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História Moderna Do Feudalismo Ao Capitalismo: Transição Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Edgar da Silva Gomes. Revisão Textual: Prof. Ms. Fátima Furlan. 5 • Introdução • A gênese da circulação de mercadorias feudo-cidade • O sistema feudal em cheque Atenção Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. · Nesta unidade, vamos aprender um pouco mais sobre um dos temas mais importantes da formação da Idade Moderna: “A transição do Feudalismo para o Capitalismo”. · Procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complementar. Não esqueça: a leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas, por isso não deixe de registrá-las e enviá-las ao professor-tutor. · Para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará a atividade de sistematização, o fórum de discussão e a vídeo-aula. Do Feudalismo Ao Capitalismo: Transição • Nova burguesia comercial • A Revolução dos Preços 6 Unidade: Do Feudalismo Ao Capitalismo: Transição Contextualização A Transição do Feudalismo para o Capitalismo foi um momento marcante para a sociedade na politica e na economia que se processou por séculos. Até os dias atuais, o capitalismo apresenta metamorfoses para não perder seu posto de política econômica dominante! Nesse espaço de contextualização, achamos importante inseri-los numa reflexão crítica sobre o assunto apresentado, para isso, indicamos a seguir alguns documentários e debates sobre a sociedade feudal e a Idade Média. Observem as informações adquiridas no texto teórico e relacionem com os documentários. Assistam com muita atenção aos dois primeiros vídeos, pois eles refletem o capitalismo na atualidade e suas consequências sociais. Fala, Doutor - Danilo Enrico Martuscelli: Crises Políticas e Capitalismo Neoliberal no Brasil http://www.youtube.com/watch?v=wEe5tOrooiQ O Capitalismo hoje: A Globalização Neoliberal, as ondas longas e a financeirização http://www.youtube.com/watch?v=8LqWx477S3c A Vida Na Idade Média http://www.youtube.com/watch?v=-wjrm6lkLI0 Modo de Produção Feudal http://www.youtube.com/watch?v=fDybVPrr0c4 Mercantilismo http://www.youtube.com/watch?v=Y2pQ4_KFyzM Idade Moderna – Economia http://www.youtube.com/watch?v=Wz-OPtP_32U A ASCENÇÃO DAS CIDADES COMERCIAIS 26:31 http://www.youtube.com/watch?v=1dtqgGZRojM Guerra dos 30 Anos (1) http://www.youtube.com/watch?v=JBW6f7gqwEM Guerra dos 30 Anos (2) http://www.youtube.com/watch?v=qa-3uoQZBuk Guerra Dos 30 Anos (3 http://www.youtube.com/watch?v=nWuQWV4UH2E Canção do Século XVI http://www.youtube.com/watch?v=A22WYpnrBw4 Links http://www.youtube.com/watch?v=wEe5tOrooiQ http://www.youtube.com/watch?v=8LqWx477S3c http://www.youtube.com/watch?v=-wjrm6lkLI0 http://www.youtube.com/watch?v=fDybVPrr0c4 http://www.youtube.com/watch?v=Y2pQ4_KFyzM http://www.youtube.com/watch?v=Wz-OPtP_32U http://www.youtube.com/watch?v=1dtqgGZRojM http://www.youtube.com/watch?v=JBW6f7gqwEM http://www.youtube.com/watch?v=qa-3uoQZBuk http://www.youtube.com/watch?v=nWuQWV4UH2E http://www.youtube.com/watch?v=A22WYpnrBw4 7 Introdução É difícil responder brevemente o que é feudalismo e o que é capitalismo! Torna-se mais difícil ainda analisar historicamente o processo de transição do sistema feudal para o sistema capitalista de produção. Não se trata aqui apenas de analisar como se deu a metamorfose das relações econômicas na sociedade, pois essa transformação envolveu mudanças na politica e nas relações sociais. É importante ressaltar também que o recorte geográfico-temporal para as análises desse período se dá na maioria dos países da Europa Ocidental como, por exemplo, Alemanha, França, Espanha, Itália, Portugal, Holanda, Bélgica e na Inglaterra, ou seja, a historiografia privilegia a análise eurocêntrica. Em outras regiões da Europa e da Ásia esse processo pode ter durado até mais ou menos o inicio do século XX, como é o caso da Rússia. As principais características do feudalismo nesses países foram: poder descentralizado, economia baseada na agricultura de subsistência e amonetária e sem comércio onde predominou o escambo. O rei, maior suserano nessa cadeia de senhores feudal, dividia suas terras aos nobres no sistema de vassalagem, que se tornavam senhores de feudos que agrupava um número de servos e colonos nas propriedades que pagavam pesados impostos na forma de mão-de-obra e produtos. Essa sociedade estamental não propiciava à base da pirâmide social nenhuma possibilidade de ascensão social. Um destaque que deve ser observado é que na estrutura intermediária da pirâmide social, além da nobreza também estava o alto clero que administrava as grandes propriedades da igreja. O alto clero descendia de famílias de nobres. A situação social e econômica começou a mudar lentamente com o aumento demográfico que se deu a partir do século XI. Esse aumento demográfico ocasionou um aumento da produção de produtos agrícolas. Novas áreas foram sendo cultivadas e novas técnicas agrícolas foram surgindo como, por exemplo, o arado de ferro1 que substituiu o arado de madeira e a construção de moinhos hidráulicos. 1 Na baixa-idade média além do arado de ferro ter substituído o arado de madeira, outra conquista nessa técnica foi a substituição do boi pelo cavalo, além de se utilizar novas maneiras de se atrelar os animais permitindo que fossem utilizados à plena força. Para saber mais sobre o arado: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fq6x5lxh02wyiv80bhgp5ps6ra6re.html Fonte: Thinkstock / Getty Images | Wikimedia Commons http: / / le i turasdahistor ia.uol.com.br/ESLH/Edicoes/47/ artigo244648-1.asp http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/47/artigo244648-1.asp http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/47/artigo244648-1.asp 8 Unidade: Do Feudalismo Ao Capitalismo: Transição O excedente produzido no campo era comercializado pelos camponeses nas vilas e burgos. Produtos artesanais faziam parte desse incipiente comércio. A partir do século XIV começaram a surgir em algumas regiões revoltas2 camponesas motivadas pela rigidez politica dos senhores feudais. Um dos motivos para essas revoltas se relacionou ao arrocho na cobrança de impostos, e a consequência muitas vezes foi o abandono dos feudos pelos servos que foram buscar proteção dos senhores dos burgos onde passaram a viver. A mercantilização do excedente da produção dos feudos transformou aos poucos as relações sociais e politicas entre os senhores feudais e seus servos e colonos, por meio das modificações estruturais dessa sociedade levada a cabo pelos mercadores profissionais que comerciavam nas vilas e burgos fazendo com que o escambo fosse gradualmente substituído pela comercialização da produção forçando o retorno a monetarização, extinta há séculos. Outros fatores como, por exemplo, as Cruzadas também transformaram as relações comerciais e monetárias desse período fazendo a transição feudalismo capitalismo. No entanto, a grande massa dos trabalhadores dos feudos se limitava a consumir o que produzia, não comparecendo às feiras nas vilas para trocar seus produtos por outros. Em Síntese Mercantilização: Transformação em mercadoria, em objeto de comércio, visando a interesses particulares (...) realização de transações mercantis, comerciais, comercialização. “Para superação da alienação, o ponto de partida insuperável é a constatação de que vivemos, como nunca, em um mundo dominado pela mercadoria, pela lógica mercantil, pela mercantilização das pessoas e das relações sociais.” (Correio Braziliense, 22.09.2004) http://www.aulete.com.br/mercantilização. A gênese da circulação de mercadorias feudo-cidade A economia agrícola produzida nos feudos era para consumo próprio, mas não foi essencialmente utilizada peloscolonos já que havia as trocas do que se produzia em excesso nas feiras das vilas e burgos. A partir do momento em que passou a existir no seio da sociedade rural indivíduos dedicados exclusivamente a artesania, parte da produção, como acontecia com os produtos agrícolas, passava às mãos dos senhores que negociavam com artigos de luxo vindos do Oriente. Sendo assim, a economia feudal não era totalmente blindada, pois além dos senhores negociarem com os mercadores os produtos adquiridos do trabalho dos seus servos, o escambo também ocorria entre os colonos dos feudos ou mesmo entre os moradores das vilas e burgos. 2 Exemplos de Revolta Camponesa deste período: Rebelião de Tyler (Inglaterra), Jacquerie (França). Fonte: Wikimedia Commons 9 Veremos a seguir como se deu a especialização do trabalho, das trocas e negociações no período do feudalismo e a crescente urbanização na transição do feudalismo para o capitalismo. A cidade: local de disputas e trabalho livre A confecção de produtos de primeira necessidade dos camponeses foi se desenvolvendo lentamente desde o inicio da Idade Média. Gradualmente começou a se traçar uma divisão entre a produção artesanal de mercadorias e a agricultura. O resultado desse desenvolvimento foi o aparecimento da relação produto-moeda. Houve a partir do século XI uma crescente especialização dos camponeses que, além de se dedicarem a agricultura, começaram a desenvolver outra atividade profissional como, por exemplo, tecelões, alfaiates, sapateiros e ferreiros. Com o passar do tempo muitos desses camponeses passaram a viver em vilas e pequenas cidades e trocavam seus produtos por gêneros agrícolas para sobreviverem com suas famílias, ou seja, ainda estavam na fase do escambo. Esses artesãos viviam muitas vezes sob a proteção de mosteiros ou no interior das fortificações dos castelos, onde ainda pagavam com seus produtos os impostos a um suserano. Nesse ambiente, passou a conviver com os artesãos alguns mercadores que passaram a negociar seus produtos alimentando uma rede de comércio extinta desde a queda do império romano no ano de 476 D.C. O primeiro tipo de comércio que se restabeleceu na Europa foi o de produtos de luxo trazidos do Oriente. Aos poucos, a produção que era restrita às vilas que a produzia passou a ganhar outros mercados, pois os mercadores começaram a negociar as mercadorias produzidas pelos artesãos nas outras cidades que estavam se desenvolvendo na Europa fazendo assim o intercâmbio desses produtos com outras regiões. As cidades que não passavam de pequenos aglomerados populacionais começaram a se desenvolver e seus habitantes que eram ao mesmo tempo agricultores e artesãos passaram a se especializar cada vez mais, pois a demanda pelas mercadorias negociadas para além de suas fronteiras passou a requisitar cada vez mais tempo e mão-de-obra. A especialização dos artesãos foi responsável pelo aparecimento da guilda: corporações de ofícios que surgiram a partir do século XII, para regulamentar o processo produtivo artesanal. Essas associações eram hierarquizadas (mestres, oficiais e aprendizes) e controlavam a técnica de produção de determinado ofício. O associado da guilda tinha como beneficio a defesa de seus interesses como o monopólio. Um artesão só poderia exercer uma função no burgo se fosse associado à guilda de seu oficio que garantia a eficiência na negociação de seus produtos, fixava preços e controlava a qualidade. A desobediência às regras determinadas pela guilda poderia causar a expulsão do artesão da vila ou burgo. O aprendiz estava na base dessa hierarquia e pagava seu aprendizado com o trabalho. Com o desenvolvimento do comércio, as vilas e cidades começaram a se desenvolver. Cidades italianas como Veneza, Genova, Florença e Milão passaram a comercializar com o Oriente e seus mercadores prosperaram rapidamente transformando-as em cidades-estados, ou seja, passaram a se autogovernar. As cidades que atingiram esse nível de desenvolvimento conquistaram o direito de ter sua própria câmara e de eleger seus funcionários, assegurando certa liberdade a seus habitantes em relação aos senhores feudal, bispos e até mesmo príncipes. Além das cidades citadas da península itálica, outras regiões como os Flandres no norte da Bélgica e do sudoeste da Alemanha passaram a ter importância. Na Inglaterra e na França o desenvolvimento urbano cresceu em ritmo constante e nos séculos XII e XIII, o comércio e a indústria passaram a ser uma realidade nas cidades desses países. 10 Unidade: Do Feudalismo Ao Capitalismo: Transição A indústria cresceu e o comércio entre as cidades passou a se diversificar. Já era possível encontrar artigos em lã, seda, algodão, couro, metal e cerâmica. O campo também se beneficiou desse desenvolvimento, onde produtos para o trabalho na terra passaram a ser cada vez mais eficientes. As cidades necessitavam de quantidades cada vez maiores de gêneros alimentícios como carne, trigo e legumes. A variedade crescia e as frutas passaram a fazer parte do consumo regular da população. No campo politico, os artesãos e comerciantes se uniram para defender seus interesses contra os senhores feudais e o clero; e conseguiram certa liberdade pessoal diferente dos camponeses que ainda viviam sob a rígida lei dos feudos, que poderia variar substancialmente de região para região. A paz era palavra de ordem entre os citadinos. Comerciantes e artesãos interessados em expandir seus mercados procuraram evitar guerras locais, assegurando assim um mínimo de lei e ordem nas regiões onde mantinham seus negócios. Outra atitude politica dos citadinos foi apoiar os governos centralizados com autoridade necessária para impedir a arbitrariedade dos nobres, que consideravam os assaltos nas cidades que cortavam seus feudos uma expressão suprema de valor. Surgiram nesse período alianças entre os reis europeus e seus súditos urbanos. Esses súditos ajudavam a patrocinar os destacamentos armados da realeza garantindo assim a submissão de seus vassalos. Esse apoio deu origem aos estados absolutistas a partir do século XV na Europa. A expansão das cidades e da economia sofreu um abalo significativo a partir da segunda metade do século XIV e inicio do século XV. Algumas guerras e uma forte epidemia conhecida como peste negra3 (1348-1351), devastaram grande parte da população dos países europeus. Apesar dos estragos conhecidos, os avanços políticos e econômicos que vinham em marcha desde o século XI voltaram a ser observados com mais força a partir de meados do século XV. Fonte: Wikimedia Commons Para Pierre Vilar, as cidades ainda dependiam dos senhores, no entanto, os citadinos conseguiram certa autonomia e se rebelaram contra as duras leis que mediava a relação senhorial com os camponeses. Mas, coletivamente, mantinham-se atrelados ao sistema feudal, já que reconheciam a existência dos suseranos e elas próprias possuíam senhorios. A vantagem é que “intramuros” seus habitantes eram livres e participavam da organização coletiva4. 3 MCNEIL, William. Plagues and Peoples. New York: Anchor Books, 1976. 4 VILAR, Pierre; PARAIN, Charles; SOBOUL, Albert.El Feudalimso. Madrid: Ayuso, 1972. 11 As cidades como protagonistas da transição feudalismo-capitalismo As vilas e pequenos burgos foram se desenvolvendo de acordo com sua importância nas rotas comerciais, ou seja, ao se tornarem centros comerciais de importância para suas regiões, deixaram de ser apenas entreposto de trocas para fornecerem mais do que subsistência, se tornaram centros de negócios. As cidades se tornaram entrepostos para o comércio de longa distância, nelas, os senhores feudais adquiriam os produtos que lhes faltavam nos feudos, em geral artigos de luxo ou exóticos para a época. Durante o período de formação da sociedade feudal, o comércio do mediterrâneo foi praticamente dominado pelos árabes, esse período se estende dos séculos VII ao X. O califado de Córdoba e o Império de Bagdá estiveram no controledessa rota comercial introduzindo os produtos do Oriente e da Ásia na Europa. Fonte: Franz Hogenberg(1535-1590) | Cornelis Anthonisz(1505-1553) Com as invasões turcas a partir do século XI na Ásia Menor e o declínio da civilização moura, o comércio passou a ser dominado pelas cidades da península itálica como, por exemplo, Genova e Veneza. Esta rota comercial nas mãos dos italianos introduziu na Europa o comércio de luxo, além de especiarias, necessárias para a conserva de alimentos. O meio para escoar os produtos, comercializados na região do estreite do Bósforo para os europeus se dava principalmente com as cidades as margens de grandes rios que cortavam o continente ou as cidades litorâneas que foram as vias preferenciais de comunicação dos mercadores. Esse comércio, segundo Avelãs Nunes “estimulou novos artesanatos, novas técnicas de trabalho industrial, novas forças de produção, o que contribuiu para aumentar o poder e a importância das cidades onde se localizava esse artesanato”.5 Essas novas técnicas foram estimuladas pela concorrência que os produtos importados faziam no artesanato local. 5 NUNES. Antônio José Avelãs. Os sistemas económicos. Coimbra: InsigniaUniversitas, 1994, p. 52. 12 Unidade: Do Feudalismo Ao Capitalismo: Transição O sistema feudal em cheque O desenvolvimento da indústria artesanal que levou a expansão do comércio e o crescimento das cidades que levaram a criação dos estados modernos da Europa contribuiu substancialmente para a desagregação da ordem feudal europeia. Esses fatores somados a outros que veremos adiante favoreceram a gestação do capitalismo. As cidades e o comércio aprofundaram as contradições e conflitos internos do modo de produção e organização social do feudalismo. Com a evolução do feudalismo, ocorreram conflitos e dificuldades de várias ordens o que minou relação entre o servo e o senhor feudal. A relação de servidão era o sustentáculo desse sistema. Segundo Nunes, “o que fez ruir o feudalismo foi sua ineficiência como modo de produção, perante as necessidades crescentes de rendimento por parte das classes senhoriais”6. A produtividade do camponês era baixa, sua vida miserável tornava quase insuportável a carga de trabalho que lhes era destinada para o pagamento dos tributos devidos ao senhor feudal. Para piorar essa situação os senhores feudais viviam constantemente em conflitos pelo domínio das terras. As guerras entre os senhores feudais e o banditismo do período medieval acarretavam em maior cobrança de tributos dos servos para garantir a manutenção dos exércitos dos seus senhores. Os exércitos se tornaram em um peso extra para os camponeses. Os soldados eram recrutados entre os camponeses o que diminuía a mão de obra para produzir o sustento do feudo. As Cruzadas, apesar de trazer riquezas para a Europa, também causaram grandes despesas para os feudos, além de tirar muita gente do trabalho no campo. Outro fator de gastos exagerados e que provocou forte competição entre as casas feudais foi o desenvolvimentos da Cavalaria. Todos esses fatores somados aumentaram as exigências sobre os servos, cuja situação foi se agravando ao final do século XIII. Guerras e epidemias dos séculos XIV e XV diminuíram a mão de obra nos campos e com isso houve forte retração nas rendas feudais. Segundo Maurice Dobb7 , as dificuldades da economia feudal e as crescentes exigências dos senhores aos servos tiveram como consequência “não só exaurir a galinha que punha os ovos de ouro para o castelo, mas provocar, em virtude de um total desespero, um movimento de emigração [...] das propriedades senhoriais”. Essa emigração retirou dos senhores feudais a possibilidade de manter seus gastos elevados, pois ainda ,segundo Dobb, “uma deserção em massa por parte dos produtores, que viria retirar do sistema o seu sangue vital e provocar a série de crises em que a economia feudal se veria envolvida nos séculos XIV e XV”. Segundo Avelãs Nunes, “em alguns países bem se legislou no sentido de proibir o abandono dos domínios senhoriais por parte dos servos, mas o movimento não cessou”, pior que isso, a falta de mão de obra provocou forte competição pelos servos entre os senhores feudais. Para Sweezy8 , “o declínio do feudalismo na Europa Ocidental se deveu à incapacidade da classe governante para conservar o controle sobre [os servos], e consequentemente para explorar a força de trabalho da sociedade”. 6 NUNES. Antônio José Avelãs. Os sistemas económicos. Coimbra: Insignia Universitas, 1994. 7 DOBB, Maurice. Studies in the development of capitalism.London: Routledge & Sons, 1946, p. 46. 8 SWEEZY, Paul; DOBB, Maurice.Do feudalismo ao capitalismo. Lisboa: Dom Quixote, 1971, p. 40 13 Para Avelãs Nunes, “assim se desencadearam os fatores de cuja complexa interação resultaria a destruição do feudalismo. A fuga dos servos não significou apenas mudança na condição dos que partiam, acelerou também o fim da condição servil dos que ficavam nos domínios”. Essa situação enfraqueceu a posição dos suseranos, “sob a pressão das dificuldades, os senhores foram obrigados a conceder maior liberdade aos servos e a transformar em rendas e dinheiro as prestações de trabalho direto e as rendas em espécie”. Ao receber o pagamento pelo seu trabalho, “o pagamento das rendas em dinheiro trouxe consigo a necessidade de os camponeses venderem os seus produtos no mercado, assim entrando a economia fechada dos domínios rurais na roda das relações de comércio.9” As condições para a instalação do capitalismo Para que o capitalismo se instalasse seria necessário que houvesse uma acumulação de capital. Uma das condições para que isso ocorresse se deu por meio da iniciativa involuntária do papa Urbano II no ano de 1095 que convocou a primeira Cruzada para reconquistar a Palestina para os cristãos. Vejamos as Cruzadas. Cruzada é um movimento militar de inspiração cristã que partia da Europa em direção a Palestina e à cidade de Jerusalém com a intenção de reconquistá-la do domínio mulçumano que havia se estabelecido nessa região desde o século VII. As ações militares dos Cruzados, num total de nove, se estendeu do século XI ao XIII. As Cruzadas As relações entre o Ocidente e o Oriente se restabeleceram a partir das cruzadas no final do Século XI e inicio do Século XII. O termo cruzada não era conhecido no tempo histórico em que ocorreu, essas incursões militares para retomada da Palestina era denominada de “peregrinação” ou “guerra santa”. Por volta do ano 1000, havia a crença de que o mundo estava perto do fim. Essa crença fez com que aumentasse muito a quantidade de peregrinos cristãos à “terra santa” como forma de penitência para se evitar o inferno. Essas peregrinações e em sequência as guerras de combate contra os mouros para reconquista de Jerusalém e da Palestina contribuíram de forma incidental para um reavivamento comercial entre a Europa e o Oriente. Foi reaberta a rota do Mediterrâneo onde se desenvolveu um intenso comércio, feito especialmente pelas cidades-estados da Península Itálica e dos Países Baixos para o norte da Europa. Os produtos de luxo trazidos pelos italianos e flamengos, que haviam financiado parte das cruzadas, trouxe grandes lucros. Desde esse período até a invasão turco-otomana em Constantinopla no ano de 1453, os italianos dominaram esse comércio para a Europa. Esse comércio internacional de bens de luxo que abastecia a nobreza europeia favoreceu a acumulação de capital para seus mercadores. Essa riqueza que começou a abastecer a Europa deve-se diretamente as Cruzadas. 9 NUNES. Antônio José Avelãs. Os sistemas económicos. Coimbra: Insignia Universitas, 1994, pp. 52-53. Fonte: Thinkstock/Getty Images 14 Unidade: Do Feudalismo Ao Capitalismo: Transição Para Avelãs Nunes, “a primeira grande acumulação de capitais na Europa, capitais que fizeram a fortuna de uma nova classe de comerciantes que assim se apropriava de uma parte do subproduto agrícola que os camponesesentregavam à classe dominante dos senhores feudais”10 . Portanto, foi a partir do acumulo primitivo de capital produzido pela abertura involuntária pelas Cruzadas de uma rota comercial no Mediterrâneo ligando a Europa ao Oriente que possibilitou a formação de uma nova estrutura econômica na Europa, o Capitalismo. Capital: usura e especulação A acumulação primitiva de capital iniciada no século XII se acentuou no final do século XIV e inicio do século XV favorecendo o enriquecimento e poderio dos comerciantes, banqueiros, agiotas, especuladores, em geral italianos. A acumulação de capital provinha particularmente dos empréstimos a juros elevados aos camponeses e aos senhores da nobreza. Nesse caso, os fins para o pedido de empréstimo de cada ator social dos extremos da pirâmide social era muito distinto. Os camponeses emprestavam a juros para poder pagar impostos, comprar semente e utensílios necessários para o trabalho, já os nobres em alguns casos queriam manter o alto padrão de vida. Segundo Denis 11, banqueiros famosos desse período como os Médicis, os Fugger, os Welser e Jacques Cour na França chegaram a emprestar dinheiro a reis europeus com juros elevados que batiam a casa dos cinquenta por cento. A fortuna desses banqueiros em muito ultrapassava a da maioria dos príncipes e alguns reis europeus. O capitalismo primitivo que gerou a riqueza de algumas famílias europeias propiciou a essas monopolizar alguns setores da economia o que facilitou a especulação de preços dos produtos que detinham em períodos de escassez. Em algumas ocasiões, a Europa passou por sérias crises na produção de alimentos como, por exemplo, em períodos de guerras e epidemias. Nessas ocasiões, os atravessadores vendiam mercadorias como trigo e gêneros alimentícios a preços muito elevados e, portanto, obtinham elevados lucros que iam acumulando. Fonte: Thinkstock/Getty Images 10 NUNES. Antônio José Avelãs. Os sistemas económicos. Coimbra: Insignia Universitas, 1994, p. 57. 11 HENRI, Denis. História do pensamento econômico. Lisboa: Gleba, [s.d.], p. 89. 15 Nova burguesia comercial Nobreza No final do século XVI, os italianos tiveram a companhia dos portugueses e espanhóis que a partir dos portos de Lisboa, Cádiz e Sevilha abasteciam a Europa com produtos de suas colônias da América e de entrepostos do Extremo oriente. Os primeiros colonos e conquistadores do Novo Mundo chegavam a pagar elevadas quantias em ouro e prata para obter em troca azeite, vinhos e tecidos provenientes da Europa, já que esses metais preciosos para eles eram mercadorias baratas, pois extraiam das minas descobertas com a invasão das terras americanas. Houve nesse período uma aproximação entre os novos detentores do poder econômico, banqueiros e comerciantes, e a nobreza, em vários países, ou seja, a nova burguesia não se contrapôs à nobreza formando assim alianças de interesses. O capital mercantil: o comércio mundial Para Pierre Vilar, “pela primeira vez técnicas industriais e técnicas de comunicação ultrapassaram a técnica agrícola, É o começo de um processo que situará a indústria no primeiro plano do progresso”12 . Vilar está se referindo ao século XV onde os inventos que impulsionaram o progresso foram maiores que os realizados no século XVII. No século XV, funcionou o primeiro alto forno, a ciência náutica teve grande impulso e o uso da artilharia obrigou a impulsionar a produção de metal. Ainda segundo Vilar, “o apelo comercial da indústria têxtil faz com que na Inglaterra e em Castela a criação de carneiros concorra com a agricultura e despovoe os campos. É uma especialização que vai ao sentido do capitalismo: produção para o grande comércio”13. Porém, “este impulso interno foi finalmente interrompido a partir dos últimos anos do século XV, por injeção de riqueza exterior devido à expansão marítima e colonial”14. A arte de navegar teve suas técnicas aperfeiçoadas na península ibérica, o que propiciou a esses povos o início de grandes expedições marítimas. No crepúsculo do século XV, Cristóvão Colombo, no ano de 1491, na tentativa de atingir as Índias, deu com suas embarcações no continente que seria futuramente chamado de América. Na esteira dessa descoberta, Pedro Alvares Cabral encontrou terras mais ao sul no ano de 1500 que se chamaria Brasil. Vasco da Gama chegou à Índia no ano de 1498 e Bartolomeu Dias contornou o cabo da boa esperança no ano de 1487. Essas descobertas foram importantíssimas para o acumulo de capital devido à exploração do ouro e da prata e novos produtos que foram comercializados na Europa. A invenção da imprensa como veículo difusor de pensamento veio a consolidar as novas descobertas e a circulação de ideias. A concepção de homem e de mundo se transformou com o grande impacto causado pelos descobrimentos do novo mundo. Como escreveu Marx “o comércio mundial e o mercado mundial abrem, no século XVI, a 12 VILAR, Pierre; PARAIN, Charles; SOBOUL, Albert. El Feudalismo. Madrid: Ayuso, 1972, p. 58. 13 VILAR, Pierre; PARAIN, Charles; et. ali. Do feudalismo ao capitalismo: uma discussão histórica. 10 ed. São Paulo: Contexto, 2006, pp. 40-41 14 Vilar, Pierre; PARAIN, Charles; et. ali. Do feudalismo ao capitalismo: uma discussão histórica. 10 ed. São Paulo: Contexto, 2006, p. 41 16 Unidade: Do Feudalismo Ao Capitalismo: Transição moderna história da vida do capital”. Essa mudança operada na forma de realizar os negócios mundialmente provocou uma revolução comercial. Para Vilar, “foi o maior boom histórico do capital mercantil”15. As análises dos especialistas no estudo do capitalismo que qualificaram o impacto da mundialização da economia como uma revolução levou em conta também a entrada de novos produtos que se inseriram nos negócios realizados como, por exemplo, o açúcar, o chá, o café, o tabaco, o milho, o cacau. Outro comércio extremamente lucrativo realizado nesse contexto e que marcou negativamente a história da humanidade foi o comércio de escravos negros africanos utilizados na colonização e cultivo de produtos coloniais. O comércio marítimo dos produtos coloniais foi monopolizado por grandes sociedades por ações constituídas nos Países Baixos, na Inglaterra e na França. Fonte: Jan van Eyck,1434 | Thinkstock/Getty Images | Nicholas Hilliard,1599 A Revolução dos Preços Avelãs Nunes escreveu16 que “como consequência imediata dos descobrimentos, afluem à Europa tesouros fabulosos, produto do saque a que foram sujeitos os povos autóctones, nomeadamente os tesouros dos Incas e dos Maias”. As riquezas adquiridas à base da exploração dos povos autóctones das Américas foram gastas em artigos de luxo e expedições militares de conquista. Uma parte foi para as mãos de banqueiros e grandes mercadores que se tornaram poderosos intermediários dos negócios coloniais. Outra parte da riqueza, principalmente oriundas da América espanhola, teve seu destino atravessado pelos piratas ingleses. A exploração sistemática dos territórios colonizados e a utilização da mão de obra escrava, tanto a de negro quanto a de índios, para a produção de mercadoria comerciável na Europa, tiveram custo de produção muito baixo. A quantidade de ouro e prata produzida no século XVI nas colônias americanas foi tão grande que seu preço ficou diluído em relação ao valor de outros bens que chegavam à Europa. A consequência disto foi que os preços das mercadorias subiram muito em relação aos metais utilizados como moeda. O lucro proveniente dessa inflação nos 15 VILAR, Pierre; PARAIN, Charles; SOBOUL, Albert. El Feudalismo. Madrid: Ayuso, 1972, p. 64. 16 NUNES. Antônio José Avelãs. Os sistemas económicos. Coimbra: Insignia Universitas, 1994, p. 62. 17 preços dos bens de consumo no mercado europeu deve-se à exploração do trabalho escravo e a abundância de metais preciosos produzidos na América. Segundo Avelãs Nunes, “a situação das classes sociais, do ponto de vista da riqueza de cada uma, alterou-se consideravelmente em favor da burguesia comerciantee em desfavor da nobreza rural e das classes trabalhadoras”17 . A nobreza se vê arruinada por viver de renda fixa e de longo prazo, agravado pelo fato de que o valor da propriedade rural foi se depreciando. Em razão desse empobrecimento, a nobreza foi perdendo sua posição dominante para a burguesia comercial em constante ascensão que passou a comprar muitas propriedades e títulos nobiliárquicos. Trocando Ideias “A verdadeira riqueza, aliás, deixa de consistir na propriedade das terras, para passar a residir na titularidade dos papéis de crédito. São as ações das sociedades anônimas, são as letras que de meros instrumentos de câmbio que inicialmente foram, se transformaram [...] em instrumento poderoso de mobilização de riqueza; são os títulos representativos de hipoteca, que facilitam a circulação de crédito [...] a riqueza torna-se mais facilmente mobilizável e o comércio ganha novas possibilidades de desenvolvimento” (Avelãs Nunes, op. cit., p. 65) As classes trabalhadoras, camponeses e artesãos, também sofreram com a diminuição do poder de compra da moeda. O poder público passou a intervir nos salários e proibir o direito de coalisão e associação. Os camponeses também sofreram com o afluxo de capitais para as terras cultiváveis. Na França e em Castela, os campos foram ocupados por rebanhos de ovinos para produção de lã, que teve grande alta em seu valor, em consequência do desenvolvimento das manufaturas de tecidos. “Foi uma primeira especialização na agricultura, de sentido e efeitos favoráveis ao capitalismo: produção para o grande comércio, êxodo rural e afluxo de mão de obra às cidades, proletarização dos camponeses”. A consequência disso tudo é que as terras antes cultiváveis passam às mãos da burguesia comercial interessada em utilizá-las na produção de produtos de fácil comercialização como, por exemplo, a lã que acabamos de citar acima. Nos Flandres a indústria têxtil garantiu um mercado compensador para os produtores de lã. Fonte: Pieter Brueghel the Elder, 1568. 17 NUNES. Antônio José Avelãs. Os sistemas económicos. Coimbra: Insignia Universitas, 1994, p. 65. 18 Unidade: Do Feudalismo Ao Capitalismo: Transição Na Inglaterra, em consequência da Guerra das Duas Rosas (uma disputa entre os York e os Lancaster), houve o estrangulamento das casas feudais no período de 1455 a 1485 e o inicio do absolutismo dos Tudor. A nova nobreza que ascendeu após a guerra, “compreendeu que a riqueza era agora a fonte do prestigio e do poder”. Esses nobres se lançaram na empreitada de apropriar-se das terras comunais e cercá-las, formando os enclosures, grandes propriedades, direcionadas à criação de ovinos para comercializarem com as fábricas têxteis. Essa medida foi muito importante na evolução da economia inglesa para o capitalismo. Trocando Ideias A criação de ovinos não dependia de um número grande de trabalhadores para sua manutenção e ainda implicava na diminuição da área disponível para produção de alimentos. A consequência disso foi que um grande número de trabalhadores ficou sem ocupação nos campos, ao migrarem para as cidades constituíram grandes massas de mendigos e desempregados. (Avelãs Nunes, op. cit., p. 67) O capitalismo desbancando o feudalismo... A substituição de um modelo político-econômico por outro foi se processando ao longo dos séculos XII-XVIII. Nesse período houve, paulatinamente, grande acumulação de capitais por parte da nova burguesia comercial, inicialmente italiana, e depois se expandiu para outras regiões da Europa até atingir no século XVI a península Ibérica. Em países como Inglaterra e França, após sucessivas guerras e desintegração do sistema feudal, os camponeses formaram grandes contingentes de reserva de mão de obra disponível para contratação nas fábricas em regime de trabalho assalariado. Essa condição foi imposta aos camponeses que não dispunham de outro meio de subsistência. A acumulação primitiva de capital teve um declínio considerável, após a descoberta do “Novo Mundo” já que a abundância de metais preciosos fez declinar a os empréstimos e a cobrança de juros praticados pela burguesia comercial. No entanto, esse “problema” foi contornado pelo sistema capitalista que estava se instalando. A burguesia comercial aumentou gradativamente sua participação no sistema produtivo até assumir seu controle e instalar no final do século XVIII e início do século XIX uma das maiores revoluções dos tempos modernos, a Revolução Industrial Inglesa que foi se expandindo pela Europa e chegou aos Estados Unidos da América! Outro fator que, segundo alguns estudiosos, ajudou sedimentar o capitalismo, foi a Reforma Religiosa que é um capítulo a parte nos estudos da História Moderna. 19 Material Complementar Para aprofundar as discussões apresentadas na unidade: Do feudalismo ao capitalismo: transição é indispensável que se faça algumas leituras complementares sobre o tema. Recomendamos a leitura das indicações abaixo: AMARAL, João Ferreira. Introdução à macroeconomia. 2..ed. Porto: Escolar, 2007. SMITH, Adam. Riqueza das Nações. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1983. BLAUG, Mark. História do Pensamento Económico I. Alfragide: Dom Quixote, 1992. DOBB, Maurice. Teorias do Valor e Distribuição desde Adam Smith. Lisboa. Presença, 1977. KARL Marx v. 1 – Disponível em: http://www.marxists.org/portugues/marx/1867/ocapital-v1/ LARANJEIRO, Mazza. Capital, juro e lucro. Boletim de Ciências Económicas. Coimbra, 1985. MEEK, Ronald. Economia e ideologia. Barcelona: Ariel, 1972. SEN, A. Comportamento econômico e sentimentos morais. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, n. 25, p. 103–130, 1992. http://www.marxists.org/portugues/marx/1867/ocapital-v1/ 20 Unidade: Do Feudalismo Ao Capitalismo: Transição Referências ARRUDA, José Jobson de Andrade. História moderna e contemporânea. 24. ed. São Paulo: Ática, 1991. BURKE, Peter. Variedades de história cultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. CORVISIER, André. História Moderna. Rio de Janeiro: Difel, 1980. DOBB, Maurice. A evolução do capitalismo. 5. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. DOBB, Maurice. Studies in the development of capitalism. London: Routledge & Sons, 1946. FALCON, Francisco. Mercantilismo e transição. 11. ed. São Paulo: Brasiliense, 1990. FOSSIER, Robert. A era feudal (séc. XI a XIII). In: BURGUIÉRE, A. (Coord.). História da família. Lisboa: Terramar, 1986. FRANCO JÚNIOR, Hilário. O feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1984. HENRI, Denis. História do pensamento econômico. Lisboa: Gleba, [s.d.]. HOBSBAWN, Eric. Do feudalismo para o capitalismo. In: SWEEZY, P. A transição do feudalismo para o capitalismo. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MCNEIL, William. Plagues and Peoples. New York: Anchor Books, 1976. MARQUES, Adhemar; BERUTTI, Flávio; FARIA, Ricardo. História Moderna através dos textos. 3. ed. São Paulo: Contexto, 1993. MONTEIRO, Hamilton. M. O feudalismo: economia e sociedade. São Paulo: Ática, 1986. MOTA, Carlos Guilherme. História Moderna e contemporânea. São Paulo: Moderna, 1986. NUNES. Antônio José Avelãs. Os sistemas económicos. Coimbra: Insignia Universitas, 1994. RODRIGUES, Antônio E. M.; FALCON, Francisco. J. C. Tempos modernos: ensaios de história cultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. SWEEZY, Paul. (Org.). A transição do feudalismo para o capitalismo. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. SWEEZY, Paul; DOBB, Maurice. Do feudalismo ao capitalismo. Lisboa: Dom Quixote, 1971. VILLAR, Pierre. A transição do feudalismo ao capitalismo. In: SANTIAGO, T. (Org.). Do feudalismo ao capitalismo: uma discussão histórica. São Paulo: Contexto, 1988. VILAR, Pierre; PARAIN, Charles; et. ali. Do feudalismo ao capitalismo: uma discussão histórica. 10 ed. São Paulo: Contexto, 2006. VILAR, Pierre; PARAIN, Charles; SOBOUL, Albert. El Feudalismo. Madrid: Ayuso, 1972. 21 Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000 http://www.cruzeirodosulvirtual.com.br
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