Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2023.1 Biotecnologia Aplicada a Saúde GN347 Prof. Dr. Antonio Carlos de Freitas Dra. Anna Jéssica Duarte MsC. Larissa Macêdo Dr. Pedro Luiz de França Neto Tecnologia do DNA Recombinante Engenharia Genética Estudo dos genes de um organismo (genômica) Estudos sobre regulação gênica Estudo do produto final do gene: proteínas Terapia Gênica Produção de produtos biotecnológicos (medicamentos, enzimas) Diagnóstico Tecnologia forense Desenvolvimento de vacinas Obtenção de Transgênicos (vegetais ou animais) Aplicações • Insulina e Fator de crescimento semelhante a insulina • Hormônio do crescimento • Hormônio folículo estimulante • Fator VIII • Eritropoetina • Fator estimulante de colônias de granulócitos • Interferon-α, β e γ Proteínas recombinantes disponíveis para terapia humana Antes da TDR, era extraída do pâncreas de boi e porco Primeiro produto recombinante de uso clínico aprovado pela FDA, início da década de 1980 Cerca de 150 produtos aprovados por agências regulatórias Produção de Proteínas recombinantes Como ter acesso e isolar o gene codificante de uma proteína de interesse? Exemplos de proteínas-alvo: - Interleucinas (Ex. IL-12) - Hormônio do crescimento - Defensina - Proteínas virais (Ex. Spike do SARS-CoV-2) Extração de DNA Extração de RNA Depende do tipo de organismo de onde o DNA será extraído E se não for possível extrair o DNA/RNA? Obtenção das sequências a partir de banco de dados (Ex. GenBank) Acesso NCBI Produção de Proteínas recombinantes Como isolar especificamente o gene codificante de uma proteína de interesse? PCR - Polimerase Chain Reaction - Amplificação específica do gene inserido no genoma Utilização de primers que se anelarão em locais específicos da sequência, permitindo a amplificação do gene-alvo SEQUÊNCIA NUCLEOCAPSÍDEO ATGTCTGATAATGGACCCCAAAATCAGCGAAATGCACCCCGCATTACGTTTGGTGGACCCTCAGATTCAACTGGCAGTAACCAGAATGGAGAACGC AGTGGGGCGCGATCAAAACAACGTCGGCCCCAAGGTTTACCCAATAATACTGCGTCTTGGTTCACCGCTCTCACTCAACATGGCAAGGAAGACCTT AAATTCCCTCGAGGACAAGGCGTTCCAATTAACACCAATAGCAGTCCAGATGACCAAATTGGCTACTACCGAAGAGCTACCAGACGAATTCGTGGT GGTGACGGTAAAATGAAAGATCTCAGTCCAAGATGGTATTTCTACTACCTAGGAACTGGGCCAGAAGCTGGACTTCCCTATGGTGCTAACAAAGAC GGCATCATATGGGTTGCAACTGAGGGAGCCTTGAATACACCAAAAGATCACATTGGCACCCGCAATCCTGCTAACAATGCTGCAATCGTGCTACAAC TTCCTCAAGGAACAACATTGCCAAAAGGCTTCTACGCAGAAGGGAGCAGAGGCGGCAGTCAAGCCTCTTCTCGTTCCTCATCACGTAGTCGCAAC AGTTCAAGAAATTCAACTCCAGGCAGCAGTAAACGAACTTCTCCTGCTAGAATGGCTGGCAATGGCGGTGATGCTGCTCTTGCTTTGCTGCTGCTT GACAGATTGAACCAGCTTGAGAGCAAAATGTCTGGTAAAGGCCAACAACAACAAGGCCAAACTGTCACTAAGAAATCTGCTGCTGAGGCTTCTAA GAAGCCTCGGCAAAAACGTACTGCCACTAAAGCATACAATGTAACACAAGCTTTCGGCAGACGTGGTCCAGAACAAACCCAAGGAAATTTTGGGG ACCAGGAACTAACCAGACAAGGAACTGATTACAAACATTGGCCGCAAATTGCACAATTTGCCCCCAGCGCTTCAGCGTTCTTCGGAATGTCGCGCA TTGGCATGGAAGTCACACCTTCGGGAACGTGGTTGACCTACACAGGTGCCATCAAATTGGATGACAAAGATCCAAATTTCAAAGATCAAGTCATTT TGCTGAATAAGCATATTGACGCATACAAAACATTCCCACCAACAGAGCCTAAAAAGGACAAAAAGAAGAAGGCTGATGAAACTCAAGCCTTACCG CAGAGACAGAAGAAACAGCAAACTGTGACTCTTCTTCCTGCTGCAGATTTGGATGATTTCTCCAAACAATTGCAACAATCCATGAGCAGTGCTGAC TCAACTCAGGCCTAA Desenho de primers Primer Foward: ATGTCTGATAATGGACCCCAAAATCA Primer Reverse: TTAGGCCTGAGTTGAGTCAGCACTG Polimerase chain reaction (PCR) Após ter acesso as sequências, qual o próximo passo? Inserir o DNA numa célula hospedeira que funcionará como biofábrica para a produção da proteína Construção de Moléculas de DNA recombinante Moléculas de DNA recombinante DNA de interesse + Vetor = DNA recombinante Como é feita a escolha? Como isolar? Quais possibilidades de “DNA doador” ou “DNA de origem”? DNA sintetizados quimicamenteDNA genômico cDNA Manipulação das moléculas de DNA DNA de interesse + Vetor = DNA recombinante Elementos transportadores da sequência clonada para uma célula hospedeira Vetores de clonagem Componentes essenciais: 1) Origem de replicação - Permite que os plasmídeos sejam mantidos e replicados dentro de uma célula hospedeira 2) Gene marcador selecionável - Geralmente é um gene de resistência a antibiótico - Permite a distinção entre as células que levam ou não o plasmídeo 3) Polylinker/sítios de clonagem múltipla - Sítios que permitem inserção do gene de interesse Plasmídeos Moléculas de DNA circular Geralmente a replicação é epissomal Tipos de Vetores Plasmídeo Vetores derivados de bacteriófagos λ BAC (Bacterial Artificial Chromosome) YAC (Yeast Artificial Chromosome) MAC (Mammalian Artificial Chromosome) Fagos Cosmídeos Manipulação das moléculas de DNA DNA de interesse + Vetor = DNA recombinante FERRAMENTAS Enzimas de Restrição Técnicas auxiliares (PCR, eletroforese) Extremidades Coesivas • Endonucleases - Tipo I Clivagem em sítios aleatórios em ate 1000 pb do sitio de reconhecimento - Tipo II Clivagem dentro do sitio de reconhecimento (seq. palindrômicas) - Tipo III Clivagem em sítios aleatórios em ~25 pb do sitio de reconhecimento Enzimas de Restrição Extremidades Coesivas Extremidades “Cegas” XhoI – GENE – HindIII Como escolher o sítio de restrição adequado? SEQUÊNCIA NUCLEOCAPSÍDEO ATGTCTGATAATGGACCCCAAAATCAGCGAAATGCACCCCGCATTACGTTTGGTGGACCCTCAGATTCAACTGGCAGTAACCAGAATGGAGAACGCA GTGGGGCGCGATCAAAACAACGTCGGCCCCAAGGTTTACCCAATAATACTGCGTCTTGGTTCACCGCTCTCACTCAACATGGCAAGGAAGACCTTAA ATTCCCTCGAGGACAAGGCGTTCCAATTAACACCAATAGCAGTCCAGATGACCAAATTGGCTACTACCGAAGAGCTACCAGACGAATTCGTGGTGGT GACGGTAAAATGAAAGATCTCAGTCCAAGATGGTATTTCTACTACCTAGGAACTGGGCCAGAAGCTGGACTTCCCTATGGTGCTAACAAAGACGGCA TCATATGGGTTGCAACTGAGGGAGCCTTGAATACACCAAAAGATCACATTGGCACCCGCAATCCTGCTAACAATGCTGCAATCGTGCTACAACTTCCT CAAGGAACAACATTGCCAAAAGGCTTCTACGCAGAAGGGAGCAGAGGCGGCAGTCAAGCCTCTTCTCGTTCCTCATCACGTAGTCGCAACAGTTCA AGAAATTCAACTCCAGGCAGCAGTAAACGAACTTCTCCTGCTAGAATGGCTGGCAATGGCGGTGATGCTGCTCTTGCTTTGCTGCTGCTTGACAGAT TGAACCAGCTTGAGAGCAAAATGTCTGGTAAAGGCCAACAACAACAAGGCCAAACTGTCACTAAGAAATCTGCTGCTGAGGCTTCTAAGAAGCCTC GGCAAAAACGTACTGCCACTAAAGCATACAATGTAACACAAGCTTTCGGCAGACGTGGTCCAGAACAAACCCAAGGAAATTTTGGGGACCAGGAAC TAACCAGACAAGGAACTGATTACAAACATTGGCCGCAAATTGCACAATTTGCCCCCAGCGCTTCAGCGTTCTTCGGAATGTCGCGCATTGGCATGGA AGTCACACCTTCGGGAACGTGGTTGACCTACACAGGTGCCATCAAATTGGATGACAAAGATCCAAATTTCAAAGATCAAGTCATTTTGCTGAATAAGC ATATTGACGCATACAAAACATTCCCACCAACAGAGCCTAAAAAGGACAAAAAGAAGAAGGCTGATGAAACTCAAGCCTTACCGCAGAGACAGAAGA AACAGCAAACTGTGACTCTTCTTCCTGCTGCAGATTTGGATGATTTCTCCAAACAATTGCAACAATCCATGAGCAGTGCTGACTCAACTCAGGCCTAA Desenho de primers Primer Foward: CTCGAGATGTCTGATAATGGACCCCAAAATC Primer Reverse: AAGCTTTTAGGCCTGAGTTGAGTCAGCAC Amplicon: 1272 pb XhoI – GENE – HindIII 1) IDENTIFICAÇÃO DO GENE DE INTERESSE E DESENHO DE PRIMERS 2) AMPLIFICAÇÃO (PCR) Clonagens 3) INSERÇÃO DO GENE NO VETOR (T4 DNA Ligase*) Ligação (Inserto + Vetor) Ligação (Inserto + Vetor) • Transformação; • Tratamento para tornar células “competentes”= aptas para receber o DNA exógeno; • Métodos: choque térmico (transformação química) ou elétrico (eletroporação). Inserção do DNA (ligação) na bactéria Transformação Seleção dos Clones - Extração do DNA plasmidial, seguido por análise restrição - Sequenciamento (análise integridade e identidade das sequências e matriz de leitura) Pode ser feita para diferentes propósitos: Clonagens Construção de plasmídeos para sequenciamento Formação de bibliotecas de sequências gênicas (diferentes vetores são utilizados como os BAC – Bacterial Artificial Chromosome) Construção de vetores como etapa para produção de proteína recombinantes • 50% dos produtos terapêuticos produzidos são obtidos com uso de microorganismos (30% em E. coli) • Diferentes sistemas de expressão: Procarioto (bactérias) Eucarioto - Leveduras e fungos - Células de inseto - Células de mamífero - Células vegetais Como escolher a melhor célula hospedeira? Produção de proteínas recombinantes Características funcionais e estruturais da proteína a ser produzida, e posterior aplicação Requisitos: ❖ “Aceitar” o DNA exógeno sem modifica-lo ou modifica-lo ao modoque se deseja. ❖ Permitir a fácil seleção dos hospedeiros que contêm o DNA exógeno. ❖ Ser deficiente em proteases, se o organismo for hospedeiro para expressão em altos níveis de proteínas heterólogas. ❖Apresentar baixo potencial de proliferação no ambiente caso o produto do gene a ser clonado possa induzir risco ao meio ambiente. Células Hospedeiras Transformação Transfecção Transdução Inserção do DNA recombinante nas células hospedeiras Bactéria Cél. de origem animal Cél. procarióticas e eucarióticas, delivery feito por vetores virais Métodos químicos e físicos •Principal objetivo: Obtenção de altos níveis de mRNA estáveis, que serão traduzidos resultando em grandes quantidades da proteína de interesse. Vetores de Expressão Vetores de Expressão A expressão do gene depende da presença de uma coleção de sinais que podem ser reconhecidos pelo org. hospedeiro. 1) Promotor: marca onde a transcrição deve iniciar (reconhecido pela RNA polimerase) 2) Terminador: marca onde a transcrição deve parar 3) Sítio de ligação do ribossomo (RBS): sequência nucleotídica curta reconhecida pelo ribossomo no qual ele deve se ligar no mRNA OBS: Inclusão de genes reporter nos cassetes de expressão Vetores de Expressão Ex. Escherichia coli (diversas linhagens modificadas geneticamente) • Vantagens: fácil manipulação, rápido crescimento, alto rendimento de proteínas e baixo custo; possibilidade de otimização da expressão; • Desvantagens: Formação de corpos de inclusão (proteínas insolúveis e não funcionais), ausência de modificações pós- traducionais*. Ausência de maquinaria para o processamento transcricional de genes derivados de eucariotos, não realizam processamento de mRNA (splicing) Expressão de proteínas recombinantes em bactérias Linhagens de E. coli • Alto nível de expressão de proteínas recombinantes; • Sistema de expressão baseada no promotor T7; • Estabilidade aumentada dos transcritos de mRNA. BL21 DE3 • Apresenta as mesmas características e aplicações que a cepa BL21, além de compensar os tRNAS para os códons AGG, AGA, AUA, CUA, CCC e GGA que são os códons menos freqüentes em E. coli Rosetta DE3 • Reúne características das linhagens BL21 e Rosetta (compensa códons raros) • Permite a formação de ligações dissulfeto Rosetta-gami 2 DE3 • Leveduras: Saccharomyces cerevisiae; Pichia pastoris; Hansenula polymorpha • Rendimento, facilidade de manipulação, altos níveis de expressão, modificações pós-traducionais (glicosilação, pontes dissulfeto), secreção da proteína • Promotores induzíveis e constitutivos • Status GRAS • Veículo vacinal • Altas densidades celulares • Culturas escalonáveis (P. pastoris 100 g/L) Expressão de proteínas recombinantes em leveduras • OBS: P. pastoris induz padrão de glicosilação mais próximo ao de células de mamíferos, comparado a S. cerevisiae. Produtos terapêuticos produzidos em P. pastoris Inibidor de calicreína plasmática humana • Trat. Angiodema hereditário (Kalbitor®) (aprovado pela FDA em 2009) Inibidor de elastase • Trat. Fibrose cística Endostatina e Angiostatina • Aplicações como antiangiogênicos Fator de crescimento epidermal • Trat. de feridas causadas pela diabetes Principais vacinas produzidas a partir de leveduras AGENTE INFECCIOSO STATUS HBV Aprovada (Merck e Co) HBV - Difteria - Tétano – Coqueluche – Polio Aprovada (GSK) HBV - Difteria - Tétano – Coqueluche – Polio – H. influenzae (tipo B) Aprovada (Sanofi Pasteur) HPV Aprovada (Merck) Malaria (Plasmodium falciparum zygotes) Pré-clínico Schistosoma mansoni Fase I (NCT02337855) Vacinas de Subunidade Baculovírus - Vírus que infectam insetos - Utilizados no controle biológico de insetos-praga - Vetores de expressão de proteínas e de terapia gênica. * Método diferente para obtenção do DNA recombinante (recombinação homóloga ou transposição) * O gene de interesse deve ser introduzido no lócus de um gene não essencial para a replicação viral * Células: Sf9, Sf21, Tn-368, TI-TN-5B1-4 * Plataforma para produção de vacinas (CERVARIX® e PROVENGE®) Baculovírus para expressão de proteínas recombinantes em células de inseto • Produção de proteínas com características semelhantes às presentes em nosso organismo. • Alto custo de produção e manutenção. • Aplicações além da produção de produtos terapêuticos. Células de Mamífero como sistemas de expressão Linhagem celular Origem Aplicações COS Primata Exp. transiente e prod. de vírus recombinantes HEK293 Humana Exp. transiente e estável e prod. de vírus recombinantes BHK-21 Hamster Exp. transiente e estável e prod. de vacinas Vero Primata Produção de vacinas MDCK Canina Exp. estável e produção de vacinas • Interessante capacidade de escalonamento • Produção através de cultivo de calos indiferenciados ou cél. em suspensão • Transformação (métodos indiretos e diretos): infecção por agrobactérias, transdução, biobalísitca, entre outros. Plantas como biorretores Possibilidade de produção vacinas comestíveis (sem necessidade purificar as proteínas) Possíveis produtos: Plantas como biorretores Milho Tabaco Tomate Arroz Alface Soja Batata Espinafre Banana Anticorpos Citocinas Enzimas Hormônios Vacinas* Tabaco Fatores importantes para escolha da espécie hospedeira: - Tipo e finalidade da proteína a ser expressa - Duração do ciclo de vida - Quantidade de biomassa - Facilidade de manipulação genética - Custos de produção em larga escala Plantas como biorretores Planta modelo Perguntas? duarte.annaj@gmail.com Obrigada! Bons estudos!
Compartilhar