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PROJETO INTEGRADOR I PLANEJAMENTO DE FÁBRICA - BENEFICIAMENTO DE CAFÉ rev1

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CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE 
PRODUÇÃO 
 
PROJETO INTEGRADOR I: PLANEJAMENTO DE FÁBRICA - 
ADAPTAÇÃO 
 
ANA FABÍOLA PINTO PINHEIRO 
ANAS CAFÉ 
 
 
 
 
 
POLO VITÓRIA ES 
2023 
 
ANA FABÍOLA PINTO PINHEIRO 
 
 
 
ANAS CAFÉ 
 
Projeto Integrador I em Engenharia de 
Produção. Planejamento de fábrica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITÓRIA – ES 
2023 
 
RESUMO 
 
 
O projeto integrador I abrange os aspectos do projeto de fábrica abordando a 
origem e aplicação do capital, o planejamento das finanças, o projeto do 
produto, planejamento da estrutura organizacional, levantamento dos 
equipamentos e materiais necessários para implementação da empresa, 
estudo do mercado, levantamento da capacidade e previsão de vendas, assim 
como, o estudo da localização estratégica da fábrica. 
Este projeto tem o objetivo de apresentar o planejamento para implementação 
da empresa ANAS CAFÉ, que visa atender às demandas do mercado de 
beneficiamento de café 100 % arábica, garantindo qualidade, sustentabilidade 
e competitividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 5 
2. PROJETO DO PRODUTO ............................................................................................................. 6 
2.1 DETALHAMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO ........................................................ 7 
2.2. FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO .......................................................................................... 7 
FIGURA 1 - Fluxograma das etapas do processamento do café torrado e moído. ........... 7 
2.3 CUSTOS DE CRIAÇÃO DA EMPRESA: ............................................................................. 16 
3 CAPTAÇÃO FINANCEIRA ........................................................................................................... 17 
3.1 DETALHAMENTO DO PROCESSO DE EMPRÉSTIMO NO BANCO SANTANDER. . 17 
4 ESTUDO DE MERCADO E PREVISÃO DE VENDAS ............................................................. 19 
4.1 METODOLOGIA DE PREVISÃO DE VENDAS COM MÉDIA MÓVEL SIMPLES (MMS):
 ........................................................................................................................................................... 19 
5 PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE ........................................................................................ 20 
5.1 DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO.................................................... 21 
5.2 CÁLCULOS DE CAPACIDADE DE FABRICAÇÃO: .......................................................... 22 
5.3 PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO.................................................... 22 
5.4 PONTO DE EQUILÍBRIO NA PRODUÇÃO DA ANAS CAFÉ .......................................... 23 
6 LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA: UMA ANÁLISE QUANTITATIVA E QUALITATIVA ...... 25 
7 CONCLUSAO .................................................................................................................................. 27 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 28 
 
5 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O café é um importante produto para a economia brasileira. O Brasil é um dos maiores 
produtores mundiais de café. Desde sua chegada ao país, em 1727, o café foi um dos 
maiores gerador de riquezas e um dos produtos mais importante da história nacional. 
Um mercado ainda em franca expansão. O café é uma das bebidas mais consumidas 
no mundo. O Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás somente 
dos Estados Unidos. 
Essa cultura tem um forte apelo social, tendo em vista a grande concentração de 
produção em propriedades familiares onde as lavouras são cultivadas. Segundo o 
diretor de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura e Pecuária, 
Silvio Farnese, a cultura representa um importante receita para as famílias, com 
grande emprego de mão-de-obra não só na produção como em todo o processo 
industrial e comercial. A empresa Anas Café a ser estudada está inserida neste 
contexto. 
O produto projetado é o beneficiamento do café em grãos ou moído na empresa Anas 
Café. A empresa está estrategicamente localizada na cidade de Linhares no estado 
do Espírito Santo. Este trabalho apresentará a infraestrutura, levantamento do capital, 
projeto do produto, estudo do mercado e previsão de vendas, planejamento da 
capacidade, avaliação econômica e a justificativa para a escolha da localização da 
empresa Anas Café. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. PROJETO DO PRODUTO 
 
A proposta deste projeto é de criação da empresa Anas Café especializada no 
beneficiamento do café arábica em grãos e moído. Um dos diferenciais deste negócio 
é a participação da empresa desde a plantação até a comercialização do produto. 
A localização da empresa será na mesma cidade de plantação e colheita do café, 
Linhares no Espírito Santo. 
A estrutura organizacional da empresa Anas Café será composta pelos seguintes 
departamentos estratégicos: 
Departamento de Administração e finanças: Responsável pela gestão financeira e 
administrativa da empresa. 
Departamento de produção: Responsável por todo o processo de beneficiamento do 
café. 
Departamento comercial de vendas e marketing: Responsável pelas vendas, relação 
com mercado e comercial da Anas Café. 
O perfeito relacionamento entre todos os setores da empresa garantirá o sucesso do 
negócio, visando a manutenção e expansão da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2.1 DETALHAMENTO DO PROCESSO DE 
PRODUÇÃO 
 
O produto principal da empresa Anas Café é o café 100 % arábica em grãos e moído 
de alta qualidade. O café arábica é uma espécie originária da Etiópia e foi uma das 
primeiras espécies de café a ser produzida, acredita-se que herdou esse nome 
“arábica” por ter tido o seu cultivo propagado pelos árabes na região da Arábia, há 
milhares de anos. 
O beneficiamento de café configura-se como um conjunto de operações em que o 
objetivo é obter lotes homogêneos que atendam padrões de comercialização e ou 
industrialização (REZENDE; ROSADO; GOMES, 2007; MATIELLO et al., 2002). 
 
2.2. FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO 
O processo produtivo do café torrado e moído é composto pelas etapas apresentadas 
na Figura 1. 
 
 
FIGURA 1 - Fluxograma das etapas do processamento do café torrado e moído. 
 
Recepção e Seleção dos Grãos: 
Conforme a Embrapa (2006), antes de ir para a indústria, os grãos de café são 
submetidos a diversas operações de pós-colheita até seu armazenamento, sendo elas 
8 
 
de grande importância para a preservação das características sensoriais e de 
segurança. Após a colheita é feita a limpeza dos grãos, processamento por via seca, 
separação e secagem. A separação da polpa do fruto consiste na produção de café 
natural. A secagem por sua vez pode ser feita naturalmente em terreiro ou 
artificialmente. Segundo Gonzales (2004) o café natural é aquele processado por via 
seca, no qual o grão é seco com a polpa e a mucilagem, permitindo a transferência 
do sabor adocicado. Tipicamente, tal café tem corpo e aroma pronunciados, típico, 
quase que exclusivamente, dos cafés do Brasil. Na indústria, o café natural chega e 
em seguida, é realizado o seu beneficiamento. 
Beneficiamento dos Grãos: 
De acordo com o Manual de Segurança e Qualidade para a Cultura do Café (2004) 
da Embrapa, o beneficiamento é uma operação pós-colheita que transforma, pela 
eliminação das cascas e separação dos grãos, o fruto seco em grãos de café que 
passam a ter a denominação de café beneficiado ou café verde. A operação de 
beneficiamento deve ser realizada o mais próximo possível da época de 
comercialização, para que o produto possa manter suas características originais(EMBRAPA, 2004). Conforme a Embrapa (2006), dependendo das condições em que 
o café foi seco, ou mesmo, em virtude das mudanças que podem ocorrer durante o 
armazenamento, é conveniente passar o produto, com bastante cuidado, por secador 
de tulha aerado, para que haja homogeneização do teor de umidade para um valor 
ideal para o beneficiamento. Caso se use um secador com alta temperatura para 
solucionar um problema de umidade alta, deve-se ter o cuidado de não beneficiar o 
produto quente. O resfriamento natural evita a incidência de grãos quebrados. De 
acordo com Silva (1999), a unidade de beneficiamento pode ser móvel, quando 
montada em carrocerias de caminhões, ou estática quando alojada em edificações. 
Nessas unidades são procedidas as seguintes operações: (i) limpeza; (ii) descasque; 
(iii) remoção da casca e, ou, pergaminho; e (iv) seleção. Ainda de acordo com o 
mesmo autor, a limpeza visa eliminar impurezas como folhas, gravetos, torrões, 
pedras e metais. Para tanto, emprega-se máquinas MVP (ventilador peneiras) e os 
catadores de pedras. No descasque do café tem se os grãos de café cru e os 
subprodutos casca ou pergaminho, que são removidos por meio de um fluxo de ar 
aplicado por um ventilador centrífugo. Em sequência procede-se a seleção dos grãos 
empregando equipamentos, como separador circular oscilante (sururuca), coluna de 
9 
 
ventilação, mesa de gravidade e selecionadora eletrônica por cores. O emprego deles 
em conjunto aprimora o processo de seleção. 
 
Torrefação: 
De acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Café – ABIC (2010) a 
torrefação é responsável pela transformação do grão verde em grão torrado para a 
confecção da bebida. Assim, o processo de torra consiste em submeter o grão à 
elevação progressiva e rápida da temperatura, fazendo com que sua umidade interna 
chegue a 3%. Logo, esta fase é determinante na característica final da bebida, pois o 
grau de torra evidência e/ou esconde muitas propriedades do grão. Na Figura 3 pode-
se visualizar o café verde e após a torrefação. 5 FIGURA 3 - Café verde e após a 
torrefação. Fonte: Uol 2008. Segundo Gonzales (2004) primeiramente o café verde é 
colocado no elevador de grãos crus, o qual transportará a matéria-prima ao torrador. 
No torrador, o café passa pelo tratamento térmico a uma temperatura de 200° C, num 
tempo de torra de no máximo 25 minutos para adquirir as características desejadas. 
Os voláteis provenientes da torra do café são liberados pelo sistema de exaustão do 
torrador. O café após torrado passará por um sistema de resfriamento, um processo 
sucessivo e rápido que visa condensar no interior do grão as substâncias aromáticas, 
responsável pelo aroma e sabor do café, são dois métodos normalmente utilizados: 
ar ou água por um tempo de 5 minutos. Depois dos grãos torrados e resfriados são 
depositados por sistema de elevador pneumático no silo para grãos torrados com 
capacidade para 1350 kg. Os voláteis provenientes do esfriamento dos grãos torrados 
são liberados pelo sistema de exaustão do resfriador (GONZALES, 2004). Por um 
determinado período os grãos ficam em repouso para que aconteça um equilíbrio da 
umidade interna do grão, sendo que após a torrefação, os grãos tornam-se mais leves 
devido à perda de umidade (MELITA, 2008). Após isso os grãos secos são enviados 
para a moinhos apropriados onde será realizada a moagem. Segundo a ABIC (2010) 
para cada tipo de café (variedade e preparo) há um grau de torra diferente. Os graus 
de torra são classificados como claro, médio e escuro. O grau de torra claro possui 
acidez acentuada, suavidade do aroma e sabor e é menos amargo, ideal para 
máquinas de café expresso. O café com torrefação média tem como característica 
aroma e sabor acentuados, sendo ideal para coador de pano ou filtro de papel. Já o 
grau de torra escuro diminui a acidez, acentua o sabor amargo e deixa a bebida mais 
10 
 
escura. 3.4 Moagem A moagem é o processo na qual os grãos secos são triturados 
até que se tornem um pó fino. Os grãos devem ser conservados inteiros e frios antes 
da moagem (MELITTA, 2008). De acordo com Golini (s.d.), a moagem é feita com 
auxílio de um rolo mecânico, que quebra os grãos, até chegar à granulometria ideal 
do produto. Após esse processo, o café deve descansar por três horas para liberar 
mais gás carbônico. Há diferentes graus de moagem do café, conforme a ABIC (2010) 
o pulverizado, fina, média e grossa. O tempo de preparação da bebida é influenciado 
pelo grau de moagem. O grau pulverizado é o mais fino e ideal para o preparo do café 
árabe onde o pó não é coado, o fino é utilizado em filtração (filtros de papel, coador 
de pano), do médio é feito o café expresso e a moagem grossa é indicada para o café 
preparado em cafeteiras italianas. 
Embalagem e Rotulagem: 
Segundo Golini (s.d.) a embalagem e a rotulagem do café moído são feitas em uma 
máquina empacotadeira automática responsável por colocar o pó nos pacotes. 
Durante o processo o pacote recebe uma determinada quantidade de café para que 
alcance o peso ideal. E para ser embalado a vácuo, e comprimido por uma pré-
selagem e encaminhado para uma câmara de vácuo que tem a função de retirar o ar 
do pacote. Após isso ele passa por uma marcação de validade feita e em seguida vai 
para o encaixotamento. A rotulagem de acordo com Machado (2015) deve estar em 
conformidade com a legislação em vigor. Para que haja essa conformidade, as 
inscrições da embalagem devem contemplar na totalidade as informações obrigatórias 
regulamentadas pela legislação brasileira e qualquer informação que estiver além da 
obrigatoriedade deve obedecer aos regulamentos para informações complementares. 
A ABIC (2010), lançou em 1989 o programa permanente de controle da pureza do 
café, que atesta a pureza do café torrado e moído. Tem como principal objetivo o 
monitoramento contínuo das marcas, a fim de inibir a ação de empresas que 
adulteram seus produtos. E no final de 2004 lançou o Programa de Qualidade do Café 
(PQC), que objetiva agregar valor e ampliar o consumo a partir da melhoria contínua 
dos cafés diferenciando os produtos em qualidade e preço, o Programa apresenta três 
categorias de certificação: Tradicional, Superior e Gourmet. A empresa Anas Café 
está qualificada em qualidade superior. 
Equipamentos para o beneficiamento: 
11 
 
Os equipamentos normalmente utilizados para o beneficiamento de café são: 
máquinas de pré-limpeza e limpeza; descascadores; separador oscilante circular 
(sururuca); coluna de ventilação; catador de pedras e mesa densimétrica; 
classificadora por peneiras; classificadora por imagem eletrônica (CARVALHO, 1979; 
REIS; CUNHA; CARVALHO, 2011; REZENDE; ROSADO; GOMES, 2007). 
Máquinas de pré-limpeza e limpeza: 
As máquinas de pré-limpeza e limpeza são equipamentos projetados para remover 
impurezas da massa de produto. O princípio de extração baseia-se nas propriedades 
físicas dos materiais – velocidade terminal, dimensões e formatos. Estas máquinas 
são equipadas com ventiladores e peneiras, sendo denominadas MVP – Máquinas 
Ventilador Peneiras. O ventilador gera um fluxo de ar com finalidade de remover 
impurezas com menor massa específica unitária, como pó, folhas e pedaços de 
galhos. Enquanto as peneiras são utilizadas para remover as impurezas em função 
das diferenças de dimensões e formatos. Na operação das máquinas de pré-limpeza, 
primeiro o fluxo de produto é submetido a um fluxo de ar que arrasta as impurezas 
mais leves e as conduz a uma câmara de decantação e descarte em calhas 
específicas. O pó é conduzido de forma pneumática até um ciclone, onde é forçada a 
decantar. Em sequência o fluxo de grãos segue as caixas de peneiras que são 
constituídas de duas peneiras e um fundo. A peneira superior retém as impurezas 
maiores, a segunda retém o produto, e ao fundo as impurezas menores. Cada uma 
das peneiras e fundo possuem calhas de descargasespecíficas. A diferença das 
máquinas de pré-limpeza e de limpeza é que as de pré-limpeza geralmente contam 
com apenas uma caixa de peneiras, enquanto as de limpeza têm no mínimo três 
caixas que operam em paralelo. 
Descascadores: 
O descasque visa remover cascas, pergaminhos e as películas prateadas dos frutos 
secos em coco ou em pergaminho. Para café, os tipos de descascadores mais 
empregados são os por fricção e por impacto. 
Os descascadores por fricção são os mais utilizados e se caracterizam por possuir um 
cilindro alojado em uma calha com fundo confeccionado em chapas perfuradas que 
retém os frutos não descascados, mas possibilita a passagem dos grãos 
descascados, pedaços de casca, pergaminho e películas. Ao fluxo destes materiais é 
12 
 
submetido um fluxo de ar que arrasta os mais leves deixando fluir os grãos 
descascados e os não descascados apropriadamente. Segundo as características do 
café a ser descascado, é definido para o cilindro a distância em relação à calha, à 
rugosidade, e à rotação. Quanto aos descascadores por impacto, estes dispõem de 
um cilindro rotor contendo hastes fixadas ao mesmo que ao impactarem os frutos faz 
com que a casca, pergaminho e a película prateada desprendam, liberando os grãos 
de café. 
Separador oscilante circular: 
O separador oscilante circular, comumente denominada peneira sururuca, 
normalmente é instalada após o descascador, com a finalidade de separar os grãos 
descascados dos grãos não descascados adequadamente. Esse separador é 
acionado por um eixo excêntrico com movimento circular, o que faz com que os grãos 
descascados se dirijam para periferia, enquanto os não descascados adequadamente 
acumulam-se ao centro. Desse modo, junto a uma posição lateral tem uma calha para 
descarga dos grãos descascados e ao centro há outra calha que retorna ao 
descascador os grãos não descascados apropriadamente. 
Coluna de ventilação: 
A coluna de ventilação tem por princípio de funcionamento a velocidade terminal. 
Normalmente, o equipamento conta com quatro colunas, em que as velocidades do 
fluxo de ar são diferenciadas. Na primeira coluna a velocidade do ar é maior, deixando 
de arrastar os grãos com maior massa específica unitária, que precipitam para parte 
inferior da coluna e são descarregados por uma calha para serem ensacados. Para 
as colunas seguintes a intensidade da velocidade do ar decresce sequencialmente e 
o material que é arrastado pelo fluxo de ar da última coluna é tratado como impurezas 
e ou defeitos removidos. 
O catador de pedras e mesa densimétrica: 
O catador de pedras e a mesa densimétrica possuem o mesmo princípio de 
funcionamento, mas com finalidade de aplicações diferentes. Os catadores de pedras 
possuem uma plataforma com inclinação regulável nas direções do comprimento e 
largura. Abaixo dessa plataforma é instalado um ou mais ventiladores que aplicam 
fluxo de ar por meio de pequenos orifícios pela área da plataforma. Esta plataforma 
13 
 
também possui movimento oscilatório da direção do comprimento, que faz com que o 
leito de grãos avance sobre a plataforma. Desta forma, com a aplicação do fluxo 
ocorre a estratificação do leito de grãos em que os materiais com maior massa 
específica ficam ao fundo. E, aliado a essa ocorrência, o movimento oscilatório da 
plataforma faz com que os materiais com a maior massa específica concentrem no 
lado mais baixo da plataforma, enquanto os de menores concentram no lado oposto. 
Na extremidade da plataforma, os catadores de pedras contam com três calhas: a) 
uma para coleta dos materiais com maior massa específica unitária como pedras, 
torrões, fragmentos do piso do terreiro e pedaços de partes mecânicas; b) a segunda 
para coleta dos grãos que concentra na parte central da plataforma; c) a terceira para 
coleta de impurezas mais leves. As mesas densimétricas, também conhecidas como 
mesas de gravidade, são empregadas para estratificar lotes de café com dimensões 
e formatos semelhantes, mas com valores diferenciados de massa específica e massa 
específica unitária. Desse modo, diferente dos catadores de pedras, o leito de grãos 
que chega ao final da plataforma das mesas densimétricas pode ser direcionado a 
quatro ou mais calhas de descarga, obtendo lotes diferenciados quanto à massa 
específica unitária dos grãos. 
Classificadora por peneiras: 
As classificadoras por peneiras possuem o mesmo princípio de funcionamento das 
máquinas de pré-limpeza e limpeza quanto ao emprego das peneiras para estratificar 
lotes de produtos segundo a diferença das dimensões e formatos. Para café 
beneficiado, empregam-se peneiras de crivos circulares para classificar lotes de grãos 
com formatos chatos, pois estes diferem segundo a largura, enquanto as de crivos 
oblongos são empregadas para estratificar lotes de cafés com formato moca. Na 
Tabela 1 é apresentada a relação de peneiras empregadas em laboratório para 
classificação de cafés nos formatos chato e moca (SEGGES, 2001; REZENDE; 
ROSADO; GOMES, 2007). E como exemplo operacional, apresenta-se na Figura 3 a 
disposição das peneiras em uma máquina classificadora por peneiras, que permitem 
estratificar a massa de grãos crus em até 11 lotes. 
Classificadora por imagem: 
A classificação por imagem, normalmente, é a última operação para obtenção de lotes 
homogêneos de grãos de café cru (REZENDE; ROSADO; GOMES, 2007). Nesse 
14 
 
estádio os lotes se apresentam homogêneos segundo as dimensões, forma, massa 
específica unitária, massa específica e velocidade terminal. Portanto, o que pode 
diferenciar os grãos são suas imagens quando comparadas a um padrão. Para 
promover a classificação segundo padrões de imagem e cor são empregadas às 
classificadoras eletrônicas equipadas com 8 a 64 canais. Em cada um dos canais há 
duas unidades de classificação, sendo cada uma delas equipadas com uma fonte de 
iluminação LED, duas câmeras e um ejetor. 
A Câmera de Infravermelho Próximo (IVP) capta imagens com variação espectral de 
comprimento de ondas entre 600 e 1.100 nanômetros o que é aplicado, 
principalmente, para detecção de manchas. A câmera CCD (Charge-Coupled Divice) 
emprega a mesma tecnologia de câmeras digitais, em que o número de pixel define o 
grau de definição das imagens para análise. As imagens capturadas pelas câmeras 
são analisadas pela central eletrônica tomando por referência imagens padrão. Caso 
o padrão não seja atendido, o “Ejetor” é acionado liberando um fluxo de ar comprimido 
contra o grão analisado, removendo-o do canal. O ar comprimido empregado deve 
estar seco. Por isso, para o funcionamento das classificadoras eletrônicas (“seletron”) 
é necessário à instalação de um compressor de ar e uma unidade de desumidificação 
do ar. 
Unidades de beneficiamento de café 
 
As unidades de beneficiamento móveis, montadas em carrocerias de caminhões, são 
empregadas para beneficiar cafés em coco ou em pergaminho armazenados em nível 
de fazenda. Essas unidades normalmente possuem os seguintes equipamentos: 
máquina de pré-limpeza, descascador, separador circular oscilante (“surruca”) e 
coluna de ventilação. E a força motriz desses equipamentos é proveniente de um 
motor a óleo diesel. Esse conjunto de máquinas promove a primeira fase do 
beneficiamento, que há de ser complementado nas unidades de beneficiamento fixas 
que são montadas em instalações projetadas para o rebeneficiamento e 
armazenagem de grãos beneficiados aguardando a comercialização ou 
industrialização. Além dos equipamentos das unidades móveis, as unidades fixas 
contam com um conjunto de equipamentos que propiciam limpar e classificar os lotes 
15 
 
de cafés descascados em outros lotes menores com padrões aprimorados segundo 
as dimensões, formatos, massa específica e cor. 
Fluxograma operacional de uma unidade móvel de beneficiamento de café. 
1 - Moega 4 - Descascador 2 - Elevador de caçambas 5 - Separador circular oscilante(“sururuca”) 3 - Máquina de pré-limpeza 6 - Coluna de ventilação 
Figura 6. Fluxograma operacional de uma unidade fixa de beneficiamento de café. 
1 - Moega 5 - Mesa densimétrica 2 - Tulha café descascado 6 - Classificadora por 
peneiras 3 - Máquina de limpeza 7 - Tulhas café classificados 4 - Catador de pedras 
8 - Classificadora por imagem 
Torrefação e moagem 
Na indústria de torrefação, a matéria-prima são lotes de cafés beneficiados resultantes 
de “blends” ou não. No caso de “blends” as massas de grãos misturadas devem 
apresentar Café: beneficiamento e industrialização 397 propriedades físicas 
semelhantes, a fim de proporcionar homogeneidade do produto após a torra 
(SEGGES, 2001; CLARKE; VITZTHUM, 2001; REZENDE; ROSADO; GOMES, 2007). 
Caso isso não seja possível o “blend” deve ser elaborado após a torra. Para condução 
da torra são empregados torradores com troca de calor por condução e por 
convecção. Nos torradores por condução, a troca de calor ocorre por meio da 
superfície metálica aquecida de uma cuba, com formato esférico, cônico ou cilíndrico. 
Quanto aos torradores com troca de calor por convecção, empregam-se misturas de 
gases, ou ar, aquecidas a temperaturas próximas de 450 ºC. Durante a torrefação 
ocorrem alterações das propriedades químicas e físicas do café cru em razão do 
aporte de calor recebido. As alterações desencadeadas referem-se a: a) redução do 
teor de umidade de 11% a 12% para 2% a 3%; b) perda de massa em média 10%; c) 
caramelização de açúcares; d) ocorrência do processo de pirólise em que 
transformações químicas ocasionam formação de novos compostos e a liberação de 
óleo, gás carbônico e de diversos voláteis; e) expansão e ruptura de estruturas 
internas dos grãos; f) aumento da temperatura dos grãos alcançando valores próximos 
de 230 °C (CLARKE; VITZTHUM, 2001). Na condução do processo de torra é 
importante a observância de três variáveis: tempo de execução, temperatura do 
produto e perda de massa. No que se refere ao tempo e temperatura, fez surgir no 
16 
 
mercado duas modalidades de torradores os LTLT (“low temperature and long time”) 
e os HTST (“hight temperature and short time”). Os LTLT referem ao emprego de 
baixas temperaturas, em que a massa de grãos atinge aproximadamente 211 °C e o 
tempo de execução varia de 9 a 15 minutos, enquanto nos HTST a temperatura da 
massa de grãos aproxima-se de 235 °C e a média do tempo de execução é de 3 
minutos. Após a torrefação, os grãos devem ser resfriados sob corrente de ar e 
embalados na forma de grãos ou moído. A granulometria dos grãos moídos é definida 
de acordo com o método de preparo da bebida. 
 
2.3 CUSTOS DE CRIAÇÃO DA EMPRESA: 
 
Os custos de criação da empresa Anas Café serão apresentados na tabela abaixo e 
incluem investimentos em instalações, equipamentos, recursos humanos, matéria-
prima e despesas operacionais. 
Tabela 1 — Levantamento de custos 
ITEM QUANTIDADE UNIDADE VALOR 
VALOR 
TOTAL 
MÁQUINAS 
Conjunto para Limpeza, Benefício e 
Ventilação de Café 1,00 UNIDADE 60.000,00 60000 
Conjunto de peneiras 1,00 UNIDADE 25.000,00 25000 
Caminhão 1,00 UNIDADE 300.000,00 300000 
Material de consumo 
Matéria - prima grãos de café cru 
saca de 60 kg 12.000,00 kg 10,00 120000 
Mão de Obra (salários) 1,00 vb 60000 
Terreno 1,00 UNIDADE 800000 
Construção 1,00 vb 500000 
Custo fixo 
Seguro 1,00 vb 24000 
Despesas fixas 1,00 vb 30000 
TOTAL 1919000 
 
 
 
 
17 
 
3 CAPTAÇÃO FINANCEIRA 
 
O orçamento inicial da empresa Anas Café indica um investimento inicial de 
aproximadamente 2 milhões de reais. A opção mais vantajosa apresentada foi a 
utilização de crédito oriundos do Funcafé por meio de empréstimos com o banco 
Santander. 
O Funcafé é um fundo próprio, ou seja, constituído com recursos originários do setor 
produtivo. Seus recursos são oriundos de uma contribuição paga sobre as 
exportações do produto. Criado pelo Decreto-Lei n° 2.295/86, foi ratificado pela Lei n° 
9.239/95. É interessante saber que o setor cafeeiro é o único do agronegócio brasileiro 
a contar com este tipo de ferramenta, pensada para o desenvolvimento do segmento. 
Cafeicultores, cooperativas de produção de café, beneficiadores, indústrias 
torrefadoras, indústrias de café solúvel e exportadores de café podem utilizar o 
Funcafé. 
 
3.1 DETALHAMENTO DO PROCESSO DE 
EMPRÉSTIMO NO BANCO SANTANDER. 
Para obter um empréstimo de 2 milhões de reais junto ao Banco Santander, 
apresentamos a seguir o passo a passo detalhado do processo: 
1. Solicitação Inicial: O processo de obtenção de um empréstimo junto ao Banco 
Santander inicia com a apresentação de uma solicitação formal. Os proponentes 
devem preencher um formulário de inscrição, que inclui informações sobre a empresa, 
seu histórico financeiro, finalidade do empréstimo e detalhes sobre as garantias que 
podem ser oferecidas. 
2. Avaliação Preliminar: Após a recepção da solicitação, o Banco Santander realizará 
uma avaliação preliminar para determinar a elegibilidade do requerente e a adequação 
do pedido. Isso envolve uma análise das informações fornecidas e uma verificação de 
crédito inicial. 
3. Consulta Detalhada de Crédito: Uma vez aprovada a avaliação preliminar, o Banco 
Santander conduzirá uma consulta detalhada de crédito. Isso inclui a revisão completa 
18 
 
das demonstrações financeiras da empresa, histórico de pagamento de dívidas 
anteriores, avaliação da saúde financeira atual e qualquer outra informação relevante. 
4. Avaliação da Finalidade do Empréstimo: O Banco Santander avaliará a finalidade 
do empréstimo, que deve ser detalhadamente explicada pelo requerente. Nesta etapa, 
será determinado se o uso pretendido dos fundos é compatível com as políticas e 
regulamentações do banco e da Funcafé. 
5. Estabelecimento de Termos e Condições: Uma vez concluída a análise de crédito 
e aprovada a finalidade do empréstimo, o Banco Santander estabelecerá os termos e 
condições do empréstimo, incluindo a taxa de juros, o prazo de pagamento, as 
garantias necessárias e quaisquer outras cláusulas relevantes. 
6. Avaliação de Garantias: Para um empréstimo de 2 milhões de reais, o Banco 
Santander pode requerer garantias substanciais. Isso pode incluir ativos da empresa, 
como propriedades ou equipamentos, como garantias colaterais. 
7. Aprovação Final e Documentação: Uma vez que todas as etapas anteriores tenham 
sido completadas com sucesso, o Banco Santander concederá a aprovação final do 
empréstimo. Neste ponto, a documentação formal do empréstimo será preparada, 
incluindo um contrato detalhado que especifica os termos, condições e obrigações de 
ambas as partes. 
Utilizando o funcafé as taxas são mais atrativas e o crédito é isento de IOF. 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
4 ESTUDO DE MERCADO E PREVISÃO DE VENDAS 
 
4.1 METODOLOGIA DE PREVISÃO DE VENDAS COM 
MÉDIA MÓVEL SIMPLES (MMS): 
A metodologia adotada para a previsão de vendas da Annas Café baseia-se na Média 
Móvel Simples (MMS), uma técnica estatística amplamente utilizada para suavizar 
flutuações em dados de vendas e identificar tendências ao longo do tempo. 
O processo inclui os seguintes passos: 
Coleta de Dados Históricos: Inicialmente, a Anas Café reuniu dados históricos de 
vendas mensais dos últimos 12 meses de empresas do mesmo seguimento. Esses 
dados forneceram uma base sólida para a análise de tendências passadas. 
Cálculo da Média Móvel Simples (MMS): A empresa aplicou a MMS para suavizar os 
dados históricos. A MMS envolve o cálculo das médias dos valores de vendas em um 
período específico, neste caso, usando um período de 3 meses para a MMS. 
Previsão de Vendas Futuras: Com a série de MMS calculada, a Anas Café utilizou 
essa série suavizada como base para suas previsões de vendas para os próximos 12 
meses. Cada mês futuro foi estimado usando o último valor de MMS disponível. 
 
Tabela 2 — Projeção de vendasDEMANDA (PACOTE DE 500g) 
MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 
CONSUMO 
REAL 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 
 
PROJETADO 
(PACOTE DE 
500g) 
MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 
PROJETADO 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 24000 
 
O pacote de café 100% arábica em grãos de 500g apresentou demanda constante de 
24.000 unidades durante do ano 1 e a projeção para o ano 2 é manter essa demanda 
contante, em virtude da característica dos compradores fixos estabelecidos por meio 
de contratos. 
 
20 
 
5 PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE 
 
O planejamento da capacidade é um planejamento de nível estratégico de longo 
prazo, normalmente de dois até cinco anos, dependendo do porte da empresa e da 
complexidade do processo produtivo. 
O acompanhamento ativo da capacidade de produção, o gerenciamento e o 
planejamento eficaz de alterações em sua capacidade de produção trazem diversos 
benefícios para sua empresa e está diretamente relacionado ao planejamento 
agregado de produção, especialmente em se tratando de processos de empresas 
industriais. 
 
De uma forma geral, o planejamento da capacidade permite aumentar a produção 
quando necessário, minimizando o risco de excesso de estoque. Tudo isso junto 
reduzirá os custos, permitindo à organização ter capacidade de responder aos picos 
de demanda. 
 
A capacidade produtiva e seu planejamento influenciam na lucratividade e eficiência 
da produção, portanto, métricas bastante amplas e relevantes das empresas; diversos 
aspectos de desenvolvimento da empresa são afetados pelas decisões tomadas pelos 
gestores, quanto à capacidade e seu planejamento. Sendo eles: custos de produção, 
receitas, capital de giro, qualidade dos bens ou serviços, velocidade de resposta à 
demanda do cliente, confiabilidade do fornecimento e flexibilidade de atendimento à 
demanda (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009). 
 
O planejamento da capacidade possui impactos em diversos aspectos de 
desempenho, os quais estão abaixo relacionados de forma sintética: 
 
melhora da assertividade de gestores e colaboradores nas diversas áreas de negócio; 
redução dos custos pelo equilíbrio entre capacidade e demanda. Sem utilização 
excessiva ou subutilização da capacidade; 
maximização do atendimento da demanda reduzindo a perdas de receita; 
manutenção dos níveis de estoques otimizados (para bens), liberando capital de giro; 
21 
 
incremento da qualidade de produtos e serviços e reduzir a probabilidade de 
ocorrência de erros; 
aumento da velocidade de resposta à demanda do cliente, seja pela geração de 
pequenos estoques, seja pela acertada previsão da demanda; 
maior flexibilidade para responder a aumentos inesperados na demanda; 
maior responsividade às demandas do mercado, encurtando o prazo de atendimento; 
aumento da previsibilidade da entrega 
melhora da rotina e a produtividade dos colaboradores, pela estabilização e maior 
previsibilidade de sua jornada de trabalho; 
melhora utilização dos recursos materiais e dos insumos, evitando custos extras por 
uso emergencial; 
alinhamento entre comercial, financeiro, produção, logística e compras para atender 
as demandas planejadas e priorizadas entre estes departamentos. Fruto deste, é 
possível observar melhor relacionamento interdepartamental; 
maior assertividade na definição das metas comerciais, de produção e de entrega. 
Os impactos são realmente amplos, justificando o esforço do planejamento e da 
gestão da capacidade para efeito de ação gerencial, mas também de planejamento e 
orçamentação. Conhecer capacidade produtiva do sistema permite à própria equipe 
entender melhor o próprio negócio e assim atender melhor seus clientes. Além disso, 
é possível identificar gargalos e com base nisso, orientar iniciativas de melhoria com 
intuito de elevar a capacidade produtiva da empresa Annas Café. 
 
5.1 DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE 
PRODUÇÃO 
 
 
A empresa Anas Café, trabalha em jornada de 8 horas por dia, durante 5 dias por 
semana. A capacidade de produção de beneficiamento é de 1,25 sacas por hora ou 
75 quilos por hora. Durante a última semana, os registros de produção apresentaram 
os seguintes apontamentos de tempos perdidos: 
 
 
 
22 
 
Tabela 3 — Ocorrências 
 
 
ITEM OCORRÊNCIA TEMPO PERDIDO EM H 
1 Momento de segurança 0,15 
2 Manutenção corretiva das máquinas 1 
3 Limpeza das máquinas 0,3 
 
5.2 CÁLCULOS DE CAPACIDADE DE FABRICAÇÃO: 
 
● Capacidade instalada: 7 dias por semana x 24 horas por dia = 168 horas por 
semana ou 168 x 1,25= 210 sacas de café por semana. 
● Capacidade disponível: 8 horas por dia x 5 dias por semana 40= horas por 
semana ou 40 × 1,25 = 50 sacas de café por semana. 
● Capacidade efetiva: perdas planejadas (ocorrências: itens 1 e 3) 0,45 horas, 
portanto a capacidade efetiva será de: 40-0,45 = 39,55 horas ou 39,55 × 1,25 = 
49,43 sacas de café por semana. 
● Capacidade realizada: perdas não planejadas (ocorrências: item 2) = 1 hora, 
portanto a capacidade realizada foi de 39,55 – 1 = 38,55 horas ou 38,55 × 1,25 = 
48,19 sacas de café por semana. 
Grau de disponibilidade = capacidade disponível/capacidade instalada = 50/210= 24 
% 
Grau de utilização = capacidade efetiva/ capacidade disponível = 49,43/50 = 98 % 
Índice de eficiência = capacidade realizada / capacidade efetiva = 48,19/49,43 = 97 % 
 
5.3 PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE DE 
PRODUÇÃO 
 
A empresa Anas Café é uma empresa de médio porte que possui uma capacidade de 
produção média de beneficiamento de café 100 % arábica de 50 sacas por semana. 
23 
 
Foi realizado um estudo de mercado, apresentado na tabela a seguir, que indica a 
possibilidade de crescimento de vendas, ao longo dos próximos cinco anos. 
 
Tabela 4 — Estudo de mercado 
 
Ano 
Faturamento bruto anual 
(milhões de reais) 
Produção anual 
(*) sacas 
Produção mensal 
(*) unidades 
Produção 
diária(unidades) 
1 4.800.000 2400 24000 1200 
2 5.040.000 2520 25200 1260 
3 5.280.000 2640 26400 1320 
4 5.520.000 2760 27600 1380 
5 5.760.000 2880 28800 1440 
* foram considerados 22 dias úteis por mês 
 
 
5.4 PONTO DE EQUILÍBRIO NA PRODUÇÃO DA ANAS 
CAFÉ 
 
Ponto de equilíbrio é o valor da quantidade da produção tal que exista a igualdade 
entre os custos totais e a receita total, ou seja, a produção para a qual o lucro é zero. 
 
Custos fixos são aqueles que permanecem constantes em qualquer que seja a 
quantidade produzida. 
Custos variáveis são os custos que variam diretamente com o volume produzido. 
Custos totais são os custos fixos mais os custos variáveis associados a quantidade 
produzida. 
 
CT = CF + q. CVu 
24 
 
q = quantidade produzida 
CF = custo fixo total não depende de q 
CVu = custo variável unitário, custo para se fazer uma unidade, levando em 
consideração apenas os custos diretos sobre o produto. Depende de q. 
R = q. PVu 
R = receita total 
PVu = preço de venda unitário 
PONTO DE EQUILÍBRIO q = Custo fixo / (PVu – Cvu) 
 
A nova quantidade a ser produzida pode estar acima de q gerando lucro ou abaixo de 
q gerando prejuízo. 
Em determinado momento podemos estar interessados em produzir um certo valor de 
lucro L utilizando a seguinte fórmula: q = (L + CF) / (PVu – Cvu) 
 
 
 
O ponto de equilíbrio, conforme gráfico acima é de 4500 unidades no valor de 
135.000,00, onde o custo total é igual a receita, abaixo dessa quantidade é prejuízo e 
acima dessa quantidade gera lucro. 
R$135.000,00 
 R$(200.000,00)
 R$-
 R$200.000,00
 R$400.000,00
 R$600.000,00
 R$800.000,00
 R$1.000.000,00
R
$
quantidade
Ponto de equilíbrio
Custo de Produção Receita Custo Total LUCRO
25 
 
6 LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA: UMA ANÁLISE 
QUANTITATIVA E QUALITATIVA 
 
A localização da empresa é uma decisão estratégica que pode influenciar o 
desempenho operacional e econômico do negócio. Serão apresentadasas análises 
quantitativas e qualitativas da escolha do local de instalação da empresa Anas Café, 
realizada para as cidades selecionadas Vitória, Aracruz e Linhares, todas situadas no 
estado do Espírito Santo. 
Análise quantitativa: 
O método quantitativo é uma abordagem que leva em consideração os custos fixos, 
custos de transporte, disponibilidade de matéria-prima e proximidade aos mercados 
alvos. Utilizamos esse método para calcular o custo total de operação em cada uma 
das cidades candidatas, considerando os dados específicos da empresa Anas Café. 
 
Tabela 5 — Cidades estudadas 
CIDADES LETRA 
VITÓRIA A 
ARACRUZ B 
LINHARES C 
 
Tabela 6 — Levantamento de custos 
CIDADES LETRA CUSTOS FIXOS 
CUSTO VARIÁVEL 
UNITÁRIO QUANTIDADE 
CUSTO 
TOTAL 
VITÓRIA A 300000 15 5000 375000 
ARACRUZ B 200000 12 5000 260000 
LINHARES C 150000 10 5000 200000 
 
Para os dados apresentados Linhares é a cidade com a localidade mais vantajosa 
para instalação da empresa Anas Café. 
 
 
 
 
 
26 
 
Análise qualitativa: 
Tabela 7 — Análise qualitativa 
PESO FATOR 
NOTA DA 
CIDADE A 
NOTA DA 
CIDADE B 
NOTA DA 
CIDADE C 
10 
DISPONIBILIDADE DE 
PESSOAL 6 7 8 
15 ASPECTOS SINDICAIS 7 7 7 
20 
RESTRIÇÕES 
AMBIENTAIS 7 7 8 
15 QUALIDADE DE VIDA 7 7 8 
15 
SUPRIMENTO DE 
MATERIAIS 7 6 8 
15 
ISENÇÃO DE 
IMPOSTOS 5 7 9 
10 
DESENVOLVIMENTO 
REGIONAL 6 7 8 
 650 685 800 
 
Pela análise qualitativa também é observado que a cidade de localização mais 
vantajosa para a empresa Anas Café é a cidade de Linhares no Espírito Santo. 
 
Linhares, no Norte do Espírito Santo, é um município que vem chamando a atenção e 
conquistando investidores. Entre os motivos: a boa localização, mão de obra 
qualificada, incentivos fiscais e infraestrutura para receber empresas e indústrias de 
diversos setores econômicos. 
Linhares experimenta um bom crescimento nas últimas décadas, principalmente a 
partir de 1998, quando foram incluídos na área de atuação da Sudene 
(Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste). O fato possibilitou a chegada 
de várias empresas – que são estimuladas a se instalarem por intermédio de 
incentivos fiscais, acesso a programas e outros benefícios. 
Pelos aspectos quantitativos e qualitativos Linhares se apresentou como melhor 
escolha para instalação da empresa Anas Café. 
 
 
 
 
27 
 
7 CONCLUSAO 
 
Este trabalho apresentou os aspectos mais relevantes para o planejamento da 
implantação da empresa Anas Café. 
Foi apresentado o levantamento do capital por meio de empréstimos, o produto foi 
projetado, o mercado foi estudado e foi feita a previsão de vendas da unidade de café 
100% arábica em grãos ou moído de 500g. A capacidade da empresa Anas Café foi 
planejada e apresentada levando em consideração todos os fatores relevantes para o 
processo, bem como, a avaliação econômica de alternativas de capacidade. 
Analisado o estudo para a correta localização da empresa, onde foi detectado que a 
melhor cidade para instalação da empresa Anas Café foi a cidade de Linhares no norte 
do estado do Espírito Santo. 
Portanto, neste projeto integrador foram apresentadas as principais ferramentas 
necessárias para a implementação do planejamento da empresa Anas Café. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
REFERÊNCIAS 
 
CORREA, H.L., CORREA, C.A., 2004, Administração da Produção e Operações. São 
Paulo, Atlas. 
EMBRAPA. Beneficiamento do café. 2023. Disponível em: 
https://www.embrapa.br/cafe. Acesso em: 12 nov. 2023. 
MOREIRA, D.A., 2004, Administração da Produção e Operações. 1 ed. São Paulo, 
Thomson Pioneira 
OLIVEIRA, D.R., 2002, Planejamento estratégico: conceito, metodologia e prática. 18 
ed. São Paulo, Atlas 
SLACK, N., JOHNSTON, R., CHAMBERS, S., 2002, Administração da Produção. 2ed. 
São Paulo, Atlas

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