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0 PROMOÇÃO DE BEM-ESTAR NO TRABALHO Uma Análise das Práticas Organizacionais Célia Regina de Araújo Fialho 1 RESUMO Nas literaturas mais conhecidas sobre bem-estar no trabalho, as definições ainda são bastante divergentes. Dificultando na escolha de projetos que melhor promovam mudanças significativas num ambiente organizacional. Por isso, este estudo traz uma abordagem que combina construtos multidimensionais que refletem estados emocionais positivos, vínculos positivos com o trabalho e identificação com os objetivos da organização. Assim como algumas estratégias e programas de benefícios que possam ajudar a promover a satisfação dos trabalhadores e comprometimento organizacional afetivo. Abrangendo as dimensões sociais, políticas pessoais e familiares. Nesse campo de atuação surgiu o tema da pesquisa: ‘Promoção de Bem-Estar no Trabalho: Uma Análise das Práticas Organizacionais.’ De fato, compreender os fatores psicológicos que integram uma vida saudável tem exigido dos pesquisadores empenho sobrenatural para descobrir ou implementar instrumentos de medida válidos e confiáveis, capazes de avaliar fatores interno e externo ao ambiente laboral, para que se define, de fato, quais projetos aplicar que sejam capazes de interligar todos os ambientes influenciadores de emoções. Pelo menos, as obras pesquisadas contém várias escalas de avaliação de bem-estar, muitas das quais são multidimensionais e baseadas em autorrelato dos participantes. Tornando o resultado das aferições um dos auxilio na implementação de projetos que consiga o equilíbrio entre vida pessoal e profissional para o bem-estar de todos. Palavras-chave : Projetos de Bem-Estar. Abordagem Multidimensional. Psicologia Organizacional. Instrumentos de Medidas. Práticas Organizacionais. ABSTRACT 1 Mestrando em Psicologia Organizacional pela Must University. celinemendes322@gmail.com 1 In the most well-known literature on workplace well-being, definitions are still quite divergent, making it challenging to select projects that can best promote significant changes in an organizational environment. This is why this study introduces an approach that combines multidimensional constructs reflecting positive emotional states, positive work-related connections, and alignment with the organization's goals. It also includes some strategies and benefit programs that can help promote employee satisfaction and emotional organizational commitment, covering social, personal, and family dimensions. Within this field of study, the research topic emerged: ‘Promotion of Well-Being in the Workplace: An Analysis of Organizational Practices.’ Indeed, comprehending the psychological factors that contribute to a healthy life has required researchers to exert extraordinary effort in discovering or implementing valid and reliable measurement instruments capable of assessing factors both internal and external to the work environment. This is essential for truly determining which projects can effectively connect all the environments that influence emotions. At the very least, the reviewed works include several well-being assessment scales, many of which are multidimensional and based on participants' self-reports. This, in turn, contributes to the implementation of projects that achieve a balance between personal and professional life for the well-being of everyone. Keywords: Well-being Projects. Multidimensional Approach. Organizational Psychology. Measurement Instruments. Organizational Practices. 1 Introdução Durante décadas, muitas organizações de sucesso vêm se envolvendo na promoção do bem-estar dos trabalhadores. No entanto, a crise pós-pandemia destacou a necessidade de uma postura mais vigilante e preparatória para enfrentar desafios futuros. Isso implica na implementação de estudos fundamentados em bases científicas sólidas e aplicação prática e abrangente, a fim de finalmente redefinir o conceito de bem-estar no trabalho e adaptá-lo às mudanças econômicas e sociais. Mello (2022). A complexidade atual, marcada por fatores emocionais e pela interseção cada vez mais forte entre vida profissional e pessoal, requer uma abordagem mais holística. Por isso, autores como Rodrigues, Barroso e Caetano (2010) destacam que ignorar a subjetividade pode ter sérias consequências para as organizações. Assim, a pesquisa sobre a 'Promoção de Bem-Estar no Trabalho: Uma Análise das Práticas Organizacionais' buscou em suas análises evidências de como as organizações, com o auxílio 2 de psicólogos, podem reduzir o sofrimento humano causado por fatores subjetivos, utilizando estratégias cuidadosas e programas de benefícios adaptados às necessidades atuais dos funcionários. Para analisar os escritos, explorou-se bastante as plataformas Google Acadêmico e Scielo. Após a seleção de 17 artigos, a análise gerou dois tópicos, a saber, o primeiro tópico, traz uma breve consideração sobre construção e validação de instrumento de escala de bem-estar no trabalho. O segundo tópico traz exemplos de projetos com dinâmicas de promoção de bem-estar no trabalho. Por último, o terceiro tópico que apresenta as conclusões finais da autora. 2 Consideração Sobre a Construção e Validação de Instrumento de Escala de bem-Estar no Trabalho As diretrizes conceituais que surgiram ao longo da pesquisa apontam para a existência de duas perspectivas distintas na caracterização da satisfação no trabalho, segundo Spector (1997), uma com abordagem unidimensional e outra, multidimensional. Para esta pesquisa, a abordagem multidimensional é a que mais interessa, pois ela sugere que a felicidade está relacionada a um conjunto de variáveis ligadas ao trabalho, permitindo a avaliação do nível de satisfação em relação a cada uma dessas variáveis. Essa atitude em relação ao trabalho, conforme destacado por Davis e Newstrom (2003), impactam o comportamento dos colaboradores, possibilitando que a medição seja feita separadamente em cada aspecto dos indivíduos no ambiente laboral. Não se discute que as literaturas científicas contém várias escalas de avaliação do bem-estar relacionadas à qualidade de vida do trabalhador. No entanto, as escalas multidimensionais propostas por Dutschke et al. (2021) e Dutschke, Jacobson, Dias e Combadão (2019), especificamente a pesquisa Happiness Works , possibilitam a identificação 3 de um grande número de questões; baseiando-se na autoavaliação ou autorrelato dos próprios participantes, empregando a escala de Likert . Com o auxílio de um profissional do comportamento, a implementação e validação das propostas para a inclusão de projetos de promoção de bem-estar em um ambiente de atividade lucrativa, pode gerar mais resultados, pois, trata-se de medir a subjetividade que envolvem circunstâncias e experiências pretéritas, atuais e futuras e, ainda, muitas vezes fazer comparações com outros indivíduos. Para os autores Frey e Stutzer (1999), isso exige práticas especiais com utilização de escalas de aferição multidimensionais. Um exemplo é dado peloautor Mello (2022) que ao pesquisa sobre a escala multidimensional de aferição da felicidade no trabalho, fez questão de registrar os modelos: “Felicidade na Organização - Factors Contributing for Organizational Happiness ” e o modelo “Felicidade na Função - The Job Design Happiness Scale - JDHS ”, baseando-se nos questionários que já vem sendo aplicados em distintos segmentos de negócio em Portugal. Esse instrumento, conhecido cientificamente, pode ser, sem dúvida, utilizado pelas organizações. A validação de escala de medição bem feita no ambiente organizacional consegue trazer benefícios tanto para a organização quanto para os empregados. Dessa maneira, cabe ao Psicólogo qualificado desenvolver projetos organizacionais que tenham o potencial de aprimorar as técnicas de satisfação de maneira abrangente que alcance processos enriquecedor entre os diferentes aspectos da vida que seja capaz de prevenir efeitos negativos de interferência. Paschoal, Torres e Porto (2010), acreditam que apesar de a felicidade individual poder ser atingida no contexto profissional, há a necessidade da identificação de estratégias que promovam o bem-estar no ambiente geral de trabalho. Foi com essa finalidade que as pesquisas de Gouveia V., Fonseca, Lins, Lima e Gouveia R. (2008), trouxeram evidências de 4 que as emoções decorrentes do ambiente de trabalho podem influenciar tanto de maneira positiva quanto negativa na saúde dos trabalhadores. Por princípio, trata-se de uma variedade de emoções, simples e complexas, onde se requer a colaboração de uma equipe multidisciplinar, adotando uma abordagem interdisciplinar. Isso se deve ao reconhecimento de que o estado emocional de uma pessoa pode desencadear uma série de problemas, aumentando a incidência de condições infinitas com risco até mesmo de suicídio entre os trabalhadores afetados. França e Rodrigues, (2002). Por isso que Paschoal e Tamayo (2008), trouxeram os elementos presentes na escala de bem-estar pessoal nas organizações que abarcam facetas cognitivas (como a maneira pela qual sou reconhecido pela organização em termos de competência) e afetivas (como o orgulho associado à minha filiação a esta entidade). A escala de bem-estar subjetivo desenvolvida por Albuquerque e Tróccoli (2004), como citado por Paschoal e Tamayo (2008), engloba medidas de afeto positivo e negativo, mas carece de uma ligação contextual específica. Segundo os autores, no contexto brasileiro, não foi identificado um instrumento que incorporasse tanto o componente afetivo do bem-estar laboral quanto os aspectos cognitivo e eudaimônico. Por isso, eles desenvolveram uma escala cujos resultados obtidos validaram a noção de que o bem-estar no ambiente de trabalho pode ser construído com base nas dimensões emocionais e na realização/expressão. Essas descobertas só reforçam a concepção de que o local de trabalho é um espaço especial para experimentar emoções e, essencialmente, para alcançar e cultivar a felicidade pessoal. Na mesma vertente, Leça (2008), como citado em Claudino, de Souza, Silva, e Silva, (2021) representa as fases da implementação de programas de qualidade de vida no trabalho sugerida pelo autor, conforme representado na tabela que segue: Programas de Qualidade de Vida no Trabalho - Tabela 1 Fase Descrição 5 Sensibilização Nesta etapa, representantes da organização, sindicato e consultores colaboram na troca de perspectivas sobre as condições de trabalho e seus impactos na organização para encontrar meios de modificar essas condições. Preparação Durante esta fase, são selecionados os mecanismos institucionais essenciais para conduzir a experiência. Forma-se a equipe do projeto e estruturam-se modelos e instrumentos a serem utilizados. Diagnóstico Esta fase abrange dois aspectos principais. Primeiro, a coleta de informações sobre a natureza e funcionamento do sistema técnico. Segundo, o levantamento do sistema social em termos de satisfação dos trabalhadores em relação às suas condições de trabalho. Concepção e Implantação Com base nas informações coletadas na etapa anterior, a equipe de projeto, tendo um perfil preciso da situação, estabelecer prioridades e um cronograma para a implementação de mudanças em diversos aspectos, como tecnologia, novas formas de organização do trabalho, práticas e políticas de pessoal, e ambiente físico. Avaliação e Difusão Apesar da dificuldade de obter informações confiáveis para a avaliação imediata, ela é necessária para continuar a implantação das mudanças além do grupo experimental e para a posterior difusão para outros setores. Conclusão e Recomendações A implementação de programas de qualidade de vida no trabalho exige uma compreensão profunda do que é QVT, seu propósito e como construir programas abrangentes. Inclui melhorias no ambiente físico e psicológico, bem como sistemas de recompensas e remuneração justos e baseados na colaboração mútua. Exemplos Práticos Oferta de suporte nutricional e uma refeição saudável diária, ginástica laboral individual para reduzir estresse e sedentarismo, flexibilização do horário de trabalho com o home office (com suporte adequado de internet e materiais). Método de Avaliação O método orientado pelo PDCA (Plan, Do, Check, Act - planejar, fazer, checar e agir), utilizado em programas de Qualidade Total, possibilita medir os níveis de satisfação em relação à qualidade de vida no trabalho. Este método busca o controle e a melhoria contínua de processos e produtos. Impacto na Conjuntura Pandêmica A inclusão da QVT nas empresas durante a pandemia gera benefícios significativos, como a redução de custos com a saúde dos trabalhadores, menor incidência de estresse e doenças ocupacionais, associados ao aumento de produtividade. As organizações precisam repensar os ambientes de trabalho e adaptar suas estratégias para garantir resultados positivos. Tabela 1 - Fonte: Elaborada pela autora, baseada na obra de Leça (2008), citado em Claudino et al. (2021). Resumindo, os programas de promoção do bem-estar no trabalho consideram principalmente fatores afetivos e cognitivos, mas raramente se concentram na perspectiva 6 eudaimônica e sim numa abordagem hedônica que nem sempre traduz todas as definições de bem-estar em medidas práticas. É amplamente reconhecido que um ambiente de trabalho onde os funcionários se sentem emocionalmente apoiados e engajados é mais produtivo e eficiente. Por outro lado, emoções negativas no local de trabalho podem resultar em menor satisfação no trabalho, aumento do absenteísmo, conflitos interpessoais e até problemas de saúde, como estresse, ansiedade e depressão. Assim, implementar programas que promovam o bem-estar no trabalho requer uma abordagem multidisciplinar que envolve várias disciplinas, como psicologia, saúde ocupacional, gestão de recursos humanos e até mesmo o design do espaço de trabalho. Essa abordagem reconhece a complexidade das emoções e a necessidade de considerar diversos fatores para melhorar o bem-estar dos funcionários. Asescalas de bem-estar pessoal desempenham um papel crucial nesse processo. Elas permitem que as organizações avaliem as dimensões emocionais e psicológicas dos funcionários, identificando áreas onde estratégias de promoção do bem-estar podem ser aplicadas. Com base nessa avaliação, as organizações podem desenvolver projetos e dinâmicas que visam melhorar o ambiente de trabalho, promover um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional e fortalecer a saúde emocional dos colaboradores. Dessa forma, as escalas de bem-estar pessoal se tornam ferramentas valiosas para orientar decisões eficazes na promoção do bem-estar no trabalho. 2.1 Exemplo de Projeto com Dinâmicas de Promoção de Bem-Estar no Trabalho Recentemente, conforme Watson (2020) informou que uma força-tarefa organizada pelo Conselho Empresarial Internacional (IBC) divulgações estão organizadas em quatro 7 pilares alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU: princípios de governança, planeta, pessoas e prosperidade. O pilar de pessoas inclui métricas abrangendo três temas-chave: dignidade e igualdade; saúde e bem-estar e habilidades para o futuro. Esse cenário exige esforços organizacionais relacionados à responsabilidade social e ao tratamento dos funcionários de forma subjetiva, cujo propósito é medir e tornar os dados valiosos para a tomada de decisões, focando em métricas com planos de ação existentes ou planejados. Um modelo eficaz citado pelo autor envolve medidas abrangentes, alinhadas a iniciativas de mudança contínua e capazes de análises inteligentes para orientar melhorias. Um exemplo notável é a rápida implementação do trabalho remoto nos últimos meses para continuar suas operações diante da contingência. A urgência da situação não permitiu testes piloto ou análises de necessidades dos colaboradores, levando centenas de milhares de profissionais a iniciar o trabalho em casa em uma situação de contingência que exigiu precauções especiais para garantir o bem-estar dos colaboradores. Essa realidade imposta pela surpresa, obrigou as organizações a reconhecerem que os colaboradores, mais do que nunca, precisam de apoio para enfrentar as novas demandas impostas por essa contingência global. Leça (2008), como citado em Claudino et al. (2021). Nesse contexto, é crucial abordar estrategicamente os programas de benefícios, adaptando-os às atuais necessidades dos colaboradores e oferecendo ferramentas que abrangem diversos aspectos que contribuem para o bem-estar, a saber: Modernização da Estratégia de Benefícios: Cinco Dimensões - Tabela 2 Dimensão Descrição Portfólio Willis Tower Watson Alinhar a oferta de benefícios aos objetivos organizacionais, práticas de mercado e necessidades dos colaboradores. Empresas estão expandindo suas ofertas e considerando personalização e flexibilidade. 8 Finanças Otimizar o investimento em benefícios, alocando custos e riscos eficientemente. Controle de custos é crucial, mas gerar valor contínuo para os colaboradores é igualmente importante. Experiência do Talento Desenvolver estratégias para aprofundar o entendimento dos colaboradores sobre os benefícios, promovendo comunicação clara e destacando o valor das opções disponíveis. Administração e Operação Eficientemente gerenciar benefícios usando recursos tecnológicos para proporcionar a melhor experiência aos colaboradores, automatizando processos para simplicidade e fluidez. Analytics, Insights e Relatórios Utilizar dados para garantir a relevância dos programas, identificar áreas de melhoria, gerenciar custos e fornecer informações precisas para apoiar a tomada de decisões. Tabela 2 - Fonte: Elaborada pela autora, baseada na obra de Leça (2008), citado em Claudino et al. (2021). As cinco dimensões mencionada por Leça (2008), citado em Claudino et al. (2021), tornaram-se essenciais para uma estratégia de benefícios eficazes, que atenda às necessidades dos colaboradores e promova seu bem-estar, especialmente em tempos de crise como a pandemia de Covid-19, a qual está mencionada abaixo: Programas de Benefícios em Tempos de Crise: Cinco Dimensões - Tabela 3 Dimensão Descrição Bem-estar Físico Promover atividade física, mesmo durante o isolamento, incentivando o uso de recursos online, como vídeos de treinamento. Bem-estar Emocional Oferecer suporte profissional para problemas emocionais e focar na prevenção, promovendo atividades de relaxamento, consultas psicológicas online e cursos virtuais. Bem-estar Social Combater a solidão no trabalho incentivando maneiras criativas de manter laços, como destacar promoções de pequenas empresas locais. Bem-estar Financeiro Redirecionar recursos para benefícios de assistência financeira, compartilhar informações relevantes e fortalecer convênios e descontos essenciais. Bem-estar Profissional Apoiar a adaptação a novos ambientes de trabalho, incentivando benefícios flexíveis que permitam desconexão e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Tabela 3 - Fonte: Elaborada pela autora, baseada na obra de Leça (2008), citado em Claudino et al. (2021). 9 Existem empresas que são autênticas na inclusão de projetos práticos de bem-estar. Holanda (2019). Um exemplo bem atual é o projeto Quality of Life in a Changing Europe , analisado nesta pesquisa nas obras dos autores Rodrigues, et al. (2010). Os quais examinam como os cidadãos europeus, que vivem e trabalham em diferentes setores de atividades e regimes de welfare nacionais, avaliam a qualidade das suas vidas. No âmbito desse projeto, foram recolhidos dados de natureza extensiva por intermédio de um inquérito por questionário em oito países: Finlândia, Suécia, Holanda, Alemanha, Reino Unido, Portugal, Hungria e Bulgária. Na síntese das principais conclusões apresentadas pelos autores, os resultados, baseados em evidências empíricas e análises estatísticas avançadas, indicam que os recursos provenientes do ambiente profissional e familiar desempenham um papel positivo na melhoria da satisfação geral dos trabalhadores. Além disso, destaca-se que as dinâmicas específicas de interligação e influência mútua entre trabalho e família desempenham um papel bastante significativo na forma como os entrevistados avaliam a qualidade de suas vidas. Ajudar a identificar as razões que impulsionam o desempenho do colaborador, torna-se um processo pelo qual um conjunto de circunstâncias explica, induz, incentiva e estimula comportamentos humanos inovadores. Mas cabe ao Psicólogo Organizacional identificar as conexões entre eventos específicos e as condições de trabalho, para, assim, implantar medidas que promovam o bem-estar no trabalho. Rossi, Martins, Tashima-Cid e Dias (2020). 3 Considerações Finais Este trabalho mostra a grande importância que a reconfiguração de planos de vantagens e estratégias que fomentem o bem-estar no local de trabalho tem sobre a qualidade de vida dos trabalhadores. A utilização de escalas para identificar e medir os fatores que mais 10 afetam o bem-estar, ajudam a desenvolver projetos e ações mais eficazes nessa área. Emborahaja confusão teórica e conceitual nesse campo em evolução, o trabalho atinge seu propósito ao mostrar como a Psicologia Organizacional tem utilizado ferramentas alinhadas com suas políticas internas para melhorar o bem-estar dos funcionários. Os modelos discutidos consideram diversas dimensões que influenciam diretamente o bem-estar e, por consequência, a produtividade dos colaboradores. A pesquisa empírica realizada promete auxiliar as organizações e os Psicólogos Organizacionais a compreenderem a importância de implementar projetos que promovam o bem-estar no trabalho cujas dinâmicas resultem em ações mais eficazes. 4 Referências Bibliográficas Albuquerque, A. S. & Tróccoli, B. T. (2004). Desenvolvimento de uma escala de bem-estar subjetivo. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20, pp. 153-164. Claudino, D. T. F., de Souza, G. M. R., Silva, A. C., & Silva, J. F. (2021). O impacto de Programas de Qualidade de Vida no Trabalho em tempos de crise. Research, Society and Development, 10(17), e232101724881-e232101724881. Davis, K., Newstrom, J. W., & Agea, A. E. (2003). El comportamiento humano en el trabajo. Diener, E., Wirtz, D., Tov, W., Kim-Prieto, C., Choi, D. W., Oishi, S., & Biswas-Diener, R. (2010). New well-being measures: Short scales to assess flourishing and positive and negative feelings. Social indicators research , 97, 143-156. Dutschke, G. (2021). 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