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CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PROJETO INTEGRADOR I: PLANEJAMENTO DE FÁBRICA - ADAPTAÇÃO ANA FABÍOLA PINTO PINHEIRO ANAS CAFÉ POLO VITÓRIA ES 2023 ANA FABÍOLA PINTO PINHEIRO ANAS CAFÉ Projeto Integrador I em Engenharia de Produção. Planejamento de fábrica. VITÓRIA – ES 2023 RESUMO O projeto integrador I abrange os aspectos do projeto de fábrica abordando a origem e aplicação do capital, o planejamento das finanças, o projeto do produto, planejamento da estrutura organizacional, levantamento dos equipamentos e materiais necessários para implementação da empresa, estudo do mercado, levantamento da capacidade e previsão de vendas, assim como, o estudo da localização estratégica da fábrica. Este projeto tem o objetivo de apresentar o planejamento para implementação da empresa ANAS CAFÉ, que visa atender às demandas do mercado de beneficiamento de café 100 % arábica, garantindo qualidade, sustentabilidade e competitividade. Sumário 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 5 2. PROJETO DO PRODUTO ............................................................................................................. 6 2.1 DETALHAMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO ........................................................ 7 2.2. FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO .......................................................................................... 7 FIGURA 1 - Fluxograma das etapas do processamento do café torrado e moído. ........... 7 2.3 CUSTOS DE CRIAÇÃO DA EMPRESA: ............................................................................. 16 3 CAPTAÇÃO FINANCEIRA ........................................................................................................... 17 3.1 DETALHAMENTO DO PROCESSO DE EMPRÉSTIMO NO BANCO SANTANDER. . 17 4 ESTUDO DE MERCADO E PREVISÃO DE VENDAS ............................................................. 19 4.1 METODOLOGIA DE PREVISÃO DE VENDAS COM MÉDIA MÓVEL SIMPLES (MMS): ........................................................................................................................................................... 19 5 PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE ........................................................................................ 20 5.1 DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO.................................................... 21 5.2 CÁLCULOS DE CAPACIDADE DE FABRICAÇÃO: .......................................................... 22 5.3 PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO.................................................... 22 5.4 PONTO DE EQUILÍBRIO NA PRODUÇÃO DA ANAS CAFÉ .......................................... 23 6 LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA: UMA ANÁLISE QUANTITATIVA E QUALITATIVA ...... 25 7 CONCLUSAO .................................................................................................................................. 27 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 28 5 1 INTRODUÇÃO O café é um importante produto para a economia brasileira. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de café. Desde sua chegada ao país, em 1727, o café foi um dos maiores gerador de riquezas e um dos produtos mais importante da história nacional. Um mercado ainda em franca expansão. O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo. O Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás somente dos Estados Unidos. Essa cultura tem um forte apelo social, tendo em vista a grande concentração de produção em propriedades familiares onde as lavouras são cultivadas. Segundo o diretor de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura e Pecuária, Silvio Farnese, a cultura representa um importante receita para as famílias, com grande emprego de mão-de-obra não só na produção como em todo o processo industrial e comercial. A empresa Anas Café a ser estudada está inserida neste contexto. O produto projetado é o beneficiamento do café em grãos ou moído na empresa Anas Café. A empresa está estrategicamente localizada na cidade de Linhares no estado do Espírito Santo. Este trabalho apresentará a infraestrutura, levantamento do capital, projeto do produto, estudo do mercado e previsão de vendas, planejamento da capacidade, avaliação econômica e a justificativa para a escolha da localização da empresa Anas Café. 6 2. PROJETO DO PRODUTO A proposta deste projeto é de criação da empresa Anas Café especializada no beneficiamento do café arábica em grãos e moído. Um dos diferenciais deste negócio é a participação da empresa desde a plantação até a comercialização do produto. A localização da empresa será na mesma cidade de plantação e colheita do café, Linhares no Espírito Santo. A estrutura organizacional da empresa Anas Café será composta pelos seguintes departamentos estratégicos: Departamento de Administração e finanças: Responsável pela gestão financeira e administrativa da empresa. Departamento de produção: Responsável por todo o processo de beneficiamento do café. Departamento comercial de vendas e marketing: Responsável pelas vendas, relação com mercado e comercial da Anas Café. O perfeito relacionamento entre todos os setores da empresa garantirá o sucesso do negócio, visando a manutenção e expansão da empresa. 7 2.1 DETALHAMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO O produto principal da empresa Anas Café é o café 100 % arábica em grãos e moído de alta qualidade. O café arábica é uma espécie originária da Etiópia e foi uma das primeiras espécies de café a ser produzida, acredita-se que herdou esse nome “arábica” por ter tido o seu cultivo propagado pelos árabes na região da Arábia, há milhares de anos. O beneficiamento de café configura-se como um conjunto de operações em que o objetivo é obter lotes homogêneos que atendam padrões de comercialização e ou industrialização (REZENDE; ROSADO; GOMES, 2007; MATIELLO et al., 2002). 2.2. FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO O processo produtivo do café torrado e moído é composto pelas etapas apresentadas na Figura 1. FIGURA 1 - Fluxograma das etapas do processamento do café torrado e moído. Recepção e Seleção dos Grãos: Conforme a Embrapa (2006), antes de ir para a indústria, os grãos de café são submetidos a diversas operações de pós-colheita até seu armazenamento, sendo elas 8 de grande importância para a preservação das características sensoriais e de segurança. Após a colheita é feita a limpeza dos grãos, processamento por via seca, separação e secagem. A separação da polpa do fruto consiste na produção de café natural. A secagem por sua vez pode ser feita naturalmente em terreiro ou artificialmente. Segundo Gonzales (2004) o café natural é aquele processado por via seca, no qual o grão é seco com a polpa e a mucilagem, permitindo a transferência do sabor adocicado. Tipicamente, tal café tem corpo e aroma pronunciados, típico, quase que exclusivamente, dos cafés do Brasil. Na indústria, o café natural chega e em seguida, é realizado o seu beneficiamento. Beneficiamento dos Grãos: De acordo com o Manual de Segurança e Qualidade para a Cultura do Café (2004) da Embrapa, o beneficiamento é uma operação pós-colheita que transforma, pela eliminação das cascas e separação dos grãos, o fruto seco em grãos de café que passam a ter a denominação de café beneficiado ou café verde. A operação de beneficiamento deve ser realizada o mais próximo possível da época de comercialização, para que o produto possa manter suas características originais(EMBRAPA, 2004). Conforme a Embrapa (2006), dependendo das condições em que o café foi seco, ou mesmo, em virtude das mudanças que podem ocorrer durante o armazenamento, é conveniente passar o produto, com bastante cuidado, por secador de tulha aerado, para que haja homogeneização do teor de umidade para um valor ideal para o beneficiamento. Caso se use um secador com alta temperatura para solucionar um problema de umidade alta, deve-se ter o cuidado de não beneficiar o produto quente. O resfriamento natural evita a incidência de grãos quebrados. De acordo com Silva (1999), a unidade de beneficiamento pode ser móvel, quando montada em carrocerias de caminhões, ou estática quando alojada em edificações. Nessas unidades são procedidas as seguintes operações: (i) limpeza; (ii) descasque; (iii) remoção da casca e, ou, pergaminho; e (iv) seleção. Ainda de acordo com o mesmo autor, a limpeza visa eliminar impurezas como folhas, gravetos, torrões, pedras e metais. Para tanto, emprega-se máquinas MVP (ventilador peneiras) e os catadores de pedras. No descasque do café tem se os grãos de café cru e os subprodutos casca ou pergaminho, que são removidos por meio de um fluxo de ar aplicado por um ventilador centrífugo. Em sequência procede-se a seleção dos grãos empregando equipamentos, como separador circular oscilante (sururuca), coluna de 9 ventilação, mesa de gravidade e selecionadora eletrônica por cores. O emprego deles em conjunto aprimora o processo de seleção. Torrefação: De acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Café – ABIC (2010) a torrefação é responsável pela transformação do grão verde em grão torrado para a confecção da bebida. Assim, o processo de torra consiste em submeter o grão à elevação progressiva e rápida da temperatura, fazendo com que sua umidade interna chegue a 3%. Logo, esta fase é determinante na característica final da bebida, pois o grau de torra evidência e/ou esconde muitas propriedades do grão. Na Figura 3 pode- se visualizar o café verde e após a torrefação. 5 FIGURA 3 - Café verde e após a torrefação. Fonte: Uol 2008. Segundo Gonzales (2004) primeiramente o café verde é colocado no elevador de grãos crus, o qual transportará a matéria-prima ao torrador. No torrador, o café passa pelo tratamento térmico a uma temperatura de 200° C, num tempo de torra de no máximo 25 minutos para adquirir as características desejadas. Os voláteis provenientes da torra do café são liberados pelo sistema de exaustão do torrador. O café após torrado passará por um sistema de resfriamento, um processo sucessivo e rápido que visa condensar no interior do grão as substâncias aromáticas, responsável pelo aroma e sabor do café, são dois métodos normalmente utilizados: ar ou água por um tempo de 5 minutos. Depois dos grãos torrados e resfriados são depositados por sistema de elevador pneumático no silo para grãos torrados com capacidade para 1350 kg. Os voláteis provenientes do esfriamento dos grãos torrados são liberados pelo sistema de exaustão do resfriador (GONZALES, 2004). Por um determinado período os grãos ficam em repouso para que aconteça um equilíbrio da umidade interna do grão, sendo que após a torrefação, os grãos tornam-se mais leves devido à perda de umidade (MELITA, 2008). Após isso os grãos secos são enviados para a moinhos apropriados onde será realizada a moagem. Segundo a ABIC (2010) para cada tipo de café (variedade e preparo) há um grau de torra diferente. Os graus de torra são classificados como claro, médio e escuro. O grau de torra claro possui acidez acentuada, suavidade do aroma e sabor e é menos amargo, ideal para máquinas de café expresso. O café com torrefação média tem como característica aroma e sabor acentuados, sendo ideal para coador de pano ou filtro de papel. Já o grau de torra escuro diminui a acidez, acentua o sabor amargo e deixa a bebida mais 10 escura. 3.4 Moagem A moagem é o processo na qual os grãos secos são triturados até que se tornem um pó fino. Os grãos devem ser conservados inteiros e frios antes da moagem (MELITTA, 2008). De acordo com Golini (s.d.), a moagem é feita com auxílio de um rolo mecânico, que quebra os grãos, até chegar à granulometria ideal do produto. Após esse processo, o café deve descansar por três horas para liberar mais gás carbônico. Há diferentes graus de moagem do café, conforme a ABIC (2010) o pulverizado, fina, média e grossa. O tempo de preparação da bebida é influenciado pelo grau de moagem. O grau pulverizado é o mais fino e ideal para o preparo do café árabe onde o pó não é coado, o fino é utilizado em filtração (filtros de papel, coador de pano), do médio é feito o café expresso e a moagem grossa é indicada para o café preparado em cafeteiras italianas. Embalagem e Rotulagem: Segundo Golini (s.d.) a embalagem e a rotulagem do café moído são feitas em uma máquina empacotadeira automática responsável por colocar o pó nos pacotes. Durante o processo o pacote recebe uma determinada quantidade de café para que alcance o peso ideal. E para ser embalado a vácuo, e comprimido por uma pré- selagem e encaminhado para uma câmara de vácuo que tem a função de retirar o ar do pacote. Após isso ele passa por uma marcação de validade feita e em seguida vai para o encaixotamento. A rotulagem de acordo com Machado (2015) deve estar em conformidade com a legislação em vigor. Para que haja essa conformidade, as inscrições da embalagem devem contemplar na totalidade as informações obrigatórias regulamentadas pela legislação brasileira e qualquer informação que estiver além da obrigatoriedade deve obedecer aos regulamentos para informações complementares. A ABIC (2010), lançou em 1989 o programa permanente de controle da pureza do café, que atesta a pureza do café torrado e moído. Tem como principal objetivo o monitoramento contínuo das marcas, a fim de inibir a ação de empresas que adulteram seus produtos. E no final de 2004 lançou o Programa de Qualidade do Café (PQC), que objetiva agregar valor e ampliar o consumo a partir da melhoria contínua dos cafés diferenciando os produtos em qualidade e preço, o Programa apresenta três categorias de certificação: Tradicional, Superior e Gourmet. A empresa Anas Café está qualificada em qualidade superior. Equipamentos para o beneficiamento: 11 Os equipamentos normalmente utilizados para o beneficiamento de café são: máquinas de pré-limpeza e limpeza; descascadores; separador oscilante circular (sururuca); coluna de ventilação; catador de pedras e mesa densimétrica; classificadora por peneiras; classificadora por imagem eletrônica (CARVALHO, 1979; REIS; CUNHA; CARVALHO, 2011; REZENDE; ROSADO; GOMES, 2007). Máquinas de pré-limpeza e limpeza: As máquinas de pré-limpeza e limpeza são equipamentos projetados para remover impurezas da massa de produto. O princípio de extração baseia-se nas propriedades físicas dos materiais – velocidade terminal, dimensões e formatos. Estas máquinas são equipadas com ventiladores e peneiras, sendo denominadas MVP – Máquinas Ventilador Peneiras. O ventilador gera um fluxo de ar com finalidade de remover impurezas com menor massa específica unitária, como pó, folhas e pedaços de galhos. Enquanto as peneiras são utilizadas para remover as impurezas em função das diferenças de dimensões e formatos. Na operação das máquinas de pré-limpeza, primeiro o fluxo de produto é submetido a um fluxo de ar que arrasta as impurezas mais leves e as conduz a uma câmara de decantação e descarte em calhas específicas. O pó é conduzido de forma pneumática até um ciclone, onde é forçada a decantar. Em sequência o fluxo de grãos segue as caixas de peneiras que são constituídas de duas peneiras e um fundo. A peneira superior retém as impurezas maiores, a segunda retém o produto, e ao fundo as impurezas menores. Cada uma das peneiras e fundo possuem calhas de descargasespecíficas. A diferença das máquinas de pré-limpeza e de limpeza é que as de pré-limpeza geralmente contam com apenas uma caixa de peneiras, enquanto as de limpeza têm no mínimo três caixas que operam em paralelo. Descascadores: O descasque visa remover cascas, pergaminhos e as películas prateadas dos frutos secos em coco ou em pergaminho. Para café, os tipos de descascadores mais empregados são os por fricção e por impacto. Os descascadores por fricção são os mais utilizados e se caracterizam por possuir um cilindro alojado em uma calha com fundo confeccionado em chapas perfuradas que retém os frutos não descascados, mas possibilita a passagem dos grãos descascados, pedaços de casca, pergaminho e películas. Ao fluxo destes materiais é 12 submetido um fluxo de ar que arrasta os mais leves deixando fluir os grãos descascados e os não descascados apropriadamente. Segundo as características do café a ser descascado, é definido para o cilindro a distância em relação à calha, à rugosidade, e à rotação. Quanto aos descascadores por impacto, estes dispõem de um cilindro rotor contendo hastes fixadas ao mesmo que ao impactarem os frutos faz com que a casca, pergaminho e a película prateada desprendam, liberando os grãos de café. Separador oscilante circular: O separador oscilante circular, comumente denominada peneira sururuca, normalmente é instalada após o descascador, com a finalidade de separar os grãos descascados dos grãos não descascados adequadamente. Esse separador é acionado por um eixo excêntrico com movimento circular, o que faz com que os grãos descascados se dirijam para periferia, enquanto os não descascados adequadamente acumulam-se ao centro. Desse modo, junto a uma posição lateral tem uma calha para descarga dos grãos descascados e ao centro há outra calha que retorna ao descascador os grãos não descascados apropriadamente. Coluna de ventilação: A coluna de ventilação tem por princípio de funcionamento a velocidade terminal. Normalmente, o equipamento conta com quatro colunas, em que as velocidades do fluxo de ar são diferenciadas. Na primeira coluna a velocidade do ar é maior, deixando de arrastar os grãos com maior massa específica unitária, que precipitam para parte inferior da coluna e são descarregados por uma calha para serem ensacados. Para as colunas seguintes a intensidade da velocidade do ar decresce sequencialmente e o material que é arrastado pelo fluxo de ar da última coluna é tratado como impurezas e ou defeitos removidos. O catador de pedras e mesa densimétrica: O catador de pedras e a mesa densimétrica possuem o mesmo princípio de funcionamento, mas com finalidade de aplicações diferentes. Os catadores de pedras possuem uma plataforma com inclinação regulável nas direções do comprimento e largura. Abaixo dessa plataforma é instalado um ou mais ventiladores que aplicam fluxo de ar por meio de pequenos orifícios pela área da plataforma. Esta plataforma 13 também possui movimento oscilatório da direção do comprimento, que faz com que o leito de grãos avance sobre a plataforma. Desta forma, com a aplicação do fluxo ocorre a estratificação do leito de grãos em que os materiais com maior massa específica ficam ao fundo. E, aliado a essa ocorrência, o movimento oscilatório da plataforma faz com que os materiais com a maior massa específica concentrem no lado mais baixo da plataforma, enquanto os de menores concentram no lado oposto. Na extremidade da plataforma, os catadores de pedras contam com três calhas: a) uma para coleta dos materiais com maior massa específica unitária como pedras, torrões, fragmentos do piso do terreiro e pedaços de partes mecânicas; b) a segunda para coleta dos grãos que concentra na parte central da plataforma; c) a terceira para coleta de impurezas mais leves. As mesas densimétricas, também conhecidas como mesas de gravidade, são empregadas para estratificar lotes de café com dimensões e formatos semelhantes, mas com valores diferenciados de massa específica e massa específica unitária. Desse modo, diferente dos catadores de pedras, o leito de grãos que chega ao final da plataforma das mesas densimétricas pode ser direcionado a quatro ou mais calhas de descarga, obtendo lotes diferenciados quanto à massa específica unitária dos grãos. Classificadora por peneiras: As classificadoras por peneiras possuem o mesmo princípio de funcionamento das máquinas de pré-limpeza e limpeza quanto ao emprego das peneiras para estratificar lotes de produtos segundo a diferença das dimensões e formatos. Para café beneficiado, empregam-se peneiras de crivos circulares para classificar lotes de grãos com formatos chatos, pois estes diferem segundo a largura, enquanto as de crivos oblongos são empregadas para estratificar lotes de cafés com formato moca. Na Tabela 1 é apresentada a relação de peneiras empregadas em laboratório para classificação de cafés nos formatos chato e moca (SEGGES, 2001; REZENDE; ROSADO; GOMES, 2007). E como exemplo operacional, apresenta-se na Figura 3 a disposição das peneiras em uma máquina classificadora por peneiras, que permitem estratificar a massa de grãos crus em até 11 lotes. Classificadora por imagem: A classificação por imagem, normalmente, é a última operação para obtenção de lotes homogêneos de grãos de café cru (REZENDE; ROSADO; GOMES, 2007). Nesse 14 estádio os lotes se apresentam homogêneos segundo as dimensões, forma, massa específica unitária, massa específica e velocidade terminal. Portanto, o que pode diferenciar os grãos são suas imagens quando comparadas a um padrão. Para promover a classificação segundo padrões de imagem e cor são empregadas às classificadoras eletrônicas equipadas com 8 a 64 canais. Em cada um dos canais há duas unidades de classificação, sendo cada uma delas equipadas com uma fonte de iluminação LED, duas câmeras e um ejetor. A Câmera de Infravermelho Próximo (IVP) capta imagens com variação espectral de comprimento de ondas entre 600 e 1.100 nanômetros o que é aplicado, principalmente, para detecção de manchas. A câmera CCD (Charge-Coupled Divice) emprega a mesma tecnologia de câmeras digitais, em que o número de pixel define o grau de definição das imagens para análise. As imagens capturadas pelas câmeras são analisadas pela central eletrônica tomando por referência imagens padrão. Caso o padrão não seja atendido, o “Ejetor” é acionado liberando um fluxo de ar comprimido contra o grão analisado, removendo-o do canal. O ar comprimido empregado deve estar seco. Por isso, para o funcionamento das classificadoras eletrônicas (“seletron”) é necessário à instalação de um compressor de ar e uma unidade de desumidificação do ar. Unidades de beneficiamento de café As unidades de beneficiamento móveis, montadas em carrocerias de caminhões, são empregadas para beneficiar cafés em coco ou em pergaminho armazenados em nível de fazenda. Essas unidades normalmente possuem os seguintes equipamentos: máquina de pré-limpeza, descascador, separador circular oscilante (“surruca”) e coluna de ventilação. E a força motriz desses equipamentos é proveniente de um motor a óleo diesel. Esse conjunto de máquinas promove a primeira fase do beneficiamento, que há de ser complementado nas unidades de beneficiamento fixas que são montadas em instalações projetadas para o rebeneficiamento e armazenagem de grãos beneficiados aguardando a comercialização ou industrialização. Além dos equipamentos das unidades móveis, as unidades fixas contam com um conjunto de equipamentos que propiciam limpar e classificar os lotes 15 de cafés descascados em outros lotes menores com padrões aprimorados segundo as dimensões, formatos, massa específica e cor. Fluxograma operacional de uma unidade móvel de beneficiamento de café. 1 - Moega 4 - Descascador 2 - Elevador de caçambas 5 - Separador circular oscilante(“sururuca”) 3 - Máquina de pré-limpeza 6 - Coluna de ventilação Figura 6. Fluxograma operacional de uma unidade fixa de beneficiamento de café. 1 - Moega 5 - Mesa densimétrica 2 - Tulha café descascado 6 - Classificadora por peneiras 3 - Máquina de limpeza 7 - Tulhas café classificados 4 - Catador de pedras 8 - Classificadora por imagem Torrefação e moagem Na indústria de torrefação, a matéria-prima são lotes de cafés beneficiados resultantes de “blends” ou não. No caso de “blends” as massas de grãos misturadas devem apresentar Café: beneficiamento e industrialização 397 propriedades físicas semelhantes, a fim de proporcionar homogeneidade do produto após a torra (SEGGES, 2001; CLARKE; VITZTHUM, 2001; REZENDE; ROSADO; GOMES, 2007). Caso isso não seja possível o “blend” deve ser elaborado após a torra. Para condução da torra são empregados torradores com troca de calor por condução e por convecção. Nos torradores por condução, a troca de calor ocorre por meio da superfície metálica aquecida de uma cuba, com formato esférico, cônico ou cilíndrico. Quanto aos torradores com troca de calor por convecção, empregam-se misturas de gases, ou ar, aquecidas a temperaturas próximas de 450 ºC. Durante a torrefação ocorrem alterações das propriedades químicas e físicas do café cru em razão do aporte de calor recebido. As alterações desencadeadas referem-se a: a) redução do teor de umidade de 11% a 12% para 2% a 3%; b) perda de massa em média 10%; c) caramelização de açúcares; d) ocorrência do processo de pirólise em que transformações químicas ocasionam formação de novos compostos e a liberação de óleo, gás carbônico e de diversos voláteis; e) expansão e ruptura de estruturas internas dos grãos; f) aumento da temperatura dos grãos alcançando valores próximos de 230 °C (CLARKE; VITZTHUM, 2001). Na condução do processo de torra é importante a observância de três variáveis: tempo de execução, temperatura do produto e perda de massa. No que se refere ao tempo e temperatura, fez surgir no 16 mercado duas modalidades de torradores os LTLT (“low temperature and long time”) e os HTST (“hight temperature and short time”). Os LTLT referem ao emprego de baixas temperaturas, em que a massa de grãos atinge aproximadamente 211 °C e o tempo de execução varia de 9 a 15 minutos, enquanto nos HTST a temperatura da massa de grãos aproxima-se de 235 °C e a média do tempo de execução é de 3 minutos. Após a torrefação, os grãos devem ser resfriados sob corrente de ar e embalados na forma de grãos ou moído. A granulometria dos grãos moídos é definida de acordo com o método de preparo da bebida. 2.3 CUSTOS DE CRIAÇÃO DA EMPRESA: Os custos de criação da empresa Anas Café serão apresentados na tabela abaixo e incluem investimentos em instalações, equipamentos, recursos humanos, matéria- prima e despesas operacionais. Tabela 1 — Levantamento de custos ITEM QUANTIDADE UNIDADE VALOR VALOR TOTAL MÁQUINAS Conjunto para Limpeza, Benefício e Ventilação de Café 1,00 UNIDADE 60.000,00 60000 Conjunto de peneiras 1,00 UNIDADE 25.000,00 25000 Caminhão 1,00 UNIDADE 300.000,00 300000 Material de consumo Matéria - prima grãos de café cru saca de 60 kg 12.000,00 kg 10,00 120000 Mão de Obra (salários) 1,00 vb 60000 Terreno 1,00 UNIDADE 800000 Construção 1,00 vb 500000 Custo fixo Seguro 1,00 vb 24000 Despesas fixas 1,00 vb 30000 TOTAL 1919000 17 3 CAPTAÇÃO FINANCEIRA O orçamento inicial da empresa Anas Café indica um investimento inicial de aproximadamente 2 milhões de reais. A opção mais vantajosa apresentada foi a utilização de crédito oriundos do Funcafé por meio de empréstimos com o banco Santander. O Funcafé é um fundo próprio, ou seja, constituído com recursos originários do setor produtivo. Seus recursos são oriundos de uma contribuição paga sobre as exportações do produto. Criado pelo Decreto-Lei n° 2.295/86, foi ratificado pela Lei n° 9.239/95. É interessante saber que o setor cafeeiro é o único do agronegócio brasileiro a contar com este tipo de ferramenta, pensada para o desenvolvimento do segmento. Cafeicultores, cooperativas de produção de café, beneficiadores, indústrias torrefadoras, indústrias de café solúvel e exportadores de café podem utilizar o Funcafé. 3.1 DETALHAMENTO DO PROCESSO DE EMPRÉSTIMO NO BANCO SANTANDER. Para obter um empréstimo de 2 milhões de reais junto ao Banco Santander, apresentamos a seguir o passo a passo detalhado do processo: 1. Solicitação Inicial: O processo de obtenção de um empréstimo junto ao Banco Santander inicia com a apresentação de uma solicitação formal. Os proponentes devem preencher um formulário de inscrição, que inclui informações sobre a empresa, seu histórico financeiro, finalidade do empréstimo e detalhes sobre as garantias que podem ser oferecidas. 2. Avaliação Preliminar: Após a recepção da solicitação, o Banco Santander realizará uma avaliação preliminar para determinar a elegibilidade do requerente e a adequação do pedido. Isso envolve uma análise das informações fornecidas e uma verificação de crédito inicial. 3. Consulta Detalhada de Crédito: Uma vez aprovada a avaliação preliminar, o Banco Santander conduzirá uma consulta detalhada de crédito. Isso inclui a revisão completa 18 das demonstrações financeiras da empresa, histórico de pagamento de dívidas anteriores, avaliação da saúde financeira atual e qualquer outra informação relevante. 4. Avaliação da Finalidade do Empréstimo: O Banco Santander avaliará a finalidade do empréstimo, que deve ser detalhadamente explicada pelo requerente. Nesta etapa, será determinado se o uso pretendido dos fundos é compatível com as políticas e regulamentações do banco e da Funcafé. 5. Estabelecimento de Termos e Condições: Uma vez concluída a análise de crédito e aprovada a finalidade do empréstimo, o Banco Santander estabelecerá os termos e condições do empréstimo, incluindo a taxa de juros, o prazo de pagamento, as garantias necessárias e quaisquer outras cláusulas relevantes. 6. Avaliação de Garantias: Para um empréstimo de 2 milhões de reais, o Banco Santander pode requerer garantias substanciais. Isso pode incluir ativos da empresa, como propriedades ou equipamentos, como garantias colaterais. 7. Aprovação Final e Documentação: Uma vez que todas as etapas anteriores tenham sido completadas com sucesso, o Banco Santander concederá a aprovação final do empréstimo. Neste ponto, a documentação formal do empréstimo será preparada, incluindo um contrato detalhado que especifica os termos, condições e obrigações de ambas as partes. Utilizando o funcafé as taxas são mais atrativas e o crédito é isento de IOF. 19 4 ESTUDO DE MERCADO E PREVISÃO DE VENDAS 4.1 METODOLOGIA DE PREVISÃO DE VENDAS COM MÉDIA MÓVEL SIMPLES (MMS): A metodologia adotada para a previsão de vendas da Annas Café baseia-se na Média Móvel Simples (MMS), uma técnica estatística amplamente utilizada para suavizar flutuações em dados de vendas e identificar tendências ao longo do tempo. O processo inclui os seguintes passos: Coleta de Dados Históricos: Inicialmente, a Anas Café reuniu dados históricos de vendas mensais dos últimos 12 meses de empresas do mesmo seguimento. Esses dados forneceram uma base sólida para a análise de tendências passadas. Cálculo da Média Móvel Simples (MMS): A empresa aplicou a MMS para suavizar os dados históricos. A MMS envolve o cálculo das médias dos valores de vendas em um período específico, neste caso, usando um período de 3 meses para a MMS. Previsão de Vendas Futuras: Com a série de MMS calculada, a Anas Café utilizou essa série suavizada como base para suas previsões de vendas para os próximos 12 meses. Cada mês futuro foi estimado usando o último valor de MMS disponível. Tabela 2 — Projeção de vendasDEMANDA (PACOTE DE 500g) MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ CONSUMO REAL 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 PROJETADO (PACOTE DE 500g) MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ PROJETADO 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 O pacote de café 100% arábica em grãos de 500g apresentou demanda constante de 24.000 unidades durante do ano 1 e a projeção para o ano 2 é manter essa demanda contante, em virtude da característica dos compradores fixos estabelecidos por meio de contratos. 20 5 PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE O planejamento da capacidade é um planejamento de nível estratégico de longo prazo, normalmente de dois até cinco anos, dependendo do porte da empresa e da complexidade do processo produtivo. O acompanhamento ativo da capacidade de produção, o gerenciamento e o planejamento eficaz de alterações em sua capacidade de produção trazem diversos benefícios para sua empresa e está diretamente relacionado ao planejamento agregado de produção, especialmente em se tratando de processos de empresas industriais. De uma forma geral, o planejamento da capacidade permite aumentar a produção quando necessário, minimizando o risco de excesso de estoque. Tudo isso junto reduzirá os custos, permitindo à organização ter capacidade de responder aos picos de demanda. A capacidade produtiva e seu planejamento influenciam na lucratividade e eficiência da produção, portanto, métricas bastante amplas e relevantes das empresas; diversos aspectos de desenvolvimento da empresa são afetados pelas decisões tomadas pelos gestores, quanto à capacidade e seu planejamento. Sendo eles: custos de produção, receitas, capital de giro, qualidade dos bens ou serviços, velocidade de resposta à demanda do cliente, confiabilidade do fornecimento e flexibilidade de atendimento à demanda (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009). O planejamento da capacidade possui impactos em diversos aspectos de desempenho, os quais estão abaixo relacionados de forma sintética: melhora da assertividade de gestores e colaboradores nas diversas áreas de negócio; redução dos custos pelo equilíbrio entre capacidade e demanda. Sem utilização excessiva ou subutilização da capacidade; maximização do atendimento da demanda reduzindo a perdas de receita; manutenção dos níveis de estoques otimizados (para bens), liberando capital de giro; 21 incremento da qualidade de produtos e serviços e reduzir a probabilidade de ocorrência de erros; aumento da velocidade de resposta à demanda do cliente, seja pela geração de pequenos estoques, seja pela acertada previsão da demanda; maior flexibilidade para responder a aumentos inesperados na demanda; maior responsividade às demandas do mercado, encurtando o prazo de atendimento; aumento da previsibilidade da entrega melhora da rotina e a produtividade dos colaboradores, pela estabilização e maior previsibilidade de sua jornada de trabalho; melhora utilização dos recursos materiais e dos insumos, evitando custos extras por uso emergencial; alinhamento entre comercial, financeiro, produção, logística e compras para atender as demandas planejadas e priorizadas entre estes departamentos. Fruto deste, é possível observar melhor relacionamento interdepartamental; maior assertividade na definição das metas comerciais, de produção e de entrega. Os impactos são realmente amplos, justificando o esforço do planejamento e da gestão da capacidade para efeito de ação gerencial, mas também de planejamento e orçamentação. Conhecer capacidade produtiva do sistema permite à própria equipe entender melhor o próprio negócio e assim atender melhor seus clientes. Além disso, é possível identificar gargalos e com base nisso, orientar iniciativas de melhoria com intuito de elevar a capacidade produtiva da empresa Annas Café. 5.1 DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO A empresa Anas Café, trabalha em jornada de 8 horas por dia, durante 5 dias por semana. A capacidade de produção de beneficiamento é de 1,25 sacas por hora ou 75 quilos por hora. Durante a última semana, os registros de produção apresentaram os seguintes apontamentos de tempos perdidos: 22 Tabela 3 — Ocorrências ITEM OCORRÊNCIA TEMPO PERDIDO EM H 1 Momento de segurança 0,15 2 Manutenção corretiva das máquinas 1 3 Limpeza das máquinas 0,3 5.2 CÁLCULOS DE CAPACIDADE DE FABRICAÇÃO: ● Capacidade instalada: 7 dias por semana x 24 horas por dia = 168 horas por semana ou 168 x 1,25= 210 sacas de café por semana. ● Capacidade disponível: 8 horas por dia x 5 dias por semana 40= horas por semana ou 40 × 1,25 = 50 sacas de café por semana. ● Capacidade efetiva: perdas planejadas (ocorrências: itens 1 e 3) 0,45 horas, portanto a capacidade efetiva será de: 40-0,45 = 39,55 horas ou 39,55 × 1,25 = 49,43 sacas de café por semana. ● Capacidade realizada: perdas não planejadas (ocorrências: item 2) = 1 hora, portanto a capacidade realizada foi de 39,55 – 1 = 38,55 horas ou 38,55 × 1,25 = 48,19 sacas de café por semana. Grau de disponibilidade = capacidade disponível/capacidade instalada = 50/210= 24 % Grau de utilização = capacidade efetiva/ capacidade disponível = 49,43/50 = 98 % Índice de eficiência = capacidade realizada / capacidade efetiva = 48,19/49,43 = 97 % 5.3 PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO A empresa Anas Café é uma empresa de médio porte que possui uma capacidade de produção média de beneficiamento de café 100 % arábica de 50 sacas por semana. 23 Foi realizado um estudo de mercado, apresentado na tabela a seguir, que indica a possibilidade de crescimento de vendas, ao longo dos próximos cinco anos. Tabela 4 — Estudo de mercado Ano Faturamento bruto anual (milhões de reais) Produção anual (*) sacas Produção mensal (*) unidades Produção diária(unidades) 1 4.800.000 2400 24000 1200 2 5.040.000 2520 25200 1260 3 5.280.000 2640 26400 1320 4 5.520.000 2760 27600 1380 5 5.760.000 2880 28800 1440 * foram considerados 22 dias úteis por mês 5.4 PONTO DE EQUILÍBRIO NA PRODUÇÃO DA ANAS CAFÉ Ponto de equilíbrio é o valor da quantidade da produção tal que exista a igualdade entre os custos totais e a receita total, ou seja, a produção para a qual o lucro é zero. Custos fixos são aqueles que permanecem constantes em qualquer que seja a quantidade produzida. Custos variáveis são os custos que variam diretamente com o volume produzido. Custos totais são os custos fixos mais os custos variáveis associados a quantidade produzida. CT = CF + q. CVu 24 q = quantidade produzida CF = custo fixo total não depende de q CVu = custo variável unitário, custo para se fazer uma unidade, levando em consideração apenas os custos diretos sobre o produto. Depende de q. R = q. PVu R = receita total PVu = preço de venda unitário PONTO DE EQUILÍBRIO q = Custo fixo / (PVu – Cvu) A nova quantidade a ser produzida pode estar acima de q gerando lucro ou abaixo de q gerando prejuízo. Em determinado momento podemos estar interessados em produzir um certo valor de lucro L utilizando a seguinte fórmula: q = (L + CF) / (PVu – Cvu) O ponto de equilíbrio, conforme gráfico acima é de 4500 unidades no valor de 135.000,00, onde o custo total é igual a receita, abaixo dessa quantidade é prejuízo e acima dessa quantidade gera lucro. R$135.000,00 R$(200.000,00) R$- R$200.000,00 R$400.000,00 R$600.000,00 R$800.000,00 R$1.000.000,00 R $ quantidade Ponto de equilíbrio Custo de Produção Receita Custo Total LUCRO 25 6 LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA: UMA ANÁLISE QUANTITATIVA E QUALITATIVA A localização da empresa é uma decisão estratégica que pode influenciar o desempenho operacional e econômico do negócio. Serão apresentadasas análises quantitativas e qualitativas da escolha do local de instalação da empresa Anas Café, realizada para as cidades selecionadas Vitória, Aracruz e Linhares, todas situadas no estado do Espírito Santo. Análise quantitativa: O método quantitativo é uma abordagem que leva em consideração os custos fixos, custos de transporte, disponibilidade de matéria-prima e proximidade aos mercados alvos. Utilizamos esse método para calcular o custo total de operação em cada uma das cidades candidatas, considerando os dados específicos da empresa Anas Café. Tabela 5 — Cidades estudadas CIDADES LETRA VITÓRIA A ARACRUZ B LINHARES C Tabela 6 — Levantamento de custos CIDADES LETRA CUSTOS FIXOS CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO QUANTIDADE CUSTO TOTAL VITÓRIA A 300000 15 5000 375000 ARACRUZ B 200000 12 5000 260000 LINHARES C 150000 10 5000 200000 Para os dados apresentados Linhares é a cidade com a localidade mais vantajosa para instalação da empresa Anas Café. 26 Análise qualitativa: Tabela 7 — Análise qualitativa PESO FATOR NOTA DA CIDADE A NOTA DA CIDADE B NOTA DA CIDADE C 10 DISPONIBILIDADE DE PESSOAL 6 7 8 15 ASPECTOS SINDICAIS 7 7 7 20 RESTRIÇÕES AMBIENTAIS 7 7 8 15 QUALIDADE DE VIDA 7 7 8 15 SUPRIMENTO DE MATERIAIS 7 6 8 15 ISENÇÃO DE IMPOSTOS 5 7 9 10 DESENVOLVIMENTO REGIONAL 6 7 8 650 685 800 Pela análise qualitativa também é observado que a cidade de localização mais vantajosa para a empresa Anas Café é a cidade de Linhares no Espírito Santo. Linhares, no Norte do Espírito Santo, é um município que vem chamando a atenção e conquistando investidores. Entre os motivos: a boa localização, mão de obra qualificada, incentivos fiscais e infraestrutura para receber empresas e indústrias de diversos setores econômicos. Linhares experimenta um bom crescimento nas últimas décadas, principalmente a partir de 1998, quando foram incluídos na área de atuação da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste). O fato possibilitou a chegada de várias empresas – que são estimuladas a se instalarem por intermédio de incentivos fiscais, acesso a programas e outros benefícios. Pelos aspectos quantitativos e qualitativos Linhares se apresentou como melhor escolha para instalação da empresa Anas Café. 27 7 CONCLUSAO Este trabalho apresentou os aspectos mais relevantes para o planejamento da implantação da empresa Anas Café. Foi apresentado o levantamento do capital por meio de empréstimos, o produto foi projetado, o mercado foi estudado e foi feita a previsão de vendas da unidade de café 100% arábica em grãos ou moído de 500g. A capacidade da empresa Anas Café foi planejada e apresentada levando em consideração todos os fatores relevantes para o processo, bem como, a avaliação econômica de alternativas de capacidade. Analisado o estudo para a correta localização da empresa, onde foi detectado que a melhor cidade para instalação da empresa Anas Café foi a cidade de Linhares no norte do estado do Espírito Santo. Portanto, neste projeto integrador foram apresentadas as principais ferramentas necessárias para a implementação do planejamento da empresa Anas Café. 28 REFERÊNCIAS CORREA, H.L., CORREA, C.A., 2004, Administração da Produção e Operações. São Paulo, Atlas. EMBRAPA. Beneficiamento do café. 2023. Disponível em: https://www.embrapa.br/cafe. Acesso em: 12 nov. 2023. MOREIRA, D.A., 2004, Administração da Produção e Operações. 1 ed. São Paulo, Thomson Pioneira OLIVEIRA, D.R., 2002, Planejamento estratégico: conceito, metodologia e prática. 18 ed. São Paulo, Atlas SLACK, N., JOHNSTON, R., CHAMBERS, S., 2002, Administração da Produção. 2ed. São Paulo, Atlas
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