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AULA 15 - RECEITUÁRIO AGRONÔMICO

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NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 83 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 
 
 
 
CAPÍTULO 15. RECEITUÁRIO AGRONÔMICO 
 
15.1 HISTÓRICO 
 
A comercialização de produtos fitossanitários vinculada a uma receita agronômica é 
uma exigência legal ou prática recomendada em muitos países há algum tempo. Como exemplo 
pode-se citar que na Califórnia, EUA, em 1978, já existiam cerca de 2.800 agrônomos creden-
ciados a autorizarem a venda de produtos fitossanitários. No Brasil, tal medida tornou-se obri-
gatória desde 11 de julho de 1989, data da publicação da Lei Federal no 7.802. 
Entretanto, desde o início da década de 70 as preocupações com o uso indiscriminado 
de produtos fitossanitários eram motivo de discussões, em razão do crescente número de ocor-
rências de acidentes com agricultores e agressões ao ambiente registradas no nosso país, espe-
cialmente no Rio Grande do Sul. Esse fato motivou uma recomendação de restrição a vendas 
de produtos fitossanitários na “I Convenção Regional do Centro de Estudos de Toxicologia do 
Rio Grande do Sul” realizada em 3 de agosto de 1974. Nela os convencionais propunham um 
sistema de bloqueio regional para produtos fitossanitários altamente tóxicos ou persistentes e a 
comercialização desses através de receita agronômica assinada por um agrônomo. 
No ano seguinte, 1975, durante o “Simpósio sobre Toxicologia dos Pesticidas e Enve-
nenamento Ambiental”, organizado pela Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul, foi 
ratificada a necessidade de implantação do Receituário Agronômico para a venda de pesticidas. 
Já em 1976, foi apresentado um trabalho que relatava a experiência posta em prática, e com 
sucesso, pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Nordeste do Rio Grande do Sul, na 
qual obteve-se uma redução no uso de produtos fitossanitários, na região de Santa Rosa (RS), 
pela venda controlada (pela cooperativa), através de prescrição técnica. 
Em 1977, o Conselho de Desenvolvimento Agropecuário do Rio grande do Sul reco-
mendou a implantação do Receituário Agronômico naquele estado. Atendendo a essa recomen-
dação, o Banco Central do Brasil, através da “Carta Grupal no 2.697”, determinou que as verbas 
destinadas aos tratamentos fitossanitários somente fossem liberadas mediante a apresentação 
da receita agronômica. Estava, dessa forma, implantado de fato o Receituário Agronômico no 
Estado do Rio Grande do Sul. Contudo, somente em 1989, como mencionado anteriormente, 
foi publicada uma lei federal tornando obrigatório o Receituário Agronômico em todo o terri-
tório nacional. 
AULA 15 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 84 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 
 
Dentre as vantagens da adoção do Receituário Agronômico, podem-se destacar: 
a) Contribuição para uma maior conscientização do uso de produtos fitossanitários; 
b) valorização do meio ambiente, com medidas efetivas para protegê-los; 
c) facilitar a adoção do manejo integrado de pragas (MIP), processo que envolve a condução de 
cultura supervisionada; 
d) indução ao emprego de produtos fitossanitários mais seguros e mais eficientes; 
e) criação de um corpo de assistência técnica de alto nível, valorizando a classe; 
f) criação de novas condições para uma comunicação mais efetiva entre técnicos e agricultores; 
g) permissão para maior rigor nas fiscalizações dos problemas de ordem toxicológica. 
Os conceitos fundamentais do Receituário Agronômico, resumidamente, são: 
a) Busca da origem do problema fitossanitário com vista a atingi-lo com o máximo de eficiência 
e o mínimo de insumos; 
b) exige do técnico (Engenheiro Agrônomo ao Florestal) conhecimento profissional para que 
se possa realmente atingir os objetivos a que se propõe; 
c) impõe e assume toda a responsabilidade profissional, em toda a sua amplitude, através de 
seu documento base; a receita agronômica; 
d) é antes de tudo uma metodologia de trabalho a ser seguida por quem atua na área fitossani-
tária. Não confundir Receituário Agronômico com receita agronômica; a receita é apenas o 
instrumento final de todo o processo desenvolvido, envolvendo características técnicas e éticas. 
 
15.2 LEGISLAÇÃO 
 
A Lei 7.802, de 11 de julho de 1989, posteriormente regulamentada pelo Decreto no 
98.816, de 11 de janeiro de 1990, também conhecida como a “Lei dos Agrotóxicos”, é bastante 
abrangente, pois trata da pesquisa, experimentação, propaganda comercial, utilização, comer-
cialização, fiscalização, etc., até o destino final dos resíduos e embalagens. 
Além disso, prevê penalidades a todos os segmentos envolvidos em atividades agrícolas 
que promovam danos ao meio ambiente e à saúde humana. 
Após a promulgação dessa Lei Federal, foram publicadas Leis Estaduais, Leis Munici-
pais, Resoluções e Normas de Entidades de Classe (CREA, CONFEA), visando à adequação 
dos diferentes setores à nova legislação vigente. No Estado de Minas Gerais, por exemplo, foi 
publicada a Lei no 10.545, em 13 de dezembro de 1991, regulamentada pelo Decreto no 33.945, 
em 18 de setembro de 1992, que trata desse assunto (Receituário Agronômico). 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 85 
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UNEC / EAD 
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DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 
 
É importante ressaltar que as leis devem ser consultadas no caso de dúvidas, e, princi-
palmente, respeitadas. Dessa forma, neste tópico serão feitos, a seguir, apenas comentários ou 
citações de alguns pontos fundamentais (artigos completos ou apenas parágrafos e/ou incisos) 
do Decreto no 98.816 (Anexo1): 
A) Os principais conceitos desse Decreto podem ser encontrados no artigo 2o, no qual foram 
destacados: 
Art. 2o - Para os efeitos deste Regulamento, entende-se por: 
VII - comercialização - a operação de comprar, vender, permutar, ceder ou repassar os 
agrotóxicos, seus componentes e afins; 
IX - utilização - o emprego de agrotóxicos e afins, através de sua aplicação, visando a 
alcançar uma determinada finalidade; 
XII - resíduo - a substância ou mistura de substâncias remanescentes ou existentes em 
alimentos ou no meio ambiente, decorrente do uso ou não de agrotóxicos e afins, inclusive 
qualquer derivado específico. Tais como produtos de conversão e de degradação, metabólitos, 
produtos de reação e impureza, considerados toxicológica e ambientalmente importantes; 
XV - registro de empresa e de prestador de serviços - o ato privativo dos órgãos compe-
tentes estaduais, municipais e do Distrito Federal, concedendo permissão para o funcionamento 
do estabelecimento ou unidade prestadora de serviços; 
XVI - classificação - a diferenciação de um agrotóxico ou afim em classes, em função 
de sua utilização, modo de ação e potencial ecotoxicológico ao homem, aos seres vivos e ao 
meio ambiente; 
XX - agrotóxicos - os produtos químicos destinados ao uso nos setores de produção, no 
armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, 
nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e 
industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las 
da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos, em-
pregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento; 
XXI - componentes - os princípios ativos, os produtos técnicos, suas matérias primas, 
os ingredientes inertes e aditivos usados na fabricaçãode agrotóxicos e afins; 
XXII - afins - os produtos e os agentes de processos físicos e biológicos que tenham a 
mesma finalidade dos agrotóxicos, bem como outros produtos químicos, físicos e biológicos 
utilizados na defesa fitossanitária, domissanitária e ambiental, não enquadrados no inciso XX; 
 
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XXIII - agente biológico de controle - o organismo vivo, de ocorrência natural ou obtido 
através de manipulação genética, introduzido no ambiente para o controle de uma população 
ou de atividades biológicas de outro organismo vivo considerado nocivo; 
Parágrafo Único - A classificação que trata o inciso XVI no que se refere à toxicidade 
humana, obedecerá a seguinte gradação: 
a) classe I - extremamente tóxico; 
b) classe II - altamente tóxico; 
c) classe III - medianamente tóxico; e 
d) classe IV - pouco tóxico. 
B) A propaganda dos produtos fitossanitários também foi abordada. 
Art. 44 - A propaganda comercial de agrotóxicos, componentes e afins, em qualquer 
meio de comunicação. conterá, obrigatoriamente, clara advertência sobre os riscos do produto 
à saúde dos homens , animais e ao meio ambiente, e observará o seguinte: 
I - estimulará os compradores e usuários a ler atentamente o rótulo e, se for o caso, o 
folheto, ou a pedir que alguém os leia para eles, se não souberem ler; 
II - não conterá 
a) representação visual de práticas potencialmente perigosas, tais como a manipulação 
ou aplicação sem equipamento protetor, o uso em proximidade de alimentos ou em presença de 
crianças; 
b) afirmações ou imagens que possam induzir o usuário a erro quanto à natureza, com-
posição, segurança e eficácia do produto, e sua adequação ao uso; 
c) comparações falsas ou equívocas com outros produtos; 
d) indicações que contradigam as informações obrigatórias do rótulo; 
e) declarações de propriedades relativas à inoquidade, tais como "seguro", "não vene-
noso", "não tóxico", com ou sem uma frase complementar, como: "quando utilizado segundo 
as instruções"; e 
f) afirmações de que o produto é recomendado por qualquer órgão do Governo; 
III - conterá clara orientação para que o usuário consulte profissional habilitado e siga 
corretamente as instruções recebidas; 
IV - destacará a importância do manejo integrado de pragas; e 
V - restringir-se-á, na paisagem de fundo, as imagens de cultura ou ambientes para os 
quais se destine o produto. 
 
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Parágrafo Único - O oferecimento de brindes deverá atender, no que couber, às dispo-
sições do presente artigo, ficando vedada a oferta de quantidades extras do produto a título de 
promoção comercial. 
C) Os artigos 45, 46 e 47 tratam do destino final das embalagens. Como esse assunto é muito 
importante, a Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo também sugeriu 
algumas soluções alternativas que dependem de aprovação formal dos órgãos estaduais e mu-
nicipais competentes. 
Art. 45 - É proibida a reutilização de embalagens de agrotóxicos e afins pelo usuário, 
comerciante, distribuidor, cooperativas e prestadores de serviços. 
Parágrafo Único - O órgão federal registrante poderá autorizar o reaproveitamento de 
embalagens de agrotóxicos, seus componentes e afins, pela empresa produtora, ouvidos os de-
mais órgãos federais envolvidos. 
Art. 46 - O descarte de embalagens e resíduos de agrotóxicos e afins, deverá atender às 
recomendações técnicas apresentadas na bula, relativas aos processos de incineração, enterro e 
outros, observadas as exigências dos setores de saúde, agricultura e meio ambiente. 
Art. 47 - No caso de agentes biológicos de controle, os resíduos deverão ser incinerados. 
D) Os artigos 51 a 54 estão relacionados com a receita agronômica, nos quais podem-se destacar 
os seguintes aspectos: 
1) De acordo com decisões normalizadoras das Entidades de Classe (CREAs), foi defi-
nido como legalmente habilitados para prescrição do Receituário Agronômico os Engenheiros 
Agrônomos e Florestais; e os Engenheiros Agrícolas, os tecnólogos e Técnicos Agrícolas como 
habilitados na condução da aplicação dos agrotóxicos constantes da receita, na situação de pre-
postos. 
2) Só poderão ser prescritos produtos com observância das recomendações de uso apro-
vadas no registro. 
3) Uma receita deverá conter todas as informações solicitadas nos artigos 52 e 53. 
Portanto, não há a necessidade de se usarem formulários padronizados; porém, devido 
ao número elevado de informações solicitadas, torna-se mais simples a utilização dos 
formulários padrão (CREA, Cooperativas, etc.). 
4) Há a distinção de produtos fitossanitários (objeto dessa Lei) e de produtos domissa-
nitários (de acordo com o artigo 54). 
Art. 51 - Os agrotóxicos e afins só poderão ser comercializados diretamente ao usuário, 
mediante apresentação de receituário próprio prescrito por profissional legalmente habilitado. 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 88 
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§ 1o - Considera-se usuário toda pessoa física ou jurídica que utilize agrotóxico ou afim. 
§ 2o - Considera-se legalmente habilitado o profissional que possua formação técnica, 
no mínimo, de nível médio ou segundo grau, na área de conhecimentos relacionados com a 
matéria de que trata este regulamento, e esteja inscrito no respectivo órgão fiscalizador da pro-
fissão. 
Art. 52 - A receita referida neste capítulo deverá ser expedida em 5 (cinco) vias, a pri-
meira permanecendo em poder do estabelecimento comercial, a segunda com o usuário, a ter-
ceira com o profissional que a prescreveu, a quarta com o Conselho Regional Profissional e a 
quinta com o órgão estadual competente. 
§ 1o - A receita deverá ser mantida à disposição dos órgãos fiscalizadores pelo período 
de no mínimo 5 (cinco) anos, a contar da data da emissão. 
§ 2o - O estabelecimento comercial deverá remeter até o quinto dia útil do mês subse-
quente uma via da receita ao Conselho Regional Profissional e outra ao órgão estadual compe-
tente. 
Art. 53 - A receita deverá ser específica para cada problema e deverá conter, no mínimo: 
I - nome e endereço completo do técnico responsável, e número de seu registro no Con-
selho Regional Profissional; 
II- nome do consulente, da propriedade e sua localização; 
III - diagnóstico; e 
IV - recomendação técnica com as seguintes informações: 
a) nome do produto comercial que deverá ser utilizado; 
b) cultura e área onde será aplicado; 
c) dosagens de aplicação e quantidade totais a serem adquiridas 
d) modalidade de aplicação, sendo que no caso de aplicação aérea devem ser registradas 
as instruções específicas; 
e) época de aplicação; 
f) intervalo de segurança; 
g) precauções de uso; 
h) primeiros socorros nos casos de acidentes; 
i) advertências relacionadas à proteção do meio ambiente; 
j) instruções sobre a disposição final de resíduos e embalagens; 
l) orientações quanto ao manejo integrado de pragas; 
m) orientação quanto à utilização de equipamento de proteção individual (EPI); e 
 
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DISCIPLINA: Entomologia Agrícolan) data, assinatura e carimbo do técnico, com indicação do nome, do registro no 
Conselho Regional Profissional e do CPF. 
Parágrafo Único - Só poderão ser prescritos produtos com observância das recomenda-
ções de uso aprovadas no registro. 
Art. 54 - Consideram-se como caso excepcional, de acordo com art. 13 da Lei 7.802 de 
1989, a prescrição e a venda de agrotóxicos destinados à higienização, desinfeção ou desinfes-
tação de ambientes domiciliares, públicos ou coletivos, ao tratamento de água e ao uso em 
campanhas de saúde pública. 
E) A fiscalização sobre a comercialização de produtos fitossanitários encontra-se no artigo 64. 
Art. 64 - A fiscalização será exercida sobre os produtos em comercialização, em esta-
belecimentos produtores e comerciais e em depósitos ou outros locais de propriedade dos usu-
ários, de acordo com as especificações baixadas em ato administrativo. 
Parágrafo Único - Constatada qualquer irregularidade, o produto será apreendido e sub-
metido a análise fiscal. 
f) Os artigos 71 a 73 abordam as infrações. É importante ressaltar que as responsabili-
dades administrativa, civil e penal, nos casos previstos na Lei, poderão recair sobre o profissi-
onal que receitar erradamente, displicentemente ou indevidamente a utilização de agrotóxicos 
e afins. 
Art. 71 - Constitui infração, para os efeitos deste Regulamento toda ação ou omissão 
que importe na inobservância de preceitos nele estabelecidos ou na desobediência às determi-
nações de caráter normativo dos órgãos ou das autoridades administrativas competentes. 
§ 1o - Responderá pela infração que a cometer, incentivar a sua prática ou dela se bene-
ficiar. 
§ 2o - Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual a infração não teria ocorrido. 
§ 3o - Exclui a imputação de infração a causa decorrente de força maior ou proveniente 
de eventos naturais ou circunstâncias imprevisíveis. 
Art. 72 - As responsabilidades administrativa, civil e penal, nos casos previstos na Lei, 
recairão sobre: 
III - o profissional que receitar a utilização de agrotóxicos e afins de forma errada, dis-
plicente ou indevida; 
IV - o comerciante que efetuar venda de agrotóxicos e afins sem o respectivo receituário 
ou em desacordo com o mesmo; 
 
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DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 
 
V - o empregador que não fornecer ou não fizer a manutenção dos equipamentos de 
proteção individual do trabalhador ou não proceder à manutenção dos equipamentos destinados 
à produção, distribuição e aplicação dos agrotóxicos e afins; e 
VI - o usuário ou o prestador de serviços que utilizar agrotóxicos e afins em desacordo 
com o receituário. 
Art. 73 - São infrações: 
V - armazenar agrotóxicos, seus componentes e afins, sem respeitar as condições de 
segurança, quando haja riscos à saúde humana e ao meio ambiente; 
VI - comercializar agrotóxicos e afins sem receituário; 
VIII - utilizar inadequadamente agrotóxicos, seus componentes e afins, bem como não 
utilizar equipamentos de proteção da saúde do trabalhador; 
IX - utilizar agrotóxicos, seus componentes e afins sem os devidos cuidados com a pro-
teção da saúde humana e do meio ambiente; 
X - utilizar agrotóxicos e afins em desacordo com o receituário; 
XIV - receitar erradamente, displicentemente ou indevidamente; 
XV - não fornecer ou não fazer a manutenção dos equipamentos de proteção do traba-
lhador; e 
XVI - dar destinação indevida à embalagem, aos restos e resíduos dos agrotóxicos, seus 
componentes e afins. 
 
15.3 BASES DO RECEITUÁRIO AGRONÔMICO 
 
15.3.1 COMPETÊNCIA LEGAL E PROFISSIONAL 
 
Competência Legal – De acordo com a resolução do CONFEA no 3444, de 27/07/90, 
apenas o Engenheiro Agrônomo e o Engenheiro Florestal, dentro de suas respectivas atribuições 
profissionais, podem prescrever os produtos fitossanitários. 
Entretanto, para tornar-se um profissional competente é necessário que o técnico adquira 
conhecimentos acadêmicos básicos na área de Defesa Fitossanitária, principalmente em relação 
ao Manejo Integrado de Pragas, de Doenças e de Plantas Invasoras. Além disso, não se deve 
esquecer da “Tecnologia de Aplicação de Produtos Fitossanitários”, como ferramenta impor-
tante e complementar ao Receituário Agronômico e, ainda, a disposição final de resíduos e 
embalagens (Anexo 2). 
 
 
 
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15.3.2 ÉTICA E VISÃO GLOBAL DOS PROBLEMAS 
 
O profissional deve ter um compromisso com sua consciência, sabendo que ele tem um 
papel social, político e humano a ser cumprido (Anexo 3). 
Deve-se ter, em cada situação, uma visão global do problema, dando ênfase aos precei-
tos agroecotoxicológicos. Portanto, torna-se praticamente impossível ao profissional ter essa 
“visão global” sem visitar o imóvel, pois, do contrário, estaria diagnosticando baseando-se, 
exclusivamente, nas informações do produtor rural. Esse é mais um dos pontos polêmicos do 
Receituário Agronômico, pois questionam-se os custos dessa visita técnica à propriedade (em 
outras palavras, “quem é que vai pagar a conta?”). 
 
15.3.3 RECEITUÁRIO AGRONÔMICO COMO SUPORTE LEGAL DO MANEJO IN-
TEGRADO DE PRAGAS 
 
O Receituário Agronômico pode ser considerado como o suporte legal do Manejo Inte-
grado de Pragas (MIP) quando o técnico, ao visitar a propriedade rural, realizar um diagnóstico 
correto do agente causal e, principalmente, se aquela população de insetos ou intensidade de 
infestação (doenças e plantas invasoras) estão causando ou poderão causar danos econômicos. 
É importante considerar que na filosofia do MIP deve-se priorizar a utilização de métodos al-
ternativos de controle de insetos-praga, sendo que a prescrição de controle químico não é con-
dição obrigatória no Receituário Agronômico (elaboração da receita agronômica). 
Por outro lado, quando o Receituário Agronômico for mal interpretado e conduzido, 
passa a ser um instrumento perigoso, podendo até incentivar o controle químico exclusivo. 
Deve-se observar que com a adoção do MIP na propriedade, espera-se uma redução no 
uso de produtos fitossanitários ao longo do tempo devido a melhoria do ambiente e, consequen-
temente, do aumento da resistência ambiental ao desenvolvimento de populações de insetos-
praga acima do nível de dano. O simples fato da realização de amostragens e observação dos 
níveis de controle não indica a adoção plena do MIP e, portanto, torna-se uma prática seme-
lhante ao controle químico por “calendários” (isto é, aplicações em datas preestabelecidas). 
 
15.4 PROCEDIMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO RECEITUÁRIO AGRONÔ-
MICO 
 
O primeiro contato entre o profissional e o agricultor deve ser realizado, preferencial-
mente, num local (escritório) relacionado com “Assistência Técnica” e não com “Vendas de 
 
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produtos fitossanitários”, a fim de se evitar a obrigatoriedade da receita e, portanto, do controle 
químico. 
Inicialmente, o técnico deverá conversar com o cliente (5 a 10 minutos) sobre assuntos 
diversos, com o objetivo de ter uma visão de seu nível de conhecimento e promover uma des-
contração, para facilitar a comunicação. 
Posteriormente, passa-se para uma fase onde o cliente irá expor o problema fitossanitá-
rio, sem ser interrompido; é a chamada Anamnese Passiva. Durantea Anamnese Passiva, o 
engenheiro anota fatos que julgue importantes; porém, nunca deverá interromper, para emitir 
uma idéia, contestar ou apoiar. Essas informações serão analisadas através de um interrogatório 
mais minucioso, que vai constituir a Anamnese Ativa. Nessa fase o profissional vai solicitar do 
cliente informações com relação a cultura (área, época de plantio, cultivar, sistema de condução, 
etc.), equipamentos de aplicação (tipo de equipamento, bicos, conservação, etc), equipamentos 
de proteção individual (EPI’s), disponibilidade de pessoal, etc.. 
Concluído o interrogatório, pode-se montar a História Pregressa do Problema Atual (H. 
P. P. A.), que é o resultado da conversa inicial, da Anamnese Passiva e da Anamnese Ativa. 
Essas informações deverão ser lançadas numa ficha, conforme modelo (Figura 1) preenchido 
para uma situação hipotética. 
De posse dessa ficha, o profissional desloca-se para a propriedade com o dados obtidos 
até o momento (a ficha deverá ser preenchida na medida em que as informações forem coleta-
das). Na propriedade o profissional deverá observar todos os detalhes referidos na ficha técnica, 
procurando constatar, por exame direto, o problema em questão. É importante observar, prin-
cipalmente, seis aspectos: 
1) O diagnóstico deverá ser por cultura, podendo estar relacionado com mais de um 
agente causal; 
2) observar se a perdas estão acima do nível de dano econômico; 
3) verificar os equipamentos de aplicação de produtos fitossanitários disponíveis na pro-
priedade; 
4) verificar os EPI’s; 
5) observar o local de descarte de embalagens; 
6) observar o local reservado para o banho do aplicador, lavagem de EPI’s e equipa-
mento de aplicação. 
Concluído o exame, o profissional estabelece o seu diagnóstico, com base na História 
do Problema Atual (H. P. A.), que será lançado na ficha técnica. 
 
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Podem ocorrer, mesmo com profissionais mais experientes, dúvidas quanto à identifi-
cação correta do agente causal. Nesse caso, recomenda-se a coleta da parte aérea e/ou do sis-
tema radicular de algumas plantas atacadas. Esse material deverá ser embalado em sacos plás-
ticos, que serão etiquetados e enviados a especialistas. 
Nesse procedimento devem-se observar dois aspectos: 
1) Amostrar as plantas com sintomas iniciais (plantas altamente atacadas poderão apre-
sentar agentes secundários que dificultarão a identificação do agente principal); 
2) a amostra deverá ser acompanhada por uma ficha com informações sobre a cultura, 
o clima, produtos fitossanitários utilizados... enfim, todas as informações possíveis para auxiliar 
no diagnóstico. 
É importante recomendar ao cliente medidas profiláticas de controle para aquela cultura 
e providências a serem tomadas na próxima safra para prevenir os problemas com organismos-
praga. A coluna Resultados será preenchida após 15 a 20 dias em função dos resultados obtidos. 
Finalmente, pode-se perguntar qual será o custo imediato desse serviço profissional para 
o produtor rural. A resposta dependerá do local do primeiro encontro do produtor com o enge-
nheiro; pois poderá ser de “graça” se o referido profissional estiver envolvido em comerciali-
zação de insumos agrícolas (na verdade esse serviço estará sendo cobrado juntamente com a 
venda de alguns insumos) ou um “preço justo” no caso de profissionais ligados somente a pres-
tação de assistência técnica. 
O Receituário Agronômico deve ser considerado como “Visitas ou Diligências” à pro-
priedade para solução imediata de um problema agronômico. Dessa forma, como sugestão, os 
honorários profissionais podem ser fixados em 40% do salário mínimo para meio dia à dispo-
sição do cliente ou em 80% do salário mínimo para 1 dia à disposição do cliente. Além disso, 
deve-se adicionar a esse custo o valor referente ao deslocamento até à propriedade (50% do 
preço de 1 litro de gasolina por quilômetro rodado). 
Exemplo: para um imóvel localizado a 10km do escritório, tem-se: R$ 54,40 (meio dia 
à disposição do cliente) + R$ 14,00 [10Km x 2 (ida e volta) x 0,70 (50% do preço de 1 litro de 
gasolina)] = R$ 68,40. 
Não restam quaisquer dúvidas que esse valor irá trazer benefícios imediatos e futuros 
ao agricultor (o profissional poderá prescrever um método alternativo de controle, muito mais 
barato que o químico), ao meio ambiente, aos consumidores e até mesmo às indústrias de pro-
dutos fitossanitários. A prescrição correta desses produtos impediria uma série de inconvenien-
tes, dentre eles o surgimento de insetos resistentes e, consequentemente, perda da eficiência do 
 
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produto fitossanitário (um exemplo atual dessa situação é o caso da mosca-branca, para a qual 
foi preciso o registro emergencial de alguns inseticidas de modo de ação diferente daqueles que 
estavam sendo aplicados). 
 
Figura 1. Modelo de ficha técnica para situação hipotética. 
 
 
15.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI’S) 
 
O homem, pelo uso indiscriminado de produtos fitossanitários, está degradando o meio 
ambiente. Ele também está morrendo devido à má utilização e à não proteção individual quando 
utiliza esses produtos químicos. 
 
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Na Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, que aprova as Normas Regulamentadoras 
- NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e 
Medicina do Trabalho, destaca-se a NR-6-Equipamentos de Proteção Individual – EPI, sendo 
que os itens abaixo relacionam-se com os mais importantes aspectos na área agrícola. 
1) Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora – NR, considera-se Equipamento 
de Proteção Individual – EPI, todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a integri-
dade física do trabalhador. 
2) A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e 
em perfeito estado de conservação e funcionamento nas seguintes circunstâncias: 
a) Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não 
oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças profissi-
onais do trabalho; 
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; 
c) atender as situações de emergência. 
3) O empregador deve oferecer aos trabalhadores os seguintes EPI’s: 
a) Proteção para cabeça: protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face 
contra lesões ocasionadas por partículas, respingos ou vapores de produtos químicos; 
b) proteção para os membros superiores: luvas e/ou mangas de proteção devem ser usa-
das em trabalhos em que haja perigo de lesões; 
c) proteção para os membros inferiores: calçados impermeáveis e resistentes aos agentes 
químicos; 
d) proteção respiratória, para exposição a agentes ambientais em concentrações preju-
diciais à saúde do trabalhador; respiradores e máscaras de filtro químico para exposição a agen-
tes químicos prejudiciais à saúde. 
4) Obrigações do empregador: 
a) Adquirir o tipo adequado à atividade do empregado; 
b) fornecer ao empregado somente EPI aprovado pelo Ministério do Trabalho; 
c) treinar o trabalhador sobre seu uso adequado; 
d) tornar obrigatório o seu uso;e) substituí-lo, imediatamente, quando danificado; 
f) responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica; 
g) comunicar ao Ministério do Trabalho qualquer irregularidade observada no EPI ad-
quirido. 
 
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5) Obrigações do empregado: 
a) Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina; 
b) responsabilizar-se por sua guarda e conservação; 
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso. 
Os produtos fitossanitários podem ser aplicados com segurança, desde que as instruções 
do rótulo, da bula, do folheto complementar e o uso das outras práticas de prevenção de aciden-
tes sejam seguidos rigorosamente. As precauções devem estar relacionadas com o risco especí-
fico de cada produto – os rótulos, as bulas e os folhetos dão instruções a respeito. O aplicador 
deve cuidar para não se contaminar quando do manuseio e uso de qualquer produto fitossanitá-
rio. 
Dessa forma, no meio rural, EPI’s são vestimentas de proteção utilizadas para evitar a 
exposição excessiva dos aplicadores aos produtos fitossanitários, tais como: 
- Máscara de carvão ativado; 
- capuz ou touca árabe; 
- protetor facial ou viseira; 
- avental impermeável; 
- luvas de nitrila impermeáveis; 
- camisa e calça de tecido de algodão hidrorrepelente; 
- botas de borracha. 
Contudo, alguns cuidados devem ser tomados para melhorar a eficiência dos EPI’s, den-
tre eles: 
a) As calças devem cobrir os canos das botas para evitar a entrada do produto; 
b) os EPI’s devem ser usados durante o preparo da calda e aplicação e em situações 
em que haja risco de contato com o produto; 
c) nunca manipular os defensivos com as mãos desprotegidas. Usar luvas de nitrila 
que são impermeáveis; 
d) usar os equipamentos de proteção indicados no rótulo. O uso de protetor facial e 
de avental impermeável é indicado no preparo da calda de qualquer defensivo; 
e) verificar no rótulo a indicação do uso de máscara protetora; 
f) usar os EPI’s recomendados em perfeitas condições e devidamente limpos, 
enquanto estiver manipulando os produtos fitossanitários e os equipamentos de aplica-
ção. 
 
 
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15.5.1 CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO E LAVAGEM DOS EPI’S 
 
a) Somente utilize a vestimenta durante o manuseio e aplicação de produtos agrícolas; 
b) não utilizá-la para outras atividades como plantio, tratos culturais, colheita, etc.; 
c) usar sabão neutro com bastante água sob forte agitação; 
d) não usar água sanitária, sabão em pó com fortes aditivos, detergentes, 
amaciantes, alvejantes e demais componentes que comprometam a repelência das fibras 
de tecido; 
e) a lavagem deve ser leve, sem esfregar o tecido evitando assim trauma nas fibras. 
Preocupar-se somente em retirar a película de névoa do produto fitossanitário depositada 
sobre o tecido durante o uso; 
f) nunca lavar a vestimenta protetora junto com as roupas da casa; 
g) não lavar os filtros das máscaras para não danificá-los; 
h) as máscaras descartáveis devem ser utilizadas em apenas um turno diário de trabalho. 
 
15.6 RECEITAS AGRONÔMICAS 
 
 A receita agronômica é o documento pelo qual o profissional se identifica, se 
situa, se apresenta e prescreve o tratamento preventivo ou curativo, em função do diagnóstico. 
É, portanto, a etapa final de uma metodologia semiotécnica (conjunto de procedimentos para 
estudar os sinais precoces de doenças e infestações, que objetivam o diagnóstico), de que o 
profissional se vale para tirar conclusões sobre o problema. 
A receita agronômica deve ser clara, precisa, concisa e estética. Além disso, deve estar 
vinculada a uma ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) junto ao CREA, e ser elaborada 
de acordo com os artigos 52 e 53 do Decreto-Lei no 98.816. A receita deve ser elaborada em 5 
vias, sendo que o profissional entregará 4 vias ao cliente; este entregará 3 vias ao comerciante 
e este, por sua vez, até o 5o dia útil do mês subsequente, encaminhará 1 via ao CREA, 1 via ao 
órgão de fiscalização oficial do Estado e manterá 1 via para efeito de fiscalização de estoque. 
Finalmente, a receita deverá ser específica por diagnóstico, sendo permitido, em caso 
de Manejo Integrado de Pragas, prescrever dosagem inferior à indicada pelo fabricante. 
A seguir, estão apresentadas três receitas agronômicas, elaboradas a partir de suas res-
pectivas fichas técnicas (fictícias). 
 
 
 
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15.6.1 PRESCRIÇÃO DE UM INSETICIDA PARA UM DETERMINADO INSETO-
PRAGA. 
 
No módulo referente a estratégias e táticas de manejo, verifica-se que vários princípios 
ativos de inseticidas estão registrados para a lagarta-do-cartucho (inseto-praga diagnosticado, 
conforme Ficha Técnica 2). Mas qual desses produtos deverá ser o prescrito para o controle do 
referido inseto-praga? 
Na filosofia do MIP, o inseticida (ou outro tipo de produto fitossanitário) só será reco-
mendado quando o inseto-praga atingir o nível de controle (NC), isto é, a aplicação de produtos 
fitossanitários na cultura é feita de forma criteriosa. Por outro lado, o profissional somente po-
derá prescrever o produto fitossanitário de acordo com as informações constantes no rótulo ou 
bula do produto. Além do rótulo ou bula do produto, é possível obter essas informações nas 
seguintes fontes: 
a) Compêndio de Defensivos Agrícolas; esta publicação nada mais é que um “livro de 
rótulos” de produtos fitossanitários; 
b) através de "softwares" apropriados, como o “Sistema de Receituário Agronômico” 
desenvolvido pela Agrotis – Consultoria Agronômica, que permite ao usuário obter informa-
ções sobre todos os produtos, elaborar receita agronômica, além de outros serviços. 
Além disso, o técnico, ao prescrever um produto fitossanitário deverá observar, no mí-
nimo, três aspectos: o preço, a seletividade e a eficiência. 
A seletividade pode ser: 
a) Biológica - inseticidas que atuam em determinados grupos de insetos, como por 
exemplo o Bacillus thuringiensis, que é um excelente lagarticida; 
b) Fisiológica - inerente a cada espécie de inseto; 
c) Ecológica (ou de aplicação) - o inseticida é colocado em contato com o alvo (o inseto-
praga) e distante, o máximo possível, dos inimigos naturais. 
Na prescrição de um produto fitossanitário, além do preço e da seletividade, sua efici-
ência é fundamental. Um inseticida com eficiência inferior a 80% não deve ser prescrito, mesmo 
que apresente alta seletividade e baixo preço. A eficiência pode estar ligada às condições cli-
máticas locais e, mais fortemente, correlacionada com a resistência do inseto ao princípio ativo. 
Dessa forma, o monitoramento da resistência seria o ideal para auxiliar o técnico na escolha de 
inseticidas mais eficientes, mas infelizmente isso não tem sido feito no Brasil. 
 
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Contudo, para produtos olerícolas, cujas colheitas são frequentes, o Período de Carência 
torna-se o ponto mais importante a ser observado na prescrição do produto fitossanitário.Assim, voltando ao exemplo da lagarta-do-cartucho (Figura 2), optou-se pelo lufenuron, 
um inseticida inibidor da síntese de quitina (lagartas pequenas; sinais de raspagem nas folhas). 
Consultando o Compêndio de Defensivos Agrícolas, foi possível verificar a marca comercial 
correspondente ao princípio ativo recomendado, e na página correspondente ao rótulo dessa 
marca, retirar todos as informações necessárias para a elaboração da receita agronômica (Figura 
3, 4 e 5). 
Utilizando-se de programas de computador, é mais fácil realizar consultas e também 
elaborar a receita (preenchimento e impressão). 
 
Figura 2. Modelo de ficha técnica para uma situação hipotética. 
 
 
 
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Figura 3. Receita agronômica preenchida, modelo CREA-MG (1a via – Usuário). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 4. Verso da 1a via (usuário) de receita agronômica, modelo CREA-MG. 
 
 
Figura 5. Receita agronômica preenchida, modelo CREA-MG (5a via – IMA). 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA 
CIOCIOLA, A. I.; SOUZA, B.; MOINO JÚNIOR, A. Controle biológico de Insetos. Lavras: 
UFLA/FAEPE, 2000. 37p. 
GALLO, D et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p. 
MOINO JÚNIOR, A. Introdução ao manejo integrado de pragas. Lavras: UFLA/FAEPE, 
2000. 20p. 
MORAES, J. C.; Uso de resistência de plantas no manejo de insetos. UFLA/FAEPE, 2000. 
23p. 
PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.; PINTO, A. S. Guia ilustrativo de pragas e insetos bené-
ficos dos citros. Piracicaba, 2003. 140p. 
PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. Con-
trole biológico no Brasil: Parasitoides e Predadores. São Paulo: Manole, 2002. 635p. 
RIGITANO, R. L. O.; CARVALHO, G. A. Toxicologia e Seletividade de Inseticidas. 
UFLA/FAEPE, 2000. 72p. 
SOUZA, B.; CARVALHO, C. F. Bases morfológicas para o reconhecimento de insetos-praga 
e inimigos naturais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 80p. 
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