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Língua Portuguesa - Interpretação de texto I
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Com base nos textos abaixo, responda às questões de números 131 a 134.
“Cartas de leitores
Já conhecemos nossos governantes e políticos, suas índoles, seus defeitos, suas capacidades
limitadas para soluções e amplas para confusões. Só não conhecíamos ainda nossos manifestan-
tes, se é que assim se pode dizer. Nada justifica a agressão física, seja qual for a manifestação, seja
quem for o agredido ou o agressor. Nada justificará, jamais, a agressão sofrida pelo governador
Mário Covas, por mais digna que fosse a manifestação. O que causa espanto é que se tratava de
uma manifestação de professores. É esse o papel de um educador?”
ÁVILA, Marcelo Maciel. O Globo.03/06/2000.
“O país está chocado com as agressões que os representantes do povo estão sofrendo. As
autoridades e a imprensa nacional têm-se manifestado severamente contra esses atos. Primeiro
foi uma paulada no governador de São Paulo, depois um ovo no ministro da saúde e, em 1º de
junho, outro ataque ao governador Mário Covas. O vice-presidente da república disse que o go-
vernador merece respeito. Concordo. Mas os demais cidadãos brasileiros não merecem? O minis-
tro da justiça cobrou punição judicial para os agressores, afirmando que a última manifestação
transpusera os limites do tolerável. E a situação de extrema violência que nós, cariocas, estamos
vivendo? Quando o ministro vai achar que foram transpostos os limites do tolerável?”
COSTA DA SILVA, Arthur. O Globo.03/06/2000.
131. UERJ As duas cartas acima são de leitores expressando suas opiniões sobre o episódio
de agressão ao governador de São Paulo em manifestação de professores em greve. O
veículo de publicação das cartas – o jornal – impõe um limite de espaço para os textos.
Em função desse limite de espaço, os dois textos apresentam como traço comum:
a) combate a pontos de vista de outros leitores;
b) construção de comprovações por meio de silogismos;
c) expressão de opinião sem fundamentos desenvolvidos;
d) escolha de assunto segundo o interesse do editor do jornal.
132. UERJ Em geral, esse tipo de carta no jornal busca convencer os leitores de um dado
ponto de vista.
Por causa dessa intenção, é possível verificar que ambas as cartas transcritas se caracte-
rizam por:
a) finalizar com perguntas retóricas para expressar sua argumentação;
b) iniciar com considerações gerais para contestar opiniões muito difundidas;
c) utilizar orações de estruturação negativa para defender a posição de outros;
d) empregar estruturas de repetição para reforçar idéias centrais da argumentação.
133. UERJ O fragmento que expõe a tese de cada uma das cartas, respectivamente, pode ser
identificado em:
a) “Já conhecemos nossos governantes” / “Quando o ministro vai achar que foram trans-
postos os limites do tolerável?”
b) “Só não conhecíamos ainda nossos manifestantes” / “a última manifestação transpu-
sera os limites do tolerável.”
c) “Nada justifica a agressão física” / “Mas os demais cidadãos brasileiros não merecem?”
d) “É esse o papel de um educador” / “Primeiro foi uma paulada no governador de São
Paulo.”
134. UERJ Pela leitura da carta de Arthur Costa da Silva, é possível afirmar que as perguntas
nela presentes têm o seguinte significado:
a) questionar as atitudes dos políticos brasileiros;
b) apontar falhas no discurso de autoridades brasileiras;
c) propor uma reflexão acerca da atitude dos agressores;
d) mostrar solidariedade ao comportamento dos manifestantes.
Língua Portuguesa - Interpretação de texto I
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Leia o texto a seguir e responda às questões de 135 a 138.
“Ano Novo, uma vida nova
Hoje estamos ingressando em 1998. Chegamos mais perto do fim do século XX e do início do
terceiro milênio. Estaremos chegando mais perto de nós mesmos?
Há uma abissal distância entre o que somos e o que queremos ser. Um apetite do Absoluto e a
consciência aguda de nossa finitude. Olhamos para trás: a infância que resta na memória com
sabor de paraíso perdido, a adolescência tecida em sonhos e utopias, os propósitos altruístas.
Agora, nas atuais circunstâncias, o salário exíguo num pais tão caro; os filhos, sem projeto, apega-
dos à casa; os apetrechos eletrônicos que perenizam a criança que ainda existe em nós.
Em volta, a violência da paisagem urbana e nossa dificuldade de conectar efeitos e causas.
Dentro do coração o medo de quem vive numa cidade que lhe é hostil. Como se meninos de rua
fossem cogumelos espontâneos e não frutos do darwinismo econômico que segrega a maioria
pobre e favorece a minoria abastada. O mesmo executivo que teme o seqüestro e brada contra os
bandidos, abastece o crime ao consumir drogas.
Ano Novo, vida nova. A começar pelo réveillon. Há o jeito velho de empanturrar-se de carnes e
doces, encharcando-se de bebidas alcoólicas, como se a alegria saísse do forno e a felicidade
viesse engarrafada. Ou a opção de um momento de silêncio, um gesto litúrgico, uma oração, a
efusão de espíritos em abraços afetuosos.
No fundo da garganta, um travo. Vontade de remar contra a corrente e, enquanto tantos celebram
a pós-modernidade, pedir colo a Deus e resgatar boas coisas: uma oração em família, a leitura espiri-
tual, a solidão entre matas, o gesto solidário que ameniza a dor de um enfermo. Reencontrar, no ano
que se inicia, a própria humanidade. Despir-nos do lobo voraz que na arena competitiva do mercado
nos faz estranhos a nós mesmos. Por que acelerar tanto, se teremos de parar no próximo sinal verme-
lho? Por que não escrever ao patrocinador do programa de violência e de pornografia na TV, e comu-
nicar nossa disposição de cancelar o consumo de seus produtos? Por que não competir mais conosco
em busca de melhores índices de virtudes e de valores morais, em vez de competir com o próximo?
Ano novo de eleições. Olhemos a cidade. As obras que beneficiam certas empresas trazem
proveito à maioria da população? Melhoraram o transporte público, o serviço de saúde, a rede
educacional, os sacolões? Nosso bairro tem um bom sistema sanitário, as ruas são limpas, há áreas
de lazer? Participamos do debate sobre o uso de verbas públicas? O político em quem votamos
teve desempenho satisfatório? Prestou contas de seu mandato?
Em política, tolerância é cumplicidade com maracutaias. Voto é delegação e, na verdadeira
democracia, governa o povo através de seus representantes e de mobilizações diretas junto ao
poder público. Quanto mais cidadania, mais democracia.
Ano de nova qualidade de vida. De menos ansiedade e mais profundidade. Ano de comemorar
50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. De celebrar dez anos, em janeiro, da
ressurreição de Henfil e, em dezembro, de Chico Mendes.
Aceitar a proposta de Jesus a Nicodemos: nascer de novo. Mergulhar em nós, abrir espaço à
presença do Inefável. Braços e corações abertos também ao semelhante. Recriar-nos e reapro-
priar-nos da realidade circundante, livre de pasteurização que nos massifica na mediocridade bo-
vina de quem rumina hábitos mesquinhos, como se a vida fosse uma janela da qual contempla-
mos, noite após noite, a realidade desfilar nos ilusórios devaneios de uma telenovela.
Feliz homem novo. Feliz mulher nova.”
Frei Beto. O Globo, 01 de janeiro de 1998. p. 7.
135. UFR-RJ Pode-se afirmar que o autor do texto “Ano Novo, uma vida nova” propõe à
sociedade uma renovação:
a) política e material;
b) social e econômica;
c) existencial e política;
d) pessoal e financeira;
e) política e econômica.
136. UFR-RJ O texto é uma dissertação argumentativa que parte da tese de que:
a) o homem busca o progresso espiritual, mas se esquece do material;
b) a sociedade tem buscado a espiritualidade no fim do segundo milênio;
c) a sociedade deveria procurar “nascer de novo” num plano espiritual;
d) o homem tem buscado a renovação política com base na democracia;
e) o homem busca a plenitude, mas está condicionado às limitações materiais.

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