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A CRIAÇÃO DE LEIS E DECISÕES JUDICIAIS Profa. Denise Leal F. Albano Leopoldo ✓As normas jurídicas devem ser produzidas por uma razão e observada uma racionalidade. ✓Devem ser colocadas quatro questões para legitimar a criação para haver uma razão na produção de uma lei: 1. Por que criar a lei? 2. Para que criar a lei? 3. Quando criar a lei? 4. Como criar a lei? LEI (NORMA LEGAL) E RAZÃO ✓Para regular condutas? ✓Para organizar e limitar o poder? ✓Para sinalizar pautas ou objetivos? - No último caso, como fica a questão das características de imperatividade e coercibilidade das normas legais? OBS: A questão das chamadas normas programáticas. - UM DEBATE AINDA EM ABERTO: O juiz “cria” leis (ou o Direito)? POR QUE CRIAR LEIS? ✓Seguindo o devido processo legislativo (CONTROLE) ✓Observando a técnica legislativa (ORGANIZAÇÃO) ✓Respeitando uma racionalidade (FUNDAMENTAÇÃO OU LEGITIMAÇÃO) COMO DEVEM SER (OU SÃO) CRIADAS AS LEIS? ✓O legislador não pode querer se antecipar aos fatos. ✓O legislador deve estar atento às demandas, interesses, carências e anseios da sociedade, buscando criar leis que alberguem e reflitam isso. Assim, na criação das leis, legisladores não devem projetar seus próprios interesses, preferências ou mundivisões. ✓As leis devem ser criadas, em regra, para que tenham vigência indeterminada, não durem por um tempo previamente definido. A exceção são as leis temporárias. QUANDO AS LEIS DEVEM SER CRIADAS? ✓Cabe ao legislador respeitar uma racionalidade. Ele não pode ser movido pelo propósito de moldar uma sociedade perfeita e “construir” o novo ser humano. ✓ Importa reconhecer e respeitar outras instâncias e sistemas que processam e equacionam conflitos como a família, a comunidade, as igrejas, etc. LIMITES RACIONAIS E ÉTICOS NA PRODUÇÃO DE LEIS ✓ O estudo da racionalidade legislativa é mais importante nos países de tradição jurídica romana do que nos de tradição anglo-saxônica. ✓ A concentração do estudo do direito na aplicação das normas coincidiu com a passagem do jusnaturalismo para o juspositivismo. ✓ Para Zapatero Gomez o desprezo pelo estudo do processo de criação das leis decorreu de dois fatores: - O princípio da soberania do Parlamento; - A hegemonia do Positivismo jurídico. RACIONALIDADE LEGISLATIVA ✓As sociedades modernas complexas e multifacetadas passam a exigir uma legislação cada vez mais complexa, instável, diversificada. ✓Diante desse cenário, é importante o CONTROLE DE QUALIDADE DAS LEIS. ✓ Sabe-se que a CRISE DO POSITIVISMO JURÍDICO abre espaço para o neoconstitucionalismo que reaproxima valores morais e interesses políticos do Direito. ✓Da ideia de que a Constituição cumpre a função de limitar os poderes do Estado (protegendo os indivíduos e suas liberdades) à ideia de que ela deve reconhecer e promover direitos. Vê-se a emergência de direitos e garantias a exigir uma nova RACIONALIDADE LEGISLATIVA. ✓SEPA E RINCÓN entendem que a racionalidade judicial compreende 3 grandes racionalidades: - A racionalidade teórica ou de conhecimento jurídico; - A racionalidade prática ou empírica; - A racionalidade técnica. RACIONALIDADE JUDICIAL Produção racional de leis Racional aplicação das normas Racionalidade Judicial UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA ✓ Seguir a hermenêutica tradicional e aplicar as normas? ✓Ou se socorrer de princípios e valores e buscar uma solução concreta que “afaste o erro” do legislador, que “corrija a injustiça” da lei? ATENÇÃO! Evidencia-se, assim, a correlação entre arbítrio legislativo e arbítrio judicial. O QUE O JUIZ PODE FAZER DIANTE DE UMA “LEI IRRACIONAL”? IRRACIONALIDADE LEGISLATIVA IRRACIONALIDADE JUDICIAL ATIVISMO JUDICIAL UM PROCESSO DESVIRTUADO ✓ ATIENZA propõe um modelo analítico da racionalidade legislativa (pré e pós criação de normas) em 5 níveis de racionalidade. Trata-se de um modelo de análise que é tanto descritivo como também prescritivo. São eles: 1) Linguístico; 2) Jurídico-formal; 3) Pragmático; 4) Teleológico; 5) Ético. A IMPORTÂNCIA DE UM SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO E CONTROLE DA DECISÃO LEGISLATIVA ✓ Tramitou no legislativo federal o Projeto de Lei nº 2.654/2003 onde passa a ser crime “toda e qualquer forma de punição contra a criança e o adolescente, seja de forma moderada ou imoderada, sob alegação de quaisquer propósito, até mesmo pedagógico”. ✓ Recentemente, foi aprovada a inserção do artigo 147-B no Código Penal, com a seguinte descrição do crime de violência psicológica contra a mulher: “Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação: Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.” HÁ RACIONALIDADE NOS TEXTOS NORMATIVOS ABAIXO? ATIENZA, Manuel. As razões do direito: teorias da argumentação jurídica. 3. ed. São Paulo: Landy, 2006. MELO FILHO, Aurino de. Mais racionalidade legislativa e menos racionalidade judicial: um caminho adequado e funcional para compreensão e solução dos problemas jurídicos concretos dos países latinos. Disponível em: https://www.conpedi.org.br/wp-content/uploads/2017/08/Jo%C3%A3o- Aurino-de-Melo-Filho-Brasil.pdf Acesso em: 12/10/2019. RIPOLLÉS, José Luiz Díez. A racionalidade das leis penais: teoria e prática penal. Tradução de Luiz Regis Prado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. Não paginado. [Livro eletrônico]. RODOTÁ, Stefano. La vida y las reglas: entre el derecho y el no derecho. Tradução de Andrea Greppi. Madrid, Editoral Trotta, 2010. REFERÊNCIAS https://www.conpedi.org.br/wp-content/uploads/2017/08/Jo%C3%A3o-Aurino-de-Melo-Filho-Brasil.pdf
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