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Surdez - contexto educacional no brasil

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Surdez: contexto educacional no brasil 
 
Antigamente, como base nos princípios da teoria comportamentalista, a 
introdução de uma nova língua era considerada um processo mecânico de 
formação de hábitos. Nesse rito o professor controlava e ditava o comportamento 
linguístico dos alunos. Ficou evidente que nessa época o objetivo do professor 
não era o ensino visando à adequação morfossintática, e sim, em situações 
especificas, colocar o aluno em atividades. 
Segundo Jacobs (1996), conhecer as letra do alfabeto da língua 
portuguesa para os surdos é a tarefa mais difícil, visto que requer um novo 
conjunto de padrões de discriminação visual. 
Aprovada pelo Conselho Nacional de Educação do Brasil, a resolução 
n. 02/2001 instituiu as diretrizes nacionais para educação especial na 
educação básica, ressaltando que professores-intérpretes são 
profissionais especializados para apoiar alunos surdos, surdos-cegos 
e outros que apresentem comprometimentos de comunicação e 
sinalização. (Brasil, 2001, p. 50). 
 
 
Em 2005 foi determinado pelo Decreto Federal n. 5626 a inclusão 
obrigatória da disciplina de língua brasileira de sinais nos cursos de formação de 
professores e de fonoaudiologia. Nesse sentido, A lei federal n. 10.098, 
estabelece normais gerais e critérios para a promoção da acessibilidade, prevê 
a formação e atuação do profissional Intérprete de Língua Portuguesa – língua 
brasileira de sinais afim de possibilitar o acesso das pessoas surdas à 
informação. 
 
[...] é fato que a educação cumpre finalidades determinadas pela 
sociedade, não é menos verdade que os projetos, os discursos, as 
teorias pedagógicas se materializam no cotidiano da escola; é nesse 
âmbito que a intercessão de subjetividades e práticas cadencia ritmos, 
ritualiza comportamentos, intercambia experiências, configura formas 
de agir, pensar, sentir e possibilita a identidade/ diferenciação da 
escola no conjunto das instituições sociais (SOUZA, 1998, p. 19). 
 
 
Segundo a psicóloga Regina Maria de Souza, em entrevista concedida à 
folha dirigida, são Paulo, 2007, "não é a existência de uma disciplina chamada 
libras, ou a língua, que faz um grupo se integrar, mas soluções políticas, tais 
como: uma melhor distribuição de renda; valorização da carreira do professor; 
escolas preparadas para assumirem uma política de educação bilíngue; 
condições de acessibilidade e de respeito às diferenças sociolinguísticas que 
marcam o nosso país". 
O MEC – Ministério da Educação e Cultura orienta que alunos surdos 
sejam matriculados em escola comum, embora o Decreto 5.626 de 2005 
encaminhe os surdos para uma educação bilingue. 
 
Colaborador – intérprete 
 
Com a profissão reconhecida no Código Brasileiro de Ocupações (CBO) 
e regulamentada pela Lei 12319/2010, esse profissional é responsável por 
intermediar a comunicação entre surdos e ouvintes, como também interpretar 
todas as atividades didático – pedagógicas e culturais do ambiente educacional. 
 
O gênero implica em uma prática enunciativa – produção e recepção 
de enunciados determinadas por uma esfera da comunicação 
discursiva através da qual a individualidade do locutor se constitui no 
contato com outros sujeitos. A adaptação do projeto discursivo do 
locutor é uma necessidade, porque o gênero coloca o enunciado na 
relação com os usos anteriores do mesmo gênero por outros locutores 
(GRILLO, 2012, p. 240). 
 
 
A motivação é motor fundamental para o sucesso no aprendizado de uma 
língua, motivados, os alunos podem, em um curto espaço de tempo, ampliar o 
conhecimento da língua e a interação com a comunidade surda. 
O professor comum e o intérprete não se confundem, visto que este último 
tem função colaborativa com o trabalho do professor regente em sala de aula. 
Existe uma corrente que defende que a tarefa do intérprete é técnica, 
tendo similaridade com uma máquina de traduzir, existiria aí nesse caso a 
transposição de uma língua para outra. Segundo (Lacerda, 2012), essa 
concepção é demasiadamente simplista. 
 
Ao contrário do que se afirma frequentemente, a posição de um 
intérprete, longe de ser neutra, é a de um interlocutor, que, na situação 
discursiva, precisa fazer escolhas, eleger sentidos, para deles se 
apropriar e fazê-los chegar ao seu destinatário. Faz escolhas não para 
colocar suas impressões, mas suas impressões são fundamentais nas 
escolhas de sentido que faz para verter de uma língua a outra com a 
maior fidedignidade possível. O intérprete não é alguém passivo, um 
instrumento que verte de uma língua a outra, automaticamente, 
palavras. É um interlocutor ativo, que, buscando compreender os 
sentidos pretendidos pelo locutor, justamente por ter uma escuta 
plural, elege aqueles mais pertinentes e os verte para a língua-alvo 
(LACERDA, 2010, p.147).

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