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EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO Até o maior dos prédios começa no chão. LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES: 2º SIMULADO ESTILO ENEM PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS ATENÇÃO: transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA, com sua caligrafi a usual, considerando as letras maiúsculas e minúsculas, a seguinte frase: 1º DIA CADERNO 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b) proposta de Redação; c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida. 2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 5. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 6. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 7. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO. 8. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação. Pré-Universitário – Página 1 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES DE 01 A 45 QUESTÕES DE 01 A 05 (OPÇÃO INGLÊS) INGLÊS Questão 01 Ocean (Feat. Zeeba, IRO)Alok I saw an angel Looking at me All she wanted was to go to the sea Don't worry momma Cause I'm not afraid I'm not afraid Don't worry momma Cause I'm on my way I'm on my way To the ocean Wish I told you I loved you more Maybe I was lost before Showed affection to only gold While the sunset made me cold I swear I won't complain no more Doesn't matter if we're rich or poor Found out that we don't live to die Even though there is no reason why https://www.vagalume.com.br/alok/ocean-feat-zeeba-iro.html Alok é um DJ brasileiro que conquistou projeção mundial. Na letra acima é possível perceber uma circunstância de fuga da realidade. arrependimento. alegria extrema. desequilíbrio. ironia. Questão 02 When it comes to averting another government shutdown over border security, every day that negotiations on Capitol Hill don't fall apart is a good day. There is consensus that a final agreement will need increases in funding for technology, personnel, and yes, border barriers. The bigger outstanding question from lawmakers and staff outside the conference committee: what exactly will President Donald Trump do with any deal? Note that Democrats have clearly moved off their position of no money for border barriers between The US and Mexico. Republicans accept $5.7 billion is a non-starter. It's not a question of if there will be barriers. The key now, per multiple sources involved is narrowing the gap on number, location and type of barrier. https://edition.cnn.com/2019/02/07/politics/government-shutdown-border-security- congress-negotiations/index.html O presidente estadunidense Donald Trump levou o governo daquele país a um impasse de negociação política no que diz respeito à construção de um muro entre Estados Unidos e México. A única certeza apresentada é a de que o muro será diminuído. construído. embargado. remodelado. desacreditado. Questão 03 Traffic used to be a frequent headache for residents in Hangzhou, the eastern Chinese city that's home to Alibaba. The metropolis of 7 million people once ranked fifth among China's most congested cities, but it has now dropped to 57th on the list. Alibaba says that's because of one of its inventions, dubbed the City Brain, which uses artificial intelligence to gather information across Hangzhou, such as video from intersection cameras and GPS data on the locations of cars and buses. The platform analyzes the information in real time as it coordinates more than 1,000 road signals around the city with the aim of preventing or easing gridlock. After two years of testing, the system appears to be working. Alibaba says the City Brain has shortened commutes and also helped first responders by enabling fire trucks and ambulances to halve the amount of time it takes to get to the scene of emergencies. https://edition.cnn.com/2019/01/15/tech/alibaba-city-brain-hangzhou/index.html A empresa Alibaba desenvolveu um sistema de inteligência artificial para reduzir um problema da cidade de Hangzhou, citado no texto como “gridlock”, que faz referêcia a incêndio. alagamento. criminalidade. engarrafamento. superpopulação. https://www.vagalume.com.br/zeeba/ https://www.vagalume.com.br/alok/ Pré-Universitário – Página 2 Questão 04 If there's a serious recession on the horizon, the world's central banks may have trouble fighting it. Central banks took dramatic and unorthodox steps to prevent economic collapse during the financial crisis in 2008. They slashed interest rates, and in the years that followed spent trillions on bonds as part of an effort to spur growth. One decade later, global central banks are only starting to reverse those moves. Interest rates in developed economies remain incredibly low; in some places, they're even negative. The Federal Reserve is unloading some of the bonds it bought, but central banks in Europe and Japan have not yet done so. The question now is whether central banks waited too long to raise rates to more normal levels, leaving them unprepared for the next crisis. https://edition.cnn.com/2019/01/17/business/central-banks-next- recession/index.html A crise econômica internacional de 2008 fez com que os bancos centrais dos países mais influentes derrubassem suas taxas de juros para incentivar o crescimento. Dez anos após tal colapso financeiro tais instituições correm o risco de não estarem preparadas para uma nova eventual crise, pois esperaram demasiadamente para negociar dívidas entre si. normalizar as taxas de juros. moralizar o mercado financeiro. informatizar a compra de ações. cobrar de seus maiores devedores. Questão 05 https://assets.amuniversal.com/658f0440f4cb01367683005056a9545d Tirinhas em quadrinho comumente trazem uma crítica a certo cenário social. No caso em análise, trata-se da situação quando chefes em geral promovem bajuladores. compram de maus fornecedores. perdem tempo em reuniões burocráticas. dão ordens e depois negam que o fizeram. proíbem animais de estimação no trabalho. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES DE 01 A 45 QUESTÕES DE 01 A 05 (OPÇÃO ESPANHOL) ESPANHOL Questão 01 Disponível em: <http://www.ingenieroperu.com>. Acesso em: 13 jun. 2021. O texto trata de um tema que diz respeito ao cuidado com o meio ambiente, o descarte de pilhas usadas. Para descartar corretamente esse tipo de lixo eletrônico, devemos enterrar as pilhas em locais preestabelecidos. jogar as pilhas no lixo comum. levar as pilhas para a prefeitura. jogar as pilhas no rio mais próximo. colocar as pilhas em uma lixeira especial. Pré-Universitário – Página 3 Questão 02 Apple devuelve laplata a los compradores del Final Cut Pro X Es a raíz de la gran cantidad de críticas que recibió la última versión del editor de videos de Mac. Fue un estreno con el pie izquierdo y cargado de críticas. En menos de una semana, Apple casi tuvo que dar marcha atrás con su programa de edición de videos Final Cut ProX. Aunque fue anunciado con bombos y platillos y presentado por Apple “como revolucionario, sorprendente y dinámico”, los usuarios no le dieron una gran bienvenida. Las críticas que se repiten entre expertos y usuarios es que es de menor calidad si se compara con su versión anterior. Incluso, lanzaron un pedido online llamado “Final Cut ProX no es una herramienta profesional”. http://www.petitiononline.com/finalcut. “Una gran empresa como Apple Inc. no debe hacer cambios “revolucionarios” en un software que se puede denominar como “estándar en la industria”. Esto es injusto para los trabajadores que dependen de Final Cut Pro como una herramienta de trabajo y será devastador para la comunidad de Final Cut Pro”, publicaron en la carta online a la empresa de la manzanita. En ella, los “indignados digitales” explican que el proceso de migración a la nueva herramienta es muy costoso, y aseguran que de haber sabido cómo iba a ser antes de adquirirla habrían elegido otros softwares de edición. El Final Cut Pro X (que en rigor es la séptima versión del programa) cuesta 299,99 dólares en el App Store. A raíz de las quejas, Apple reaccionó y decidió devolver el dinero a todos aquellos que presenten un reclamo a través del servicio de atención al cliente de la App Store. Disponível em: http://www.clarin.com. Acesso em: 13 jun 2021. O uso de termos estrangeiros pode a compreensão da matéria. Porém, neste texto esses termos: chamam a atenção dos compradores dos programas. fazem com que o texto se torne autêntico. não podem ser traduzidos à língua espanhola. por serem universais não prejudicam o entendimento do exposto. são palavras-chave para chamar atenção de futuros compradores. Questão 03 Sigue en alza el precio de los departamentos en Capital Federal Según un estudio de la UADE, el valor promedio del metro cuadrado a estrenar creció 8,1%, 5,2% y 6% en Recoleta, Palermo y Núñez, respectivamente, comparando con los niveles relevados en noviembre del año pasado. Los inmuebles a estrenar en el corredor norte de la ciudad de Buenos Aires, en los barrios de Recoleta, Palermo y Núñez, registraron aumentos de 8,1%, 5,2% y 6%, respectivamente, durante el primer trimestre de este año, en comparación con noviembre pasado, según un relevamiento de la Universidad Argentina de la Empresa (UADE). Asimismo, son los barrios que registran los valores de departamentos más elevados, tanto en el segmento de nuevos como en el de usado. El informe, elaborado en base a los precios de oferta de departamentos en dólares en un conjunto de catorce barrios porteños publicados en medios e internet, indicó que el valor del metro cuadrado en el caso de los inmuebles a estrenar osciló entre 2.637 dólares (Belgrano) y los 3.257 dólares (Recoleta). Los barrios relevados fueron: Recoleta, Palermo, Núñez, Belgrano, Caballito, Colegiales, Barracas, Almagro, Villa Urquiza, Saavedra, Balvanera, San Telmo, Boedo y Flores. En materia de departamentos usados y para una medición similar, todos los barrios presentaron incrementos en el valor promedio del metro cuadrado, si bien en algunos casos fueron leves (Belgrano creció 0,2% y Almagro 1,3%, por ejemplo). La Nación. Através de um estudo realizado pela UADE, pode-se perceber que ocorreu um aumento nos valores do metro quadrado dos imóveis em Buenos Aires. De acordo com o bairro, esse valor pode variar; por exemplo: no bairro de Palermo o aumento foi de 5,2%, porém em Bergrano foi 0,2%. Diante dessa informação, é correto concluir que: o aumento ocorreu apenas em apartamentos usados. houve uma diminuição nos valores dos apartamentos novos. o aumento tanto nos apartamentos usados como nos não usados. o aumento foi inferior ao ano anterior nos dois tipos de apartamentos. o aumento ocorreu só nos apartamentos novos. Pré-Universitário – Página 4 Questão 04 Disponível em: <http://www.taringa.net>. Acesso em: 24 jun. 2014. No diálogo estabelecido entre Mafalda e sua mãe, o humor se constrói por meio da crítica social feita pela menina com a adição de ideias relacionadas à fome mundial e à atitude infantil da mãe, evidente no primeiro quadrinho e reforçada no segundo. mãe ao apresentar-se contra os padrões de beleza impostos pela mídia, o que fica evidente no primeiro quadrinho e reforçado no último. menina na contraposição de ideias entre a fome mundial e a atitude infantil da mãe, evidente no segundo quadrinho e reforçada no último. menina pela junção de ideias complementares como beleza e fome mundial, evidentes no segundo quadrinho. mãe ao não se importar com as palavras da filha, somente com o biquíni, postura evidente no primeiro quadrinho. Questão 05 De acordo com o texto, Miguel de Cervantes Saavedra é um retrato fiel de um nobre espanhol chamado Dom Quixote. personagem universal da História de Dom Quixote de la Mancha. dos maiores escritores, cuja maior criação é Novelas exemplares. dos maiores escritores universais, cuja obra-prima é Dom Quixote. entusiasta que traduziu Dom Quixote de la Mancha em todas as fronteiras. Pré-Universitário – Página 5 L. PORTUGUESA Questão 06 Insubstituível papel Uma velha queixa sobre a inconveniência de ler jornal numa tela de computador referia-se à impossibilidade de levar o bicho para o banheiro, o banco da praça ou a praia. Mas isso era no tempo em que o computador pesava 30 quilos. Com os smartphones, o jornal está dentro deles e é possível levá-los para o banheiro, a rua ou qualquer lugar. Algumas virtudes do jornal de papel, no entanto, pareciam impossíveis de replicar. Como o gesto de abri-lo com os dois braços, e as gloriosas páginas duplas nos saltarem aos olhos, com sua combinação de manchetes e manchetinhas, textos curtos e longos, fotos, gráficos e anúncios que nos davam a sensação de pertencer ao mundo – algo que a telinha de três polegadas nunca poderia reproduzir. Sim, sei bem que, com os smartphones, o sujeito, em vez de ler o jornal todo dia, pode agora, se quiser, ler jornal o dia todo – sua agilidade para acompanhar os fatos e dar as notícias não tem equivalente. Mas o jornal em papel ainda tinha outra exclusividade. Depois de lido, relido e exaurido, ganhava uma linda sobrevida: ia embrulhar peixe na feira ou forrar a gaiola do papagaio. Não mais. Um fabricante de eletrônicos acaba de apresentar nos EUA a tela de TV que pode ser enrolada como um jornal. É um painel de diodo orgânico, seja o que for isso, de 18 polegadas, capaz de ser dobrado, enfiado no bolso do paletó e lido em pé no ônibus. E, talvez, também de forrar a gaiola ou embrulhar o peixe. Mas ainda não é o fim. Sempre restará ao jornal de papel uma função impossível para essa TV dobrável: matar a barata no banheiro. (Ruy Castro, 16.01.2016. www.folha.uol.com.br/colunas/ ruycastro/2016/01/1730206-insubstituivel-papel.shtml. Adaptado) Após a leitura integral do texto, conclui-se que o título encerra uma ironia, uma vez que, segundo o autor, ao abrir o jornal de papel e deparar-se com o seu conteúdo distribuído harmonicamente, o leitor não sentirá necessidade de substituí-lo pelo digital. a sensação de pertencimento ao mundo proporcionada pelo jornal de papel não encontrará paralelo com a superficialidade do jornal digital. o jornal digital não é capaz de substituir o de papel no que se refere a suamaleabilidade e possibilidade de servir a outros fins além da leitura. o jornal de papel pode ser substituído pelo digital de modo amplo e quase irreversível, exceto no que se refere à função desprestigiada de matar baratas. a distribuição do conteúdo pela página do jornal de papel não pode ser replicada no digital, em virtude de limitações de ordem material. Questão 07 (http://www.humorpolitico.com.br/ wp-content/uploads/2015/04/charge-regi- 604.gif) Considerando que as personagens se tratem por “você”, as lacunas da frase dita por Papai Noel devem ser preenchidas, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, por: olha … há. olha … a. olha … à. olhe … há. olhe … a. Questão 08 Scott Adams. Dilbert. Disponível em: https://zip.net. Na fala do último quadrinho, a personagem expressa-se com cordialidade, para explicar que a solicitação da outra personagem deveria ter sido dirigida a outro depósito. sarcasmo, para dar a entender que a solicitação da outra personagem será atendida em breve. descaso, para sugerir que a solicitação da outra personagem será encaminhada à gerência. ironia, para corroborar a resposta negativa que foi dada à solicitação da outra personagem. rispidez, para declarar que a solicitação da outra personagem será atendida apenas parcialmente. Pré-Universitário – Página 6 Questão 09 QUINO, Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2008, p. 256. O efeito de sentido da tira é produzido pela constatação, pela menina Mafalda, de que a primavera é uma estação que chega independentemente do esforço humano. a obra divina renova a natureza com as estações, a cada ano. as personagens apenas observam umas às outras, sem estabelecer diálogos. as personagens atribuem diferentes significados à chegada da primavera. o advento da nova estação renova as esperanças dela na humanidade. Questão 10 Com suas falas no primeiro e no segundo quadrinhos, a personagem deixa claro que a notícia sobre o plano de saúde por certo desagradará a maioria dos combatentes. o plano de saúde apresenta poucas vantagens para o grupo de combatentes. a alegria dos combatentes com o plano de saúde anunciado será passageira. os combatentes já vitimados também serão beneficiados pelo plano de saúde. as condições preexistentes dos combatentes invalidarão o plano de saúde. Questão 11 TEXTO I TEXTO II O humor decorrente delas se deve: em I, ao pedido extravagante de Hagar; em II, à atitude do marido em colocar sua mulher em um pedestal. em I, ao fato de Eddie Sortudo não saber por quanto tempo deverá segurar o pepino; em II, à finalidade do pedestal colocado pelo marido. em I, ao fato de Hagar não gostar de pepino; em II, ao sentido figurado da expressão “me coloca num pedestal”, empregada pela mulher de Hagar. em I, à maneira como Eddie Sortudo interpreta o pedido de Hagar; em II, pelo sentido figurado e próprio com que a expressão “me coloca num pedestal” é interpretada. em I, ao gosto refinado de Hagar; em II, ao desapontamento da visita, no último quadrinho. Pré-Universitário – Página 7 Questão 12 No plano da linguagem verbal, o efeito de humor da charge decorre da imprecisão do diálogo das personagens, razão pela qual não se entende o sentido de “raso”. da aproximação de sentido presente nas falas das personagens, com os termos “chato”, “plana” e “raso”. da forma respeitosa como as personagens se tratam, o que se comprova com o adjetivo “raso”. do contraste de sentido na fala das personagens, nas quais os adjetivos “chato” e “plana” se opõem. da fala confusa da personagem, quando utiliza o adjetivo “plana” para referir-se à Terra. Questão 13 As frases do primeiro e do último quadrinho estão reescritas em conformidade com a norma-padrão em: nós vamos ficando cansada, por que a idade chega. / De fazer planos que nos vamos cansando. haja visto a idade, nós vamos ficando cansadas. / Nós vamos se cansando é de fazer planos. nós vamos ficando cansadas, porquê a idade chega. / É de fazer planos que vamos se cansando. nós vamos ficando cansadas porque a idade chega. / Nós vamos nos cansando de fazer planos. haja vista o avanço da idade, nós vamos ficando cansada. / Nós vamos se cansando de fazer planos. Questão 14 O presidente Lula assinou, em 29 de setembro de 2008, decreto sobre o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. As novas regras afetam principalmente o uso dos acentos agudo e circunflexo, do trema e do hífen. Longe de um consenso, muita polêmica tem-se levantado em Macau e nos oito países de língua portuguesa: Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor leste. Comparando as diferentes opiniões sobre a validade de se estabelecer o acordo para fins de unificação, o argumento que, em grande parte, foge a essa discussão é “A Academia (Brasileira de Letras) encara essa aprovação como um marco histórico. Inscreve-se, finalmente, a Língua Portuguesa no rol daquelas que conseguiram beneficiar-se há mais tempo da unificação de seu sistema de grafar, numa demonstração de consciência da política do idioma e de maturidade na defesa, difusão e ilustração da língua da Lusofonia.” SANDRONI, C. Presidente da ABL. Disponível em: http://academia.org.br. Acesso em: 10 nov. 2008. “Acordo ortográfico? Não, obrigado. Sou contra. Visceralmente contra. Filosoficamente contra. Linguisticamente contra. Eu gosto do “c” do “actor” e o “p” de “cepticismo”. Representa um patrimônio, uma pegada etimológica que faz parte de uma identidade cultural. A pluralidade é um valor que deve ser estudado e respeitado. Aceitar essa aberração significa apenas que a irmandade entre Portugal e o Brasil continua a ser a irmandade do atraso.” COUTINHO, J. P. Folha de São Paulo, Ilustrada. 28 set. 2008, E1 (adaptado) “Há um conjunto de necessidades políticas e econômicas com vista à internacionalização do português como identidade e marca econômica. É possível que o (Femando) Pessoa, como produto de exportação, valha mais do que a PT (Portugal Telecom). Tem um valor econômico único.” RIBEIRO, J. A. P. Ministro da Cultura de Portugal. Disponível em: http://ultimahora.publico.clix.pt. Acesso em: 10 nov. 2008 “É um acto cívico batermo-nos contra o Acordo Ortográfico.” “O acordo não leva a unidade nenhuma.” “Não se pode aplicar na ordem interna um instrumento que não está aceita internacionalmente” e nem assegura “a defesa da língua como patrimônio, como prevê a Constituição nos artigos 9º e 68º.” MOURA, V. G. Escritor e euro deputado. Disponível em: www.mundoportugues.org. Acesso em: 10 nov. 2008. “Se é para ter uma lusofonia, o conceito [unificação da língua] deve ser mais abrangente e temos de estar em paridade. Unidade não significa que temos que andar todos ao mesmo passo. Não é necessário que nos tornemos homogêneos. Até porque o que enriquece a língua portuguesa são as diversas literaturas e formas de utilização.” RODRIGUES, M. H. Presidente do Instituto Português do Oriente, sediado em Macau. Disponível em: http://taichungpou.blogspot.com. Acesso em: 10. nov. 2008 (adaptado) Pré-Universitário – Página 8 Questão 15 Em casa, brincava de missa, - um tanto às escondidas, porque minha mãe dizia que missa não era cousa de brincadeira. Arranjávamos um altar, Capitu e eu. Ela servia de sacristão, e alterávamos o ritual, no sentido de dividirmos a hóstia entre nós; a hóstia era sempre um doce. No tempo em que brincávamos assim, era muito comum ouvir à minha vizinha: "Hoje há missa?" Eu já sabia o que isto queria dizer, respondia afirmativamente, e ia pedir hóstia por outro nome. Voltavacom ela, arranjávamos o altar, engrolávamos o latim e precipitávamos as cerimônias. Dominus non sum dignus ...* Isto, que eu devia dizer três vezes, penso que só dizia uma, tal era a gulodice do padre e do sacristão. Não bebíamos vinho nem água; não tínhamos o primeiro, e a segunda viria tirar-nos o gosto do sacrifício. (Machado de Assis, Dom Casmurro, Obra completa.) *Trecho da fala do sacerdote, no momento da comunhão, que era proferida em latim, antes do Concílio Vaticano II. A fala inteira, que deve ser repetida três vezes, é: Dominus non sum dignus ut intres sub tectum meum, sed tantum dic verbum e sanabitur anima mea, cuja tradução é: Senhor, não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e minha alma será salva. A palavra "cousa" é uma variante da palavra "coisa", assim como "loura", de "loira". Assinale a alternativa em que as duas palavras são, também, variantes uma da outra. discrição e descrição. vultoso e vultuoso. catorze e quatorze. dispensa e despensa. discriminar e descriminar. Questão 16 A Unidade Ortográfica Velhíssima questão a da unidade ortográfica do português usado no Brasil e em Portugal. Que a prosódia seja diferente, é natural. Num país imenso como o nosso, há diversas formas de pronunciar as palavras, e o próprio vocabulário admite expressões regionais - o mesmo acontecendo com todas as línguas do mundo. O diabo é a grafia, sobre a qual os portugueses não abrem mão de escrever "director", por exemplo. Não é o mesmo caso de "facto" e "fato", que têm significações diferentes e, com boa vontade, podemos compreender a insistência dos portugueses em se referir à roupa e ao acontecimento. Arnaldo Niskier, quando presidente da Academia Brasileira de Letras, conseguiu acordo com a Academia de Ciências de Lisboa, assinaram-se tratados com a aprovação dos governos do Brasil e de Portugal. O acordo previa o consenso de todos os países lusófonos. Na época, somente os dois principais interessados estavam em condições de obter um projeto comum - mais tarde, Cabo Verde também toparia. Numa das últimas sessões da ABL, Sérgio Paulo Rouanet, Alberto da Costa e Silva e Evanildo Bechara trouxeram o problema ao plenário - um dos temas recorrentes da instituição é a feitura definitiva do vocabulário a ser adotado por todos os países de expressão portuguesa. (...) Cristão-novo nesta questão, acredito que não será para os meus dias a solução para a nossa unidade ortográfica. (Carlos Heitor Cony. Folha de S. Paulo, 10.08.2004.) Segundo o texto, pode-se concluir que a grafia e a prosódia são fatores que impossibilitam a unificação ortográfica. a ABL estuda um vocabulário ortográfico comum aos países lusófonos. a discussão sobre a unificação ortográfica tem origem recente. a unificação ortográfica entre Portugal e Brasil é uma questão de honra. tratados ortográficos já foram assinados por todos os países de expressão portuguesa. Questão 17 Onde há maior engajamento das pessoas no trabalho? Para responder essa pergunta, a consultoria Marcus Buckingham Company fez uma pesquisa em 13 países, entrevistando cerca de mil pessoas de várias empresas em cada um. Os Estados Unidos e a China estão empatados em primeiro lugar (com 19% de engajamento total cada), o que não chega a ser uma surpresa diante da potência de suas economias. Mas aí começam as novidades: em segundo lugar está a Índia, com 17%, e em terceiro, o Brasil, com 16% de engajamento, acima de países como a Inglaterra, o Canadá, a Alemanha, a Itália e a França. Solicitou-se aos entrevistados hierarquizar oito afirmações básicas, como “no trabalho, sei claramente o que esperam de mim” ou “serei reconhecido se fizer um bom trabalho”. Para os autores, a diferença de engajamento em cada país seria explicada de acordo com o grau de confiança que o entrevistado teria sobre a utilização de suas capacidades pessoais no trabalho. Mas há nuances: no Brasil, assim como na França, Canadá e Argentina, a afirmação “meus colegas me apoiam” recebeu também grande destaque, enquanto na Inglaterra e na Índia se valoriza mais o fato de ter colegas que compartilhem os mesmos valores. (Adaptado de: NOGUEIRA, P. E. A preguiça é mito? Época Negócios. ago. 2015. n.102. p. 21.) Acerca dos recursos linguísticos sublinhados no texto, compreende-se que a expressão “cerca de” pode ser substituída por “acerca de” sem prejuízo do sentido original. a expressão “em cada um” impede ambiguidade em torno das empresas nas quais as pessoas foram entrevistadas. o conectivo “Mas” serve para contrapor “surpresa” e “novidades”. o termo “aí” refere-se à “potência de suas economias”. o conectivo “enquanto” pode ser substituído por “ao passo que” sem prejuízo do sentido original. Pré-Universitário – Página 9 Questão 18 Tarde Cinzenta A 13tarde de inverno é perfeita. O tempo nublado acinzenta tudo. Mesmo os mais 11empedernidos cultores da agitação, do barulho, das cores, hoje se rendem a uma certa passividade e melancolia. Os espíritos 12ensimesmados reinam; os ativos pagam tributo à reflexão. Sem o sol, que provoca a 1rudeza dos contrastes, 2tudo é sutil, tudo é suave. Tardes assim nos reconciliam com o efêmero. 18Longe das 3certezas substanciais, ficamos flutuando entre as 4névoas da dúvida. A superficialidade, que aparentemente plenifica, dissolve-se; acabamos ancorados no porto das insatisfações. E, ao invés de nos perenizarmos como singularidade, desejamos subsumir na névoa...como a 14montanha e a tarde. A vida sempre para numa tarde assim. É como se tudo congelasse. Moléculas, músculos, máquinas e espíritos interrompem seu 5furor produtivo 19e se rendem, estáticos, à 6magia da tarde cinzenta. 20Numa tarde assim, não há senão uma coisa a fazer: contemplar. O espírito, carregando consigo um corpo por vezes contrariado, 7aquieta-se e divaga; 8torna-se receptivo a tudo: aos mínimos sons, 24às réstias de luz que atravessam a névoa, ao lento e pesado progresso que tudo conduz para o fim do dia, para o mergulho nas brumas da noite. 25As narinas absorvem com prazer um odor que parece carregado de umidade; a pele sente o toque enérgico do frio. O langor impõe-se e comanda esse estar-no-mundo como que suspenso por um tênue fio 21que nos liga, timidamente, à vida ativa. Nas tardes cinzentas, o coração balança entre a paz e a inquietação, 23porque a calma e o silêncio inquietam. 9O azáfama anestesia; 10o não fazer deixa o espírito alerta — como um nervo exposto a qualquer acontecer. Não há jamais nada de espetacular nas 15tardes cinzentas, a não ser o espetáculo da própria tarde. E este é grandiosamente simples: ar friorento, claridade difusa que se perde no cinza, contemplação, inatividade e o contraditório do espírito aguçado e acuado por esse acontecer minimalista da vida. Na tarde fria e cinzenta, corpos se rendem ao aconchego de 16roupas macias ou de braços macios em abraços suaves. Somente olhares e corações conservam o fogo das paixões. As vozes agudas e imperativas transformam-se em sons baixos, quase guturais, que muitas vezes convertem-se em sussurros, como temendo quebrar a magia da tarde. Não nos iludamos com as aparências: não há necessariamente tristeza nas tardes cinzentas. Mas também não existe aquela alegria inconsequente dos dias cálidos e dourados pelo sol. 22Existe, sim, um equilíbrio perfeito, numa equidistância entre o tédio e a euforia, fazendo-nos caminhar sobre um 17tênue fio distendido entre o amargor e a satisfação, entre o entusiasmo e o tédio. Tudo isso, porém, só se mostra aqui e ali, em meio à bruma difusa, ao cinza que permeia tudo. Uma simples tarde cinzenta pode parar o mundo, pode deter a vida. Somente por um instante. Mas talvez apenas nos corações sensíveis. CARINO, J. Disponívelem: http://www.almacarioca.net/tarde-cinzenta-j-carino/ Acesso em: 23 ago. 2010. (Adaptado) No primeiro parágrafo do texto, as palavras “...empedernidos...” (ref. 11) e “...ensimesmados...” (ref. 12) podem ser substituídas, sem alteração do sentido, respectivamente, por inflexíveis e recolhidos. subestimáveis e irredutíveis. descrentes e indecisos. remotos e céticos. inusitados e insondáveis. Questão 19 TEXTO I Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. [...] A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um farto acre de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez grisalha e triste, feita de acumulações de espumas secas. Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janela para janela as primeiras palavras, os bons-dias; reatavam-se conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora traquinava já, e lá dentro das casas vinham choros abafados de crianças que ainda não andam. No confuso rumor que se formava, destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber onde, grasnar de marrecos, cantar de galos, cacarejar de galinhas. AZEVEDO, A. O cortiço. Disponível em: . Acesso em: 3 mar. 2021. [Fragmento] TEXTO II Em relação ao contexto e aos aspectos composicionais, as obras compartilham a metáfora das alegrias vivenciadas pela chamada terceira classe. abordagem de situações da camada mais pobre da sociedade. referência à burguesia, mais abastada e que detém o poder. descrição detalhada do dia a dia dos trabalhadores rurais. idealização do cenário da vida da terceira classe social. Pré-Universitário – Página 10 Questão 20 Há um claro sinal de desconforto no ar. Ninguém comenta abertamente, mas nos bastidores cresce o receio de que a Superliga novamente não termine pela segunda temporada consecutiva. Se acontecer, seria um desastre para os patrocinadores. VOLOCH, B. Bolha seria plano para evitar cancelamento da Superliga. Disponível em: . Acesso em: 3 mar. 2021. [Fragmento] Nessa introdução de uma notícia, apesar de não ser característica do gênero, é possível perceber traços opinativos do autor pela construção por meio da antecipação do cenário discutido a partir de pistas linguísticas. enumeração de exemplos de situações ocorridas no ambiente citado. exposição de uma situação problemática em torno do assunto abordado. ilusão do leitor ao citar que há diferença entre o fato abordado e a realidade. citação de autoridades convencendo-o, desde o início, sobre a tese proposta. Questão 21 “Filhos? Não. Obrigada.” Maternidade compulsória e romantização do maternar A pressão social pela maternidade é altíssima e chega de todos os lados, até de onde menos se espera. Amigos, família, igreja, profissionais de saúde perpetuam discursos que misturam cobrança, ameaças de um futuro solitário e cheio de arrependimento, além da clássica romantização da maternidade. Uma amiga querida veio me contar recentemente que estava à procura de uma outra profissional para cuidar de sua saúde. Motivo? A que a acompanhava desde sempre disse a ela que chegara o seu tempo limite de decidir sobre ter filhos. A profissional disse que ela precisava agir logo, pois mulheres sem filhos estão fadadas a serem traídas por seus companheiros “que vão procurar uma vida feliz e com filhos em outro lugar” além de serem fortes candidatas a envelhecer sozinhas, sem ninguém para cuidar delas. “Amiga, você me conhece. Eu nunca quis ser mãe. Eu não era mãe nem das minhas bonecas. Eu era tia!” E sorrimos juntas. De tristeza ou “de nervoso”. Todos os caminhos e decisões que tomamos na vida têm lado bom e lado ruim. Ter filhos é maravilhoso e é horrível. É uma delícia e é uma tristeza. E quem precisa pensar de forma livre e tranquila sobre isso somos nós, mulheres. ROCHA, J. Disponível em: . Acesso em: 2 mar. 2021. [Fragmento] Os textos se utilizam de diferentes recursos linguísticos para apresentar e desenvolver ideias. No fragmento, a estratégia utilizada para corroborar o argumento central da autora é o(a) uso de frases de impacto, comovendo o leitor. relato de uma situação vivenciada por ela mesma. ênfase aos problemas da escolha pela maternidade. citação da situação da amiga como exemplo da tese. explicitação das variações do conceito de maternidade. Questão 22 Meu esquema Ela é meu concerto de rock’n’roll Nação, minha torcida gritando gol Minha Ipanema Ela é meu curso de anatomia Ela é meu retiro espiritual Ela é minha história Ela é meu desfile internacional Ela é meu bloco de Carnaval Minha evolução... Ela é o que meu médico receitou Rivaldo Maravilha mandando um gol ZERO QUATRO, F. Meu esquema. In: Mundo Livre S/A. Por pouco. CD. Abril Music, 2000. [Fragmento] Na letra da banda pernambucana Mundo Livre S/A, a construção que o eu lírico faz da figura feminina se dá por meio da repetição de períodos formados por predicados nominais. de adjetivos que apontam para a caracterização física da amada. de pronomes possessivos que associam características à amada. de um pronome pessoal que pode se remeter a todas as mulheres. da reiteração das ações praticadas por ela durante o relacionamento. Pré-Universitário – Página 11 Questão 23 Na legenda do “tweet”, o nome do evento a ser iniciado é omitido sem prejuízo para o entendimento, uma vez que o(a) objetivo é complementar o sentido da publicação. postagem se direciona a um público específico. relevante é a divulgação da data das palestras. perfil desconsidera o engajamento do público. texto busca incentivar o acesso ao site oficial. Questão 24 A tira apresenta um mecanismo de coesão referencial, isto é, emprega termos que orientam o leitor a voltar no texto para recuperar algo que já foi expresso. No segundo quadrinho, o pronome remissivo "isso" é utilizado para corroborar o conselho do pai. reiterar a “boa ideia” de Calvin. retomar a expressão “coisa verde”. retificar a negação da personagem. orientar o leitor sobre a decisão de Calvin. Pré-Universitário – Página 12 Questão 25 Tendo em vista a fala de Mafalda no último quadro, a crítica social da tirinha se apresenta pelo humor que se constrói pela inserção de anúncios que incentivam o consumo midiático. crítica da menina à publicidade que a leva a assistir televisão. personagem questionar a existência sendo ainda uma criança. menção à televisão como atenuadora da crise social do público. constatação de que a mídia se aproveita das questões existenciais. Questão 26 Do ponto de vista da semiótica da recepção, tem-se que o ato de leitura implica a construção (ou desconstrução) do texto. No entanto, afastando-nos de qualquer pretensa ingenuidade, verifica-se que um texto funciona, em última análise, como um guia-mapa da interpretação esperada para ele. Portanto, os limites da interpretação já estariam balizados no esquema estruturador do texto. Além disso, dependendo dos sinais utilizados, a participação do leitor já estaria previamente controlada. SIMÕES, D. As artimanhas do texto publicitário: leituras semióticas e signos da desconfiança. In: SIMÕES, D. (Org.). Semiótica &Semiologia. Rio de Janeiro: Dialogarts, 1999. p. 49-55. (Coleção em Questão). De acordo com a autora, o projeto de um texto apresenta o esqueleto que sustentará sua composição, direcionando o leitor para a interpretação que se deseja veicular. Esse aspecto pode ser verificado na construção de textos dissertativos e argumentativos, visto que o autor busca incentivar a interpretação livre do seu leitor. busca persuadir o leitor sobre determinado ponto de vista. interage com o leitor por meio de um diálogo textual interno. influencia o leitor a buscar informações sobre o assunto abordado. relaciona posicionamento comum para maior aceitação do público. Questão 27 As tirinhas compõem um gênero textual que pode revelar posicionamentos críticos sobre determinados assuntos. Nesse sentido, na tirinha, a personagem critica o pessimismo dos usuários de redes sociais durante sua permanência online. alheamento provocado pelo uso exagerado das redes sociais na prática humana. comportamento das redes sociais diante do comentário doentio de seus membros. uso inapropriado dos sistemas de comunicação para transmitir emoções negativas. empoderamento que as redes sociais permitem aos usuários ditos mais participativos. Pré-Universitário – Página 13 Questão 28 Pela análise da charge, o entendimento sobre a necessidade de mudança dos hábitos deve-se à perda da casa pela poluição industrial. negligência do casal com a limpeza urbana. consequência gerada pela produção de lixo. atenção do homem aos problemas de outros. desespero da mulher pela situação vivenciada. Questão 29 A sustentabilidade empresarial tem se tornado uma grande preocupação das organizações, já que os consumidores estão mais conscientes e exigem que as empresas trabalhem de uma maneira que não prejudique o meio ambiente. De acordo com a pesquisa “Estratégias Empresariais para a Sustentabilidade no Brasil”, realizada pela UniEthos, 69% das empresas nacionais já reconheceram que a inserção da sustentabilidade no planejamento estratégico é uma necessidade. Além de gerar aproximação com os consumidores, essa ação pode promover redução dos custos de produção, gerar engajamento e destacar a empresa em relação aos concorrentes. As empresas também devem desenvolver ações que impulsionam a comunidade na qual estão inseridas. A Natura, por exemplo, é conhecida por ser uma empresa com grande preocupação socioambiental. A organização possui parcerias com produtores rurais para uma produção consciente de determinados recursos naturais que servem de matéria-prima. COSTA. P. B. Importância de se introduzir sustentabilidade nas empresas. Disponível em: . Acesso em: 27 fev. 2021 (Adaptação). No trecho do artigo de opinião, o autor discorre sobre a sustentabilidade empresarial, argumentando que a implementação de políticas socioambientais tem como objetivo a adaptação à nova realidade, ainda que isso gere um prejuízo inicial às empresas. preocupação socioambiental deve ser levada em consideração, pois reduz gastos e aumenta o lucro ao utilizar produtores de comunidades carentes. forma de desenvolvimento sustentável de indústrias brasileiras é eficaz, visto que houve aumento das companhias que adotam práticas sustentáveis. produção sustentável moderniza a empresa, possibilita aumento do faturamento por meio da redução de custos e atende às demandas dos clientes atuais. impossibilidade de alguns setores aderirem a políticas sustentáveis ocorre porque 31% das empresas têm atividades que dependem da exploração ambiental. Questão 30 O humor da tira, explícito no último quadro, revela a crítica à sociedade contemporânea, direcionando-se à(ao) violência crescente em brigas ocorridas na rua. anonimato assegurado pelos debates nas redes. covardia flagrante em agressões aos mais fracos. exposição inconsequente de opiniões na internet. linguagem grosseira nas discussões entre pessoas. Pré-Universitário – Página 14 LITERATURA Questão 31 I. Cinquenta anos! Não era preciso confessá‐lo. Já se vai sentindo que o meu estilo não é tão lesto* como nos primeiros dias. Naquela ocasião, cessado o diálogo com o oficial da marinha, que enfiou a capa e saiu, confesso que fiquei um pouco triste. Voltei à sala, lembrou‐me dançar uma polca, embriagar-medas luzes, das flores, dos cristais, dos olhos bonitos, e do burburinho surdo e ligeiro das conversas particulares. E não me arrependo; remocei. Mas, meia hora depois, quando me retirei do baile, às quatro da manhã, o que é que fui achar no fundo docarro? Os meus cinquenta anos. *ágil II. Meu caro crítico, Algumas páginas atrás, dizendo eu que tinhacinquenta anos, acrescentei: “Já se vai sentindo que o meu estilo não é tão lesto como nos primeiros dias”. Talvez aches esta frase incompreensível, sabendo‐se o meu atual estado; mas eu chamo a tua atenção para a sutileza daquele pensamento. O que eu quero dizer não é que esteja agora mais velho do que quando comecei o livro. A morte não envelhece. Quero dizer, sim, que em cada fase da narração da minha vida experimento a sensação correspondente. Valha‐me Deus! É preciso explicar tudo. Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas. A passagem final do texto II – “Valha‐me Deus! é preciso explicar tudo.” – denota um elemento presente no estilo do romance, ou seja, o realismo, visto no rigor explicativo dos fatos. a religiosidade, que se socorre do auxílio divino. o humor, capaz de relativizar as ideias. a metalinguagem, que imprime linearidade à narração. a ironia, própria do discurso positivo. Questão 32 Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa (...). À noite e aos domingos ainda mais recrudescia o seu azedume, quando ele, recolhendo-se fatigado do serviço, deixava-se ficar estendido numa preguiçosa, junto à mesa da sala de jantar e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor que vinha da estalagem numa exalação forte de animais cansados. Não podia chegar à janela sem receber no rosto aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o seu fartum de bestas no coito. (Aluísio de Azevedo, O cortiço. 14. ed. São Paulo: Ática, 1983, p. 22.) Levando em conta o excerto e a análise estética do naturalismo, é correto afirmar que: o grosseiro rumor, a sexualidade desregrada e a exalação forte que provinham do cortiço decorriam, segundo Miranda, do abandono daquela população pelo governo. os termos “grosseiro rumor”, “animais”, “bestas no coito”, que fazem referência aos moradores do cortiço, funcionam como metáforas da vida pulsante dos seus habitantes. o nivelamento sociológico na obra O Cortiço se dá não somente entre os moradores da habitação coletiva e o seu senhorio, mas também entre eles e o vizinho Miranda. a presença portuguesa, exemplificada nas personagens João Romão e Miranda, não é relevante para o desenvolvimento da narrativa nem para a compreensão do sentido da obra. a abordagem fatalista e, ao mesmo tempo, idealizada dos personagens nas obras naturalistas fazem com que o romance adquirira um caráter ufanista. Questão 33 Quanto às mulheres de vida alegre, detestava-as; tinha gasto muito dinheiro, precisava casar, mas casar com uma menina ingênua e pobre, porque é nas classes pobres que se encontra mais vergonha e menos bandalheira. Ora, Maria do Carmo parecia-lhe uma criatura simples, sem essa tendência fatal das mulheres modernas para o adultério, uma menina que até chorava na aula simplesmente pornão ter respondido a uma pergunta do professor! Uma rapariga assim era um caso esporádico, uma verdadeira exceção no meio de uma sociedade roída por quanto vício há no mundo. Ia concluir o curso, e, quando voltasse ao Ceará, pensaria seriamente no caso. A Maria do Carmo estava mesmo a calhar: pobrezinha, mas inocente... CAMINHA, A. A normalista. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 16 maio 2016. Alinhado às concepções do Naturalismo, o fragmento do romance de Adolfo Caminha, de 1893, identifica e destaca nos personagens um(a) compleição moral condicionada ao poder aquisitivo. temperamento inconstante incompatível com a vida conjugal. formação intelectual escassa relacionada a desvios de conduta. laço de dependência ao projeto de reeducação de inspiração positivista. sujeição a modelos representados por estratificações sociais e de gênero. Pré-Universitário – Página 15 Questão 34 TEXTO I Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de dona Plácida, nem asemidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e, conseguintemente, que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: – Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. TEXTO II Não sei por que até hoje todo o mundo diz que tinhapena dos escravos. Eu não penso assim. Acho que se fosse obrigada a trabalhar o dia inteiro não seria infeliz. Ser obrigada a ficar à toa é que seria castigo para mim. Mamãe às vezes diz que ela até deseja que eu fique preguiçosa; a minha esperteza é que a amofina. Eu então respondo: “Se eu fosse preguiçosa não sei o que seria da senhora, meu pai e meus irmãos, sem uma empregada em casa”. Helena Morley, Minha vida de menina. Nos dois textos, obtém-se ênfase por meio do emprego de um mesmo recurso expressivo, como se pode verificar nos seguintes trechos: “Este último capítulo é todo de negativas” / “Eu não penso assim”. “Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento” / “Não sei por que até hoje todo o mundo diz que tinha pena dos escravos”. “Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto” / “Ser obrigada a ficar à toa é que seria castigo para mim”. “qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra” / “Mamãe às vezes diz que ela até deseja que eu fique preguiçosa”. “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria” / “Acho que se fosse obrigada a trabalhar o dia inteiro não seria infeliz”. Questão 35 O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, 1mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se* discussões e rezingas**; 2ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava,gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, 3o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. Da porta da venda que dava para o cortiço iam e vinham como formigas; fazendo compras. Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu numa a Isaura, que se dispunha a começar a limpeza da casa. – Nhá Dunga! 4gritou ela para baixo, a sacudir um pano de mesa; se você tem cuscuz de milho hoje, 5bata na porta, ouviu? Aluísio Azevedo, O cortiço. * ensarilhar-se: emaranhar-se. ** rezinga: resmungo. Constitui marca do registro informal da língua o trecho “mas um só ruído compacto” (ref. 1). “ouviam-se gargalhadas” (ref. 2). “o prazer animal de existir” (ref. 3). “gritou ela para baixo” (ref. 4). “bata na porta” (ref. 5). Pré-Universitário – Página 16 Questão 36 A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha de flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca.Tinha só três buracos, dois para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros astinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras. O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também, à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado. Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói. A fuga repetia-se, entretanto. Casos houve, ainda que raros, em que o escravo de contrabando, apenascomprado no Valongo, deitava a correr, sem conhecer as ruas da cidade. Dos que seguiam para casa, não raro, apenas ladinos, pediam ao senhor que lhes marcasse aluguel, e iam ganhá-lo fora, quitandando. Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação. Quando não vinha a quantia, vinha promessa: “gratificar-se-á generosamente” – ou “receberá uma boa gratificação”. Muita vez o anúncio trazia em cima ouao lado uma vinheta, figura de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na ponta uma trouxa. Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o acoitasse. Ora, pegar escravos fugidios era um ofício do tempo. Não seria nobre, mas por ser instrumento da força com que se mantêm a lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza implícita das ações reivindicadoras. Ninguém se metia em tal ofício por desfastio ou estudo; a pobreza, a necessidade de uma achega, a inaptidão para outros trabalhos, o acaso, e alguma vez o gosto de servir também, ainda que por outra via, davam o impulso ao homem que se sentia bastante rijo para pôr ordem à desordem. Contos 1898, Machado de Assis. A perspectiva do narrador diante das situações e dos fatos relacionados à escravidão é marcada, sobretudo, pelo saudosismo. pela indiferença. pela indignação. pelo entusiasmo. pela ironia. Questão 37 “A infância de Brás Cubas, como a de todo membro da sociedade patriarcal brasileira da época, é marcada por privilégios e caprichos patrocinados pelos pais. O garoto tinha como “brinquedo” de estimação o negrinho Prudêncio, quelhe servia de montaria e para maus-tratos em geral. Na escola, Brás era amigo de traquinagem de Quincas Borbas, que aparecerá no futuro defendendo o humanitismo, misto da teoria darwinista com o borbismo: “Aos vencedores, as batatas”, ou seja: só os mais fortes e aptos devem sobreviver. Na juventude do protagonista, as benesses ficam por conta dos gastos com uma cortesã, ou prostituta de luxo, chamada Marcela, a quem Brás dedica a célebre frase: “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis”. Essa é uma das marcas do estilo machadiano, a maneira como o autor trabalha as figuras de linguagem. Marcela é prostituta de luxo, mas na obra não há, em nenhum momento, a caracterização nesses termos. Machado utiliza a ironia e o eufemismo para que o leitor capte o significado. Brás Cubas não diz, por exemplo, que Marcela só estava interessada nos caros presentes que ele lhe dava. Ao contrário, afirma categoricamente que ela o amou, mas fica claro que, naquela relação, amor e interesse financeiro estão intimamente ligados. Contos 1898, Machado de Assis. Na obra: “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, Machado de Assis utiliza-se de uma das suas principais estéticas, a saber: à fuga do viés temporal. o realismo fantasioso. narrador sempre observador. às repreensões verbais feitas aos escravos de Cubas. à emancipação do amor por meio do artificialismo. Pré-Universitário – Página 17 Questão 38 Ela nasceu lesma, vivia no meio das lesmas, mas não estava satisfeita com sua condição. Não passamos de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos conhecidas por nossa lentidão. O rastro que deixaremos na História será tão desprezível quanto a gosma que marca nossa passagem pelos pavimentos. A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria ser como aquele parente distante, o escargot. O simples nome já a deixava fascinada: um termo francês, elegante, sofisticado, um termo que as pessoas pronunciavam com respeito e até com admiração. Mas, lembravam as outras lesmas, os escargots são comidos, enquanto nós pelo menos temos chance de sobreviver. Este argumento não convencia a insatisfeita lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar sua vida desta maneira, numa mesa de toalha adamascada, entre talheres de prata e cálices de cristal. Assim como o mar é o único túmulo digno de um almirante batavo, respondia, a travessa de porcelana é a única lápide digna dos meus sonhos. SCLIAR, M. Sonho de lesma. In: ABREU, C. F. et al. A prosa do mundo. São Paulo: Global, 2009. Incorporando o devaneio da personagem, o narrador compõe uma alegoria que representa o anseio de rejeitar metas de superação de desafios. restaurar o estado de felicidade pregressa. materializar expectativas de natureza utópica. rivalizar com indivíduos de condição privilegiada. valorizar as experiências hedonistas do presente. Questão 39 Garcia tinha-se chegado ao cadáver, levantara o lenço e contemplara por alguns instantes as feições defuntas. Depois, como se a morte espiritualizasse tudo, inclinou-se e beijou-a na testa. Foi nesse momento que Fortunato chegou à porta. Estacou assombrado; não podia ser o beijo da amizade, podia ser o epílogo de um livro adúltero [...]. Entretanto, Garcia inclinou-se ainda para beijar outra vez o cadáver, mas então não pôde mais. O beijo rebentou em soluços, e os olhos não puderam conter as lágrimas, que vieram em borbotões, lágrimas de amor calado, e irremediável desespero. Fortunato, à porta, onde ficara, saboreou tranquilo essa explosão de dor moral que foi longa, muito longa, deliciosamente longa. ASSIS, M. A causa secreta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 9 out. 2015. No fragmento, o narrador adota um ponto de vista que acompanha a perspectiva de Fortunato. O que singulariza esse procedimento narrativo é o registro do(a) indignação face à suspeita do adultério da esposa. tristeza compartilhada pela perda da mulher amada. espanto diante da demonstração de afeto de Garcia. prazer da personagem em relação ao sofrimento alheio. superação do ciúme pela comoção decorrente da morte. Questão 40 Pérolas absolutas Há, no seio de uma ostra, um movimento — ainda que imperceptível. Qualquer coisa imiscuiu-se pela fissura, uma partícula qualquer, diminuta e invisível. Venceu as paredes lacradas, que se fecham como a boca que tem medo de deixar escapar um segredo. Venceu. E agora penetra o núcleo da ostra, contaminando-lhe a própria substância. A ostra reage, imediatamente. E começa a secretar o nácar. É um mecanismo de defesa, uma tentativa de purificação contra a partícula invasora. Com uma paciência de fundo de mar, a ostra profanada continua seu trabalho incansável, secretando por anos a fio o nácar que aos poucos se vai solidificando. É dessa solidificação que nascem as pérolas. As pérolas são, assim, o resultado de uma contaminação. A arte por vezes também. A arte é quase sempre a transformação da dor. [...] Escrever é preciso. É preciso continuar secretando o nácar, formar a pérola que talvez seja imperfeita, que talvez jamais seja encontrada e viva para sempre encerrada no fundo do mar. Talvez estas, as pérolas esquecidas, jamais achadas, as pérolas intocadas e por isso absolutas em si mesmas, guardem em si uma parcela faiscante da eternidade. SEIXAS, H. Uma ilha chamada livro. Rio de Janeiro: Record, 2009 (fragmento). Considerando os aspectos estéticos e semânticos presentes no texto, a imagem da pérola configura uma percepção que reforça o valor do sofrimento e do esquecimento para o processo criativo. ilustra o conflito entre a procura do novo e a rejeição ao elemento exótico. concebe a criação literária como trabalho progressivo e de autoconhecimento. expressa a ideia de atividade poética como experiência anônima e involuntária. destaca o efeito introspectivo gerado pelo contato com o inusitado e com o desconhecido. Pré-Universitário – Página 18 Questão 41 Ela parecia pedir socorro contra o que de algum modo involuntariamente dissera. E ele com os olhos miúdos quis que ela não fugisse e falou: — Repita o que você disse, Lóri. — Não sei mais. — Mas eu sei, eu vou saber sempre. Você literalmente disse: um dia será o mundo com sua impersonalidade soberba versus a minha extrema individualidade de pessoa, mas seremos um só. — Sim. Lóri estava suavemente espantada. Então isso era a felicidade. De início se sentiu vazia. Depois seus olhos ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como o amor pelo mundo me transcende. O amor pela vida mortal a assassinava docemente, aos poucos. E o que é que eu faço? Que faço da felicidade? Que faço dessa paz estranha e aguda, que já está começando a me doer como uma angústia, como um grande silêncio de espaços? A quem dou minha felicidade, que já está começando a me rasgar um pouco e me assusta? Não, não quero ser feliz. Prefiro a mediocridade. Ah, milhares de pessoas não têm coragem de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se feliz e preferem a mediocridade. Ela se despediu de Ulisses quase correndo: ele era o perigo. LISPECTOR, C. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990. A obra de Clarice Lispector alcança forte expressividade em razão de determinadas soluções narrativas. No fragmento, o processo que leva a essa expressividade fundamenta-se no desencontro estabelecido no diálogo do par amoroso. exercício de análise filosófica conduzido pelo narrador. registro do processo de autoconhecimento da personagem. discurso fragmentado como reflexo de traumas psicológicos. afastamento da voz narrativa em relação aos dramas existenciais.Questão 42 O exercício da crónica Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se diante de sua máquina, acende um cigarro, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. das Letras, 1991. Nesse trecho, Vinicius de Moraes exercita a crônica para pensá-la como gênero e prática. Do ponto de vista dele, cabe ao cronista criar fatos com a imaginação. reproduzir as notícias dos jornais. escrever em linguagem coloquial. construir personagens verossímeis. ressignificar o cotidiano pela escrita. Questão 43 Esaú e Jacó Ora, aí está justamente a epígrafe do livro, se eu lhe quisesse pôr alguma, e não me ocorresse outra. Não é somente um meio de completar as pessoas da narração com as ideias que deixarem, mas ainda um par de Lunetas para que o leitor do Iivro penetre o que for menos claro ou totalmente escuro. Por outro lado, há proveito em irem as pessoas da minha história colaborando nela, ajudando o autor, por uma Iei de solidariedade, espécie de troca de serviços, entre o enxadrista e os seus trabalhos. Se aceitas a comparação, distinguirás o rei e a dama, o bispo e o cavalo, sem que o cavalo possa fazer de torre, nem a torre de peão. Há ainda a diferença da cor, branca e preta, mas esta não tira o poder da marcha de cada peça, e afinal umas e outras podem ganhar a partida, e assim vai o mundo. ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964 (fragmento). O fragmento do romance Esaú e Jacó mostra como o narrador concebe a leitura de um texto literário. Com base nesse trecho, tal leitura deve levar em conta o leitor como peça fundamental na construção dos sentidos. a luneta como objeto que permite ler melhor. o autor como único criador de significados. o caráter de entretenimento da literatura. a solidariedade de outros autores. Pré-Universitário – Página 19 Questão 44 — Recusei a mão de minha filha, porque o senhor é… filho de uma escrava. — Eu? — O senhor é um homem de cor!… Infelizmente esta é a verdade… Raimundo tornou-se lívido. Manoel prosseguiu, no fim de um silêncio: — Já vê o amigo que não é por mim que lhe recusei Ana Rosa, mas é por tudo! A família de minha mulher sempre foi muito escrupulosa a esse respeito, e como ela é toda a sociedade do Maranhão! Concordo que seja uma asneira; concordo que seja um prejuízo tolo! O senhor porém não imagina o que é por cá a prevenção contra os mulatos!… Nunca me perdoariam um tal casamento; além do que, para realizá-lo, teria que quebrar a promessa que fiz a minha sogra, de não dar a neta senão a um branco de lei, português ou descendente direto de portugueses! AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Escala, 2008. Influenciada pelo ideário cientificista do Naturalismo, a obra destaca o modo como o mulato era visto pela sociedade de fins do século XIX. Nesse trecho, Manoel traduz uma concepção em que a miscigenação racial desqualificava o indivíduo. condição econômica anulava os conflitos raciais. discriminação racial era condenada pela sociedade. escravidão negava o direito da negra à maternidade. união entre mestiços era um risco à hegemonia dos brancos. Questão 45 Talvez julguem que isto são voos de imaginação: é possível. Como não dar largas à imaginação, quando a realidade vai tomando proporções quase fantásticas, quando a civilização faz prodígios, quando no nosso próprio país a inteligência, o talento, as artes, o comércio, as grandes ideias, tudo pulula, tudo cresce e se desenvolve? Na ordem dos melhoramentos materiais, sobretudo, cada dia fazemos um passo, e em cada passo realizamos uma coisa útil para o engrandecimento do país. ALENCAR, J. Ao correr da pena. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 12 ago. 2013. No fragmento da crônica de José de Alencar, publicada em 1854, a temática nacionalista constrói-se pelo elogio ao(à) passado glorioso. progresso nacional. inteligência brasileira. imponência civilizatória. imaginação exacerbada. Pré-Universitário – Página 20 • O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. • O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. • A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: • tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. • fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. • apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. TEXTOS MOTIVADORES TEXTO I O estilo de vida moderno tem trazido consequências à saúde física e mental dos seres humanos. Cada vez mais, o homem torna-se sedentário e solitário, passando a maior parte do tempo livre com máquinas (computadores, videogames, televisão, DVDs etc.), o que cria uma situação ambígua na era da comunicação e da globalização: as relações e as comunicações pessoais tornam-se cada vez mais difíceis, principalmente dentro das famílias. Pais e filhos não conseguem dialogar e, com isso, o papel importantíssimo da família no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes vem perdendo sua atuação. Exemplo decorrente dessa realidade é o crescente aumento da obesidade na infância e na adolescência verificado nos últimos anos. Pela primeira vez na história epidemiologistas estão predizendo que a expectativa de vida pode diminuir nos próximos 50 anos devido à epidemia de obesidade. Disponível em: http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=32. Acesso em: 14 jun. 2021 (adaptado). TEXTO II Para atender nosso “American way of life”, nós precisamos ter dinheiro, muito dinheiro. Mas, como conseguir o dinheiro necessário para atender o nosso “American way of life”? Para conseguir esse dinheiro, nós precisaremos ter um bom emprego, de preferência, o melhor emprego que tiver. Claro que só vamos precisar trabalhar se – e somente se – não nascermos em nenhuma família ou grupo que pertença à classe dominante. Mas, como conseguir um emprego que banque nosso “American way of life”? Bom, para isso, será necessário competir, competir muito. E o pior de tudo é que, depois de muito sangue, suor e lágrimas, será necessário vencer. O “American way of life” de cada dia não foi concebido para perdedores. Disponível em: http://senzalamoderna.blogspot.com.br/2012/03/consumismo-e-modo-de-vida-americano.html. Acesso em 14 jun. 2021 (adaptado). TEXTO III Que ironia que nossa evolução nos tenha transformado em escravos de nossas próprias realizações. Disponível em: http://villaencantada.blogspot.com.br/2015_10_01_archive.html. Acesso em: 14 jun. 2021. PROPOSTA DE REDAÇÃO Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema O ESTILO DE VIDA MODERNO E SEUS EFEITOS SOBRE A SAÚDE HUMANA, apresentando proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Pré-Universitário– Página 21 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES DE 46 A 90 HISTÓRIA Questão 46 Ordena-se pela autoridade do Parlamento, que ninguém leve, ou faça levar, para fora deste reino ou Gales, ou qualquer parte do mesmo, qualquer forma de dinheiro da moeda desse reino, ou de dinheiro e moedas de outros reinos, terras ou senhorias, nem bandejas, vasilhas, barras ou joias de ouro guarnecidas ou não, ou de prata, sem a licença do rei. HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. A temática exposta no texto, referente à Inglaterra dos séculos XVI e XVII, caracteriza uma associação entre determinação de regras protecionistas e fortalecimento das instituições monárquicas. da empresa colonial e reconhecimento dos particularismos regionais. demarcação de fronteiras comerciais e descentralização dos poderes políticos. expansão das atividades extrativas e questionamento da investidura divina. de práticas artesanais e aumento do controle do legislativo. Questão 47 Até hoje se discute a questão relativa à intervenção do Estado em várias esferas da vida humana. Durante a Europa Moderna, em meio ao avanço das monarquias absolutas, o intervencionismo estatal foi a mola-mestra que assentou essas monarquias. ANDERSON, P. Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Unesp, 2018. A íntima relação observada entre o Estado Absolutista e a teoria e prática do mercantilismo, nos séculos XVII e XVIII, indica crescente fortalecimento da classe dos mercadores, tornando-se uma força política hostil à concentração do poder na figura dos monarcas. a expansão do colonialismo e a crescente perda do poder do Estado no controle das populações coloniais. permanência da ideologia religiosa que apoiava as atividades lucrativas, se fossem orientadas pela Igreja e pelo Estado. intervenção do Estado nas práticas econômicas, como instrumento para o fortalecimento do próprio Estado. financiamento do Estado à burguesia comercial para a expansão marítima, sem o que seria impossível a organização das expedições. Questão 48 O século XIV foi marcado por uma série de crises que ressignificaram as estruturas de poder feudais. Peste, fome, guerras, revoltas camponesas e mortandade elevada acabaram por enfraquecer as bases sobre as quais estavam assentadas os poderes da velha nobreza feudal. Nesse contexto, os poderes dos reis avançam sobre os feudos, ressignificando a territorialidade policêntrica feudal. LOPES. M. A. A imagem da realeza: simbolismo monárquico no Antigo Regime. São Paulo: Ática, 1994. Oriundo da crise do feudalismo, o Estado Absolutista representou a organização política dominante na sociedade europeia entre os séculos XV e XVIII, podendo ser caracterizado pela supressão dos monopólios comerciais, possibilitando o desenvolvimento das manufaturas nacionais. quebra das barreiras regionalistas dos feudos, agilizando e integrando a economia nacional. ausência efetiva de instrumento de controle, quer no plano moral ou temporal, sobre o poder do rei. abolição das formas de exploração das terras típicas do feudalismo, tornando a sociedade mais dinâmica. ascensão política do grupo burguês, que passa a gerir o Estado segundo seus interesses particulares. Questão 49 Durante os séculos XVI e XVII, a França foi marcada pelas lutas religiosas entre calvinistas e católicos. A alternativa encontrada pelo governo real foi criar uma política que extinguisse as crises motivadas por estas questões, consagrada através do Edito de Nantes, promulgado em 1598. Neste sentido, o Edito de Nantes concedeu liberdade de culto aos protestantes, com o objetivo de eliminar os conflitos provocados pela intolerância religiosa. regularizou a situação das minorias religiosas na França como judeus e protestantes. deu prioridade aos calvinistas para ascender a cargos públicos e educar seus filhos em escolas protestantes em detrimento dos católicos. extinguiu a Igreja Católica na França provocando o fechamento de escolas religiosas e mosteiros. obrigou os católicos a converterem-se ao protestantismo sob pena de punição penal. Pré-Universitário – Página 22 Questão 50 A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes e por missionários portugueses que visitaram a costa a partir do século XV, consta também na ampla ocumentação sobre a região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como as vendedoras ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico da região. HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e representações em mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA. S. (Org.). Identidades, memórias e histórias em terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006. A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a uma característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela restrição à realização do comércio ambulante por africanos escravizados e seus descendentes. convivência entre homens e mulheres livres, de diversas origens, no pequeno comércio. presença de mulheres negras no comércio de rua de diversos produtos e alimentos. dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente de origem dos escravizados. entrada de imigrantes portugueses nas atividades ligadas ao pequeno comércio urbano. Questão 51 Jean de Léry viveu na França na segunda metade do século XVI, época em que as chamadas guerras de religião opuseram católicos e protestantes. No texto a seguir, ele relata o cerco da cidade de Sancerre por tropas católicas. (...) desde que os canhões começaram a atirar sobre nós com maior frequência, tornou-se necessário que todos dormissem nas casernas. Eu logo providenciei para mim um leito feito de um lençol atado pelas suas duas pontas e assim fiquei suspenso no ar, à maneira dos selvagens americanos (entre os quais eu estive durante dez meses) o que foi imediatamente imitado por todos os nossos soldados. De tal maneira que a caserna logo ficou cheia deles. Aqueles que dormiram assim puderam confirmar o quanto esta maneira é apropriada tanto para evitar os vermes quanto para manter as roupas limpas (...). Neste texto, Jean de Léry despreza a cultura e rejeita o patrimônio dos indígenas americanos. revela-se constrangido por ter de recorrer a um invento de "selvagens". reconhece a superioridade das sociedades indígenas americanas com relação aos europeus. valoriza o patrimônio cultural dos indígenas americanos, adaptando-o às suas necessidades. valoriza os costumes dos indígenas americanos porque eles também eram perseguidos pelos católicos. Questão 52 No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles. PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas
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