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Fichamento - Ética e psicologia, teoria e prática

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PASSOS, Elizete. Ética e psicologia. In:_______ Ética e psicologia: teoria e 
prática. 1. ed. São Paulo: Vetor, 2007. 
 
O OUTRO E A SAÚDE MENTAL 
p. 56 
O louco é considerado uma pessoa alienada, sem posse da sua razão, sem controle 
sobre seus impulsos, sem consciência e adequação às normas sociais. [...] é tomado 
como desigual e destituído de sua liberdade e cidadania. 
Como consequência, afirma Wickert (1999, p.39): “[...] a exclusão se torna necessária 
socialmente quando a diferença e o insano que escapam à domesticação dos valores 
e símbolos humanos não são suportáveis.” 
 
p. 57 
Nesse aspecto, muito contribui a medicina [...] que possui o poder de definir a 
normalidade e a anormalidade e, assim, quem está apto para a convivência social e 
quem não está e precisa ser segregado até que esteja ajustado/conformado. 
Os hospitais psiquiátricos foram criados a partir da ideologia da massificação, da 
igualização, da supressão da diferença. Neles eram segregados os indivíduos que 
não apresentavam um comportamento aceitável [...] sob a bondosa alegação do 
Estado em [...] ajudá-los a se reestabelecer; quando, de fato, o que pretendiam era 
silenciá-los, não dar visibilidade à sua indiferença e livrar-se dos incômodos que seu 
comportamento acarreta à “ordem” pública. 
[...] a saúde não significa acomodação, aceitação, uniformidade de ação, mas 
autonomia e poder de escolha [...] o que não é permitido quando uma pessoa é 
aprisionada em uma instituição manicomial. 
 
p. 58 
As instituições oficiais responsáveis pela promoção da saúde mental [...] vêm 
destituindo o indivíduo da sua subjetividade, dos seus gostos e hábitos e, mais sério 
ainda, da sua dignidade. 
 
[...] faz-se necessário que a sociedade [...] reveja seus conceitos do ponto de vista 
teórico, prático e moral [...]. Os profissionais da psicologia podem contribuir bastante 
nesse processo [...]. Nesse momento, sua atitude ética é fundamental [...] 
A assunção de uma direção pluralista caracteriza-se uma atitude ética, uma vez que 
o sujeito não será destituído de sua individualidade e historicidade [...] 
 
ALGUNS PROBLEMAS ÉTICOS QUE ENVOLVEM A PSICOLOGIA 
p. 59 
Os profissionais de Psicologia vivem no seu dia-a-dia inúmeras situações que os 
colocam diante da problemática da moral. [...] o que já o coloca na necessidade de 
agir com consciência e respeito em relação à especificidade do outro. 
 
p. 60 
O psicólogo não pode nem deve compactuar, silenciar ou repetir atitudes que violem 
a liberdade, a dignidade e os direitos da pessoa humana. [...]. Agindo assim, ele estará 
contribuindo para o advento de uma sociedade mais ética [...] 
 
COMPROMISSO ÉTICO DA PSICOLOGIA 
p. 61 
Mesmo sabendo-se que a ética se dá na prática, é preciso reconhecer que a teoria 
também traz embutida uma dimensão ética e sua escolha passa pelo compromisso 
ético que o profissional possui. [...] não existe prática psicológica neutra, pois todas 
são perpassadas por valores e intencionalidade. 
O destino das teorias é de se articular com a prática [...] Ao escolher as “ferramentas” 
teóricas e metodológicas, os psicólogos definem seu compromisso ético e social. 
 
 
 
p. 62 
O compromisso ético do psicólogo já se encontra explicitado nos objetivos da 
Psicologia que, em síntese consistem em ajudar o indivíduo a ser livre [...] das suas 
angústias, das suas ansiedades e seus medos [...] e defender os direitos humanos. 
Ao psicólogo compete oferecer oportunidades para o crescimento do indivíduo, ajuda-
lo a reorientar sua vida e estabelecer novos vínculos sociais. 
 
p. 64 
[...] a ética tradicional, baseada em conceitos universais quase sempre desconexos 
da realidade, não é capaz de satisfazer as necessidades dos profissionais da área; 
reivindica-se uma ética de inspiração sócio-histórica. 
O novo modelo de ética [...] não autoriza o profissional a ver o diferente como desigual; 
não permite que ele faça generalizações acerca da saúde mental, mas que a analise 
separadamente e de forma contextualizada; não reforça a tendência da sociedade de 
silenciar os inconformados com a ordem estabelecida. Ele conduz os profissionais da 
saúde mental [...] a discutir o sofrimento do outro de forma série e amorosa [...] 
 
A ÉTICA NA PSICOLOGIA COMO CAMINHO PARA OS DIREITOS HUMANOS 
p. 67 
Hoje, nem o Brasil nem o mundo se ressentem de normas e leis explícitas que se 
proponham a barrar e orientar a humanidade em prol do respeito aos direitos da 
pessoa, contudo continuamos presenciando sua violação. Diante de algumas 
perguntas se colocam: o que continua reforçando tal descaso? Por que as leis não 
são cumpridas? O que a sociedade pode fazer diante da violação dos Direitos 
Humanos e, especialmente, o que os profissionais da Psicologia vêm fazendo e o que 
ainda precisam fazer? 
Muito mais do que a imposição a mudança de comportamento ou a assunção de uma 
nova forma de ser implica consciência e convencimento da sua importância. Assim a 
motivação não pode vir de fora, mas do íntimo dos indivíduos. 
 
p. 68 
Os problemas referentes ao desrespeito aos direitos da pessoa são graves e se 
avolumam a cada dia. Como dissemos anteriormente, existem novas vítimas: homens, 
mulheres, crianças, negros, homossexuais, índios, enfim, os desprotegidos. Seu 
clamor se faz ouvir e exige ações enérgicas e imediatas, não só dos governantes, mas 
de toda a sociedade e das categorias profissionais. Inicialmente, por que o exercício 
da solidariedade e responsabilidade faz parte do ser humano e são elementos que o 
definem; do mesmo modo, porque se continuarmos fazendo de conta que o assunto 
não nos pertence, estaremos decretando o fim da convivência social e, quiçá, da vida 
humana. 
 
p. 69 
Alguns fatores como a herança positivista no Brasil e o desenvolvimento do 
compromisso ético da psicologia se desenvolvendo em um período de repressão 
dificultou que a psicologia crescesse de uma forma engajada o que hoje é um 
imperativo. 
 
p. 70 
Em agosto de 1997, essa vinculação estrutural da Psicologia com os Direitos 
Humanos, ensaiada em muitos momentos, ganhou forma consistente com a criação 
da Comissão Nacional de Direitos Humanos do CFP. Além dos direitos já existentes 
na Declaração dos Direitos Humanos foram acrescidos outros direitos, a partir das 
peculiaridades de cada nação. 
 
p. 71 
A luta deve ser de todos, pois apesar de sermos indivíduos, somos também seres 
sociais e só nos realizamos nas relações e na dialogicidade. Isso não ocorre 
praticando uma inclusão técnica, mecânica, vendo o outro como menor e carente de 
proteção. O outro precisa ser reconhecido, como formaliza a Declaração Universal, 
como ser de razão, de sentimentos e de liberdade. 
p. 73 
No que se refere ao papel da Psicologia nesse processo, muito já dissemos, contudo, 
uma síntese pode ser feita a partir da posição de Kehl (2004), ao afirmar que os 
cidadãos deveriam ter vergonha de conviver com a falta de ética, de desrespeito aos 
seres humanos. Nisso, ela inclui os psicólogos, alegando que, ainda que não sejam 
responsáveis pelo que ocorre, devem trabalhar com essa ideia de vergonha. “ Tenho 
impressão, então, que a psicologia deveria começar a trabalhar um pouco com essa 
ideia de vergonha, a vergonha que tem a ver com a nossa participação no espaço 
público, com nossa imagem pública e com nossos ideais para que possamos construir 
uma sociedade de inclusão.”

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