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Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, 20(3): 17-25, jul-set, 2018 |17
Lídia Andrade Lourinho1
Ana Maria Fontenelle Catrib2
Aline Veras Morais Brilhante2
Claudio Moreira3
Maria Salete Bessa Jorge4
1Faculdade Ratio. Fortaleza/CE, Brasil.
2Universidade de Fortaleza. Fortaleza/CE, Brasil
3University of Massachusetts Amherst. Amherst/MA, Estados Unidos da América.
4Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza/CE, Brasil.
| A formação do fonoaudiólogo e a sua 
interlocução com a Saúde Coletiva: 
percepções dos docentes e discentes
Qualification of speech 
therapists and their connection 
with Collective Health: 
perceptions of teachers and 
students 
RESUMO| Introdução: A formação com ênfase nos marcos conceituais 
da promoção da saúde e da integralidade permite a reflexão sobre a atuação 
dos profissionais da saúde no exercício de uma prática integral, humanizada 
e interdisciplinar, com o objetivo de superar o modelo tecnicista da assistência. 
Objetivo: Apreender o significado da formação com ênfase na saúde coletiva para 
os docentes e discentes dos cursos de graduação em fonoaudiologia. Métodos: 
a concepção metodológica se insere na abordagem qualitativa, alinhando-se ao 
enfoque crítico-interpretativo. Foi realizada entre os meses de fevereiro e setembro 
de 2014, por intermédio de entrevistas em profundidade com professores e 
coordenadores e grupos focais com os alunos. O tratamento do material empírico 
foi conduzido pelos pressupostos da hermenêutica dialética. Resultados: A 
fonoaudiologia ainda insiste numa formação conteudista e fragmentada, centrada 
no tecnicismo. Os que ensinam repassam os modelos aprendidos na sua formação, 
e os que aprendem repetem tais modelos na sua atuação. Houve uma mudança 
no quadro discente provocada pela expansão do ensino superior no brasil e que o 
enfoque concedido à atuação prática do fonoaudiólogo continua sendo basicamente 
clínico. Conclusão: Os princípios e diretrizes do sistema único de saúde precisam 
ser operacionalizados em um novo modelo assistencial com base na promoção 
da saúde e na integralidade, para tanto, solicitam-se novos perfis profissionais. É 
necessário provocar e provar novos arranjos formativos na formação em saúde 
para que se possa formar e vivenciar novos arranjos interventivos nas práticas de 
saúde. Estudantes, professores, profissionais e usuários, todos podem se tornar 
protagonistas nessa produção de novos modelos de ser, aprender e ensinar saúde. 
Palavras-chave| Fonoaudiologia; Formação em saúde; Saúde Coletiva; Promoção 
da Saúde.
ABSTRACT| Introduction: 
Qualification with emphasis on conceptual Health 
Promotion frameworks and completeness triggers 
reflections about professional practices and about 
Health actions focused on integral, humanized 
and interdisciplinary practices; moreover, it aims 
at overcoming the technical caregiving model. 
Objective: Grasping the significance of 
qualification with emphasis on public health based 
on the perception of Speech Therapy professors and 
undergraduate students. Methods: Methodological 
design included a qualitative approach lined-up 
to the critical-interpretive approach. Data were 
collected between February and September 2014, 
through in-depth interviews with professors and 
department coordinators, as well as through focus 
groups with the students. The empirical material was 
treated based on assumptions of the hermeneutics 
dialectic. Results: Speech, Language and Hearing 
Sciences insists on content-based and fragmented 
qualification focused on technicality. The ones who 
teach only address the previously learnt models and 
students learn to repeat these same models in their 
professional practices. There was a change in students’ 
framework to the greater availability of higher 
education institutions in Brazil, although the focus 
given to practices performed by speech therapists lies 
on clinical procedures. Conclusion: The principles 
and guidelines of the Unified Health System (SUS) 
can be made operational based on a new model 
focused on Assistance in Health Promotion and 
Completeness; however, this new model demands a 
new professional profile. It is necessary promoting 
and trying new training arrangements, the so-called 
‘Training in Health’ so that students can be trained 
in, and experience, new interventional arrangements 
in Health Practices. Students, professors, professionals 
and users; everyone, can become a protagonist in the 
production of this new models based on being healthy 
and on learning and teaching about health.
Keywords| Speech, Language and Hearing 
Sciences; Health Formation; Public Health; Health 
promotion.
18| Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, 20(3): 17-25, jul-set, 2018
A formação do fonoaudiólogo e a sua interlocução com a Saúde Coletiva | Lourinho et al.
INTRODUÇÃO|
Discutir a formação com ênfase nos marcos conceituais da 
Promoção da Saúde e da integralidade permite a reflexão 
sobre a atuação dos profissionais da saúde no exercício de 
uma prática integral, humanizada e interdisciplinar, com o 
objetivo de superar o modelo tecnicista da assistência. Ao 
conceber a saúde integral como direito de todos e dever do 
Estado, a intervenção fonoaudiológica, que anteriormente 
apenas oferecia um atendimento clínico e individual, 
gradativamente foi ampliando sua inserção nos serviços 
públicos de saúde1.
Desde o seu início, a Fonoaudiologia incorporou em sua 
atuação os principais fundamentos da Medicina Preventiva, 
definida como “a ciência e a arte de evitar doenças, 
prolongar a vida, promover a saúde física e mental e a 
eficiência”2. 
Nos anos de 1980, os cursos de graduação em Fonoaudiologia 
no Brasil começaram a incluir disciplinas relacionadas 
à prevenção dos distúrbios da comunicação. A seara da 
prevenção e da Promoção da Saúde, no entanto, surgia de 
forma incipiente nesse período. Ao conceber a Promoção da 
Saúde como proteção específica de determinadas doenças, 
o modelo da fonoaudiologia preventiva continuava tendo a 
doença como foco e objeto de ação3. 
A aproximação entre a Fonoaudiologia e o campo da Saúde 
Coletiva aconteceu mediante um processo discreto, se 
considerarmos o contexto túrbido da rede de saúde e das 
políticas públicas no País4,5.
A inserção do fonoaudiólogo na saúde pública aconteceu nos 
anos de 1970 e 1980, no entanto o acesso a um atendimento 
fonoaudiológico era difícil. Só com a criação do Sistema 
Único de Saúde (SUS), no final dos anos 1980, houve 
aumento na contratação desse profissional para o trabalho 
no setor e houve um investimento maior na pesquisa, com 
esse enfoque6.
Nos últimos tempos enfrentamos desafios e procuramos 
novas perspectivas de transformação do Ensino Superior 
em saúde no Brasil. Buscamos reconstituir os processos 
formativos, tornando-os mais significativos para os alunos, 
professores e comunidade. Leis, normas e resoluções 
(Diretrizes Curriculares) ou portarias são editadas sob os 
auspícios dos Ministérios da Educação (MEC) e da Saúde 
(MS), com o intuito de promover e acelerar mudanças na 
Educação Superior7. 
Para refletir e redimensionar a prática do fonoaudiólogo, 
com o intuito de mudanças na sua atuação na saúde coletiva, 
faz-se necessário discutir os conceitos de Prevenção e 
Promoção no campo da saúde.
Verifica-se que o foco era na pessoa e nas ações a 
ele direcionadas. As ações educativas baseadas no 
modelo preventista acontecem de forma unidirecional, 
descontextualizadas, quase sempre não compartilhadas e 
por vezes planejadas com autoritarismo característico da 
não participação, com o objetivo de produzir mudanças de 
hábitos e estilos de vida insalubres8.
Quando falamos em Promoção da Saúde, reportamo-nos a 
novas formas de olhar o sujeito, de conceber a doença e de 
entender a saúde; referimo-nos a novas perspectivas de atuação 
com objetivos de maximizar a saúde e dinamizar os recursos 
da comunidade. A Promoção tem como base a identificação 
das necessidades e condições de vida das pessoas9.O conceito de Promoção da Saúde é direcionado não 
apenas a grupos específicos, mas também à população em 
geral, grupos, comunidades e também a processos sociais, 
culturais e políticos que influenciam direta ou indiretamente 
a qualidade de vida das pessoas. As ações de Promoção 
da Saúde são canalizadas para sujeitos, ambientes, grupos, 
comunidades, pessoas e coletividades com necessidades 
específicas. Seu foco de atenção está na participação de 
todos os setores da sociedade na busca da transformação 
dos determinantes das condições de vida e saúde, mediante 
a constituição de políticas públicas saudáveis10.
A Fonoaudiologia, discutida na perspectiva da Promoção 
da Saúde, é algo relativamente novo. Desde sua inclusão na 
Atenção Básica, e com a criação, em 2001, do Comitê de 
Saúde Pública da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 
há um aprofundamento na discussão sobre os limites e 
possibilidades de atuação nesse nível de atenção11. 
Podemos constatar, entretanto, que ainda não se verifica 
nos trabalhos fonoaudiológicos a concepção ampla, 
dinâmica e complexa do processo saúde-doença, e também 
não se percebe a importância do fato de que a linguagem e a 
comunicação estabelecem uma diferença na saúde e na vida 
das pessoas, por possibilitar ao ser humano a sua interação 
Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, 20(3): 17-25, jul-set, 2018 |19
com o mundo, tornando mais dinâmica a sua aprendizagem 
e, por consequência, o seu desenvolvimento. 
Verifica-se que a atuação do fonoaudiólogo pode ser 
voltada para ampliar os conhecimentos da população sobre 
os determinantes dos problemas da comunicação humana, 
promover a superação destes e realizar atendimento integral 
sob fundamento dos princípios do SUS, e isso pode ser 
traduzido nas ações de Educação em Saúde nos espaços 
coletivos12.
É importante nos aproximarmos e dialogarmos com as 
Ciências Sociais para fundamentarmos nossas discussões 
e estudos nos pressupostos sociológicos, buscando 
compreender melhor o sujeito social, onde o homem 
é tanto produto como produtor da história e da cultura. 
Precisamos investigar as percepções, as significações, as 
representações dos contextos sociais de vida e trabalho 
para podermos identificar os possíveis determinantes 
culturais e sociais dos processos saúde-doença13.
O avanço da Fonoaudiologia em saúde pública solicita a 
revisão de paradigmas e a busca de uma práxis com enfoque 
na Promoção da Saúde, mas, para que isso aconteça, 
precisamos de revisões nas grades curriculares dos cursos 
que formam esse profissional11,14.
Desde sua origem, a Fonoaudiologia dialoga com diversas 
disciplinas, procurando nelas conhecimentos para ancorar 
sua prática. É com essa visão que devemos (re)pensar 
mudanças na e para a produção do conhecimento, da 
concepção de saúde e da formação do profissional, inicial 
e continuada. É preciso rever conceitos e práticas, visto 
que trabalhos realizados nos anos de 1990, que analisaram 
a prática fonoaudiológica, demonstraram que existe um 
distanciamento entre o fazer fonoaudiológico e a realidade 
da constituição do processo saúde-doença na população 
e seus determinantes e, portanto, ainda são pautados por 
ações marcadamente definidas por critérios clínicos os 
quais enfatizam a atenção individual e, com isso, é ensejada 
a dificuldade de acesso do usuário aos serviços públicos 
fonoaudiológicos14. 
O que acontecia, e inaceitavelmente ainda ocorre, é o repasse 
da prática clínico/hospitalar para os espaços públicos/
coletivos, ainda numa visão reabilitadora/terapêutica 
dos distúrbios da comunicação, e uma ineficiência em 
trabalhar com e nos grupos; vazios deixados pela formação 
desvinculada da demanda e da realidade.
Essa prática, com as características do modelo clínico 
preventista, tende a separar a doença do contexto no qual 
ela está inserida e provavelmente no qual ela foi produzida. 
As práticas de Fonoaudiologia com objetivo de prevenção, 
orientadas por essa visão (limitada), fragmentam o sujeito e 
sua linguagem (função social), reforçando a ideia de saúde 
compreendida como algo individual, isolado15.
Em decorrência dos constantes avanços das Ciências da 
Saúde na busca do reconhecimento da formulação social do 
estado de saúde e adoecimento com a intenção de capacitar 
os cidadãos como agentes corresponsáveis pela sua saúde, 
busca-se estabelecer uma práxis na Fonoaudiologia, 
sustentada na perspectiva do paradigma da Promoção da 
Saúde e da integralidade.
Confirmando a necessidade de mudanças nas práticas e 
na formação, percebendo que são duas faces do mesmo 
movimento de produção da atenção integral à saúde, 
amplia-se a importância da discussão sobre o novo modelo 
de atenção à saúde e da formação dos trabalhadores16.
Busca-se a formação de um profissional com perfil 
generalista, que seja capaz de identificar as questões 
fonoaudiológicas de maior importância para a comunidade 
de abrangência, bem como de adotar medidas preventivas 
e de Promoção da Saúde possíveis para prestar um 
atendimento de qualidade à população 4,5,1. 
Os pressupostos deste estudo são de que a formação do 
fonoaudiólogo se orienta pela perspectiva clínica, a qual 
não responde às demandas da saúde coletiva uma vez que 
a medida da formação continua cartesiana e privatista do 
ponto de vista ideológico. Nesse sentido, propomos, nesta 
pesquisa, as seguintes questões norteadoras: Como os 
futuros fonoaudiólogos estão aderindo ou não às atuais 
tendências da formação? Como essa adesão acontece? 
Como se constrói o sentido da integralidade e da promoção 
da saúde na construção de saberes e práticas dos docentes 
de Fonoaudiologia? Quais são seus conhecimentos 
acerca do trabalho no SUS? O processo formativo em 
Fonoaudiologia atende às demandas de um modelo de 
saúde que se pretende resolutivo? 
MÉTODOS|
20| Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, 20(3): 17-25, jul-set, 2018
A formação do fonoaudiólogo e a sua interlocução com a Saúde Coletiva | Lourinho et al.
O local da pesquisa deste estudo compreendeu as duas 
instituições de Ensino Superior que oferecem o curso 
de graduação em Fonoaudiologia no estado do Ceará, 
em função da necessidade de debater para compreender 
a formação dos fonoaudiólogos e a sua interlocução 
com a Saúde Coletiva. A concepção metodológica dessa 
investigação se insere na abordagem qualitativa, alinhando-
se ao enfoque crítico-interpretativo, visto que concebe 
a intercessão da subjetividade com a objetividade de 
forma dialética. Para a coleta dos dados, foram realizadas 
entrevistas em profundidade e grupos focais. O tratamento 
do material empírico foi conduzido pelos pressupostos da 
Hermenêutica Dialética por meio de três fases sequenciadas 
- ordenação, classificação e análise final 17. 
No que diz respeito à perspectiva aos moldes, ante 
a variedade de vertentes que caracterizam a tradição 
qualitativa, este projeto se coaduna com um enfoque crítico-
interpretativo, visto que tem a subjetividade na interface 
com a materialidade a que se vincula, dialeticamente. Nessa 
circunstância, há a possibilidade de refletir criticamente 
sobre o objeto, no intuito de subsidiar ações de intervenção, 
compreendendo a pesquisa como processo transformador 
no sentido de ampliar os horizontes de entendimento dos 
agentes envolvidos.
Os participantes deste estudo foram dois coordenadores, 
sete professores e quinze alunos dos cursos de graduação 
em Fonoaudiologia das duas instituições. No total, 
participaram 24 pessoas implicadas com o objeto de estudo. 
Para a seleção dos usuários informantes chave, no caso dos 
discentes, foram consideradas as seguintes características: 
estar cursando o último ano do curso de graduação em 
Fonoaudiologia, e no caso dos docentes, que estejam 
atuando há pelo menos um ano na instituição pesquisada. 
Antes da etapa do início do trabalho de campo, conversou-
se com as coordenações dos cursos, para autorizar a nossa 
inserção no campo. Inicialmente, entramos em contato 
com os coordenadores das duas instituiçõespara explicar 
os objetivos da pesquisa e solicitar autorização para a sua 
realização. Posteriormente, os alunos foram convidados a 
participar por intermédio de carta convite.
Os participantes do estudo tiveram prévio acesso ao Termo 
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e foram 
devidamente orientados em relação às questões éticas e de 
procedimentos antes da assinatura do TCLE, o participar 
da pesquisa, atendendo aos princípios éticos conforme 
Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. 
A amostra, numa pesquisa qualitativa, é constituída por 
pessoas tomadas ao acaso e deve ser representativa; um 
modelo reduzido do total de uma determinada população. 
Um pequeno número é interrogado, constituído a partir 
de critérios de diversificação, em virtude das variáveis 
estratégicas para a obtenção de maior diversidade 
possível de informações sobre o fenômeno investigado, 
as que desempenham um papel importante no campo do 
problema estudado17,18,19,20. 
Para a apreensão das narrativas dos informantes discentes, 
foram realizados dois grupos focais, com a gravação 
de seu conteúdo após o consentimento do informante. 
Posteriormente, essas entrevistas foram transcritas. 
O instrumento utilizado para a obtenção do material 
foi um roteiro com questões norteadoras sobre o 
desafio de formar profissionais para trabalhar na Saúde 
Coletiva, compreendendo algumas perguntas abertas que 
oportunamente poderão ser desdobradas em novas, com 
base nos conteúdos que poderão emergir das falas dos 
entrevistados. 
A opção pelo grupo focal possibilitou o conhecimento 
aprofundado da realidade abordada, já que os entrevistados 
falaram sobre tópicos relacionados a temas específicos, 
tendo maior flexibilidade em suas respostas, buscando 
também enriquecer mais os tópicos18.
Para a apreensão das narrativas dos docentes e dos 
coordenadores de curso, foi utilizada a entrevista 
semiestruturada, que é uma técnica a qual busca abordar 
questões subjetivas e objetivas e seu pano de fundo está 
localizado, até certo ponto, no Interacionismo Simbólico19. 
A entrevista foi moderada por questões norteadoras 
refletindo os aspectos relacionados ao projeto17.
Os instrumentos de análise dos dados foram determinados 
pelo material coletado e pela teoria que nos embasa, ou 
seja, numa perspectiva crítica. Assim, por ocorrerem 
falas, a análise dos dados sucedeu por meio da Análise de 
Conteúdo e da Hermenêutica-Dialética. 
A associação entre a Hermenêutica e a Dialética advém de 
três aspectos importantes: 1) as duas partes do homem na 
compreensão da realidade; 2) ambas têm o mesmo objeto 
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de análise, que é a práxis social; 3) buscam a afirmação 
ético-política do pensamento17. 
Minayo17 acredita que a importância da Análise de 
Conteúdo, visto que pretende ultrapassar o nível do senso 
comum e do subjetivismo na interpretação, é alcançar uma 
vigilância crítica em relação à comunicação de documentos, 
textos literários, biografias, entrevistas ou observação”.
O processo analítico é resultante do confronto entre as 
sínteses horizontais dos diferentes grupos representativos, 
e pela contínua revisão dos conteúdos emergirão as 
categorias temáticas empíricas do estudo. 
O início do processo aconteceu com a compilação das 
informações ou categorias, por temas, tendo o cuidado para 
que todas as manifestações sobre os temas encontrados 
fossem incluídas. Esse estágio inicial possui caráter mais 
descritivo. Em seguida, analisamos as interconexões 
dos temas e dimensões. Após essa etapa, teve início a 
interpretação dos sentidos dos discursos, ou seja, a fase 
hermenêutica da pesquisa, na qual se realiza a construção 
da “rede de sentidos” do material discursivo apreendido 
durante o trabalho de campo. 
A análise dos discursos justifica-se nos processos 
compreensivo e interpretativo que se fundamentam na 
Hermenêutica Dialética. A configuração das etapas da 
investigação adquiriu sentido na aproximação com os 
contextos pesquisados, com os seus cotidianos e nas 
relações entre os sujeitos e seus contextos, considerando 
também suas crenças e valores, bem como suas vivências 
e as significações advindas das singularidades e das 
coletividades. 
A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa 
da Universidade de Fortaleza e aprovado sob o parecer 
número 745.679/2014. 
RESULTADOS|
Como resultados da pesquisa, verifica-se que a 
Fonoaudiologia ainda insiste numa formação conteudista 
e fragmentada, centrada no tecnicismo. Os que ensinam 
repassam os modelos aprendidos na sua formação, e os 
que aprendem repetem tais modelos na sua atuação. Que 
houve uma mudança no quadro discente provocada pela 
expansão do ensino superior no Brasil - um sistema de elite 
para um de sistema de massa que reflete diretamente na 
formação. E que o enfoque concedido à atuação prática do 
fonoaudiólogo continua sendo basicamente clínico. 
Nas últimas décadas, o tema da formação em saúde coletiva 
tornou-se por demais relevante. Pesquisar como acontece 
a expansão da formação em Fonoaudiologia no contexto 
da Saúde Coletiva possibilita identificar os caminhos 
percorridos e projetar outros, visando cada vez mais ao 
reconhecimento técnico-científico e social da área.
Importante é lembrar que essa expansão aconteceu em 
resposta à agenda do Banco Mundial e das demais agências 
de países desenvolvidos, que tinham como objetivo viabilizar 
a formação tecnológica nos países subdesenvolvidos e em 
desenvolvimento, em especial, relativamente à capacitação 
profissional direcionada para as indústrias. Tal expansão 
fez resultar um fenômeno diretamente relacionado aos 
efeitos do neoliberalismo, e, portanto, não se inseria em 
uma agenda política que visava ao desenvolvimento de 
cidadãos em um sentido mais pleno20, 21, 22. 
São políticas que têm como proposta a oligopolização da 
educação superior no Brasil. Esse processo transcende 
as fronteiras nacionais mediante a internacionalização. 
Infelizmente, ela acontece por meio de uma atuação 
confusa e sem muitos critérios do governo brasileiro, que 
possibilita um crescimento desordenado de expansão da 
matrícula no ensino superior23; uma expansão atrelada à 
“mercadorização” da educação decorrente do Processo de 
Bolonha, que tem como intuito fazer uma zona comum 
de formação em ensino superior envolvendo países da 
América Latina, Caribe e União Europeia23.
O Brasil criou leis para atender ao processo supracitado, 
como a Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/96), que veio 
para reforçar a relação entre regulação e avaliação. No seu 
art. 46, ficam condicionados os processos de autori zação 
e reconhecimento de curso, bem como o credenciamento 
de Instituições de Ensino Superior (IES) a instrumentos 
regulares de avaliação. Nessa conjuntura, em 1996, iniciou-
se um dos mais importantes instrumentos de avaliação, 
o Exame Nacional de Cursos (ENC), popularmente 
denominado como “Provão”, de acordo com Stromquist24, 
ocasionalmente produz benefícios às práticas de ensino no 
contexto da sala de aula.
22| Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, 20(3): 17-25, jul-set, 2018
A formação do fonoaudiólogo e a sua interlocução com a Saúde Coletiva | Lourinho et al.
A privatização iniciada no governo do Fernando Henrique 
Cardoso continuou, mesmo que forma desacelerada, no 
governo Lula, só que com a concessão de bolsas pelo 
Ministério da Educação (MEC). O autor ressalta que 
a expansão, mantida no governo da Dilma Rousseff, 
ensejou dilemas relevantes como o evento de que jovens 
de classes menos privilegiadas econômica e culturalmente 
sofrem mais com a evasão e a discriminação, e que a falta 
de preparo das instituições no que se refere à formação 
didático-pedagógica dos professores para trabalhar com 
essas diferenças, o currículo improvisado e a precária 
estrutura física operam consequências impensáveis na 
qualidade do ensino superior25. 
O autor salienta que é profícuo o caso desses jovens, que, 
mesmoludibriando a história pessoal, lograram sucesso no 
acesso ao ensino superior e se beneficiaram com melhorias 
nos ganhos salariais e na qualidade de vida, visto que um 
diploma superior pode proporcionar um aumento da renda 
em até 150%25. 
Nos cursos pesquisados, percebe-se claramente essa 
realidade. A maioria dos estudantes que agora estão nas 
salas de aula nos cursos de Fonoaudiologia no estado do 
Ceará são provenientes das escolas públicas, fato que até 
há pouco tempo era improvável, por conta dos custos dos 
cursos nas IES privadas.
O nosso curso era muito elitizado e tinha que se envolver com isso e 
depois quando eu saí de lá eu comecei a ver que a gente podia agir de 
uma outra forma (F2).
Até pouco tempo a maioria dos que procuram a fono eram egressos das 
escolas particulares e utilizavam a fono como ponte para outros cursos. 
Hoje não!! E isso ajuda a mudar o olhar sobre as terapias e sobre a 
profissão (C1). 
Analisando a expansão do ensino superior no Brasil, 
houve mudança de um sistema de elite para um de sistema 
de massa. Temos um sistema de ensino massificado, no 
entanto de baixa qualidade e que não privilegia o acesso 
universal e a melhoria de qualidade de ensino superior no 
País26.
Convém ressaltar que o foco inicial da formação era e ainda 
é na reabilitação da linguagem. De acordo com Crestani et 
al 20, “a reabilitação da linguagem é, ainda hoje, o principal 
foco da formação e, consequentemente, a maior fonte 
de emprego para o fonoaudiólogo”. Ainda segundo os 
autores, o caráter reabilitador da atuação fonoaudiológica é 
peculiar à área, tanto no Brasil como no Chile. 
Numa pesquisa realizada em ambos os países sobre a 
inserção do fonoaudiólogo nos sistemas público e privado 
de atenção à saúde, demonstra-se que a reabilitação é o foco 
principal da atuação fonoaudiológica27. Tal achado justifica 
o cuidado com a formação para o Sistema Único de Saúde 
(SUS), alvo de estudo e discussão em outras pesquisas1,5,24 e 
comungam com os achados deste estudo, ora sob relatório.
Ainda sobre os achados da pesquisa de Crestani et al 20, no 
que se refere à inserção do fonoaudiólogo no campo da 
Saúde, infelizmente não temos dados atualizados sobre a 
relação entre o número de habitantes e total de profissionais 
na Atenção Básica/Atenção Primária e na Secundária à 
Saúde. Encontramos a justificativa da ausência de dados 
atualizados nos relatos dos professores:
A nossa entrada na saúde coletiva é bem mais recente do que as outras 
áreas, e esse fator histórico tem que ser considerado. A fono durante 
muito tempo ficou no limbo, ficou sem ser vista por ninguém, porque 
ela mesmo[sic] não se valorizava. A formação vai contribuir quando 
eu chegar lá minha clinica eu vou ver o paciente como um ser integral, 
que tem sua autonomia, a sua história (U1).
O que há é somente uma previsão de um estudo realizado 
em 2005, o qual apontava a conveniência de 1/10.000 
habitantes na Atenção Básica/Atenção Primária e de 
1/50.000 habitantes na Atenção Secundária/Atenção 
Especializada28. Portanto, não há ensaios que demonstrem 
a relação entre a oferta de vagas, o número de matriculados 
e de egressos dos cursos de Fonoaudiologia com a demanda 
social da profissão. Sabe-se apenas que o acesso ao serviço 
terapêutico fonoaudiológico no contexto da Saúde Coletiva 
ainda é muito incipiente.
A formação do fonoaudiólogo deve privilegiar o sistema 
de saúde vigente no País. A preocupação com a saúde 
fonoaudiológica da população é o eixo estruturante para 
as reflexões que permitam redimensionar a atuação do 
fonoaudiólogo, considerando que, sem a compreensão do 
processo saúde-doença, é impossível estabelecer teorias e 
práticas as quais permitam ao profissional ser um agente de 
transformação28.
Na atualidade, no entanto, o enfoque concedido à atuação 
prática do fonoaudiólogo continua sendo basicamente 
clínico, sendo absurdo constatar que as práticas ainda 
Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, 20(3): 17-25, jul-set, 2018 |23
estão completamente envolvidas com o fazer técnico e 
o atendimento individualizado, não se percebendo que a 
práxis fonoaudiológica na saúde coletiva solicita atuações 
mais profundas e pensadas.
A formação ainda está especializada, fragmentada, porque a gente 
não sabia nada disso. A gente não falava em saúde coletiva, em SUS. 
Hoje já se fala, e a visão continua a mesma. Os profissionais que dão 
aula hoje, a não ser os mais jovens, que não sejam fonossaura como 
eu, talvez, mas só talvez, tenham sido formados com o viés da saúde 
coletiva e consiga ter essa visão generalista (F1).
Historicamente, a formação profissional em saúde é 
permeada por um sistema educacional com foco no 
professor, apoiado nas metodologias tradicionais e 
tecnicistas e com o currículo baseado em disciplinas 
o que evidencia a fragmentação e a especialização do 
conhecimento. Portanto, essas características apontam para 
a perspectiva educacional classificada por Saviani29 como 
“pedagogia tradicional”. 
Encontramos a reprodução desses modelos com base 
nas metodologias tradicionais nas falas dos professores 
pesquisados e podemos perceber a dificuldade que eles têm 
de “sair da caixinha” da reprodução de modelos aprendidos. 
Essa dificuldade é justificada pela ausência de uma formação 
pedagógica que sustente a sua práxis em sala de aula. 
Como é que eu vou reproduzir um modelo que eu não vivenciei, 
ninguém me ensinou a ser professora, ninguém me disso isso. Vou 
reproduzir o que eu vivenciei como aluno e eu vivenciei como aluna um 
modelo unicamente tradicional e mesmo o que hoje se propõe a fazer 
diferente estão enraizados no tradicional (F1).
O modelo pedagógico hegemônico utilizado na formação 
dos profissionais em saúde é conteudista e organizado 
de forma fragmentada e isolada, dividindo a pessoa em 
partes desassociadas. Desvincula os conhecimentos das 
áreas básicas dos saberes da área clínica, concentra as 
oportunidades de aprendizagem da clínica apenas no âmbito 
do hospital ou ambulatório, assume a avaliação cognitiva de 
suas intervenções apenas por acumulação de informação 
técnico-científica padronizada, modelos repassados na 
formação, imortalizando os padrões tradicionais de prática 
em saúde, que mal dão conta do aspecto individual30. 
A resistência em mudar o modelo pedagógico hegemônico 
pode ser verificada nos seguintes relatos:
Esses professores têm muita resistência. Numa equipe de professores 
eu tenho um trabalho grande de adaptação, para mudança desse olhar 
tecnicista. Mesmo eu na entrevista, eles consigam fazer todo o jogo de 
cintura; quando eles vão para sala de aula eles passam a filosofia deles, 
e ai os modelos que se reproduzem (C1).
As instituições de ensino, porém, ao formarem, configuram 
muitos modelos disciplinares, o que permite colocar uma 
ordem em uma determinada multiplicidade, e também 
produzir o automático. 
Essas falas refletem a ideia de que a formação, apesar das 
tentativas de mudança, ainda está ancorada num modelo 
tradicional de ensino, e sair desse “modelo” é muito difícil.
A formação continua a mesma!!! Não sei por que não aprendi, 
não aprendi por não me ensinaram e não me ensinaram porque não 
sabiam!!! Isso é a mais pura verdade, pois nossos professores, os que 
nos formaram, não sabiam nada sobre Saúde Coletiva, Promoção da 
Saúde, SUS, essas coisas (F3).
Por intermédio do movimento da Reforma Sanitária 
brasileira, ao longo dos anos de 1980, a formulação do 
SUS na Constituição de 1988 e sua implantação nas três 
últimas décadas, o sistema de saúde no Brasil aportou ao 
século XXI organizado por via de atenção, promoção e 
vigilância à saúde. Nesse âmbito, profissionais de saúde 
e população passam a ser vistos como sujeitos ativos do 
processo, e a doença não é mais o foco de observação e 
atuação, voltando-se para o modo de vida das pessoas e 
suas condições de trabalho, bem como de grupos sociais, e 
suas repercussões no processo saúde-doença28.
Alguns autores relatam que a aproximação entre a 
Fonoaudiologiae o campo da Saúde Coletiva aconteceu por 
intermédio de uma circunstância discente se considerarmos 
o contexto túrbido da rede de saúde e das políticas públicas 
no Brasil, que é ainda muito incipiente.
A Fono é incipiente na área da saúde. A gente está buscando um ideal, 
mas o real é que estamos muito longe desse ideal, e olha que o O SUS 
é o maior empregador desse povo (F1).
E se há realmente a pretensão de que os princípios e 
diretrizes do SUS possam ser operacionalizados em um 
novo modelo assistencial com base na Promoção da Saúde, 
solicitam-se novos perfis profissionais. Diversas propostas 
de mudanças na formação em saúde no Brasil são discutidas 
desde o final dos anos de 1980, com a afirmação do Sistema 
24| Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, 20(3): 17-25, jul-set, 2018
A formação do fonoaudiólogo e a sua interlocução com a Saúde Coletiva | Lourinho et al.
Único de Saúde (SUS). Essa discussão conferiu relevância 
especial quando o Ministério da Saúde (MS) chamou 
para si a responsabilidade de (re)orientar a formação dos 
profissionais da saúde a fim de responder às necessidades 
do SUS30.
Ainda sobre a prática docente, alguns estudos revelam que 
boa parte dos professores do ensino superior não teve em 
sua formação o adequado preparo para a docência. Estão 
mais preocupados com o “domínio de conteúdo” do que 
com os “aspectos pedagógicos”, o que exige condições 
de qualificação e desenvolvimento para que ensino-
aprendizagem seja mais efetivo.
CONCLUSÃO|
Então, podemos chegar à conclusão de que mudanças 
profundas, resistentes e duradouras apenas serão 
produzidas de forma efetiva se houver políticas públicas 
saudáveis atuando com esse intuito, justificando assim a 
reivindicação de políticas públicas de saúde e de educação, 
que contribuam e estimulem os processos de transformação 
das práticas utilizadas na formação em saúde no sentido da 
adesão dos referenciais amplos da Promoção da Saúde (PS) 
e da Integralidade. É necessário provocar e provar novos 
arranjos formativos na formação em saúde para que se 
possam formar e vivenciar novos arranjos interventivos nas 
práticas de saúde. Estudantes, professores, profissionais 
e usuários, todos podem se tornar protagonistas nessa 
produção de novos modelos de ser, aprender e ensinar 
saúde. 
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Correspondência para/Reprint request to:
Lídia Andrade Lourinho
Avenida Pompilio Gomes, 312,
Passaré, Fortaleza/CE, Brasil
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E-mail: lidiandrade67@gmail.com
Submetido em: 04/07/2016
Aceito em: 22/12/2016

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