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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
Organizadores
Alberto Casado Lordsleem Júnior
Alexandre Duarte Gusmão
Autores
Alberto Casado Lordsleem Júnior
Alexandre Duarte Gusmão
Arthur José da Silva
Bruno Carlos de Araújo Alves
Diego José Araújo Viégas
Eliana Cristina Barreto Monteiro
Eudes de Arimatéa Rocha
Luiz Fernando Bernhoeft
Yêda Vieira Póvoas
Recife, PE
2017
AGRADECIMENTOS
 Ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil (PEC) da 
Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (POLI-UPE), pela 
oportunidade de desenvolver pesquisas que agregam valor à construção, 
prevenção e recuperação de patologias das construções.
 Aos Grupos de ensino, pesquisa e extensão em Tecnologia e Ges-
tão da Construção de Edifícios (POLITECH) e Engenharia Aplicada ao 
Meio Ambiente (AMBITEC), pelo ambiente de contínua discussão e bus-
ca de atendimento das demandas de construtoras e entidades setoriais da 
construção.
 Aos nossos familiares e amigos, sem os quais esse fruto não seria 
possível e dão razão a nossa existência.
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE 
REITOR Pedro Henrique Falcão 
VICE-REITOR Dra. Socorro Cavalcanti
EDITORA UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – EDUPE 
CONSELHO EDITORIAL 
Profa. Dra. Adriana de Farias Gehrer 
Prof. Dr. Amaury de Medeiros 
Prof. Dr. Alexandre Gusmão 
Prof. Dr. Álvaro Vieira de Mello 
Profa. Dra. Ana Célia O. dos Santos 
Profa. Dra. Aronita Rosenblatt 
Prof. Dr. Belmiro do Egito 
Prof. Dr. Carlos Alberto Domingos do Nascimento
GERENTE CIENTÍFICO Prof. Karl Schurster 
COORDENADORA Profa. Sandra Simone Moraes de Araújo 
DIAGRAMAÇÃO Derek Schelling
CAPA Aldo Barros
Patologia das Construções De Edifícios
ORGANIZADORES
Alberto Casado Lordsleem Júnior
Alexandre Duarte Gusmão
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
Autores
Alberto Casado Lordsleem Júnior
Alexandre Duarte Gusmão
Arthur José da Silva
Bruno Carlos de Araújo Alves
Diego José Araújo Viégas
Eliana Cristina Barreto Monteiro
Eudes de Arimatéa Rocha
Luiz Fernando Bernhoeft
Yêda Vieira Póvoas
SUMÁRIO
15 PREFÁCIO
19 PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
19 1. Contextualização
20 2. Responsabilidades
22 3. Manutenção
24 4. Garantia
27 Referências
31 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS FUNDAÇÕES
31 1. Contextualização
32 2. Segurança das fundações
32 2.1 Requisitos de projeto
33 2.2 Conceito de segurança
34 2.3 Critérios para avaliação da segurança
36 2.4 Uso de fator de segurança global
38 2.5 Uso de fatores de segurança parciais
38 2.6 Uso de critérios probabilísticos
39 2.7 Dimensionamento das peças estruturais
39 3. Movimentos da fundação
42 4. Patologias causadas por recalques
42 4.1 Tipos de danos
42 4.2 Patologias típicas
48 5. Reforço de fundações
50 Referências
53 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS 
DE CONCRETO
53 1. Manifestações Patológicas das Construções em Concreto
55 1.1 Fissuração
56 1.1.1 Fissuras Causadas por Movimentações Térmicas
57 1.1.2 Fissuras Causadas por Movimentações Higroscópicas
58 1.1.3 Fissuras Causadas pela Atuação de Cargas Diretas e 
Sobrecargas
58 1.1.4 Fissuras Causadas por Deformabilidade Excessiva de 
Estruturas de Concreto Armado
61 1.1.5 Fissuras Causadas pela Retração de Produção à Base de 
Cimento
62 1.1.6 Fissuras Causadas por Alterações Químicas dos Materiais 
de Construção
63 1.2 Ataques Químicos
64 1.2.1 Íons Cloretos
64	 1.2.2	Eflorescências
67 1.2.3 Corrosão das Armaduras
69 1.3 Ataques Físicos
70 1.4 Ataques Biológicos ou Biodeterioração
72 Referências
77 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ALVENARIAS DE 
VEDAÇÃO
77 1. Introdução
79	 2.	Origem	das	fissuras
79 2.1 No revestimento de argamassa
84 2.2 Na alvenaria de vedação
86	 3.	Causas	da	fissuração	das	alvenarias	de	vedação
86 3.1 Movimentação térmica
89 3.2 Movimentação higroscópica
92 3.3 Movimentos das fundações
95 3.4 Deformações de estruturas de concreto armado
98 Referências
105 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DOS 
REVESTIMENTOS
105 1. Contextualização
110	 2.	Termografia	infravermelha
111	 2.1	Fatores	que	influenciam	na	medição	com	radiação	
infravermelha
112 2.1.1 Condições térmicas do objeto e do meio
112 2.1.2 Presença de fontes externas
113 2.1.3 Condições de medição
113 2.1.4 Ângulo de medição
114	 2.2	Técnicas	de	termografia	digital
116	 2.3	Métodos	de	aplicação	da	termografia
116	 2.3.1	Termografia	qualitativa
116	 2.3.2	Termografia	quantitativa
117	 2.4	Câmera	termográfica
118 2.4.1 Emissividade do objeto
119	 2.4.2	Temperatura	aparente	refletida
120 2.4.3 Temperatura atmosférica
120 2.4.4 Distância
121 2.4.5 Umidade relativa do ar
122 2.5 Termogramas
126 3 Detecção de descolamento de revestimento cerâmico
134 Referências
141 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS 
IMPERMEABILIZAÇÕES
141 1. Introdução
144 2. O sistema de impermeabilização
145 a. Interferência com instalações hidráulicas
146 b. Interferência com instalações Elétricas
147 c. Interferência com projeto estrutural.
148 d. Interferência com Arquitetura / paisagismo
148 3. Abrangência e vida útil da impermeabilização
150	 4.	Classificação	de	manifestações	patológicas	ligadas	à	
impermeabilização
12
151 a. Projeto
151 b. Inadequada preparação da superfície
151 c. Execução
151 d. Materiais
152 e. Agressão das camadas posteriores (em obra)
152 f. Uso e manutenção
153 5. Manifestações patológicas ligadas à impermeabilização
153 5.1 Lixiviação da estrutura de concreto
155 5.2 Corrosão eletroquímica de armadura de concreto armado ou 
protendido
157 5.3 Reação álcali agregado (RAA)
157 5.4 Ataque externo de sulfato
158 5.5 Umidade ascendente em paredes
159 5.6 Desplacamentos do sistema impermeável
161 5.7 Ausência de estanqueidade com origem no lençol freático
162 5.8 Desplacamentos de revestimento sobre rodapé 
impermeabilizado
164	 5.9	Manchas	e	eflorescências	em	revestimentos
166 5.10 Não remoção de película protetora de manta asfáltica 
exposta
167 5.11 Ausência de pintura protetora em mantas auto protegidas
167 6. Soluções para recuperação de impermeabilização
167 6.1 Análise das possibilidades de intervenções
170 Pontos negativos
170 Pontos positivos
170 6.2 Opções de reparos não tradicionais (demolição geral de piso)
170 6.2.1 Cristalização integral do concreto
172 6.2.2 Membranas de impermeabilização para aplicação sobre 
piso/sem remoção do mesmo
173 a. Membrana de poliurenato 
173 b. Membrana de poliuréia
175 6.2.3 Mantas PVC
176 6.2.4 Sistemas de injeção na estrutura
177 a. Injeção para gerar estanqueidade
177 b. Injeção para Recomposição Estrutural
179 6.2.5 Umidade ascendente
179 Conclusões
180 Referências
15
PREFÁCIO
 A construção civil é um dos segmentos industriais mais impor-
tantes para a sociedade, não apenas pelo potencial de movimentação da 
economia e elevado grau de absorção da mão de obra, mas também por 
ser uma das principais consumidoras de recursos naturais para a produção 
de obras.
	 Num	 cenário	 de	marcantes	 desafios	 na	 construção	 de	 edifícios,	
onde é imperiosa a necessidade de melhoria da produtividade, qualida-
de, desempenho e, preponderante, a redução de custos, não se considera 
razoável e, até mesmo, coerente o investimento em novas construções 
diante da demanda pela preservação e/ou recuperação do bom estado das 
edificações	existentes.
 Adicionalmente, o aparecimento cada vez mais precoce de ma-
nifestações patológicas aliado ao grau de insatisfação dos clientes, apon-
tados pelas instituições de defesa dos consumidores, devem ser fatores 
indutores do desenvolvimento da ciência patologia das construções.
	 A	ocorrência	de	manifestações	patológicas	em	edificações	é	resul-
tante, em grande parte, pela adoção em obra de procedimentos de execu-
ção inadequados, pelo não atendimento das recomendações estabelecidas 
na	 normalização	 e	 falhas	 nas	 especificações	 de	 projeto	 e	 dos	materiais	
empregados.
 É nesse contexto que esta publicação está inserida, como resulta-
do do conhecimento desenvolvido sobre o assunto em diversas pesquisas 
e	trabalhos	técnicos	coordenados	por	profissionais	especializados	emdi-
ferentes subsistemas do edifício.
 Esta publicação trata das responsabilidades dos agentes partici-
pantes do processo de produção de edifícios; do estudo da manutenção 
como mecanismo de prevenção e correção de problemas; do direito e pra-
zos de garantias; das manifestações patológicas incidentes nas fundações, 
nas estruturas de concreto, nas alvenarias de vedação, nos revestimentos 
e nas impermeabilizações. Dependendo do tipo de manifestação patoló-
gica, procura-se priorizar o conhecimento sobre as causas, a inspeção, os 
ensaios, o diagnóstico e/ou a recuperação.
16
 A patologia das construções de edifícios aqui é entendida como 
uma	ciência,	a	qual	estuda	os	defeitos	que	ocorrem	nas	edificações,	bus-
cando compreender as causas, a evolução dos problemas, além da terapia 
a ser adotada.
 Não se tem a pretensão de abranger todas as manifestações pato-
lógicas do edifício; entretanto, é desejo dos autores deste trabalho contri-
buir	para	o	seu	correto	entendimento	e,	quando	aplicável,	para	a	definição	
da conduta de recuperação mais adequada a ser adotada.
Recife, junho de 2017.
Prof. Livre Docente Alberto Casado Lordsleem Júnior
19
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
RESPONSABILIDADES, MANUTENÇÃO E GARANTIA
Alberto Casado Lordsleem Júnior - acasado@poli.br
Livre Docente pela UPE
Pós-Doutorado, Doutorado e Mestrado pela USP
Engenharia Civil pela UFPE
1. Contextualização
 O desenvolvimento do processo de produção de edifícios muito 
se deve a evolução da construção habitacional, principalmente a partir da 
acelerada urbanização ocorrida nas últimas décadas.
 Ao mesmo tempo, parcela expressiva dos edifícios construídos ao 
longo desses anos tem apresentado desempenho insatisfatório, cujos pro-
blemas recorrentes são frequentemente considerados tão antigos quan-
to à própria existência da construção (LICHTENSTEIN, 1991; ALVES, 
2016).
	 É	nesse	contexto	que	se	insere	a	patologia	das	construções,	defi-
nida como sendo a ciência que procura, de forma metodizada, estudar os 
defeitos	dos	materiais,	dos	componentes,	dos	elementos	ou	da	edificação	
como um todo, diagnosticando suas causas e estabelecendo seus meca-
nismos de evolução, formas de manifestação, medidas de prevenção e de 
recuperação.
 Os defeitos mencionados anteriormente são os denominados pro-
blemas	patológicos,	definidos	como	sendo	todos	os	fatores	que	compro-
metem o desempenho expectado do edifício, dos seus subsistemas, com-
ponentes, elementos e materiais. Alguns autores preferem denominar os 
defeitos como manifestação	patológica	(FRANÇA	et	al.,	2011),	definindo
-a como sendo a resultante de um mecanismo de degradação; distinguindo 
de patologia da construção, por esta ser muito mais ampla, uma vez que 
estuda e tenta explicar a ocorrência de tudo o que se relaciona com a de-
gradação	de	uma	edificação.
 A palavra patologia tem origem grega páthos (doença) e logos 
(estudo) e, assim como outros termos da Medicina, vem sendo emprega-
20
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
do	pela	Engenharia.	Mais	especifi	camente,	quando	se	busca	a	resolução	
de problemas patológicos, são imprescindíveis a anamnese, os exames, o 
diagnóstico,	o	prognóstico	e	a	terapia,	entre	outros	termos	específi	cos	à	
construção civil.
2. Responsabilidades
 O resgate histórico relativo à patologia das construções encontra 
na lei de talião um dos principais exemplos da importância do assunto 
para a sociedade. A lei de talião, do latim lex talionis (lex: lei e talio, de talis: 
tal, idêntico), consistiu na rigorosa reciprocidade do crime e da pena e, fre-
quentemente é expressa pela máxima do “olho por olho, dente por dente”.
O código de Hamurábi, baseado na lei de talião, reúne um conjunto de leis 
criadas na Mesopotâmia, por volta do século XVIII a.C, pelo rei Hamurá-
bi da primeira dinastia babilônica.
No que diz respeito ao colapso de estruturas, o código de Hamurábi es-
tabelecia que:
• caso	um	construtor	faça	uma	casa	que	não	seja	fi	rme	e	o	seu	colapso	
causar a morte do dono da casa, o construtor deverá morrer;
• caso	o	colapso	provoque	a	morte	do	fi	lho	do	dono	da	casa,	o	fi	lho	do	
construtor deverá morrer;
• caso o colapso provoque a morte do escravo do dono da casa, o cons-
trutor deverá dar ao dono da casa um escravo de igual valor;
• caso o colapso destrua a propriedade, o construtor deverá reconstruir 
a casa por sua própria conta;
• caso	o	construtor	execute	uma	casa	para	um	homem	e	não	fi	zer	de	
acordo	com	as	especifi	cações,	e	uma	parede	ameaçar	cair,	o	constru-
tor deverá reforçá-la por conta própria.
 Nos dias atuais, as leis e as normas dos diferentes países, em dis-
tintos graus de reciprocidade do crime e da pena, estabelecem as respon-
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
21
sabilidades de cada interveniente no processo de produção de edifícios 
(ALVES, 2016).
 Particularmente, no Brasil a publicação em 09/02/2013 da norma 
NBR 15575 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2013), 
voltada	 aos	 requisitos	 e	 critérios	 de	desempenho	de	 edifi	cações	habita-
cionais, buscou estabelecer um embasamento quanto à delimitação das 
responsabilidades técnicas dos intervenientes.
 As responsabilidades pelos problemas patológicos no âmbito ju-
rídico estão preponderantemente estabelecidas no Código de Defesa do 
Consumidor - Lei 8078 (BRASIL, 1990) e no Código Civil brasileiro - Lei 
10406 (BRASIL, 2002)), não sendo objetos desta publicação.
 A Figura 1 ilustra o conjunto de incumbências técnicas elencadas 
pela NBR 15575 (ABNT, 2013) para cada interveniente do processo de 
produção	de	edifi	cações	habitacionais.
Figura 1 – Incumbências técnicas dos intervenientes quanto ao desem-
penho	das	edifi	cações	habitacionais
22
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
	 Analisando-se	a	Figura	1,	é	possível	identifi	car	a	responsabilidade	
do usuário quanto à realização da manutenção, a qual objetiva restituir ao 
edifício as condições satisfatórias de desempenho, na maioria das vezes 
não alcançadas pela incidência de problemas patológicos.
3. Manutenção
 De acordo com a norma NBR 5674 (2012), compreende-se a ma-
nutenção como sendo o conjunto de atividades a serem realizadas para 
conservar	 ou	 recuperar	 a	 capacidade	 funcional	 da	 edifi	cação	 e	 de	 seus	
sistemas constituintes de forma a atender as necessidades e segurança dos 
seus usuários.
 O estudo da manutenção é essencial para minimizar os custos pro-
venientes da prestação de serviços de assistência técnica, muitas vezes sem 
previsão nos orçamentos de obras; corrigir o uso de uma tecnologia de 
produção	defi	ciente,	 empregada	pela	ausência	de	conhecimento	 técnico	
e preservar a imagem da empresa, reduzindo possíveis reincidências de 
problemas.
 Mais recentemente entre 2006-2014, ao passo que a construção de 
edifícios experimentou relevante crescimento, também foi registrado o ex-
pressivo aumento do número de reclamações dos usuários em virtude da 
baixa qualidade das construções (RESENDE et al., 2004; LORDSLEEM 
JR.; RABBANI, 2006; ALVES, 2016).
 O PROCON-SP (2014) registrou em 2013 o crescimento do per-
centual de reclamações em até 71%, com o pior índice de solução dos 
problemas (8%) entre todos os fornecedores de bens e serviços. Também 
o PROCON-PE (2013) destacou já em 2012 o registro de diversas recla-
mações, tendo como principais queixas os vícios e defeitos da qualidade 
das construções.
 A necessidade de manutenção assume papel de destaque princi-
palmente quando ocorre algum problema patológico que poderia ter sido 
evitado com a sua prévia realização, minimizando os custos e transtornos 
envolvidos através da adoção de soluções previamente planejadas.
 Considerando a ordem cronológica, o primeiro conceito que sur-
giu foi o de manutenção corretiva, com a busca da recuperação ou corre-
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
23
ção de defeitos apresentados no edifício ou parte dele. Logo em seguida, 
o conceito evoluiu para o de manutenção preventiva, com o controle das 
atividades	de	inspeção,	conservação	e	restauração	executados	coma	fi	na-
lidade de prever, detectar ou corrigir defeitos, visando evitar as falhas.
	 A	Figura	2	ilustra	a	classifi	cação	dos	tipos	de	manutenção	em	fun-
ção dos seguintes critérios: viabilidade de execução dos serviços, falhas e 
anomalias existentes, atividades do plano de manutenção, tipo de interven-
ção e periodicidade.
Figura 2 –	Classifi	cação	dos	tipos	de	manutenção	conforme	critérios
 Os critérios e tipos listados na Figura 2 buscam aqui tão somen-
te	 exemplifi	car	 a	diversidade	 acerca	da	 classifi	cação	da	manutenção	e	o	
encadeamento das nomenclaturas sobre o tema, não sendo objeto desta 
publicação discorrer sobre este assunto.
 Porém, cabe destacar ainda a recuperação como uma das ativida-
des constituintes da manutenção, que por sua vez apresenta interface com 
o processo de assistência técnica, função inerente do âmbito de atuação 
das empresas construtoras (CBIC, 2014). O ponto comum de convergên-
cia entre a assistência técnica e a manutenção reside no manual de uso, 
24
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
operação	e	manutenção	das	edifi	cações,	cujos	requisitos	para	elaboração	
e conteúdo são descritos na norma NBR 14037 (ABNT, 2011), também 
alvo de publicação do CBIC (2014).
 O processo de assistência técnica contempla o atendimento aos 
clientes após a entrega da obra, enquanto vigorar o prazo legal de garantia, 
assunto discutido adiante.
4. Garantia
 De acordo com a norma NBR 15575 (ABNT, 2013), compreende-
se a garantia como sendo o direito do consumidor de reclamar reparos, 
recomposição, devolução ou substituição do produto adquirido, conforme 
legislação vigente; já o prazo de garantia é o período de tempo previsto em 
lei	que	o	consumidor	dispõe	para	reclamar	dos	vícios	(defeitos)	verifi	cados	
na compra de produtos duráveis.
 Os prazos de garantia passam a vigorar a partir da expedição do 
Auto de Conclusão do imóvel, também denominado de Habite-se, certi-
dão expedida pela Prefeitura atestando que o imóvel está pronto para ser 
habitado e foi construído ou reformado conforme as exigências legais 
estabelecidas (SINDUSCON-PE, 2008).
 Recomenda-se que o termo entregue pela empresa construtora ou 
incorporadora aos proprietários do imóvel integre tanto o contrato de 
compra e venda, com o intuito de conscientizar o comprador quanto as 
suas obrigações, como também o manual de uso, operação e manutenção 
(SINDUSCON-PE, 2008).
 O Código Civil brasileiro estabelece no artigo 618 (BRASIL, 2002) 
que nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções con-
sideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o 
prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim 
em razão dos materiais, como do solo.
 A norma NBR 15575 (ABNT, 2013) fornece diretrizes para o es-
tabelecimento dos mínimos prazos de garantia para os elementos, com-
ponentes e sistemas do edifício habitacional. Os prazos indicados para os 
componentes e elementos nesta norma são aqueles comumente pratica-
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
25
dos pela construção civil, os quais permitem que os sistemas contempla-
dos preencham as condições de funcionalidade.
 O Quadro 1 contém os prazos de garantia estabelecidos na norma 
NBR 15575 (ABNT, 2013).
Quadro 1 - Prazos de garantia da norma NBR 15575 (ABNT, 2013)
26
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
Quadro 1 - Prazos de garantia da norma NBR 15575 (ABNT, 2013) 
(continuação)
 
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
27
	 Caso	algum	componente,	elemento	ou	sistema,	específi	co	de	de-
terminado empreendimento, não esteja contemplado no Quadro 1, reco-
menda-se ao construtor ou incorporador fazer constar o prazo de garantia 
no manual de uso, operação e manutenção.
Referências
 ALVES, K. C. C. O processo de assistência técnica de empresas de 
construção: estudos de caso. Recife, 2016. 117p. Dissertação (Mestrado) – 
Escola Politécnica de Pernambuco, Universidade de Pernambuco.
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 
NBR 14037: Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e 
manutenção	das	edifi	cações	—	Requisitos	para	elaboração	e	apresentação	
dos conteúdos. Rio de Janeiro, 2011.
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 
5674:	Manutenção	de	edifi	cações	–	Requisitos	para	o	sistema	de	gestão	de	
manutenção. Rio de Janeiro, 2012.
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 
NBR	15575:	Edifi	cações	habitacionais	-	Desempenho	-	Partes	1,	2,	3,	4,	5	
e 6. Rio de Janeiro, 2013.
 BRASIL. Lei no 8078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a 
proteção do consumidor e dá outras providências. Brasília, 1990.
 BRASIL. Lei no 10406, de 10 de janeiro de 2002. Dispõe sobre a 
legislação aplicável às relações civis em geral. Brasília, 2002.
 CBIC. Guia nacional para a elaboração do manual de uso, opera-
ção	e	manutenção	das	edifi	cações.	Câmara	Brasileira	da	Indústria	da	Cons-
trução. Fortaleza: Gadioli Cipolla Branding e Comunicação, 2014. 185p.
28
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
 COORDENADORIA GERAL DE DEFESA E PROTEÇÃO 
DO CONSUMIDOR – Procon-PE. Cadastro de Reclamação Fundamen-
tada. Relatório referente ao ano de 2012. Recife, 2013. Disponível em: 
<http://www.procon.pe.gov.br/downloads/publicacoes/ rankingRecla-
macoes/rel_reclamacao_fundamentada_ordem_alfabetica_2012.pdf>. 
Acesso em: 23 set. 2014.
 FRANÇA, A.A.V.; MARCONDES, C.G.N.; ROCHA, F.C.; ME-
DEIROS, M.H.F.; HELENE, P.R.L. Patologia das construções: uma espe-
cialidade na engenharia civil. Téchne. São Paulo, v. 174, set. 2011.
 Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor – Procon-SP. Ca-
dastro de reclamações fundamentadas 2013. São Paulo, 2014. Disponível 
em: <http://www.procon.sp.gov.br/ pdf/ranking_2013_coment.pdf>. 
Acesso em: 23 mar. 2015.
 LICHTENSTEIN, N.B. Patologia das construções: procedimento 
para	formulação	do	diagnóstico	de	falhas	e	defi	nição	da	conduta	adequada	
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 LORDSLEEM JR., A.C.; RABBANI, E.R.K. Management of 
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 RESENDE, M.M.; MELHADO, S.B.; MEDEIROS, J.S. Gestão 
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In: V CONGRESSO DE ENGENHARIA CIVIL, 1., Juiz de Fora, 2004. 
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 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
NO ESTADO DE PERNAMBUCO – SINDUSCON-PE. Manual do 
proprietário. Disponível em: <http://www.sindusconpe.com.br/ arqQua-
lidade/Manual%20do%20proprietario.pdf>. Acesso em 27 ago. 2008.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
29
 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
NO ESTADO DE PERNAMBUCO – SINDUSCON-PE. Manual das 
áreas comuns. Disponível em: <http://www.sindusconpe.com. br/arq-
Qualidade/manual%20area%20comuns.pdf>. Acesso em 27 ago. 2008.
31
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS 
FUNDAÇÕES
Alexandre Duarte Gusmão - gusmao.alex@ig.com.br
Livre Docente pela UPE
Doutorado pela PUC/RJ e Mestrado pela UFRJ
Engenharia Civil pela UFPE
1. Contextualização
	 O	termo	patologia	em	medicina	significa	“estudo	das	doenças	e	
suas	consequências	no	corpo	humano”.	De	modo	análogo,	pode-se	defi-
nir patologia das fundações como sendo o “estudo dos danos provocados 
pelos movimentos da fundação”.
 Para se resolver um problema que envolva patologia das funda-
ções, é necessário seguir as mesmas etapas da medicina: anamnese; diag-
nóstico / prognóstico; tratamento (Tabela 1).
 Nesse capítulo são apresentados e discutidos os principais tipos de 
patologias de edifícios associadas aos movimentos da fundação.
Tabela 1 – Etapas de um reforço de fundações
Etapa Medicina Engenharia de Fundações
Anamnese
 - Idade, sexo
- Alergias
- Histórico de doenças 
- Remédios, vacinas 
- Tipo de estrutura e 
fundação
- Materiais usados e sua 
vida útil 
- Carregamento 
- Tempo de construção
Diagnóstico
- Sintomasfisiológicos e 
psíquicos 
- Ocorrência 
- Definição das causas 
- Levantamento de danos 
e sua tipologia 
- Ocorrência / histórico 
- Causas dos danos 
Tratamento
- Nenhum (defesa natural)
- Tópico (remédios, trata-
mentos)
- Generalizado (operação, 
transplante) 
- Convivência com os 
danos (estabilização 
natural)
- Reforço localizado 
- Reforço generalizado
32
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
2. Segurança das fundações
2.1 Requisitos de projeto
 Com exceção das estruturas espaciais (satélites, estações espaciais, 
etc), todas as demais obras de engenharia transmitem seus carregamentos 
ao terreno. Com isto, estas obras impõem um novo estado de tensões no 
terreno, que pode ocasionar um desequilíbrio (Figura 1).
 A engenharia civil, em última análise, pode sempre ser resumida 
ao binômio carga-resistência (Figura 2). Há de se buscar nos projetos a 
compatibilização das cargas aplicadas pelas obras com a resistência dos 
materiais	envolvidos.	Deve-se,	 também,	verifi	car	se	as	deformações	dos	
materiais são compatíveis com a obra projetada.
 No caso da engenharia de fundações, a coisa se complica um pou-
co mais, já que o material envolvido (solo ou maciço rochoso), não é arti-
fi	cial	como	o	concreto	ou	o	aço.	Este	fato	é	muito	interessante	e	relevante,	
já	que	na	construção	de	uma	edifi	cação,	quase	sempre	podem	ser	especi-
fi	cados	os	materiais	para	a	estrutura	que	se	deseja.	No	caso	da	fundação,	
ocorre	exatamente	o	contrário,	ou	seja,	o	terreno	é	que	vai	defi	nir	qual	o	
tipo de fundação a ser adotada.
EQUILÍBRIO
ANTES
?
=>
Figura 1 – Efeito da obra de engenharia no terreno
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS FUNDAÇÕES
33
CARREGAMENTO
ATUANTE
RESISTÊNCIA DOS
MATERIAIS
SEGURANÇA
Figura 2 – Binômio carga-resistência
2.2 Conceito de segurança
 
	 Defi	ne-se	como	segurança	de	uma	fundação	a	capacidade	que	a	
mesma apresenta em suportar as cargas que lhe são impostas, continuando 
a atender as condições fundamentais para as quais foi projetada (ALON-
SO, 1991).
 É importante ressaltar que o conceito de segurança de fundação 
não está relacionado apenas à ruptura, mas também às deformações do 
conjunto solo-estrutura e a sua durabilidade. Na realidade estes três aspec-
tos devem constituir as premissas de um projeto de fundações (Figura 3):
I. Estabilidade: a fundação deve ter uma segurança adequada quanto à 
ruptura do terreno, e também do elemento estrutural (sapata, radier, 
estaca, etc).
II. Deformações Toleráveis: as deformações do maciço e os movimentos da 
fundação não devem comprometer a estética, funcionalidade ou esta-
34
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
bilidade	da	edifi	cação.
III. Durabilidade: os elementos de fundação devem ter garantida a sua du-
rabilidade durante toda a vida útil da obra.
REQUISITOS
DE PROJETO
ESTABILIDADE
DEFORMAÇÕES
TOLERÁVEIS
DURABILIDADE
ELEMENTO
TERRENO
DANOS
ESTÉTICOS
DANOS
FUNCIONAIS
DANOS
ESTRUTURAIS
Figura 3 – Requisitos de um projeto de fundações
2.3 Critérios para avaliação da segurança
 Como foi visto no item anterior, o conceito de segurança de fun-
dação é meramente qualitativo, podendo dar margem a diferentes inter-
pretações. Há necessidade, portanto, de se estabelecer critérios que pos-
sam ser utilizados na avaliação da segurança da fundação.
 Quando se aplicam cargas crescentes a uma fundação qualquer, 
o conjunto solo-fundação começa a mobilizar resistência, no sentido de 
reequilibrar	o	sistema.	A	fundação	fi	ca	sujeita	a	deslocamentos	verticais	
descendentes denominados de recalques, que também são crescentes. 
Este mecanismo continua até que seja mobilizada a máxima resistência do 
conjunto,	quando	os	recalques	crescem	indefi	nidamente,	caracterizando	a	
ruptura da fundação (Figura 4).
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS FUNDAÇÕES
35
V
V
S S
Vrup
V
S
Figura 4 – Curva carga-recalque da fundação
	 Defi	ne-se	capacidade de carga da fundação como sendo a máxima car-
ga suportada pela fundação sem haver sua ruptura (Vrup). Dentro das pre-
missas básicas de projeto, é evidente que a carga de trabalho da fundação 
deve ser menor que a sua capacidade de carga, e também que para as 
condições de trabalho, os deslocamentos da fundação devem ser toleráveis 
pela estrutura.
 Quando a carga de trabalho atende tanto ao critério de ruptura, 
quanto ao critério de deslocamento tolerável, é denominada de carga admis-
sível da fundação ou carga de projeto. Portanto, deve-se ressaltar que capacidade 
de carga e carga admissível são conceitos diferentes.
 Em alguns casos, a carga admissível é governada pelo critério de 
ruptura do solo (em geral areias compactas e argilas rijas), enquanto em 
outros é governada pelo critério dos deslocamentos toleráveis (areias fofas 
e argilas moles), como mostra a Figura 5. No primeiro caso, o valor de 
V1adm conduz a um recalque tolerável, e a carga admissível é este próprio 
valor. No segundo caso, sendo o recalque maior que o tolerável, tem-se a 
carga admissível passa a ser aquela correspondente ao valor do recalque 
tolerável S2adm.
36
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
V
S
Vrup
Vadm = Vrup / FS
Sadm
1
Vadm
2
2
Sadm
1
Figura 5 –	Defi	nição	da	carga	admissível	da	fundação
2.4 Uso de fator de segurança global
	 É	um	critério	puramente	determinístico,	onde	é	defi	nido	um	fator	
de segurança global, que é a razão entre os valores médios da resistência 
(no caso, a capacidade de carga da fundação) e da solicitação (no caso, a 
carga aplicada à fundação).
	 É	fi	xado,	então,	um	valor	mínimo	para	o	fator	de	segurança	em	
função de uma série de fatores, tais como:
• Confi	ança	na	estimativa	das	solicitações.
• Variação das resistências e solicitações em relação aos valores médios 
de projeto.
• Combinação das solicitações.
• Consequências prováveis de um colapso.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS FUNDAÇÕES
37
• Confi	ança	nos	parâmetros	geotécnicos.
 Há vários artigos publicados na literatura técnica com tabelas de 
fatores de segurança globais mínimos recomendados para diferentes tipos 
de fundações, em função da obra projetada e prospecção geotécnica do 
subsolo.
 O uso de fatores de segurança globais é o critério mais usado na 
prática de projetos no Brasil. A Norma Brasileira NBR-6122/10 (Projeto 
e Execução de Fundações) recomenda os valores mostrados na Tabela 2.
Para se ter a redução no fator de segurança de 3,0 para 2,0 em fundações 
superfi	ciais,	ou	de	2,0	para	1,6	em	fundações	profundas,	a	Norma	exige	
que sejam disponíveis os resultados de um número adequado de provas 
de carga realizadas a priori, ou seja, na fase de projeto, e que os elementos 
ensaiados sejam representativos do conjunto da fundação.
 A Norma prevê, ainda, que quando forem levadas em considera-
ção todas as combinações possíveis entre os carregamentos previstos nas 
normas estruturais, e o vento for a ação variável principal, pode-se majorar 
em 30 % os valores admissíveis das tensões no terreno, e das cargas ad-
missíveis em estacas. Entretanto, estes valores admissíveis não podem ser 
ultrapassados quando consideradas apenas as cargas permanentes e aci-
dentais.	Em	qualquer	situação,	deve	ser	feita	a	verifi	cação	dos	elementos	
estruturais.
Tabela 2 – Fatores de segurança globais recomendados pela NBR-
6122/10
Condição de projeto Fator de segurança mí-nimo
- Capacidade de carga de fundações superfi ciais 
através de métodos semi-empíricos ou analíticos 3,0
- Capacidade de carga de fundações superfi ciais 
através de métodos semi-empíricos ou analíticos, 
acrescidos de duas ou mais provas de carga está-
tica a priori 2,0
38
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
- Capacidade de carga de estacas ou tubulões 
através de métodos semi-empíricos 2,0
- Capacidade de carga de estacas ou tubulões 
através de métodos semi-empíricos acrescidos 
de um determinado número de provas de carga 
a priori
1,6
2.5 Uso de fatores de segurança parciais
 Neste critério, é associado um fator de segurança parcial a cada 
uma das variáveis envolvidas (variabilidade dascaracterísticas dos mate-
riais, imperfeições do cálculo devido a hipóteses teóricas, imperfeição na 
execução, entre outros).
 O cálculo é feito no estado nominal de ruptura, onde as solicita-
ções majoradas pelos correspondentes fatores de segurança parciais, não 
devem ser superiores às resistências minoradas pelos respectivos fatores 
de segurança parciais. Este procedimento é semelhante ao usado no di-
mensionamento do concreto armado.
 A escolha dos fatores parciais depende de uma série de aspectos, já 
citados no item anterior. Apesar de previsto desde a antiga Norma NBR-
6122/96, este critério tem sido pouco usado na prática de projetos de 
fundações no Brasil. Há uma expectativa de que com a publicação da nova 
versão da Norma haja um incremento de projetos com uso de fatores de 
segurança parciais.
2.6 Uso de critérios probabilísticos
 Ao contrário do uso de fatores de segurança, este critério consi-
dera a dispersão e variabilidade dos parâmetros de resistência do terreno 
e das cargas atuantes, devendo-se conhecer as suas respectivas funções de 
probabilidade.
	 É	fi	xada	uma	probabilidade	de	ruína,	ao	invés	de	um	fator	de	se-
gurança. Esta probabilidade de ruína é numericamente igual à área de in-
terseção das curvas onde as solicitações são maiores que as resistências 
(Figura 6).
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS FUNDAÇÕES
39
 Ressalta-se que a probabilidade de ruína nunca é nula, mesmo que 
o fator de segurança global seja superior à unidade. É evidente, no entanto, 
que à medida que cresce o fator de segurança, diminui a área hachurada e, 
consequentemente, a probabilidade de ruína. A NBR-6122/10 não con-
templa este tipo de análise.
Figura 6 –	Defi	nição	de	probabilidade	de	ruína
2.7 Dimensionamento das peças estruturais
 A avaliação da segurança de uma fundação deve incluir a análise de 
estabilidade dos elementos estruturais (sapatas, radiers, estacas, etc).
Estas peças devem ser dimensionadas segundo as recomendações pre-
vistas nas normas dos respectivos materiais envolvidos (por exemplo, a 
NBR-6118 para peças de concreto armado).
3. Movimentos da fundação
 Burland e Wroth (1974) propuseram um conjunto consistente de 
defi	nições	para	descrever	os	movimentos	da	fundação	(Figura	7	–	notar	
40
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
que o recalque está representado pela letra W). O recalque absoluto ou 
total é o deslocamento vertical descendente da fundação. O recalque di-
ferencial entre dois pontos é a diferença entre os valores dos respectivos 
recalques absolutos.
 Um dos conceitos mais usados na previsão de patologias em edi-
fi	cações	decorrentes	de	movimentos	da	fundação	é	a	rotação	relativa	ou	
distorção angular (β). No caso da inclinação ser nula, o seu valor coincide 
com o da rotação (θ), que pode ser calculada pela relação entre o recalque 
diferencial entre dois pontos e o seu vão, facilitando os cálculos.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS FUNDAÇÕES
41
Figura 7 - Movimentos da fundação (Gusmão, 1990)
 O recalque é o principal movimento das fundações de edifícios, 
já que o carregamento preponderante é decorrente de peso próprio. A 
Tabela 3 apresenta um resumo das principais causas de recalques. Para o 
correto diagnóstico das patologias e seu tratamento ou reforço, é funda-
mental que as causas dos recalques sejam devidamente caracterizadas. Do 
contrário o tratamento pode ser inócuo ou até mesmo piorar o desempe-
nho do edifício.
Tabela 3 – Causas de recalques
Tipo Descrição Exemplo
Carregamento
Estático
Dinâmico
Própria obra e obras vizi-
nhas
Máquinas, veículos, etc.
Variação de
Umidade
Variação sazonal
Drenagem
Cortes no relevo
Barragem
Chuva
Seca prolongada
Absorção por plantas
Evaporação
Regularização de rios e 
canais
Rebaixamento do NA
Métodos de
Construção
Escavação
Rebaixamento do NA
Cravação de estacas
Execução de aterros
Ruptura de peças
Cavas superfi ciais, túneis e 
galerias
Camada mole, erosão in-
terna e gradiente crítico
Condições ambien-
tais
Fatores geológicos
Erosão
Elementos biológicos
Deterioração do elemen-
to estrutural
Cavernas cársticas
vossorocas
Formigueiros
Reação álcali-agregado 
(RAA)
42
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
4. Patologias causadas por recalques
4.1 Tipos de danos
 Os danos causados pelos movimentos da fundação podem ser 
classifi	cados	 em	 estéticos,	 funcionais	 e	 estruturais	 (BURLAND	 et	 al.,	
1977), como mostra a Tabela 4. Por outro lado, a maioria dos critérios 
usados	para	avaliação	de	danos	em	edifi	cação	faz	a	comparação	entre	os	
movimentos da fundação e valores ditos como limites ou admissíveis.
Tabela 4 – Danos associados a movimentos da fundação (BURLAND et 
al., 1977)
Tipo de
Dano Características Exemplos
Estético
- Dano afeta apenas a 
aparência, sem compro-
meter o uso e a estabili-
dade da edifi cação
- Fissuras em painéis de estru-
turas aporticadas.
- Pequena inclinação de corpo 
rígido
Funcional
- Dano afeta o uso e/
ou a funcionalidade da 
edifi cação
- Difi culdade para abertura de 
portas e janelas.
- Reversão de drenagem.
- Inclinação de poço de eleva-
dor.
Estrutural
- Dano afeta os elemen-
tos estruturais e podem 
comprometer a estabili-
dade da edifi cação
- Fissuras em lajes, vigas e pila-
res em estruturas aporticadas.
- Fissuras em paredes de alve-
naria estrutural.
4.2 Patologias típicas
 A ocorrência de recalques diferenciais causa o aparecimento de 
esforços secundários nos elementos estruturais. A Figura 8, por exemplo, 
mostra o caso de um painel de alvenaria apoiado em uma viga de concreto 
armado.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS FUNDAÇÕES
43
Figura 8 – Parede de alvenaria em estrutura aporticada
 Admitindo-se que haja um recalque diferencial da coluna central 
em relação aos demais apoios (situação muito comum de ocorrer na práti-
ca), o recalque afeta a parede, a viga e os pilares. Surgem tensões cisalhan-
tes nas faces na parede, e uma tração máxima a 45º (Figura 9). Dependen-
do	da	magnitude,	pode	ocorrer	o	fi	ssuramento	da	parede	nesta	direção,	
normalmente na junta entre os tijolos (Figura 10).
44
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
Figura 9 – Esforços adicionais na alvenaria devido ao recalque diferen-
cial
Figura 10 – Fissura na alvenaria
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS FUNDAÇÕES
45
 A Figura 11 apresenta o modelo de cálculo da viga admitindo-se 
apoios indeslocáveis. O recalque também provoca o surgimento de mo-
mentos negativo e positivo nos apoios periférico e central da viga, respec-
tivamente.	Se	a	viga	não	estiver	devidamente	armada,	pode	haver	fi	ssura-
mento, conforme indicado na Figura 12.
Figura 11 – Modelo de cálculo da viga com apoios indeslocáveis
46
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
Figura 12 –	Esforços	adicionais	e	fi	ssura	na	viga	devido	ao	recalque	di-
ferencial
 Finalmente, o recalque também provoca uma redistribuição das 
cargas nos pilares, havendo uma migração de carga do pilar central para os 
pilares extremos. O acréscimo de carga pode provocar o esmagamento do 
pilar (Figura 13).
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS FUNDAÇÕES
47
Figura 13 – Esmagamento dos pilares devido ao recalque diferencial
	 No	caso	de	edifi	cações	com	estrutura	de	alvenaria	autoportante,	o	
padrão	de	fi	ssuramento	é	infl	uenciado	pela	presença	de	aberturas	(janelas	
e portas), como mostrado esquematicamente na Figura 14.
 Há ainda que se considerar a rigidez da estrutura na redistribuição 
dos esforços na estrutura (GUSMÃO, 1990). Se a deformada de recalques 
for uniforme, há apenas uma translação da estrutura (sem inclinação), e 
não	surgem	esforços	adicionais	na	estrutura,	mesmo	sendo	a	mesma	fl	exí-
vel ou rígida. Se, ao contrário, a deformada não for uniforme, a estrutura 
perfeitamente	fl	exível	acompanha	os	movimentos	do	terreno	e	também	
não há esforços adicionais na estrutura. Se, no entanto, for uma estrutura 
rígida,	há	uma	signifi	cativa	redistribuição	de	esforços.
48
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
Figura 14 –	Exemplos	de	fi	ssuras	causadas	por	recalquesem	paredes	
autoportantes (HOLANDA Jr., 2002)
5. Reforço de fundações
O reforço de uma fundação em geral é usado nas seguintes situações:
• Mau desempenho da fundação existente;
• Alteração do carregamento da estrutura (ex: ampliação vertical);
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS FUNDAÇÕES
49
• Alteração do tipo de uso da estrutura (ex: de residencial para comer-
cial). 
 Mas esse reforço não deve ser concebido de uma maneira isolada, 
sem levar em conta o contexto da obra. Do mesmo modo, não se deve di-
mensionar um reforço de fundação sem que o diagnóstico das patologias 
esteja devidamente esclarecido. A Tabela 5 apresenta as principais condi-
cionantes do projeto do reforço.
Tabela 5 – Condicionantes do reforço de fundações
Condicionantes Características
Técnicas
- Compatibilidade entre as condições do solo, da es-
trutura e do reforço.
- O tempo de execução do reforço deve ser compa-
tível com a velocidade de ganho de estabilidade da 
estrutura.
Econômicas
- Custo do reforço x valor da construção.
- Custo do reforço x valor da ampliação (ex: subsolo 
para garagem).
- Edifi cações públicas e históricas.
Exequibilidade e 
Segurança
- Acesso de pessoal e equipamentos.
- Monitoramento da obra para identifi cação de situa-
ções de risco.
50
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
Referências
 ALONSO, U.R. (1991). Previsão e Controle das Fundações. Editora 
Edgard Blucher, 142p.
 BURLAND, J. B e WROTH, C. P. (1974). Settlements of Buil-
dings and Associated Damage. Proc. of Conference on Settlements of 
Structures, Cambridge/UK, pp. 611-654,.
 BURLAND, J.B.; BROMS, B.B.; MELLO, V.F.B. (1977). Beha-
vior of foundations and structures. Proc. Of IX ICSMFE, Tóqui, Vol. 2, 
pp.495-546. 
 GUSMÃO, A. D. (1990). Estudo da Interação Solo-Estrutura e sua In-
fl uência em Recalques de Edifi cações. Tese de Mestrado, COPPE, UFRJ, Rio de 
Janeiro.
 HOLANDA JR., O. G.(2002), Infl uência de Recalques em Edifícios de 
Alvenaria Estrutural. Doutorado, EESC/USP, São Carlos.
53
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS 
ESTRUTURAS DE CONCRETO
Eudes de Arimatéa Rocha - ear_pec@poli.br
Mestrado pela UPE
Engenharia Civil pela UPE
Eliana Cristina Barreto Monteiro – eliana@poli.br
Livre Docente pela UPE
Doutorado pela USP e Mestrado pela UnB
Engenharia Civil pela UPE
1. Manifestações Patológicas das Construções em Concreto
 Em decorrência do que vem sendo discutido sobre patologia das 
construções,	o	meio	no	qual	a	construção	está	inserida,	é	um	definidor	do	
comportamento desta estrutura em relação a sua probabilidade de apre-
sentar defeitos. Uma vez que os fenômenos patológicos estão interligados 
à ação degradante do ambiente, torna-se necessário uma prática constru-
tiva cada vez mais precisa, onde em todas as fases, desde a concepção e 
planejamentos até a utilização da estrutura sejam tomadas as devidas pre-
cauções.
	 Assim,	de	 acordo	 com	Azevedo	 (2011),	 pode-se	 afirmar	que	 as	
manifestações patológicas têm suas origens motivadas por falhas ocasio-
nadas durante uma ou mais fases dos processos que permeiam a constru-
ção civil, sejam eles provenientes da fase de projeto, execução ou utilização 
de determinada construção. 
 Tais falhas, por sua vez, são agravadas pela ação de agentes agres-
sivos,	cuja	atuação	dificilmente	se	dá	de	forma	isolada,	mas	sim	como	um	
conjunto de agentes ligados a uma série de causas.
 Outro importante aspecto que deve ser considerado e que está 
atrelado ao desenvolvimento dos fenômenos patológicos em uma cons-
trução é a existência ou não de um programa de manutenção predial regu-
lar.
 De maneira mais abrangente, os problemas patológicos exibem 
sintomas que se apresentam numa escala evolutiva, em que, durante um 
54
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
eventual acompanhamento do sintoma, percebe-se o desenvolvimento do 
problema de forma a permitir distinção das diferentes causas. Neste caso, 
quanto	mais	cedo	for	a	identifi	cação	de	determinada	falha,	mas	fácil	será	
o tratamento do problema e consequentemente menos oneroso.
 Em Monteiro (2005) é apresentado a lei de evolução dos custos, 
conhecida também como Lei de Sitter ou Lei dos Cinco (Figura 1) em 
que os custos de correção de um problema em uma estrutura de concreto 
armado crescem segundo uma progressão geométrica de razão cinco, ou 
seja, quanto mais cedo começa a se recuperar a estrutura, maior será a vida 
útil da mesma e mais econômico será o processo de recuperação.
 Diversos estudos, realizados em vários países do mundo, busca-
ram relacionar a fase da construção civil que mais origina problemas pa-
tológicos em estruturas de concreto. Em sua grande maioria as manifesta-
ções patológicas de estruturas de concreto surgem na fase de concepção e 
projeto seguido por aspectos relacionados à execução das estruturas e aos 
materiais construtivos empregados.
Figura 1 - Lei da evolução de custos de Sitter.
Fonte: Sitter (1986).
 Vale salientar que a adoção de determinados materiais de cons-
trução	sem	o	devido	cuidado,	em	alguns	casos,	é	condição	sufi	ciente	para	
o aparecimento de manifestações patológicas. O concreto, assim como o 
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
55
tijolo e a pedra, são materiais porosos com uma microestrutura caracte-
rizada pela presença de um sistema de poros de várias dimensões através 
dos quais podem penetrar as substâncias presentes no ambiente. Para Ber-
toloni (2010), o transporte de substâncias gasosas ou líquidas está frequen-
temente na base dos fenômenos de degradação desses materiais.
 Entretanto outros mecanismos também podem atuar de maneira 
a favorecer o aparecimento dos fenômenos patológicos. A presença de 
umidade	em	uma	edifi	cação,	uma	movimentação	eventual	no	terreno,	uma	
sobrecarga	 adicional	 na	 estrutura	 ou	 uma	 nova	 utilização	 da	 edifi	cação	
(não prevista em projeto) e, principalmente, a execução de reformas nas 
construções sem a supervisão técnica estão entre alguns dos principais 
fatores que desencadeiam problemas patológicos nas construções.
 Vários autores, entre eles Bertolini (2010), Azevedo (2011), Metha 
e	Monteiro	(2014),	classifi	cam	em	cinco	os	principais	mecanismos	de	de-
terioração que podem ocorrer durante a vida útil de uma estrutura, elenca-
dos a seguir:
• Fissuração;
• Ataques químicos;
• Ataques físicos;
• Corrosão de armaduras;
• Defeitos devido à construção, concepção de projeto e detalhamento.
1.1 Fissuração
	 Em	Veloso	(2014),	a	fi	ssuração	é	o	segundo	processo	patológico	
mais	frequente	nas	edifi	cações,	fi	cando	atrás	somente	dos	problemas	de	
presença de umidade nas estruturas. Segundo a autora supracitada, isto 
ocorre	pela	diversidade	de	causas	existentes,	que	podem	provocar	as	fi	ssu-
ras	numa	edifi	cação.
 Thomaz (1989) alerta para três aspectos relevantes que necessitam 
ser	considerados	mediante	a	fi	ssuração	dos	edifícios.	São	eles,	(i)	o	com-
prometimento do desempenho da obra em serviço (estanqueidade à água, 
56
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
durabilidade, isolação acústica, etc.), (ii) o constrangimento psicológico 
que	a	fi	ssuração	do	edifício	exerce	sobre	seus	usuários	e	(iii)	o	aviso	de	um	
eventual estado perigoso para a estrutura.
	 Não	necessariamente,	a	presença	de	fi	ssuras	em	estruturas	de	con-
creto	armado	é	uma	indicação	de	defi	ciência	de	resistência	ou	funciona-
mento e não deve ser, em geral, causa para alarme, considerando a possi-
bilidade	de	fi	ssuração	(CASTRO,1994).	No	entanto	é	importante	salientar	
que	a	fi	ssuração	das	estruturas	facilita	a	entrada	de	agentes	agressivos	e,	
muitas vezes, um problema simples se torna uma anomalia muito mais 
danosa.
	 De	forma	simplifi	cada,	as	fi	ssuras	em	estruturas	de	concreto	po-
dem ser ocasionadas por tensões oriundas de atuação de sobrecargas ou 
de movimentações de materiais, dos componentes ou da obra como um 
todo.	Assim,	nas	 edifi	cações	 as	fi	ssuras	 são	provocadas,	 principalmente	
por:
• Movimentações provocadas por variações térmicas e de umidade;
• Atuação de sobrecargasou concentração de tensões;
• Deformabilidade excessiva das estruturas;
• Recalques diferenciados das fundações;
• Retração de produtos à base de ligantes hidráulicos;
• Alterações químicas de materiais de construção.
1.1.1 Fissuras Causadas por Movimentações Térmicas
 Os elementos e componentes de uma estrutura estão sujeitos a 
variações de temperatura, sazonais e diárias. Essas variações repercutem 
em uma variação dimensional dos materiais de construção (dilatação ou 
contração); os movimentos de dilatação e contração são restringidos pelos 
diversos vínculos que envolvem os elementos e componentes, desenvol-
vendo nos materiais tensões que poderão provocar o aparecimento de 
fi	ssuras.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
57
 As trincas de origem térmica podem também surgir por movimen-
tações diferenciadas entre componentes de um elemento, entre elementos 
de um sistema e entre regiões distintas de um mesmo material.
 O CIBW80/RILEM 71-PSL (1983) explicita que as principais mo-
vimentações diferenciadas ocorrem em função de:
• Junção	de	materiais	com	diferentes	coefi	cientes	de	dilatação	térmica,	
sujeitos às mesmas variações de temperatura;
• Exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais;
• Gradiente de temperaturas ao longo de um mesmo componente.
1.1.2 Fissuras Causadas por Movimentações Higroscópicas
 Para Thomaz (1989), as mudanças higroscópicas provocam va-
riações dimensionais nos materiais porosos que integram os elementos e 
componentes	da	edifi	cação.
 Bertolini (2010, p.32) descreve que “em quase todos os fenôme-
nos de degradação físico-química dos materiais, é necessária a presença de 
água”.	Freitas,	Torres	e	Guimarães	(2008),	por	sua	vez,	reafi	rmam	que	a	
umidade constitui uma das principais causas de degradação dos edifícios.
	 Tal	afi	rmação	se	justifi	ca	porque	o	aumento	do	teor	de	umidade	
provoca uma expansão do material enquanto que a diminuição desse teor 
provoca uma contração. Os vínculos impedem ou restringem essas mo-
vimentações,	ocasionando	as	fi	ssuras	nos	elementos	e	 componentes	do	
sistema construtivo.
 A umidade tem acesso aos materiais de construção através de di-
versas vias, como por exemplo:
• Umidade resultante da produção dos componentes;
• Umidade proveniente da execução da obra;
• Umidade do ar ou proveniente de fenômenos meteorológicos;
• Umidade ascencioanal proveniente dos mecanismos de migração por 
58
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
capilaridade da água no interior dos poros dos materiais de constru-
ção.
1.1.3 Fissuras Causadas pela Atuação de Cargas Diretas e Sobre-
cargas
 Conforme comentado por Filho e Carmona (2013), os esforços 
mais	comuns	e	que	levam	à	fi	ssuração	devido	à	esforços	externos	aplica-
dos	são	aqueles	que	produzem	tensões	de	tração,	tais	como	fl	exão,	cisalha-
mento, punção, torção entre outros.
	 Segundo	Thomaz	(1989),	a	ocorrência	de	fi	ssuras	em	um	determi-
nado elemento estrutural produz uma redistribuição de tensões ao longo 
do	componente	fi	ssurado	e	mesmo	nos	componentes	vizinhos,	de	manei-
ra que a solicitação externa geralmente acaba sendo absorvida de forma 
globalizada pela estrutura ou parte dela. 
	 O	controle	de	fi	ssuras	em	projeto	é	bastante	complexo	e	 impli-
cações	estruturais	sérias	não	devem	ser	esperadas	de	fi	ssuras	excedendo	
marginalmente	os	limites	de	norma	se	a	armadura	é	sufi	ciente	e	adequa-
damente colocada, e o cobrimento é compatível com o ambiente onde a 
estrutura	está	situada.	As	principais	confi	gurações	de	fi	ssuras	sob	efeito	de	
cargas são apresentadas na Figura 2, transcrita do Bulletin d` Information 
(CEB nº 182, 1989). 
 Quanto às sobrecargas, previstas ou não em projeto, as mesmas 
podem	produzir	o	fi	ssuramento	de	componentes	de	concreto	armado	sem	
que	isto	signifi	que,	necessariamente,	a	ruptura	do	componente	ou	instabi-
lidade da estrutura. No entanto, é sempre bom considerar a incidência de 
fi	ssuras	em	uma	estrutura	de	forma	a	evitar	a	penetração	de	agentes.
1.1.4 Fissuras Causadas por Deformabilidade Excessiva de Estru-
turas de Concreto Armado
 Vigas e lajes deformam-se naturalmente sob ação do peso próprio, 
das demais cargas permanentes e acidentais e mesmo sob efeito da retra-
ção e da deformação lenta do concreto. Os componentes estruturais ad-
mitem	fl	echas	que	podem	não	comprometer	em	nada	sua	própria	estética,	
a	estabilidade	e	a	resistência	da	construção;	tais	fl	echas,	entretanto,	podem	
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
59
ser incompatíveis com a capacidade de deformação de paredes ou outros 
componentes que integram os edifícios (THOMAZ, 1989).
	 A	NBR	6118	(ABNT,	2014)	estipula	as	máximas	fl	echas	permissí-
veis para vigas e lajes (alínea c, item 4.2.3.1):
As	fl	echas	medidas	a	partir	do	plano	que	contém	
os apoios, quando atuarem todas as ações, não 
ultrapassarão 1/300 do vão teórico, exceto no 
caso de balanços para os quais não ultrapassarão 
1/150 do seu comprimento teórico.
O deslocamento causado pelas cargas acidentais 
não será superior a 1/500 do vão teórico e 1/250 
do comprimento teórico dos balanços.
60
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
Figura 2 - Fissuras devido a carga imposta.
Fonte CEB, (1989) – adaptada.
 Salienta-se a necessidade de maior atenção e cuidado especial ao se 
verifi	car	a	possibilidade	de	ser	atingido	o	estado	de	deformação	excessiva,	
evitando as deformações que possam ser prejudiciais à estrutura ou a ou-
tras partes da construção.
 É comum alguns calculistas não darem a devida atenção a este 
item	da	Norma,	presenciando-se	frequentes	casos	de	fi	ssuras	em	alvena-
rias	provocadas	pelas	fl	echas	dos	componentes	estruturais.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
61
1.1.5 Fissuras Causadas pela Retração de Produção à Base de Ci-
mento
 O fenômeno da retração está associado a deformações em pastas 
de cimento, argamassas e concretos, sem que haja qualquer tipo de carre-
gamento. De uma forma geral, a principal causa da retração é a perda de 
água da pasta de cimento (FILHO; CARMONA, 2013).
 Nesta compreensão o principal mecanismo de retração é a perda 
de água por evaporação em estado fresco ou endurecido.
 Thomaz (1989) considera que em função da trabalhabilidade ne-
cessária, os concretos e argamassas normalmente são preparados com 
água em excesso, o que vem acentuar a retração. Na realidade é importante 
distinguir as três formas mais comuns de retrações que ocorrem em um 
produto preparado com cimento:
• Retração química: a reação química entre o cimento e a água se dá 
com redução de volume; devido a grandes forças interiores de coesão, 
a água combinada quimicamente (22 a 32%) sofre uma contração de 
cerca de 25% de seu volume original;
• Retração por secagem: a quantidade excedente de água, empregada 
na preparação do concreto ou argamassa, permanece livre no interior 
da massa, evaporando-se posteriormente; tal evaporação gera forças 
capilares equivalentes a uma compressão isotrópica da massa, produ-
zindo a redução do seu volume;
• Retração por carbonatação: a cal hidratada liberada nas reações de 
hidratação do cimento reage com o gás carbônico presente no ar, 
formando carbonato de cálcio. Esta reação é acompanhada de uma 
redução de volume.
 Os três tipos acima descritos, acontecem com o concreto em seu 
estado endurecido, ou em seu processo de endurecimento em períodos 
de tempo relativamente longos. Ainda há um quarto tipo de retração que 
ocorre quando o concreto está em seu estado fresco. Este se chama retra-
ção plástica.
62
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
	 Andrade	e	Silva	(2005)	afi	rmam	que	a	perda	de	água	do	concreto	
ainda não endurecido ocorre devido à exposição de sua superfície às in-
tempéries como vento, baixa umidade relativa e aumento da temperatura 
ambiente	que	podem	levar	o	concreto	à	fi	ssuração.	
 Desse modo, a retração plástica é consequência da evaporação da 
água da superfície exposta do concreto. Este tipo de retração está ligado 
ao fenômeno daexsudação, ou seja, se a evaporação da água da superfície 
for	mais	rápida	do	que	a	exsudação,	podem	ocorrer	fi	ssuras	superfi	ciais,	
de pequena profundidade e normalmente espaçadas de 0,30 a 1,0mm.
	 As	 fi	ssuras	 provenientes	 de	 retração	 térmica	 se	 interceptam	 se-
gundo ângulos aproximadamente retos, podendo dar origem a uma rede 
reticular	formada	por	um	grande	número	de	fi	ssuras	com	profundidade	
elevada que abrem caminho para a percolação da água e consequente-
mente deterioração do concreto (SANTOS; BITTENCOURT; GRAÇA, 
2011).
1.1.6 Fissuras Causadas por Alterações Químicas dos Materiais de 
Construção
 Os materiais de construção são susceptíveis de deterioração 
pela ação de substâncias químicas, principalmente as soluções ácidas e 
alguns tipos de álcool. A seguir serão enfocados três tipos de alterações 
químicas que se manifestam com frequência relativa:
• Retração retardada de cales: Segundo Santos, Bittencourt e Graça 
(2011), no caso de fabricação de componentes ou elementos com ca-
les	mal	hidratadas,	se	por	qualquer	motivo	ocorrer	uma	umidifi	cação	
do componente ao longo de sua vida útil, haverá a tendência de que 
os óxidos livres venham a hidratar-se, apresentando, em consequên-
cia, um aumento do volume de aproximadamente 100%. Em função 
da	intensidade	dessa	expansão	poderão	surgir	fi	ssuras	que	ocorrerão	
preferencialmente nas proximidades do topo da parede, onde são me-
nores os esforços de compressão oriundos do seu peso próprio;
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
63
• Ataque por sulfatos: O aluminato tricálcico, um constituinte normal 
dos cimentos, pode reagir com sulfatos em solução formando um 
composto denominado sulfoaluminato tricálcico ou etringita, sen-
do que esta reação é acompanhada de grande expansão (METHA; 
MONTEIRO, 2014). Para que esta reação ocorra é necessária a pre-
sença de cimento, de água e de sulfatos solúveis. Os sulfatos poderão 
provir de diversas fontes, como o solo, águas contaminadas ou mes-
mo componentes cerâmicos constituídos por argila com altos teores 
de sais solúveis; 
• Corrosão de armaduras: Quando há corrosão das armaduras no in-
terior do concreto, os óxidos que se formam são expansivos, geran-
do grandes tensões. Isto provoca o rompimento do concreto, com 
o	 aparecimento	 de	 fi	ssuras	 e	 lascamento	 do	 concreto	 ao	 longo	 da	
armadura.
1.2 Ataques Químicos
 A degradação do concreto por ataque químico é, comumente, um 
resultado de ataque sobre a matriz do cimento mais que sobre os agrega-
dos. A permeabilidade do concreto, caracterizada pela existência de poros, 
e	a	presença	de	fl	uídos	agressivos	são	fatores	determinantes	nos	efeitos	
dos ataques químicos. Estes podem ocorrer em duas formas: dissolução, 
que é a lavagem de componentes solúveis, e expansão, devido à forma-
ção/cristalização dos componentes (CASTRO, 1994).
 Segundo Almeida e Sales (2014), os ataques químicos mais co-
muns são:
• Efl	orescência:	São	manchas	ocasionadas	geralmente	pela	precipitação	
de carbonato de cálcio (CaCO3) na superfície do concreto, devido à 
evaporação da água que contém o hidróxido de cálcio;
• Ataque por sulfatos: É uma reação que consiste na formação de etrin-
gita (trisulfoaluminato de cálcio hidratado) a partir da reação de íons 
sulfatos com aluminatos de cálcio hidratado de cimento e /ou a alu-
mina reativa dos agregados. Este composto é muito expansivo e pro-
64
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
duz desagregação de toda a massa, com perdas de resistência notáveis;
• Ataque por ácidos: A penetração dos ácidos causa a decomposição de 
produtos de hidratação do cimento formando outros elementos que, 
se forem solúveis, podem ser lixiviados e, se insolúveis, podem ex-
pandir no próprio local onde se formam. O resultado deste ataque é a 
redução da capacidade aglomerante da pasta de cimento provocando 
a desagregação do concreto;
• Ataque por água do mar – Contém os sais, cloretos e nitratos; com 
cátions (Al, Fe, Mg) formam bases insolúveis e de baixa alcalinidade. 
Não interferem no aumento da porosidade da pasta, mas reduzem o 
seu pH, sendo prejudiciais à estabilidade dos silicatos de cálcio hidra-
tados e à corrosão das armaduras.
1.2.1 Íons Cloretos
	 De	acordo	com	Figueiredo	(2011),	nas	edifi	cações	a	maior	preo-
cupação quanto ao ataque químico nas estruturas é através da névoa salina 
com	alto	teor	de	íons	cloretos	que	se	infi	ltram	nas	estruturas	provocando	
corrosão das armaduras ou outras anomalias. A ação desta névoa salina é 
intensifi	cada	pela	proximidade	com	mares	e	oceanos.	Neste	caso	as	edi-
fi	cações	 presentes	 próximas	 às	 zonas	 litorâneas	 podem	 apresentar	 uma	
quantidade elevada de íons cloreto em sua estrutura.
1.2.2 Efl orescências
	 A	 efl	orescência	pode	 aparecer	nas	peças	de	 concreto	 após	dias,	
semanas ou mesmo meses. São depósitos salinos que se formam na super-
fície, resultantes da migração e posterior evaporação de soluções aquosas 
salinizadas, deixando assim formações salinas na superfície dos materiais 
(LANNES,	2011).	Na	maior	parte	dos	casos	as	efl	orescências	não	causam	
problemas maiores que o mau aspecto resultante, mas há circunstâncias 
em que o sal formado pode levar a lesões tais como o descolamento dos 
revestimentos ou pinturas, a desagregação das paredes e até a queda de 
elementos construtivos.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
65
	 Os	sais	solúveis	que	dão	origem	às	efl	orescências	podem	ter	várias	
origens, dentre elas as matérias-primas, os materiais de construção, a água 
existente	no	subsolo,	etc.	Na	maioria	dos	casos	as	efl	orescências	em	ma-
teriais de construção são causadas por sais de cálcio, de sódio, de potássio, 
de magnésio ou de ferro, raramente por outros. E também na maioria dos 
casos esses sais já fazem parte integrante do material de construção que, 
ao ser atravessado pela umidade, os dissolve na água (VERÇOZA, 1991).
	 A	efl	orescência	é	um	processo	natural	em	que	a	água,	tendo	en-
trado pelos poros capilares, dissolve o hidróxido de cálcio da pasta de 
cimento. O hidróxido de cálcio dissolvido pode, em seguida, reagir com 
o dióxido de carbono do ar para formar carbonato de cálcio insolúvel na 
superfície	do	 concreto.	Visto	que	um	fi	lme	de	 água	normalmente	 tam-
bém está presente na superfície do concreto, na maioria dos casos toda a 
superfície	fi	cará	coberta	por	carbonato	de	cálcio,	que	são	as	manchas.	O	
sal também pode se formar quando a água reúne dois ou mais compostos 
diferentes	que	reajam	entre	si.	Para	que	ocorra	a	efl	orescência	há	sempre	
uma constante necessidade de umidade, sendo por isso a sua correção 
implicar na eliminação da umidade. 
 Na percepção de Verçoza (1991), “raramente o sal pode ser depo-
sitado pela atmosfera, devido à presença de indústrias químicas ou situa-
ções similares nas proximidades, que lancem produtos químicos no ar. Ou 
pode ser simplesmente poeira trazida pelo ar”. (p.28-9)
	 Já	em	Lannes	(2011),	as	efl	orescências	podem	possuir	manchas	de	
cor castanhas, ou de ferrugem, que é o tipo de mancha mais comum do 
concreto armado. Ela aparece quando há pouco recobrimento da arma-
dura, ou quando o concreto é muito poroso, ou quando o aço entra em 
contato com substâncias oxidantes, como os ácidos inorgânicos. Podem 
possuir também manchas brancas, com aspecto de nuvem, pulverulentas, 
geralmente causadas por sulfatos (de sódio, de potássio, cálcio ou magné-
sio), e que não desagregam dos materiais. A maior lesão é o mau aspecto, 
a depreciação e descolamento de pinturas, mas nem sempre acontece por 
que às vezes, a umidade com o sal, atravessa também a pintura. Quando 
o sal é depositado por atmosferas industriais, ou vem do solo junto com 
a água de capilaridade, nesse caso a deposição será permanente. Podem 
ocorrer também manchas de cor branca escorrida, que não são solúveis 
66
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
em água e são muito aderentes, são manchas de carbonato de cálcio, co-
mumente formado pela reação do hidróxido decálcio (nata de cal) com o 
gás carbônico do ar. Essas manchas não corroem o material, porém dão 
um péssimo aspecto e podem causar o descolamento dos revestimentos 
ou pinturas, porque o sal é mais grosso que os sulfatos.
 Em decorrência da diversidade de compostos que podem originar 
o	fenômeno	da	efl	orescência,	Bauer	(2011),	sintetiza	no	Quadro	1	a	natu-
reza	química	das	efl	orescências	relacionando-as	com	a	sua	respectiva	fonte	
de origem e solubilidade em água.
Quadro 1 –	Natureza	química	das	efl	orescências
Composição Química Fonte Provável Solubilidade em Água
Carbonato de Cálcio
Carbonatação da cal lixiviada 
da argamassa ou concreto e 
de argamassa de cal não car-
bonatada.
Pouco solúvel
Carbonato de Magnésio
Carbonatação da cal lixiviada 
de argamassa de cal não car-
bonatada.
Pouco solúvel
Carbonato de Potássio
Carbonatação dos hidróxidos 
alcalinos de cimentos com 
elevado teor de álcalis
Muito solúvel
Carbonato de Sódio
Carbonatação dos hidróxidos 
alcalinos de cimentos com 
elevado teor de álcalis
Muito solúvel
Hidróxido de Cálcio Cal liberada na hidratação do cimento Solúvel
Sulfato de Cálcio Desi-
dratado
Hidratação do sulfato de cál-
cio do tijolo
Parcialmente so-
lúvel
Sulfato de Magnésio Tijolo, água de amassamento Solúvel
Sulfato de Cálcio Tijolo, água de amassamento Parcialmente so-lúvel
Sulfato de Potássio Reação tijolo-cimento, agre-gados, água de amassamento Muito solúvel
Sulfato de Sódio Reação tijolo-cimento, agre-gados, água de amassamento Muito solúvel
Cloreto de Cálcio Água de amassamento Muito solúvel
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
67
Cloreto de Magnésio Água de amassamento Muito solúvel
Nitrato de Potássio Solo adubado ou contami-nado Muito solúvel
Nitrato de Sódio Solo adubado ou contami-nado Muito solúvel
Nitrato de Amônia Solo adubado ou contami-nado Muito solúvel
Cloreto de Alumínio Limpeza com ácido muriático Solúvel
Cloreto de Ferro Limpeza com ácido muriático Solúvel
Fonte: Bauer (2011).
1.2.3 Corrosão das Armaduras
 Quando o concreto se combina com o cimento, a água, o agrega-
do, e se necessário com aditivos, seus diversos componentes se hidratam 
formando um conglomerado sólido. O concreto resulta, portanto, em um 
sólido compacto e denso, porém poroso. A rede de poros permite que o 
concreto apresente certa permeabilidade aos líquidos e gases. Mesmo que 
o cobrimento das armaduras seja uma barreira física, esta é permeável, em 
certa medida, e permite o acesso de elementos agressivos. 
 Helene (2014) considera que a mais generalizada das manifesta-
ções patológicas do concreto é a corrosão das armaduras, principalmente 
em peças de concreto aparente. A corrosão do aço é a sua transformação 
em Fe (OH)n, onde pode ser o Fe (OH)2 que é o hidróxido ferroso ou 
hidróxido de ferro II e também pode ser o Fe (OH)3 que é o hidróxido 
férrico ou hidróxido de ferro III. Este hidróxido é a ferrugem, material 
fraco e, pulverulento ou escamado, que não tem aderência ou coesão, e 
aumenta de volume à medida que se forma até alcançar de oito a dez vezes 
o volume do aço que lhe deu origem.
 Para este mesmo autor, o fenômeno da corrosão pode ser enten-
dido como a interação destrutiva de um material (no caso o aço do con-
creto armado) com o meio ambiente, como resultado de ações deletérias 
de natureza química e eletroquímica, associadas ou não a ações físicas ou 
mecânicas de deterioração. Basicamente, são dois os processos principais 
68
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
de corrosão que podem sofrer as armaduras de aço para concreto armado: 
a oxidação e a corrosão propriamente dita.
	 Contudo,	Verçoza	(1991)	afi	rma	que	a	corrosão	química,	em	geral,	
é a menos importante no concreto armado, é a corrosão provocada por 
reações químicas normais. Todos os ácidos inorgânicos (sulfídrico, clorí-
drico,	nítrico,	fl	uorídrico,	entre	outros)	são	agentes	violentos	de	corrosão;	
sendo os mesmos gotejados em aços, os perfuram rapidamente. Havendo 
a presença de cloretos com a água, formam-se eletrólito com cloro livre 
que reage com o ferro, formando então a ferrugem. O cloro e cloretos 
são perigosíssimos para a armadura e também para o concreto, porque a 
reação é contínua. Estes elementos são muito encontrados em aditivos, já 
que	são	aceleradores	de	pega	muito	efi	cientes	e	rápidos.	
 O cloro também é encontrado na água do mar, em atmosferas e 
esgotos industriais, em muitos detergentes, etc. Reações semelhantes às do 
cloro e cloretos sucedem com o enxofre e sulfato, com amônia e nitrato. 
Ainda de acordo com Helene (2014), a corrosão química pode ocorrer 
eventualmente sem a penetração de substâncias corrosivas. O aço, ao ar 
livre, em presença de oxigênio, pode ou não se transformar em ferrugem. 
Quando bem polido e nas temperaturas ambientes é difícil a corrosão 
química, a não ser que haja outras substâncias na atmosfera.
	 De	acordo	com	Sousa	(2014),	não	existe	uma	fronteira	fi	xa	entre	
a corrosão química e a eletroquímica, sendo que, a corrosão eletroquímica 
localiza-se em pontos que atuam como ânodo, embora logo se generalize. 
Esse tipo de corrosão apresenta-se principalmente, quando existe hetero-
geneidade no aço, sejam elas devidas à sua própria natureza, às tensões a 
que se acha submetido, ao meio em que está, entre outros. A corrosão ele-
troquímica é a principal causa de deterioração nas armaduras do concreto 
armado e protendido.
 No concreto nas primeiras idades e nas demais idades, a armadura 
está em meio alcalino ideal e, portanto, o aço está em forma passiva. En-
tretanto, por diversas causas, esta passividade pode desaparecer em pontos 
localizados (corrosão localizada ou sob tensão); ou desaparecer comple-
tamente (corrosão generalizada). Para que haja perda da passividade e se 
inicie a corrosão do aço é preciso que apareçam causas que possibilitem 
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
69
a	criação	de	correntes	elétricas	de	sufi	ciente	diferença	de	potencial	para	
gerar uma pilha que desencadeie o processo corrosivo.
 Ainda segundo Sousa (2014), os fatores desencadeadores da cor-
rosão localizada que dão origem a ânodos nos quais se produzem a corro-
são,	podem	ser	muito	variados.	Alguns,	às	vezes,	não	originam	sufi	ciente	
diferença de potencial para produzir uma corrosão e esse é o caso da he-
terogeneidade estrutural criada pelo dobramento de armaduras, ninhos de 
pedra em contato com barras, diferenças de concentração de pasta ao seu 
redor, etc.; outros pelo contrário, podem produzir diferenças de potencial 
sufi	cientemente	alta	para	pôr	em	perigo	a	passividade	e	entre	elas	pode-se	
distinguir os cloretos, sulfatos e sulfetos na massa do concreto, entre ou-
tros.
 Quando há corrosão acentuada, o primeiro efeito é o aparecimen-
to de manchas avermelhadas na superfície do concreto. O segundo, mais 
grave, é consequência da expansão, pressionando o concreto e, com o 
tempo, o faz romper ocasionando o descolamento da armadura.
1.3 Ataques Físicos
 Na compreensão de Sousa, Almeida e Araújo (2014), as causas 
intrínsecas ao processo de ataques físicos à estrutura são as resultantes 
da ação da variação da temperatura externa, da insolação, do vento e da 
água, esta última sob a forma de chuva, gelo e umidade, podendo-se ainda 
incluir as eventuais solicitações mecânicas ou acidentes ocorridos durante 
a fase de execução de uma estrutura.
 Para Almeida e Sales (2014) as principais causas físicas que podem 
produzir danos importantes no concreto são:
• Ações dos ciclos de congelamento/descongelamento: a água ao con-
gelar-se sofre um aumento no seu volume da ordem de 9%. Se ela 
penetrar nos poros abertos do concreto e os saturar, existirá o perigo 
de que o incremento de volume de água congelada crie pressões in-
ternas	no	concreto	que	podem	provocar	fi	ssuras	e	escamações.	Esse	
fenômeno	difi	cilmente	ocorre	no	Brasil;
• Ação do fogo: a ação do fogo em estruturas de concreto pode pro-
70
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
vocar	diversas	 transformaçõesque	o	danifi	cam,	podendo	ocasionar	
fi	ssuração	e	decréscimo	da	resistência	à	compressão.	No	caso	do	con-
creto armado, a ação do fogo pode ainda comprometer a resistência à 
tração das armaduras;
• Cristalização de sais nos poros: também conhecido por descamamen-
to por sal, desagregação por sal ou ataque por hidratação de sal; este 
ataque puramente físico ocorre a partir da penetração de uma solução 
de sais hidratáveis na estrutura. Os danos típicos causados por esta 
ação podem ser constatados em monumentos históricos de pedra ou 
rocha;
• Erosão por abrasão: a erosão por abrasão, em geral, ocorre por for-
te contato e atrito de corpos ou partículas rígidas com a superfície 
do concreto. A abrasão pode ser motivada pela passagem de veícu-
los, deslocamento de material solto sobre canalizações, etc. também 
pode ser motivada por ações de partículas pesadas suspensas na água 
e circulando com grande velocidade, como ocorre em canalizações e 
estruturas marinhas, etc.
1.4 Ataques Biológicos ou Biodeterioração
 As principais anomalias oriundas da biodeterioração são o bolor, 
o mofo e o limo que representam manifestações patológicas decorrentes 
da	 colonização	por	diversas	populações	de	bactérias,	 fungos	fi	lamento-
sos e micro vegetais que se alimentam de materiais orgânicos formando 
manchas sobre a superfície atacada. Verçoza (1991) salienta que o bolor e 
o mofo são manifestações ocasionadas por um tipo de microvegetais, os 
fungos. Entretanto, há também outros microorganismos, como as bacté-
rias e algas microscópicas que provocam o mesmo efeito que os fungos, 
contudo a diferenciação deve ser feita por meio de investigações em labo-
ratórios biológicos.
 Já o limo, é uma película esverdeada formada por colônias de al-
gas ou microalgas que se depositam sobre a superfície do material. Estes 
agentes não atacam diretamente o substrato, no entanto, causam um mau 
aspecto	diminuindo	a	estética	da	edifi	cação.	Quando	presentes	em	grandes	
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
71
quantidades na estrutura podem causar o desagregamento lento das arga-
massas pela pressão de suas raízes.
 Conforme descrito por Guerra, Cunha e Silva (2012), o apareci-
mento	destas	anomalias	é	muito	comum	em	edifi	cações	que	apresentam	
pouca	iluminação	natural,	ausência	de	ventilação	e	ou	ventilação	inefi	caz	
nos cômodos e umidade elevada (pontos sem água corrente) produzindo 
o ambiente perfeito para o desenvolvimento e proliferação dos mofos.
 Outro aspecto relacionado à biodeterioração dos materiais e igual-
mente relevante, refere-se a ação de excrementos de animais, especialmen-
te aves. Urina e fezes destes animais são bastante ácidas e podem promo-
ver a degradação generalizada de argamassas e rochas. Além do mais, tais 
dejetos em demasia, oferecem riscos biológicos para os seres humanos. 
 Bencke (2007) alerta para o perigo biológico que os pombos do-
mésticos	representam	para	as	edifi	cações	e,	principalmente,	para	a	socie-
dade. Segundo sua análise, os pombos transmitem doenças mortais aos 
homens e podem ser provocadas tanto por fungos existentes em suas fe-
zes secas, como por bactérias presentes em seus organismos. 
 Em virtude desta preocupação, foram criados diversos mecanis-
mos	que	difi	cultam	a	presença	dessas	aves	nas	estruturas	das	edifi	cações.	
A Figura a seguir apresenta alguns destes mecanismos de proteção.
(a) Redução da área de pouso pelo 
uso de arames ou fi os de nylon.
(b) Hastes pontiagudas tipo “porco 
espinho” colocadas em locais altos.
72
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES DE EDIFÍCIOS
(c) Uso de telas uniformes.
Figura 3 – Medidas que inibem a presença de pombos nas fachadas das 
edifi	cações.
Fonte: (a) e (b) Bencke (2007) e (c) Beck (2003).
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