Buscar

Aula 15 - PPI - Prorrogação e Relicitação - Serviços Públicos - Proc e proced administtrativo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Administrativo 
Professor Barney Bichara
Aula 15
	- Observações acercas das Leis 13.334/2016 (Programa de Parceria de Investimentos); 13.448/2017 (Prorrogação e Relicitação) e 13.460/2017 (Serviços Públicos).
- Processo Administrativo.
Tema n. 1: PROGRAMA DE PARCERIA DE INVESTIMENTOS - PPI (Lei n. 13.334/2016)
Introdução: 
	Para falar sobre procedimento administrativo teremos que tratar de algumas leis importantíssimas sobre serviços públicos. A primeira delas é a lei de PPI, pois a nova Lei 13.448/2017, de junho/17 remete a Lei 13.334/16.
Art. 1º: Fica criado, no âmbito da Presidência da República, o Programa de Parcerias de Investimentos - PPI, destinado à ampliação e fortalecimento da interação entre o Estado e a iniciativa privada por meio da celebração de contratos de parceria para a execução de empreendimentos públicos de infraestrutura e de outras medidas de desestatização.
→ Atenção: Não confundir com PPP, que é contrato de concessão, na modalidade especial. A PPI é programa de parceria, e a lei diz em que ele consiste.
§ 1º: Podem integrar o PPI:
I - os empreendimentos públicos de infraestrutura em execução ou a serem executados por meio de contratos de parceria celebrados pela administração pública direta e indireta da União;
II - os empreendimentos públicos de infraestrutura que, por delegação ou com o fomento da União, sejam executados por meio de contratos de parceria celebrados pela administração pública direta ou indireta dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios; e
III - as demais medidas do Programa Nacional de Desestatização a que se refere a Lei nº 9.491, de 9 de setembro de 1997.
§ 2º: Para os fins desta Lei, consideram-se contratos de parceria a concessão comum, a concessão patrocinada, a concessão administrativa, a concessão regida por legislação setorial [leis específicas], a permissão de serviço público, o arrendamento de bem público, a concessão de direito real e os outros negócios público-privados que, em função de seu caráter estratégico e de sua complexidade, especificidade, volume de investimentos, longo prazo, riscos ou incertezas envolvidos, adotem estrutura jurídica semelhante.
→ Observação: A Lei n. 13.334/2016 abrange todos os tipos de concessão; todas as modalidades de delegação (concessão, permissão, direito real de uso, etc.) e qualquer outro empreendimento que, em razão de suas características, ensejam uma especificidade de risco. Sem o oferecimento de benefícios (segurança jurídica, p. ex.) e de garantias ao setor privado não há investimento em obras de infraestrutura e firmação de parcerias com o Poder Público. Portanto, o objetivo da Lei é abranger contratos que envolvem riscos, instabilidades e incertezas.
Art. 2º: São objetivos do PPI:
I - ampliar as oportunidades de investimento e emprego e estimular o desenvolvimento tecnológico e industrial, em harmonia com as metas de desenvolvimento social e econômico do País;
II - garantir a expansão com qualidade da infraestrutura pública, com tarifas adequadas;
III - promover ampla e justa competição na celebração das parcerias e na prestação dos serviços;
IV - assegurar a estabilidade e a segurança jurídica, com a garantia da mínima intervenção nos negócios e investimentos; e
V - fortalecer o papel regulador do Estado e a autonomia das entidades estatais de regulação.
→ Observação: A Lei n. 13.334/2016 modifica a postura do Estado. O atual governo promove novas medidas com o intuito de diminuir a intervenção do Estado na economia garantindo maior segurança aos investimentos privados nas obras de infraestrutura. Portanto, há claro viés ideológico na legislação.
Art. 3º: Na implementação do PPI serão observados os seguintes princípios:
I - estabilidade das políticas públicas de infraestrutura;
II - legalidade, qualidade, eficiência e transparência da atuação estatal; e
III - garantia de segurança jurídica aos agentes públicos, às entidades estatais e aos particulares envolvidos.
Art. 4º: O PPI será regulamentado por meio de decretos que, nos termos e limites das leis setoriais e da legislação geral aplicável, definirão:
I - as políticas federais de longo prazo para o investimento por meio de parcerias em empreendimentos públicos federais de infraestrutura e para a desestatização; (...)
II - os empreendimentos públicos federais de infraestrutura qualificados para a implantação por parceria; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 782, de 2017)
III - as políticas federais de fomento às parcerias em empreendimentos públicos de infraestrutura dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
Art. 5º: “Os empreendimentos do PPI serão tratados como prioridade nacional por todos os agentes públicos de execução ou de controle, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.
Art. 14: Fica o BNDES autorizado a constituir e participar do Fundo de Apoio à Estruturação de Parcerias - FAEP, que terá por finalidade a prestação onerosa, por meio de contrato, de serviços técnicos profissionais especializados para a estruturação de parcerias de investimentos e de medidas de desestatização.
§ 1º: O FAEP terá natureza privada e patrimônio próprio separado do patrimônio dos cotistas, será sujeito a direitos e obrigações próprios e terá capacidade de celebrar, em seu nome, contratos, acordos ou qualquer ajuste que estabeleça deveres e obrigações e que seja necessário à realização de suas finalidades.
§ 2º: O FAEP possuirá prazo inicial de dez anos, renovável por iguais períodos. (...).
Art. 17: Os órgãos, entidades e autoridades estatais, inclusive as autônomas e independentes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com competências de cujo exercício dependa a viabilização de empreendimento do PPI, têm o dever de atuar, em conjunto e com eficiência, para que sejam concluídos, de forma uniforme, econômica e em prazo compatível com o caráter prioritário nacional do empreendimento, todos os processos e atos administrativos necessários à sua estruturação, liberação e execução.
→ Certos empreendimentos, para serem realizados, dependem de licença e autorização do poder público. Na federação há repartição de competências. Se o empreendedor ou o poder público precisar de licença ou autorização para realizar o empreendimento, o ente federativo ou a administração indireta devem analisar a situação com prioridade, em conjunto.
§ 1º Entende-se por liberação a obtenção de quaisquer licenças, autorizações, registros, permissões, direitos de uso ou exploração, regimes especiais, e títulos equivalentes, de natureza regulatória, ambiental, indígena, urbanística, de trânsito, patrimonial pública, hídrica, de proteção do patrimônio cultural, aduaneira, minerária, tributária, e quaisquer outras, necessárias à implantação e à operação do empreendimento.
Tema n. 2: prorrogação e relicitação (Lei n. 13.448/2017)
→ A Lei n. 13.448/2017 faz referência à Lei n. 13.334/2016, por isso tivemos que falar primeiro dela.
Art. 1º: “Esta Lei estabelece diretrizes gerais para prorrogação e relicitação dos contratos de parceria definidos nos termos da Lei nº 13.334, de 13 de setembro de 2016, nos setores rodoviário, ferroviário e aeroportuário da administração pública federal, e altera a Lei no 10.233, de 5 de junho de 2001, e a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995”.
Art. 2º: “A prorrogação e a relicitação de que trata esta Lei aplicam-se apenas a empreendimento público prévia e especificamente qualificado para esse fim no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI)”.
Art. 3º: “O ministério ou a agência reguladora, na condição de órgão ou de entidade competente, adotará no contrato prorrogado ou relicitado as melhores práticas regulatórias, incorporando novas tecnologias e serviços e, conforme o caso, novos investimentos”.
Art. 4º: Para os fins desta Lei, considera-se:
I - prorrogação contratual: alteração do prazo de vigência do contrato de parceria, expressamente admitida no respectivo edital ou no instrumento contratual original, realizada a critério do órgão ou da entidade competentee de comum acordo com o contratado, em razão do término da vigência do ajuste;
II - prorrogação antecipada: alteração do prazo de vigência do contrato de parceria, quando expressamente admitida a prorrogação contratual no respectivo edital ou no instrumento contratual original, realizada a critério do órgão ou da entidade competente e de comum acordo com o contratado, produzindo efeitos antes do término da vigência do ajuste; [isto serve para dar segurança jurídica aos investidores];
III - relicitação: procedimento que compreende a extinção amigável do contrato de parceria e a celebração de novo ajuste negocial para o empreendimento, em novas condições contratuais e com novos contratados, mediante licitação promovida para esse fim.
Art. 30, “caput”: “São a União e os entes da administração pública federal indireta, em conjunto ou isoladamente, autorizados a compensar haveres e deveres de natureza não tributária, incluindo multas, com os respectivos contratados, no âmbito dos contratos nos setores rodoviário e ferroviário. 
→ No contrato são estabelecidas obrigações entre as partes, e se o contratado não cumprir suas obrigações, serão estipuladas sanções. Existe cronograma de investimento e de expansão do serviço e se tais não forem cumpridos, poderão ser fixadas multas e sanções. Inclusive, poderão ser feitas compensações, desde que não sejam de natureza tributária, e para os setores rodoviário e ferroviário apenas.
Art. 31, “caput”: “As controvérsias surgidas em decorrência dos contratos nos setores de que trata esta Lei após decisão definitiva da autoridade competente, no que se refere aos direitos patrimoniais disponíveis, podem ser submetidas a arbitragem ou a outros mecanismos alternativos de solução de controvérsias”.
→ É a possibilidade de solucionar os litígios fugindo do Poder Judiciário, pelo fato deste ser oneroso e trazer insegurança e incerteza. Mesmo o contrato sendo antigo e não tendo tal previsão, pode ser submetido a arbitragem ou outro mecanismo alternativo, pois a lei prevê tal possibilidade.
Art. 33: “Os concessionários de serviços ferroviários poderão subconceder a manutenção e a operação de trechos ferroviários aos entes federados interessados, desde que haja anuência do poder concedente, conforme regulamento”.
Art. 36: “Admitir-se-á, para a execução dos contratos de parceria, a constituição de subsidiária integral tendo como único acionista sociedade estrangeira”.
→ É possível que uma empresa estrangeira crie empresa subsidiária 100% estrangeira e que seja concessionária do serviço rodoviário, aeroportuária e ferroviário.
Tema n. 3: Serviços públicos (Lei n. 13.460/2017, de 26/06/2017):
Art. 1º: Esta Lei estabelece normas básicas para participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos prestados direta ou indiretamente pela administração pública.
→ Empresas concessionárias ou permissionárias prestam serviços públicos por delegação (executam serviços públicos de forma indireta) e não integram a Administração Pública indireta. Portanto, a Lei n. 13.460/2017 não se refere aos serviços públicos prestados sob regime de concessão ou permissão. Para permissão e concessão já existem leis disciplinadoras.
→ Os serviços públicos prestados pela Administração Pública direta ou indiretamente: são de execução direta. Os serviços públicos prestados por delegação: são de execução indireta.
§ 1º: O disposto nesta Lei aplica-se à administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos do inciso I do § 3º do art. 37 da Constituição Federal.
→ Logo, não vale para concessionários e permissionários; não vale para delegação; não vale para a execução indireta.
§ 2º: A aplicação desta Lei não afasta a necessidade de cumprimento do disposto:
I - em normas regulamentadoras específicas, quando se tratar de serviço ou atividade sujeitos a regulação ou supervisão; e
II - na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, quando caracterizada relação de consumo.
§ 3º: Aplica-se subsidiariamente o disposto nesta Lei aos serviços públicos prestados por particular.
Art. 2º: Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - usuário - pessoa física ou jurídica que se beneficia ou utiliza, efetiva ou potencialmente, de serviço público;
II - serviço público - atividade administrativa ou de prestação direta ou indireta de bens ou serviços à população, exercida por órgão ou entidade da administração pública;
III - administração pública - órgão ou entidade integrante da administração pública de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a Advocacia Pública e a Defensoria Pública;
IV - agente público - quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente ou sem remuneração; e
V - manifestações - reclamações, denúncias, sugestões, elogios e demais pronunciamentos de usuários que tenham como objeto a prestação de serviços públicos e a conduta de agentes públicos na prestação e fiscalização de tais serviços. [É qualquer meio hábil feito pelo usuário para se manifestar acerca do serviço].
Parágrafo único. O acesso do usuário a informações será regido pelos termos da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011.
Art. 3º: “Com periodicidade mínima anual, cada Poder e esfera de Governo publicará quadro geral dos serviços públicos prestados, que especificará os órgãos ou entidades responsáveis por sua realização e a autoridade administrativa a quem estão subordinados ou vinculados”.
Art. 4º: “Os serviços públicos e o atendimento do usuário serão realizados de forma adequada, observados os princípios da regularidade, continuidade, efetividade, segurança, atualidade, generalidade, transparência e cortesia”.
Art. 5º: “O usuário de serviço público tem direito à adequada prestação dos serviços, devendo os agentes públicos e prestadores de serviços públicos observar as seguintes diretrizes:
I - urbanidade, respeito, acessibilidade e cortesia no atendimento aos usuários;
II - presunção de boa-fé do usuário;
III - atendimento por ordem de chegada, ressalvados casos de urgência e aqueles em que houver possibilidade de agendamento, asseguradas as prioridades legais às pessoas com deficiência, aos idosos, às gestantes, às lactantes e às pessoas acompanhadas por crianças de colo;
IV - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de exigências, obrigações, restrições e sanções não previstas na legislação [princípio da razoabilidade];
V - igualdade no tratamento aos usuários, vedado qualquer tipo de discriminação;
VI -cumprimento de prazos e normas procedimentais;
VII - definição, publicidade e observância de horários e normas compatíveis com o bom atendimento ao usuário;
VIII - adoção de medidas visando a proteção à saúde e a segurança dos usuários;
IX - autenticação de documentos pelo próprio agente público, à vista dos originais apresentados pelo usuário, vedada a exigência de reconhecimento de firma, salvo em caso de dúvida de autenticidade;
X- manutenção de instalações salubres, seguras, sinalizadas, acessíveis e adequadas ao serviço e ao atendimento;
XI - eliminação de formalidades e de exigências cujo custo econômico ou social seja superior ao risco envolvido;
XII - observância dos códigos de ética ou de conduta aplicáveis às várias categorias de agentes públicos;
XIII- aplicação de soluções tecnológicas que visem a simplificar processos e procedimentos de atendimento ao usuário e a propiciar melhores condições para o compartilhamento das informações;
XIV- utilização de linguagem simples e compreensível, evitando o uso de siglas, jargões e estrangeirismos; e
XV - vedação da exigência de nova prova sobre fato já comprovado em documentação válida apresentada.
Art. 6º: São direitos básicos do usuário:
I - participação no acompanhamento da prestação e na avaliação dos serviços;
II - obtenção e utilização dos serviços com liberdade de escolha entre os meios oferecidos e sem discriminação;
III - acesso e obtenção de informações relativas à sua pessoa constantesde registros ou bancos de dados, observado o disposto no inciso X do caput do art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011;
IV - proteção de suas informações pessoais, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011;
V - atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, certidões e documentos comprobatórios de regularidade; e
VI - obtenção de informações precisas e de fácil acesso nos locais de prestação do serviço, assim como sua disponibilização na internet, especialmente sobre:
a) horário de funcionamento das unidades administrativas;
b) serviços prestados pelo órgão ou entidade, sua localização exata e a indicação do setor responsável pelo atendimento ao público;
c) acesso ao agente público ou ao órgão encarregado de receber manifestações;
d) situação da tramitação dos processos administrativos em que figure como interessado; e
e) valor das taxas e tarifas cobradas pela prestação dos serviços, contendo informações para a compreensão exata da extensão do serviço prestado”.
Art. 7º: Os órgãos e entidades abrangidos por esta Lei divulgarão Carta de Serviços ao Usuário.
§ 1º: A Carta de Serviços ao Usuário tem por objetivo informar o usuário sobre os serviços prestados pelo órgão ou entidade, as formas de acesso a esses serviços e seus compromissos e padrões de qualidade de atendimento ao público. (...)
§ 4º: A Carta de Serviços ao Usuário será objeto de atualização periódica e de permanente divulgação mediante publicação em sítio eletrônico do órgão ou entidade na internet.
§ 5º: Regulamento específico de cada Poder e esfera de Governo disporão sobre a operacionalização da Carta de Serviços ao Usuário.
Art. 8º: São deveres do usuário:
I - utilizar adequadamente os serviços, procedendo com urbanidade e boa-fé;
II - prestar as informações pertinentes ao serviço prestado quando solicitadas;
III - colaborar para a adequada prestação do serviço; e
IV - preservar as condições dos bens públicos por meio dos quais lhe são prestados os serviços de que trata esta Lei.
Art. 9º: “Para garantir seus direitos, o usuário poderá apresentar manifestações perante a administração pública acerca da prestação de serviços públicos”. [reclamações, denúncias, sugestões, elogios e demais pronunciamentos de usuários que tenham como objeto a prestação de serviços públicos e a conduta de agentes públicos na prestação e fiscalização de tais serviços].
Art. 10: A manifestação será dirigida à ouvidoria do órgão ou entidade responsável e conterá a identificação do requerente.
§ 3º: Caso não haja ouvidoria, o usuário poderá apresentar manifestações diretamente ao órgão ou entidade responsável pela execução do serviço e ao órgão ou entidade a que se subordinem ou se vinculem.
§ 4º: A manifestação poderá ser feita por meio eletrônico, ou correspondência convencional, ou verbalmente, hipótese em que deverá ser reduzida a termo.
§ 5º: No caso de manifestação por meio eletrônico, prevista no § 4º, respeitada a legislação específica de sigilo e proteção de dados, poderá a administração pública ou sua ouvidoria requerer meio de certificação da identidade do usuário.
§ 7º: A identificação do requerente é informação pessoal protegida com restrição de acesso nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011”.
Art. 11: “Em nenhuma hipótese, será recusado o recebimento de manifestações formuladas nos termos desta Lei, sob pena de responsabilidade do agente público”.
Art. 12: Os procedimentos administrativos relativos à análise das manifestações observarão os princípios da eficiência e da celeridade, visando a sua efetiva resolução.
Parágrafo único. A efetiva resolução das manifestações dos usuários compreende:
I - recepção da manifestação no canal de atendimento adequado;
II - emissão de comprovante de recebimento da manifestação;
III - análise e obtenção de informações, quando necessário;
IV - decisão administrativa final; e
V - ciência ao usuário.
Art. 16, “caput”: “A ouvidoria encaminhará a decisão administrativa final ao usuário, observado o prazo de trinta dias, prorrogável de forma justificada uma única vez, por igual período”.
Art. 17: “Atos normativos específicos de cada Poder e esfera de Governo disporão sobre a organização e o funcionamento de suas ouvidorias”.
Art. 18, “caput”: “Sem prejuízo de outras formas previstas na legislação, a participação dos usuários no acompanhamento da prestação e na avaliação dos serviços públicos será feita por meio de conselhos de usuários”.
Art. 21: “A participação do usuário no conselho será considerada serviço relevante e sem remuneração”. [será considerado agente público]
Art. 22: “Regulamento específico de cada Poder e esfera de Governo disporá sobre a organização e funcionamento dos conselhos de usuários”.
Art. 23: Os órgãos e entidades públicos abrangidos por esta Lei deverão avaliar os serviços prestados, nos seguintes aspectos [autoavaliação]:
§ 1º: “A avaliação será realizada por pesquisa de satisfação feita, no mínimo, a cada um ano, ou por qualquer outro meio que garanta significância estatística aos resultados”.
§ 2º: “O resultado da avaliação deverá ser integralmente publicado no sítio do órgão ou entidade, incluindo o ranking das entidades com maior incidência de reclamação dos usuários na periodicidade a que se refere o § 1º, e servirá de subsídio para reorientar e ajustar os serviços prestados, em especial quanto ao cumprimento dos compromissos e dos padrões de qualidade de atendimento divulgados na Carta de Serviços ao Usuário.
Art. 24: “Regulamento específico de cada Poder e esfera de Governo disporá sobre a avaliação da efetividade e dos níveis de satisfação dos usuários”.
Art. 25: Esta Lei entra em vigor, a contar da sua publicação, em:
I - trezentos e sessenta dias para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de quinhentos mil habitantes.
II - quinhentos e quarenta dias para os Municípios entre cem mil e quinhentos mil habitantes; e
III - setecentos e vinte dias para os Municípios com menos de cem mil habitantes.
Tema n. 4: Processo/ Procedimento administrativo:
1. Sentido da expressão:
O sentido da expressão “processo ou procedimento administrativo” depende do contexto:
· Designa o conjunto de documentos organizados numa pasta e referentes a um dado assunto de interesse do servidor, da administração ou do administrado.
· Designa o conjunto/sucessão de atos coordenados para a solução de uma controvérsia (disciplinar ou não) no âmbito administrativo.
· Designa o conjunto/sucessão de atos preparatórios de uma decisão final – não envolve controvérsia a ser solucionada. Ex.: desapropriação, tombamento, licitação, concurso público.
2. Processos administrativos não litigiosos e processos administrativos litigiosos:
A classificação dos processos administrativos poderá ser:
· Processos não litigiosos.
· Processos litigiosos.
a) Processos não litigiosos:
É o conjunto de atos administrativos que visam uma decisão administrativa final. Eles não apresentam conflitos de interesses entre a Administração e os administrados; por meio deles, se concretiza o desempenho da função administrativa nos seus mais variados aspectos.
Fundamentam-se no princípio do formalismo das atividades administrativas, o que viabiliza o controle pelos administrados e pela própria administração.
Exemplos: licitação (formaliza a escolha administrativa de quem contratará com a Administração); concurso público.
b) Processos litigiosos:
São aqueles em que se apresenta conflito de interesses entre a Administração e os administrados. Esse conflito é o mesmo que constitui objeto do processo judicial, contudo, sem resultar em uma decisão definitiva (adoção do sistema inglês/judicial).
São comumente designados de “judicialiformes”, ou seja, em sua aparência e procedimento guardam semelhança com o processo judicial.
O conflito, no entanto, é decidido pelo próprio Estado, que ostenta a posição de parte e julgador, mas sua decisão sempre pode ser revista pelo órgão jurisdicional.
3. Processos graciosos e processos contenciosos:a) Processos graciosos:
Nos processos graciosos, os órgãos da própria Administração são encarregados de fazer atuar a vontade concreta da lei e nem sempre envolvem uma decisão sobre pretensão do particular. As decisões administrativas não têm força de definitividade.
Para chegar à prática do ato final pretendido pela administração, pratica-se uma série de atos precedentes necessários para a apuração dos fatos, averiguação da norma legal aplicável, a precisão de aspectos relacionados à oportunidade, que vai culminar na pratica de um ato administrativo.
Em suma, formaliza-se a vontade da Administração; aplica-se a lei ao caso concreto.
b) Processos contenciosos:
O processo administrativo contencioso é o que se desenvolve perante um órgão cercado de garantias que asseguram sua independência e imparcialidade, com competência para proferir decisões com força de coisa julgada sobre as lides surgidas entre a administração e os administrados.
Não existem processos administrativos contenciosos no Direito brasileiro, pois aqui vigora a unidade de jurisdição (sistema inglês); o Poder Judiciário monopoliza a jurisdição. Portanto, no Brasil todos os processos administrativos possuem natureza graciosa.
4. Processos administrativos técnicos e processos administrativos jurídicos:
O procedimento, iniciado de ofício pela Administração, possui duas fases:
· 1ª fase: decisória - técnica (operação técnica): a Administração define os meios (preparatórios).
· 2º fase: executória (operação jurídica): a Administração executa a decisão. A Administração deve adequar sua escolha à previsão legal. Consequentemente, ela travará relações com os administrados.
	Exemplo: licitação (há fase introversa e há fase extroversa).
5. Objeto do processo administrativo:
Objeto (ou conteúdo) é o resultado decorrente do procedimento administrativo.
a) Genérico:
O objeto genérico é o objeto de todos os processos administrativos. Ele consubstancia-se na prática de um ato administrativo que materializa uma decisão final.
b) Específico:
Constitui objeto específico a providência própria que a Administração Pública pretende adotar por meio do ato administrativo final.
Há processos administrativos diferentes que possuem, como objeto, decisões administrativas distintas (providência própria que a Administração Pública pretende adotar).
→ De acordo com a especificidade do processo ele poderá ser classificado em:
I – Processos administrativos de outorga de direitos: são aqueles que a Administração, atendendo ao pedido do interessado, pode conferir-lhe determinado direito ou certa situação individual. A decisão proferida ao final poderá ou não outorgar o direito pretendido. Exemplos: outorga de permissões, autorizações e licenças; registro de marcas e patentes; isenções ficais; e licença para construir ou exercer atividade profissional.
II – Processos administrativos com objeto de controle: visa a prática de um ato administrativo final que espelhe o resultado desse controle. É iniciado um processo administrativo (sucessão de atos administrativos) que visa uma decisão final. O processo administrativo com objeto de controle visa aferir se o objeto é legal ou ilegal. A decisão final do procedimento espelhará/ refletirá a conclusão administrativa acerca do controle. Exemplos:
· Processo que encaminha as contas dos administradores para controle financeiro interno ou do Tribunal de Contas. Ato administrativo final: aprovação ou reprovação.
· Processo de avaliação de conduta funcional de servidor público. Ato administrativo final: definição de um conceito funcional ou ate decisão de exoneração do servidor.
III – Processos com objeto punitivo: visam a averiguação de situações ilegais ou irregulares na Administração e, quando elas se caracterizam, ensejam a aplicação de punições. O objeto punitivo pode ser interno ou externo:
· Interno: a apuração envolve relação funcional entre o Estado e o servidor público.
· Externo: a apuração envolve o Estado e os administrados em geral.
Exemplos:
· Objeto punitivo interno: PAD
· Objeto punitivo externo: cassação de uma permissão de uso de bem público.
IV – Processos com objeto contratual: visam a celebração de contratos administrativos. Exemplos:
· Processos de licitação.
· Processo de contratação direta.
V - Processos com objeto revisional: são aqueles que são instaurados em virtude da interposição de algum recurso administrativo pelo administrado ou pelo servidor público. Nele a Administração vai examinar a pretensão deduzida pelo interessado, que é a revisão de certo ato ou conduta administrativa. 
Exemplos:
· Recurso contra o indeferimento de uma licença saúde.
· Recurso contra o indeferimento de inscrição em um concurso.
VI - Processos com objeto de mera tramitação: são todos os demais processos que não se enquadram nas demais categorias tendo caráter residual. Nesses processos a administração formaliza suas rotinas administrativas. 
Exemplos:
· Processos resultantes de ofícios encaminhados à Administração.
· Meras comunicações aos órgãos e entidades públicas.
· Planejamento de serviços.
6. Princípios do processo ou do procedimento administrativo:
a) Maria Sylvia Zanella Di Pietro:	
1) Publicidade: o processo administrativo é público, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição e regulamentados pela lei. A publicidade viabiliza o controle dos atos que integram o procedimento e da decisão final.
2) Oficialidade: o processo administrativo poderá ser iniciado a requerimento do interessado, mas também de ofício - abrange o início, a instrução e a decisão. Todavia, não são todos os processos que poderão ser iniciados pela própria Administração (outorga de direitos, p. ex.). Dependerá do objeto do processo administrativo.
3) Obediência à forma e aos procedimentos: princípio da legalidade. Observação: ele é informal se comparado ao judicial. 
4) Gratuidade (em regra): embora a Administração julgue, ela é parte (interessada). Observação: Súmula Vinculante n. 21: “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévio de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”.
5) Ampla defesa e contraditório. Art. 5º, LV da CF. Súmula Vinculante n. 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”[footnoteRef:1]. A mera ausência do advogado no processo administrativo não viola a ampla defesa e contraditório. se tiver advogado, bem; se não tiver, amém. [1: (PGEMS-2014): Servidor público estatutário de autarquia estadual, em sede de recurso administrativo manejado em face de decisão proferida em processo administrativo disciplinar (PAD) que lhe aplicou pena de “advertência”; alegou, exclusivamente, que mesmo sendo-lhe garantido direito à informação, à manifestação e à consideração de tal manifestação, não foi assistido por advogado durante todo o PAD. Você, na condição de Procurador(a) do Estado, com fundamento na jurisprudência vinculante sobre o tema, acaso tivesse que realizar parecer, pugnaria: Pelo indeferimento do recurso administrativo, pois não há nulidade a ser reconhecida exclusivamente por ausência de advogado constituído no processo administrativo em análise. BL: SV 5, STF.
(DPEPR-2014) O verbete sumular vinculante de n. 5, que dispõe que “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição” somente é aplicável ao procedimento disciplinar na esfera cível-administrativa, não sendo aplicável no procedimento disciplinar no âmbito da execução penal.] 
6) Atipicidade: trata-se de uma comparação com o Direito Penal: o ilícito penal deve ser típico, ou seja, deve existir uma descrição precisa da conduta ilícita; no procedimento administrativo a lei poderá fazer descrições administrativas amplas ou genéricas (discricionariedade administrativa).
7) Pluralidade de instâncias: decorre da autotutela: a Administração poderá rever seus próprios atos a requerimento ou “ex officio”. S. 473 STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios queos tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.[footnoteRef:2] [2: (MPMS-2015): O princípio da autotutela da Administração Pública consiste no poder-dever de retirada de atos administrativos por meio da anulação e da revogação. BL: Súmula 473, STF.
(TJMS-2015-VUNESP): Determinado servidor público da Administração Pública Estadual requer sua aposentadoria. O pedido tramita regularmente e a aposentadoria é concedida em junho de 2014. Em abril de 2015, durante verificação de rotina, a Administração Pública Estadual constata que a concessão inicial foi indevida, pois o servidor não preenchia os requisitos legais para a aposentação. Nesse caso, deve a Administração Pública com base no seu poder de autotutela sobre os próprios atos, anular o ato de concessão inicial da aposentadoria, mediante processo em que sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa ao servidor público interessado. BL: art. 2º, § único, X da Lei 9784 e Súmula 473, STF.
(TJSP-2013-VUNESP): O princípio da autotutela administrativa, consagrado no Enunciado n.º 473 das Súmulas do STF (“473 – A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”), fundamento invocado pela Administração para desfazer ato administrativo que afete interesse do administrado, desfavorecendo sua posição jurídica, exige prévia instauração de processo administrativo, para assegurar o devido processo legal. BL: Súmula 473, STF.] 
8) Economia processual: está relacionado a eficiência; é economia de: dinheiro, tempo, recurso; está relacionado a qualidade do serviço prestado.
9) Participação popular: a lei prevê formas de participação popular, como: audiências públicas, consultas públicas, participação do usuário no Conselho de Usuários (essa última prevista na recente Lei 13.460/17, que estudamos acima)...
b) José dos Santos Carvalho Filho:
1) Devido processo legal.
2) Oficialidade.
3) Contraditório e ampla defesa.
4) Publicidade.
5) Informalismo procedimental.
6) Verdade material.
c) Celso Antônio Bandeira de Mello:
1) Audiência do interessado.
2) Acessibilidade aos elementos do expediente.
3) Ampla instrução probatória.
4) Motivação.
5) Revisibilidade.
6) Representação e assessoramento.
7) Verdade material.
8) Celeridade processual.
9) Oficialidade.
10) Gratuidade.
11) Informalismo.
8. Processo administrativo eletrônico (Decreto Federal n. 8.539/2015):
Art. 2º: Para o disposto neste Decreto, consideram-se as seguintes definições:
I - documento - unidade de registro de informações, independentemente do formato, do suporte ou da natureza;
II - documento digital - informação registrada, codificada em dígitos binários, acessível e interpretável por meio de sistema computacional, podendo ser:
a) documento nato-digital - documento criado originariamente em meio eletrônico; ou
b) documento digitalizado - documento obtido a partir da conversão de um documento não digital, gerando uma fiel representação em código digital; e
III - processo administrativo eletrônico - aquele em que os atos processuais são registrados e disponibilizados em meio eletrônico.
Art. 3º: São objetivos deste Decreto:
I - assegurar a eficiência, a eficácia e a efetividade da ação governamental e promover a adequação entre meios, ações, impactos e resultados;
II - promover a utilização de meios eletrônicos para a realização dos processos administrativos com segurança, transparência e economicidade;
III - ampliar a sustentabilidade ambiental com o uso da tecnologia da informação e da comunicação; e
IV - facilitar o acesso do cidadão às instâncias administrativas”.
Art. 22: No prazo de seis meses, contado da data de publicação deste Decreto, os órgãos e as entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional deverão apresentar cronograma de implementação do uso do meio eletrônico para a realização do processo administrativo à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
§ 1º: O uso do meio eletrônico para a realização de processo administrativo deverá estar implementado no prazo de dois anos, contado da data de publicação deste Decreto.
§ 2º: Os órgãos e as entidades de que tratam o caput que já utilizam processo administrativo eletrônico deverão adaptar-se ao disposto neste Decreto no prazo de três anos, contado da data de sua publicação.
9. Processo administrativo federal (Lei n. 9.784/99):
a) Abrangência e finalidade:
Art. 1º: Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 1º: Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
Mesmo sendo a Lei 9.784/99 uma lei federal, ela vale para todos os entes federativos. É claro que se o ente federativo tiver a sua própria lei, ok; se não tiver é que deve ser aplicada a Lei 9.784/99. A aplicação da analogia não viola o princípio da legalidade.
Nesse sentido, vejamos os seguintes julgados do STJ:
"O recorrente, por sua vez, alega que o juízo a quo, ao invalidar o ato administrativo que cassou o alvará de construção, teria ofendido o disposto no art. 1º da Lei n.º 9.784/99, vez que foi aplicado, no âmbito municipal, diploma destinado à Administração Pública Federal. [...] apesar de a Lei nº 9.784/99 ser de âmbito federal, o Superior Tribunal de Justiça já assentou que referida lei é aplicável a todos os entes da Administração, tanto em âmbito federal como no estadual e municipal, eis que disciplina situações abrangentes à administração pública." (REsp 1148460 PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 28/10/2010).
"[...] Ausente lei local específica, a Lei 9.784/99 pode ser aplicada de forma subsidiária no âmbito dos demais Estados-Membros, tendo em vista que se trata de norma que deve nortear toda a Administração Pública, servindo de diretriz aos seus demais órgãos." (REsp 852493 DF, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 29/05/2008, DJe 25/08/2008).
"A Lei 9.784/99 é, certamente, um dos mais importantes instrumentos de controle do relacionamento entre Administração e Cidadania. Seus dispositivos trouxeram para nosso Direito Administrativo, o devido processo legal. Não é exagero dizer que a Lei 9.784/99 instaurou no Brasil, o verdadeiro Estado de Direito." (MS 8946 DF, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/10/2003, DJ 17/11/2003, p. 197).
b) Princípios e critérios:
Art. 2º: A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade[footnoteRef:3], proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. [3: (TJSP-2014-VUNESP): No que diz respeito ao princípio da razoabilidade, é correto afirmar que demanda que o administrador escolha sempre a maneira mais correta de atender ao interesse público, descabendo a utilização de critérios subjetivos e pessoais.] 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito [princípio da legalidade];
Jurisprudência:
"É órfã de fundamento jurídico a argumentação de nulidade do processo administrativo sob alegação de que Advocacia- Geral da União não teria funcionado no feito (arts. 37 e 131 da Constituição e 2º, I, da Lei n. 9.784/99), pois a autoridade impetrada, ao negar provimento ao recurso da impetrante, arrimou-se em parecer da Consultoria Jurídica do aludido órgão, conformese averigua às fls. 123-127 do volume em apenso." (MS 14760 DF, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/06/2010, DJe 16/06/2010).
"[...] a aplicação da pena de demissão ao Impetrante, sem a observância do contraditório, com a não realização do translado das provas realizadas durante a sindicância ao processo administrativo disciplinar, e o cerceamento de defesa do Impetrante, que não pôde ser assistido por advogado devidamente legitimado, violam, expressamente, o art. 5º, inciso LV, CR/88, bem no art. 2º, parágrafo único, incisos I e VIII, e art. 3º, incisos I, III e IV, da Lei nº 9.784/99." (MS 10075 DF, Rel. Ministro PAULO MEDINA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 11/05/2005, DJ 01/08/2005, p. 317).
(...)
Art. 2º, parágrafo único: Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
	Jurisprudência:
"O ideal de justiça não constitui anseio exclusivo da atividade jurisdicional. Deve ser perseguido também pela Administração, principalmente quando procede a julgamento de seus servidores, no exercício do poder disciplinar. Não se pode esquecer, por seu relevo em nosso arcabouço jurídico, da lapidar regra que se contém no art. 5ª LICC, que preconiza a aplicação finalística da lei, buscando sempre atender a seus fins sociais e às exigências do bem comum. A Lei 9.784/99, reproduz, mutatis mutandis , igual normatividade, por exemplo, nos incisos II e III do seu art. 2º." (MS 12991 DF, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 27/05/2009, DJe 03/08/2009)
(...).
Art. 2º, parágrafo único: Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: (...)
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé.
	Jurisprudência:
"PROCESSUAL CIVIL - ADMINISTRATIVO - CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL - SERVIÇO NOTARIAL E DE REGISTRO - PERDA SUPERVENIENTE DE OBJETO DO MANDAMUS - INEXISTÊNCIA - IMPERATIVOS DE BOA-FÉ OBJETIVA - APLICABILIDADE À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA [...] 1. Não há perda de objeto em mandado de segurança quando a Administração Pública, por meio de autoridade incompetente, edita ato administrativo e, depois, a autoridade competente o ratifica. A alegação de perda de objeto, neste caso, é "venire contra factum proprium", conduta vedada ao agente público em face do princípio da boa-fé objetiva na seara pública, na forma do inciso IV do parágrafo único do artigo 2º da Lei n. 9.784/99." (RMS 29493MS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/06/2009, Dje 01/07/2009)
(...)
Art. 2º, parágrafo único: Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
c) Início do processo:
Art. 5º: “O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado”.
Art. 6º: “O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados: (...) 
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas”.
Art. 7º: “Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes”.
d) Interessados:
Interessado no processo administrativo é aquele que pode ter seu direito atingido pela decisão administrativa; é aquele que tem interesse na decisão administrativa.
Art. 9º: São legitimados como interessados no processo administrativo:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
Art. 10: “São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio”.
e) Impedimentos e suspeições:
· Impedimento: ligado a parentesco.
· Suspeição: ligado a amizade ou inimizade.
Art. 18: É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 20: “Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau”.
Art. 21: “O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo”.
f) Forma, tempo e lugar dos atos do processo:
Art. 22, “caput”: “Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir”. [princípio do informalismo].
g) Comunicação dos atos:
Art. 26, “caput”: “O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências”.
h) Instrução:
Art. 29: “As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias”
i) Dever de decidir:
Art. 48: “A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência”.
Art. 50: “Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando”: (...).
j) Desistência e outros casos de extinção do processo:
Art. 51: “O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis”.
l) Anulação, revogação e convalidação:
Art. 53: “A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. [autotutela]
Art. 55: “Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão serconvalidados pela própria Administração”.
m) Recurso administrativo e revisão:
Art. 56: “Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito”.
n) Prazos:
Art. 66: Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
§1º: Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
§2º: Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
§3º: Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
Art. 67: Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem.
o) Disposições finais:
Art. 69: “Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei”.
Art 69-A: Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado:
I-pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;
II- pessoa portadora de deficiência, física ou mental.

Continue navegando

Outros materiais