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@vestibularesumido 55 do empirismo na obtenção do conhecimento. René Descartes René Descartes (1596-1650) foi um filósofo, matemático e cientista francês considerado um dos fundadores do racionalismo moderno. Sua obra influente abrangeu diversos campos, incluindo a filosofia, a matemática e a ciência. Descartes é mais conhecido por sua frase "Cogito, ergo sum" (Penso, logo existo), que expressa sua busca por uma verdade indubitável como ponto de partida para o conhecimento. Em suas "Meditações sobre a Filosofia Primeira", Descartes utiliza o método da dúvida metódica, questionando todas as suas crenças até encontrar uma certeza inabalável. Essa certeza é encontrada na própria existência do pensamento: mesmo que todas as nossas percepções sejam ilusórias, a atividade do pensamento é uma prova irrefutável da existência de um eu pensante. A partir desse ponto de partida, Descartes busca estabelecer as bases de um sistema filosófico sólido. Ele argumenta pela existência de Deus, baseando-se em sua percepção clara e distinta de um ser perfeito, e utiliza essa ideia para fundamentar o conhecimento da realidade externa. Descartes também desenvolveu uma teoria dualista da mente e do corpo, argumentando que a mente e o corpo são substâncias distintas e independentes. Além de sua filosofia, Descartes também contribuiu significativamente para a matemática e a ciência. Ele é conhecido como o pai da geometria analítica, unindo a geometria com a álgebra e introduzindo o uso de coordenadas cartesianas. Sua obra "Discurso sobre o Método" também contém discussões sobre o método científico e a necessidade de uma abordagem sistemática e racional para o conhecimento. Descartes exerceu uma influência profunda no pensamento filosófico subsequente, estabelecendo as bases do racionalismo moderno. Seus métodos de dúvida, sua ênfase na razão como fonte primária de conhecimento e sua busca por certezas indubitáveis moldaram o pensamento filosófico por séculos. Apesar de suas contribuições, Descartes também enfrentou críticas, especialmente em relação à sua teoria dualista da mente e do corpo, que levantou questões filosóficas e científicas complexas ao longo do tempo. O Empirismo Inglês O empirismo inglês é uma corrente filosófica que surgiu no século XVII e teve um papel importante no desenvolvimento do pensamento filosófico e científico na Inglaterra. Os principais representantes do empirismo inglês foram John Locke, George Berkeley e David Hume. O empirismo enfatiza a experiência sensorial como a fonte primária de conhecimento. Segundo essa perspectiva, todo conhecimento deriva da observação e da experiência direta do mundo ao nosso redor. Os empiristas argumentam que não temos conhecimento inato ou ideias inatas, e que nossa mente começa como uma "tábula rasa" a ser preenchida com informações obtidas por meio dos sentidos. John Locke (1632-1704) é considerado o principal representante do empirismo inglês. Em sua obra "Ensaio Acerca do Entendimento Humano", Locke defende que todas as ideias têm origem na experiência sensorial. Ele distingue entre duas formas de experiência: a sensação, que é a percepção direta dos objetos físicos, e a reflexão, que é a percepção interna das operações da própria mente. Locke também introduziu a ideia de que a mente humana é composta por diferentes "ideias simples" que são combinadas para formar ideias mais complexas. George Berkeley (1685-1753) levou o empirismo a um extremo ao argumentar que o mundo físico não tem existência independente da mente. Em sua obra "Tratado sobre os Pr inc íp ios do Conhecimento Humano", Berkeley argumenta que todos os objetos físicos são ideias percebidas pela mente. Segundo ele, não há uma realidade material além das percepções que temos dela. David Hume (1711-1776) desenvolveu ainda mais as ideias empiristas. Em sua obra "Investigação sobre o Entendimento Humano", Hume questiona a noção de causa e efeito, argumentando que não podemos conhecer a conexão causal entre eventos, mas apenas perceber uma regularidade na sucessão de eventos. Ele também questiona a existência do eu como uma entidade substancial, argumentando que é uma mera ilusão produzida por uma sucessão de percepções. O empirismo inglês teve um impacto duradouro no pensamento filosófico e científico, influenciando áreas como a epistemologia, a teoria do conhecimento e a filosofia d a m e n t e . S u a ê n f a s e n a experiência sensorial como fonte de conhecimento continua a ser discutida e debatida até hoje. No entanto, o empirismo também enfrentou críticas, especialmente em relação a questões como a origem dos conceitos abstratos e a possibilidade de conhecimento além da experiência direta. Fracis Bacon Francis Bacon (1561-1626) foi um filósofo, estadista, cientista e ensaísta inglês que teve um impacto significativo no desenvolvimento da ciência moderna e do pensamento filosófico. Ele é conhecido como um dos @vestibularesumido 56 principais defensores do método científico e é considerado um dos fundadores do empirismo. Bacon acreditava que a ciência deveria ser baseada na observação cuidadosa e na experimentação, em contraste com a especulação e a dedução puramente lógica. Ele argumentava que o conhecimento deveria ser adquirido por meio de uma abordagem sistemática e metódica, coletando dados empíricos e realizando experimentos controlados para obter informações sobre o funcionamento da natureza. Bacon enfatizava a importância de uma observação cuidadosa e detalhada, bem como da indução lógica, para formar generalizações e leis científicas. Bacon também é conhecido por suas contribuições para a filosofia política. Em sua obra "Nova Atlântida", ele descreve uma sociedade utópica baseada na ciência e no progresso científico. Ele propôs a ideia de que o conhecimento científico poderia ser usado para melhorar as condições humanas, através da invenção de novas tecnologias e da aplicação do conhecimento na solução de problemas sociais. Embora a abordagem de Bacon tenha sido influente na promoção da investigação científica e na ênfase na observação e experimentação, também enfrentou críticas ao longo do tempo. Alguns argumentaram que sua visão exagerava a objetividade da ciência e subestimava o papel das teorias e hipóteses na formulação do conhecimento científico. No entanto, seu trabalho teve um impacto duradouro na filosofia da ciência e na metodologia científica. Expoentes do Empirismo Moderno Os principais expoentes do empirismo moderno foram: 1 . John Locke (1632-1704) : Considerado um dos pais do empirismo, Locke desenvolveu a teoria de que a mente humana é uma "tábula rasa" (uma folha em branco) no nascimento, e todo conhecimento deriva da experiência sensorial. Em sua obra "Ensaio Acerca do Entendimento Humano", ele explorou a natureza das ideias, a origem do conhecimento e a relação entre a mente e o mundo externo. 2. George Berkeley (1685-1753): Berkeley levou o empirismo a extremos ao argumentar que a realidade material não existe independentemente da mente. Em sua obra "Tratado sobre os Princípios do Conhecimento Humano", ele propôs o idealismo, afirmando que tudo o que existe são ideias percebidas pela mente. Segundo Berkeley, o mundo físico é uma coleção de percepções e não há uma realidade material subjacente. 3. David Hume (1711-1776): Hume desenvolveu ainda mais as ideias empiristas e foi um crítico incisivo das noções tradicionais de causa e efeito, bem como do conceito de eu substancial. Em sua obra "Investigação sobre o Entendimento Humano", ele argumentou que nossas crenças e noções causais são baseadas em hábito e associação de ideias, em vez de uma conexão necessária e objetiva entre eventos. Esses filósofos contribuíram para o desenvolvimento do empirismo como uma abordagem filosófica que enfatiza a experiência sensorial como a base do conhecimento humano. Eles questionaram a existência deideias inatas e b u s c a r a m e n t e n d e r c o m o adquirimos conhecimento por meio da observação, experimentação e reflexão. Suas ideias tiveram um impacto duradouro nas áreas da epistemologia, filosofia da mente e filosofia da ciência.
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