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1 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO FINANÇAS EMPRESARIAIS 2 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, des- tacando-se pela oferta de cursos de gradua- ção, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimen- to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem- pre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com cons- ciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui- ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. missÃO Formar profissionais com consciência cida- dã para o mercado de trabalho, com ele- vado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VisÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci- da nacionalmente como referência em qualidade educacional. GRUPO MULTIVIX 3 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO BiBLiOTECa mULTiViX (Dados de publicação na fonte) As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com Medeiros, Ricardo. Finanças Empresariais / Ricardo Medeiros. – Serra: Multivix, 2018. EDiTOriaL Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra 2018 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. FaCULDaDE CapiXaBa Da sErra • mULTiViX Diretor Executivo Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretora Acadêmica Eliene Maria Gava Ferrão Penina Diretor Administrativo Financeiro Fernando Bom Costalonga Diretor Geral Helber Barcellos da Costa Diretor da Educação a Distância Pedro Cunha Conselho Editorial Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do Conselho Editorial) Kessya Penitente Fabiano Costalonga Carina Sabadim Veloso Patrícia de Oliveira Penina Roberta Caldas Simões Revisão de Língua Portuguesa Leandro Siqueira Lima Revisão Técnica Alexandra Oliveira Alessandro Ventorin Graziela Vieira Carneiro Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo Carina Sabadim Veloso Maico Pagani Roncatto Ednilson José Roncatto Aline Ximenes Fragoso Genivaldo Félix Soares Multivix Educação a Distância Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia Direção EaD Coordenação Acadêmica EaD 4 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Aluno (a) Multivix, Estamos muito felizes por você agora fazer parte do maior grupo educacional de Ensino Superior do Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional. A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei- ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos de graduação, pós-graduação e extensão de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo- dalidade presencial quanto a distância. Além da qualidade de ensino já comprova- da pelo MEC, que coloca todas as unidades do Grupo Multivix como parte do seleto grupo das Instituições de Ensino Superior de excelência no Brasil, contando com sete unidades do Grupo en- tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa- -se bastante com o contexto da realidade local e com o desenvolvimento do país. E para isso, pro- cura fazer a sua parte, investindo em projetos so- ciais, ambientais e na promoção de oportunida- des para os que sonham em fazer uma faculdade de qualidade mas que precisam superar alguns obstáculos. Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: “Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores.” Entendemos que a educação de qualidade sempre foi a melhor resposta para um país crescer. Para a Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o mundo à sua volta. Seja bem-vindo! APRESENTAÇÃO DA DIREÇÃO EXECUTIVA Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretor Executivo do Grupo multivix 5 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO LisTa DE FiGUras > FIGURA 1 - Processo Administrativo 14 > FIGURA 2 - Processo de Investimento 18 > FIGURA 3 - Sistema Financeiro Nacional 29 6 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO LisTa DE QUaDrOs > QUADRO 1 - Opções de investimento 44 > QUADRO 2 - Retornos dos ativos 45 > QUADRO 3 - Retorno do investimento em porcentagem 46 > QUADRO 4 - Retorno do investimento em porcentagem 47 > QUADRO 5 - Retorno dos ativos 50 > QUADRO 6 - Retorno esperado 51 7 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO sUmÁriO 1UNIDADE 1 impOrTÂnCia Da aDminisTraçÃO FinanCEira 141.1 FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 15 1.2 FINANÇAS E DECISÕES DE INVESTIMENTOS 17 1.3 INTEGRAÇÃO COM OS DEMAIS SETORES 20 1.4 GESTÃO FINANCEIRA E SEUS PROBLEMAS 21 2 amBiEnTE OpEraCiOnaL EXTErnO À EmprEsa 26 2.1 MERCADO FINANCEIRO 26 2.1.1 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 28 2.2 MERCADO MONETÁRIO 31 2.2.1 POLÍTICA MONETÁRIA 32 2.2.2 INSTRUMENTOS DA POLÍTICA MONETÁRIA 32 2.3 MERCADO DE CAPITAIS 35 2.3.1 RENDA FIXA 35 2.3.2 RENDA VARIÁVEL 36 COnCLUsÃO 38 3 anÁLisE DE risCO E rETOrnO 42 3.1 RISCO E RETORNO 42 3.1.1 RETORNO 42 3.1.1.1 RETORNO ESPERADO POR DADOS HISTÓRICOS 43 3.1.1.2 RETORNO ESPERADO COM CENÁRIOS 45 3.1.2 RISCO 48 3.1.2.1 RISCO COM DADOS HISTÓRICOS 49 3.1.2.2 RISCO COM CENÁRIOS 50 3.2 ANÁLISE DE RISCO E RETORNO 52 COnCLUsÃO 54 4 aVaLiaçÃO DE TÍTULOs E açÕEs 56 4.1 TÍTULOS DA DÍVIDA 56 4.1.1 AVALIAÇÃO DE TÍTULOS DA DÍVIDA 57 4.1.2 TITULO SOMENTE COM VALOR DE FACE 58 4.1.3 TÍTULO COM VALOR DE FACE E CUPOM 60 2UNIDADE 3UNIDADE 4UNIDADE 8 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 4.2 AÇÕES 61 4.2.1 AVALIAÇÃO DE AÇÕES 62 4.2.2 AÇÕES COM TEMPO FINITO 63 4.2.3 AÇÕES NA PERPETUIDADE 64 COnCLUsÃO 65 5 TÉCniCas DE FLUXO DE CaiXa, OrçamEnTO DE CapiTaL E TOmaDa DE DECisÃO 68 5.1 FLUXO DE CAIXA 68 5.1.1 ORÇAMENTO DE CAPITAL 69 5.1.2 ESTRUTURAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 70 5.2 TÉCNICAS DE DECISÃO DE INVESTIMENTO 72 5.2.1 PAYBACK 72 5.2.2 PAYBACK EFETIVO 72 5.2.3 PAYBACK DESCONTADO 74 5.2.4 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) 76 5.3 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) 78 COnCLUsÃO 82 6 DECisÕEs DE FinanCiamEnTO 84 6.1 DECISÕES DE FINANCIAMENTO 84 6.1.1 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMPC) 85 6.2 FINANCIAMENTO POR CAPITAL PRÓPRIO 88 6.2.1 LUCROS RETIDOS 88 6.2.2 AÇÕES88 6.2.2.1 POLITICA DE DIVIDENDOS 90 6.3 CAPITAL DE TERCEIROS 92 6.3.1 LEASING 92 6.3.2 TÍTULOS CONVENCIONAIS 93 COnCLUsÃO 94 rEFErÊnCias 95 5UNIDADE 6UNIDADE 9 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO iCOnOGraFia ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS 10 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Caro (a) aluno (a), seja bem-vindo (a) a disciplina Finanças Empresariais, na qual você será levado a compreender o papel do administrador no contexto econômico-finan- ceiro. Mas, como as finanças podem ajudar a empresa e a você alcançar os seus obje- tivos? O objetivo é que você compreenda porquê e como as decisões financeiras são tomadas no âmbito gerencial. Já ouviu falar de maximização de riqueza? Conhece o conceito de risco e retorno? Compreende por que as pessoas investem dinheiro nas empresas ou mesmo nas organizações sem fins lucrativos? Além destas questões, você também entenderá o trade off entre risco e retorno, avaliação de títulos e ações e avaliação de projetos e decisões de financiamento, que são as etapas necessárias para um entendimento sobre finanças empresariais. É importante destacar que o seu empenho, dedicação e disciplina são fundamentais para que o seu aprendizado seja satisfatório. Você deve seguir adequadamente as orientações propostas, participar dos fóruns de discussão e ler os materiais disponibilizados, inclusive os complemen- tares. Você é responsável pelo seu sucesso! AO FINAL DESTA DISCIPLINA, ESPERAMOS QUE VOCÊ: • Defina o papel da Administração Financeira na Decisões da empresa. • Explique o mercado financeiro e sua organização. • Examine o trade off de risco e retorno. • Analise títulos e ações. • Empregue técnicas de avalição de investimentos. • Interprete as decisões de financiamento das empresas. 11 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Explicar o objetivo da Administração Financeira. > Descrever como a gestão financeira pode auxiliar na solução de problemas. > Demonstrar a relação das finanças com a decisão de investimentos. UNIDADE 1 12 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA UNIDADE Nesta unidade, você aprenderá qual o objetivo da administração financeira e a im- portância de relacionar as decisões de investimentos com o seu objetivo. Portanto, serão apresentados os conceitos da administração financeira e suas funções, os pro- blemas de decisões empresariais, além de como a gestão financeira de uma empresa pode auxiliar nas suas resoluções. 13 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO INTRODUÇÃO DA UNIDADE O objetivo de uma empresa é gerar lucro e apresentar o maior retorno possível para os seus proprietários, e para isso se tornar realidade é necessário que os investimentos sejam bem realizados e os recursos financeiros bem administrados. Portanto, todos os setores, funcionários e os gestores trabalham com esse objetivo. Como a adminis- tração financeira auxilia nesse processo? Ela auxilia na tomada de decisões da em- presa? Como podemos utilizar os recursos para aumentar o valor da empresa? Para responder estas questões é necessário entender o que é administração financeira, suas funções, sua importância na decisão de investimento, integração com os demais setores e como ela interage com os problemas de gestão das empresas, temas estes que serão abordados a seguir. 14 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 1 IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Administração é uma ciência que estuda os eventos que envolvem a administração de empresas e governos, através de técnicas e procedimentos metodológicos com o intuito de entender e explicar as melhores técnicas de aumentar a eficiência e eficá- cia. No entanto, administração financeira, segundo Cherobim, Lemes Jr. e Rigo (2015) é a ciência de cuidar do dinheiro e tomar decisões de investimento, financiamento e destinação dos resultados. FIGURA 1 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. Podemos verificar na figura 1 que o processo administrativo empresarial inclui várias partes, como estratégia, confiança, sociedade, entre outras. A Administração Financeira é responsável por uma pequena parte desse processo. 15 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO Para ser mais específico, a administração financeira é encarregada pela maximização de valor da empresa através dessas decisões e por consequência maximiza a riqueza dos proprietários. As decisões básicas passam por onde alocar o dinheiro, como obter o dinheiro e o que fazer com os lucros do negócio. Pode-se dizer que a Administração Financeira tem uma responsabilidade dupla junto a empresa. O setor é responsável pela captação de recursos através de planejamentos que revelam as necessidades financeiras para o bom funcionamento da organiza- ção e pelos investimentos realizados pela empresa, ou seja, a aplicação dos recursos. Sempre seguindo recomendações dos gestores. A administração financeira da empresa controla o planejamento, organização, dire- ção e controle dos recursos financeiros usados. Seu objetivo principal é maximização do valor da empresa, tema que será discutido nos tópicos seguintes. 1.1 FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA As funções básicas da administração financeira são o planejamento e controle finan- ceiro e a administração de ativos e passivos. O planejamento financeiro evidencia às necessidades de expansão da empresa e identifica desajustes, fornecendo os caminhos para atingir os objetivos da empresa. Isso torna possível os ativos serem mais rentáveis e os resultados mais condizentes com os negócios da empresa. As decisões financeiras são tomadas pelas empresas de forma continua, e não em um momento único. As atividades de investimento são executadas para dar suporte as atividades da empresa, sendo executada de forma permanente e de longo prazo. As atividades de financiamento têm o objetivo de suprir a empresa de recursos con- sumidos ao longo das suas atividades operacionais. Já o controle financeiro se dedica a acompanhar e avaliar todo o desempenho fi- nanceiro da empresa. O controle dos fluxos de caixa, das contas a receber, das contas a pagar e aplicações financeiras possibilitam estabelecer padrões de desempenho para o seu gerenciamento. Além disso, cabe a administração financeira gerenciar o processo de acompanhamento do orçamento operacional da empresa, e observar os 16 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO comprimentos das metas de custos, vendas, despesas e os padrões de desempenhos econômicos. A administração de ativos deve perseguir uma melhor relação entre risco e retorno dos investimentos realizados pela empresa e proceder um gerenciamento eficiente dos seus valores. Entre os controles do ativo a ser realizado estão a gestão contábil, gestão do custo, gestão de crédito e contas a receber, além da situação financeira dosestoques. Essas questões estão relacionadas a administração do capital de giro. Por último, a administração do passivo se volta para a aquisição de financiamento e o gerenciamento de sua composição. Entre suas obrigações com o passivo está a definição adequada de sua estrutura em termos de liquidez e risco financeiro. Todas as contas (obrigações) de uma empresa precisam ser pagas, e os valores oriundos para esses pagamentos possuem uma origem, pode ser dinheiro de lucro, dinheiro dos proprietários, dinheiro de empréstimos, entre outros, mas como podemos saber qual valor aplicar aonde? A administração do passivo é responsável justamente por definir como as obrigações da empresa serão financiadas, isto é, qual a origem do dinheiro para pagar as contas e investimentos, definindo sua estrutura. A definição da estrutura de pagamento é muito importante, pois a falta de verba para honrar os pagamentos coloca em perigo o funcionamento da empresa no curto pra- zo (liquidez). Enquanto muitos empréstimos dificultam a sobrevivência da empresa no longo prazo (risco financeiro). Leia o artigo “Gestão de ativos e passivos e controle do risco: um estudo aplicado ao Banco de Desenvolvimento de Minas gerais S/A”, de Leonardo Lelis Leão, publicado na Revista Gestão e Tecnologia da Fundação Pedro Leopoldo, disponível na internet, e aprenda um pouco mais sobre a importância da administração do ativo e passivo. 17 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO Essas funções da administração financeira devem se apresentar de forma bastante integrada entre si, ou seja, todas essas atividades são realizadas concomitantes e in- terdependentes. Enquanto o planejamento financeiro é realizado, esse obtém infor- mações primordiais do controle financeiro e da administração do ativo e passivo, já esse planejamento afeta diretamente a administração das outras atividades. Desta forma, se estabelece um portfólio de oferta de fundos disponíveis para investi- mentos e outra de alternativas de aplicação desses valores (ASSAF NETO, 2014). Por- tanto, a função final do administrador financeiro é conseguir identificar as melhores alternativas de investimentos e encontrar a melhor fonte de financiamento para tal. Além disso, é necessário o acompanhamento e controle dos investimentos para veri- ficar a continuação da sua viabilidade. 1.2 FINANÇAS E DECISÕES DE INVESTIMENTOS Para compreender as decisões de investimento, é necessária uma breve explicação sobre a incerteza, que está presente em todo tipo de negócio. Em finanças, a mensu- ração da incerteza é definida como risco. Quanto mais difícil de prever o futuro, mais incerto se torna o retorno esperado dos investimentos. Dois fatores determinam o grau de risco de um ativo, a volatilidade dos retornos e a maturidade (ASSAF NETO , 2014). Por volatilidade podemos entender a medida estatística da possibilidade de um ativo subir ou cair, em determinado período de tempo. A forma mais comum de medir a volatilidade de um ativo é através da variância e do desvio padrão da rentabilidade histórica. A maturidade está associada ao tempo necessário para o investimento resultar em retorno, pode-se calcular em meses, anos, afetando diretamente o nível de incerteza das previsões. Toda decisão financeira tem como base a relação entre risco e retorno. Como os in- vestimentos não oferecem certeza em relação aos seus resultados futuros, os resulta- 18 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO dos podem ser maiores, menores ou iguais ao projetado. Quanto maior o risco refe- rente ao investimento, maior será o retorno exigido para atrair capital, pois existe uma probabilidade maior desse retorno não ocorrer como o projetado. FIGURA 2 - PROCESSO DE INVESTIMENTO Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. O processo de investimento (investment process) que é descrito na figura 2, é definido em cinco etapas: • Client goals: objetivos do investimento. • Risk profile: perfil de risco do investidor. • Asset allocation: alocação de recursos. • Investment strategy: estratégia de investimento. • Regular review: revisão regular. 19 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO Portanto, o investimento é um processo contínuo que precisa ser revisto constante- mente. É importante que se adeque ao perfil e objetivos do investidor para uma boa alocação dos recursos. Toda decisão de investimento passa por uma avaliação de risco e retorno. Quando estamos falando em empresas, essa situação se torna um pouco mais complexa, pois elas possuem vários investimentos. Os investimentos corporativos podem se financeiros ou reais. Os investimentos finan- ceiros são aqueles que não estão diretamente ligados à produção ou bens, enquanto os investimentos reais se relacionam de forma direta com bens, como imóveis, fábri- cas ou produção. Por essa complexidade, ao tomar decisões sobre investimentos empresariais, não po- demos considerar somente a sua viabilidade econômica, e sim todas as questões que podem ser afetadas por essa decisão, como a qualidade do produto e o desenvolvi- mento do mercado. Na tomada de decisão em investimentos, é necessário ter o conhecimento sobre o custo de oportunidade, impacto sobre o orçamento da empresa, necessidade de espaço, maturidade do projeto, disponibilidade de capital, opção de financiamento, entre outros. Como se pode concluir, não é um processo de verificar somente se o projeto é viável financeiramente. O valor de uma empresa é determinado pela capacidade de gerar lucros futuros para seus proprietários, e não quanto foi investido na empresa. Portanto, o investimento constante em novos projetos é extremamente importante para a continuidade de qualquer empresa. Assim sendo, o administrador financeiro só está realizando um bom trabalho em maximizar o valor da empresa se continuamente estiver realizando boas decisões sobre os investimentos e tiver um planejamento bem determinado com metas claras e objetivas. 20 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 1.3 INTEGRAÇÃO COM OS DEMAIS SETORES É importante ressaltar que para atingir o objetivo de maximizar o valor da empresa, o administrador financeiro não pode atuar sozinho. É necessário que exista uma in- teração entre todos os setores da empresa, pois sem isso, o planejamento não será eficaz e as metas propostas não refletirão o real estágio no qual a empresa está no momento. Desta forma, a administração financeira precisa se relacionar com todos os setores existente na empresa. Principalmente porque o dinheiro é necessário em todos os setores, e como visto no início da unidade, essa é uma responsabilidade do setor fi- nanceiro. As finanças se relacionam com o marketing através das definições dos valores que serão gastos em propaganda, da definição dos preços dos produtos, quais são as con- tribuições de cada produto para a empresa. O relacionamento com a produção se dá pelo acompanhamento dos custos para a produção, investimento em equipamentos, desenvolvimento de novos produtos e até implementação de novas fábricas. A contratação e demissão de funcionários é responsabilidade dos recursos huma- nos, assim como a definição do plano de remunerações, promoções e treinamentos dos funcionários. Todas essas atividades dependem de recursos, por isso a integração com o planejamento financeiro é indispensável. A logística também depende de uma boa sincronia com o setor financeiro. As deci- sões de como será a entrega é dependente da disponibilidade financeira da empre- sa, ela pode ser terceirizada, frota própria,ou até ser paga pelo cliente. Todos esses fatores são decisões que necessitam de uma relação com o dinheiro. Como visto, a interação do setor financeiro com os demais setores ocorre de diversas maneiras. Pode ser uma simples decisão de comprar um novo equipamento que au- menta a produção ou uma decisão mais complexa como a definição de como será realizada a distribuição da produção. 21 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO Toda empresa, independentemente do porte, tem quatro áreas internas: finanças, marketing, processos e pessoas. É importante que se observe, constantemente, como estão seus pontos fortes e pontos fracos em cada uma destas áreas. Isto “protege” a empresa de possíveis dificuldades financeiras decorrentes das constantes mudanças no contexto econômico e no mercado como um todo. 1.4 GESTÃO FINANCEIRA E SEUS PROBLEMAS Como visto, a gestão financeira necessita de um planejamento e controle, além da administração dos seus passivos e ativos. A falta desses processos, ou sua descontinui- dade acarretam em problemas para toda a organização. Não analisar corretamente o desempenho da empresa é um dos principais proble- mas financeiros em uma empresa. Manter registradas todas as informações de en- trada e saída de caixa, estoques e financiamentos são indispensáveis para uma boa administração financeira. No entanto, não é suficiente somente realizar o controle, é necessário fazer uma aná- lise criteriosa e contínua de todas as informações disponíveis. É preciso levar em con- sideração os custos, despesas, investimentos, vendas e impostos para identificar a real situação da empresa e realizar o seu acompanhamento e não somente considerar a diferença entre receitas e despesas. Outra importante tarefa é controlar os prazos de vencimentos, tanto para contas a receber, como para contas a pagar. O ideal seria conciliar os prazos de recebimentos dos clientes com os pagamentos dos fornecedores, com essa medida a necessidade de capital de giro será reduzida. Já que nem sempre é possível realizar essa sincroni- zação, a disponibilidade dessas informações reduz o custo da captação de recursos. 22 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Capital de giro significa capital de trabalho, ou seja, o capital necessário para financiar a continuidade das operações da empresa, como recursos para financiamento aos clientes (nas vendas a prazo), recursos para manter estoques e recursos para pagamento aos fornecedores (compras de matéria-prima ou mercadorias de revenda), pagamento de impostos, salários e demais custos e despesas operacionais. Um erro muito recorrente, principalmente nas micro e pequenas empresas, é con- fundir as contas pessoais com as contas empresariais. Com essa atitude, além de onerar o fluxo de caixa da empresa, se perde noção de qual a sua real situação, já que não é possível identificar o que foi despesa corporativa e despesa pessoal. Se o proprietário da empresa também trabalha, é importante determinar um pró-la- bore no qual ele será remunerado pelo tempo despendido na administração da em- presa. Isso difere do recebimento de lucros, já que o lucro é o resultado da operação da empresa, e o pró-labore é a remuneração do trabalho. A principal causa da mortalidade de pequenas e medias empresas não é a falta de recursos para a continuidade das suas atividades, e sim as decisões estratégicas e controles financeiros. Para entender melhor as causas que levam uma micro e pequena empresa a fecha- rem as portas, leia o artigo: “Análise quantitativa sobre a mortalidade precoce de micro e pequenas empresas da cidade de São Paulo”, de Luis Fernando Filardi et al, publicado na Revista Gestão e Produção, disponível na internet. O conhecimento sobre a administração financeira reduz a possibilidade da empre- sa incorrer nesses erros, acarretando um menor risco por problemas relacionados a gestão. 23 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Definir o mercado financeiro e sua importância para a economia. > Esquematizar o Sistema Financeiro Nacional. > Descrever a Política Monetária e seus instrumentos de controle. > Explicar o mercado de capitais e renda fixa e variáve UNIDADE 2 24 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA UNIDADE Iremos estudar nesta unidade o ambiente financeiro externo à empresa, que pode- mos chamar de mercado financeiro. Ele é responsável pela intermediação financeira dos agentes deficitários e superavitários, além de possuir uma estrutura que regula- menta e supervisiona essas transações. Por fim, você compreenderá como funciona o mercado de capitais e quais são os seus principais títulos. 25 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO INTRODUÇÃO DA UNIDADE Você imaginou como os bancos conseguem o dinheiro que oferece para emprésti- mo? Porque eles pagam juros quando colocamos dinheiro na poupança? E quem é o responsável por garantir que o seu dinheiro esteja seguro no banco? Nessa unida- de vamos conseguir entender melhor essas situações. Para isso é necessário que, na sociedade, existam pessoas que consigam poupar e sempre possuam dinheiro extra para realizar suas atividades e até investimentos. Na outra ponta, existem as pessoas que necessitam, ou querem, comprar bens ou realizar investimentos em negócios e não possuem dinheiro suficiente para isso. O mercado financeiro tem como objeti- vo conseguir unir esses dois tipos de pessoas, um que necessita e outro que possui dinheiro, para isso existe toda uma estrutura que oferece apoio e liquidez para essa atividade de intermediação. 26 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2 AMBIENTE OPERACIONAL EXTERNO À EMPRESA 2.1 MERCADO FINANCEIRO O mercado financeiro é o conjunto das movimentações financeiras existentes, ele é formado para englobar todos os agentes de forma a serem regulados e fiscalizados na prestação dos seus serviços. Na sociedade há participantes que são deficitários de recursos, ou seja, pessoas ou empresas que necessitam de recursos para viabilizarem as suas atividades e realiza- rem investimentos. De forma oposta a essa, existem os participantes superavitários, pessoas e negócios que possuem excesso de recursos financeiros e que procuram boas alternativas de investimentos. As empresas se tornam deficitárias por diversos motivos, entre eles estão as diferen- ças entre os prazos de recebimentos dos clientes e os prazos de pagamentos aos fornecedores, que cria a necessidade de capital de giro para a empresa financiar as suas atividades, e oportunidades de investimentos que superam a capacidade de financiamento interno da empresa. Enquanto as empresas superavitárias têm essa situação por geração de lucros supe- riores aos investimentos, venda de ativos da empresa, e como política de administra- ção de caixa, e outras formas de geração de recursos. Já as pessoas podem necessitar recursos para realizarem compras no dia a dia, adqui- rir bens e serviços, e de bens duráveis de maiores valores, se enquadrando também como agentes deficitários. As pessoas superavitárias procuram boas alternativas de investimentos com o objetivo de garantir recursos para uma necessidade especial, ou possuir recursos extras para uma velhice mais tranquila. Esse recurso extrapode ser proveniente de poupança prévia, venda de bens, ou valores diversos economizados ao longo do tempo. 27 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO Imagine a situação em que você necessita de dinheiro para comprar um carro, mas não dispõe de todo o montante de uma só vez. Você pode procurar o restante do valor com alguém que possui dinheiro guardado e lhe emprestaria esse valor para um pagamento futuro, só que é um processo demorado e que não garante que você consiga o valor. O mercado financeiro realiza justamente essa “procura” das pessoas com excesso de recurso com as com falta de recurso, através da intermediação financeira. Segundo Cherobim, Lemes Jr. e Rigo (2015), os agentes poderiam trocar os recursos diretamente entre si, sem a interferência de um intermediário. Mas devido à comple- xidade dos prazos, valores, custos, taxas de juros e a administração do risco, acaba por exigir uma estrutura mais complexa para viabilizar esse fluxo de recursos. Além disso, o processo dos participantes deficitários para encontrar os superavitários se tornaria mais extenuante. O mercado financeiro permite conciliar os interesses de vários agentes econômicos, sejam eles empresas, pessoas ou até mesmo o próprio governo, como aponta As- saf Neto (2014). Uma grande importância desse mercado é permitir que os diversos agentes econômicos atuem de forma não sincronizada, ou seja, os recebimentos e pagamentos não ocorrem com os mesmos prazos. Os agentes necessitam tomar re- cursos para atenderem suas expectativas de consumo e investimento, enquanto ou- tros agentes possuem capital disponível para emprestar. Portanto, o objetivo do mercado financeiro é conseguir unir os agentes deficitários, com os agentes superavitários, através de uma intermediação financeira para que as transações sejam realizadas e todos os agentes da sociedade consigam alcançar seus planos. Para isso é necessário a organização do sistema financeiro, que será apresen- tado no tópico seguinte. 28 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2.1.1 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL O Sistema Financeiro Nacional (SFN) tem o intuito de regulamentar, organizar e su- pervisionar todos os intermediários financeiros que atuam no território nacional. Hoji (2012) afirma que o SFN é formado por instituições que têm como finalidade inter- mediar o fluxo de recursos entre os poupadores, investidores e tomadores de recur- sos. Os órgãos normativos do SFN são responsáveis por determinar as regras gerais para o bom funcionamento do sistema. Existem três conselhos, como pode ser visualizado na figura 1, que são responsáveis por essas regras, são eles: • Conselho Monetário Nacional (CMN). • Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). • Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). 29 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO FIGURA 3 - SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Ó rg ão s N o rm at iv o s Conselho Monetário Nacional (CMN) Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) S u p er vi so re s Banco Central do Brasil (BCB) Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Superintendência de Seguros Privados (Susep) Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) O p er ad o re s Bancos e Caixas Econômicas Cooperativas de Crédito Administradoras de Consórcios Corretoras e Distribuidoras Demais Instituições nao Bancárias Bolsa de Valores Seguradoras e Reseguradoras Entidades Fechadas de Previdência Complementar (fundos de pensão) Bolsa de Mercadoria e Futuros Entidades abertas de Previdência Sociedades de Capitalização Fonte: ADAPTADO DO BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2018. 30 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO O CMN é o órgão responsável por formular a política da moeda e do crédito, tendo como objetivo a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país. O CNSP está encarregado por fixar as diretrizes e normas da política de seguros pri- vados, fixando as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. É responsável também por estabelecer os critérios de constituição das sociedades seguradoras, de capitalização, entidades de previdên- cia privada aberta e resseguradores. O último dos órgãos reguladores é o CNPC, que tem a função de regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas, ou seja, regula os fundos de pensão que atuam em todo o território nacional. As entidades supervisoras do SFN trabalham para que os indivíduos e os integrantes do sistema cumpram as regras previamente definidas pelos órgãos normativos. As entidades supervisoras são: • Banco Central do Brasil (BCB). • Comissão de Valores Mobiliários (CVM). • Superintendência de Seguros Privados (Susep). • Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Dentre as entidades supervisoras, pode-se destacar o BCB e a CVM. O primeiro con- trola a inflação, regula a quantidade de moeda na economia, para permitir a estabi- lidade dos preços, regula e supervisiona as instituições financeiras, além de executar as orientações do CMN. A segunda tem o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mer- cado de valores mobiliários do Brasil. É o órgão responsável pela integridade e pelo desenvolvimento do mercado de capitais, promovendo o equilíbrio entre os agentes e protegendo os investidores. 31 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO Os operadores do SFN são os bancos e caixas econômicas, cooperativas de crédito, administradores de consórcios, corretoras e distribuidoras e outras instituições financeiras não bancárias. Embora as instituições de pagamento não componham o SFN, elas são reguladas e fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil. Já os operadores do SFN são as instituições que possuem um contato direto com o público em geral. São as entidades que de fato realizam a intermediação financeira do SFN e do mercado financeiro. Portanto, o sistema financeiro está conectado aos fluxos de recursos financeiros, per- mitindo a pulverização do risco entre todos os participantes da economia. A divisão do risco entre vários agentes, e o controle dos órgãos supervisores seguindo as regras estabelecidas pelos órgãos normativos permitem transações mais seguras tanto para o investidor como para o tomador de recursos. Mas como o SFN pode regular esse fluxo de dinheiro, já que ele não atua no mercado de forma direta? Como podemos evitar que falte dinheiro no mercado para pessoas que necessitam de recursos? Esses acontecimentos ocorrem no mercado monetário, que é responsável pelo controle da quantidade de dinheiro existente no sistema. 2.2 MERCADO MONETÁRIO O mercado monetário é responsável pelo dinheiro, que é executado pelo Governo Federal, com o objetivo de manter a fluidez dos pagamentos e recebimentos diários, garantindo a liquidez de todo o sistema financeiro. É um mercado de curtíssimo pra- zo, tendo trocas diárias de recursos. O dinheiro, como qualquer outro produto no mercado, obedece a lei da oferta e da procura. Entretanto, devido ao seu papel primordial para toda a economia nacional, o Governo utiliza de meios para promover previsibilidade e relevância da moeda ao longo do tempo. O conjunto de instrumentos utilizados denominamos Política Mo- netária.32 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2.2.1 POLÍTICA MONETÁRIA O principal reflexo da moeda possuir o mesmo tratamento de um produto, além da necessidade de fluidez, é a questão inflacionária. Neste sentido, o excesso ou baixa disponibilidade de moeda no mercado pode acarretar uma maior inflação ou uma deflação, respectivamente. Na possibilidade de existir uma grande oferta de moeda no sistema, os preços serão pressionados para cima, pois irá existir uma maior demanda por produtos. No caso oposto, se existe pouca oferta de moeda no sistema os preços serão pressionados para baixo, já que existirá poucos recursos para a compra de produtos e serviços. O objetivo da Política Monetária é justamente controlar esse excesso e falta de moeda no sistema. Os instrumentos que a Política Monetária utiliza para alcançar o seu objetivo são: ven- da e compra de títulos públicos, aumento ou redução dos depósitos compulsórios, redesconto bancário e a variação da taxa básica de juros. 2.2.2 INSTRUMENTOS DA POLÍTICA MONETÁRIA A venda ou compra dos títulos públicos é capaz de ajustar a disponibilidade de moe- da no sistema financeiro pois reduz ou aumenta a oferta de dinheiro para o mercado. Em caso de uma política em que o Governo necessite retirar moeda de circulação, ele efetua a venda de títulos públicos, tendo como consequência o menor poder de compra, reduzindo a pressão sobre a inflação de demanda. Em caso contrário, quando o Governo deseja aumentar a disponibilidade de moeda, é realizado a compra dos títulos que estão no mercado, injetando recursos no merca- do, possibilitando o aumento do poder de compra da população. Os depósitos compulsórios são os valores que os bancos são obrigados a repassar ao Banco Central do Brasil, através do depósito, dos recursos captados. O aumento dos depósitos compulsórios retira do sistema moeda que poderia ser utilizado para empréstimos, e que ficariam disponíveis para a população, reduzindo a circulação de moeda impactando o poder de compra do mercado. 33 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO Já a redução do valor do compulsório, aumenta a disponibilidade de financiamentos e empréstimos disponíveis a sociedade, aumentando o seu poder de compra, e aju- dando na movimentação da economia de uma maneira geral. Outra opção para regular a quantidade de moeda no mercado é o redesconto bancá- rio, que consiste na ajuda do Governo através de empréstimos dos recursos do Banco Central do Brasil as instituições financeiras. O maior rigor nesse serviço limita a quan- tidade de dinheiro, aumentando a movimentação da economia, a flexibilização das regras, permite uma maior quantidade de moeda em circulação, incrementando os recursos para compra de bens. Por último, a variação da taxa básica de juros (Selic) é um instrumento que eleva ou reduz o custo de crédito no país, já que é a taxa básica de juros paga nos títulos públi- cos brasileiros. Se a Selic aumenta, a taxa de juros no mercado também tende a sofrer um aumento, enquanto uma redução na Selic possui um efeito contrário nas taxas de juros. Essa variação restringe ou facilita o acesso ao crédito por meio dos agentes financeiros a sociedade. É importante compreender que todos esses ajustes são realizados diariamente, possuindo efeito em um curto prazo de tempo. A exceção desse efeito é a variação da taxa Selic, que não possui um efeito imediato, embora afete o curto prazo, pois essa taxa é utilizada como base de remuneração de alguns títulos públicos negociados pelo Governo. Verificamos como o Governo é capaz de utilizar os instrumentos da Política Monetá- ria para regular o mercado monetário brasileiro. Seus vários instrumentos permitem a redução ou o aumento da circulação da moeda no sistema financeiro, para conseguir atingir os objetivos traçados pelo Governo Federal. 34 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Se o Governo está precisando baixar a inflação corrente no país, a atuação pelos instrumentos da política monetária ocorre da seguinte forma: • Ao ofertar títulos públicos no mercado, você, ao invés de comprar algo, poderá comprar esse título, reduzindo a quantidade de dinheiro no mercado e assim reduzindo a demanda por produtos. • Quando o Governo aumenta o depósito do compulsório, o dinheiro que você deposita no banco, ao invés do banco emprestar esse recurso para outra pessoa, ele é obrigado a deixar uma parte maior com o Banco Central. Dessa forma, existem menos recursos para os bancos colocarem à disposição para compras e assim reduzir a demanda por produtos. • Ao aumentar o rigor do redesconto bancário, os bancos, ao necessitarem de recursos, pagam mais caro para conseguir esse recurso do Governo. Com esse custo elevado, a instituição financeira tem acesso a menos volume de dinheiro, a um custo mais alto, repassando esse custo para o seu cliente. Assim sendo, você terá que pagar mais caro por um empréstimo e muitas vezes esse recurso lhe será negado, com menos dinheiro à disposição, as pessoas podem comprar menos e os preços não sobem. • O aumento da taxa básica de juros afeta diretamente a taxa de juros que os bancos cobram pelos empréstimos. Se o Governo está oferecendo pagar uma taxa de 10% ao ano pelo seu dinheiro, você e o banco preferem emprestar a ele, do que emprestar a outra instituição com risco maior. Para ser mais claro, se o governo oferece uma taxa, para emprestar dinheiro para o mercado, os bancos irão cobrar taxas mais elevadas, aumentando o custo do dinheiro e limitando a sua circulação. Todas essas intervenções reduzem a disponibilidade de dinheiro no mercado, reduzindo a procura por produtos e, por consequência, controlando a inflação. 35 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO 2.3 MERCADO DE CAPITAIS Enquanto o mercado monetário é de curtíssimo prazo, no mercado de capitais são negociados os títulos e recursos de médio e longo prazos. O principal objetivo dos recursos transacionados nesse mercado é o financiamento de produção. Podemos caracterizar o financiamento da produção como a abertura de uma nova fábrica, uma nova loja, um equipamento para aumentar a produção, investimento em novos produtos, entre outros. Todas essas ações necessitam de recursos, que podem ser obtidas no mercado de capitais. No mercado de capitais, os títulos podem ser negociados entre a empresa emissora do título e terceiros, nesse caso a empresa emissora do título recebe o recurso de sua negociação. Quando isso ocorre, denominamos essa negociação de mercado primá- rio. A negociação também pode ocorrer no mercado secundário. O mercado secundário, a transação acontece entre terceiros, não tendo o envolvi- mento direto da empresa que emitiu o título, isto é, no mercado secundário a em- presa que emitiu o título não recebe nenhum valor referente à essa transação, muito embora ela continue obrigada a cumprir os temos desse título. Os produtos e contratos financeiros negociados nesse mercado podem ser classifica- dos em renda fixa ou renda variável. 2.3.1 RENDA FIXA Segundo Cherobim, Lemes Jr. e Rigo (2015), “a renda fixa se caracteriza por estabele- cer em contrato o prazo de vencimento, taxa de juros combinada (pré ou pós-fixada), e garantias, e o rendimento da operação é conhecido previamente”. Portanto, todos os produtos financeiros e contratos negociados que estabelecem essas características citadas anteriormente são consideradas de renda fixa, inclusive aqueles títulos que a rentabilidade é pós-fixada. Importante entender que esses tí-tulos necessitam haver um parâmetro de remuneração, como por exemplo o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor), ou a CDI, sendo comum também a remuneração de uma taxa de juros acrescida da variação de algum indicador especifico. 36 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Vamos considerar que um título remunera o IPCA do período mais 4%. Muito embora o valor da remuneração real não seja conhecido no momento do investimento, é considerado uma renda fixa pois sabe-se que obrigatoriamente a rentabilidade desse investimento será obtida pela soma do IPCA com os 4%. 2.3.2 RENDA VARIÁVEL Cherobim, Lemes Jr. e Rigo (2015) afirma que “os produtos de renda variável caracte- rizam-se pela alta volatilidade do ganho. Não há prazo de vencimento, taxas de juros ou garantias previamente estabelecidos”. Ao contrário da renda fixa, a renda variável não traz garantias de remuneração e nem de vencimento. A remuneração se realiza somente com a sua valorização ou, em al- guns casos, os títulos de renda variável oferecerem direito a receber parte dos lucros da empresa, sendo outra forma de remuneração. Já o vencimento ocorre somente quando o título é vendido, não existe uma data de vencimento preestabelecido na sua negociação. O principal produto da renda variável são as Ações. A ação é uma parte de tamanho determinado de uma empresa, sendo essa empresa obrigatoriamente constituída na forma de Sociedade por ação, ou seja, quando uma empresa é uma Sociedade por Ação é como se todos os bens e direitos da empresa fossem divididas em milhares de partes, sendo uma parte chamada de ação, todas as partes juntas formam a empresa. Desta forma, ao adquirir uma ação, a pessoa se torna sócia proprietária de uma parte da empresa. Quando se compra uma parte da empresa, o lucro ou prejuízo do seu investimento está diretamente atrelado ao desempenho dela, no caso da empresa obter lucros e melhorar seu desempenho no mercado, as ações serão valorizadas e possivelmente serão distribuídos dividendos, dessa forma se ganha dinheiro. No caso contrário, quando a empresa obtém prejuízo, ou até não consegue o lucro 37 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO esperado, é provável que o preço das ações diminua, e nessa situação, pode aconte- cer de não se distribuir dividendo, reduzindo a remuneração que o investidor poderia ter. Nessa situação, existe a possibilidade do investimento causar prejuízo. Existem dois tipos de ações, as ordinárias e as preferenciais. As ações ordinárias têm como característica principal o direito a voto nas assembleias, com participação pro- porcional às ações em posse do investidor. De forma diferente, as ações preferenciais não dão direito a voto nas assembleias, mas como compensação, têm preferência no recebimento de dividendos, tornando esse papel com características de títulos de dívida, pois existe uma obrigação da em- presa pagar dividendos. 38 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO CONCLUSÃO Podemos aprender nessa unidade o que é o mercado financeiro e sua importância na estrutura da intermediação financeira, conseguindo conectar os agentes deficitá- rios aos superavitários. De forma complementar, entendemos a importância da sua regulamentação para dar segurança nas transações, além de facilitar o acesso e diver- sificar o risco entre os agentes. Conhecemos a estrutura do Sistema Financeiro Nacional, e como se dá a sua estrutu- ra de definição de regras e supervisão das atividades desenvolvidas pelos operadores. Foi possível compreender o mercado monetário e a sua importância na regulação da economia, já que a moeda, também um produto, obedece a lei da oferta e da procura. Para evitar uma grande variação da moeda e fornecer previsibilidade para a economia, é de extrema importância uma boa Política Monetária. Aprendemos tam- bém que os instrumentos utilizados para realizar esse controle são a negociação dos títulos públicos, depósitos do compulsórios, redesconto bancário, e alteração da taxa básica de juros (Selic). Por fim, estudamos o que é o mercado de capitais. Identificamos a existência do mercado primário e secundário, e da divisão dos títulos negociados em renda fixa e variável, com suas respectivas características, conseguindo destacar a principal dife- rença de previsibilidade entre o primeiro e o segundo tipo de títulos. Dessa maneira é possível caracterizar o ambiente financeiro externo à empresa, con- seguindo identificar sua importância para manter a estabilidade de toda a economia e das próprias empresas. 39 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Entender o que é risco e retorno. > Calcular o retorno de um investimento. > Pretejar o retorno esperado em casos de dados históricos e casos com cenários. > Conceituar e mensurar risco. > Entender o cálculo do risco com dados históricos e com cenários. > Analisar o risco e retorno das empresas por meio do índice de Sharpe. UNIDADE 3 40 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA UNIDADE Estudaremos nesta unidade como quantificar o risco e o retorno de investimentos, aprendendo quais são as características e fatores que influenciam nos seus resulta- dos. Além disso, compreenderemos como a análise do risco e retorno pode ser feita de forma conjunta, para tomar uma decisão de investimento que apresente uma melhor relação entre o retorno e o risco do investimento. 41 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO INTRODUÇÃO DA UNIDADE O risco e o retorno são o ponto de partida de qualquer análise de investimento, seja ele um investimento operacional, seja financeiro. Portanto é primordial conseguir compreender e conseguir mensurar o risco e retorno de um investimento, conseguin- do compreender seus fatores e características. Por último, além de conseguir calcular o risco e o retorno de forma independente, é de extrema importância conseguir fazer uma análise em conjunto destes. 42 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 3 ANÁLISE DE RISCO E RETORNO 3.1 RISCO E RETORNO Em toda decisão financeira, existe o fator da incerteza, ou seja, nenhuma decisão tomada é em um ambiente de total certeza. Existem elementos que não se podem controlar nem mensurar. A incerteza deve ser considerada como um dos aspectos dos estudos de finanças corporativas. Em finanças, a incerteza é identificada como um risco, pois dificulta na previsibilida- de dos rendimentos que poderão ser obtidos. A imprevisibilidade dos rendimentos resulta em um risco maior para os investidores e para a empresa. Com o risco maior, os investidores cobram maior rendimento. Nessa perspectiva, uma análise entre risco e retorno ocorre de forma integrada. Pode- mos identificar duas situações dessa relação. A primeira é que há uma recompensa pelo risco, e a segunda é que quanto maior a recompensa de um investimento, maior será o seu risco. Os investimentos podem ser classificados em investimentos financeiros e investimen- tos operacionais. O investimento financeiro é a aplicação de recursos em ativos de natureza financeira, já o investimento operacional é a aplicação de recursos em ativos e produtos que geram receita. Ambos ostipos de investimento seguem o entendi- mento na análise de risco e retorno. 3.1.1 RETORNO Precisamos primeiramente entender o que pode ser considerado retorno. Aqui foca- remos no retorno dos investimentos financeiros. Mas esse conceito pode ser aplicado também à análise dos investimentos operacionais, mudando apenas os valores e ca- racterísticas dos investimentos. 43 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO Quando é realizada a compra de um título, o valor desse ativo, ao longo do tempo, pode subir, superando o valor ao qual foi comprado, ou pode descer, sendo menor do que o valor de compra. A quantificação desse ganho ou perda de valor é identificada como retorno sobre o investimento. Para conseguir calcular o retorno de um ativo, existem algumas alternativas. Apren- deremos a encontrar o retorno esperado de um ativo considerando o seu histórico de retornos e utilizando vários cenários de um mesmo ativo para uma perspectiva futura. 3.1.1.1 RETORNO ESPERADO POR DADOS HISTÓRICOS Todos nós procuramos investimentos que possam oferecer o maior retorno possível, mas como podemos calcular esse retorno? A primeira alternativa aqui apresentada é levar em consideração os dados históricos do ativo e considerar que o retorno espera- do para esse ativo é a média dos seus retornos. Para definir o perfil do investidor, é necessário avaliar uma série de características, como o nível de risco que ele aceita tomar, a renda que deseja alcançar e as despesas familiares. Existem três tipos de pessoas diferentes em relação aos investimentos. Conservador: o investidor conservador é aquele que tem maior aversão à tomada de riscos em relação às finanças. Sendo assim, ele evita os investimentos arriscados e costuma poupar grande parte de seu dinheiro. moderado: apesar de estar propenso a mudar quando necessário, o moderado costuma levar um tempo para aceitar o processo e realmente fazer as diversificações. Ele prefere fazer tudo de forma planejada e sem cometer nenhum excesso. arrojado: é aquele que costuma tomar mais riscos, investindo, por exemplo, em produtos de renda variável, como fundos imobiliários e moedas estrangeiras. Esses investimentos requerem muita técnica e disponibilidade. Fonte: ECONOMIA - IG. Saiba o que é perfil de investidor e descubra qual é o seu. Disponível em: <http://economia.ig.com. br/2016-08-17/perfil-investidor.html>. Acesso em: 29 Jul. 2018. 44 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Imagine que temos a seguinte situação: você possui a opção de investir nestes dois ativos, qual seria a melhor opção de investimento levando em consideração o retorno esperado? QUADRO 1 - OPÇÕES DE INVESTIMENTO Ano Título A Título B Valor ($) Valor ($) 2013 30,00 45,00 2014 32,00 42,00 2015 35,00 40,00 2016 33,00 44,00 2017 37,00 47,00 2018 34,00 50,00 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. A primeira coisa a se fazer aqui é calcular o retorno de cada ano. Para isso, utilizamos a seguinte equação: R A A A xt t t t = − − − 1 1 100 Em que: Rt = Retorno do ativo no período t. At = Valor do ativo no período t. At-1 = Valor do ativo no período t-1. Após encontrar o retorno de cada ano, podemos calcular o retorno esperado para cada ativo considerando que o seu histórico de retornos é uma boa aproximação para os retornos futuros. Utiliza-se a seguinte equação: R R nE t ( ) = ∑ Em que: R(E) = Retorno esperado do ativo. n = Número de períodos de retornos. 45 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO Nesse caso especifico, temos os seguintes retornos: QUADRO 2 - RETORNOS DOS ATIVOS Ano Retornos dos ativos (%) Ativo A Ativo B 2014 32 30 30 100 6 67− =x 42 45 45 − 100= -6,66x 2015 9,37 -4,76 2016 -5,71 10,00 2017 12,12 6,81 2018 -8,11 6,38 Retorno esperado 2,87 2,35 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Feitos todos os cálculos, encontramos que o retorno esperado do ativo A é 2,87%, enquanto o do ativo B é 2,35%. Levando em consideração somente o retorno esperado e o fato de os dados históricos serem uma boa aproximação para o futuro, o retorno esperado do ativo A é superior ao do ativo B. Sendo assim, o ativo A é a escolha racional para um investidor, já que sempre buscamos o maior retorno possível. 3.1.1.2 RETORNO ESPERADO COM CENÁRIOS Quando estamos tentando prever o futuro para determinar os retornos de um investimento, nos deparamos com inúmeras variáveis que não podem ser controladas nem previstas pela empresa. Nessa situação, trabalhamos com a formação de cenários previstos. Como podemos identificar qual o cenário será o real? Na verdade, não podemos determinar qual é o cenário vai ocorrer, mas podemos determinar a suas probabilidades de acordo com suas características e das situações do sistema. Então a chave para conseguir encontrar o retorno esperado considerando vários cenários são as probabilidades de esses cenários se realizarem. Por isso que a forma de calcular o retorno esperado sofre uma pequena alteração, já que os resultados não possuem a mesma chance de acontecer. 46 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Nos casos de cenários, podemos ver como calcular o retorno esperado na equação seguinte: R xRE c c( ) =∑ρ Em que: R(E) = Retorno esperado do ativo. ƥc = Probabilidade de ocorrer o cenário. Rc = Retorno do cenário. Levando em consideração essas informações e os seguintes dados, encontre o retor- no esperado dos seguintes investimentos, determinando qual a melhor opção para se investir. QUADRO 3 - RETORNO DO INVESTIMENTO EM PORCENTAGEM Cenário Probabilidade Retorno do investimento (%) X Y Recessão 0,20 -20 5 Moderado 0,60 15 15 Expansão 0,20 50 20 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. De acordo com a fórmula apresentada: R x x xE x( ) = −( ) + + =0 20 20 0 60 15 0 20 50 15, , , % R x x xE y( ) = + + =0 20 5 0 60 15 0 20 20 14, , , % Portanto, os retornos esperados de X e Y são, respectivamente, 15% e 14%, revelando que levando em consideração somente o retorno, a melhor opção seria investir em X, pois oferece um maior retorno esperado. 47 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO Os cálculos apresentados aqui foram utilizando porcentagem (%), portanto o resultado também será em porcentagem. Mas as equações também podem ser utilizadas com valores monetários ($), importante ressaltar que o resultado também se dará em valor monetário. QUADRO 4 - RETORNO DO INVESTIMENTO EM PORCENTAGEM Cenário Probabilidade Retorno do investimento ($) X Y Recessão 0,25 -200 50 Moderado 0,50 100 150 Expansão 0,25 500 200 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Nessa situação temos os seguintes retornos esperados: ( )E x = 0 2R x −0 2( )0 0, ,60 15+ + 0 2x x0 5, %=0 15 R x x xE y( ) = + + =0 20 5 0 60 15 0 20 20 14, , , % Podemos verificar que o retorno esperado de Y é superior ao de X. A vantagem de calcular os retornos por meio da porcentagem é que facilita a comparação com investimentos distintos, o que nem sempre acontece com valores monetários. $15 $14 48 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 3.1.2 RISCO O risco possui várias definições, dependendo do seu contexto. Na avaliação de risco para uma empresa, o risco pode ser considerado como a possibilidade de não conse- guir receber os fluxos de caixa futuros. O risco total de uma empresa é composto por vários elementos,podendo ser econô- mico ou financeiro. Estão presentes no risco econômico as alterações na economia e no mercado, como o surgimento de um novo concorrente, e alterações na gestão e planejamento da empresa, como vendas e investimentos. O risco financeiro é relacio- nado diretamente com o dinheiro, como o nível de dívidas que a empresa possui e sua capacidade de pagá-las. Estes dois riscos, financeiro e econômico, podem ser afetados por diversos fatores, fazendo com que o risco aumente ou diminua. Parte desses fatores pode ser con- trolada ou administrada pela empresa ou investidor, enquanto na outra parte nada temos como interferir. A parte do risco que não podemos controlar ou interferir, chamamos de risco siste- mático, pois esse risco faz parte do sistema. Podemos citar como risco sistemático a variação cambial, políticas governamentais, situação da economia, entre outras. To- dos esses fatores afetam todas as empresas, e os gestores ou investidores não podem controlar, já que qualquer que seja o investimento, essa parte do risco existe. Não é possível evitar totalmente esse risco. Já os riscos que podem ser controlados, são denominados risco não sistemático ou risco diversificável. Esse risco é inerente à própria empresa ou investimento, ou seja, intrínsecos ao investimento. O risco não sistemático está no planejamento e gestão da empresa, problemas de produção, sazonalidades de consumo, entre outras. Esse risco pode ser diversificável ou controlado fazendo combinações de investimentos ou melhorando o processo de produção e planejamento, no caso de uma empresa. De acordo com o explicado sobre o risco total, a equação do risco total de uma empresa é: Risco total=Risco sistemático+Risco não sistemático 49 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO Mas afinal como podemos calcular o risco de uma empresa que consiga englobar to- das essas características? Para responder a essa pergunta, partimos do entendimento que os retornos das empresas e de seus ativos refletem esse risco, já que risco e retor- no são analisados em conjunto. Portanto, o risco de uma empresa pode ser identificado por meio da variância e do desvio padrão de seus retornos. O desvio padrão é uma medida estatística que facilita a comparação, por isso damos preferência para ela. 3.1.2.1 RISCO COM DADOS HISTÓRICOS Conseguir mensurar o risco por meio dos dados históricos é uma situação que de- pende e possui as mesmas características de se calcular o retorno esperado com dados históricos. O primeiro passo para calcular o risco de um ativo é encontrar a sua variância, já que o desvio padrão é simplesmente a raiz quadrada da variância, como podemos verificar a seguir: σ A n ER R n 2 2 1 = −( ) − ∑ ( ) σ σA A= 2 Em que: σ2A = Variância do ativo. σA = Desvio padrão do ativo. R(E) = Retorno esperado do ativo. Rn = Retorno do ativo no período n. n = Períodos utilizados. Aplicando o conhecimento na situação apresentada no retorno esperado com dados históricos, temos o seguinte: 50 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO QUADRO 5 - RETORNO DOS ATIVOS Ano Retornos dos ativos (%) Ativo A Ativo B 2014 6,67 -7,14 2015 9,37 -4,76 2016 -5,71 10,00 2017 12,12 6,81 2018 -8,11 6,38 Retorno esperado 2,87 2,26 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Utilizando esses dados para verificar qual ativo possui o melhor risco, encontramos: σ A 2 2 2 2 26 67 2 87 9 37 2 87 5 71 2 87 12 12 2 87 = −( ) + −( ) + − −( ) + −( ) +, , , , , , , , −− −( ) − = 8 11 2 87 5 1 84 11 2, , , % σ A = =84 11 9 17, , % σ B 2 2 2 2 27 14 2 26 4 76 2 26 10 0 2 26 6 81 2 26 = − −( ) + − −( ) + −( ) + −( ) +, , , , , , , , 66 38 2 26 5 1 58 80 2, , , % −( ) − = σ B = =58 80 7 67, , % Conseguindo mensurar o risco dos ativos A e B, podemos verificar que o ativo A pos- sui um risco maior que o ativo B. Como investidor naturalmente avesso ao risco, o melhor investimento seria o ativo B, já que expõe o investidor a um risco menor. 3.1.2.2 RISCO COM CENÁRIOS Quando estamos falando em cenários, a forma de calcular sofre uma pequena mu- dança. Essa mudança ocorre tanto na forma de se calcular o retorno esperado dos ativos quanto na forma de calcular a sua variância. Ao falarmos em cenários, estamos identificando diferentes situações que podem ocorrer no futuro. Essas diferentes situações também possuem diferentes probabi- 51 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO lidades de ocorrerem e isso deve ser levado em consideração ao se calcular o risco desse ativo. Fazendo-se os ajustes, temos a seguinte equação: σ ρA c C Ex R R 2 2 = −( )∑ ( ) σ σA A= 2 A única diferença entre calcular o risco com dados históricos e calcular o risco com cenários é a inserção da probabilidade dos cenários nos seus respectivos retornos. Agora abordando o exemplo de retorno com cenários, podemos calcular o seu risco. QUADRO 6 - RETORNO ESPERADO Cenário Probabilidade Retorno do investimento (%) X Y Recessão 0,20 -20 5 Moderado 0,60 15 15 Expansão 0,20 50 20 Retorno esperado 15 14 Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Nessa situação, o risco será: σ X x x x 2 2 2 20 20 20 15 0 60 15 15 0 20 50 15 490= − − + − + − =, ( ) , ( ) , ( ) % σ X = =490 22 14, % σY x x x 2 2 2 20 20 5 14 0 60 15 14 0 20 20 14 88 80= − + − + − =, ( ) , ( ) , ( ) , % σY = =88 80 9 42, , % Analisando somente o risco dos investimentos X e Y, verificamos que o investimento Y é a melhor opção, pois apresenta um menor risco. 52 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Aqui podemos perceber escolhas distintas analisando o retorno ou o risco para am- bas a formas de calcular os seus dados, seja por dados históricos, seja por cenários. Qual seria a melhor escolha? Quais os critérios que devemos considerar mais impor- tantes? 3.2 ANÁLISE DE RISCO E RETORNO Para conseguir o melhor resultado, precisamos realizar uma análise em conjunto do risco e do retorno, pois como já dito no início da unidade, quanto maior o risco de um investimento, maior será o retorno exigido. Conseguimos realizar essa análise conjunta por meio do índice de Sharpe, que consi- dera o prêmio pelo risco sobre o risco de determinado ativo como uma estimativa de realizar essa análise conjunta. O prêmio pelo risco parte do entendimento que existe no mercado um ativo livre de risco e que esse ativo também possui um retorno esperado. Se existe um ativo que não incorre em risco e oferece um retorno, qualquer investimento que apresente um risco deve apresentar um retorno maior do que o retorno do ativo livre de risco: PR R R IS PR A f A A = − = σ Em que: PR = Prêmio pelo risco. ISA = Índice de Sharpe do ativo. σA = Desvio padrão do ativo. RA = Retorno do ativo. Rf = Retorno do ativo livre de risco. 53 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO Na verdade, não existe nenhum ativo que não incorra em algum tipo de risco. Até a poupança possui algum, como já aconteceu no Brasil desse tipo de investimento ser retido pelo Governo. Mas do ponto de vista financeiro, o ativo livre de risco é o investimento que possui o menor risco de não honrar o seu compromisso. Podemos considerar os títulos públicos negociados pelo Governo (taxa Selic). Podemos aplicar esse conceito na análise realizada pelo risco e retorno com cenários considerando que o retorno do ativo livre de risco seja de 5%. Quanto maior o índice de Sharpe, melhor a relação entre risco e retorno: IS ISXY= − = = − = 15 5 22 14 0 45 14 5 9 42 0 96 , , , Pela análise combinada do risco e retorno por meio do índice de Sharpe, verificamos que o investimento que oferece a melhor relação entre risco e retorno é o investimen- to Y. 54 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO CONCLUSÃO Conseguimos, ao longo da unidade, entender o que é risco e o que é retorno. O pri- meiro é a quantificação da incerteza, enquanto o segundo é considerado a rentabili- dade do investimento. Compreendemos como é calculado o retorno de um investimento por meio da sua equação. Isso deve ser considerado no momento de se calcular o retorno esperado de um investimento, seja ele utilizando dados históricos, seja utilizando cenários. No retorno com dados históricos, consideramos que cada retorno possui o mesmo peso para calcular o retorno esperado. De forma distinta, o retorno esperado com cenários leva em consideração a probabilidade de cada cenário ocorrer. Aprendemos também a mensurar a incerteza considerando que essa característica é identificada como risco e apresenta um reflexo no retorno. Por isso, utilizamos o des- vio padrão dos retornos como medida de risco. Da mesma forma do retorno, conse- guimos calcular o risco para dados históricos ou para cenários, utilizando como base os retornos esperados calculados anteriormente. Por último, aprendemos a fazer a análise do risco e retorno em conjunto por meio do índice de Sharpe, conseguindo identificar quais investimentos possuem melhores relações entre essas medidas, sendo esse o ponto principal de uma análise de inves- timento nas finanças. 55 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Conseguir identificar o que é um titulo da divida e suas características; > Aprender a calcular o cupom de um titulo da divida e seu preço inicial; > Conseguir calcular a taxa de rentabilidade exigida em um investimento; > Compreender o que são ações, dividendos e o preço de uma ação; > Considerar a perpetuidade na avaliação da ação. UNIDADE 4 56 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 4 AVALIAÇÃO DE TÍTULOS E AÇÕES Nesta unidade iremos aprender a fazer avaliação de títulos da divida e de ações. Para isso precisamos entender o que é e como calcular cupons dos títulos da divida e os dividendos das ações. Vamos entender como o preço desses títulos são formados e como determinar a taxa de rentabilidade de um investimento. Vamos considerar também o preço das ações quando não possuímos a intenção de venda. 4.1 TÍTULOS DA DÍVIDA De acordo com Berk e DeMarzo (2008), titulo da divida é um valor mobiliário vendido por governos e empresas para arrecadar recursos de investidores hoje, com a promes- sa de pagamento no futuro. Os prazos desses títulos são determinados como parte do certificado do titulo da divida, que indica as datas e os valores a serem pagos. O pagamento final também é definido, sendo o dia do seu pagamento denominado de data de vencimento. A diferença entre a data de emissão, ou compra do titulo, é conhecido como o prazo do titulo. Além dessas informações, os títulos da divida podem fazer dois tipos de pagamentos. O primeiro e presente em quase todos os tipos de títulos é o pagamento na data de vencimento, que é chamado de valor de face. Esse pagamento é realizado uma única vez e ao final do período do titulo. O outro pagamento, que também ocorre com bastante facilidade, é o que ocorre de uma forma periódica ao longo do prazo do titulo, esse pagamento é denominado de cupom. O cupom ocorre com uma periodicidade definida, podendo ser semestral, trimestral, anual, entre outros. Esse valor pago é definido através de uma taxa deter- minada no próprio titulo. Como visto, temos quatro informações básicas em um titulo da divida, o prazo, a data de vencimento, o valor de face e o valor de cupom. Essas informações são indispensá- veis para qualquer titulo, pois define as suas características, estando entre as informa- ções que devem ser consideradas no momento de realizar a avaliação de um titulo. 57 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO Com todas essas informações o mercado é capaz de precificar o titulo, determinando qual o preço que ele será negociado, que pode ser chamado de preço inicial. Depen- dendo das características da o titulo, e da qualidade da empresa que foi o emissor desse titulo, o preço inicial pode ser superior ou inferior ao seu valor de face. Quando o valor negociado no mercado é superior ao valor de face, nós dizemos que o titulo está sendo negociado com ágio. Em caso contrário, quando o preço negociado é inferior ao valor de face, o titulo está sendo negociado com deságio. Pode ser difícil visualizar um titulo sendo negociado hoje por um valor superior ao seu valo de face, mas se você considerar um titulo que faz pagamentos de cupons trimestrais ao longo do período, de uma empresa ou governo que representa um pequeno risco para o investidor. Pode valer a pena o investimento no titulo pagando mais que o seu valor de face somente para receber o pagamento trimestral do cupom, sendo suficiente para oferecer o rendimento desejado pelo investidor. Portanto, é extremamente importante conseguir realizar uma boa avaliação do titulo da divida, para conseguir o rendimento desejado, considerando o prazo do titulo, o seu valor de face e o pagamento de cupons. Vamos aprender a realizar essa avaliação no tópico seguinte. 4.1.1 AVALIAÇÃO DE TÍTULOS DA DÍVIDA O preço de um titulo hoje é soma de todos os valores que ele irá gerar para o inves- tidor no futuro. Mas esses valores não podem ser simplesmente somados, pois o di- nheiro possui valor no tempo, devido a incerteza do seu recebimento. Por isso, precisamos saber quanto é esse valor que iremos receber no futuro, em va- lores atuais, levando em consideração uma taxa de rentabilidade (que deve levar em consideração a rentabilidade desejada e o risco de não receber o valor). Entendido isso, temos duas situações há ser levada em consideração na hora de rea- lizar a avaliação de um titulo, que é se o pagamento será realizado somente no ven- 58 Finanças EmprEsariais FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO cimento do titulo, através do valor de face, ou se o pagamento será realizado através de cupons periódicos e um valor de face ao final. Assim, separamos o calculo do valor do preço inicial em duas etapas, a primeira con- sidera somente o valor de face, e a segunda, leva em consideração o valor de face e os cupons pagos. 4.1.2 TITULO SOMENTE COM VALOR DE FACE Se um titulo possui somente um pagamento ao final do prazo, ou seja, um paga- mento único através do valor de face, é necessário descapitalizar o valor que remos receber no futuro para o valor presente. Para que isso seja feito, utilizamos a seguinte equação: PI VF iT n � �� �1 Onde: PIT = Preço Inicial do título; VF = Valor de face do título; i = taxa de rentabilidade exigida pelo investidor; n = prazo até o vencimento do título. Dessa forma, realizamos o calculo do valor presente do valor de face, dado uma taxa de rentabilidade. Assim, podemos saber quanto é o preço inicial de titulo que paga somente um valor de face no seu vencimento. 59 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Finanças EmprEsariais SUMÁRIO A empresa Quero Quero possui um Titulo no mercado,
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