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Aspectos nutricionais do atendimento a gestante Profa. Me. Luciana Nunes (Professora Titular) @luciananunesnutri Assistência Pré Natal • Papel decisivo no resultado da gestação • Ausência do pré natal: mortalidade superior àquela encontrada em atendimento pré natal • Medidas profiláticas e terapêuticas. Controle de quadros patológicos que representam risco materno e fetal. Objetivo segundo Ministério da Saúde: acolher a mulher desde o início da gravidez, assegurando, no fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a garantia do bem estar materno e neonatal. Calendário de consultas A partir do diagnóstico da gravidez: •Mínimo 6 consultas - Preferencialmente: 1 (1o trimestre) 2 (2o trimestre) 3 (3o trimestre) •Nutricionista: (4 a 6 consultas) Anamnese Preferências alimentares • Dados Pessoais • Obstetra • DUM e DPP • Altura • Peso pré e atual • Gestações prévias • Ocupação (esforço físico/carga horária/exposição a agentes quiímicos e biológicos) • Situação conjuga; • Planejamento da gestação • Aceitação • Histórico familiar • Álcool/fumo/drogas • Picamalácia • Sintomas • Funcionamento intestinal e urinário • Consumo de água • Medicamentos em uso • Atividade física • Preferências alimentares • Rotina/horários Consultas subsequentes • Revisão do prontuário • Avaliação do ganho de peso desde a última consulta • Avaliação dietética detalhada: porções/qualidade/horários • Investigação da sintomatologia • Investigação de intercorrências gestacionais • Acompanhamento dos exames e evolução intra uterina • Ajuste da orientação nutricional, conforme o ganho de peso • Incentivo ao aleitamento materno • Esclarecimento de dúvidas Avaliação do estado nutricional Objetivo: Identificar gestantes com desvio ponderal no início da gestação; Detectar as gestantes com ganho de peso insuficiente ou excessivo para a idade gestacional em razão do estado nutricional prévio; fornecer base para elaboração de condutas adequadas, visando melhorar o estado nutricional materno. Por que avaliar cuidadosamente o estado nutricional da gestante? Desnutrição materna 🡺Risco infantil: Obesidade Hipertensão Hiperinsulinemia Baixa imunidade VICKERS, M.H., BREIER, B.H., McCARTHY, D., GLUCKMAN P.D. Sedentary behaviour during postnatal life is determined by the prenatal environment and exacerbated by postnatal hypercaloric nutrition. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol, 285(1):271-273, 2003. Ramachandran, P. Maternal nutrition--effect on fetal growth and outcome of pregnancy. Nutr. Rev., 2002, 60(5 Pt 2), S26-34. Evidências fortes: Ganho de peso excessivo Sindromes Hipertensivas na Gestação – SHG Obesidade aumeta o risco de DMG G an ho d e pe so m at er no e xc es si vo a um en ta c ha nc es de d es m am e AvaliaçãoNutricional • 1º Passo: Peso pré gestacional - Gestantes adultas – calcular o IMC pré gestacional, consultar os pontos de corte e a classificação apresentada no quadro Excluir essa tabela e talvez colocar a de classif do IMC • 1º Passo: Peso pré gestacional - Gestantes adolescentes – calcular o IMC pré gestacional, consultar os pontos de corte e a classificação apresentada no quadro • 1º Passo: Peso pré gestacional - O ideal é que na primeira consulta seja calculado o IMC pré gestacional, correspondente até no máximo 2 meses antes da concepção, ou, com o peso medido da 14ª semana gestacional. - Caso não seja possível, iniciar a avaliação da gestante com os dados da primeira consulta pré-natal, mesmo que ocorra após a 14ª semana gestacional. Cálculo da Idade Gestacional Os métodos para esta estimativa dependem da data da última menstruação (DUM). I. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e certa: É o método de escolha para se calcular a IG em mulheres com ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais: Uso do calendário: some o nº de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por 7 (resultado em semanas); Uso de disco (gestograma): coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao 1º dia e mês do último ciclo menstrual e observe o número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual. Exemplo: •Data do 1o dia da última menstruação 10 de janeiro •Data da consulta: 29 de fevereiro 51 dias ÷ 7 = 7 (resta 2) (7 semanas e 2 dias) Como saber a idade gestacional em meses Segundo o Ministério da Saúde (2014) para saber a idade gestacional, convertendo as semanas em meses, deve-se observar: 1 mês - até as 4 semanas e meia de gestação 2 meses - 4 semanas e meia a 9 semanas 3 meses - 10 a 13 semanas e meia de gestação 4 meses - 13 semanas e meia de gestação a 18 semanas 5 meses - 19 a 22 semanas e meia de gestação 6 meses - 23 a 27 semanas de gestação 7 meses - 28 a 31 semanas e meia de gestação 8 meses - 32 a 36 semanas de gestação 9 meses - 37 a 42 semanas de gestação II. Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que ela ocorreu: Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considere como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceda, então, à utilização de um dos métodos descritos . III. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos: Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a IG e a data provável do parto serão, inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente pela medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal, além da informação sobre a data de início dos movimentos fetais, que habitualmente ocorrem entre 18 e 20 semanas. Pode-se utilizar a altura uterina e o toque vaginal. Cálculo da Idade Gestacional Cálculo de ganho de peso gestacional • 1o Trimestre - Valor agrupado para todo o período. • 2o e 3o Trimestre - Previsto em valores de ganho semanal Portanto já na primeira consulta, se esta ocorrer ainda no primeiro trimestre, deve-se calcular a velocidade de ganho de peso recomendada até a 13ª semana gestacional. A partir do segundo trimestre gestacional, deve-se calcular o ganho semanal recomendado para o segundo e terceiro trimestre (até a 40ª semana), ajustando, caso necessário, o ganho semanal para que o ganho de peso total não ultrapasse as faixas de ganho recomendadas, conforme cada categoria de IMC. Ganho de peso recomendado - 2012 (Fonte: Caderno Atenção Básica Pré-natal Baixo Risco, 2012) OBSERVAÇÕES •Gestantes baixa estatura: ganho de peso mínimo para cada categoria do IMC. Considerar adulta de baixa estatura, quando a estatura for < 1,5m. •Avaliar cuidadosamente o ganho de peso: >0.5kg/semana ou 3kg/mês. Após a 20ª semana, é sugestivo de edema. •Gestante que já tenha atingido o ganho de peso total recomendado e se encontra no 2º trimestre: programar o ganho de peso mínimo ou modesto até a 40ª semana. 2º Passo: Peso pré gestacional desconhecido Calcular o IMC gestacional e realizar o diagnóstico nutricional utilizando o Quadro a seguir • A avaliação antropométrica nas consultas subsequentes pode ser realizada com base em dois instrumentos: 1. Ganho de peso recomendado (kg) na gestação, segundo o estado nutricional inicial (quadro 1) 2. Evolução do IMC segundo idade gestacional, com atenção ao traçado da curva (fig.1) Estado Bioquímico da Gestante ✔ Aumento volume sanguíneo é fisiológico, diminuindo alguns elementos no sangue; ✔ Concentrações diminuem por hemodiluição sangue e plasma – aumentam necessidades; ✔ Alguns elementos podem estar em quantidades totais circulantes aumentadas; Gestação: ↑ TGL e CT Exames - médico/nutricionista Monitorar e planejar orientação! (Vitolo, 2008; Vasconcelos, 2011) Parâmetros Valores normais para gestantes Albumina 2,5-4,5 g/dl Cálcio total 8,1-9,5mg/dlColesterol 180-280mg/dl Creatinina <1,0mg/dl Ferritina 5-150ng/dl Ferro 90μg/dl Hematócrito 33-44% Hemoglobina 10,5-14g/dl Insulina 8-30μU/ml Triglicerídeos <260mg/dl TSH 4-5μU/dl Glicemia em jejum <92mg/dl Dal Bosco, 2010 Vitamina D •DEFICIENCIA MENOR QUE 20,0 ng/mL • INSUFICIENCIA: 20,0 A 29,9 ng/mL • SUFICIENCIA : 30,0 – 60,0 ng/mL Vitamina B 12 VALOR DE REFERENCIA: •MULHER: 111,0 A 522,0 pg/mL Zinco •VALOR DE REFERENCIA: 70,0 A 120,0 MCG/DL Selênio •VALOR DE REFERENCIA: 46,0 A 143,0 MICROG/L Avaliação do Edema Objetivo: detectar precocemente a ocorrência de edema patológico. Detecção de edema: Nos membros inferiores: Posicionar a gestante em decúbito dorsal ou sentada, sem meias; Pressionar a pele na altura do tornozelo (região perimaleolar) e na perna, no nível do seu terço médio, face anterior (região pré-tibial). Na região sacra – médico e enfermeiro Posicionar a gestante em decúbito lateral ou sentada; Pressionar a pele, por alguns segundos, com o dedo polegar. O edema fica evidenciado mediante presença de depressão duradoura no local pressionado. (Fonte: Caderno Atenção Básica Pré-natal Baixo Risco, 2012) ✔ Estimativa de peso seco a partir do edema retido: Edema Retenção + Tornozelo 1kg ++ Joelho 3-4kg +++ Raiz da coxa 5-6kg ++++ Anasarca (edema generalizado) 10-12kg A retenção hídrica é comum na gestação e mais frequente no último trimestre devido à retenção de sódio e à diminuição dos níveis de osmolaridade, da pressão oncótica, da concentração hemoglobina e albumina, aumento débito cardíaco e fluxo plasmático renal – levando ao edema. (Vasconcelos, 2011) VALORES MULHER ADULTA GESTANTE Hemoglobina > 12 g/dl >10,5 g/dl Hematócrito > 36 % > 33 % Glicemia < 100 mg/dl <85 mg/dl Cortisol (plasma) 5 a 25 μg/dl 15 a 35 μg/dl T4 5 a 12 μg/dl 10 a 17 μg/dl T3 70 a 190 μg/dl 100 a 220 μg/dl Cálcio total 9 a 10,5 mg/dl 8,1 a 9,5mg/dl Insulina jejum 6 a 26 μU/dl 8 a 30 μU/dl Ferritina 15 a 200 ng/dl 5 a 150 ng/dl Ferro 135 μg/dl 90 μg/dl Creatinina <1,5 mg/dl <1,0 mg/dl Avaliação Bioquímica (Vitolo, 2015) VALORES MULHER ADULTA GESTANTE Capacidade de ligação férrica 250 a 460 μg/dl 300 a 600 μg/dl Nitrogênio ureico sanguíneo 10 a 20 mg/dl 5 a 12 mg/dl Sódio 136 a 145 mEq/dl 130 a 140 mEq/dl Proteínas urinárias < 150 mg/24h <250 a 300mg/24h Colesterol 120 a 180 mg/dl 180 a 280 mg/dl Triglicerídeo <160 mg/dl <260 mg/dl Fosfatase alcalina 30 a 95 U/L 60 a 200 UL IgG 800 a 1500 mg/dl 700 a 1400 mg/dl Proteína plasmática (total) 5,5 a 8,0 g/dl 4,5 a 7,0 g/dl Albumina 3.5 a 5,5 g/dl 2,5 a 4,5 g/dl Avaliação Bioquímica Outros: - Retinol sérico: <20 μg/dl ou 0,7 μmo/l (deficiência subclínica de Vit A) -Zinco eritrocitário: valores de ref. 440 a 860 μg/dl -Vitamina D sérica: valor de ref. 30 a 100 ng/ml Necessidades Energéticas RECOMENDAÇÕES DE ADICIONAL ENERGÉTICO PARA GANHO PONDERAL DE 12,5Kg: • 1º passo: - Avaliação do estado nutricional pré-gestacional ou inicial, segundo cálculo do IMC; - Calcular o ganho de peso gestacional até a data da consulta; - Determinar o ganho de peso gestacional recomendado até 40ª sem IMC = P(Kg)/ A2 (m) PA – P Pré Gestacional ganho de peso recomendado X No semanas que faltam até o término da gestação ⚫ 2º passo Calcular o VET 🡺Gasto Energético (GE), a partir da Taxa Metabólica Basal (TMB), segundo a idade materna VET= GE (TMB x NAF) + adicional energético de gestação Idade gestante (anos) TMB (kcal/dia) 10 a 18 13,384 P(Kg) + 692,06 18 a 30 14,818 P(Kg) + 486,6 30 a 60 8,126 P(Kg) + 845,6 (FAO/WHO/UNU, 2004). Categoria - Estilo de vida NAF Sedentário ou leve 1,40 - 1,69 (1,53) Ativo ou moderadamente ativo 1,70 - 1,99 (1,76) Vigoroso ou moderadamente vigoroso 2,00 - 2,40 (2,25) PD = Peso desejável (IMC aceitáveis de 18,5 a 24,9)=> 21,7 (média) IMC= peso(kg)/estatura2(m) 🢥 P(kg)= I MC x E2 (m) PT = Peso Teórico (IMC aceitáveis de 18,5 a 24,9)= 20,8 Cálculo da TMB para gestantes com IMC Normal: peso desejável/aceitável ou pré-gestacional; Cálculo da TMB para gestantes com IMC de baixo peso: peso desejável/aceitável na tentativa de normalizar o estado nutricional materno; Cálculo da TMB para gestantes com IMC de sobrepeso ou obesidade: peso pré-gestacional, afim de que a gestante não perca peso no período gestacional, nas consultas subsequentes, ajustes no cálculo do VET podem ser necessários para que o ganho de peso recomendado seja obtido; (FAO/WHO/UNU, 2004). •3º passo VET= GE (TMB x FA)+ adicional energético de gestação Distribuição energética do adicional energético (FAO/WHO/UNU, 2004 e RDA) . ATIVIDADE PROPOSTA Gestante LS, 33 anos, executiva, IG:19sem PPG= 67kg, Peso atual= 72kg, Altura: 1,68m 1º passo: IMC pré: 23,7 kg/m2 >> ganho adequado estaria entre 11,5 - 16kg Ganho de peso até a 19a sem: 5kg Ganho estimado até o final da gestação: Tabela –ganho/semanal x semanas que faltam para término gestação 0,4kg/semana X 21 sem = 8,4kg (+ 5kg até agora) = ganho de peso estimado 13,4 kg 2º passo: VET= GE (TMB X NAF) + adicional energético TMB (30 a 60 anos) = (8,126 X 72) + 845,6 = 1431 Kcal GE= 1431 x FA (1,53 – leve) = 2189Kcal 3º passo: VET= GE (2054) + adicional energético 2º tri VET= GE (2054) + 300 (RDA) ou + 285 (OMS) VET = 2489Kcal ou 2474Kcal Necessidades Energéticas **Idade = anos; peso = kg; altura = m. (IOM, 2005). Requerimento energético estimado (EER) Necessidades Energéticas Necessidades Energéticas Grau de atividade física Especificação Fator atividade física (FA) Sedentária Trabalhos domésticos, caminhadas curtas e sentado por várias horas 1,0 Pouco ativa Caminhadas (6,4 km/h) + atividades de sedentária 1,12 Ativa Ginastica aeróbica, corrida, natação + atividades de sedentária 1,27 Muito ativa Ciclismo intensidade moderada, corrida, pular corda + atividades de sedentária 1,45 IOM. 2005. Observações -Gestantes que necessitam de repouso absoluto no terceiro trimestre ou estão internadas em hospitais devem receber VET semelhante ao seu metabolismo basal (calculado com peso real). -Gestantes c/ BP: como usa-se o peso ideal, em alguns casos, o VET pode ficar muito alto, não atingível através da ingestão alimentar, assim, pode ser que o adicional seja dispensável. (Deve-se averiguar cada caso). -Gestantes eutróficas: se a curva apresentar-se muito ascendente ou descendente, sugere-se usar peso ideal ou peso da última consulta. -Gestantes c/ SP-Obesas: o adicional pode não ser necessário. Dieta materna na gestação e dieta na infância ricas em antioxidantes e ômega-3 podem proteger as crianças de doenças alérgicas. Distribuição de Nutrientes (IOM, 2004, 2005 e 2009; WHO/FAO, 2003) Principais fatores de risco na gestação ✔ Ganho de peso inadequado ✔ Extremos de idade ✔ Peso pré-gestacional e estatura ✔ Intervalo interpartal ✔ Álcool ✔ Drogas ilícitas ✔ Tabagismo (Vasconcelos, 2011) Fator risco: Idade materna Gestante com < 19 anos - adolescência ✔Riscos associados: prematuridade, baixo peso ao nascimento, anemia, HAS, complicações do parto. ✔Adolescentes <15 anos e idade ginecológica inferior a 2 anos apresentam prognóstico desfavorável independente dos fatores de risco associados- imaturidade biológica. (Vitolo, 2005) Gestantes com mais de 35 anos ✔Associadas com maiores riscos de complicações (>35 anos): Aborto espontâneo (1º trim), Hipertensão crônica, DMG. Gestações acima de 40 anos: ✔Risco de anomalias genéticas (Down). Fatores que interferem na gestação Álcool •Síndrome alcoólica fetal (SAF) ocasiona no feto: •retardo do crescimento pré ou pós-natal •prejuízo no sistema nervoso central •distúrbios neurodesenvolvimentais •defeitos congênitos (olho, nariz, coração) Situações da exposição fetal ao álcool: •Aborto espontâneo •Natimortos •Baixo peso ao nascer •Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor •Distúrbios de comportamento Tabagismo (Vitolo, 2005)Fatores que interferem na gestação Maconha •Estudos ainda são recentes, escassos e controversos. Relatos de: baixo peso ao nascer; parto prematuro; alterações morfológicas •Outros sintomas: - Alterações do regime sono-vigília; aumento da atividade motora; tremores - Alteração no desenvolvimento neuropsicomotor Cocaína •Baixo peso ao nascer; ruptura da placenta; parto prematuro Outras alterações: •Anomalias intestinais, macrocefalia, anormalidades do SNC, malformações •A ⇓ do fluxo sanguíneo materno-fetal é a causa principal dessas alterações •No período neonatal: prejuízos motores, dificuldade para amamentação e aumento dos tremores. Gestação Múltipla Gestação Gemelar ❖ As gestações gemelares representam cerca de 1 a 3% de todas as gestações e aumentam a cada ano, graças aos avanços da medicina reprodutiva. ❖ Se comparada com a gestação única, a preocupação com a gestação gemelar está no maior índice de complicações, como: abortamento, prematuridade, desenvolvimento de pré eclâmpsia, diabetes gestacional e crescimento fetal restrito. ❖ As perdas perinatais são significantemente maiores nas gestações gemelares em relação às de feto único Riscos Gemelaridade ❖ Crescimento intrauterino restrito - RCIU ❖ Anomalias congênitas ❖ Doença Hipertensiva induzida pela gestação ❖ Anormalidades placentárias ❖ Deslocamento prematuro de placenta – DPP ❖ Nascimento prematuro Necessidades Nutricionais Necessidades nutricionais ► Rimon et al, 2002: ► Roselló-Soberón et al, 2005: Acréscimo de 150Kcal/dia sobre as 300kcal diárias recomendadas na gestação única (MS, 2005), totalizando o acréscimo de 450kcal/dia. Nutrientes Recomendações Acréscimo calórico 36kcal x kg + 500 a 600kcal por bebê Proteínas (%) 20% ou 1g/kg + 16g/dia (1°sem) ou 1g/kg + 12g/dia (a partir do 2°sem) Carboidratos (%) 40% Lipídios (%) 40% OBS: atenção a avaliação individualizada que atenderá melhor cada paciente. Gestação na Adolescência ✔ Dados SUS (2006-2007): adolescentes brasileiras entre 10 e 19 anos – 25% das 5 milhões de internações por gravidez, parto e puerpério (sendo 63 mil ocorridas no grupo de 10 a 14 anos). ✔ MS (2012) – Entre 2000-2010: redução de partos em mulheres com <20 anos (23,9% - 19,3%). ✔ Grupo vulnerável e risco: período de mudanças biológicas, alterações sociais e psicológicas. Fatores que influenciam o resultado obstétrico entre gestantes adolescentes: ✔Idade materna, ✔Condições socioeconômicas, ✔Estado nutricional, ✔Consumo alimentar, ✔Outros fatores, como: hábitos sociais, uso de cigarro, álcool e drogas, DSTs. Aspectos biológicos e psicossociais: ✔Crescimento de ossos não longos, estatura, acúmulo de massa óssea adulta. ✔Estirão crescimento entre 10 e 14 anos. ✔Idade ginecológica: entre a menarca e a gestação. ✔Idade materna e idade ginecológica são conceitos usados para determinar o grau de maturidade física (McGanity et al, 1999: >5 anos) ✔Nível sócio-econômico, escolaridade, pré-natal, situação familiar... ✔Comportamento alimentar: fatores culturais, psicológicos e econômicos. Pré-Natal: Gestação na Adolescência Aspectos a serem considerados: ✔Estado nutricional pré-gestacional; ✔Ganho de peso gestacional; ✔Sinais clínicos de má nutrição; ✔ índices hematológicos; ✔ atividade física; ✔ Uso de medicamentos; ✔ presença de doenças crônicas ou infecções; ✔ avaliação dietética com ênfase: PTN - Vit C – Fibras – Fe – Ca – Lip e calorias vazias. • Cálculo do IMC – pré gestacional e em todas as consultas com aferição da altura • Classificação IMC para idade materna (MS, 2008) para determinar metas de ganho de peso • Durante a gestação > classificação e avaliação pelos padrões de IMC para idade • Curva IMC x IG - apenas quando não for possível calcular PPG Percentil Escore z Classificação <3 <-2 Baixo Peso ≥3 <85 ≥ - 2 < +1 Eutrofia ≥85 <97 ≥ +1 < +2 Sobrepeso ≥97 ≥ +2 Pré-obeso Necessidades energéticas para adolescentes ► EER (9-18anos, dados com PG adequado) EER= 135,3 - (30,8 x Idade) + PA x (10xP[kg] + 934xA[m]) + 25kcal PA: coef de AF, sendo: 1,0 – sedentária, 1,16 – pouco ativa, 1,31 – ativa e 1,56 – muito ativa. ► TEE (9-18anos, dados com PG em excesso) TEE= 389 - (41,2 x Idade) + PA x (15xP[kg] + 701,6xA[m]) PA: coef de AF, sendo: 1,0 – sedentária, 1,18 – pouco ativa, 1,35 – ativa e 1,6 – muito ativa. EER ou TEE para Gestantes= EER + (8kcal x IG) + 180kcal 1°tri: EER + 0 + 0 (não há acréscimo) 2° e 3°tri: EER + (8kcal x IG) + 180kcal. (Vitolo, 2015.) PTN gestante adolescente 🡺 ANVISA (2005) Para gestantes todas idades: 71g/dia 🡺 FAO (2007) 15 a 19 anos: 1,5g/kg peso gestacional 🡺 ADA (1989) ≤ 15 anos – 1,7g/kg/peso ideal > 15 anos – 1,5 g/kg/peso ideal Conduta Nutricional ❖ Importância do ganho de peso; ❖ Alimentação equilibrada; ❖ Alimentos ricos em micronutrientes (cálcio, vit C, ferro, fibras, etc) ❖ Uso de alimentos fortificados; ❖ Desencorajar fast foods e consumo de “calorias vazias”; ❖ Eventualmente prever o consumo de lanches rápidos; ❖ Monitorar consumo de diet e light (edulcorantes); ❖ Suplementação medicamentosa quando necessário; ❖ Assistência multiprofissional – acolhimento. Referências Bibliográficas • ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, EMA. Nutrição em Obstetrícia e Pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2009 • Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012. 318 p. Cadernos de Atenção Básica, nO 32. • DUARTE, A.C.G. Avaliação Nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo: Atheneu, 2007. • VITOLO, M.R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio,2015. • MAHAN, L.K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia (tradução) Rio de Janeiro: Elservier, 2012. • VASCONCELOS, M.J.; BARBOSA, J.M.; PINTO, I.C.; LIMA, T.M.; ARAUJO, A.F. Nutrição Clínica – Obstetrícia e Pediatria (IMIP – Insituto de Medicina Integral. Prof. Fernando Figueira). MedBook, 2011
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