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Trabalho - Ética na prática da psicoterapia de grupo

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SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4 
GRUPOS TERAPÊUTICOS: HISTÓRICO, DEFINIÇÃO E FORMAÇÃO ............................ 5 
PSICODRAMA .......................................................................................................................... 6 
PRÁTICA E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DA PSICOTERAPIA EM GRUPO............................ 6 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 8 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 9 
 
 
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
 
A psicoterapia de grupo trata-se de um processo terapêutico de sessões em grupo, com 
um tempo pré-determinado e uma periodicidade semanal ou quinzenal. A psicoterapia de 
grupo pode se utilizar de diferentes abordagens teóricas e metodológicas; cada uma delas 
demanda algumas especificidades para conduzir o grupo ao crescimento, sempre respeitando 
as diferenças individuais e direitos fundamentais de seus participantes. Conforme estabelecido 
no Art. 9 do Código de Ética Profissional do Psicólogo (2014, p. 9), “é dever do psicólogo, 
respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade 
das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.” 
As indicações para a psicoterapia de grupo podem ter diversas origens, tais quais 
perturbações ansiosas ou depressivas, conflitos familiares, luto, fobias, sintomas psiquiátricos, 
problemas de identidade e orientação sexual e problemas de comportamento, agressividade e 
vícios. Vários estudos (BROFMAN, 2008, p. 304) demonstram que a psicoterapia de grupo é 
tão eficaz quanto a psicoterapia individual e que os pacientes, em geral, respondem 
favoravelmente ao tratamento em grupo. Este processo terapêutico ajuda na estruturação de 
uma personalidade mais saudável e adaptada à vida em sociedade. 
Logo, ao conhecer o que é e como se dá a psicoterapia grupal, somos conduzidos à 
reflexão acerca de sua prática e suas implicações éticas, principalmente aquelas que se 
referem ao sigilo e ao respeito das individualidades. A prática profissional envolve diversas 
questões éticas que, se observadas a partir de um olhar comprometido com o exercício ético 
da profissão, mostram um campo fértil para aplicação de conceitos e influências com base em 
ideias preconcebidas, inclusive crenças e imposições. Como o terapeuta realiza atendimentos 
a pessoas em situação de vulnerabilidade, que, às vezes, já perderam quase todo o poder de 
decisão, e por isso estão ali, buscando reconquistar ou construir sua autonomia e buscando 
encontrar saída para seus conflitos, é ético que o psicólogo e o grupo se comprometam a 
acolher a demanda dos pacientes integrantes, sem julgamentos e imposições de ordens morais, 
religiosas, ideológicas, respeitando as diversidades da vida. 
 
5 
 
GRUPOS TERAPÊUTICOS: HISTÓRICO, DEFINIÇÃO E FORMAÇÃO 
Um grupo nada mais é do que um conjunto de pessoas ou coisas que se identificam ou 
que possuem relações sociais e interagem entre si. Segundo Passos, “os grupos estão em toda 
parte e nós, ao longo da vida, vamos aceitando participar de uns, abrir mãos de outros e 
vivenciar experiências em outros tantos” (2007, p. 111). Conforme Brofman (2008, p. 298), o 
grupo é o habitat natural do homem – um ser psicossocial que, por meio da interação grupal, 
experimenta diferentes emoções e adquire e reconhece sua identidade. 
A psicoterapia de grupo tem o objetivo de auxiliar o indivíduo no coletivo, tendo 
como alicerces a interação e comunicação. No grupo, “o fundamental é que as diferenças não 
sejam transformadas em desigualdades de direitos e posições” (PASSOS, 2007, p. 113). O 
grupo deve ser um espaço de fortalecimento da autoestima e da liberdade dos indivíduos, não 
comportando discriminação de qualquer tipo. 
Grupos terapêuticos têm sido muito utilizados, de diferentes formas e com diferentes 
objetivos, nos meios médico-hospitalar, psiquiátrico, psicológico, educacional e empresarial. 
Conforme Zimerman & Osório (1997, p. 76), podemos classificar os grupos, de acordo com 
suas finalidades, em grupos operativos e grupos psicoterápicos. Os grupos operativos, 
propostos por Pichon-Rivière, giram em torno da proposição de uma tarefa e subdividem-se 
em: ensino-aprendizagem, institucionais, comunitários e terapêuticos. Já os grupos 
psicoterápicos destinam-se à obtenção do insight individual e do grupo, utilizando-se de 
metodologias como psicodrama, teoria sistêmica, cognitivo-comportamental e psicanálise. 
A formação de um grupo terapêutico demanda planejamento (BROFMAN, 2008): é 
necessário definir quais são os objetivos, os pacientes, a técnica, o coordenador, configuração 
do grupo, horários, frequência e duração das sessões, diagnósticos clínicos dos integrantes, 
prevenção do abandono, motivação, características individuais, seleção e integração dos 
membros, preparação dos encontros, etc. Cabe ao terapeuta coordenador assegurar que o 
grupo tenha um “objetivo em comum, interdependência, respeito às individualidades, 
reconhecimento das diferenças e espírito de grupo” (PASSOS, 2007, p. 112). 
Passos (2007, p. 111) afirma que foi o médico Joseph Pratt o primeiro a tentar utilizar 
as emoções coletivas de forma terapêutica, em 1905, por meio de uma metodologia que 
visava a melhora rápida de pacientes tuberculosos por meio da ajuda do grupo. A seguir, em 
1931, Jacob Levy Moreno iniciou o processo de sistematização da terapia de grupo com a 
6 
 
abordagem psicodramática, junto a Samuel Slavson que, em 1932, desenvolveu a 
grupoterapia. Também Pichon-Rivière, citado anteriormente, influenciou, em 1950, os 
profissionais brasileiros e a classificação dos grupos terapêuticos. 
 
PSICODRAMA 
Foi o psicodrama de Moreno que revolucionou as intervenções grupais ao apresentar a 
ideia da cura por meio do encontro. O psicodrama combinou interação de grupo com filosofia, 
dando origem a um método terapêutico que possui diversos campos de atuação. O autor cria 
uma espécie de ritual para descrever o psicodrama, como fazer uma correlação com situações 
cotidianas como fantasias, cenas da vida, que podem ser dramatizadas como cenas de palco. O 
diretor, que neste caso seria o terapeuta, conduz o grupo e o paciente é o protagonista. 
Passos afirma que “a proposta do psicodrama, em si, é ética, pois possui compromisso 
é com a pessoa, com sua libertação, com sua atitude criativa, o resgate da espontaneidade” 
(2007, p. 115), tendo o objetivo de resgatar a liberdade do indivíduo de utilizar as próprias 
capacidades para existir e de utilizar sua liberdade de maneira responsável, por meio de uma 
relação terapêutica que possibilite um reencontro com a vida. 
Moreno defendia a livre expressão e a espontaneidade essenciais para desenvolver a 
criatividade no psicodrama. Apesar disso, estabeleceu um juramento com algumas regras de 
conduta para o grupo, dentre as quais a transparência entre grupo e terapeuta, o barramento de 
discriminações e, principalmente, o sigilo profissional, além do compromisso com os direitos 
humanos, com a dignidade da pessoa a com a transformação social – pontos que também 
constam no Código de Ética Profissional do Psicólogo e regem as práticas do mesmo. 
 
PRÁTICA E IMPLICAÇÕES ÉTICAS DA PSICOTERAPIA EM GRUPO 
Na psicoterapia de grupo, o terapeuta tem a função de conduzir todo o processo e 
auxiliar os membros a interagir, criando um ambiente acolhedor em que os pacientes 
consigam resolver suas dificuldades, entendam seus medos, ansiedades e o profissional 
consiga criar estratégias para enfrentar as múltiplas situações vivenciadas pelos pacientes. 
7 
 
 O principal papel que o profissional tem nas primeiras sessões de grupo é ajudar a 
criaro ambiente terapêutico, estabelecendo as regras, os valores que serão tratados naquele 
grupo de pessoas, as funções e objetivos de cada um. Segundo Bechelli & Santos (2005), “ao 
contrário da psicoterapia individual, o terapeuta no grupo está situado lado a lado e no meio 
dos pacientes. É, também, membro do grupo.” 
 O psicólogo deve, ainda, ser atencioso, criativo, cuidadoso, flexível, saber mediar 
conflitos do grupo e guiar suas ações pelo código de ética que regulamenta a profissão, que 
tem como um de seus princípios fundamentais o trabalho baseado “no respeito e na promoção 
da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores 
que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.” (2014, p. 7) 
 As questões éticas que circundam este tipo de terapia são imensas, pois todo o trabalho 
consiste no respeito a uma diversidade e reconhecimento de um grupo que não é homogêneo e 
que precisa ter espaço para discutir as diferenças e as subjetividades (PASSOS, 2007). Isto 
evidencia a necessidade dos cuidados éticos, principalmente quando se envolve um grupo de 
pessoas que dividem suas experiências, e a importância de se garantir o respeito, a confiança e 
o sigilo com tudo aquilo que for compartilhado no grupo. 
Por situar-se na dimensão psicossocial, é essencial que sejam assegurados os direitos à 
democracia, respeito, inclusão, igualdade e livre expressão. O terapeuta, e também o grupo, 
têm o dever ético de fomentar a liberdade e estimular a criatividade para fortalecer as escolhas 
livres e conscientes, além de estimular a contínua busca pelo bem-estar próprio e do outro. 
 
8 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Formar e viver em grupos faz parte da natureza do ser humano – um animal social. A 
formação de grupos terapêuticos, principalmente aqueles para promoção de bem-estar e saúde 
física e mental, se fundamenta em diferentes métodos, técnicas e abordagens, tendo, cada um, 
suas especificidades. A ética que orienta esses grupos, porém, é a mesma: deve sempre visar o 
crescimento do ser humano, o respeito às diferenças, o acolhimento da individualidade, 
inclusão, encorajamento à liberdade e autonomia, garantia dos direitos fundamentais e 
promoção de mudança e justiça social. 
A ética que circunda a psicoterapia em grupo, conforme Passos (2007, p. 120) não 
pode se basear em princípios universais, visto que cada indivíduo e cada grupo são únicos e 
possuem sua história, necessitando de uma orientação adaptada ao seu contexto. O grupo, que 
tem como objetivos rever valores, ressignificar experiências e resgatar a autonomia e a 
dignidade de seus membros, deve ser conduzido por um psicólogo que se encontra em posição 
horizontal dentro do grupo – é parte dele, não sendo o único responsável pela cura – e assume 
a função de organizar e agregar o grupo, promovendo a liberdade, a inclusão, o respeito, o 
sigilo e o reconhecimento do outro enquanto sujeito. 
 
9 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
BECHELLI, L. P. C.; SANTOS, M. A.; O terapeuta na psicoterapia de grupo. Rev. 
Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, vol. 13, n. 2, mar./abr. 2005. Disponível 
em <http://ref.scielo.org/472dd4>. Acesso em 12 nov. 2017. 
 
 
BROFMAN, G. Psicoterapia psicodinâmica de grupo. In: CORDIOLI, A. V. (Org.). 
Psicoterapias: abordagens atuais. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. 
 
 
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional do Psicólogo. 
Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2014 
 
 
PASSOS, E. Ética e Psicologia: teoria e prática. 1. ed. São Paulo: Vetor, 2007. 
 
 
ZIMERMAN, D. E.; OSORIO, L. C. Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: 
Artes Médicas, 1997.

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