. ( ) “Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,” (v.11) Questão 35 (Unifesp 2007) Olha, Marília, as flautas dos pastores Que bem que soam, como estão cadentes! Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Os Zéfiros brincar por entre flores? Vê como ali beijando-se os Amores Incitam nossos ósculos ardentes! Ei-las de planta em planta as inocentes, As vagas borboletas de mil cores. Naquele arbusto o rouxinol suspira, Ora nas folgas a abelhinha para, Ora nos ares sussurrando gira: Que alegre campo! Que amanhã tão clara! Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira, Mais tristeza que a morte me causara. O soneto de Bocage é uma obra do Arcadismo português, que apresenta, dentre suas características, o bucolismo e a valorização da cultura greco- romana, que estão exemplificados, respectivamente, em: A. ( ) Tudo o que vês, se eu te não vira/Olha, Marília, as flautas dos pastores. B. ( ) Ei-las de planta em planta as inocentes/Naquele arbusto o rouxinol suspira. C. ( ) Que bem que soam, como estão cadentes!/Os Zéfiros brincar por entre flores? D. ( ) Mais tristeza que a morte me causara./Olha o Tejo a sorrir- se! Olha, não sentes. E. ( ) Que alegre campo! Que manhã tão clara!/Vê como ali, beijando- se, os Amores.
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