Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

294
ciÊncias da naTureZa e suas Tecnologias Biologia II
Anual – Volume 1
A 
Re
pr
od
uç
ão
/U
ni
ca
m
p 
20
18
Udo Schmidt. Disponível em: <https://www.fl ickr.com/photos/
30703260@N08. Acesso em: 29 out. 2017.
B 9
8
7
6
5
4
P
ta
m
an
ho
 m
éd
io
do
 “
ch
ifr
e”
 (c
m
)
M G
C
Tipo de 
macho
Capacidade da 
cópula
P 70
M 85
G 100
 Capacidade de cópula de cada tipo de macho 
 (% de encontros com uma fêmea que resultam 
 em cópula).
A) Os “chifres” são parte do esqueleto do besouro-hércules 
macho. Cite duas características do esqueleto de artrópodes 
e duas diferenças em relação ao esqueleto de vertebrados. 
B) Darwin acreditava que diferenças entre animais machos e 
fêmeas como as mostradas na fi gura A surgem durante 
a evolução como consequência da seleção sexual, um 
tipo especial de seleção natural. Defi na seleção natural. 
Utilizando os dados fornecidos anteriormente, explique por 
que a característica masculina dimórfi ca do besouro-hércules 
é uma adaptação, fruto da seleção natural. 
03. (Enem-2ª aplicação/2016) Darwin, em viagem às Ilhas 
Galápagos, observou que os tentilhões apresentavam bicos 
com formatos diferentes em cada ilha, de acordo com o tipo 
de alimentação disponível. Lamarck, ao explicar que o pescoço 
da girafa teria esticado para colher folhas e frutos no alto das 
árvores, elaborou ideias importantes sobre a evolução dos seres 
vivos.
O texto aponta que uma ideia comum às teorias da evolução, 
propostas por Darwin e por Lamarck, refere-se à interação entre 
os organismos e seus ambientes, que é denominada de 
A) mutação. B) adaptação.
C) seleção natural. D) recombinação gênica.
E) variabilidade genética.
04. (FCMMG/2018) Pelos dados do desenho a seguir, é possível 
concluir que ele está relacionado com:
Cadáveres de
plantas
e
animais
assimilado
por plantas
e animais
Radiações cósmicas
Decaimento
radioativo
solo
14C
14C
14N
14N
Re
pr
od
uç
ão
/F
C
M
M
G
 2
01
8
A) Ciclo do Carbono radioativo.
B) Ciclo do Nitrogênio e suas interações com o Carbono.
C) Alterações radioativas provocadas por poluição ambiental.
D) Relógio geológico, utilizado para determinar a idade de 
rochas e fósseis.
05. (Famerp/2018) Considere os exemplos de características 
anatômicas e fi siológicas de três seres vivos.
• O chimpanzé (Pan troglodytes) possui visão binocular e o 
primeiro dedo oponível nas mãos. A visão binocular permite 
que o cérebro distinga as diferentes distâncias entre os 
objetos observados e o observador e a presença do primeiro 
dedo oponível nas mãos permite o movimento de pinça, 
facilitando agarrar objetos.
• O inseto maria-fedida (Nezara viridula) libera um odor, 
produzido por glândulas toda vez que se sente ameaçado. 
Além dessa defesa, ele pode apresentar algumas colorações, 
como verde ou marrom, o que auxilia na proteção contra 
predadores.
• A planta urtiga (Urera baccifera) apresenta tricomas urticantes 
na superfície de suas folhas. Eles secretam substâncias ácidas, 
causando vermelhidão, coceira e ardência na pele de uma 
pessoa que as toca.
Esses três seres vivos apresentam 
A) normas de reação, que apareceram por mutações induzidas. 
B) características adaptativas, que foram selecionadas pelo 
ambiente.
C) órgãos homólogos, que surgiram para adaptá-los ao 
ambiente.
D) órgãos vestigiais, que fi caram cada vez mais complexos com 
o tempo.
E) órgãos análogos, que surgiram pela necessidade de 
sobrevivência.
295
ciÊncias da naTureZa e suas TecnologiasBiologia II
Anual – Volume 1
Exercícios Propostos
01. (Udesc/2018) Um tubarão e um golfi nho possuem muitas 
semelhanças morfológicas, embora pertençam a grupos 
distintos. O tubarão é um peixe que respira por brânquias, e 
suas nadadeiras são suportadas por cartilagens. O golfi nho 
é um mamífero, respira ar atmosférico por pulmões, e suas 
nadadeiras escondem ossos semelhantes aos dos nossos 
membros superiores. Portanto, a semelhança morfológica 
existente entre os dois não revela parentesco evolutivo. Eles 
adquiriram essa grande semelhança externa pela ação do 
ambiente aquático que selecionou nas duas espécies a forma 
corporal ideal ajustada à água. 
Esse processo é conhecido como: 
A) isolamento reprodutivo.
B) irradiação adaptativa.
C) homologia.
D) convergência adaptativa.
E) alopatria.
02. (Fac. Albert Einstein – Medicina/2018) O nome cacto é atribuído 
a plantas da família Cactaceae. Os cactos são conhecidos, 
dentre outras características, pela presença de inúmeros 
espinhos caulinares e capacidade de armazenar água. No 
entanto, algumas espécies de plantas que apresentam esse 
mesmo aspecto vegetal pertencem à família Euphorbiaceae, ou 
seja, têm maior parentesco evolutivo com plantas tais como a 
mandioca e a seringueira. A fi gura a seguir mostra a semelhança 
entre essas plantas.
Re
pr
od
uç
ão
/F
ac
. A
lb
er
t 
Ei
ns
te
in
 -
 M
ed
ic
in
 2
01
8
Euphorbiaceae Cactaceae
Disponível em: <http://plantconvergentevolution.weebly.com/
uploads/2/7/3/27301003/5588755_orig.jpg>.
Considerando essas informações, é correto afi rmar que as 
plantas da fi gura representam um caso evolutivo de 
A) homologia.
B) camufl agem.
C) herança de caracteres adquiridos.
D) analogia. 
03. (Fepar/2017) As adaptações dos diversos organismos vivos 
são um aspecto central no estudo da Biologia. Todas as 
características que adequam um ser vivo a determinada 
circunstância ambiental são geralmente denominadas 
adaptativas; permitem que os seres vivos desenvolvam certa 
harmonia com o ambiente, ajustando-se assim para poder 
sobreviver em determinado local. 
O quadro apresenta dois fenômenos adaptativos que você 
deverá identifi car, denominar e explicar.
1
2
Re
pr
od
uç
ão
/F
ep
ar
 2
01
7
04. (Famerp/2017) Após uma aula sobre a teoria evolutiva de 
Darwin-Wallace, cinco estudantes discutiram sobre o tema 
e cada um chegou a uma conclusão sobre as adaptações 
encontradas em algumas espécies de animais.
• Lucas: “As espécies animais tiveram que se adequar ao meio 
ambiente para sobreviver, e foi assim que as características 
adaptativas favoráveis foram surgindo.”
• Bernardo: “O meio ambiente escolheu os seres vivos mais 
aptos e, assim, muitas espécies, como os insetos, formaram 
as asas para atender a essa escolha.”
• Camila: “A seleção natural impôs às espécies animais que 
se modifi cassem e, dessa forma, elas sobreviveram, caso 
contrário, teriam sido eliminadas.”
• Karen: “Os animais com características favoráveis tinham 
mais chance de sobrevivência e de reprodução e essas 
características foram transmitidas aos descendentes.”
• Tatiana: “Animais, como os peixes, possuem adaptações 
semelhantes, uma vez que tinham as mesmas necessidades 
de sobrevivência na água e, por seleção natural, geraram 
fi lhotes semelhantes.”
O conceito da teoria de Darwin-Wallace foi corretamente 
apresentado por 
A) Tatiana. B) Karen. 
C) Camila. D) Lucas. 
E) Bernardo. 
05. (G1-IFSP/2016) Sapos e rãs são anfíbios, apresentam dependência 
de ambientes terrestres úmidos ou aquáticos, apresentam 
na sua pele as glândulas de muco para conservá-la úmida 
e favorecer trocas gasosas, além de poder exibir glândulas 
de veneno que eliminam substâncias para combater 
microrganismos e afugentar animais predadores. A explicação 
para essas características nos anfíbios, fornecida pela Teoria da 
Evolução de Charles Darwin é apresentada em: 
A) seleção de adaptações positivas devido à ação do meio 
ambiente. 
B) lei do uso e desuso. 
C) a existência de pulmão atrofi ado devido à respiração cutânea. 
D) a transmissão de características adquiridas para os descendentes. 
E) a destruição dessas espécies porque estão mal adaptadas. 
296
ciÊncias da naTureZa e suas Tecnologias Biologia II
Anual – Volume 1
06. (Fac. Albert Einstein – Medicina/2016) A tira de quadrinhos a 
seguir mostra, de maneira espirituosa, o aumento de acuidade 
auditiva em uma das duas fi guras que ali aparecem.Em seguida, 
há uma descrição de passos hipotéticos, enumerados de 1 a 3, 
que tentam explicar a evolução do comprimento das orelhas 
em coelhos.
Frank & Ernest Bob Thaves
Fr
an
k 
&
 E
rn
es
t,
 B
ob
 T
ha
ve
s 
©
 
20
03
 T
ha
ve
s/
D
is
t.
 b
y 
A
nd
re
w
s 
M
cM
ee
l S
yn
di
ca
tio
n
O Estado de S. Paulo. 01/05/2016.
1. Em algum ponto no passado, os coelhos possuíam orelhas 
relativamente curtas. Como a sua sobrevivência dependia 
fortemente da sua capacidade de ouvir um predador que 
se aproximava, eles distendiam suas orelhas continuamente, 
a fi m de ouvir com o máximo de efi ciência.
2. A contínua distensão das orelhas afetou as células 
reprodutivas, com o resultado de que os coelhos vieram 
gradualmente a ter orelhas mais longas. Esses coelhos, por 
sua vez, distenderam suas orelhas e passaram o aumento 
para seus descendentes.
3. Eventualmente, um ponto foi atingido no qual o comprimento 
da orelha era suficiente para possibilitar aos coelhos 
sobreviverem sem distensão ulterior. Nesse ponto, o 
comprimento das orelhas estabilizou-se.
Buffaloe, N. D. Diversidade de plantas e animais. 
São Paulo. Edgar Blücher, p. 20.
A descrição em questão está em desacordo com 
A) a lei do uso e do desuso e a herança dos caracteres 
adquiridos, relativos à teoria proposta por Lamarck.
B) a lei do uso e do desuso e a herança dos caracteres 
adquiridos, relativos à teoria proposta por Darwin.
C) o conceito de seleção natural, relativo à teoria proposta por 
Lamarck.
D) o conceito de seleção natural, relativo à teoria proposta por 
Darwin.
07. (Unesp/2014) Considere a afi rmação feita por Charles Darwin 
em seu livro publicado em 1859, A origem das espécies, sobre 
a transmissão hereditária das características biológicas:
Os fatos citados no primeiro capítulo não permitem, creio 
eu, dúvida alguma sobre este ponto: que o uso, nos animais 
domésticos, reforça e desenvolve certas partes, enquanto o 
não uso as diminui; e, além disso, que estas modifi cações são 
hereditárias.
É correto afi rmar que, à época da publicação do livro, Darwin 
A) estava convencido de que as ideias de Lamarck sobre 
hereditariedade estavam erradas, e não aceitava a explicação 
deste sobre a transmissão hereditária das características 
adaptativas.
B) concordava com Lamarck sobre a explicação da transmissão 
hereditária das características biológicas, embora discordasse 
deste quanto ao mecanismo da evolução.
C) havia realizado experimentos que comprovavam a Lei do Uso 
e Desuso e a Lei da Transmissão Hereditária dos Caracteres 
Adquiridos, conhecimento esse posteriormente incorporado 
por Lamarck à sua teoria sobre a evolução das espécies.
D) já propunha as bases da explicação moderna sobre a 
hereditariedade, explicação essa posteriormente confi rmada 
pelos experimentos de Mendel.
E) conhecia as explicações de Mendel sobre o mecanismo da 
hereditariedade, incorporando essas explicações à sua teoria 
sobre a evolução das espécies por meio da seleção natural.
08. (Unicamp/2013) Os tubarões e os golfi nhos são semelhantes 
quanto ao formato corpóreo, como pode ser notado nas fi guras 
seguintes. Tal semelhança, no entanto, não refl ete proximidade 
fi logenética.
Re
pr
od
uç
ão
/U
ni
ca
m
p 
20
13
Re
pr
od
uç
ão
/U
ni
ca
m
p 
20
13
Disponível em: <www.cienciahoje.uol.com.br>.
Acesso em: 5 dez. 2012.
Fotos de Terry Goss e Jeff Krauss.
A) Dado que a semelhança apontada entre os tubarões e os 
golfi nhos não pode ser explicada por ancestralidade comum, 
a que ela se deve? Explique o processo que originou tal 
semelhança.
B) Diferencie os tubarões dos golfi nhos quanto ao sistema 
respiratório e quanto à estrutura do coração. 
09. (Unicamp/2013) Olhos pouco desenvolvidos e ausência de 
pigmentação externa são algumas das características comuns 
a diversos organismos que habitam exclusivamente cavernas. 
Dentre esses organismos, encontram-se espécies de peixes, 
anfíbios, crustáceos, aracnídeos, insetos e anelídeos. Em relação 
às características mencionadas, é correto afi rmar que: 
A) O ambiente escuro da caverna induz a ocorrência de 
mutações que tornam os organismos albinos e cegos, 
características que seriam transmitidas para as gerações 
futuras. 
B) Os indivíduos que habitam cavernas escuras não utilizam a 
visão e não precisam de pigmentação; por isso, seus olhos 
atrofi am e sua pele perde pigmentos ao longo da vida. 
C) As características típicas de todos os animais de caverna 
surgiram no ancestral comum e exclusivo desses animais e, 
portanto, indicam proximidade fi logenética. 
D) A perda de pigmentação e a perda de visão nesses animais 
são características adaptativas selecionadas pelo ambiente 
escuro das cavernas. 
297
ciÊncias da naTureZa e suas TecnologiasBiologia II
Anual – Volume 1
10. (Fuvest/2012) Ao longo da evolução dos vertebrados, a
A) digestão tornou-se cada vez mais complexa. A tomada do alimento pela boca e sua passagem pelo estômago e intestino são
características apenas do grupo mais recente.
B) circulação apresentou poucas mudanças. O número de câmaras cardíacas aumentou, o que não infl uenciou a circulação pulmonar
e a sistêmica, que são completamente separadas em todos os grupos.
C) respiração, no nível celular, manteve-se semelhante em todos os grupos. Houve mudança, porém, nos órgãos responsáveis pelas
trocas gasosas, que diferem entre grupos.
D) excreção sofreu muitas alterações, devido a mudanças no sistema excretor. Porém, independentemente do ambiente em que
vivem, os animais excretam ureia, amônia e ácido úrico.
E) reprodução sofreu algumas mudanças relacionadas com a conquista do ambiente terrestre. Assim, todos os vertebrados, com exceção 
dos peixes, independem da água para se reproduzir.
Aula 03: 
Teoria Sintética da Evolução
Considerações iniciais
Durante as décadas de 1930 e 1940, os novos conhecimentos genéticos foram adicionados às ideias de Darwin, sendo, então, 
elaborada a “A teoria moderna da evolução”. Esta pode ser considerada a mais completa de todas, associando o conhecimento das 
mutações às ideias de luta pela vida e seleção natural, de Darwin, acrescendo ainda a valorização isolamento geográfi co, como fator de 
especiação, e a ocorrência puramente acidental ou aleatória das mutações, nunca procuradas intencionalmente pelos organismos com 
o propósito de se adaptarem a uma condição ambiental. Também pode ser chamada de “síntese evolucionária” ou “síntese moderna
da evolução”, pois, de fato, sintetiza o processo evolutivo, valendo-se de conhecimentos advindos de diversas outras áreas, como:
a genética, a paleontologia, a anatomia, a bioquímica e a embriologia.
Fatores evolutivos
A síntese moderna considera os seguintes fatores evolutivos: mutação gênica, recombinação gênica, fl uxo gênico, deriva genética 
e seleção natural.
A mutação e a recombinação gênica aumentam a variabilidade genética. A mutação garante o surgimento de novos alelos, já a 
recombinação gênica, representada pelo crossing-over e pela segregação independente dos alelos na formação dos gametas, pode apenas 
misturar os alelos, mas não origina algo novo. O fl uxo gênico e a deriva gênica também são fatores que alteram a variação gênica de 
uma área, através, respectivamente, de migrações e eventos cataclísmicos sobre a população. Já a seleção natural reduz a variabilidade 
genética, pois “seleciona” os alelos mais adaptados a uma determinada condição ambiental, garantindo aos que os possuem na 
população, maior capacidade de sobrevivência de reprodução.
Mutação
Para que haja seleção natural sobre uma população, é preciso que tenha variabilidade genética entre os indivíduos. As mutações 
têm papel fundamental nisso, pois tornam possível o aparecimento de novos tipos de alelos dentro de uma espécie, sendo processos 
casuais. Dessa forma, podemos afi rmar que as mutações representam a fonte primária de variabilidade genética.
As mutações podem ser deletérias, indiferentes ou benéfi cas. Na mutação deletéria, o fenótipocorrespondente torna seu portador 
menos adaptado e, consequentemente, propenso à extinção. Caso o alelo afetado seja recessivo, poderá persistir na população, nos 
indivíduos heterozigotos, especialmente se, por alguma razão, os heterozigotos se mostrarem mais adaptados. Isto é bem evidente no 
caso, por exemplo, do alelo da anemia falciforme em regiões onde a malária é endêmica (descrito a seguir). Caso o alelo seja dominante, 
sua frequência tenderá a diminuir rapidamente, pois tanto os homozigotos para aquele gene como os heterozigotos estarão afetados, 
supondo que se trate de gene autossômico. Na mutação indiferente, o fenótipo correspondente não afeta a competência de seu portador 
no que diz respeito à adaptação. Um alelo que não afeta a adaptabilidade de um organismo é chamado de alelo neutro. Tais alelos, 
não são atingidos pela seleção natural. Nesse caso, a frequência do alelo na população segue um padrão casual. Na mutação benéfi ca, 
seu portador, sob as condições em vigor no meio, está mais adaptado e, portanto, tem aumentadas as suas chances de sobrevivência 
e reprodução. Nesse caso, o alelo tenderá a se tornar mais frequente na população, e mais rapidamente se for dominante. Ainda que 
comumente se admita que as mutações deletérias sejam mais comuns que as mutações adaptativas (benéfi cas), estas últimas, ao longo 
de enormes períodos de tempo, representa a única forma de explicar a evolução dos seres vivos na Terra.
A anemia falciforme ou siclemia é um exemplo bem característico de mutação na espécie humana. Ela leva uma redução da 
capacidade de a hemoglobina se ligar ao gás oxigênio, o que traz várias consequências fi siológicas para o indivíduo. Em relação às 
condições clínicas do organismo, é considerada uma herança autossômica recessiva, pois o heterozigoto é normal, não apresentando 
comumente os sintomas característicos do homozigoto recessivo. A siclemia ocorre numa maior frequência em pessoas afrodescendentes.
C-1 H-3
C-4 H-16Aula
03
298
ciÊncias da naTureZa e suas Tecnologias Biologia II
Anual – Volume 1
A anemia falciforme se caracteriza por uma mutação no 6º códon do alelo responsável pela formação da cadeia de β-globina da 
hemoglobina (lembre-se que a hemoglobina A1 ou normal tem duas cadeias de α-globina e duas cadeias de β-globina). No alelo normal 
o códon é o GAG e no alelo mutante o códon GTG, levando a uma substituição do aminoácido ácido glutâmico pela valina. Assim, a 
hemoglobina terá sua(s) cadeia(s) de β-globina alterada(s), levando uma redução da afi nidade da hemoglobina S (siclêmica) pelo O
2
.
As pessoas que são homozigotas (HbSHbS) para esse alelo recessivo (HbS) possuem hemácias defeituosas, em forma de foice, sob 
condições de baixa pressão de O
2
. Nos locais onde o oxigênio é abundante, como nos pulmões, as hemácias são normais em forma e 
em função. Porém, em locais de baixas concentrações de oxigênio, como exemplo, nos músculos em funcionamento, as hemoglobinas 
S se aglutinam (formam fi bras poliméricas) e as hemácias adquirem uma forma de foice. Os heterozigotos (HbAHbS), que são ditos ter 
traço falciforme são, em geral, clinicamente normais, e suas hemácias podem se tornar ligeiramente falciformes quando submetidas a 
pressões baixíssimas de oxigênio. O homozigoto (HbAHbA) é clinicamente normal e suas hemácias nunca são falciformes.
Estrutura
primária
1 Val Subunidade
normal
Subunidade
falciforme
Hemoglobina
falciforme
Interações hidrofóbicas entre
proteínas hemoglobina
falciformes induzem a sua
agregação e,
fibras; a
capacidade
de transporte
de oxigênio
é bastante
reduzida.
As moléculas não se associam
umas com as outras, cada uma
transporta oxigênio.
As células normais
são repletas de
moléculas
individuais de
hemoglobina.
Fibras de 
hemoglobina
anormais
deformam as
células em um
formato
falciforme.
5 mµ
Hemoglobina
normalβ
β
β
β
β
β
α
α
α
α
H
em
o
g
lo
b
in
a 
n
o
rm
al
H
em
o
g
lo
b
in
a 
fa
lc
if
o
rm
e
Estrutura secun-
dária e terciária
Estrutura
quaternária
Função Formato das hemácias
2
3
4
5
6
7
His
Leu
Thr
Pro
Glu
Glu
1 Val
2
3
4
5
6
7
His
Leu
Thr
Pro
Val
Glu
5 mµ
A anemia falciforme ocorre por substituição de um único aminoácido na cadeia-β da hemoglobina, levando a formação da hemoglobina falciforme ou “S”, 
e das hemácias em foice.
CAMPBELL, N.A.; REECE, J. B. / Biologia. – 10ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2015; p. 82.
As células em formato de foice podem formar coágulos e obstruir pequenos vasos sanguíneos, muitas vezes levando a outros 
sintomas pelo corpo, incluindo enfraquecimento físico, dores, lesões em órgãos e até mesmo paralisia motora. Transfusões regulares de 
sangue podem evitar os danos cerebrais em crianças com anemia falciforme e novos medicamentos podem ajudar a prevenir ou tratar 
outros problemas, mas atualmente não existe cura.
Um fato curioso é a elevada frequência do alelo para a anemia falciforme na África tropical, incomum para um alelo com efeitos 
prejudiciais tão severos em homozigotos. Uma explicação para isso é que uma única cópia para o alelo da anemia falciforme, como nos 
indivíduos heterozigóticos, reduz a frequência e a severidade dos ataques de malária, especialmente entre crianças jovens. O Plasmodium, 
protozoário agente causador da malária não se adapta bem às hemácias com quantidade regular de hemoglobina S (siclêmica), como a 
encontrada em indivíduos heterozigotos, resultando em densidades menores do protozoário nessas células, ocasionando neles sintomas 
mais leves da doença. Dessa forma, na África tropical, onde a infecção com o protozoário da malária é comum, o alelo para a anemia 
falciforme confere uma vantagem aos heterozigotos, mesmo sendo prejudicial no estado homozigoto.
Observação:
A anemia falciforme ilustra a arbitrariedade dos termos dominância completa, dominância incompleta e codominância. O tipo 
de dominância inferido depende do nível fenotípico em análise, ou seja, do organismo, da célula ou da molécula. Dessa forma, em 
relação ao nível de organismo (com ou sem anemia), o alelo HbA apresenta dominância completa sobre o HbS. No heterozigoto, um 
único alelo HbA produz hemoglobina funcional sufi ciente para prevenir a anemia. Entretanto, em relação ao nível de célula (formato 
da hemácia), existe dominância incompleta, pois o heterozigoto apresenta muitas células com um formato discretamente falciforme. 
Finalmente, em relação ao nível molecular (hemoglobina), existe codominância. Os alelos HbA e HbS codifi cam dois diferentes tipos 
de hemoglobina, que são sintetizados no heterozigoto.
299
ciÊncias da naTureZa e suas TecnologiasBiologia II
Anual – Volume 1
Recombinação gênica
Enquanto as mutações criam novos alelos na população, a recombinação gênica mistura os alelos já existentes nos cromossomos, 
sendo ambos responsáveis pelo aumento da variabilidade genética.
A recombinação gênica depende da meiose, na qual ocorre a segregação independente dos alelos e o crossing-over (permutação), 
e da fecundação (fertilização).
CHAVE
Haploide (n)
Diploide (2n)
Gametas
Zigoto
Mitose
Organismo
multicelular
diploide
Organismo
multicelular haploide
(gametófito)
Organismo multicelular
ou unicelular haploide
Organismo
multicelular
diploide
(esporófito)
Mitose
Mitose
Esporos
Gametas
Mitose
(a) Animais. (b) Plantas e algumas algas.
Três tipos de ciclos de vida sexuada. Uma características comum nos três tipos é a alternância da
meiose e da fertilização, eventos essenciais que contribuem para a variação genética da prole.
(c) Maioria dos fungos e alguns protistas
n
n
n
2n 2n
MEIOSE FERTILIZAÇÃO
Zigoto
n
n n
2n
n
2n
MEIOSE FERTILIZAÇÃO
n
Mitose
Gametas
Mitose
Zigoto
n
n
n
n
2n
MEIOSE FERTILIZAÇÃO
n
A segregação independente dos cromossomos possibilita um grande número de combinações entre eles, permitindo a formação 
de vários tipos de gametas. Para entendermos que representa esse processo de segregação, devemos observar a célula diploide 2n = 4, da 
fi guraa seguir, que se encontra na metáfase I da meiose I. Os dois pares de homólogos, cada um, possuindo um cromossomo de origem 
materna (vermelho) e um outro de origem paterna (azul), estão situados na placa metafásica. Contudo, esses dois pares podem assumir 
duas possibilidades. Na 1, temos do lado esquerdo da célula em metáfase I apenas cromossomos paternos azuis, e, do lado direito, 
apenas cromossomos maternos vermelhos. Na 2, temos do lado esquerdo, um cromossomo paterno azul sobre um materno vermelho, 
e, do lado direito, um cromossomo materno vermelho sobre um paterno azul. Assim, para cada possibilidade (1 e 2) de metáfase I, 
haverá um padrão de anáfase I que originará 2 tipos de células-fi lhas. Ao todo, a partir de uma célula 2n = 4 que se divide por meiose, 
poderão ser formadas um total de 4 tipos de células-fi lhas haploides n = 2, que podem ser gametas ou esporos. Dessa forma, podemos 
observar que a disposição dos pares de cromossomos homólogos na placa metafásica da metáfase I ocorre de maneira aleatória, o que 
leva a uma segregação independente dos cromossomos de par em relação aos de outro par, durante anáfase I.
O número de combinações possíveis entre cromossomos maternos e paternos pode ser calculado pela expressão 2n, em que “n” é o 
número de pares de cromossomos do indivíduo. Por exemplo, o número de tipos de gametas diferentes que um humano pode formar, 
sem considerar a ocorrência de crossing-over, é de 223.
Possibilidade 1
Dois arranjos de cromossomos
igualmente prováveis
na metáfase I
Metáfase II
Células-
filhas
Combinação 1 Combinação 2
Possibilidade 2
Combinação 3 Combinação 4
Duas possibilidades de segregação independente dos cromossomos homólogos na anáfase I da meiose I.

Mais conteúdos dessa disciplina