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CÁLCULO I 2023 - 1º Semestre Lista de Exercícios 9 Questão 1. Ache os pontos críticos de f(x) = x3+7x2−5x. Em seguida, determine os extremos absolutos e relativos quando x varia na reta real. Solução: A derivada de f será f ′(x) = 3x2 + 14x− 5 . Para encontrar os pontos críticos de f , basta saber em quais pontos a derivada é zero. 3x2 + 14x− 5 = 0 .x1 = −5 ,x2 = 1 3 . Os pontos críticos de f são: x = 1 3 e x = −5. Sabe-se que lim x→+∞ x3 + 7x2 − 5x = lim x→+∞ x3 · ( 1 + � � ��� 0 7 x − � � ��� 0 5 x2 ) = +∞ , lim x→−∞ x3 + 7x2 − 5x = lim x→−∞ x3 · ( 1 + � � ��� 0 7 x − � � ��� 0 5 x2 ) = −∞ . Portanto, não existem extremos absolutos, somente extremos relativos que são: f(−5) = 75 e f(1 3 ) = −23 27 . Questão 2. Ache os extremos absolutos da função dada no intervalo indicado, se existirem, e determine os valores de x nos quais ocorrem os extremos absolutos. Faça um esboço do gráfico da função no intervalo. a) g(x) = 2 cos(x); [−2π 3 , π 3 ] . b) h(x) = 4 (x− 3)2 ; [2, 5] . Solução: a) A derivada de g será g′(x) = −2 sen(x) . Sabe-se que para o sen(x) ser igual a zero, x deve pertencer ao seguinte conjunto: {...− 2π,−π, 0, π, 2π, ...}. No entanto, como intervalo é [−2π 3 , π 3 ], o único valor de x que zera a derivada de g nesse intervalo é x = 0. 1 Universidade Federal do Pará Cálculo I Lista de Exercícios 9 Dessa forma, como g é limitada: −2 ≤ g(x) ≤ 2, os candidatos a extremos absolutos serão: x = −2π 3 , x = 0 e x = π 3 . Calculando a imagem de cada candidato: g(−2π 3 ) = −1, g(0) = 2 e g(π 3 ) = 1. Portanto, o mínimo absoluto é g(−2π 3 ) e máximo absoluto é g(0). Figure 1: Esboço de g. b) A derivada de h será h′(x) = −4 · 2(x− 3) (x− 3)4 = − 8 (x− 3)3 . Sabe-se que h′(x) é sempre diferente de zero para todo x real finito. Além disso h(x) possui uma assíntota vertical em x = 3, visto que lim x→3 � � � � �> +∞ 4 (x− 3)2 = +∞ . Isso significa que dentro do intervalo [2, 5], existem valores x em que h(x) cresce indefinidamente, sendo assim h não possui valor máximo absoluto. Dessa forma, h só terá mínimo absoluto, cujos candidatos serão: x = 2 e x = 5. Calculando a imagem de cada candidato: h(2) = 4 e h(5) = 1. Portanto, o mínimo absoluto é h(5). Figure 2: Esboço de h. 2 Cálculo I Lista de Exercícios 9 Questão 3. Analise as funções abaixo e verifique se é possível utilizar o Teorema de Rolle. Depois responda se existe algum valor c tal que f ′(c) = 0 nos intervalos dados. Justifique. a) f(x) = 2− 3 √ x2, para x ∈ [−1, 1]. b) f(x) = cosh(x2), para x ∈ [ −1 2 , 1 2 ] . Solução: a) Veja que f(−1) = f(1) = 1 e f é contínua em [−1, 1], no entanto f não é derivável em todo o intervalo (−1, 1). De fato, como f ′(x) = − 2 3 · 3 √ x , temos que f ′(0) não está definida, portanto, não estamos nas condições do Teorema de Rolle. Por outro lado, veja que f ′(x) = − 2 3 · 3 √ x = 0 ⇒ −2 3 = 0, o que é um absurdo. Logo, não existe c tal que f ′(c) = 0. Em particular, não existe c ∈ [−1, 1] tal que f ′(c) = 0. b) Veja que f ( −1 2 ) = f ( 1 2 ) = e 1 4 · 4 √ e+ 1 2 · 4 √ e ≈ 1, 03. Além disso, f é contínua em [ −1 2 , 1 2 ] e derivável em ( −1 2 , 1 2 ) , logo, o Teorema de Rolle é válido, então sabemos que existe c ∈ ( −1 2 , 1 2 ) tal que f ′(c) = 0. Nesse caso, podemos calcular explicitamente um c com essa propriedade: f ′(c) = 0 ⇒ senh(c) = 0 ⇒ c = 0. Questão 4. Encontre o(s) ponto(s) (c, f(c)) onde a reta tangente tem o mesmo coeficiente angular da reta secante que passa pelos pontos P e Q dados (use calculadora para encontrar alguns valores e use aproximações quando for preciso). a) f(x) = 3x2 + 2x− 1, P = (2, f(2)) e Q = (4, f(4)). b) f(x) = sen(2x), P = (0, f(0)) e Q = (π 4 , f (π 4 )) . Solução: a) Como f é contínua em [2, 4] e derivável em (2, 4), então pelo Teorema do Valor Médio, já sabemos que existe c ∈ (2, 4) tal que: f ′(c) = f(4)− f(2) 4− 2 3 Cálculo I Lista de Exercícios 9 Resolvendo essa equação em c, temos: 6c+ 2 = 55− 15 2 ⇒ c = 3. Portanto, o ponto onde a reta tangente tem o mesmo coeficiente angular da reta secante que passa por P = (2, 15) e Q = (4, 55) é (3, 32). b) Veja que f é contínua em [ 0, π 4 ] e derivável em ( 0, π 4 ) . Logo, o Teorema do Valor Médio garante que existe c ∈ ( 0, π 4 ) tal que: f ′(c) = f(π 4 )− f(0) π 4 − 0 Podemos resolver essa equação em c para determinar um valor em que isso ocorre: 2 · cos(2c) = 1− 0π 4 ⇒ c ≈ 9 20 . Portanto, o ponto onde a reta tangente tem o mesmo coeficiente angular da reta se- cante que passa por P = (0, 0) e Q = (π 4 , 1 ) está bem próximo de ( 9 20 , f ( 9 20 )) onde f ( 9 20 ) ≈ 0, 015. Questão 5. Dados 1 < a < b < e, onde e é a base do logarítmo natural, mostre que ln(2b)− ln(2a) 2 < b2 − ab. Solução: Como b > a, então (b− a) ̸= 0, assim, a fração ln(2b) 2 − ln(2a) 2 (b− a) está bem definida. Agora considere a função f(x) = ln(2x) 2 . Veja que f está bem definida e é contínua em [a, b], e é derivável em (a, b). Logo, pelo Teorema do Valor Médio, existe c ∈ (a, b) tal que f ′(c) = ln(2b) 2 − ln(2a) 2 (b− a) ⇒ 1 �2 · 1 2c · �2 = ln(2b) 2 − ln(2a) 2 (b− a) . Como c > 1, então 1 2c < 1, portanto ln(2b) 2 − ln(2a) 2 (b− a) < c < b ⇒ ln(2b) 2 − ln(2a) 2 < b(b−a) ⇒ ln(2b)− ln(2a) 2 < b2−ab. 4 Cálculo I Lista de Exercícios 9 QUESTÕES EXTRA. 1. Sabemos que o gráfico da função f : R → R definida a seguir possui 7 pontos distintos nos quais a reta tangente é horizontal. f(x) = 1 8 x8 + 6 7 x7 − 5x6 − 144 5 x5 + 237 4 x4 + 270x3 − 104x2 − 672x+ π . Sejam x1, x2, x3, ..., x7 os números críticos de f , listados em ordem crescente. Calcule 7∏ i=1 xi . Em seguida, determine se algum desses xi é máximo absoluto de f . Além de fazer todas as contas necessárias, descreva como chegou em cada resultado. Solução: A derivada de f(x) será f ′(x) = x7 + 6x6 − 30x5 − 144x4 + 237x3 + 810x2 − 208x− 672 . Como f possui sete locais distintos onde a reta tangente é horizontal, isso significa que existem sete pontos distintos onde a derivada é zero, ou seja, f ′(x) tem sete raízes reais e diferentes. Com isso, pelas relações de Girard o produto de todas raízes que é igual ao produto de todos os pontos críticos, vai ser 7∏ i=1 xi = x1 · x2 · x3 · x4 · x5 · x6 · x7 = − (−672) 1 = 672 . Sabe-se que lim x→+∞ x8 ( 1 8 + � � ��� 0 6 7x − � � ��� 0 5 x2 − � � ��7 0 144 5x3 + � � ��7 0 237 4x4 + � � ��7 0 270 x5 − � � ��7 0 104 x6 − � � ��7 0 672 x7 + � � �� 0 π x8 ) = +∞ . Portanto, f não tem máximo absoluto. Logo, nenhum xi é máximo absoluto. 2. Determine se as afirmações abaixo são verdadeiras ou falsas. Se for verdadeira, explique. Se for falsa, dê um contra-exemplo. a) O máximo de uma função que é contínua num intervalo fechado pode ocorrer em dois valores diferentes no intervalo. b) Se 0 < a < b então √ b− √ a < b− a 2 √ 2 . Solução: a) Verdadeira, f(x) = cos(x) é uma função limitada com imagem no intervalo de [−1, 1] e também é periódica. Portanto, basta pegar qualquer intervalo no domínio de f que tenha mais de um valor de x em que o cos(x) = 1. b) Falsa. Supondo que a afirmativa é verdadeira e como 0 < a < b, então (b−a) > 0, assim podemos reescrever essa afirmativa da seguinte forma: √ b− √ a b− a < 1 2 √ 2 . 5 Cálculo I Lista de Exercícios 9 Nestas condições, tomando um intervalo [a, b] e a função f(x) = √ x, podemos aplicar o Teorema do Valor Médio. Assim, existe c ∈]a, b[ tal que: f ′(c) = f(b)− f(a) b− a = √ b− √ a b− a < 1 2 √ 2 . Então, f ′(c) < 1 2 √ 2 1 2 √ c < 1 2 √ 2 2 √ c > 2 √ 2 Assim, pelo TVM somente um c > 2 pode satisfazer essa desigualdade. O que torna falsa a afirmativa, visto que b = 2 e a = 1, obedecem a condição: 0 < a < b, c teria que pertencer ao intervalo (1, 2), violando a desigualdade c > 2. 6