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SIMULADO ENEM - 1º DIA

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EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
Até o maior dos prédios começa no chão. 
LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:
2º SIMULADO ESTILO ENEM
PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO 
PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
ATENÇÃO: transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA, 
com sua caligrafi a usual, considerando as letras maiúsculas e minúsculas, a seguinte frase:
1º DIA
CADERNO
1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte
maneira:
a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
b) proposta de Redação;
c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à 
língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida.
2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as instruções
anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala
para que ele tome as providências cabíveis.
3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão.
4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.
5. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no
CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação.
6. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.
7. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o
CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO.
8. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação.
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 1 
LINGUAGENS, CÓDIGOS 
E SUAS TECNOLOGIAS 
QUESTÕES DE 01 A 45 
QUESTÕES DE 01 A 05 (OPÇÃO INGLÊS) 
 
INGLÊS 
 
Questão 01 
 
 
Ocean (Feat. Zeeba, IRO)Alok 
I saw an angel 
Looking at me 
All she wanted was to go to the sea 
 
Don't worry momma 
Cause I'm not afraid 
I'm not afraid 
Don't worry momma 
Cause I'm on my way 
I'm on my way 
To the ocean 
 
Wish I told you I loved you more 
Maybe I was lost before 
Showed affection to only gold 
While the sunset made me cold 
 
I swear I won't complain no more 
Doesn't matter if we're rich or poor 
Found out that we don't live to die 
Even though there is no reason why 
https://www.vagalume.com.br/alok/ocean-feat-zeeba-iro.html 
 
Alok é um DJ brasileiro que conquistou projeção mundial. Na 
letra acima é possível perceber uma circunstância de 
 
 fuga da realidade. 
 arrependimento. 
 alegria extrema. 
 desequilíbrio. 
 ironia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 02 
 
 
When it comes to averting another government shutdown 
over border security, every day that negotiations on Capitol 
Hill don't fall apart is a good day. There is consensus that a 
final agreement will need increases in funding for technology, 
personnel, and yes, border barriers. The bigger outstanding 
question from lawmakers and staff outside the conference 
committee: what exactly will President Donald Trump do with 
any deal? Note that Democrats have clearly moved off their 
position of no money for border barriers between The US and 
Mexico. Republicans accept $5.7 billion is a non-starter. It's 
not a question of if there will be barriers. The key now, per 
multiple sources involved is narrowing the gap on number, 
location and type of barrier. 
https://edition.cnn.com/2019/02/07/politics/government-shutdown-border-security-
congress-negotiations/index.html 
 
 
 
 
O presidente estadunidense Donald Trump levou o governo 
daquele país a um impasse de negociação política no que 
diz respeito à construção de um muro entre Estados Unidos 
e México. A única certeza apresentada é a de que o muro 
será 
 
 diminuído. 
 construído. 
 embargado. 
 remodelado. 
 desacreditado. 
 
Questão 03 
 
 
Traffic used to be a frequent headache for residents in 
Hangzhou, the eastern Chinese city that's home to Alibaba. 
The metropolis of 7 million people once ranked fifth among 
China's most congested cities, but it has now dropped to 57th 
on the list. Alibaba says that's because of one of its 
inventions, dubbed the City Brain, which uses artificial 
intelligence to gather information across Hangzhou, such as 
video from intersection cameras and GPS data on the 
locations of cars and buses. The platform analyzes the 
information in real time as it coordinates more than 1,000 
road signals around the city with the aim of preventing or 
easing gridlock. After two years of testing, the system 
appears to be working. Alibaba says the City Brain has 
shortened commutes and also helped first responders by 
enabling fire trucks and ambulances to halve the amount of 
time it takes to get to the scene of emergencies. 
https://edition.cnn.com/2019/01/15/tech/alibaba-city-brain-hangzhou/index.html 
 
A empresa Alibaba desenvolveu um sistema de inteligência 
artificial para reduzir um problema da cidade de Hangzhou, 
citado no texto como “gridlock”, que faz referêcia a 
 
 incêndio. 
 alagamento. 
 criminalidade. 
 engarrafamento. 
 superpopulação. 
 
 
 
https://www.vagalume.com.br/zeeba/
https://www.vagalume.com.br/alok/
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 2 
Questão 04 
 
 
If there's a serious recession on the horizon, the world's 
central banks may have trouble fighting it. Central banks took 
dramatic and unorthodox steps to prevent economic collapse 
during the financial crisis in 2008. They slashed interest 
rates, and in the years that followed spent trillions on bonds 
as part of an effort to spur growth. One decade later, global 
central banks are only starting to reverse those moves. 
Interest rates in developed economies remain incredibly low; 
in some places, they're even negative. The Federal Reserve 
is unloading some of the bonds it bought, but central banks in 
Europe and Japan have not yet done so. The question now is 
whether central banks waited too long to raise rates to more 
normal levels, leaving them unprepared for the next crisis. 
https://edition.cnn.com/2019/01/17/business/central-banks-next-
recession/index.html 
 
A crise econômica internacional de 2008 fez com que os 
bancos centrais dos países mais influentes derrubassem 
suas taxas de juros para incentivar o crescimento. Dez anos 
após tal colapso financeiro tais instituições correm o risco de 
não estarem preparadas para uma nova eventual crise, pois 
esperaram demasiadamente para 
 
 negociar dívidas entre si. 
 normalizar as taxas de juros. 
 moralizar o mercado financeiro. 
 informatizar a compra de ações. 
 cobrar de seus maiores devedores. 
 
Questão 05 
 
 
 
 
 
https://assets.amuniversal.com/658f0440f4cb01367683005056a9545d 
Tirinhas em quadrinho comumente trazem uma crítica a 
certo cenário social. No caso em análise, trata-se da 
situação quando chefes em geral 
 
 promovem bajuladores. 
 compram de maus fornecedores. 
 perdem tempo em reuniões burocráticas. 
 dão ordens e depois negam que o fizeram. 
 proíbem animais de estimação no trabalho. 
 
LINGUAGENS, CÓDIGOS 
E SUAS TECNOLOGIAS 
QUESTÕES DE 01 A 45 
QUESTÕES DE 01 A 05 (OPÇÃO ESPANHOL) 
 
ESPANHOL 
 
Questão 01 
 
 
 
Disponível em: <http://www.ingenieroperu.com>. Acesso em: 13 jun. 2021. 
 
O texto trata de um tema que diz respeito ao cuidado com o 
meio ambiente, o descarte de pilhas usadas. Para descartar 
corretamente esse tipo de lixo eletrônico, devemos 
 
 enterrar as pilhas em locais preestabelecidos. 
 jogar as pilhas no lixo comum. 
 levar as pilhas para a prefeitura. 
 jogar as pilhas no rio mais próximo. 
 colocar as pilhas em uma lixeira especial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 3 
Questão 02 
 
 
Apple devuelve laplata a los compradores del Final Cut 
Pro X 
 
Es a raíz de la gran cantidad de críticas que recibió la 
última versión del editor de videos de Mac. 
Fue un estreno con el pie izquierdo y cargado de críticas. 
En menos de una semana, Apple casi tuvo que dar 
marcha atrás con su programa de edición de videos Final 
Cut ProX. 
Aunque fue anunciado con bombos y platillos y 
presentado por Apple “como revolucionario, sorprendente y 
dinámico”, los usuarios no le dieron una gran bienvenida. 
Las críticas que se repiten entre expertos y usuarios es 
que es de menor calidad si se compara con su versión 
anterior. Incluso, lanzaron un pedido online llamado “Final 
Cut ProX no es una herramienta profesional”. 
http://www.petitiononline.com/finalcut. 
“Una gran empresa como Apple Inc. no debe hacer 
cambios “revolucionarios” en un software que se puede 
denominar como “estándar en la industria”. Esto es injusto 
para los trabajadores que dependen de Final Cut Pro como 
una herramienta de trabajo y será devastador para la 
comunidad de Final Cut Pro”, publicaron en la carta online a 
la empresa de la manzanita. 
En ella, los “indignados digitales” explican que el proceso 
de migración a la nueva herramienta es muy costoso, y 
aseguran que de haber sabido cómo iba a ser antes de 
adquirirla habrían elegido otros softwares de edición. El Final 
Cut Pro X (que en rigor es la séptima versión del programa) 
cuesta 299,99 dólares en el App Store. 
A raíz de las quejas, Apple reaccionó y decidió devolver 
el dinero a todos aquellos que presenten un reclamo a través 
del servicio de atención al cliente de la App Store. 
Disponível em: http://www.clarin.com. Acesso em: 13 jun 2021. 
 
O uso de termos estrangeiros pode a compreensão da 
matéria. Porém, neste texto esses termos: 
 
 chamam a atenção dos compradores dos programas. 
 fazem com que o texto se torne autêntico. 
 não podem ser traduzidos à língua espanhola. 
 por serem universais não prejudicam o entendimento do 
exposto. 
 são palavras-chave para chamar atenção de futuros 
compradores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 03 
 
 
Sigue en alza el precio de los departamentos en Capital 
Federal 
 
Según un estudio de la UADE, el valor promedio del 
metro cuadrado a estrenar creció 8,1%, 5,2% y 6% en 
Recoleta, Palermo y Núñez, respectivamente, comparando 
con los niveles relevados en noviembre del año pasado. 
Los inmuebles a estrenar en el corredor norte de la ciudad 
de Buenos Aires, en los barrios de Recoleta, Palermo y 
Núñez, registraron aumentos de 8,1%, 5,2% y 6%, 
respectivamente, durante el primer trimestre de este año, en 
comparación con noviembre pasado, según un relevamiento 
de la Universidad Argentina de la Empresa (UADE). 
Asimismo, son los barrios que registran los valores de 
departamentos más elevados, tanto en el segmento de 
nuevos como en el de usado. 
El informe, elaborado en base a los precios de oferta de 
departamentos en dólares en un conjunto de catorce barrios 
porteños publicados en medios e internet, indicó que el valor 
del metro cuadrado en el caso de los inmuebles a estrenar 
osciló entre 2.637 dólares (Belgrano) y los 3.257 dólares 
(Recoleta). 
Los barrios relevados fueron: Recoleta, Palermo, Núñez, 
Belgrano, Caballito, Colegiales, Barracas, Almagro, Villa 
Urquiza, Saavedra, Balvanera, San Telmo, Boedo y Flores. 
En materia de departamentos usados y para una medición 
similar, todos los barrios presentaron incrementos en el valor 
promedio del metro cuadrado, si bien en algunos casos 
fueron leves (Belgrano creció 0,2% y Almagro 1,3%, por 
ejemplo). 
La Nación. 
 
Através de um estudo realizado pela UADE, pode-se 
perceber que ocorreu um aumento nos valores do metro 
quadrado dos imóveis em Buenos Aires. De acordo com o 
bairro, esse valor pode variar; por exemplo: no bairro de 
Palermo o aumento foi de 5,2%, porém em Bergrano foi 
0,2%. 
 
Diante dessa informação, é correto concluir que: 
 
 o aumento ocorreu apenas em apartamentos usados. 
 houve uma diminuição nos valores dos apartamentos 
novos. 
 o aumento tanto nos apartamentos usados como nos 
não usados. 
 o aumento foi inferior ao ano anterior nos dois tipos de 
apartamentos. 
 o aumento ocorreu só nos apartamentos novos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 4 
Questão 04 
 
 
 
Disponível em: <http://www.taringa.net>. Acesso em: 24 jun. 2014. 
 
No diálogo estabelecido entre Mafalda e sua mãe, o humor 
se constrói por meio da crítica social feita pela 
 
 menina com a adição de ideias relacionadas à fome 
mundial e à atitude infantil da mãe, evidente no primeiro 
quadrinho e reforçada no segundo. 
 mãe ao apresentar-se contra os padrões de beleza 
impostos pela mídia, o que fica evidente no primeiro 
quadrinho e reforçado no último. 
 menina na contraposição de ideias entre a fome mundial 
e a atitude infantil da mãe, evidente no segundo 
quadrinho e reforçada no último. 
 menina pela junção de ideias complementares como 
beleza e fome mundial, evidentes no segundo 
quadrinho. 
 mãe ao não se importar com as palavras da filha, 
somente com o biquíni, postura evidente no primeiro 
quadrinho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 05 
 
 
 
De acordo com o texto, Miguel de Cervantes Saavedra é um 
 
 retrato fiel de um nobre espanhol chamado Dom 
Quixote. 
 personagem universal da História de Dom Quixote de la 
Mancha. 
 dos maiores escritores, cuja maior criação é Novelas 
exemplares. 
 dos maiores escritores universais, cuja obra-prima é 
Dom Quixote. 
 entusiasta que traduziu Dom Quixote de la Mancha em 
todas as fronteiras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 5 
L. PORTUGUESA 
 
Questão 06 
 
 
Insubstituível papel 
 
Uma velha queixa sobre a inconveniência de ler jornal 
numa tela de computador referia-se à impossibilidade de 
levar o bicho para o banheiro, o banco da praça ou a praia. 
Mas isso era no tempo em que o computador pesava 30 
quilos. Com os smartphones, o jornal está dentro deles e é 
possível levá-los para o banheiro, a rua ou qualquer lugar. 
Algumas virtudes do jornal de papel, no entanto, 
pareciam impossíveis de replicar. Como o gesto de abri-lo 
com os dois braços, e as gloriosas páginas duplas nos 
saltarem aos olhos, com sua combinação de manchetes e 
manchetinhas, textos curtos e longos, fotos, gráficos e 
anúncios que nos davam a sensação de pertencer ao mundo 
– algo que a telinha de três polegadas nunca poderia 
reproduzir. 
Sim, sei bem que, com os smartphones, o sujeito, em vez 
de ler o jornal todo dia, pode agora, se quiser, ler jornal o dia 
todo – sua agilidade para acompanhar os fatos e dar as 
notícias não tem equivalente. Mas o jornal em papel ainda 
tinha outra exclusividade. Depois de lido, relido e exaurido, 
ganhava uma linda sobrevida: ia embrulhar peixe na feira ou 
forrar a gaiola do papagaio. 
Não mais. Um fabricante de eletrônicos acaba de 
apresentar nos EUA a tela de TV que pode ser enrolada 
como um jornal. É um painel de diodo orgânico, seja o que 
for isso, de 18 polegadas, capaz de ser dobrado, enfiado no 
bolso do paletó e lido em pé no ônibus. E, talvez, também de 
forrar a gaiola ou embrulhar o peixe. 
Mas ainda não é o fim. Sempre restará ao jornal de papel 
uma função impossível para essa TV dobrável: matar a 
barata no banheiro. 
(Ruy Castro, 16.01.2016. www.folha.uol.com.br/colunas/ 
ruycastro/2016/01/1730206-insubstituivel-papel.shtml. Adaptado) 
 
Após a leitura integral do texto, conclui-se que o título 
encerra uma ironia, uma vez que, segundo o autor, 
 
 ao abrir o jornal de papel e deparar-se com o seu 
conteúdo distribuído harmonicamente, o leitor não 
sentirá necessidade de substituí-lo pelo digital. 
 a sensação de pertencimento ao mundo proporcionada 
pelo jornal de papel não encontrará paralelo com a 
superficialidade do jornal digital. 
 o jornal digital não é capaz de substituir o de papel no 
que se refere a suamaleabilidade e possibilidade de 
servir a outros fins além da leitura. 
 o jornal de papel pode ser substituído pelo digital de 
modo amplo e quase irreversível, exceto no que se 
refere à função desprestigiada de matar baratas. 
 a distribuição do conteúdo pela página do jornal de 
papel não pode ser replicada no digital, em virtude de 
limitações de ordem material. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 07 
 
 
 
(http://www.humorpolitico.com.br/ wp-content/uploads/2015/04/charge-regi- 
604.gif) 
 
Considerando que as personagens se tratem por “você”, as 
lacunas da frase dita por Papai Noel devem ser preenchidas, 
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, por: 
 
 olha … há. 
 olha … a. 
 olha … à. 
 olhe … há. 
 olhe … a. 
 
Questão 08 
 
 
 
Scott Adams. Dilbert. Disponível em: https://zip.net. 
 
Na fala do último quadrinho, a personagem expressa-se com 
 
 cordialidade, para explicar que a solicitação da outra 
personagem deveria ter sido dirigida a outro depósito. 
 sarcasmo, para dar a entender que a solicitação da 
outra personagem será atendida em breve. 
 descaso, para sugerir que a solicitação da outra 
personagem será encaminhada à gerência. 
 ironia, para corroborar a resposta negativa que foi dada 
à solicitação da outra personagem. 
 rispidez, para declarar que a solicitação da outra 
personagem será atendida apenas parcialmente. 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 6 
Questão 09 
 
 
 
QUINO, Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2008, p. 256. 
 
O efeito de sentido da tira é produzido pela constatação, 
pela menina Mafalda, de que 
 
 a primavera é uma estação que chega 
independentemente do esforço humano. 
 a obra divina renova a natureza com as estações, a 
cada ano. 
 as personagens apenas observam umas às outras, sem 
estabelecer diálogos. 
 as personagens atribuem diferentes significados à 
chegada da primavera. 
 o advento da nova estação renova as esperanças dela 
na humanidade. 
 
Questão 10 
 
 
 
 
 
 
Com suas falas no primeiro e no segundo quadrinhos, a 
personagem deixa claro que 
 
 a notícia sobre o plano de saúde por certo desagradará 
a maioria dos combatentes. 
 o plano de saúde apresenta poucas vantagens para o 
grupo de combatentes. 
 a alegria dos combatentes com o plano de saúde 
anunciado será passageira. 
 os combatentes já vitimados também serão beneficiados 
pelo plano de saúde. 
 as condições preexistentes dos combatentes invalidarão 
o plano de saúde. 
 
Questão 11 
 
 
TEXTO I 
 
 
TEXTO II 
 
 
O humor decorrente delas se deve: 
 
 em I, ao pedido extravagante de Hagar; em II, à atitude 
do marido em colocar sua mulher em um pedestal. 
 em I, ao fato de Eddie Sortudo não saber por quanto 
tempo deverá segurar o pepino; em II, à finalidade do 
pedestal colocado pelo marido. 
 em I, ao fato de Hagar não gostar de pepino; em II, ao 
sentido figurado da expressão “me coloca num 
pedestal”, empregada pela mulher de Hagar. 
 em I, à maneira como Eddie Sortudo interpreta o pedido 
de Hagar; em II, pelo sentido figurado e próprio com que 
a expressão “me coloca num pedestal” é interpretada. 
 em I, ao gosto refinado de Hagar; em II, ao 
desapontamento da visita, no último quadrinho. 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 7 
Questão 12 
 
 
 
 
No plano da linguagem verbal, o efeito de humor da charge 
decorre 
 
 da imprecisão do diálogo das personagens, razão pela 
qual não se entende o sentido de “raso”. 
 da aproximação de sentido presente nas falas das 
personagens, com os termos “chato”, “plana” e “raso”. 
 da forma respeitosa como as personagens se tratam, o 
que se comprova com o adjetivo “raso”. 
 do contraste de sentido na fala das personagens, nas 
quais os adjetivos “chato” e “plana” se opõem. 
 da fala confusa da personagem, quando utiliza o adjetivo 
“plana” para referir-se à Terra. 
 
Questão 13 
 
 
 
 
As frases do primeiro e do último quadrinho estão reescritas 
em conformidade com a norma-padrão em: 
 
 nós vamos ficando cansada, por que a idade chega. / De 
fazer planos que nos vamos cansando. 
 haja visto a idade, nós vamos ficando cansadas. / Nós 
vamos se cansando é de fazer planos. 
 nós vamos ficando cansadas, porquê a idade chega. / É 
de fazer planos que vamos se cansando. 
 nós vamos ficando cansadas porque a idade chega. / 
Nós vamos nos cansando de fazer planos. 
 haja vista o avanço da idade, nós vamos ficando 
cansada. / Nós vamos se cansando de fazer planos. 
Questão 14 
 
 
O presidente Lula assinou, em 29 de setembro de 2008, 
decreto sobre o Novo Acordo Ortográfico da Língua 
Portuguesa. As novas regras afetam principalmente o uso 
dos acentos agudo e circunflexo, do trema e do hífen. Longe 
de um consenso, muita polêmica tem-se levantado em 
Macau e nos oito países de língua portuguesa: Brasil, 
Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, 
São Tomé e Príncipe e Timor leste. 
 
Comparando as diferentes opiniões sobre a validade de se 
estabelecer o acordo para fins de unificação, o argumento 
que, em grande parte, foge a essa discussão é 
 
 “A Academia (Brasileira de Letras) encara essa 
aprovação como um marco histórico. Inscreve-se, 
finalmente, a Língua Portuguesa no rol daquelas que 
conseguiram beneficiar-se há mais tempo da unificação 
de seu sistema de grafar, numa demonstração de 
consciência da política do idioma e de maturidade na 
defesa, difusão e ilustração da língua da Lusofonia.” 
 SANDRONI, C. Presidente da ABL. Disponível em: http://academia.org.br. 
Acesso em: 10 nov. 2008. 
 
 “Acordo ortográfico? Não, obrigado. Sou contra. 
Visceralmente contra. Filosoficamente contra. 
Linguisticamente contra. Eu gosto do “c” do “actor” e o 
“p” de “cepticismo”. Representa um patrimônio, uma 
pegada etimológica que faz parte de uma identidade 
cultural. A pluralidade é um valor que deve ser estudado 
e respeitado. Aceitar essa aberração significa apenas 
que a irmandade entre Portugal e o Brasil continua a ser 
a irmandade do atraso.” 
COUTINHO, J. P. Folha de São Paulo, Ilustrada. 28 set. 2008, E1 (adaptado) 
 
 “Há um conjunto de necessidades políticas e 
econômicas com vista à internacionalização do 
português como identidade e marca econômica. É 
possível que o (Femando) Pessoa, como produto de 
exportação, valha mais do que a PT (Portugal Telecom). 
Tem um valor econômico único.” 
RIBEIRO, J. A. P. Ministro da Cultura de Portugal. Disponível em: 
http://ultimahora.publico.clix.pt. Acesso em: 10 nov. 2008 
 
 “É um acto cívico batermo-nos contra o Acordo 
Ortográfico.” “O acordo não leva a unidade nenhuma.” 
“Não se pode aplicar na ordem interna um instrumento 
que não está aceita internacionalmente” e nem assegura 
“a defesa da língua como patrimônio, como prevê a 
Constituição nos artigos 9º e 68º.” 
MOURA, V. G. Escritor e euro deputado. Disponível em: 
www.mundoportugues.org. Acesso em: 10 nov. 2008. 
 
 “Se é para ter uma lusofonia, o conceito [unificação da 
língua] deve ser mais abrangente e temos de estar em 
paridade. Unidade não significa que temos que andar 
todos ao mesmo passo. Não é necessário que nos 
tornemos homogêneos. Até porque o que enriquece a 
língua portuguesa são as diversas literaturas e formas 
de utilização.” 
RODRIGUES, M. H. Presidente do Instituto Português do Oriente, sediado 
em Macau. Disponível em: http://taichungpou.blogspot.com. 
Acesso em: 10. nov. 2008 (adaptado) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 8 
Questão 15 
 
 
Em casa, brincava de missa, - um tanto às escondidas, 
porque minha mãe dizia que missa não era cousa de 
brincadeira. Arranjávamos um altar, Capitu e eu. Ela servia 
de sacristão, e alterávamos o ritual, no sentido de dividirmos 
a hóstia entre nós; a hóstia era sempre um doce. No tempo 
em que brincávamos assim, era muito comum ouvir à minha 
vizinha: "Hoje há missa?" Eu já sabia o que isto queria dizer, 
respondia afirmativamente, e ia pedir hóstia por outro nome. 
Voltavacom ela, arranjávamos o altar, engrolávamos o latim 
e precipitávamos as cerimônias. Dominus non sum dignus 
...* Isto, que eu devia dizer três vezes, penso que só dizia 
uma, tal era a gulodice do padre e do sacristão. Não 
bebíamos vinho nem água; não tínhamos o primeiro, e a 
segunda viria tirar-nos o gosto do sacrifício. 
(Machado de Assis, Dom Casmurro, Obra completa.) 
 
*Trecho da fala do sacerdote, no momento da comunhão, 
que era proferida em latim, antes do Concílio Vaticano II. A 
fala inteira, que deve ser repetida três vezes, é: Dominus 
non sum dignus ut intres sub tectum meum, sed tantum dic 
verbum e sanabitur anima mea, cuja tradução é: Senhor, não 
sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma 
só palavra e minha alma será salva. 
 
A palavra "cousa" é uma variante da palavra "coisa", assim 
como "loura", de "loira". Assinale a alternativa em que as 
duas palavras são, também, variantes uma da outra. 
 
 discrição e descrição. 
 vultoso e vultuoso. 
 catorze e quatorze. 
 dispensa e despensa. 
 discriminar e descriminar. 
 
Questão 16 
 
 
A Unidade Ortográfica 
 
 Velhíssima questão a da unidade ortográfica do 
português usado no Brasil e em Portugal. Que a prosódia seja 
diferente, é natural. Num país imenso como o nosso, há 
diversas formas de pronunciar as palavras, e o próprio 
vocabulário admite expressões regionais - o mesmo 
acontecendo com todas as línguas do mundo. 
 O diabo é a grafia, sobre a qual os portugueses não 
abrem mão de escrever "director", por exemplo. Não é o 
mesmo caso de "facto" e "fato", que têm significações diferentes 
e, com boa vontade, podemos compreender a insistência dos 
portugueses em se referir à roupa e ao acontecimento. 
 Arnaldo Niskier, quando presidente da Academia 
Brasileira de Letras, conseguiu acordo com a Academia de 
Ciências de Lisboa, assinaram-se tratados com a aprovação 
dos governos do Brasil e de Portugal. O acordo previa o 
consenso de todos os países lusófonos. Na época, somente os 
dois principais interessados estavam em condições de obter um 
projeto comum - mais tarde, Cabo Verde também toparia. 
 Numa das últimas sessões da ABL, Sérgio Paulo 
Rouanet, Alberto da Costa e Silva e Evanildo Bechara 
trouxeram o problema ao plenário - um dos temas recorrentes 
da instituição é a feitura definitiva do vocabulário a ser adotado 
por todos os países de expressão portuguesa. (...) 
 Cristão-novo nesta questão, acredito que não será 
para os meus dias a solução para a nossa unidade ortográfica. 
(Carlos Heitor Cony. Folha de S. Paulo, 10.08.2004.) 
Segundo o texto, pode-se concluir que 
 
 a grafia e a prosódia são fatores que impossibilitam a 
unificação ortográfica. 
 a ABL estuda um vocabulário ortográfico comum aos 
países lusófonos. 
 a discussão sobre a unificação ortográfica tem origem 
recente. 
 a unificação ortográfica entre Portugal e Brasil é uma 
questão de honra. 
 tratados ortográficos já foram assinados por todos os 
países de expressão portuguesa. 
 
Questão 17 
 
 
Onde há maior engajamento das pessoas no trabalho? 
Para responder essa pergunta, a consultoria Marcus 
Buckingham Company fez uma pesquisa em 13 países, 
entrevistando cerca de mil pessoas de várias empresas em 
cada um. Os Estados Unidos e a China estão empatados em 
primeiro lugar (com 19% de engajamento total cada), o que 
não chega a ser uma surpresa diante da potência de suas 
economias. Mas aí começam as novidades: em segundo 
lugar está a Índia, com 17%, e em terceiro, o Brasil, com 
16% de engajamento, acima de países como a Inglaterra, o 
Canadá, a Alemanha, a Itália e a França. Solicitou-se aos 
entrevistados hierarquizar oito afirmações básicas, como “no 
trabalho, sei claramente o que esperam de mim” ou “serei 
reconhecido se fizer um bom trabalho”. Para os autores, a 
diferença de engajamento em cada país seria explicada de 
acordo com o grau de confiança que o entrevistado teria 
sobre a utilização de suas capacidades pessoais no 
trabalho. Mas há nuances: no Brasil, assim como na França, 
Canadá e Argentina, a afirmação “meus colegas me apoiam” 
recebeu também grande destaque, enquanto na Inglaterra e 
na Índia se valoriza mais o fato de ter colegas que 
compartilhem os mesmos valores. 
(Adaptado de: NOGUEIRA, P. E. A preguiça é mito? Época Negócios. ago. 2015. 
n.102. p. 21.) 
 
Acerca dos recursos linguísticos sublinhados no texto, 
compreende-se que 
 
 a expressão “cerca de” pode ser substituída por “acerca 
de” sem prejuízo do sentido original. 
 a expressão “em cada um” impede ambiguidade em 
torno das empresas nas quais as pessoas foram 
entrevistadas. 
 o conectivo “Mas” serve para contrapor “surpresa” e 
“novidades”. 
 o termo “aí” refere-se à “potência de suas economias”. 
 o conectivo “enquanto” pode ser substituído por “ao 
passo que” sem prejuízo do sentido original. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 9 
Questão 18 
 
 
Tarde Cinzenta 
 
 A 13tarde de inverno é perfeita. O tempo nublado 
acinzenta tudo. Mesmo os mais 11empedernidos cultores da 
agitação, do barulho, das cores, hoje se rendem a uma certa 
passividade e melancolia. Os espíritos 12ensimesmados 
reinam; os ativos pagam tributo à reflexão. Sem o sol, que 
provoca a 1rudeza dos contrastes, 2tudo é sutil, tudo é suave. 
 Tardes assim nos reconciliam com o efêmero. 
18Longe das 3certezas substanciais, ficamos flutuando entre 
as 4névoas da dúvida. A superficialidade, que aparentemente 
plenifica, dissolve-se; acabamos ancorados no porto das 
insatisfações. E, ao invés de nos perenizarmos como 
singularidade, desejamos subsumir na névoa...como a 
14montanha e a tarde. 
 A vida sempre para numa tarde assim. É como se 
tudo congelasse. Moléculas, músculos, máquinas e espíritos 
interrompem seu 5furor produtivo 19e se rendem, estáticos, à 
6magia da tarde cinzenta. 
 20Numa tarde assim, não há senão uma coisa a 
fazer: contemplar. O espírito, carregando consigo um corpo 
por vezes contrariado, 7aquieta-se e divaga; 8torna-se 
receptivo a tudo: aos mínimos sons, 24às réstias de luz que 
atravessam a névoa, ao lento e pesado progresso que tudo 
conduz para o fim do dia, para o mergulho nas brumas da 
noite. 25As narinas absorvem com prazer um odor que 
parece carregado de umidade; a pele sente o toque enérgico 
do frio. O langor impõe-se e comanda esse estar-no-mundo 
como que suspenso por um tênue fio 21que nos liga, 
timidamente, à vida ativa. 
 Nas tardes cinzentas, o coração balança entre a paz 
e a inquietação, 23porque a calma e o silêncio inquietam. 9O 
azáfama anestesia; 10o não fazer deixa o espírito alerta — 
como um nervo exposto a qualquer acontecer. 
 Não há jamais nada de espetacular nas 15tardes 
cinzentas, a não ser o espetáculo da própria tarde. E este é 
grandiosamente simples: ar friorento, claridade difusa que se 
perde no cinza, contemplação, inatividade e o contraditório 
do espírito aguçado e acuado por esse acontecer 
minimalista da vida. 
 Na tarde fria e cinzenta, corpos se rendem ao 
aconchego de 16roupas macias ou de braços macios em 
abraços suaves. Somente olhares e corações conservam o 
fogo das paixões. As vozes agudas e imperativas 
transformam-se em sons baixos, quase guturais, que muitas 
vezes convertem-se em sussurros, como temendo quebrar a 
magia da tarde. 
 Não nos iludamos com as aparências: não há 
necessariamente tristeza nas tardes cinzentas. Mas também 
não existe aquela alegria inconsequente dos dias cálidos e 
dourados pelo sol. 22Existe, sim, um equilíbrio perfeito, numa 
equidistância entre o tédio e a euforia, fazendo-nos caminhar 
sobre um 17tênue fio distendido entre o amargor e a 
satisfação, entre o entusiasmo e o tédio. Tudo isso, porém, 
só se mostra aqui e ali, em meio à bruma difusa, ao cinza 
que permeia tudo. 
 Uma simples tarde cinzenta pode parar o mundo, 
pode deter a vida. Somente por um instante. Mas talvez 
apenas nos corações sensíveis. 
CARINO, J. Disponívelem: http://www.almacarioca.net/tarde-cinzenta-j-carino/ 
Acesso em: 23 ago. 2010. (Adaptado) 
 
No primeiro parágrafo do texto, as palavras 
“...empedernidos...” (ref. 11) e “...ensimesmados...” (ref. 12) 
podem ser substituídas, sem alteração do sentido, 
respectivamente, por 
 
 inflexíveis e recolhidos. 
 subestimáveis e irredutíveis. 
 descrentes e indecisos. 
 remotos e céticos. 
 inusitados e insondáveis. 
 
Questão 19 
 
 
TEXTO I 
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, 
abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e 
janelas alinhadas. 
[...] 
 A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, 
umedecia o ar e punha-lhe um farto acre de sabão ordinário. 
As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e 
em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma 
palidez grisalha e triste, feita de acumulações de espumas 
secas. 
Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas 
de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar 
das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; 
começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café 
aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janela 
para janela as primeiras palavras, os bons-dias; reatavam-se 
conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora 
traquinava já, e lá dentro das casas vinham choros abafados 
de crianças que ainda não andam. No confuso rumor que se 
formava, destacavam-se risos, sons de vozes que 
altercavam, sem se saber onde, grasnar de marrecos, cantar 
de galos, cacarejar de galinhas. 
 AZEVEDO, A. O cortiço. Disponível em: . 
Acesso em: 3 mar. 2021. [Fragmento] 
 
TEXTO II 
 
 
Em relação ao contexto e aos aspectos composicionais, as 
obras compartilham a 
 
 metáfora das alegrias vivenciadas pela chamada terceira 
classe. 
 abordagem de situações da camada mais pobre da 
sociedade. 
 referência à burguesia, mais abastada e que detém o 
poder. 
 descrição detalhada do dia a dia dos trabalhadores 
rurais. 
 idealização do cenário da vida da terceira classe social. 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 10 
Questão 20 
 
 
Há um claro sinal de desconforto no ar. 
Ninguém comenta abertamente, mas nos bastidores 
cresce o receio de que a Superliga novamente não termine 
pela segunda temporada consecutiva. Se acontecer, seria 
um desastre para os patrocinadores. 
VOLOCH, B. Bolha seria plano para evitar cancelamento da Superliga. 
 Disponível em: . Acesso em: 3 mar. 2021. [Fragmento] 
 
Nessa introdução de uma notícia, apesar de não ser 
característica do gênero, é possível perceber traços 
opinativos do autor pela construção por meio da 
 
 antecipação do cenário discutido a partir de pistas 
linguísticas. 
 enumeração de exemplos de situações ocorridas no 
ambiente citado. 
 exposição de uma situação problemática em torno do 
assunto abordado. 
 ilusão do leitor ao citar que há diferença entre o fato 
abordado e a realidade. 
 citação de autoridades convencendo-o, desde o início, 
sobre a tese proposta. 
 
Questão 21 
 
 
“Filhos? Não. Obrigada.” 
Maternidade compulsória e romantização do maternar 
 
A pressão social pela maternidade é altíssima e chega de 
todos os lados, até de onde menos se espera. Amigos, 
família, igreja, profissionais de saúde perpetuam discursos 
que misturam cobrança, ameaças de um futuro solitário e 
cheio de arrependimento, além da clássica romantização da 
maternidade. 
Uma amiga querida veio me contar recentemente que 
estava à procura de uma outra profissional para cuidar de 
sua saúde. Motivo? A que a acompanhava desde sempre 
disse a ela que chegara o seu tempo limite de decidir sobre 
ter filhos. A profissional disse que ela precisava agir logo, 
pois mulheres sem filhos estão fadadas a serem traídas por 
seus companheiros “que vão procurar uma vida feliz e com 
filhos em outro lugar” além de serem fortes candidatas a 
envelhecer sozinhas, sem ninguém para cuidar delas. 
“Amiga, você me conhece. Eu nunca quis ser mãe. Eu não 
era mãe nem das minhas bonecas. Eu era tia!” E sorrimos 
juntas. De tristeza ou “de nervoso”. 
Todos os caminhos e decisões que tomamos na vida têm 
lado bom e lado ruim. Ter filhos é maravilhoso e é horrível. É 
uma delícia e é uma tristeza. E quem precisa pensar de 
forma livre e tranquila sobre isso somos nós, mulheres. 
ROCHA, J. Disponível em: . Acesso em: 2 mar. 2021. [Fragmento] 
 
Os textos se utilizam de diferentes recursos linguísticos para 
apresentar e desenvolver ideias. No fragmento, a estratégia 
utilizada para corroborar o argumento central da autora é 
o(a) 
 
 uso de frases de impacto, comovendo o leitor. 
 relato de uma situação vivenciada por ela mesma. 
 ênfase aos problemas da escolha pela maternidade. 
 citação da situação da amiga como exemplo da tese. 
 explicitação das variações do conceito de maternidade. 
Questão 22 
 
 
Meu esquema 
 
Ela é meu concerto de rock’n’roll 
Nação, minha torcida gritando gol 
Minha Ipanema 
 
Ela é meu curso de anatomia 
Ela é meu retiro espiritual 
Ela é minha história 
 
Ela é meu desfile internacional 
Ela é meu bloco de Carnaval 
Minha evolução... 
 
Ela é o que meu médico receitou 
Rivaldo Maravilha mandando um gol 
ZERO QUATRO, F. Meu esquema. In: Mundo Livre S/A. 
Por pouco. CD. Abril Music, 2000. [Fragmento] 
 
Na letra da banda pernambucana Mundo Livre S/A, a 
construção que o eu lírico faz da figura feminina se dá por 
meio 
 
 da repetição de períodos formados por predicados 
nominais. 
 de adjetivos que apontam para a caracterização física 
da amada. 
 de pronomes possessivos que associam características 
à amada. 
 de um pronome pessoal que pode se remeter a todas as 
mulheres. 
 da reiteração das ações praticadas por ela durante o 
relacionamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 11 
Questão 23 
 
 
 
 
Na legenda do “tweet”, o nome do evento a ser iniciado é omitido sem prejuízo para o entendimento, uma vez que o(a) 
 
 objetivo é complementar o sentido da publicação. 
 postagem se direciona a um público específico. 
 relevante é a divulgação da data das palestras. 
 perfil desconsidera o engajamento do público. 
 texto busca incentivar o acesso ao site oficial. 
 
Questão 24 
 
 
 
 
A tira apresenta um mecanismo de coesão referencial, isto é, emprega termos que orientam o leitor a voltar no texto para 
recuperar algo que já foi expresso. No segundo quadrinho, o pronome remissivo "isso" é utilizado para 
 
 corroborar o conselho do pai. 
 reiterar a “boa ideia” de Calvin. 
 retomar a expressão “coisa verde”. 
 retificar a negação da personagem. 
 orientar o leitor sobre a decisão de Calvin. 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 12 
Questão 25 
 
 
 
 
 
 
Tendo em vista a fala de Mafalda no último quadro, a crítica 
social da tirinha se apresenta pelo humor que se constrói 
pela 
 
 inserção de anúncios que incentivam o consumo 
midiático. 
 crítica da menina à publicidade que a leva a assistir 
televisão. 
 personagem questionar a existência sendo ainda uma 
criança. 
 menção à televisão como atenuadora da crise social do 
público. 
 constatação de que a mídia se aproveita das questões 
existenciais. 
 
Questão 26 
 
 
Do ponto de vista da semiótica da recepção, tem-se que 
o ato de leitura implica a construção (ou desconstrução) do 
texto. No entanto, afastando-nos de qualquer pretensa 
ingenuidade, verifica-se que um texto funciona, em última 
análise, como um guia-mapa da interpretação esperada para 
ele. Portanto, os limites da interpretação já estariam 
balizados no esquema estruturador do texto. Além disso, 
dependendo dos sinais utilizados, a participação do leitor já 
estaria previamente controlada. 
SIMÕES, D. As artimanhas do texto publicitário: leituras semióticas e signos da 
desconfiança. 
 In: SIMÕES, D. (Org.). Semiótica &Semiologia. Rio de Janeiro: Dialogarts, 1999. 
p. 49-55. (Coleção em Questão). 
 
De acordo com a autora, o projeto de um texto apresenta o 
esqueleto que sustentará sua composição, direcionando o 
leitor para a interpretação que se deseja veicular. Esse 
aspecto pode ser verificado na construção de textos 
dissertativos e argumentativos, visto que o autor 
 
 busca incentivar a interpretação livre do seu leitor. 
 busca persuadir o leitor sobre determinado ponto de 
vista. 
 interage com o leitor por meio de um diálogo textual 
interno. 
 influencia o leitor a buscar informações sobre o assunto 
abordado. 
 relaciona posicionamento comum para maior aceitação 
do público. 
 
Questão 27 
 
 
 
 
 
 
As tirinhas compõem um gênero textual que pode revelar 
posicionamentos críticos sobre determinados assuntos. 
Nesse sentido, na tirinha, a personagem critica o 
 
 pessimismo dos usuários de redes sociais durante sua 
permanência online. 
 alheamento provocado pelo uso exagerado das redes 
sociais na prática humana. 
 comportamento das redes sociais diante do comentário 
doentio de seus membros. 
 uso inapropriado dos sistemas de comunicação para 
transmitir emoções negativas. 
 empoderamento que as redes sociais permitem aos 
usuários ditos mais participativos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 13 
Questão 28 
 
 
 
 
 
Pela análise da charge, o entendimento sobre a necessidade 
de mudança dos hábitos deve-se à 
 
 perda da casa pela poluição industrial. 
 negligência do casal com a limpeza urbana. 
 consequência gerada pela produção de lixo. 
 atenção do homem aos problemas de outros. 
 desespero da mulher pela situação vivenciada. 
 
Questão 29 
 
 
A sustentabilidade empresarial tem se tornado uma 
grande preocupação das organizações, já que os 
consumidores estão mais conscientes e exigem que as 
empresas trabalhem de uma maneira que não prejudique o 
meio ambiente. De acordo com a pesquisa “Estratégias 
Empresariais para a Sustentabilidade no Brasil”, realizada 
pela UniEthos, 69% das empresas nacionais já 
reconheceram que a inserção da sustentabilidade no 
planejamento estratégico é uma necessidade. 
Além de gerar aproximação com os consumidores, essa 
ação pode promover redução dos custos de produção, gerar 
engajamento e destacar a empresa em relação aos 
concorrentes. 
As empresas também devem desenvolver ações que 
impulsionam a comunidade na qual estão inseridas. A 
Natura, por exemplo, é conhecida por ser uma empresa com 
grande preocupação socioambiental. A organização possui 
parcerias com produtores rurais para uma produção 
consciente de determinados recursos naturais que servem 
de matéria-prima. 
COSTA. P. B. Importância de se introduzir sustentabilidade nas empresas. 
Disponível em: . Acesso em: 27 fev. 2021 (Adaptação). 
 
No trecho do artigo de opinião, o autor discorre sobre a 
sustentabilidade empresarial, argumentando que a 
 
 implementação de políticas socioambientais tem como 
objetivo a adaptação à nova realidade, ainda que isso 
gere um prejuízo inicial às empresas. 
 preocupação socioambiental deve ser levada em 
consideração, pois reduz gastos e aumenta o lucro ao 
utilizar produtores de comunidades carentes. 
 forma de desenvolvimento sustentável de indústrias 
brasileiras é eficaz, visto que houve aumento das 
companhias que adotam práticas sustentáveis. 
 produção sustentável moderniza a empresa, possibilita 
aumento do faturamento por meio da redução de custos 
e atende às demandas dos clientes atuais. 
 impossibilidade de alguns setores aderirem a políticas 
sustentáveis ocorre porque 31% das empresas têm 
atividades que dependem da exploração ambiental. 
 
Questão 30 
 
 
 
 
 
O humor da tira, explícito no último quadro, revela a crítica à 
sociedade contemporânea, direcionando-se à(ao) 
 
 violência crescente em brigas ocorridas na rua. 
 anonimato assegurado pelos debates nas redes. 
 covardia flagrante em agressões aos mais fracos. 
 exposição inconsequente de opiniões na internet. 
 linguagem grosseira nas discussões entre pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 14 
LITERATURA 
 
Questão 31 
 
 
I. Cinquenta anos! Não era preciso confessá‐lo. Já se 
vai sentindo que o meu estilo não é tão lesto* como nos 
primeiros dias. Naquela ocasião, cessado o diálogo com o 
oficial da marinha, que enfiou a capa e saiu, confesso que 
fiquei um pouco triste. Voltei à sala, lembrou‐me dançar uma 
polca, embriagar-medas luzes, das flores, dos cristais, dos 
olhos bonitos, e do burburinho surdo e ligeiro das conversas 
particulares. E não me arrependo; remocei. Mas, meia hora 
depois, quando me retirei do baile, às quatro da manhã, o 
que é que fui achar no fundo docarro? Os meus cinquenta 
anos. 
 *ágil 
 
II. Meu caro crítico, 
Algumas páginas atrás, dizendo eu que tinhacinquenta 
anos, acrescentei: “Já se vai sentindo que o meu estilo não é 
tão lesto como nos primeiros dias”. Talvez aches esta frase 
incompreensível, sabendo‐se o meu atual estado; mas eu 
chamo a tua atenção para a sutileza daquele pensamento. O 
que eu quero dizer não é que esteja agora mais velho do 
que quando comecei o livro. A morte não envelhece. Quero 
dizer, sim, que em cada fase da narração da minha 
vida experimento a sensação correspondente. Valha‐me 
Deus! É preciso explicar tudo. 
 Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas. 
 
A passagem final do texto II – “Valha‐me Deus! é preciso 
explicar tudo.” – denota um elemento presente no estilo do 
romance, ou seja, 
 
 o realismo, visto no rigor explicativo dos fatos. 
 a religiosidade, que se socorre do auxílio divino. 
 o humor, capaz de relativizar as ideias. 
 a metalinguagem, que imprime linearidade à narração. 
 a ironia, própria do discurso positivo. 
 
Questão 32 
 
 
Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, 
ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda 
assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de 
vida, aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe 
crescia junto da casa (...). 
À noite e aos domingos ainda mais recrudescia o seu 
azedume, quando ele, recolhendo-se fatigado do serviço, 
deixava-se ficar estendido numa preguiçosa, junto à mesa 
da sala de jantar e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor 
que vinha da estalagem numa exalação forte de animais 
cansados. Não podia chegar à janela sem receber no rosto 
aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o 
seu fartum de bestas no coito. 
 (Aluísio de Azevedo, O cortiço. 14. ed. São Paulo: Ática, 1983, p. 22.) 
 
 
 
 
 
 
 
Levando em conta o excerto e a análise estética do 
naturalismo, é correto afirmar que: 
 
 o grosseiro rumor, a sexualidade desregrada e a 
exalação forte que provinham do cortiço decorriam, 
segundo Miranda, do abandono daquela população pelo 
governo. 
 os termos “grosseiro rumor”, “animais”, “bestas no coito”, 
que fazem referência aos moradores do cortiço, 
funcionam como metáforas da vida pulsante dos seus 
habitantes. 
 o nivelamento sociológico na obra O Cortiço se dá não 
somente entre os moradores da habitação coletiva e o 
seu senhorio, mas também entre eles e o vizinho 
Miranda. 
 a presença portuguesa, exemplificada nas personagens 
João Romão e Miranda, não é relevante para o 
desenvolvimento da narrativa nem para a compreensão 
do sentido da obra. 
 a abordagem fatalista e, ao mesmo tempo, idealizada 
dos personagens nas obras naturalistas fazem com que 
o romance adquirira um caráter ufanista. 
 
Questão 33 
 
 
Quanto às mulheres de vida alegre, detestava-as; tinha 
gasto muito dinheiro, precisava casar, mas casar com uma 
menina ingênua e pobre, porque é nas classes pobres que 
se encontra mais vergonha e menos bandalheira. Ora, Maria 
do Carmo parecia-lhe uma criatura simples, sem essa 
tendência fatal das mulheres modernas para o adultério, 
uma menina que até chorava na aula simplesmente pornão 
ter respondido a uma pergunta do professor! Uma rapariga 
assim era um caso esporádico, uma verdadeira exceção no 
meio de uma sociedade roída por quanto vício há no mundo. 
Ia concluir o curso, e, quando voltasse ao Ceará, pensaria 
seriamente no caso. A Maria do Carmo estava mesmo a 
calhar: pobrezinha, mas inocente... 
CAMINHA, A. A normalista. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso 
em: 16 maio 2016. 
 
Alinhado às concepções do Naturalismo, o fragmento do 
romance de Adolfo Caminha, de 1893, identifica e destaca 
nos personagens um(a) 
 
 compleição moral condicionada ao poder aquisitivo. 
 temperamento inconstante incompatível com a vida 
conjugal. 
 formação intelectual escassa relacionada a desvios de 
conduta. 
 laço de dependência ao projeto de reeducação de 
inspiração positivista. 
 sujeição a modelos representados por estratificações 
sociais e de gênero. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 15 
Questão 34 
 
 
TEXTO I 
Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei 
a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, 
não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas 
faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o 
suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de dona 
Plácida, nem asemidemência do Quincas Borba. Somadas 
umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não 
houve míngua nem sobra, e, conseguintemente, que saí 
quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este 
outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que 
é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: – Não 
tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da 
nossa miséria. 
 Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. 
 
TEXTO II 
Não sei por que até hoje todo o mundo diz que tinhapena 
dos escravos. Eu não penso assim. Acho que se 
fosse obrigada a trabalhar o dia inteiro não seria infeliz. Ser 
obrigada a ficar à toa é que seria castigo para mim. Mamãe 
às vezes diz que ela até deseja que eu fique preguiçosa; a 
minha esperteza é que a amofina. Eu então respondo: “Se 
eu fosse preguiçosa não sei o que seria da senhora, meu pai 
e meus irmãos, sem uma empregada em casa”. 
 Helena Morley, Minha vida de menina. 
 
Nos dois textos, obtém-se ênfase por meio do emprego de 
um mesmo recurso expressivo, como se pode verificar nos 
seguintes trechos: 
 
 “Este último capítulo é todo de negativas” / “Eu não 
penso assim”. 
 “Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui 
ministro, não fui califa, não conheci o casamento” / “Não 
sei por que até hoje todo o mundo diz que tinha pena 
dos escravos”. 
 “Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa 
fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto” 
/ “Ser obrigada a ficar à toa é que seria castigo para 
mim”. 
 “qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem 
sobra” / “Mamãe às vezes diz que ela até deseja que eu 
fique preguiçosa”. 
 “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o 
legado da nossa miséria” / “Acho que se fosse obrigada 
a trabalhar o dia inteiro não seria infeliz”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 35 
 
 
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos 
os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes 
dispersas, 1mas um só ruído compacto que enchia todo o 
cortiço. Começavam a fazer compras na venda; 
ensarilhavam-se* discussões e rezingas**; 2ouviam-se 
gargalhadas e pragas; já se não falava,gritava-se. Sentia-se 
naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de 
plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama 
preta e nutriente da vida, 3o prazer animal de existir, a 
triunfante satisfação de respirar sobre a terra. 
 Da porta da venda que dava para o cortiço iam e 
vinham como formigas; fazendo compras. 
 Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu numa 
a Isaura, que se dispunha a começar a limpeza da casa. 
 – Nhá Dunga! 4gritou ela para baixo, a sacudir um 
pano de mesa; se você tem cuscuz de milho hoje, 5bata na 
porta, ouviu? 
 Aluísio Azevedo, O cortiço. 
* ensarilhar-se: emaranhar-se. 
** rezinga: resmungo. 
 
Constitui marca do registro informal da língua o trecho 
 
 “mas um só ruído compacto” (ref. 1). 
 “ouviam-se gargalhadas” (ref. 2). 
 “o prazer animal de existir” (ref. 3). 
 “gritou ela para baixo” (ref. 4). 
 “bata na porta” (ref. 5). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 16 
Questão 36 
 
 
A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, 
como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito 
alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um 
deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia 
também a máscara de folha de flandres. A máscara 
fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes 
tapar a boca.Tinha só três buracos, dois para ver, um para 
respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. 
Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque 
geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com 
que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a 
sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal 
máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se 
alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros 
astinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas 
não cuidemos de máscaras. 
O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos 
fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa 
também, à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e 
fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era 
menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde 
quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco 
era pegado. 
Há meio século, os escravos fugiam com 
frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da 
escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e 
nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era 
apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de 
padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o 
sentimento da propriedade moderava a ação, porque 
dinheiro também dói. A fuga repetia-se, entretanto. Casos 
houve, ainda que raros, em que o escravo de contrabando, 
apenascomprado no Valongo, deitava a correr, sem 
conhecer as ruas da cidade. Dos que seguiam para casa, 
não raro, apenas ladinos, pediam ao senhor que lhes 
marcasse aluguel, e iam ganhá-lo fora, quitandando. 
Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a 
quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, com 
os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o 
tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação. 
Quando não vinha a quantia, vinha promessa: “gratificar-se-á 
generosamente” – ou “receberá uma boa gratificação”. Muita 
vez o anúncio trazia em cima ouao lado uma vinheta, figura 
de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na 
ponta uma trouxa. Protestava-se com todo o rigor da lei 
contra quem o acoitasse. 
Ora, pegar escravos fugidios era um ofício do tempo. Não 
seria nobre, mas por ser instrumento da força com que se 
mantêm a lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza 
implícita das ações reivindicadoras. Ninguém se metia em tal 
ofício por desfastio ou estudo; a pobreza, a necessidade de 
uma achega, a inaptidão para outros trabalhos, o acaso, e 
alguma vez o gosto de servir também, ainda que por outra 
via, davam o impulso ao homem que se sentia bastante rijo 
para pôr ordem à desordem. 
Contos 1898, Machado de Assis. 
 
 
 
 
 
A perspectiva do narrador diante das situações e dos fatos 
relacionados à escravidão é marcada, sobretudo, 
 
 pelo saudosismo. 
 pela indiferença. 
 pela indignação. 
 pelo entusiasmo. 
 pela ironia. 
 
Questão 37 
 
 
“A infância de Brás Cubas, como a de todo membro da 
sociedade patriarcal brasileira da época, é marcada por 
privilégios e caprichos patrocinados pelos pais. O garoto 
tinha como “brinquedo” de estimação o negrinho Prudêncio, 
quelhe servia de montaria e para maus-tratos em geral. Na 
escola, Brás era amigo de traquinagem de Quincas Borbas, 
que aparecerá no futuro defendendo o humanitismo, misto 
da teoria darwinista com o borbismo: “Aos vencedores, as 
batatas”, ou seja: só os mais fortes e aptos devem 
sobreviver. 
Na juventude do protagonista, as benesses ficam por 
conta dos gastos com uma cortesã, ou prostituta de luxo, 
chamada Marcela, a quem Brás dedica a célebre frase: 
“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de 
réis”. Essa é uma das marcas do estilo machadiano, a 
maneira como o autor trabalha as figuras de linguagem. 
Marcela é prostituta de luxo, mas na obra não há, em 
nenhum momento, a caracterização nesses termos. 
Machado utiliza a ironia e o eufemismo para que o leitor 
capte o significado. Brás Cubas não diz, por exemplo, que 
Marcela só estava interessada nos caros presentes que ele 
lhe dava. Ao contrário, afirma categoricamente que ela o 
amou, mas fica claro que, naquela relação, amor e interesse 
financeiro estão intimamente ligados. 
Contos 1898, Machado de Assis. 
 
Na obra: “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, Machado de 
Assis utiliza-se de uma das suas principais estéticas, a 
saber: 
 
 à fuga do viés temporal. 
 o realismo fantasioso. 
 narrador sempre observador. 
 às repreensões verbais feitas aos escravos de Cubas. 
 à emancipação do amor por meio do artificialismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 17 
Questão 38 
 
 
Ela nasceu lesma, vivia no meio das lesmas, mas não 
estava satisfeita com sua condição. Não passamos de 
criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos conhecidas 
por nossa lentidão. O rastro que deixaremos 
na História será tão desprezível quanto a gosma que 
marca nossa passagem pelos pavimentos. 
A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria 
ser como aquele parente distante, o escargot. O simples 
nome já a deixava fascinada: um termo francês, elegante, 
sofisticado, um termo que as pessoas pronunciavam com 
respeito e até com admiração. Mas, lembravam as outras 
lesmas, os escargots são comidos, enquanto nós pelo 
menos temos chance de sobreviver. Este argumento não 
convencia a insatisfeita lesma, ao contrário: preferiria 
exatamente terminar sua vida desta maneira, numa mesa de 
toalha adamascada, entre talheres de prata e cálices de 
cristal. Assim como o mar é o único túmulo digno de um 
almirante batavo, respondia, a travessa de porcelana é a 
única lápide digna dos meus sonhos. 
SCLIAR, M. Sonho de lesma. In: ABREU, C. F. et al. A prosa do mundo. São 
Paulo: Global, 2009. 
 
Incorporando o devaneio da personagem, o narrador 
compõe uma alegoria que representa o anseio de 
 
 rejeitar metas de superação de desafios. 
 restaurar o estado de felicidade pregressa. 
 materializar expectativas de natureza utópica. 
 rivalizar com indivíduos de condição privilegiada. 
 valorizar as experiências hedonistas do presente. 
 
Questão 39 
 
 
Garcia tinha-se chegado ao cadáver, levantara o lenço e 
contemplara por alguns instantes as feições defuntas. 
Depois, como se a morte espiritualizasse tudo, inclinou-se e 
beijou-a na testa. Foi nesse momento que Fortunato chegou 
à porta. Estacou assombrado; não podia ser o beijo da 
amizade, podia ser o epílogo de um livro adúltero [...]. 
Entretanto, Garcia inclinou-se ainda para beijar outra vez 
o cadáver, mas então não pôde mais. O beijo rebentou em 
soluços, e os olhos não puderam conter as lágrimas, que 
vieram em borbotões, lágrimas de amor calado, e 
irremediável desespero. Fortunato, à porta, onde ficara, 
saboreou tranquilo essa explosão de dor moral que foi longa, 
muito longa, deliciosamente longa. 
ASSIS, M. A causa secreta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso 
em: 9 out. 2015. 
 
No fragmento, o narrador adota um ponto de vista que 
acompanha a perspectiva de Fortunato. O que singulariza 
esse procedimento narrativo é o registro do(a) 
 
 indignação face à suspeita do adultério da esposa. 
 tristeza compartilhada pela perda da mulher amada. 
 espanto diante da demonstração de afeto de Garcia. 
 prazer da personagem em relação ao sofrimento alheio. 
 superação do ciúme pela comoção decorrente da morte. 
 
 
 
 
 
Questão 40 
 
 
Pérolas absolutas 
 
Há, no seio de uma ostra, um movimento — ainda que 
imperceptível. Qualquer coisa imiscuiu-se pela fissura, uma 
partícula qualquer, diminuta e invisível. Venceu as paredes 
lacradas, que se fecham como a boca que tem medo de 
deixar escapar um segredo. Venceu. E agora penetra o 
núcleo da ostra, contaminando-lhe a própria substância. A 
ostra reage, imediatamente. E começa a secretar o nácar. É 
um mecanismo de defesa, uma tentativa de purificação 
contra a partícula invasora. Com uma paciência de fundo de 
mar, a ostra profanada continua seu trabalho incansável, 
secretando por anos a fio o nácar que aos poucos se vai 
solidificando. É dessa solidificação que nascem as pérolas. 
As pérolas são, assim, o resultado de uma contaminação. 
A arte por vezes também. A arte é quase sempre a 
transformação da dor. [...] Escrever é preciso. É preciso 
continuar secretando o nácar, formar a pérola que talvez 
seja imperfeita, que talvez jamais seja encontrada e viva 
para sempre encerrada no fundo do mar. Talvez estas, as 
pérolas esquecidas, jamais achadas, as pérolas intocadas e 
por isso absolutas em si mesmas, guardem em si uma 
parcela faiscante da eternidade. 
SEIXAS, H. Uma ilha chamada livro. Rio de Janeiro: Record, 2009 (fragmento). 
 
Considerando os aspectos estéticos e semânticos presentes 
no texto, a imagem da pérola configura uma percepção que 
 
 reforça o valor do sofrimento e do esquecimento para o 
processo criativo. 
 ilustra o conflito entre a procura do novo e a rejeição ao 
elemento exótico. 
 concebe a criação literária como trabalho progressivo e 
de autoconhecimento. 
 expressa a ideia de atividade poética como experiência 
anônima e involuntária. 
 destaca o efeito introspectivo gerado pelo contato com o 
inusitado e com o desconhecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 18 
Questão 41 
 
 
Ela parecia pedir socorro contra o que de algum modo 
involuntariamente dissera. E ele com os olhos miúdos quis 
que ela não fugisse e falou: 
— Repita o que você disse, Lóri. 
— Não sei mais. 
— Mas eu sei, eu vou saber sempre. Você literalmente 
disse: um dia será o mundo com sua impersonalidade 
soberba versus a minha extrema individualidade de pessoa, 
mas seremos um só. 
— Sim. 
Lóri estava suavemente espantada. Então isso era a 
felicidade. De início se sentiu vazia. Depois seus olhos 
ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como 
o amor pelo mundo me transcende. O amor pela vida mortal 
a assassinava docemente, aos poucos. E o que é que eu 
faço? Que faço da felicidade? Que faço dessa paz estranha 
e aguda, que já está começando a me doer como uma 
angústia, como um grande silêncio de espaços? A quem dou 
minha felicidade, que já está começando a me rasgar um 
pouco e me assusta? Não, não quero ser feliz. Prefiro a 
mediocridade. Ah, milhares de pessoas não têm coragem de 
pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa 
desconhecida que é sentir-se feliz e preferem a 
mediocridade. Ela se despediu de Ulisses quase correndo: 
ele era o perigo. 
LISPECTOR, C. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Rio de Janeiro: 
Francisco Alves, 1990. 
 
A obra de Clarice Lispector alcança forte expressividade em 
razão de determinadas soluções narrativas. No fragmento, o 
processo que leva a essa expressividade fundamenta-se no 
 
 desencontro estabelecido no diálogo do par amoroso. 
 exercício de análise filosófica conduzido pelo narrador. 
 registro do processo de autoconhecimento da 
personagem. 
 discurso fragmentado como reflexo de traumas 
psicológicos. 
 afastamento da voz narrativa em relação aos dramas 
existenciais.Questão 42 
 
 
O exercício da crónica 
 
Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, 
como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual 
este é levado meio a tapas pelas personagens e situações 
que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do 
cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se diante de sua 
máquina, acende um cigarro, olha através da janela e busca 
fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência 
colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com 
as suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue 
novo. 
MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. das 
Letras, 1991. 
 
Nesse trecho, Vinicius de Moraes exercita a crônica para 
pensá-la como gênero e prática. Do ponto de vista dele, 
cabe ao cronista 
 
 criar fatos com a imaginação. 
 reproduzir as notícias dos jornais. 
 escrever em linguagem coloquial. 
 construir personagens verossímeis. 
 ressignificar o cotidiano pela escrita. 
 
Questão 43 
 
 
Esaú e Jacó 
 
Ora, aí está justamente a epígrafe do livro, se eu lhe 
quisesse pôr alguma, e não me ocorresse outra. Não é 
somente um meio de completar as pessoas da narração com 
as ideias que deixarem, mas ainda um par de Lunetas para 
que o leitor do Iivro penetre o que for menos claro ou 
totalmente escuro. 
Por outro lado, há proveito em irem as pessoas da minha 
história colaborando nela, ajudando o autor, por uma Iei de 
solidariedade, espécie de troca de serviços, entre o 
enxadrista e os seus trabalhos. 
Se aceitas a comparação, distinguirás o rei e a dama, o 
bispo e o cavalo, sem que o cavalo possa fazer de torre, 
nem a torre de peão. Há ainda a diferença da cor, branca e 
preta, mas esta não tira o poder da marcha de cada peça, e 
afinal umas e outras podem ganhar a partida, e assim vai o 
mundo. 
ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964 (fragmento). 
 
O fragmento do romance Esaú e Jacó mostra como o 
narrador concebe a leitura de um texto literário. Com base 
nesse trecho, tal leitura deve levar em conta 
 
 o leitor como peça fundamental na construção dos 
sentidos. 
 a luneta como objeto que permite ler melhor. 
 o autor como único criador de significados. 
 o caráter de entretenimento da literatura. 
 a solidariedade de outros autores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 19 
Questão 44 
 
 
— Recusei a mão de minha filha, porque o senhor é… 
filho de uma escrava. 
— Eu? 
— O senhor é um homem de cor!… Infelizmente esta é a 
verdade… 
Raimundo tornou-se lívido. Manoel prosseguiu, no fim 
de um silêncio: 
— Já vê o amigo que não é por mim que lhe recusei Ana 
Rosa, mas é por tudo! A família de minha mulher sempre foi 
muito escrupulosa a esse respeito, e como ela é toda a 
sociedade do Maranhão! Concordo que seja uma asneira; 
concordo que seja um prejuízo tolo! O senhor porém não 
imagina o que é por cá a prevenção contra os mulatos!… 
Nunca me perdoariam um tal casamento; além do que, para 
realizá-lo, teria que quebrar a promessa que fiz a minha 
sogra, de não dar a neta senão a um branco de lei, 
português ou descendente direto de portugueses! 
AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Escala, 2008. 
 
Influenciada pelo ideário cientificista do Naturalismo, a obra 
destaca o modo como o mulato era visto pela sociedade de 
fins do século XIX. Nesse trecho, Manoel traduz uma 
concepção em que a 
 
 miscigenação racial desqualificava o indivíduo. 
 condição econômica anulava os conflitos raciais. 
 discriminação racial era condenada pela sociedade. 
 escravidão negava o direito da negra à maternidade. 
 união entre mestiços era um risco à hegemonia dos 
brancos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 45 
 
 
Talvez julguem que isto são voos de imaginação: é 
possível. Como não dar largas à imaginação, quando a 
realidade vai tomando proporções quase fantásticas, quando 
a civilização faz prodígios, quando no nosso próprio país a 
inteligência, o talento, as artes, o comércio, as grandes 
ideias, tudo pulula, tudo cresce e se desenvolve? Na ordem 
dos melhoramentos materiais, sobretudo, cada dia fazemos 
um passo, e em cada passo realizamos uma coisa útil para o 
engrandecimento do país. 
ALENCAR, J. Ao correr da pena. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. 
Acesso em: 12 ago. 2013. 
 
No fragmento da crônica de José de Alencar, publicada em 
1854, a temática nacionalista constrói-se pelo elogio ao(à) 
 
 passado glorioso. 
 progresso nacional. 
 inteligência brasileira. 
 imponência civilizatória. 
 imaginação exacerbada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 20 
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de 
Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. 
 
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 
 
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. 
• fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. 
 
TEXTOS MOTIVADORES 
 
TEXTO I 
O estilo de vida moderno tem trazido consequências à saúde física e mental dos seres humanos. Cada vez mais, o homem 
torna-se sedentário e solitário, passando a maior parte do tempo livre com máquinas (computadores, videogames, televisão, 
DVDs etc.), o que cria uma situação ambígua na era da comunicação e da globalização: as relações e as comunicações 
pessoais tornam-se cada vez mais difíceis, principalmente dentro das famílias. Pais e filhos não conseguem dialogar e, com 
isso, o papel importantíssimo da família no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes vem perdendo sua atuação. 
Exemplo decorrente dessa realidade é o crescente aumento da obesidade na infância e na adolescência verificado nos últimos 
anos. Pela primeira vez na história epidemiologistas estão predizendo que a expectativa de vida pode diminuir nos próximos 50 
anos devido à epidemia de obesidade. 
Disponível em: http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=32. Acesso em: 14 jun. 2021 (adaptado). 
 
TEXTO II 
Para atender nosso “American way of life”, nós precisamos ter dinheiro, muito dinheiro. Mas, como conseguir o dinheiro 
necessário para atender o nosso “American way of life”? Para conseguir esse dinheiro, nós precisaremos ter um bom emprego, 
de preferência, o melhor emprego que tiver. Claro que só vamos precisar trabalhar se – e somente se – não nascermos em 
nenhuma família ou grupo que pertença à classe dominante. Mas, como conseguir um emprego que banque nosso “American 
way of life”? Bom, para isso, será necessário competir, competir muito. E o pior de tudo é que, depois de muito sangue, suor e 
lágrimas, será necessário vencer. O “American way of life” de cada dia não foi concebido para perdedores. 
Disponível em: http://senzalamoderna.blogspot.com.br/2012/03/consumismo-e-modo-de-vida-americano.html. Acesso em 14 jun. 2021 (adaptado). 
 
TEXTO III 
 
Que ironia que nossa evolução nos tenha transformado 
em escravos de nossas próprias realizações. 
Disponível em: http://villaencantada.blogspot.com.br/2015_10_01_archive.html. Acesso em: 14 jun. 2021. 
 
 
PROPOSTA DE REDAÇÃO 
 
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto 
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema O ESTILO DE VIDA MODERNO E SEUS 
EFEITOS SOBRE A SAÚDE HUMANA, apresentando proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. 
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário– Página 21 
CIÊNCIAS HUMANAS 
E SUAS TECNOLOGIAS 
QUESTÕES DE 46 A 90 
 
HISTÓRIA 
 
Questão 46 
 
 
Ordena-se pela autoridade do Parlamento, que ninguém 
leve, ou faça levar, para fora deste reino ou Gales, ou 
qualquer parte do mesmo, qualquer forma de dinheiro da 
moeda desse reino, ou de dinheiro e moedas de outros 
reinos, terras ou senhorias, nem bandejas, vasilhas, barras 
ou joias de ouro guarnecidas ou não, ou de prata, sem a 
licença do rei. 
HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. 
 
A temática exposta no texto, referente à Inglaterra dos 
séculos XVI e XVII, caracteriza uma associação entre 
 
 determinação de regras protecionistas e fortalecimento 
das instituições monárquicas. 
 da empresa colonial e reconhecimento dos 
particularismos regionais. 
 demarcação de fronteiras comerciais e descentralização 
dos poderes políticos. 
 expansão das atividades extrativas e questionamento da 
investidura divina. 
 de práticas artesanais e aumento do controle do 
legislativo. 
 
Questão 47 
 
 
Até hoje se discute a questão relativa à intervenção do 
Estado em várias esferas da vida humana. Durante a Europa 
Moderna, em meio ao avanço das monarquias absolutas, o 
intervencionismo estatal foi a mola-mestra que assentou 
essas monarquias. 
ANDERSON, P. Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Unesp, 2018. 
 
A íntima relação observada entre o Estado Absolutista e a 
teoria e prática do mercantilismo, nos séculos XVII e XVIII, 
indica 
 
 crescente fortalecimento da classe dos mercadores, 
tornando-se uma força política hostil à concentração do 
poder na figura dos monarcas. 
 a expansão do colonialismo e a crescente perda do 
poder do Estado no controle das populações coloniais. 
 permanência da ideologia religiosa que apoiava as 
atividades lucrativas, se fossem orientadas pela Igreja e 
pelo Estado. 
 intervenção do Estado nas práticas econômicas, como 
instrumento para o fortalecimento do próprio Estado. 
 financiamento do Estado à burguesia comercial para a 
expansão marítima, sem o que seria impossível a 
organização das expedições. 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 48 
 
 
O século XIV foi marcado por uma série de crises que 
ressignificaram as estruturas de poder feudais. Peste, fome, 
guerras, revoltas camponesas e mortandade elevada 
acabaram por enfraquecer as bases sobre as quais estavam 
assentadas os poderes da velha nobreza feudal. Nesse 
contexto, os poderes dos reis avançam sobre os feudos, 
ressignificando a territorialidade policêntrica feudal. 
LOPES. M. A. A imagem da realeza: simbolismo monárquico no Antigo Regime. 
São Paulo: Ática, 1994. 
 
Oriundo da crise do feudalismo, o Estado Absolutista 
representou a organização política dominante na sociedade 
europeia entre os séculos XV e XVIII, podendo ser 
caracterizado pela 
 
 supressão dos monopólios comerciais, possibilitando o 
desenvolvimento das manufaturas nacionais. 
 quebra das barreiras regionalistas dos feudos, 
agilizando e integrando a economia nacional. 
 ausência efetiva de instrumento de controle, quer no 
plano moral ou temporal, sobre o poder do rei. 
 abolição das formas de exploração das terras típicas do 
feudalismo, tornando a sociedade mais dinâmica. 
 ascensão política do grupo burguês, que passa a gerir o 
Estado segundo seus interesses particulares. 
 
Questão 49 
 
 
Durante os séculos XVI e XVII, a França foi marcada 
pelas lutas religiosas entre calvinistas e católicos. A 
alternativa encontrada pelo governo real foi criar uma política 
que extinguisse as crises motivadas por estas questões, 
consagrada através do Edito de Nantes, promulgado em 
1598. 
 
Neste sentido, o Edito de Nantes 
 
 concedeu liberdade de culto aos protestantes, com o 
objetivo de eliminar os conflitos provocados pela 
intolerância religiosa. 
 regularizou a situação das minorias religiosas na França 
como judeus e protestantes. 
 deu prioridade aos calvinistas para ascender a cargos 
públicos e educar seus filhos em escolas protestantes 
em detrimento dos católicos. 
 extinguiu a Igreja Católica na França provocando o 
fechamento de escolas religiosas e mosteiros. 
 obrigou os católicos a converterem-se ao protestantismo 
sob pena de punição penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pré-Universitário – Página 22 
Questão 50 
 
 
A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas 
mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, 
autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada 
por viajantes e por missionários portugueses que visitaram a 
costa a partir do século XV, consta também na ampla 
ocumentação sobre a região. A literatura é rica em 
referências às grandes mulheres como as vendedoras 
ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a 
autonomia e mobilidade, é tão típico da região. 
HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e 
representações em mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA. S. 
(Org.). Identidades, memórias e histórias em terras africanas. Brasília: LGE; 
Luanda: Nzila, 2006. 
 
A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da 
África Ocidental pode ser relacionada a uma característica 
marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII 
e XIX, que se observa pela 
 
 restrição à realização do comércio ambulante por 
africanos escravizados e seus descendentes. 
 convivência entre homens e mulheres livres, de diversas 
origens, no pequeno comércio. 
 presença de mulheres negras no comércio de rua de 
diversos produtos e alimentos. 
 dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente 
de origem dos escravizados. 
 entrada de imigrantes portugueses nas atividades 
ligadas ao pequeno comércio urbano. 
 
Questão 51 
 
 
Jean de Léry viveu na França na segunda metade do 
século XVI, época em que as chamadas guerras de religião 
opuseram católicos e protestantes. No texto a seguir, ele 
relata o cerco da cidade de Sancerre por tropas católicas. 
 
(...) desde que os canhões começaram a atirar sobre nós 
com maior frequência, tornou-se necessário que todos 
dormissem nas casernas. Eu logo providenciei para mim um 
leito feito de um lençol atado pelas suas duas pontas e 
assim fiquei suspenso no ar, à maneira dos selvagens 
americanos (entre os quais eu estive durante dez meses) o 
que foi imediatamente imitado por todos os nossos soldados. 
De tal maneira que a caserna logo ficou cheia deles. Aqueles 
que dormiram assim puderam confirmar o quanto esta 
maneira é apropriada tanto para evitar os vermes quanto 
para manter as roupas limpas (...). 
 
Neste texto, Jean de Léry 
 
 despreza a cultura e rejeita o patrimônio dos indígenas 
americanos. 
 revela-se constrangido por ter de recorrer a um invento 
de "selvagens". 
 reconhece a superioridade das sociedades indígenas 
americanas com relação aos europeus. 
 valoriza o patrimônio cultural dos indígenas americanos, 
adaptando-o às suas necessidades. 
 valoriza os costumes dos indígenas americanos porque 
eles também eram perseguidos pelos católicos. 
 
 
Questão 52 
 
 
No final do século XIX, as Grandes Sociedades 
carnavalescas alcançaram ampla popularidade entre os 
foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso 
objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si 
mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas 
principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo 
(brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e 
outras práticas difundidas entre a população desde os 
tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que 
consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de 
Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de 
suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O 
entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia 
coexistir perfeitamente com os desfiles. 
PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes 
Sociedades carnavalescas cariocas

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