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CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES P R O F ª . M A R Y A N N E P R I E T O Conceitos Gerais Parasitologia: Ciência que se baseia, no estudo dos parasitas e suas relações com o hospedeiro. Microbiologia: é o estudo dos organismos microscópicos. Deriva de 3 palavras gregas: Mikros: Pequeno Bios: Vida Logos: Ciência Conceitos Gerais Imunologia: é o estudo das defesas do organismo contra infecção. A palavra imunidade é originada do termo em latim que significa “isento” ou “livre”, neste sentido refere-se aos mecanismos utilizados pelo organismo como proteção contra agentes do ambiente estranho ao corpo. Principais formas de transmissão de doenças Transmissão direta: pessoa para pessoa; • Transmissão indireta: com a presença de hospedeiros intermediários ou vetores e meio ambiente; • Transmissão vertical: da mãe para o filho durante a gestação ou amamentação. Veículos: são objetos ou elementos contaminados como: roupas, talhares, água, leite, alimentos, sangue entre outros. Portas de entrada de microrganismos Boca: pela água e alimentos contaminados; Nariz: pelo ar contaminado; Genitálias: pela relação sexual e pelas más condições de higiene; Via endovenosa: por inoculação direta na via circulatória; Pele: por meio de ferimentos, arranhões, mordeduras, picadas de insetos. Vias de eliminação de microrganismos Sangue; • Fezes; • Suor; • Urina; Escarro; • Secreções; • Leite materno; • Lesão de pele ou descamação; Vias de eliminação de microrganismos Elementos de transmissão de infecção Agente Infeccioso: Ser vivo capaz de reconhecer seu hospedeiro, nele penetrar, desenvolver-se, multiplicar-se e sair para alcançar novos hospedeiro. Ambiente, fatores do meio físico: Ex.: água potável, coleta e disposição sanitária de resíduos sólidos Elementos de transmissão da infecção Vetores: Seres vivos que servem como intermediários na transmissão de doenças. Hospedeiro: Organismo que abriga o parasita e que pode ser animal ou vegetal. Infecção A infecção é a invasão e multiplicações de microrganismos no interior de células e tecidos de um ser vivo. Infecção Hospitalar Essa infecção pode ser causada pela flora do próprio paciente ou por microrganismos encontrados no ambiente onde ele vive. Vias de transmissão Infecção endógena; Infecção exógena; Infecção cruzada; Infecção inter-hospitalar. Infecção endógena É a que se verifica a partir de microrganismos do próprio paciente, geralmente imunodeprimido, e que corresponde a aproximadamente 2/3 das infecções hospitalares. Infecção exógena É a que se verifica a partir de microrganismos estranhos ao paciente, sendo veiculada pelas mãos da equipe de saúde, nebulização, uso de respiradores, vetores, por medicamentos ou alimentos contaminados. Infecção cruzada É a que se transmite de paciente a paciente, geralmente pelas mãos da equipe de saúde. Infecção inter-hospitalar É um conceito que foi criado para definir as infecções hospitalares que são levadas de um hospital para outro com a alta e subsequente internação do mesmo paciente em diferentes hospitais. Os pacientes com maior risco de contrair IH São os pacientes submetidos à cirurgias, os internados em UTI, os politraumatizados e os grandes queimados; As infecções hospitalares podem localizar-se em qualquer sítio do organismo, dependendo dos fatores que precipitaram ou facilitaram a infecção; As infecções urinárias e respiratórias são as mais frequentes em hospitais gerais; A porta de entrada pode ser a via digestiva, a pele, a conjuntiva ou o trato geniturinário. Suscetibilidade A suscetibilidade à infecção está relacionada à/ao: Patrimônio genético; Idade; Inibição dos mecanismos de defesa naturais e/ou adquiridos; Integridade anatômica dos tecidos; E, em alguns casos, ao sexo. Principais fatores Estado imunológico idade (recém-nascidos e idosos são mais vulneráveis); Uso abusivo de antibióticos; Procedimentos médicos, em particular, os invasivos; Imunossupressão; Falhas nos procedimentos de controle de infecção. Tipos de infecções Infecção do Trato Urinário - ITU 80% das ITU estão relacionado ao cateterismo vesical de demora. Fatores de Risco: Assepsia inadequada/irregular ; Colonização do meato uretral (por bactérias potencialmente patogênicas); Duração do cateter; Agente Etiológico: E. Coli(90%). Infecção Cirúrgica Alguns fatores de risco: Tricotomia com lâmina; Assepsia inadequada/irregular do ambiente operatório; Duração prolongada da cirurgia; Contaminação abdominal microbiana; Drenos; Furos em luvas; Corpos estranhos; Não realização de banho/higiene pré-operatória (antissepsia). Análise crítica do ambiente Análise crítica do ambiente Infecção Respiratória O mecanismo de defesa do sistema respiratório, durante a hospitalização, pode sofrer redução na sua eficiência, por causa de sua patologia ou das medicações utilizadas no tratamento; Patologia da Infecção Respiratória: Pneumonia Agente Etiológico: Staphylococcus aureus; Haemophilus influenzae; Streptococcus pneumoniae. Infecção Respiratória Procedimentos de intervenção: Terapia Respiratória: Nebulização; Oxigenioterapia; Tubo endotraqueal; Ventilação mecânica. Sepses ou Septcemias Disseminação de microrganismos através da corrente circulatória (infecção na corrente sanguínea); Alto índice de mortalidade; Podem ocorrer secundariamente a outra infecção. Sepses ou Septcemias Alguns fatores de risco: Infusões contaminadas; Quebra da técnica asséptica; Cateteres; Equipos utilizados por longo tempo (ideal, 72 horas); Curativos com sujidades ou descolamento. Agente etiológico: Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, Staphilococcus aureus, Estreptococo beta-hemolítico. Prevenção de infecções hospitalares Prevenção de infecções hospitalares Os profissionais que atuam diretamente na assistência ao paciente devem seguir as recomendações básicas para a prevenção e o controle de infecção. A noção rotineira de precauções-padrão e de técnicas de isolamento apropriadas, quando indicadas, garantem a segurança do paciente e também do profissional, evitando que o mesmo se exponha a agentes infectantes. Prevenção de infecções hospitalares Prevenção de infecções hospitalares Precaução padrão O que é Indicações Indicada para manusear todo e qualquer paciente, independente do diagnóstico. Manipular equipamentos ou artigos contaminados ou sob suspeita de contaminação. Manipular sangue, fluido corporal, secreções, excreções, pele não íntegra e mucosa. Precaução padrão Conjunto de técnicas realizadas para reduzir o risco de transmissão de microrganismos de fontes de infecção, conhecidas ou não no hospital/instituição de saúde. Cuidados e equipamentos que irão bloquear a transmissão de microrganismos evitando a nossa contaminação, dos pacientes e do ambiente de trabalho. Medidas adotadas HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Antes e após o contato com o paciente; Antes e após calçar luvas; Antes e após entrar em contato com com materiais e equipamentos presentes na área do leito do paciente; 14/03/2022 37 USO DE LUVAS NÃO ESTÉREIS (procedimento) Em casos de risco de contato com sangue e outros fluidos corporais; Contato com membranas mucosas, pele não íntegra e outros itens contaminados; As luvas devem ser retiradas imediatamente após o uso. A higienização das mãos após a retirada é obrigatória!!! Medidas adotadas USO DE AVENTAL/CAPOTE Risco de contato com secreções ou sangue; Proteção da roupa; Proteção de superfícies corporais. Medidas adotadas USO DE ÓCULOS E MÁSCARA Risco de contato com sangue ou secreções; Proteção da mucosa de olhos, boca, nariz. Medidas adotadas CAIXA PÉRFURO-CORTANTE Descarte em recipientes apropriados, seringas e agulhas, sem reconectá-las ou reencapá-las.Medidas adotadas IMUNIZAÇÃO DOS TRABALHADORES Vacinação Tétano Hepatite B Gripe CUIDADOS AMBIENTAIS Zelar pelos equipamentos e materiais utilizados para cuidados ao paciente e com as superfícies fixas. Descarte adequado dos resíduos. Medidas adotadas Indicada para doenças cuja transmissão se dá através do contato pele a pele ou por compartilhamento de objetos de uso comum. Precaução de contato Indicações Infecção ou colonização por microrganismo multirresistente; Varicela; Infecções de pele e tecidos moles com secreções não contidas no curativo; Herpes zoster disseminado; Precaução de contato MEDIDAS ADOTADAS: Higienização das mãos; Avental; Luvas; Quarto privativo. Usar luvas e avental durante toda manipulação do paciente. Colocá-los imediatamente antes do contato com o paciente ou as superfícies e retire-os logo após o uso, higienizando as mãos em seguida. Precaução de contato Medidas recomendadas para impedir a transmissão de microrganismos por gotículas (partículas maiores que 5µm), no caso de contato com a mucosa oral, nasal ou conjuntiva, que ocorre com frequência durante a tosse, espirro ou em procedimentos de aspiração de secreções e vias aéreas. ESSAS PARTÍCULAS NÃO PERMANECEM NO AR, NECESSITANDO, PORTANTO, DE CONTATO MAIS ÍNTIMO E PRÓXIMO DA FONTE PARA OCORRER TRANSMISSÃO. Precauções para gotículas Indicações: Meningites bacterianas; Coqueluche; Difteria; Caxumba; Influenza; Rubéola. Precauções para gotículas Medidas adotadas: Higienização das mãos; Máscara cirúrgica (profissional); Máscara cirúrgica (paciente durante o transporte); Quarto privativo. OBS: o transporte do paciente deve ser evitado, mas, quando necessário, ele deverá usar máscara cirúrgica durante toda sua permanência fora do quarto. Precauções para gotículas Medidas recomendadas para impedir a transmissão de microrganismos por pequenas partículas, com tamanho inferior a 5µm (aerossóis), que podem permanecer suspensas no ar por longos períodos de tempo, dispersando-se com maior facilidade a grande distância, podendo ser inaladas e causar infecção em indivíduo susceptível. Precauções para aerossóis Indicações Tuberculose Varicela Sarampo Herpes zoster disseminado; Situações especiais (influenza aviária e gripe A durante procedimento e vias aéreas). Precauções para aerossóis Precauções padrão: Higienizar as mãos antes e após contato com o paciente; Usar óculos, máscara cirúrgica e/ou avental quando houver risco de contato de sangue ou secreções; Colocar a máscara antes de entrar no quarto. Visitas restritas e orientadas. MANTER A PORTA DO QUARTO SEMPRE FECHADA! Precauções para aerossóis Medidas adotadas: Higienização das mãos; Máscara PFF2 (N-95) para o profissional; Máscara cirúrgica (paciente durante o transporte); Quarto privativo. Precauções para aerossóis Outras formas de prevenção: Não sentar no leito do paciente; Não fazer uso de joias, ou qualquer outro adorno; Manter unhas limpas, curtas e sem esmalte; Não se alimentar no posto de enfermagem; Não usar chinelos e sandálias, apenas sapato fechado; Avisar a chefia se estiver resfriado, com diarreia e com feridas infectadas; Não transitar pelo hospital com alimentos (cafés, pacotes de bolacha, chás, etc). Prevenção de infecções hospitalares Dúvidas? Obrigada!