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Livro Texto - Unidade I fisiopatologia e anatomia patologica

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Autores: Prof. Flávio Buratti Gonçalves
 Profa. Sandra Heloisa Nunes Messias
Colaboradora: Laura Cristina da Cruz Dominciano
Fisiopatologia e 
Anatomia Patológica
Professores conteudistas: Flávio Buratti Gonçalves / 
Sandra Heloisa Nunes Messias
Flávio Buratti Gonçalves
Biomédico graduado pela Universidade de Mogi das Cruzes (1996), especialista em diagnóstico laboratorial de 
doenças tropicais pela FMUSP, especialista em acupuntura tradicional chinesa, mestre em Saúde Pública pela Faculdade 
de Saúde Pública da USP (2000) e doutor em Patologia Ambiental e Experimental pela Universidade Paulista – UNIP 
(2017). Possui habilitações nas áreas de análises clínicas, microbiologia, imunologia, parasitologia, saúde pública e 
acupuntura. Atualmente é coordenador do curso de Biomedicina na modalidade semipresencial e docente da UNIP, 
nas áreas de microbiologia, imunologia, parasitologia e bioquímica.
Suas linhas de pesquisa são patologia ambiental e experimental (neuroimunopatologia), microbiologia e 
imunologia. É um membro do Banco de Avaliadores (BASis) do Inep.
Sandra Heloisa Nunes Messias
Biomédica graduada pela Escola Paulista de Medicina, mestre em Farmacologia pela Universidade Federal de 
São Paulo e doutora em Patologia Ambiental e Experimental da Universidade Paulista (UNIP), professora titular de Farmacologia 
e, atualmente, é coordenadora geral do curso de Biomedicina da UNIP, sendo também professora de cursos da área 
de saúde da UNIP.
A linha de pesquisa em que atua prende-se aos aspectos da neuroimunomodulação e toxicologia. É conselheira 
honorária do CFBM-CRBM, membro do comitê de ética de pesquisa em animais da UNIP e do Banco de avaliadores 
(BASis) do Inep. Faz parte do corpo editorial da Journal of the Health Sciences Institute (Revista do Instituto de Ciências 
da Saúde) (UNIP) e é delegada do Conselho Regional de Biomedicina (CRBM-1) na região de Descalvado – São Carlos.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
G635f Gonçalves, Flávio Buratti.
Fisiopatologia e Anatomia Patológica / Flávio Buratti Gonçalves, 
Sandra Heloisa Nunes Messias. São Paulo: Editora Sol, 2020.
260 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Processo inflamatório. 2. Patologia. 3. Neoplasia. I. Messias, 
Sandra Heloisa Nunes. II. Título. 
CDU 616-092
U505.75 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Kleber Nascimento
 Lucas Ricardi
Sumário
Fisiopatologia e Anatomia Patológica
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PATOLOGIA GERAL............................................................................. 11
1.1 Homeostase e saúde ........................................................................................................................... 11
1.2 Histórias da patologia ........................................................................................................................ 12
1.3 Patologia e fisiopatologia: conceitos ........................................................................................... 14
1.4 Agentes causadores de doença: estresse e estímulos nocivos .......................................... 15
1.4.1 Agentes biológicos ................................................................................................................................. 17
1.4.2 Agentes físicos ......................................................................................................................................... 18
1.4.3 Agentes químicos ................................................................................................................................... 22
1.4.4 Herança genética .................................................................................................................................... 23
1.4.5 Lesões por desequilíbrios nutricionais ........................................................................................... 23
2 DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO, PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR ..................... 24
2.1 Adaptações celulares .......................................................................................................................... 25
3 LESÃO E MORTE CELULAR............................................................................................................................ 37
3.1 Agressão ................................................................................................................................................... 37
3.2 Defesa ....................................................................................................................................................... 37
3.3 Adaptação ............................................................................................................................................... 38
3.4 Lesão celular ........................................................................................................................................... 38
3.4.1 Classificação e mecanismos das lesões celulares ...................................................................... 38
3.5 Degenerações ......................................................................................................................................... 42
3.6 Morte celular .......................................................................................................................................... 51
3.6.1 Apoptose (morte celular programada) ........................................................................................... 51
3.6.2 Necrose ....................................................................................................................................................... 53
3.7 Evolução e regeneração ..................................................................................................................... 59
3.8 Necrose versus apoptose ................................................................................................................... 60
3.9 Pigmentações patológicas ................................................................................................................ 61
3.9.1 Pigmentações endógenas .................................................................................................................... 62
3.9.2 Pigmentos exógenos ............................................................................................................................. 64
4 PROCESSO INFLAMATÓRIO E REPARAÇÃO TECIDUAL ...................................................................... 66
4.1 Inflamação: aspectos gerais............................................................................................................. 66
4.2 Inflamação aguda ................................................................................................................................ 69
4.2.1 Quimiotaxia ............................................................................................................................................... 71
4.2.2 Ativação de leucócitos e fagocitose ............................................................................................... 71
4.2.3 Células envolvidas no processo inflamatório .............................................................................. 73
4.2.4 O processo inflamatório ....................................................................................................................... 78
4.3 Inflamação crônica .............................................................................................................................. 81
4.3.1 Inflamação crônica inespecífica e inflamação granulomatosa ........................................... 81
4.4 Mecanismos de reparação e regeneração tecidual ................................................................ 82
4.4.1 Cicatrização ............................................................................................................................................... 84
4.4.2 Cicatrização por primeira ou segunda intenção ........................................................................ 86
4.4.3 Cicatrização hipertrófica e queloide ............................................................................................... 88
4.4.4 Fatores que afetam a cura das feridas ........................................................................................... 88
Unidade II
5 INTRODUÇÃO À PATOLOGIA ESPECIAL ................................................................................................... 95
5.1 Distúrbios circulatórios ...................................................................................................................... 95
5.1.1 Edema .......................................................................................................................................................... 95
5.1.2 Hiperemia e congestão ......................................................................................................................... 99
5.1.3 Trombose ..................................................................................................................................................101
5.1.4 Embolia .....................................................................................................................................................107
5.1.5 Hemorragia ...............................................................................................................................................111
5.1.6 Hipertensão .............................................................................................................................................113
5.1.7 Infarto ........................................................................................................................................................113
5.1.8 Insuficiência cardíaca .......................................................................................................................... 115
5.1.9 Endocardite, miocardite e pericardite .......................................................................................... 116
5.1.10 Choque circulatório ........................................................................................................................... 119
5.1.11 Doença arterial coronariana e doença arterial oclusiva .................................................... 123
5.2 Distúrbios da função respiratória ................................................................................................124
5.2.1 Asbestose ................................................................................................................................................. 124
5.2.2 Asma ......................................................................................................................................................... 125
5.2.3 Bronquite aguda e crônica .............................................................................................................. 127
5.2.4 Derrame pleural .................................................................................................................................... 128
5.2.5 Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) .......................................................................... 129
5.2.6 Enfisema .................................................................................................................................................. 130
5.2.7 Fibrose cística ........................................................................................................................................ 132
5.2.8 Insuficiência respiratória aguda (IRA) ......................................................................................... 133
5.2.9 Pleurisia e pneumotórax ................................................................................................................... 133
5.2.10 Pneumonias ......................................................................................................................................... 136
5.3 Distúrbios do sistema renal: urinário .........................................................................................138
5.3.1 Cálculos renais ...................................................................................................................................... 139
5.3.2 Glomerulonefrite ................................................................................................................................. 140
5.3.3 Insuficiência renal aguda (IRA) e insuficiência renal crônica (IRC) ................................. 140
5.3.4 Pielonefrite ............................................................................................................................................. 142
5.3.5 Síndrome nefrótica ............................................................................................................................. 143
5.3.6 Infecção do trato urinário (ITU) ..................................................................................................... 143
5.3.7 Distúrbios de desequilíbrios hídrico e eletrolítico .................................................................. 144
5.4 Distúrbios do sistema digestório ..................................................................................................147
5.4.1 Distúrbios do esôfago ........................................................................................................................ 148
5.4.2 Distúrbios do estômago .................................................................................................................... 152
5.4.3 Patologias do intestino delgado e do cólon ............................................................................. 155
5.4.4 Patologias do fígado, vias biliares e pâncreas .......................................................................... 157
5.5 Distúrbios do sistema endócrino .................................................................................................168
5.5.1 Patologias da hipófise, tireoide e paratireoide ........................................................................ 168
5.5.2 Patologias do pâncreas endócrino .................................................................................................171
5.5.3 Patologias das glândulas suprarrenais ........................................................................................ 172
5.6 Distúrbios do sistema nervoso ......................................................................................................1725.6.1 Doenças neurodegenerativas .......................................................................................................... 175
5.6.2 Encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET) ............................................................... 178
5.6.3 Acidente vascular cerebral (AVC) ................................................................................................... 179
5.6.4 Transtornos mentais ........................................................................................................................... 180
5.6.5 Transtornos ansiosos, somatoformes e dissociativos .............................................................181
6 IMUNOPATOLOGIA: HIPERSENSIBILIDADE ..........................................................................................184
6.1 Reações de hipersensibilidade ......................................................................................................184
Unidade III
7 NEOPLASIAS: ASPECTOS GERAIS E EPIDEMIOLÓGICOS .................................................................198
7.1 Proliferação celular ............................................................................................................................200
7.2 Diferenciação celular ........................................................................................................................200
7.3 Nomenclatura ......................................................................................................................................203
7.4 Neoplasias benignas ..........................................................................................................................204
7.5 Neoplasias malignas ..........................................................................................................................205
7.6 Invasão e metástase ..........................................................................................................................207
7.7 Vias de disseminação ........................................................................................................................208
7.8 Genética molecular do câncer ......................................................................................................210
7.9 Principais marcadores tumorais ...................................................................................................211
7.10 Graduação e estadiamento de cânceres .................................................................................213
7.11 Principais neoplasias .......................................................................................................................214
8 ANATOMIA PATOLÓGICA ............................................................................................................................223
8.1 Conceitos gerais ..................................................................................................................................223
8.2 Alterações anatomopatológicas: apresentação de casos ..................................................227
9
APRESENTAÇÃO
Objetivamos com este livro-texto apresentar os principais tópicos que norteiam a patologia geral, a 
patologia específica, bem como os conceitos fundamentais da anatomia patológica. Através do estudo 
dos processos patológicos básicos será possível compreender os elementos celulares e todos os processos 
fisiológicos os quais regulam as funções normais dos nossos órgãos, tecidos e sistemas a fim de manter 
a homeostase no nosso organismo. Uma vez que nos apropriarmos desses conhecimentos, será possível 
reconhecer os principais processos patológicos.
Enfatizamos, portanto, nesse sentido, os aspectos comuns a diferentes doenças no que se refere 
às suas causas, a seus mecanismos patogênicos, às lesões estruturais (microscópicas e macroscópicas) 
e às alterações da função que envolvem com base ao entendimento. Para sua melhor compreensão, 
abordamos inicialmente os processos básicos com maior ênfase aos processos de adaptações celulares 
e inflamação, bem como os mecanismos de reparação tecidual; além das pigmentações patológicas. Na 
sequência, tratamos os principais processos patológicos envolvendo os diferentes sistemas orgânicos, 
como sistemas circulatório, respiratório, renal, digestório, endócrino e nervoso, imunopatologia e 
reações de hipersensibilidade. Por fim, e não menos importante, discutimos os aspectos elementares 
que estão incluídos na gênese das neoplasias essenciais e os conceitos gerais da anatomia patológica 
com imagens exemplificando as alterações macroscópicas perceptíveis no exame anatomopatológico.
INTRODUÇÃO
Neste livro-texto estudaremos os principais processos fisiológicos e seu desequilíbrio, sendo, 
portanto, a fisiopatologia o objeto de estudo. A fisiopatologia é entendida como um processo 
fisiológico desordenado que causa, resulta ou está associada a uma doença ou lesão. Patologia é a 
disciplina médica que descreve condições normalmente observadas durante um estado de doença, 
enquanto fisiologia é a disciplina biológica que retrata processos ou mecanismos que operam dentro 
de um organismo. A patologia descreve a condição anormal ou indesejada, enquanto a fisiopatologia 
procura explicar as alterações funcionais que estão ocorrendo dentro de um indivíduo devido a uma 
doença ou estado patológico.
Este material destina-se a servir como instrumento da aprendizagem para os estudantes no estudo 
da fisiopatologia e da anatomia patológica, buscando ser atrativo e didático.
Os conteúdos selecionados buscam atender de forma objetiva, clara e concisa os conceitos mais 
relevantes da patologia geral, da patologia específica e da anatomia patológica. Com este aprendizado, 
o aluno adquirirá as habilidades e competências necessárias à formação do biomédico, estando apto 
a reconhecer as alterações do estado de saúde, reconhecerá e interpretará a evolução das doenças e 
elaborará um plano preventivo, além de propostas terapêuticas.
Bons estudos!
11
FISIOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA
Unidade I
1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PATOLOGIA GERAL
1.1 Homeostase e saúde
Para que seja possível o entendimento dos seus processos fisiopatológicos, é de fundamental 
importância que revisemos os conceitos básicos da fisiologia de forma a melhor compreender o pleno e 
normal funcionamento do organismo.
A célula normal está condicionada a manter-se em uma faixa razoavelmente estreita de função 
e estrutura por seu estado de metabolismo, diferenciação e especialização; por limitações das células 
vizinhas; e pela disponibilidade de substratos metabólicos. Porém, vale ressaltar que ela é capaz de 
sustentar as demandas fisiológicas, mantendo um estado normal chamado de homeostasia. Neste 
sentido, cada célula que constitui nosso organismo está diretamente envolvida na manutenção de um 
estado dinâmico de equilíbrio que denominamos homeostase.
Qualquer alteração ou lesão, por menor que seja eventualmente, pode comprometer o organismo 
como um todo. A manutenção da homeostase é de certa forma uma responsabilidade integrada de três 
estruturas cerebrais importantes: a medula oblonga, que corresponde à parte do tronco cerebral ligada 
à conservação das funções vitais, como respiração, circulação, entre outras; a hipófise, a qual regula a 
função de outras glândulas, estando diretamente associada ao crescimento, maturação e reprodução 
de um indivíduo; e o sistema reticular, o qual se configura como uma intrincada rede de núcleos e 
fibras provenientes de células nervosas no tronco cerebral e na medula espinal, diretamente associado 
ao controle dos reflexos vitais, como ocorre, por exemplo, na função cardiovascular por dois.
A homeostase é sustentada por mecanismos de autorregulação que também são retroestimulados, 
conhecidos como:
• Retroestimulação positiva: responsável por ampliar a alteração sistêmica, tirando o sistema da 
homeostase. Um exemplo clássico para melhor entendimento ocorre quando ocoração bombeia 
sangue com maior velocidade e mais força em uma situação de choque. Em situações de choque, 
em caso de evolução, a ação do coração pode demandar mais oxigênio do que o que normalmente 
encontra-se disponível, e isso pode acarretar uma insuficiência cardíaca.
• Retroestimulação negativa: o processo restaura a homeostase corrigindo deficiências pelo 
entendimento das alterações no organismo. Pode-se exemplificar tomando como base as alterações 
provocadas pela elevação da glicose. Nesse caso, desencadeia-se o aumento na produção de 
insulina pelo pâncreas, ocasionando uma redução dos níveis de glicose aos patamares normais e 
restaurando o equilíbrio.
12
Unidade I
Cada mecanismo de retroestimulação, independentemente se positivo ou negativo, apresenta três 
componentes básicos: um sensor responsável por detectar as mudanças na homeostase, normalmente 
expressa por alterações dos impulsos nervosos ou de níveis hormonais; um centro de controle no 
sistema nervoso central (SNC), o qual recebe sinais advindos do sensor e regula a resposta do organismo 
frente às mudanças, dando início ao mecanismo de execução, o qual é diretamente responsável por 
restabelecer a homeostase.
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, no documento Healthy People 2020 
(CENTERS FOR DISEASE…, 2019), descreve as condições de saúde como:
• Alcançar uma vida livre de doença, incapacidade, lesões e morte prematura passíveis de prevenção.
• Atingir a equidade em saúde e eliminar as disparidades.
• Promover a boa saúde para todos.
• Possuir comportamentos saudáveis por toda a vida.
O desenvolvimento de uma doença é denominado de patogênese, e a menos que ela seja identificada 
e tratada com brevidade e eficiência, a maioria delas evolui de forma sintomática bastante conhecida. 
Algumas são autolimitadas, o que determina uma evolução rápida com a necessidade de pouca ou 
nenhuma intervenção, outras podem ser crônicas e acabam por estabelecer longos períodos de eventuais 
manifestações sintomáticas, conhecidas como remissões e/ou exacerbações.
 Observação
Em 1948, o preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da 
Saúde (OMS) definiu saúde como um estado de completo bem-estar 
físico, mental e social, e não exclusivamente como a ausência de doenças 
e enfermidades.
1.2 Histórias da patologia
Entre tantos pesquisadores que contribuíram para o crescimento da patologia, destaca-se o alemão 
Rudolf Ludwig Karl Virchow (1821-1902).
13
FISIOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA
Figura 1 
As suas contribuições científicas serviram de base para a integração dos métodos experimentais 
mais avançados da época. Virchow colocou a patologia no centro da prática da medicina, o que lhe 
valeu o reconhecimento como fundador da patologia científica moderna. Em 1858, publicou a sua obra 
principal, A patologia celular, baseada em histologia, fisiologia e patologia. Nela apresentou a teoria 
celular, em clara oposição às teorias anteriores à sua, que defendiam que o nível básico de manifestação 
das doenças era o dos tecidos.
Segundo ele, as doenças são causadas pela alteração das células do corpo, que constituem as unidades 
vitais das funções biológicas e da morfologia. No seu conceito de patologia, integrou descobertas e 
métodos da histologia e da fisiologia, para isso o uso do microscópio foi primordial.
A partir dos seus achados, a atividade dos patologistas adquiriu grande relevância no campo da 
medicina, colocando em destaque o valor dos resultados das análises histológicas e citológicas para o 
diagnóstico das doenças e o desenvolvimento da atividade clínica.
Virchow ainda contribuiu na identificação das células cancerosas da leucemia e no estudo sobre 
circulação e coagulação sanguínea; cunhou o termo trombose e descreveu o fenômeno da embolia.
Em 1856, assumiu a cadeira de anatomia patológica na Universidade de Berlim. Durante a Guerra 
Franco-Prussiana, liderou o primeiro hospital móvel para atender os soldados no front. Preocupado com 
os aspetos sociais da medicina e da higiene, participou na fundação de vários hospitais e defendeu a 
necessidade de sistemas de esgotos para a eliminação das águas residuais das grandes cidades.
Em 1847, com seu colega Benno Reinhardt, criou sua própria revista médica, hoje conhecida como 
Virchow’s Archiv. Ela aceitava apenas trabalhos originais, era diferente da maioria das outras revistas 
científicas, focadas em um público especializado. Sua revista era para todos, incluindo leigos, pois 
acreditava que “’não adianta mostrar os avanços científicos apenas na forma de teses. É preciso tornar o 
14
Unidade I
conhecimento acessível. A ciência avança a passos rápidos, e a imprensa precisa se adequar a isso’. Nada 
mais atual, ouso afirmar” (GUARISCHI, 2019).
Tendo em vista uma vida dedicada à ciência, sem nunca negligenciar as causas sociais, podemos 
afirmar que Virchow foi um homem comprometido com o seu tempo.
1.3 Patologia e fisiopatologia: conceitos
O termo patologia é derivado do grego pathos, que significa doença, sofrimento e logos, que quer 
dizer estudo. A patologia estuda as causas das doenças, os mecanismos que as produzem, os locais onde 
ocorrem e as alterações moleculares, morfológicas e funcionais que elas apresentam. Também fornece 
bases para compreender fatores essenciais das enfermidades, como manifestações clínicas, diagnóstico, 
prevenção, tratamento, evolução e prognóstico.
Os quatro aspectos de um processo de doença que formam o cerne da patologia são: sua causa 
(etiologia), os mecanismos do seu desenvolvimento (patogenia), as alterações bioquímicas e estruturais 
induzidas nas células e órgãos do corpo (alterações moleculares e morfológicas) e as consequências 
funcionais dessas mudanças (manifestações clínicas). Veremos a seguir detalhadamente como ocorrem:
• Etiologia ou causa: a ideia de que as doenças eram causadas é extremamente antiga, datando 
desde 2.500 a.C. Através de relatos históricos antigos, percebe-se que se alguém adoecesse, a 
culpa era do próprio paciente (por ter pecado) ou por obra de agentes externos, como maus 
odores, frio, maus espíritos ou deuses. Posteriormente, surgem duas principais classes de fatores 
etiológicos, sendo estes os de origem genética (por exemplo, mutações herdadas e doenças 
associadas com variantes genéticas, ou polimorfismo) e adquiridos (por exemplo, por meios 
infecciosos, nutricionais, químicos ou físicos). O conceito de que um agente etiológico seja a 
causa de uma doença, desenvolvido a partir do estudo de infecções e distúrbios monogênicos, 
não é aplicável à maioria das doenças. Sabe-se que muitos dos problemas atuais em termos de 
saúde pública, os quais afetam grande parte da população, são multifatoriais e surgem dos efeitos 
de vários estímulos a um indivíduo suscetível.
• Patogenia: a patogenia refere-se à sequência de eventos na resposta das células ou tecidos ao 
agente etiológico, partindo da compreensão do estímulo inicial à forma como se apresenta no 
final da doença. Mesmo nas situações em que causa inicial de uma doença é conhecida, como 
nos casos de infecção, por exemplo, o estudo da patogenia continua a ser um dos principais 
domínios da patologia, inclusive se destacando também os eventos bioquímicos e morfológicos 
eventualmente associados. As novas tecnologias vêm apresentando possibilidades de novas 
abordagens, sobretudo em relação a aspectos terapêuticos, e por estas razões, o estudo da 
patogenia nunca foi tão desafiador e estimulante aos profissionais da área da saúde.
• Alterações moleculares e morfológicas: referem-se às alterações estruturais nas células ou 
tecidos que são características de uma doença e que favorecem o diagnóstico de um processo sobre 
aspectos etiológicos. Nesse sentido, a utilização da patologia diagnóstica revela a identificação 
dos fatores causais, ou seja, da natureza do processo e de sua progressão; para tal, a patologia 
15
FISIOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA
diagnóstica utiliza o estudo das alterações morfológicasnos tecidos e alterações químicas nos 
pacientes. Mais recentemente, as limitações da morfologia em diagnosticar doenças tornaram-se 
incrivelmente evidentes e o campo da patologia diagnóstica expandiu-se a fim de cercar as 
abordagens imunológicas e moleculares para a análise do estado da doença.
• Manifestações clínicas: as alterações e/ou anormalidades funcionais são o resultado final das 
mudanças genéticas, bioquímicas e estruturais nas células e tecidos, os quais acabam por gerar as 
manifestações clínicas (sinais e sintomas) da doença, bem como a sua progressão (curso clínico 
e consequência). De forma geral, as doenças iniciam-se com transformações moleculares ou 
estruturais nas células, um conceito formulado, primeiramente, no século XIX, por Rudolf Virchow.
Como já dito, as doenças têm causas que atuam por mecanismos variados, os quais produzem 
alterações moleculares e/ou morfológicas nos tecidos, resultando em alterações funcionais no organismo 
ou em parte dele, produzindo manifestações subjetivas (sintomas) ou objetivas (sinais). A patologia 
cuida dos aspectos de etiologia (estudo das causas), patogênese (estudo dos mecanismos), anatomia 
patológica (estudo das alterações morfológicas dos tecidos que, em conjunto, recebem o nome de 
lesões), fisiopatologia (estudo das alterações mudanças de órgãos e sistemas afetados), semiologia 
(estudo dos sinais e sintomas das doenças). Todas essas áreas objetivam de forma conjunta estabelecer 
o diagnóstico (propedêutica) a partir do qual se estabelecem o prognóstico, o tratamento e a prevenção 
da doença.
A patologia, para ser mais bem compreendida e estudada, pode ser dividida em dois grupos ou 
temáticas denominadas patologia geral e patologia especial. A patologia geral estuda os aspectos 
comuns às várias doenças em relação às suas causas, à patogênese, às lesões estruturais e alterações 
funcionais, já a patologia especial, também conhecida como sistêmica, analisa as doenças de determinado 
órgão ou sistema (por exemplo, sistema respiratório, cavidade oral), ou estuda as doenças agrupadas por 
suas causas (doenças infecciosas, doenças causadas por radiações etc.).
1.4 Agentes causadores de doença: estresse e estímulos nocivos
Os agentes responsáveis pelo aparecimento de doença são conhecidos como fatores ou agentes 
etiológicos. Entre eles, estão os biológicos (por exemplo, bactérias e vírus), os físicos (por exemplo, 
traumatismo, queimaduras, radiação), os agentes químicos (por exemplo, pesticidas e nicotina), a 
herança genética (por exemplo, síndromes cromossômicas) e os excessos ou déficits nutricionais 
(por exemplo, obesidade e avitaminose).
A maioria dos agentes etiológicos é inespecífica, e muitos agentes diferentes podem causar uma 
doença em um mesmo órgão. Por outro lado, um único agente ou trauma é capaz de desenvolver uma 
doença em diversos órgãos ou sistemas. Por exemplo, na fibrose cística, um único aminoácido produz 
uma doença generalizada. Embora um agente patológico possa afetar mais de um órgão isoladamente e 
distintos agentes patológicos possam afetar o mesmo órgão, a maioria das doenças não tem uma única 
causa. Muitas delas têm origem multifatorial, ou seja, várias causas. Podemos citar o câncer e as doenças 
cardíacas. Os diversos fatores que predispõem a uma doença são chamados de fatores de risco.
16
Unidade I
Em geral, as doenças evoluem por meio de inúmeros estágios:
• Exposição ou lesão: o tecido denominado de alvo é exposto ao agente causal ou lesado.
• Latência ou período de incubação: o indivíduo não manifesta sinais e/ou sintomas da doença.
• Período prodrômico: surgem os primeiros sinais e sintomas, no entanto, em sua maioria, são 
inespecíficos e não permitem uma clara identificação do agente causal.
• Fase aguda: normalmente apresentam-se sinais e sintomas em sua forma mais expressiva, 
podendo inclusive acarretar complicações. Pode ser denominada de forma aguda subclínica se o 
paciente continuar a se comportar como se a doença ainda não estivesse instalada.
• Remissão: uma nova e eventual fase de latência que deverá ser seguida por outra fase aguda. 
Remissões acontecem muitas vezes por falha no processo terapêutico, trazendo por vezes 
situações de maior agravamento quando comparadas à fase aguda inicial.
• Convalescença: o paciente apresenta sinais compatíveis com indivíduo em processo de 
recuperação. O objetivo é que ao término dessa etapa, o paciente esteja completamente recuperado 
e apto a restabelecer suas atividades normais.
• Recuperação: o paciente encontra-se completamente recuperado, em plena capacidade funcional, 
sem a presença de sinais e/ou sequelas do processo de doença ocorrido.
Quando um fator de estresse ocorre, a exemplo das situações de mudança de vida, como término de 
um relacionamento, perda de um emprego ou até mesmo algo positivo, como nascimento de um filho, 
o indivíduo busca formas de se adaptar de maneira adequada a essas mudanças, e a incapacidade de 
adaptação pode resultar em estresse. A dificuldade de uma pessoa motivada por esse sentimento pode 
desencadear ou agravar uma doença ou condição. O quadro a seguir apresenta algumas condições por 
vezes consideradas bastantes comuns associadas ao estresse.
Quadro 1 – Condições favoráveis ao estresse
Alterações menstruais Erupções cutâneas
Angina Etilismo
Ansiedade e ataques de pânico Fraqueza ou espasmo muscular
Cefaleias (enxaquecas ou do tipo tensional) Hipertensão
Depressão Insônia
Desmaio Palpitações cardíacas
Disfunção sexual (impotência) Síndrome do intestino irritável
Distúrbios alimentares (bulimia, anorexia, entre outros) Úlcera péptica
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FISIOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA
Hans Selye, grande pesquisador sobre estresse e doença, define alguns estágios presentes na 
adaptação frente a um evento estressante. São eles: alarme, resistência e recuperação ou exaustão.
Na situação de alarme, o corpo detecta o agente ou a situação estressante e acaba por acionar o SNC à 
liberação de substâncias químicas para o que conhecemos como resposta de luta e fuga. A liberação de epinefrina 
ocorre através da ação da medula simpática adrenal, e a dos glicocorticoides se dá pelo eixo hipotálamo-hipófise 
e adrenal. Tais sistemas atuam de forma integrada, auxiliando uma resposta mais adequada do corpo ao estresse. 
Tal evento é por muitos denominado liberação adrenérgica do pânico ou da agressão.
No estágio de resistência, o corpo responde ao estresse e tenta se adaptar. Os mecanismos de 
cobertura são acionados, e se o corpo não conseguir se adequar, inicia-se o estado de exaustão. Os 
hormônios não são mais produzidos como o que ocorria no estado de alarme; em decorrência, ocorre 
lesão de órgãos e tecidos, acarretando o aparecimento dos sinais e sintomas das doenças.
1.4.1 Agentes biológicos
Agentes biológicos incluem: vírus, bactérias, fungos, protozoários, helmintos e artrópodes. Todos eles 
podem invadir e/ou colonizar o organismo a fim de procurar condições ideais de abrigo e nutrição e 
acabam por, em inúmeros casos, produzir doenças, conhecidas em conjunto como doenças infecciosas. 
Um agente biológico pode gerar lesão por meio de inúmeros mecanismos, a saber:
• Ação direta: por invasão de células que se multiplicam podendo ocasionar a morte e/ou a sua 
destruição. A presença de um microrganismo no interior de uma célula pode ser definida com 
efeito citopático e ocorrer associada à infecção celular por muitos microrganismos, especialmente 
vírus e alguns tipos de riquétsias, bactérias e protozoários.
• Substâncias tóxicas (toxinas) liberadas pelo agente infeccioso: as exotoxinas de bactérias, de 
micoplasmas e de alguns protozoários. Pode-se citar como exemplos as toxinas produzidas pelas 
espécies de Clostridium spp, como Clostridium tetanii e Clostridium botulinum. Essas bactérias, 
por ação de suas toxinas, podem provocar respectivamente o tétano e o botulismo.
• Toxinas endógenas ou endotoxinas: componentes estruturais ou substâncias armazenadas no 
interior do agente biológicoe liberados após sua morte e desintegração.
• Antígenos/componentes do agente agressor: podem aderir à superfície celular ou de outras 
estruturas teciduais, tornando-se alvo da ação de anticorpos e da imunidade celular dirigida aos 
epítopos desses microrganismos.
• Antígenos do microrganismo: podem ter epítopos semelhantes a moléculas dos tecidos; a resposta 
imunitária contra esses epítopos faz-se também contra componentes similares existentes nos 
tecidos (autoagressão), a exemplo do que pode vir a ocorrer após sucessivas infecções de repetição 
por Streptococcus pyogenes e o aparecimento posterior de febre reumática, glomerulonefrite de 
Bruton e endocardite estreptocócica, por similaridade antigênica entre a estreptolisina O e as 
proteínas do tecido cardíaco.
18
Unidade I
• Integração ao genoma celular (por exemplo, vírus) e alterações na síntese proteica, o que 
pode levar a neoplasias: inúmeros vírus, por exemplo, apresentam o chamado potencial oncogênico, 
como o já conhecido papilomavírus humano (HPV), causador de inúmeros casos de neoplasia como 
de útero e ovário, e o vírus de Epstein-Barr, causador de linfomas como de Burkitt e carcinomas 
como o de nasofaringe. Todos esses mecanismos agem com maior ou menor intensidade de 
acordo com a constituição genética do organismo. Importantes também são as condições do 
organismo no momento da invasão pelo microrganismo (estado nutricional, lesões preexistentes etc.).
1.4.2 Agentes físicos
Dependendo da intensidade e duração de sua ação, qualquer agente físico pode causar lesão. 
Entre os agentes físicos estão a força mecânica, as variações da pressão atmosférica, as variações de 
temperatura, a eletricidade, a radiação e as ondas sonoras (ruídos).
Força mecânica
A ação da força mecânica sobre o organismo produz vários tipos de lesões, denominadas lesões 
traumáticas (ou impropriamente chamadas de trauma mecânico, já que esse é o agente causal, e não a 
consequência). Essas são as feridas, cujas características seguem:
• desprendimento ou remoção de células da epiderme;
• laceração, separação de tecidos, por excessiva força de estiramento (laceração de tendões ou vísceras);
• contusão na qual o impacto é transmitido através da pele aos tecidos subjacentes, levando à 
ruptura de pequenos vasos, com hemorragia e edema;
• incisão ou corte, lesão produzida por ação de instrumentos cortantes;
• perfuração produzida por instrumentos pontiagudos sobre os tecidos, sendo uma ferida mais 
profunda do que extensa;
• fratura caracterizada por ruptura ou solução de continuidade de tecidos duros, como o ósseo 
e cartilaginoso.
Variações de pressão atmosférica
O organismo humano suporta melhor o aumento da pressão atmosférica que a sua diminuição. Veja 
a seguir.
Síndrome de descompressão
A doença por descompressão ou barotrauma é causada por uma diminuição rápida da pressão do 
meio circundante, ocorrendo algumas vezes em mergulhadores. Essa condição desenvolve-se devido à 
19
FISIOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA
formação de bolhas de nitrogênio na corrente sanguínea e nos tecidos do corpo, normalmente, quando 
o mergulhador se desloca de águas profundas para a superfície em um curto espaço de tempo.
Os sintomas da descompressão variam de acordo com a localização de formação das bolhas 
no corpo, sendo frequentes dores de cabeça ou vertigens, cansaço ou fadiga, erupções cutâneas, 
dor nas articulações, fraqueza muscular ou paralisia. Cerca de 50% dos mergulhadores com 
problemas de descompressão desenvolvem sintomas na primeira hora após o mergulho ou dentro 
das primeiras 24 horas. Em casos mais graves, podem desenvolver dificuldades respiratórias, 
choque ou perda de consciência.
Efeitos de grandes altitudes
A doença da altitude ocorre em indivíduos não adaptados que se deslocam para grandes altitudes. Até 
uma altura de 2.500 m, geralmente, não acontecem manifestações; entre 3.000 m e 4.000 m, as alterações 
são frequentes, mas pouco importantes; e acima de 4.000 m, podem aparecer modificações graves.
À medida que a altitude aumenta, a pressão atmosférica diminui e menos moléculas de oxigênio 
encontram-se disponíveis no ar rarefeito. A diminuição do oxigênio disponível afeta o corpo de várias 
maneiras: a frequência e a profundidade da respiração aumentam, alterando o equilíbrio de gases nos 
pulmões e no sangue, elevando a alcalinidade do sangue e alterando a distribuição de sais, como o sódio 
e o potássio, nas células. Como consequência, a água é distribuída de modo diferente entre o sangue e 
os tecidos. Nas altitudes elevadas, o sangue contém menos oxigênio, produzindo coloração azulada na 
pele, nos lábios e nas unhas. Ao longo de alguns dias, o organismo produz mais hemácias, transportando 
então mais oxigênio aos tecidos.
Muitas pessoas que vivem ao nível do mar, quando ascendem a uma altitude moderada (2.400 m), 
em um ou dois dias, apresentam falta de ar, aumento da frequência cardíaca e cansaço fácil. A maioria 
melhora em poucos dias.
Variações de temperatura
O organismo submetido a baixas temperaturas tenta se adaptar produzindo maior quantidade de 
calor. A adaptação é temporária, e, se não houver proteção adequada, a temperatura corporal começa a 
abaixar, instalando-se a hipotermia (considera-se hipotermia a temperatura corporal abaixo de 35 °C). 
Quando a temperatura cai, ocorre vasoconstrição periférica, palidez acentuada e redução progressiva 
da atividade metabólica de todos os órgãos, especialmente do encéfalo e da medula espinal. A causa de 
morte no resfriamento é, geralmente, falência cardiorrespiratória por inibição dos centros bulbares de 
controle da respiração e da circulação.
A ação local do calor produz as queimaduras. O calor causa lesão por:
• liberação de histamina pelos mastócitos, que produz vasodilatação e edema;
• soltura de substância P das terminações nervosas aferentes;
20
Unidade I
• ativação das calicreínas plasmática e tecidual, com liberação de bradicinina, que aumenta a 
vasodilatação e o edema;
• lesão direta da parede vascular, que pode aumentar o edema, produzir hemorragia e levar à 
trombose de pequenos vasos, resultando em isquemia e necrose.
Se o indivíduo é submetido a temperaturas elevadas (excesso de sol, proximidade de caldeiras), pode 
haver elevação progressiva da temperatura corporal, a hipertermia. Quando a temperatura corporal atinge 
ou ultrapassa 40 °C, ocorre vasodilatação periférica, abertura dos capilares e sequestro de grande quantidade 
de sangue na periferia, iniciando quadro de insuficiência circulatória periférica (choque térmico clássico).
Radiações ionizantes
As lesões causadas por radiações ionizantes em humanos decorrem de inalação ou ingestão de 
poeira ou alimentos que contenham partículas radioativas, o que ocorre em:
• trabalhadores de minas, onde são abundantes os minerais radioativos, como o rádio;
• exposição a radiações com fins terapêuticos ou diagnósticos;
• contato acidental com radiações emanadas de artefatos nucleares, como reatores, aparelhos de 
radioterapia ou de radiodiagnóstico;
• bombas nucleares.
A radiação ionizante de uma forma dose-dependente pode causar mutação nas células e matá-las 
por múltiplas vias, incluindo morte celular por apoptose, necrose ou redistribuição de células para outros 
compartimentos. A radiação ionizante interage com alvos intracelulares produzindo radicais livres e 
causando uma ruptura no DNA.
O dano tecidual é dependente da radiossensibilidade dos diferentes tecidos, com o efeito 
particularmente alto em espermatócitos nos testículos, linfócitos circulantes, células hematopoiéticas 
na medula óssea e células da cripta nos intestinos. O dano nas células é em grande parte dependente 
das doses de radiação.
A ruptura do DNA geralmente é reparada por uma variedade de mecanismos. Esse reparo pode levar a 
pequenas mutações, enquanto falhas de cadeia dupla podem levar a translocações cromossômicas, inversões 
e fusões de telômeros. Embora elas sejam tipicamente lesões não letais,tais aberrações cromossômicas 
induzidas por radiação talvez sejam as lesões iniciais que podem ter efeito atrasado de carcinogênese.
Efeitos da luz solar
A luz solar contém amplo espectro de radiações. A radiação infravermelha produz calor, sendo 
responsável em parte por queimaduras solares. As radiações ultravioletas são potencialmente mais lesivas.
21
FISIOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA
Os raios UV-C são absorvidos na camada de ozônio e não chegam à superfície da Terra (a proteção 
da camada de ozônio tem, pois, grande importância para as pessoas). Os raios UV-A e UV-B são os 
responsáveis pelas lesões provocadas pela luz solar, que podem ser agudas ou crônicas. Insolação e 
queimaduras são lesões agudas, caracterizadas por eritema, edema e formação de bolhas; em seguida, 
surgem descamação e hiperpigmentação. Os efeitos crônicos são mais relevantes. Os raios UV-B têm ação 
melanogênica, induzem pigmentação, são principais responsáveis por fenômenos de fotossensibilização, 
aceleram o envelhecimento e provocam lesões proliferativas, incluindo neoplasias.
Reações de fotossensibilização são induzidas por substâncias que se depositam na pele e por 
absorverem raios UV, podem ser ativadas, originar radicais livres e ter efeitos tóxicos sobre células 
epidérmicas; podem surgir erupções, com coceira, área de vermelhidão e inflamação nas manchas de 
pele expostas ao sol. A luz pode provocar reações do sistema imunológico; determinadas doenças, 
como lúpus eritematoso sistêmico (LES), podem provocar reações cutâneas mais sérias se houver 
exposição à luz solar.
Os raios UV-A causam degenerações dos ceratinócitos e alterações no seu DNA, o que pode provocar 
lesões proliferativas benignas ou malignas (carcinoma basocelular e melanomas).
UV-A
Provoca bronzeamento.
Acumulação sobre um 
período de tempo pode levar 
a cataratas
UV-B
Causa queimaduras solares.
Sobre-exposição aos raios 
UV-B pode causar danos à 
córnea
UV-C
Absorvido e bloqueado pela 
camada de ozônio antes de 
alcançar a Terra
Figura 2 – Tipos de radiações ultravioletas e seus efeitos
 Saiba mais
É possível saber mais sobre câncer de pele no site a seguir:
INCA. Câncer de pele não melanoma. Brasília, 2018. Disponível em: 
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pele-nao-melanoma. 
Acesso em: 28 jan. 2020.
22
Unidade I
Som (ruído)
Observações epidemiológicas indicam que uma pessoa submetida a ruídos intensos (no ambiente 
de trabalho, em casa, nas ruas) apresenta distúrbios de audição caracterizados por perda progressiva da 
capacidade de distinguir sons de frequência mais alta. Admite-se que ruídos muito altos induzam lesões 
nas células ciliadas do órgão de Corti, as quais são responsáveis pela acuidade auditiva. É notório que 
indivíduos idosos da zona rural tenham audição mais conservada do que os de grandes centros urbanos, 
onde o nível de ruídos é maior.
Membrana tectorial
Estereocílios
Células ciliadas 
internas
Células ciliadas 
externas
Membrana 
basilar Célula de 
suporte
Célula de 
Deiter
Túnel Célula 
pilar
Nervo
Nervo 
auditivo
Figura 3 – Estrutura do ouvido interno
O ultrassom, gerado pela transformação de energia elétrica em ondas sonoras com frequência acima 
de 20.000 Hz, é muito utilizado no diagnóstico por imagens (ultrassonografia). Até o momento, não há 
relatos de efeitos deletérios decorrentes da ultrassonografia, inclusive na vida embrionária.
1.4.3 Agentes químicos
Quer sejam substâncias tóxicas, quer sejam medicamentos, ambos podem provocar lesões a partir 
de dois mecanismos distintos:
• Ação direta sobre células ou interstício: mediante transformações moleculares que resultam em 
degeneração ou morte celular, alterações do interstício ou modificações no genoma, induzindo à 
transformação maligna (efeito carcinogênico). Quando atuam na vida intrauterina, podem induzir 
a erros do desenvolvimento (efeito teratogênico).
• Ação indireta: atuando como antígeno (o que é muito raro), induzindo à resposta imunitária 
humoral ou celular responsável pelo aparecimento de lesões. Quer seja um medicamento, quer 
seja uma substância tóxica, o efeito do agente químico depende de vários fatores, como dose, vias 
de penetração e absorção, transporte, armazenamento, metabolização e excreção; advém também 
de particularidades do indivíduo, como idade, gênero, estado de saúde, momento fisiológico e 
constituição genética.
23
FISIOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA
As substâncias químicas capazes de danificar as células estão no ar em toda parte no ambiente. 
A poluição do ar e da água contém substâncias capazes de lesar os tecidos, como o tabaco e outros 
alimentos. Algumas das substâncias mais prejudiciais existem em nosso ambiente, como o gás monóxido 
de carbono, inseticidas e metais pesados, por exemplo, o chumbo.
Muitas drogas, como álcool, medicamentos e seus excessos e drogas ilícitas, são capazes de prejudicar os 
tecidos, direta ou indiretamente. O álcool etílico danifica a mucosa gástrica, o fígado, o feto em desenvolvimento 
e outros órgãos. As drogas antineoplásicas (anticâncer) e imunossupressoras podem danificar diretamente 
as células. Outras drogas produzem produtos finais metabólicos tóxicos às células. O acetaminofeno, droga 
analgésica bastante usada, é detoxificado no fígado, onde pequenas quantidades são convertidas em metabólitos 
altamente tóxicos. Esse metabólito é detoxificado por uma via metabólica que usa uma substância (por exemplo, 
glutationa) normalmente presente no fígado. Quando grande quantidade da droga é ingerida, essa via é superada 
e os metabólitos tóxicos acumulam-se, causando intensa necrose hepática.
1.4.4 Herança genética
Herança genética ou biológica é processo pelo qual um organismo ou célula adquire ou torna-se 
predisposto a adquirir características semelhantes à do organismo ou célula que o gerou através de 
informações codificadas (código genético) transmitidas à descendência. A combinação entre os 
códigos genéticos dos progenitores (em espécies sexuadas) e erros (mutações) na transmissão deles são 
responsáveis pela variação biológica que, sob a ação da seleção natural, permite a evolução das espécies. 
A ciência que estuda a herança genética é a genética.
As doenças genéticas são aquelas que envolvem alterações no material genético, ou seja, no DNA. 
Algumas delas podem possuir o caráter hereditário, sendo repassadas de pais para filhos. Entretanto, 
nem toda doença genética é hereditária. Um exemplo é o câncer, que é causado por alterações no 
material genético, mas não é transmitido aos descendentes.
Existem três tipos de doenças genéticas:
• Monogenéticas ou mendelianas: quando apenas um gene é modificado.
• Multifatoriais ou poligênicas: quando mais de um gene é atingido e ocorre ainda interferência 
dos fatores ambientais.
• Cromossômicas: quando os cromossomos sofrem modificações em sua estrutura e número.
As doenças de origem genéticas mais comuns no Brasil são: síndrome de Down, anemia falciforme, 
diabetes, câncer e daltonismo.
1.4.5 Lesões por desequilíbrios nutricionais
Os excessos e as deficiências nutricionais predispõem as células a lesões. Considera-se que a 
obesidade e as dietas ricas em gorduras saturadas predispõem à aterosclerose. O corpo precisa de mais 
24
Unidade I
de sessenta substâncias orgânicas e inorgânicas em quantidades que variam de microgramas a gramas. 
Esses nutrientes consistem em minerais, vitaminas, alguns ácidos graxos e aminoácidos específicos. 
As deficiências dietéticas podem ocorrer sob a forma de inanição, na qual há deficiência de todos os 
nutrientes e vitaminas, ou por deficiência seletiva de um único nutriente ou vitamina. A anemia por 
deficiência de ferro, o escorbuto, o beribéri e a pelagra são exemplos de lesões causadas pela falta de 
vitaminas específicas ou minerais.
Necessidade 
de nutrientes
Fatores 
sociais e 
culturais
Fatores físicos 
(exemplo: doenças, 
má absorção)
Condições especiais 
(exemplo: doença, 
febre, estresse)
Manutenção das 
necessidadescorporais
Desenvolvimento 
e crescimentoFatores 
econômicos
Fatores 
emocionais
Ingestão de 
nutrientes
Figura 4 – Equilíbrio nutricional e ingesta de alimentos
2 DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO, PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR
Crescimento e diferenciação celulares são processos essenciais para os seres vivos. O crescimento ou 
multiplicação celular é o mecanismo responsável pela formação das células que compõem os indivíduos. 
Ele é importante durante o desenvolvimento normal dos organismos e necessário para renovação das 
células que morrem após seu período de vida ou por processos patológicos. A diferenciação refere-se 
à especialização morfológica e funcional das células que permite o desenvolvimento do organismo 
como um todo. Como esses dois processos – crescimento e diferenciação – recebem influência 
de grande número de agentes internos e externos às células, é comum ocorrerem alterações nos 
mecanismos que os controlam.
As adaptações celulares são respostas estruturais e funcionais reversíveis a estresses fisiológicos mais 
excessivos e a alguns estímulos patológicos, permitindo que a célula sobreviva e continue a funcionar. 
A resposta adaptativa pode consistir em um aumento no tamanho das células (hipertrofia) e da 
atividade funcional, um crescimento do número de células (hiperplasia), uma diminuição do tamanho 
e da atividade metabólica das células (atrofia) ou uma mudança do fenótipo das células (metaplasia). 
Quando o estresse é eliminado, a célula pode retornar a seu estado original, sem ter sofrido qualquer 
consequência danosa.
Se os limites da resposta adaptativa forem ultrapassados ou se as células forem expostas a agentes 
lesivos ou estresse, privadas de nutrientes essenciais, ou ficarem comprometidas por mutações que 
afetam os constituintes celulares essenciais, tais situações acabam por determinar o que conhecemos 
25
FISIOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA
como lesão celular. Tal fato pode ser reversível ou irreversível, a depender da natureza e da intensidade, 
inclusive determinando a morte celular.
2.1 Adaptações celulares
As adaptações celulares são alterações reversíveis em tamanho, número, característica fenotípica, 
função e/ou atividade metabólica ou atividade celular, em resposta a modificações do seu ambiente. 
Elas podem assumir várias formas distintas.
Atrofia
Diante de uma diminuição na demanda de trabalho ou de condições ambientais adversas, a maioria das 
células é capaz de reverter a um tamanho menor e a um nível mais baixo e mais eficiente de funcionamento 
compatível com a sobrevida. Essa redução é chamada de atrofia. As células atrofiadas reduzem seu consumo 
de oxigênio e outras funções celulares, diminuindo o número e o tamanho das suas organelas e de outras 
estruturas. Existem menos mitocôndrias, miofilamentos e estruturas do retículo endoplasmático. Quando 
um número substancial de células se encontra envolvido, todo o tecido ou músculo atrofia. O tamanho da 
célula, particularmente no tecido muscular, está relacionado à carga de trabalho; conforme ela é reduzida, 
ocorre a diminuição do consumo de oxigênio e da síntese proteica.
A atrofia por desenervação é um tipo de atrofia por desuso nos músculos de membros paralisados. 
O envelhecimento pode estar associado à perda de massa muscular, à atrofia “senil” do cérebro e às 
doenças neurodegenerativas.
A) B) 
Figura 5 – Atrofia por denervação do músculo esquelético: A) a denervação do músculo esquelético leva a 
uma forma característica de atrofia. As fibras musculares perdem massa, e o sistema contrátil é desorganizado 
até sobrar pouco além de núcleos residuais. As fibras atróficas formam ângulos no corte transversal. Por fim, 
ocorre a necrose celular, e as fibras musculares são substituídas por tecido conectivo; 
B) Fibras musculares esqueléticas normais
Uma desnutrição proteico-calórica profunda acarreta na utilização do músculo esquelético como 
fonte de energia, sobretudo após a depleção quase que total de outras possíveis fontes de reserva, por 
exemplo, do tecido adiposo e como resultado aparece a caquexia.
26
Unidade I
A caquexia é também um evento comum e pode ser observada em pacientes com doenças 
inflamatórias crônicas e câncer. Nos processos inflamatórios é bastante usual a produção excessiva 
de citocinas como o fator de necrose tumoral, a qual acaba por ser a responsável direta pela perda de 
apetite e consumo lipídico, culminando em atrofia muscular.
Outro fator bastante importante e diretamente associado aos quadros de atrofia é a perda de 
estimulação endócrina. Muitos tecidos que responsivos a hormônios, como a mama e órgãos reprodutores, 
dependem da estimulação endócrina para função e metabolismo normais. A perda de estimulação 
estrogênica após a menopausa resulta em atrofia fisiológica do endométrio, epitélio vaginal e mama.
Também podem ser citados como fatores importantes de atrofia aqueles associados a processos 
teciduais compressivos. Um tumor benigno em processo de crescimento pode acarretar atrofia nos 
tecidos saudáveis vizinhos. Nesse caso em especial, a atrofia é resultante de alterações isquêmicas 
(diminuição do aporte de oxigênio) causadas por comprometimento do suprimento sanguíneo devido à 
pressão exercida da massa em crescimento.
Hipotrofia
Consiste na redução quantitativa dos componentes estruturais e das funções celulares, resultando 
em diminuição do volume das células e dos órgãos atingidos; muitas vezes, há também decréscimo do 
número de células. A redução do volume se dá por diminuição do anabolismo e das estruturas celulares 
(mitocôndrias, retículo endoplasmático etc.); a diminuição ocorre por apoptose. Provavelmente, o 
aumento da degradação das proteínas celulares é o principal mecanismo de hipotrofia. A hipotrofia 
pode ser fisiológica ou patológica. A primeira ocorre na senilidade, quando todos os órgãos e sistemas 
do organismo reduzem suas atividades metabólicas e o ritmo de proliferação celular diminui. Como 
afeta todo o indivíduo, não há prejuízo funcional porque fica mantido um novo estado de equilíbrio. 
A hipotrofia patológica resulta de vários fatores:
• Inanição: deficiência nutricional, por qualquer causa.
• Desuso: ocorre em órgãos ou tecidos que ficam sem uso por algum tempo. Músculos esqueléticos, 
quando imobilizados por aparelhos ortopédicos, fazem parte de um processo reversível; após 
reinício do exercício, a musculatura volta à sua conformação.
• Compressão: decorre da pressão exercida por uma lesão expansiva, como, por exemplo, no caso 
de tumores.
• Obstrução vascular: diminuição da oferta de O2 e nutrientes causa hipotrofia do órgão 
correspondente. Muitas doenças obstrutivas das artérias renais, por exemplo, causam hipotrofia 
do rim.
• Substâncias tóxicas: bloqueiam sistemas enzimáticos e a produção de energia pelas células. Um 
exemplo é a hipotrofia dos músculos do antebraço na intoxicação pelo chumbo.
27
FISIOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA
• Hormônios: a redução de alguns hormônios leva à hipotrofia de células e órgãos-alvo. A deficiência 
dos hormônios somatotróficos ou tireoidianos causa hipotrofia generalizada.
• Inervação: perda da estimulação nervosa causa hipotrofia muscular. O exemplo mais conhecido 
é o da hipotrofia dos músculos dos membros inferiores na poliomielite.
A) B) 
Figura 6 – Atrofia cerebral em doença neurodegenerativa: A) Normal; B) Doença de Alzheimer avançada
Hipertrofia
A hipertrofia é um crescimento das células que resulta em aumento do tamanho do órgão. O órgão 
hipertrofiado não possui novas células, apenas células maiores. Tal crescimento é devido à síntese em 
maior quantidade de componentes estruturais das células. Células capazes de divisão podem responder 
ao estresse submetendo-se a ambas, hiperplasia e hipertrofia, enquanto nas células que não apresentam 
capacidade de dividir-se (por exemplo, fibras miocárdicas) pode ocorrer aumento da massa tecidual em 
virtude da hipertrofia, exclusivamente.
A hipertrofia pode ser classificada comofisiológica ou patológica, gerada pelo aumento da demanda 
funcional ou pela estimulação de hormônios e de fatores de crescimento. As células musculares estriadas da 
musculatura esquelética e do coração possuem capacidade limitada de divisão e respondem ao aumento 
da demanda metabólica sofrendo principalmente hipertrofia. O estímulo mais comum para a hipertrofia do 
músculo é o aumento da carga de trabalho. Por exemplo, os músculos definidos dos fisiculturistas resultam 
da elevação do tamanho das fibras musculares individuais, em resposta à subida da demanda.
O crescimento do útero durante a gravidez, também denominado de útero gravídico, é um excelente 
exemplo do que constitui um aumento fisiológico de um órgão por estímulo de hormônios estrogênicos, 
cujo efeito é a hipertrofia das fibras musculares, resultando em maior síntese de proteínas do músculo 
liso e em aumento do tamanho celular.
28
Unidade I
No coração, o estímulo para a hipertrofia é geralmente uma sobrecarga hemodinâmica crônica.
Figura 7 – Hipertrofia miocárdica; corte transversal do coração com hipertrofia ventricular esquerda
A) B) 
Figura 8 – A) Miócitos cardíacos normais; B) Miócitos cardíacos hipertróficos: embora não se dividam, eles compensam a carga de 
trabalho adicional aumentando de tamanho; as células sofrem endomitose (com aumento em ploidia, sem divisão), resultando, 
muitas vezes, em grandes núcleos retangulares (núcleos “boxcar”)
Órgãos ou tecidos cuja atividade depende de estimulação nervosa só podem hipertrofiar se a inervação 
estiver intacta. A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica. A primeira ocorre na musculatura uterina 
durante a gestação. A segunda aparece em consequência de estímulos variados. As mais frequentes são:
• Hipertrofia do miocárdio: quando ocorre sobrecarga cardíaca por dificuldade do fluxo sanguíneo 
(resistência vascular periférica aumentada).
• Hipertrofia da musculatura esquelética: por exemplo, a hipertrofia em halterofilistas.
• Hipertrofia da musculatura lisa da parede de órgãos ocos na região montante de um 
obstáculo: acontece com a musculatura da bexiga quando há obstrução urinária (por exemplo, 
hiperplasia da próstata).
• Hipertrofia de neurônios motores: no hemisfério cerebral não lesado em caso de hemiplegia.
29
FISIOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA
• Hipertrofia de hepatócitos: ocorre hipertrofia de hepatócitos ocasionada pelo aumento do 
retículo endoplasmático liso por estímulo de barbitúricos, por exemplo. Com isso, a arquitetura 
básica do órgão se mantém inalterada, mas eleva o fluxo de sangue e de linfa. No órgão 
hipertrofiado, o crescimento de volume é devido ao aumento das células, no entanto, pode haver 
também a multiplicação delas.
A hipertrofia pode ser induzida por ações conjuntas de sensores mecânicos os quais ocorrem quando 
estimulados por aumento da carga de trabalho, também por ação de fatores de crescimento, incluindo 
citocinas como TGF-β e por agentes vasoativos, tais como, endotelina-1, e angiotensina II.
Hipotrofia
Hipertrofia
Normal
Figura 9 – Representação da célula normal hipertrófica e hipotrófica
 Observação
No início do processo atrófico, as células têm sua função diminuída, mas não 
estão mortas. A atrofia ocasionada pela diminuição do suprimento sanguíneo 
pode progredir até o ponto no qual as células são lesadas de modo irreversível e 
morrem, frequentemente por apoptose. A morte celular por apoptose contribui 
para a atrofia de órgãos endócrinos após retirada hormonal.
Hiperplasia
Hiperplasia é o aumento no número de células de um órgão ou tecido. Ocorre em tecidos formados 
por células capazes de realizar divisão mitótica, como na epiderme, no epitélio intestinal e no tecido 
glandular. Algumas células, como os neurônios, raramente se dividem e, por conseguinte, têm pouca 
capacidade para crescimento hiperplásico.
Os estímulos que induzem à hiperplasia podem ser fisiológicos ou patológicos. Existem dois tipos 
de hiperplasia fisiológica: 1) hiperplasia hormonal, que aumenta a capacidade funcional de um tecido, 
quando necessário; e, 2) hiperplasia compensatória, que eleva a massa de tecido após lesão ou ressecção 
parcial. A hiperplasia hormonal é bem representada pela proliferação do epitélio glandular da mama 
30
Unidade I
feminina na puberdade e durante a gravidez, geralmente acompanhada por aumento (hipertrofia) das 
células epiteliais glandulares.
A ilustração clássica de hiperplasia compensatória vem do mito de Prometeu. Os gregos antigos 
demonstraram ter conhecimento sobre a capacidade de regeneração hepática. No mito, como castigo por ter 
roubado o segredo do fogo dos deuses, Prometeu foi condenado a permanecer acorrentado a uma montanha 
e seu fígado era diariamente devorado por uma águia, no entanto ele se regenerava a cada noite.
Exemplo de aplicação
Muitos atletas profissionais ou amadores fazem uso, por vezes excessivo, de suplementos alimentares 
proteicos utilizados para ganho de massa muscular. Será que tal uso não pode acarretar alterações 
fisiopatológicos sobretudo em aspectos hepáticos e renais que venham trazer em médio ou longo prazo 
comprometimentos importantes? Reflita e realize uma pesquisa a respeito.
Figura 10 
Em indivíduos que sofrem hepatectomia parcial (remoção parcial de lobo hepático), com finalidade 
de transplante, as células restantes proliferam de tal maneira em curto espaço de tempo que o tecido 
retorna ao seu tamanho original.
Há evidências de que a hiperplasia envolve a ativação de genes que controlam a proliferação celular 
e a existência de mensageiros intracelulares que monitoram a replicação celular e o crescimento. Como 
resposta celular adaptativa normal, trata-se de um processo controlado que surge como reação a um 
estímulo adequado e cessa após a retirada do estímulo.
A hiperplasia também é uma resposta importante do tecido conjuntivo no processo de cicatrização 
de feridas, no qual a proliferação de fibroblastos e vasos sanguíneos contribui com o reparo. Embora a 
hipertrofia e a hiperplasia sejam dois processos distintos, podem acontecer em conjunto e frequentemente 
são provocadas pelo mesmo mecanismo. O útero na gestação sofre hipertrofia e hiperplasia como 
resultado da estimulação pelo estrogênio.
31
FISIOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA
A hiperplasia patológica ocorre em via de regra pela estimulação hormonal excessiva ou pelo efeito 
de fatores de crescimento no tecido-alvo. A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é um distúrbio 
frequente em homens com mais de 50 anos de idade, relacionada com a ação de androgênios. É uma 
condição benigna que provoca sintomas no trato urinário inferior. Algumas vezes, a HBP pode evoluir 
para câncer de próstata. Diversas hiperplasias, como a da próstata, ainda não têm etiopatogênese 
totalmente esclarecida. Outro exemplo bastante comum de hiperplasia patológica é a hiperplasia 
endometrial anormalmente induzida por hormônio. Em geral, após um período menstrual, há um 
surto rápido de atividade proliferativa no epitélio que é estimulado por hormônios hipofisários e por 
estrogênio ovariano; tal surto é normalmente evitado pelos níveis crescentes de progesterona, os quais 
ocorrem cerca de 10 a 14 dias antes do término do período menstrual. Vale ressaltar, no entanto, que em 
alguns casos, e hoje de forma bastante comum, o equilíbrio entre estrogênio e progesterona é alterado, 
acarretando aumentos absolutos ou relativos dos níveis de estrogênio, com consequente hiperplasia das 
glândulas endometriais, sendo esta uma das causas mais comuns de sangramento menstrual anormal.
A hiperplasia pode ainda se configurar como uma resposta frente a processos infecciosos, sobretudo 
virais; um exemplo é a hiperplasia decorrente da infecção pelo HPV. O vírus HPV é frequentemente 
associado como a causa mais comum das verrugas cutâneas e de várias lesões de mucosa compostas de 
massas de epitélio hiperplásico. Nesses locais, fatores de crescimento produzidos por genes virais ou por 
células infectadas estimulama proliferação celular.
Hipoplasia
Hipoplasia é a diminuição da população celular de um tecido, órgão ou parte do corpo. A região 
afetada é menor e mais leve que o normal, mas conserva o padrão de arquitetura básico. Várias são as 
formas de hipoplasia. Durante a embriogênese pode ocorrer defeito na formação de um órgão ou de 
parte dele (hipoplasia pulmonar, hipoplasia renal etc.). Após o nascimento, hipoplasia aparece como 
resultado da diminuição do ritmo de renovação celular, aumento da taxa de destruição das células ou 
ambos os fenômenos.
Hipoplasia pode ser fisiológica ou patológica. As hipoplasias fisiológicas mais comuns são involução 
do timo a partir da puberdade e das gônadas no climatério. Na senilidade, ao lado da hipotrofia, também 
existe a hipoplasia de órgãos, por aumento de apoptose.
Normal
Hipoplasia Hiperplasia
Figura 11 – Ilustração de tecidos normais, com hipoplasia e com hiperplasia
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Unidade I
Metaplasia
Representa uma alteração reversível na qual um tipo de célula adulta (epitelial ou mesenquimal) é 
substituído por outro modelo celular de mesma linhagem (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016). Ela representa 
uma substituição adaptativa de células sensíveis ao estresse por tipos celulares mais capazes de suportar 
o ambiente hostil.
Geneticamente, a metaplasia envolve a reprogramação de células-tronco indiferenciadas encontradas 
no tecido que sofre as alterações metaplásicas.
Trata-se de um processo adaptativo que surge em respostas a várias agressões e, regra geral, o 
tecido metaplásico é mais resistente aos ataques. No entanto, a conversão de um modelo de célula 
nunca ultrapassa os limites do tipo de tecido primário, por exemplo, um tipo de célula epitelial pode ser 
convertido em outra espécie de célula epitelial, mas não em uma célula de tecido conjuntivo.
A metaplasia epitelial mais comum é a do epitélio colunar para epitélio escamoso como a que ocorre 
no trato respiratório como resultado da irritação crônica provocada pelo tabagismo. Nos fumantes 
habituais de cigarros, as células epiteliais normais, colunares e ciliadas da traqueia e dos brônquios, são, 
com frequência, substituídas por células epiteliais escamosas estratificadas.
Membrana 
basalA)
B)
Epitélio 
colunar 
normal
Metaplasia 
escamosa
Figura 12 – Metaplasia do epitélio colunar normal para epitélio escamoso: A) Diagrama esquemático; 
B) Metaplasia do epitélio colunar (à esquerda) para epitélio escamoso (à direita) em um brônquio
Outro exemplo de metaplasia é aquela decorrente da substituição adaptativa de células epiteliais 
escamosas estratificadas por células epiteliais cilíndricas ciliadas na traqueia e nas vias respiratórias 
e que também são observadas na população de tabagistas. Conhecido como esôfago de Barrett, 
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FISIOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA
trata-se de uma condição pré-maligna que se manifesta no esôfago de pessoas com histórico crônico 
de refluxo gastroesofágico (DRGE). A metaplasia em questão é caracterizada pela transformação do 
epitélio escamoso normal do esôfago inferior em epitélio cilíndrico, sendo o principal fator de risco 
para o desenvolvimento de adenocarcinoma esofágico. O esôfago de Barrett caracteriza-se por um 
processo reparativo, no qual a mucosa escamosa, que normalmente recobre o esôfago, é substituída 
gradativamente por epitélio colunar anormal semelhante ao do estômago ou do intestino.
Figura 13 – A existência de “línguas” acastanhadas de epitélio formando interdigitações 
no epitélio escamoso mais proximal é típica do esôfago de Barrett
Os tipos mais frequentes de metaplasia são:
• Transformação de epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado em epitélio ceratinizado. 
Ocorre no epitélio da boca ou do esôfago em consequência de irritação prolongada.
• Epitélio pseudoestratificado ciliado em epitélio estratificado pavimentoso, ceratinizado ou não. 
O exemplo típico é o da metaplasia brônquica secundária à agressão persistente pelo tabagismo.
• Epitélio mucossecretor em epitélio estratificado pavimentoso, com ou sem ceratinização. Aparece 
no epitélio endocervical (mucíparo), que se transforma em epitélio escamoso do tipo ectocervical.
• Epitélio glandular seroso em epitélio mucíparo, como acontece na metaplasia intestinal da 
mucosa gástrica.
• Tecido conjuntivo em tecido cartilaginoso ou ósseo.
• Tecido cartilaginoso em tecido ósseo.
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Unidade I
A metaplasia é também um processo adaptativo que surge em resposta a várias agressões. Em 
princípio, trata-se do resultado de irritações persistentes que acabam levando ao surgimento de um tecido 
mais resistente. No entanto, o tecido metaplásico pode resultar em menor proteção ao indivíduo: na 
metaplasia escamosa da árvore brônquica no tabagismo, por exemplo, há redução na síntese de muco e 
desaparecimento dos cílios, ambos configurando como importantes mecanismos de defesa do organismo.
Os exemplos de metaplasia mais comuns são:
• Agressões mecânicas repetidas: como as provocadas por próteses dentárias mal-ajustadas no 
epitélio da gengiva ou da bochecha.
• Irritação por calor prolongado: como a causada no epitélio oral e no esôfago por alimentos 
quentes, ou no lábio pela haste de cachimbo.
• Irritação química persistente: cujo exemplo clássico é a ação do fumo sobre a mucosa respiratória.
• Inflamações crônicas: como no colo uterino ou nas mucosas brônquica e gástrica.
Um tipo específico de metaplasia é a leucoplasia (do grego leukos = branco), que é um termo de 
significado predominantemente clínico e usado para indicar lesões que se apresentam como placas 
ou manchas brancacentas localizadas em mucosas (oral, esofágica, do colo uterino etc.). A leucoplasia 
corresponde à metaplasia de um epitélio escamoso não ceratinizado em outro ceratinizado, que 
contenha várias camadas de ceratina.
 Observação
A associação entre a metaplasia e o desenvolvimento de adenocarcinoma 
no esôfago de Barrett tem estimulado o estudo das alterações moleculares 
que ocorrem no processo tardio da doença. Há um aumento do risco de 
adenocarcinoma de 30 a 125 vezes em pacientes diagnosticados com 
metaplasia de Barrett. Isso representa um risco de um em vinte durante 
a vida. A metaplasia de Barrett irá progredir para o câncer a uma taxa de 
0,5% a 1% ao ano.
Displasia
A displasia denomina condições patológicas muito diferentes; sendo assim, trata-se de um termo 
complexo. Ela pode ser definida como uma condição adquirida caracterizada por alterações celulares 
do crescimento e da diferenciação acompanhadas de redução ou perda da diferenciação das células 
afetadas. Muitas vezes, as displasias estão associadas a tecidos metaplásicos ou se originam neles. As 
mais importantes na prática são as displasias de mucosas, como a do colo uterino, a dos brônquios e a 
gástrica, pois em diversas oportunidades antecedem os cânceres que se formam nesses locais.
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FISIOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA
O epitélio displásico é caracterizado por perda da uniformidade das células epiteliais, assim como 
da orientação arquitetural. Células displásicas exibem aspectos morfológicos que lembram células 
primitivas: apresentam, por exemplo, pleomorfismo celular (perda do padrão celular típico), aumento 
no tamanho do núcleo proporcionalmente ao citoplasma, hipercromasia nuclear e perda de polaridade. 
As figuras mitóticas em áreas de displasia também são mais frequentes e aparecem em localizações 
anormais dentro do epitélio.
As displasias podem surgir diretamente no tecido, em áreas hiperplásicas ou que sofreram metaplasia. 
Essas duas últimas situações são relativamente frequentes e nos levam a perceber a evolução das lesões 
teciduais decorrentes de agressão contínua e persistente, possibilitando a evolução progressiva de lesões 
que acarretam condições mais graves.
Elas são classificadas em leves, moderadas e graves. No entanto, o entendimento de que displasias 
em epitélios já são lesões neoplásicas estabelecidas, embora em seus estágios mais precoces, ocasionou 
a criação de nova denominação

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