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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Diagnóstico Das Doenças infecciosas e 
avanços nas Rotinas LaboRatoRiais
Elaboração
Priscila Dallé da Rosa
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS ........................................................ 11
CAPÍTULO 1
CITOMEGALOVÍRUS, DENGUE E HEPATITE ................................................................................. 11
CAPÍTULO 2
HIV, HPV E HTLV ....................................................................................................................... 34
CAPÍTULO 3
MONONUCLEOSE INFECCIOSA E RUBÉOLA ............................................................................ 45
UNIDADE II
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS ................................................ 50
CAPÍTULO 1
ENTEROCOCCIAS, ESTAFILOCOCCIAS E ESTREPTOCOCCIAS .................................................. 50
CAPÍTULO 2
INFECÇÕES POR CLAMÍDIAS E CLAMIDÓFILAS, INFECÇÃO POR MICOPLASMAS 
E LEPTOSPIROSE HUMANA ...................................................................................................... 69
CAPÍTULO 3
MENINGITES BACTERIANAS AGUDAS, SÍFILIS E TUBERCULOSE .................................................... 75
UNIDADE III
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS ......................................... 86
CAPÍTULO 1
AMEBÍASE E TRIPANOSOMÍASE AMERICANA ............................................................................ 86
CAPÍTULO 2
LEISHMANIOSES E MALÁRIA .................................................................................................... 91
CAPÍTULO 3
PROTOZOOSES EMERGENTES................................................................................................ 100
UNIDADE IV
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS .............................................. 110
CAPÍTULO 1
ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA E FILARIOSE BANCROFTIANA ............................................. 110
CAPÍTULO 2
HIDATIDOSE, NEUROCISTICERCOSE E TOXOCARÍASE ............................................................. 115
UNIDADE V
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS ................................................. 120
CAPÍTULO 1
MICOSES CUTÂNEAS ............................................................................................................ 121
CAPÍTULO 2
MICOSES SISTÊMICAS ........................................................................................................... 128
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 142
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
Este Caderno de Estudos foi elaborado com o objetivo de fornecer ao aluno os 
subsídios necessários para compreensão e identificação das principais doenças 
infecciosas, com uma abordagem ampla em todos os tipos de diagnósticos 
disponíveis.
Serão estudadas as principais doenças infecciosas causadas por microrganismos 
e, também, doenças sexualmente transmissíveis, assim como os métodos para 
isolamento e identificação dos agentes causadores de infecções. Dar-se-á 
ênfase no diagnóstico das doenças bacterianas, hepatites virais e viroses, 
doenças fúngicas e parasitárias, avaliando a patogênese, as manifestações 
clínicas, a transmissão, o tratamento e, principalmente, os avanços dos 
diagnósticos nas rotinas laboratoriais. Todos esses tópicos serão discutidos 
no decorrer dos capítulos. O aluno será levado a refletir sobre os grupos de 
risco aos quais essas doenças infecciosas são comumente relacionadas. Além 
disso, será possível compreender mais claramente a evolução dos diagnósticos, 
não só com relação aos aspectos clínicos, mas também no que diz respeito 
ao tratamento e às formas de transmissão, pois entendemos que conhecer os 
detalhes de cada doença seja passo primordial para um diagnóstico correto e 
rápido.
Por fim, o aluno terá como objetivo na disciplina aprender ferramentas para: 
identificar, diagnosticar e tratar pacientes com doenças infecciosas, não 
observando somente o ambiente clínico. Ao final do curso, a avaliação será feita 
mediante os exercícios propostos, levando em consideração fatores técnicos, 
poder de decisão e análise do contexto individual para cada evento aprendido 
no decorrer da disciplina.
“Diagnosticar é descobrir a vida.” 
(DOUTORA PRISCILA DALLÉ – PPGCM/UFRGS).
Objetivos
 » Adquirir conhecimento sobre as principais doenças infecciosas.
 » Identificar as características morfológicas, sintomatológicas e 
patogênicas.
9
 » Identificar procedimentos e diagnósticosa serem realizados.
 » Definir a melhor metodologia para identificação e tratamento do 
microrganismo.
 » Identificar laboratorialmente as bactérias, os fungos, os parasitas e os 
vírus.
 » Avaliar o melhor método de análise e de diagnóstico a serem 
empregados.
 » Buscar constantemente por atualizações de portarias e normativas 
laboratoriais.
 » Aperfeiçoamento do profissional que deseja atuar no mercado de 
análises clínicas.
10
11
UNIDADE I
DIAGNÓSTICO DAS 
PRINCIPAIS DOENÇAS 
CAUSADAS POR VÍRUS
Serão ofertados, nesta Unidade, tópicos sobre vírus, referindo-se às doenças 
ocasionadas por esses microrganismos, que são objeto de interesse para a 
Vigilância Epidemiológica, assim como aos esquemas de tratamento. Reitera-
se, nesta parte do Caderno de Estudos, o propósito de apresentar as principais 
doenças causadas por vírus no nosso país, com informações essenciais e 
atualizadas, que se destacam como tema de maior relevância para o especialista 
clínico em diagnósticos, trazendo, também, atualizações nos diagnósticos mais 
importantes. Convidamos você, profissional da saúde, a explorar todo o texto e 
assugestões de estudo. Seja bem-vindo!
CAPÍTULO 1
Citomegalovírus, dengue e hepatite
Citomegalovírus (CMV)
CMV (HHV-5) pertence à família do herpes vírus humano (beta) 5, que é a mesma 
família do vírus da catapora, herpes simples, herpes genital e do herpes zoster. 
Consequências mais graves relacionam-se à patogenia nos imunodeprimidos 
e às anomalias congênitas, como pode ser observado nas figuras 1A e 1B, 
respectivamente. 
O Citomegalovírus é considerado uma doença cosmopolita. No Brasil, revela 
uma prevalência maior em crianças do que em adultos, porém a suscetibilidade 
é geral. Seu reconhecimento é necessário pela forte associação com neoplasias. 
Esse vírus nunca abandona o organismo da pessoa infectada. Permanece em 
estado latente e qualquer baixa na imunidade do hospedeiro pode reativar a 
infecção (CHIN, 2002).
12
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
A reativação do quadro infeccioso está associada à deficiência do sistema 
imunológico. Nos imunodeprimidos, lesões ulceradas e dolorosas podem 
comprometer todo o aparelho digestivo (boca, garganta, faringe, esôfago, 
estômago, intestino grosso e delgado). Nos pacientes com AIDS, a complicação 
mais comum é a coriorretinite, que pode levar à cegueira, mas existem outras 
complicações, como comprometimento dos intestinos, do fígado e do sistema 
nervoso central, que resultam em perda do movimento dos membros inferiores e 
em mielite e encefalite.
Figura 1. A. Exemplo de lesões de membranas mucosas e pele, ao redor da cavidade. B. Um recém-nascido 
com infecção congênita com CMV, apresentando hematomas múltiplos e trombopenia severa.
Fonte: http://enfermagemmassoterapia.blogspot.com.br/2012/03/citomegalovirus.html; http://citomegalovirus.blogspot.com.br/. 
Transmissão
O CMV pode ser transmitido por vários mecanismos, como através da placenta 
(CMV congênita), no interior do canal do parto, no aleitamento materno, 
sexualmente, pela saliva, por transfusão de sangue, ou até mesmo por objetos. A 
transmissão pode se dar pelas seguintes formas:
 » Por via respiratória: tosse, espirro, fala, saliva, secreção brônquica e 
da faringe servem de veículo para a transmissão do vírus. 
 » Por transfusão de sangue; por transmissão vertical da mulher grávida 
para o feto. 
 » Por via sexual: neste caso, ele é considerado causador de doença 
sexualmente transmissível. 
 » Por objetos como xícaras e talheres, embora esse tipo de transmissão 
seja pouco comum, ela é possível porque o citomegalovírus não é 
destruído pelas condições ambientais.
13
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
É quase impossível viver sem ser infectado, em algum momento, pelo 
citomegalovírus. O período de incubação varia de alguns dias a poucas 
semanas.
Achados clínicos
Nos pacientes imunodeprimidos, lesões ulceradas e dolorosas podem 
comprometer todo o aparelho digestivo. Nos pacientes com AIDS, pode levar à 
cegueira, pneumonite ou hepatite. Em adultos imunocompetentes, pode causar 
a mononucleose heterófilo negativa, caracterizada por febre, letargia, presença 
de linfócitos anormais. E, para o recém-nascido, pode apresentar microcefalia, 
convulsões, surdez, icterícia, hepatoesplenomegalia e púrpura (MS, 2010). 
Aluno, talvez você nunca tivesse dado a verdadeira importância para esse 
vírus. A partir deste primeiro capítulo, se surpreenderá com a diversidade 
de métodos de diagnóstico. E verá que a detecção desse vírus faz parte da 
rotina laboratorial, principalmente em mulheres grávidas. Agora, chega de 
conversa e vamos estudar!
Tratamento
O tratamento na gravidez tem como objetivo aliviar os sintomas e diminuir a 
carga do vírus na corrente sanguínea da mulher grávida, sendo, normalmente, 
recomendado o uso de medicamentos antivirais, como o Aciclovir ou o 
Valaciclovir, ou injeções de imunoglobulinas.
Podem ser utilizados os seguintes fármacos: ganciclovir, valganciclovir, cidoflovir e 
fomivirsen (MS, 2010).
Diagnóstico
O diagnóstico laboratorial da infecção pelo CMV pode ser feito por diferentes 
métodos, que incluem exame direto de amostras por microscopia eletrônica, 
demonstração de células com corpúsculos de inclusão característicos (Figura 
2A), detecção de antígenos ou DNA viral, isolamento viral em culturas 
celulares de secreção de garganta ou de urina (frequentemente utilizado 
para RN, a fim de detectar precocemente a infecção congênita). Há, também, 
várias metodologias imunológicas, tais como a de fixação do complemento, de 
aglutinação passiva em látex ou de reação de imunofluorescência indireta e 
14
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
de testes imunoenzimáticos (ELISA – Enzyme linked immunosorbent assay 
– ensaio imunoenzimático), demonstrados na figura 2B e 2C, juntamente 
com o equipamento, que pode utilizar tanto soro como plasma para detectar 
anticorpos do CMV (FERREIRA, 2001).
Na pesquisa sorológica contra o CMV, os anticorpos da classe IgM estão presentes 
apenas na fase aguda da infecção, e os da classe IgG também aparecem na fase 
aguda, mas persistem por toda a vida. Os testes para determinação de títulos de 
anticorpos (elevação igual ou superior a quatro vezes) também podem ser úteis. 
E, nas biópsias pulmonares, células multinucleadas ou células com inclusões 
intranucleares proeminentes podem ser observadas (ROIT, 1995, p. 29.6).
Figura 2. A. Citomegalia com corpos de inclusão nucleares (HE, 100x). B. Sistema de ELISA. C. Kit CMV Brite Turbo 
(anticorpo monoclonal primário C10/C11, específico para a proteína pp65 do CMV).
Fonte: http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?pid=S0872-81782010000400003&script=sci_arttext; http://spanish.
everychina.com/f-z51f538c/p-91994723/showimage.html; http://dpmdiagnostica.com.br/site/diagnostico-precoce-das-
infeccoes-por-citomegalovirus-cmv/. 
Diagnóstico avançado
Outra forma de diagnóstico é a detecção do antígeno pp65 no interior 
dos neutrófilos (antigenemia) circulantes no sangue. Essa forma tem sido 
utilizada tanto em centros de células tronco hematopoiética, como de órgãos 
sólidos (http://www.rbconline.org.br/artigo/diagnostico-laboratorial-
dacitomegalovirose-em-pacientes-transplantados/. Acesso em: 08 out. 2020.)
O Kit CMV Brite Turbo tem como vantagem ser simples, rápido e com alta 
sensibilidade para o diagnóstico precoce das infecções por CMV (Figura 2C).
Existem, também, as técnicas que detectam proteínas virais, presentes na célula 
infectada como resultado da replicação viral, como a técnica de antigenemia, que é 
metodologicamente mais simples do que a técnica de isolamento viral por biologia 
molecular (ERICE et al., 1992; LANDRY et al., 1993).
http://www.rbconline.org.br/artigo/diagnostico-laboratorial-dacitomegalovirose-em-pacientes-transplantados/
http://www.rbconline.org.br/artigo/diagnostico-laboratorial-dacitomegalovirose-em-pacientes-transplantados/15
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Outros métodos de biologia molecular também vêm sendo estudados. A técnica 
de NASBA (amplificação do RNAm do gene UL65) vem sendo descrita como mais 
sensível ou de igual sensibilidade (GOOSSEN et al., 1999), em relação às técnicas de 
antigenemia e de isolamento viral. Em alguns estudos, as técnicas de NASBA e de 
antigenemia apresentaram igual sensibilidade, entretanto a técnica de antigenemia 
foi capaz de detectar a presença de replicação viral mais precocemente, em um dos 
pacientes acompanhados no estudo de Sleman.
O teste de captura híbrida também apresenta resultados variáveis, havendo 
relato de maior sensibilidade (VEAL et al., 1996) ou de menor sensibilidade 
(MAZZULLI et al., 1996 e 1999), em relação à técnica de antigenemia. 
Outros métodos, como “Branched-DNA signal amplification assay” (Ensaio 
de Amplificação de Sinal de DNA Ramificado) e o Real Time PCR (PCR em 
tempo real), vêm sendo comparados com o padrão-ouro, porém nenhum 
deles conseguiu, até o momento, substituir, definitivamente, o método de 
antigenemia, que é menos dispendioso e tem apresentado relevante valor 
preditivo (CHERNOFF, 1997; BOECKH; BOIVIN, 1998). 
A técnica de PCR qualitativo, para detecção do genoma do CMV, tem seu emprego 
limitado, pois apresenta baixo valor preditivo. A maioria dos transplantados 
soropositivos apresenta PCR positivo, mesmo na ausência de doença invasiva. 
Entretanto, quando se trata do PCR quantitativo, diversos estudos têm relacionado 
seu alto valor preditivo em relação ao aparecimento de doença invasiva.
Há mais alguma coisa que eu devo saber?
 » O CMV é um dos agentes pesquisado no painel TORCH, que inclui 
exames para toxoplasmose, rubéola e herpes simples, usado em 
triagem de mulheres grávidas para excluir infecções prejudiciais ao 
bebê.
 » CMV é o principal causador de complicações pós-transplante, 
com incidência de até 70%, em especial nos primeiros meses 
pós-transplante. (Fonte: http://www.rbconline.org.br/artigo/
diagnostico-laboratorial-dacitomegalovirose-em-pacientes-
transplantados/. Acesso em: 08 out. 2020.)
http://www.rbconline.org.br/artigo/diagnostico-laboratorial-dacitomegalovirose-em-pacientes-transplantados/
http://www.rbconline.org.br/artigo/diagnostico-laboratorial-dacitomegalovirose-em-pacientes-transplantados/
http://www.rbconline.org.br/artigo/diagnostico-laboratorial-dacitomegalovirose-em-pacientes-transplantados/
16
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Dengue
O vírus da dengue (RNA) é um arbovírus do gênero Flavivirus, pertencente à 
família Flaviviridae, com quatro sorotipos conhecidos: DENV1, DENV2, DENV3 e 
DENV4 (MS, 2010, p. 131). É uma doença febril aguda causada por um vírus, sendo 
um dos principais problemas de saúde pública no mundo. O tempo médio do ciclo 
é de 5 a 6 dias, e o intervalo entre a picada e a manifestação da doença é chamado 
de período de incubação. Geralmente os sintomas se manifestam a partir do 3o 
dia depois da picada do mosquito. Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se 
agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, 
podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do 
Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de 
pessoas se infectem anualmente com a dengue em mais de 100 países de todos os 
continentes, exceto a Europa. Infelizmente, cerca de 550 mil doentes necessitam de 
hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue.
No mesmo momento em que o mundo volta os esforços para a contenção da 
pandemia do novo coronavírus, o COVID-19 ou vírus Chinês, neste ano de 2020, 
a transmissão da gripe H1N1 e da dengue também preocupam. Isso porque 
o momento também é propício para a disseminação dessas doenças. A doença 
do vírus Chinês foi identificada, pela primeira vez, em Wuhan, na província de 
Hubei, República Popular da China, em dezembro de 2019, mas o primeiro caso 
foi reportado no dia 31 de dezembro do mesmo ano. Acredita-se que o vírus tenha 
uma origem zoonótica. Uma grande variedade de animais pode ter servido como 
“hospedeira” do vírus, especialmente o morcego, conhecido por ser portador de 
um número considerável de coronavírus diferentes. Em 11 de março de 2020, a 
Organização Mundial da Saúde declarou o surto uma pandemia. Até 14 de julho de 
2020, pelo menos 13.060.239 casos da doença foram confirmados, em pelo menos 
188 países e territórios.
A questão é que todas essas enfermidades podem apresentar sintomas muito 
parecidos, como febre, tosse, coriza, dor de cabeça e de garganta, sendo bastante 
complexo diferenciá-las, o que muitas vezes só é possível por meio de testes 
sorológicos específicos para cada patologia.
Além da H1N1, a dengue também é uma doença que preocupa, neste momento. 
O Brasil registrou mais de 300 mil casos da doença somente nas primeiras dez 
semanas de 2020, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wuhan
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hubei
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_Popular_da_China
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zoonose
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Mundial_da_Sa%C3%BAde
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pandemia
17
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Transmissão
A dengue pode ser transmitida por duas espécies de mosquitos, Aedes aegypti e 
Aedes albopictus, que picam durante o dia e a noite, ao contrário do mosquito 
comum, que pica durante a noite. Os transmissores de dengue, principalmente 
o Aedes aegypti, proliferam-se dentro ou nas proximidades de habitações, em 
recipientes onde se acumula água limpa (vasos de plantas, pneus velhos, cisternas).
O seu principal vetor de transmissão é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve 
em áreas tropicais e subtropicais. Este mosquito transmite outras doenças, como 
febre amarela, chikungunya e zika vírus.
Achados clínicos
Alterações cutâneas incluem diversos achados, como erupção morbiliforme, que 
pode ser pruriginosa e que gera descamação residual; algumas manifestações 
hemorrágicas discretas, como epistaxe, petéquias e sangramento gengival. Mais 
gravemente, apresenta-se o extravasamento capilar de plasma, que é responsável 
pela hemoconcentração e trombocitopenia. Manifestações cutâneas da dengue 
hemorrágica incluem lesões hemorrágicas disseminadas, como petéquias e 
equimoses, mas também instabilidade hemodinâmica com pulso filiforme, pressão 
arterial convergente, extremidades frias, confusão mental e choque (LUPY, 2007). 
Na Figura 3, temos exemplificação dos sintomas da dengue clássica, na qual são 
comuns a manifestação de febre alta, de cansaço, de falta de apetite, de náusea, de 
vômito, de manchas vermelhas pelo corpo, de dor nas articulações e nos músculos.
Figura 3. Sintomas da dengue clássica.
 
Dor nas 
articulações 
e músculos 
Manchas 
vermelhas na 
pele 
Dor de 
cabeça 
Náusea e 
vômito 
Cansaço e falta 
de apetite 
Febre alta 
Fonte: https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/sintomas-da-dengue/. 
18
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de 
água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. 
Veja mais dicas sobre isso no site a seguir, além do mapa com índice de risco 
do Brasil e epidemiologia: 
 » http://www.dengue.org.br/mosquito_aedes.html.
Tratamento
O paracetamol é a medicação de escolha para tratamento da febre e para analgesia. 
Os anti-inflamatórios não esteroides estão contraindicados no tratamento 
da dengue. Além disso, deve-se evitar a aspirina no tratamento da dengue 
clássica, porque ela pode estar associada à síndrome de Reye e exacerbar as 
manifestações hemorrágicas. A seguir, o Quadro 1 apresenta o tratamento para 
diferentes casos de dengue, conformeo Guia de Bolso de Doenças Infecciosas e 
Parasitárias, do Ministério da Saúde. 
Quadro 1. Tratamento dos casos suspeitos de dengue.
Grupo Caracterização Conduta
A
Paciente com prova do laço negativa e ausência de 
manifestação hemorrágica.
Ausência de sinais de alarme.
Hidratação oral. Antitérmicos e analgésicos.
B
Prova do laço positiva ou manifestação hemorrágica.
Espontânea.
Ausência de sinais de alarme.
Se hemograma normal.
Hidratação oral. Antitérmicos e analgésicos.
Se hematócrito aumentado em até 10% do valor 
basal ou na ausência desse.
Criança: ≥38% e £ 42%
Mulheres: ≥40% e £ 44%
Homens: ≥45% e £ 50%
Tratamento ambulatorial com hidratação oral vigorosa. 
Antitérmicos e analgésicos.
Se hematócrito aumentado em até 10% do valor 
basal ou na ausência desse.
Criança:>42%
Mulheres:> 44%
Homens:>50%
Hidratação oral supervisionada ou parenteral.
Antitérmicos e analgésicos.
C
Presença de algum sinal de alarme.
Manifestação hemorrágica presente ou ausente.
Hidratação venosa rápida, em unidade com capacidade para 
realizar hidratação venosa sob supervisão médica, por um 
período mínimo de 24h.D Choque.
Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf. 
19
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Diagnóstico
O diagnóstico laboratorial da dengue é complexo. É igualmente difícil o diagnóstico 
clínico e exige uma metodologia capaz de diferenciar as fases clínicas da doença, 
principalmente a infecção primária, de curta duração (FERREIRA, 2013).
A prova do laço deverá ser realizada obrigatoriamente, em todos os casos suspeitos 
de dengue durante o exame físico. Existem outras técnicas, a fim de diagnosticar a 
patologia, como a inibição de hemaglutinação e teste de neutralização, porém essas 
não são utilizadas na rotina. 
É recomendado o hemograma para todos os pacientes com dengue, em especial 
para aqueles que se enquadrem nas seguintes situações: lactentes (menores 
de 2 anos); gestantes; adultos com idade acima de 65 anos com hipertensão 
arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, doenças 
hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme), doença renal 
crônica, doença acidopéptica e doenças auto-imunes.
Diagnóstico sorológico 
O método de escolha para o diagnóstico sorológico da dengue é o por ELISA, que 
detecta anticorpos antidengue a partir da coleta realizada no sexto dia do início dos 
sintomas. 
Diagnóstico por detecção de vírus ou antígenos 
virais 
O isolamento viral deve ser orientado pela vigilância epidemiológica, com o 
objetivo de monitorar os sorotipos circulantes. A coleta deve ser feita até o quinto 
dia após o início dos sintomas, e a detecção de antígenos virais, pela técnica 
de imuno-histoquímica de tecidos. E também existe o diagnóstico molecular 
realizado pelo RT-PCR (Real Time – PCR/PCR em tempo real).
Diagnóstico laboratorial nos óbitos suspeitos 
Todo óbito deve ser investigado e deve-se coletar sangue para isolamento viral 
e/ou sorologia, além de tecidos para estudo anatomopatológico e isolamento viral. O 
procedimento deve ser feito tão logo seja constatado o óbito, e fragmentos de fígado, 
pulmão, baço, gânglios, timo e cérebro devem ser retirados. Para isolamento viral, 
o material deve ser colocado em recipiente estéril, enviado imediatamente para o 
laboratório e acondicionado em nitrogênio líquido ou gelo seco.
20
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Caso não seja possível o envio imediato para análise da amostra, deverá ser 
acondicionado em geladeira (4°C), por até seis horas; para o exame histopatológico, 
o material deve ser colocado em frasco com formalina tamponada, para manter o 
material conservado, e, assim, transportado em temperatura ambiente. 
Acesse os links abaixo, que possuem informações complementares para 
elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado:
 » http://www.dengue.org.br/. Acesso em: 30 out. 2020.
 » http://www.ioc.fiocruz.br/pages/informerede/corpo/hotsite/dengue/
arquivos/dengue_manejo_clinico.pdf. Acesso em: 30 out. 2020.
Hepatite
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B, C e 
D. Milhões de pessoas, no Brasil, são portadoras dos vírus B ou C e não sabem. 
Pode ocorrer a evolução da doença, tornando-se crônical, e causar danos mais 
graves ao fígado, como cirrose e câncer.
A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam 
apenas as formas agudas de hepatite. Isto quer dizer que, após uma hepatite A 
ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu 
organismo. Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem 
apresentar tanto formas agudas, quanto crônicas de infecção, sendo considerada 
crônica quando a doença persiste no organismo por mais de seis meses.
Hepatite A (HAV)
É uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus da hepatite A, que produz 
inflamação e necrose do fígado. É também conhecida como “hepatite infecciosa”. 
Transmissão
É fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos 
contaminados pelo vírus. 
http://www.dengue.org.br/
http://www.ioc.fiocruz.br/pages/informerede/corpo/hotsite/dengue/arquivos/dengue_manejo_clinico.pdf
http://www.ioc.fiocruz.br/pages/informerede/corpo/hotsite/dengue/arquivos/dengue_manejo_clinico.pdf
21
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Achados clínicos 
Geralmente, é assintomática, no entanto, se houver sintomas, os mais frequentes 
são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos 
amarelados, urina escura e fezes claras. O fígado parece até uma gelatina. 
Na maioria dos casos, a HAV é uma doença de caráter benigno e curável. Em 
menos de 1% dos casos, causa insuficiência hepática aguda grave, que pode ser 
fulminante.
Diagnóstico 
Os testes sorológicos mais utilizados são os imunoenzimáticos (ELISA), de 
micropartículas (MEIA), imunofluorescentes (ELFA) e os quimioluminescentes.
Na hepatite A, no caso de hepatite aguda, o diagnóstico é baseado na detecção do 
anti-HAV IgM em indivíduos com apresentação clínica e laboratorial compatíveis. 
A detecção anti-HAV IgG ou anti-HAV total significa exposição prévia e imunidade 
ao HAV. 
Quadro 2. Painel sorológico da hepatite A (+ reagente, - não reagente). 
Hepatite A
Condição Anti-HAV IgM Anti- HAV IgG
Aguda + - ou +
Imunidade - +
Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf. 
Hepatite B (HBV)
É uma doença infecciosa, também chamada de soro-homóloga. Único vírus da 
hepatite que tem o material genético composto por DNA, os demais são pelo RNA. 
Transmissão
A hepatite B (VHB) é considerada uma doença sexualmente transmissível, 
podendo ser transmitida durante a gestação ou no parto. O VHB está presente 
no sangue e nas secreções, como o esperma e o leite materno. Também pode 
ser transmitida pelo compartilhamento de material perfurocortante, tais como 
seringas e agulhas, de higiene pessoal ou de confecção de tatuagem e colocação 
de piercings, e por transfusão de sangue contaminado (MURRAY, 2006).
22
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Assista ao vídeo e teste seus conhecimentos nas provas ofertadas no site de 
aperfeiçoamento profissional para o analista clínico: 
 » http://www.telelab.aids.gov.br/index.php/component/k2/item/94-
diagnostico-de-hepatites-virais/94-diagnostico-de-hepatites-virais 
Achados clínicos 
A evolução de uma hepatite aguda consiste em três fases: prodrômica ou 
pré-ictérica, com aparecimento de febre, astenia, dores musculares ou articulares e 
sintomas digestivos. A evolução é de mais ou menos quatro semanas. A segunda 
fase é a ictérica, em que há um abrandamento dos sintomas digestivos e o 
surgimento da icterícia, que pode ser de intensidade variável, sendo, às vezes, 
precedida de colúria.A hipocolia pode surgir por prazos curtos, de sete a dez 
dias, e, às vezes, é acompanhada de prurido. E a terceira fase é a convalescença, 
onde desaparece a icterícia e retorna a sensação de bem-estar. A recuperação 
completa ocorre após algumas semanas, mas a astenia pode persistir por vários 
meses. É possível que 90 a 95% dos pacientes adultos acometidos possam 
evoluir para a cura. Quando a reação inflamatória do fígado, nos casos agudos 
sintomáticos ou assintomáticos, persiste por mais de seis meses, considera-se 
que a infecção está evoluindo para a forma crônica. (Disponível em: http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/hepatites_abcde.pdf. Acesso em: 30 out. 
2020).
Tratamento
A medicação é feita com os análogos dos nucleósidos, como a lamivudina e o 
adefovir, que têm um efeito antivírico potente, mas que necessitam de uma 
administração mais prolongada do que o Peginterferon Alfa-2ª, para obterem 
taxas de resposta semelhantes.
Tenofovir e entecavir
O Interferon consiste em uma injeção subcutânea, de agulha superfina, que deve ser 
aplicado uma vez por semana. A Ribavirina é uma cartela de cápsulas, e a indicação 
é de aproximadamente 4 comprimidos por dia. A dose varia de pessoa a pessoa, de 
acordo com o peso e a resistência aos efeitos colaterais que cada um apresenta. 
Há uma Portaria para Hepatite B, que aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes 
Terapêuticas (PCDT) para hepatite B crônica e coinfecções, no âmbito do Sistema 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/hepatites_abcde.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/hepatites_abcde.pdf
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Único de Saúde (SUS). É a Portaria n. 42, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e 
Insumos Estratégicos, de 7 de dezembro de 2016. 
Dentre as inovações oferecidas pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, estão 
a substituição dos medicamentos alfainterferona pela alfapeguinterferona, aos 
portadores de hepatite B, e de lamivudina e adefovir por tenofovir e entecavir. 
A substituição da lamivudina é explicada por este medicamento apresentar 
reduzida barreira genética e por propiciar o aparecimento de resistência viral, que 
induz a casos de reativação da doença. A alfainterforna acarreta problemas de 
adesão ao tratamento, tanto em virtude de efeitos colaterais quanto de dificuldades 
na administração do medicamento, principalmente nas localidades endêmicas 
com difícil acesso aos serviços de saúde. Já o adefovir apresenta efeitos colaterais, 
devido à alteração da função renal, e, ainda, a indução da resistência por mutação 
do vírus da hepatite B. 
Diagnóstico 
Nas hepatites virais agudas, os marcadores bioquímicos apresentam relação 
AST/ALT aumentada de 8 a 50 vezes em relação ao limite superior de valores de 
referência, fosfatase alcalina aumentada 3 vezes em relação ao limite superior 
de referência e o tempo de protrombina inferior a 15 segundos. Os marcadores 
sorológicos do HBV possuem íntima relação com as partes dos vírus e expressam 
diferentes momentos da doença. 
As técnicas imunológicas revelam-se fundamentais não apenas para o diagnóstico, 
mas também se mostram muito úteis no seguimento da infecção viral, na avaliação 
do estado clínico do paciente e na monitorização da terapêutica específica. 
O primeiro marcador a ser detectado é o DNA viral, que pode aparecer até 3 
semanas antes do aparecimento do HBsAg, sendo o período da janela terapêutica. 
O Anti-HBc aparece dias depois do HBsAg. Muitos laboratórios utilizam o teste 
rápido para detectar a presença do Antígeno da Austrália (A), ou HbsAg, que é 
o primeiro marcador da doença, detectável no soro antes do aparecimento dos 
sintomas e que aparece em altos níveis na fase aguda da doença. A sua presença 
no sangue pode vir antes dos sintomas e de alterações de exames do fígado. Se o 
resultado for positivo, o diagnóstico deverá ser confirmado com a realização de 
exames complementares, para pesquisa de outros marcadores, que compreendem 
a detecção direta da carga viral, por meio de um teste de biologia molecular que 
identifica a presença do DNA viral (HBV-DNA).
http://www.aids.gov.br/pt-br/legislacao/portaria-no-42-de-7-de-dezembro-de-2016
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
O teste rápido tem uma sensibilidade analítica menor que a dos imunoensaios 
de laboratório. Tal fato é influenciado diretamente pela janela diagnóstica desses 
testes, que pode ser maior do que é observada nos imunoensaios laboratoriais, 
implicando a não indicação do seu uso como testes de triagem em bancos de 
sangue. No entanto, no Brasil, a sua utilização em populações de risco na busca 
de infecções ativas tem demonstrado elevada sensibilidade, além de oferecer as 
vantagens da simplicidade de execução e resultados imediatos.
O Ministério da Saúde indica o uso do teste rápido em redes de serviços de saúde 
sem infraestrutura laboratorial ou localizadas em regiões de difícil acesso, como 
também para Programas do Ministério da Saúde, tais como Rede Cegonha, 
Programa de Saúde da Família, Consultório na Rua, Quero Fazer, dentre outros, 
além de ser utilizado no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e Unidade 
de Testagem Móvel (UTM). Esse tipo de teste também é utilizado nos segmentos 
populacionais flutuantes e em populações vulneráveis, tais como homens 
que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, pessoas que fazem uso de 
drogas, pessoas privadas de liberdade, indivíduos em situação de rua, indígenas, 
quilombolas e indivíduos nascidos em áreas endêmicas.
No teste de biologia molecular, a reação em cadeia da polimerase (PCR) em 
tempo real permite o diagnóstico e a quantificação dos vírus que causam hepatite 
por meio da detecção da síntese do amplicon (material genético amplificado) 
durante a reação de PCR, utilizando uma sonda fluorescente ligada a um 
neutralizador e anelada à sequência-alvo, geralmente o Sybr Green. Durante 
cada reação de PCR, a DNA polimerase, mediante sua atividade nuclease, libera 
o fluorocromo repórter, que, então, emitirá fluorescência. A quantidade de 
fluorescência liberada durante o ciclo de amplificação será detectada pelo sistema 
detector e interpretada por um software, que a quantificará. Essa quantidade 
será proporcional à quantidade de amplicons gerados a cada ciclo de PCR e, 
consequentemente, à quantidade inicial de ácido nucleico. 
Perfil sorológico da hepatite B
HBV DNA (DNA do vírus da hepatite B):
 » HBsAg (Antígeno de superfície do vírus da hepatite B): é o primeiro 
marcador que aparece no curso da infecção pelo HBV, ele declina a 
níveis indetectáveis em até 6 meses.
 » HBeAg (Antígeno “e” do vírus da hepatite B): é um marcador de 
replicação viral. Sua positividade indica alta infecciosidade.
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
 » Anti-HBe (Anticorpo contra o antígeno “e” do vírus da hepatite B): 
surge após o desaparecimento do HBeAg, indicando o fim da fase 
replicativa. 
 » Anti-HBcT (Anticorpos totais contra o corion do vírus da hepatite 
B): é um marcador de hepatite B aguda.
 » Anti-HBcM (Anticorpos IgM contra o corion do vírus da Hepatite 
B): é um marcador de Infecção recente, encontrado no soro em até 8 
meses após a infecção. Também é um marcador de fase aguda.
 » Anti-HBcG (Anticorpos IgG contra o corion do vírus da Hepatite 
B): é o marcador de longa duração, presente nas infecções agudas e 
crônicas. Representa contato prévio com o vírus.
 » Anti-HBs (Anticorpo contra o antígeno de superfície do vírus da 
hepatite B): é o único anticorpo que confere imunidade ao HBV. 
Está presente no soro após o desaparecimento do HBsAg, sendo 
indicador de cura e imunidade. Está presente isoladamente em 
pessoas vacinadas (MURRAY, 2006). 
Quadro 3. Painel sorológico da hepatite B (+ reagente, - não reagente).
Interpretação 
dos 
Resultados 
Anti-HBcT Anti-HBcM Anti-HBcG HBsAg Anti-HBs HBeAg Anti-HBe
HBV
DNA
Incubação- - - + - + - +
Fase aguda + + -ou+ + - + - +
Fase crônica + - + + - -ou+ - -ou+
Portador + - + + - - + -
Recuperação + - + - + - + -
Imunização - - - - + - - -
Infecção pregressa + - + - + - -ou+ -
Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf.
Hepatite C (HCV)
O vírus C, assim como o vírus causador da hepatite B, está presente no sangue. 
Estima-se que 3% da população mundial esteja infectada pelo vírus da Hepatite 
C. Em torno de 85% das pessoas infectadas pelo vírus da Hepatite C evoluem 
para doença crônica, sendo que 25% da população total terá cirrose. Esse tipo de 
hepatite aumenta o risco de câncer do fígado e ainda não existe vacina contra ela.
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Transmissão 
A transmissão pode se dar por transfusão de sangue; por compartilhamento de 
material para uso de drogas; por material de higiene pessoal (objetos que furam 
ou cortam) ou para confecção de tatuagem e colocação de piercings; na gravidez, 
quando a mãe infectada passa para o filho; em relações sexuais sem proteção com 
uma pessoa infectada (sendo esta a forma mais rara de infecção).
Achados clínicos
O surgimento de sintomas em pessoas com Hepatite C aguda é muito raro. 
Entretanto, quando aparecem, incluem cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, 
febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. 
Quando a reação inflamatória persiste, sem melhora, por mais de seis meses, 
comum em 80% dos casos, os profissionais de saúde consideram que a infecção 
evoluiu para a forma crônica. 
Tratamento
As possibilidades de tratamento são por meio do uso de Interferon, de Ribavirina, 
de Glecaprevir com Pibrentasvir e de Velpatasvir com Sofosbuvir.
O Interferon consiste em uma injeção subcutânea, de agulha superfina, que deve 
ser aplicado uma vez por semana. A Ribavirina é uma cartela de cápsulas e a 
indicação é de aproximadamente 4 comprimidos por dia. A dose varia de pessoa 
a pessoa, de acordo com o peso e resistência aos efeitos colaterais que cada um 
apresenta. 
O Ministério da Saúde publicou a última atualização do Protocolo Clínico e 
Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções em 2018. Esse documento 
foi aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS 
(CONITEC), por meio da Portaria SCTIE/MS n. 84, de 19 de dezembro de 2018. 
Entre as principais alterações do documento, está a inclusão de dois esquemas 
terapêuticos: o glecaprevir em associação com pibrentasvir; e velpatasvir em 
associação com sofosbuvir, ambos com o uso aprovado pela Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA). 
A indicação dessas duas novas opções terapêuticas se junta ao esquema que 
compreende a associação de sofosbuvir/daclatasvir, pangenotípico já ofertado desde 
2015. Além dessas opções, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas manteve 
27
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
as indicações para ledipasvir/sofosbuvir (genótipo 1), elbasvir/pibrentasvir 
(genótipos 1 e 4), ribavirina e alfapeginterferona (para algumas situações 
pediátricas). Uma das principais medidas adotadas pelo Brasil foi a universalização 
do tratamento, que passou a ser ofertado pelo SUS a todas as pessoas 
diagnosticadas com Hepatite C, independentemente de dano no fígado.
O Ministério da Saúde publicou a última atualização do Protocolo Clínico e 
Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções em 2018. Esse documento 
foi aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS 
(CONITEC), por meio da Portaria SCTIE/MS n. 84, de 19 de dezembro de 2018. 
Entre as principais alterações do documento, está a inclusão de dois esquemas 
terapêuticos: o glecaprevir em associação com pibrentasvir; e velpatasvir em 
associação com sofosbuvir, ambos com o uso aprovado pela Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA). 
Em 2020 foi publicada uma nova Portaria, a Portaria n. 1537, de 12 de 
junho de 2020, do Ministério da Saúde, que transfere, para seu componente 
estratégico do tratamento medicamentoso selecionado pelo órgão responsável, 
a responsabilidade de aquisição e distribuição, a estados e municípios, dos 
medicamentos para o tratamento da Hepatite C no Brasil. Essa nova Portaria 
altera a Portaria de Consolidação n. 5, de 28/09/2017, para dispor sobre o 
Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais, e a 
Portaria de Consolidação n. 6, de 28/09/2017, para incluir os medicamentos 
do Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais no 
Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica.
Diagnóstico 
A Hepatite C é triada, obrigatoriamente, no sangue dos doadores, conforme a RDC 
no 34/2014, da ANVISA. Realiza-se dois testes em paralelo, a detecção de anti-HCV 
e a detecção de ácido nucleico viral por biologia molecular.
Os primeiros exames a serem realizados são análises sanguíneas, para verificar 
a existência de anticorpos, embora a sua presença não signifique que o vírus 
permaneça no organismo. Os anticorpos anti-VHC podem apenas corresponder 
a uma hepatite antiga e curada (Quadro 3), pelo que é necessário recorrer a testes 
mais específicos para avaliar se a infecção está ativa. Os testes de determinação 
do HCV-RNA permitem identificar se há presença do HCV no sangue, o que 
sucede após o vírus ter se multiplicado nas células do fígado.
28
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
O teste sorológico anti-HCV indica que o indivíduo teve contato com o vírus C. No 
Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que o diagnóstico da infecção ativa seja 
confirmado com o teste molecular quantitativo de carga viral.
Quadro 4. Painel sorológico da hepatite C (+ reagente, - não reagente).
Hepatite C
Condição Anti-HCV HCV RNA
Aguda + +
Crônica + - ou +
Fonte: http://www.aids.gov.br/sites/default/files/ABCDE_guia_bolso_menor.pdf. 
No laudo, a amostra com resultado negativo, não reagente, no imunoensaio para 
teste do anti-HCV, será definida como: Amostra não reagente para o anticorpo 
contra o HCV. O laudo deverá ser liberado com a seguinte ressalva: “Em caso de 
suspeita de infecção pelo HCV, uma nova amostra deverá ser coletada 30 dias 
após a data da coleta desta amostra para a realização de um novo teste”. A amostra 
com resultado reagente, positiva, no imunoensaio para detectar o anti-HCV, será 
definida como: “Amostra reagente para o anticorpo contra o HCV”. 
Quando realizado o teste por biologia molecular, e este der resultado negativo, 
ou seja, a amostra com carga viral indetectável, deverá ser liberado o laudo 
como: “Amostra indetectável para HCV-RNA”. O laudo deverá ser liberado com 
a seguinte observação: “Em caso de suspeita de infecção pelo HCV, uma nova 
amostra deverá ser coletada 30 dias após a data da coleta desta amostra para a 
realização de um novo teste” (FERREIRA, 2001).
A amostra com carga viral detectável, com PCR positivo e quantitativo, deverá 
ser liberada como: “Amostra com HCV-RNA detectável”. O laudo com resultado 
reagente para o anti-HCV e com carga viral detectável deverá ser liberado com 
a seguinte observação: “A presença do anti-HCV e do HCV-RNA é indicativa 
de infecção ativa pelo HCV”. Além das informações citadas anteriormente, 
os laudos devem conter os resultados de todos os testes realizados, incluindo 
valores de cut-off, carga viral e a unidade de medição do método utilizado 
(FERREIRA, 2001).
Em indivíduos menores de 18 meses, podem haver anticorpos maternos e, por 
isso, é indicada a detecção direta do vírus para o diagnóstico. Dessa forma, não 
podem ser aplicados testes sorológicos, apenas métodos por biologia molecular a 
partir do RNA do vírus, utilizando a técnica quantitativa da carga viral pelo PCR 
quantitativo em Tempo Real.
http://www.aids.gov.br/sites/default/files/ABCDE_guia_bolso_menor.pdf
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Quadro 5. Resumo das HepatitesA, B e C.
Hepatite A Hepatite B Hepatite C
Como se pega?
Contágio fecal-oral. Pelo contato 
direto com água e alimentos 
contaminados.
O contágio ocorre por secreções e pelo sangue. 
Relações sexuais sem preservativo, agulhas, seringas e 
materiais de manicure contaminados.
O contágio se dá pelo sangue e/ou 
por secreções.
Tem prevenção?
Lavar as mãos após ir ao 
banheiro, lavar alimentos, 
tomar água fervida e filtrada, 
saneamento básico.
Usar preservativo nas relações sexuais, não 
compartilhar material de manicure, nem agulhas e 
seringas. Recomendável a vacinação.
Semelhante a Hepatite B, no 
entanto não há vacina.
Quais os sintomas?
Mal-estar, indisposição, dores no 
corpo, cabeça, barriga, náusea, 
vômito, febre, icterícia. 
Pode ser confundida com uma gripe leve. Os sintomas 
nem sempre aparecem. Pode ter a pele e os olhos 
amarelos, enjoos, febre e dor na região do fígado, 
falta de apetite, urina escura, fezes claras. Casos mais 
graves podem evoluir para cirrose, câncer e morte.
Pele e olhos amarelados, enjoos, 
mal-estar, dores no fígado, falta de 
apetite, urina escura, fezes claras. 
Os casos mais graves evoluem para 
câncer e morte.
Qual o tratamento?
Repouso e descanso. 
Medicamento conforme o 
sintoma do paciente.
Contínuo, sem prazo para terminar. Remédios e 
injeções (Interferon) não curam, mas conseguem 
controlar a multiplicação do vírus. A medicação deve 
ser tomada com acompanhamento médico, porque 
provoca vários efeitos colaterais. 
Mais complicado e agressivo que 
o da Hepatite B. Precisa de injeção 
e comprimido. Às vezes o paciente 
precisa repetir o tratamento, que 
dura em média um ano.
Qual o custo do 
tratamento?
Baixo Alto, em média em um ano se gasta 10 mil reais.
Altíssimo, em média 62,4 mil reais 
por ano.
Fonte: Secretária Estadual da Saúde e hepatologista Marcelo Nooara, disponível em: http://www.savk.org.br/fique_
hepatite.htm#1. 
Hepatite D (HDV)
O vírus da Hepatite D, ou delta, é um dos menores vírus RNA animais. Tão 
pequeno que é incapaz de produzir seu próprio envelope proteico e de infectar 
uma pessoa. Esse vírus depende da presença do vírus da hepatite do tipo B 
para infectar uma pessoa. Portanto, na maioria dos casos, a Hepatite D ocorre 
juntamente com o vírus da hepatite B, ambas por transmissão parenteral.
Transmissão
Ocorre da mesma forma que para o vírus B.
Achados clínicos
Da mesma forma que as outras hepatites, a do tipo D pode não apresentar sintomas 
ou apresentar sinais discretos da doença. Quando ocorrem, os sintomas mais 
frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômito, febre, dor abdominal, pele e 
olhos amarelados, urina escura e fezes claras. 
Nos casos de infecção pelo vírus D em portadores do vírus B, o fígado pode sofrer 
danos severos, como cirrose ou, até mesmo, formas fulminantes de hepatite. 
30
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Pelo caráter grave dessa forma de hepatite, o diagnóstico deve ser feito o mais 
precocemente possível. É a principal causa de cirrose hepática em crianças e adultos 
jovens do Norte do Brasil.
Tratamento
Até agora, ainda não surgiu qualquer tratamento totalmente eficaz, apenas o 
Interferon alfa tem proporcionado alguns resultados positivos: somente um 
em cada dois casos tem uma redução significativa da multiplicação do vírus, 
no entanto, geralmente a doença recidiva quando se interrompe o tratamento 
(Disponível em: http://www.roche.pt/hepatites/hepatited/tratamento.cfm. 
Acesso em: 28 nov. 2015).
Diagnóstico
A identificação do vírus pode ser feita por sorologia anti-HDV, pela identificação 
do antígeno HDV no soro ou na biópsia hepática (pela imunohistoquímica) ou por 
PCR.
Anticorpos contra o vírus da Hepatite D estão demonstrados no Quadro 6.
No caso de se tratar de uma coinfecção, o diagnóstico é feito com base no 
aparecimento de antígenos e de anticorpos específicos no sangue, durante o 
período de incubação ou de doença. Os anticorpos anti-HDV se desenvolvem 
tarde, na fase aguda, e normalmente diminuem após a infecção.
Na superinfecção, o HBV já se encontra no organismo antes da fase aguda, surgem 
anticorpos contra o HDV das classes IgM e IgG, sendo que este último persiste por 
tempo indefinido. 
Quadro 6. Painel sorológico da hepatite D (+ reagente, - não reagente).
Hepatite D Resultados
Condição Anti-HDV
Ausência de infecção -
Infecção +
Fonte: http://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22181/mod_resource/content/1/Hepatites%20-%20Manual%20
Aula%202.pdf. 
http://www.roche.pt/hepatites/hepatited/tratamento.cfm
http://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22181/mod_resource/content/1/Hepatites%20-%20Manual%20Aula%202.pdf
http://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22181/mod_resource/content/1/Hepatites%20-%20Manual%20Aula%202.pdf
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Hepatite E (HEV)
De ocorrência rara no Brasil e comum na Ásia e África, a hepatite do tipo E é uma 
doença infecciosa viral, causada pelo vírus HEV. 
Transmissão 
A transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou 
alimentos contaminados pelo vírus (LEVINSON, 2010). 
Achados clínicos 
Pode ser assintomática. Os sintomas mais comuns são cansaço, tontura, enjoo e/ou 
vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. 
Diagnóstico 
É realizado por exame de sangue, no qual se procura por anticorpos anti-HEV. 
Na maioria dos casos, a doença não requer tratamento. É proibido o consumo 
de bebidas alcoólicas, recomendado repouso e dieta pobre em gorduras. 
A internação só é indicada em pacientes com quadro clínico mais grave, 
principalmente mulheres grávidas. A interpretação do exame é igual à Hepatite A.
Diagnóstico avançados
Diagnósticos imunológicos predominam, tendo os testes de 2a e 3a gerações, 
que estão reunidos resumidamente no Quadro 7, e diferentes formatos do 
teste imunocromatográfico, na Figura 5, nos quais, por capilaridade, o tampão 
contendo a amostra vai se dissipando na fase sólida do suporte e, dessa forma, 
encontrará o anticorpo (ou antígeno, dependendo se o teste é direto ou indireto) 
que está fixado na posição do controle positivo e na posição da amostra. 
Caso o teste seja para pesquisa de anticorpos, haverá antígenos imobilizados 
(usualmente proteínas sintéticas) na membrana de nitrocelulose, para a captura 
dos anticorpos presentes na amostra. Caso a pesquisa seja para antígenos, 
haverá anticorpos imobilizados para a captura dos antígenos presentes na 
amostra. Quando ocorre esta ligação do antígeno com o seu anticorpo, pode se 
observar a formação de uma linha rosa, precipitação desse complexo. 
O padrão de reatividade apresentado por amostras fracamente reagentes é muito 
similar ao apresentado por amostras não reagentes, por isso existe uma dificuldade 
na interpretação do teste. 
32
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Para ter acesso a particularidades de cada teste, acesse ao manual: 
http://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22181/mod_resource/content/1/
Hepatites%20-%20Manual%20Aula%202.pdf. Acesso em: 7 abr. 2020.
Existem, também, testes moleculares, como o PCR e PCR em tempo real, para 
detecção do vírus da hepatite.
Quadro 7. Diagnósticos laboratoriais existentes no mercado para diagnosticar os diferentes tipos de hepatites.
HAV Anti-HAV IgM (diagnóstico da infecção aguda) e Anti-HAV IgG (estudos epidemiológicos). Métodos: ELISA e Quimioluminescência. 
HBV
Testes sorológicos (superfície viral: HBsAg e anti-HBs; core viral anti-HBc IgM ou IgG; antígeno “e” HBeAg e anti HBe).
Métodos: Biologia Molecular – Hibridação (b-DNA) e PCR (mais sensível).
HCV
Testes sorológicos de triagem: ELISA e Quimioluminescência.
Testes sorológicosconfirmatório: Immunoblot.
HDV HDAg e Anti- HDV IgM.
Fonte: Ferreira, 2001.
Figura 4. Exemplos de testes rápidos (TR), (1a) Imunocromatografia de fluxo lateral; (1b) Imunocromatografia de 
dupla migração –DPP; (1c) imunoconcentração; (1d) fase sólida.
Fonte: http://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22181/mod_resource/content/1/Hepatites%20-%20Manual%20
Aula%202.pdf. 
Como funcionam os testes da figura 4?
 » A amostra é colocada no local indicado, na membrana (área A). 
 » A solução tampão é colocada sobre a amostra. 
 » Os anticorpos da amostra fluem lateralmente pela membrana, 
passando pela área I, onde se inicia a ligação com o conjugado e 
prosseguem em direção à área de teste (T).
http://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22181/mod_resource/content/1/Hepatites%20-%20Manual%20Aula%202.pdf
http://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22181/mod_resource/content/1/Hepatites%20-%20Manual%20Aula%202.pdf
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
 » Na área T, o complexo anticorpo-conjugado liga-se aos antígenos 
do agente infeccioso investigado, formando uma linha (ou banda) 
colorida. 
 » O conjugado não ligado ao anticorpo e o excesso do complexo imune 
continuam a migração, ao longo da membrana de nitrocelulose, 
em direção à área C, onde são capturados por anticorpos 
anti-imunoglobulina, formando outra linha (ou banda) colorida.
Como se interpreta esse tipo de teste?
 » Reagente: quando houver formação de duas linhas coloridas – uma, 
na área de teste (T) e outra, na área de controle (C). 
 » Não reagente: quando houver formação de uma linha colorida, 
somente na área de controle (C). 
 » Inválido: quando não houver linha colorida, na área de controle (C).
Obs.: Para ser considerado válido, um teste rápido deve sempre apresentar a 
linha controle visível, ao final da reação, independentemente do resultado da 
amostra.
34
CAPÍTULO 2
HIV, HPV e HTLV
HIV
HIV é o vírus da imunodeficiência humana, retrovírus, classificado na subfamília 
dos Lentiviridae, e tem como características o período de incubação prolongado 
antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção dos linfócitos e supressão 
do sistema imune.
Os infectados pelo (HIV) sofrem uma destruição exacerbada dos linfócitos 
T CD4+, uma das principais células-alvo do vírus, por isso a contagem de 
linfócitos T CD4+ é um importante marcador dessa imunodeficiência, sendo 
utilizada tanto para estimar o prognóstico como para avaliar a indicação de 
início de terapia antirretroviral (Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-
br. Acesso em: 15 out 2020). 
Transmissão
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter Aids, pois existem muitos soropositivos 
que vivem anos sem apresentarem sintomas e sem desenvolverem a doença. Mas, 
podem transmitir o vírus a outras pessoas por relações sexuais desprotegidas, pelo 
compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho, durante a gravidez 
e a amamentação. 
Tratamento
Antiretrovirais:
 » Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa: Abacavir, 
Didanosina, Lamivudina, Tenofovir e Ziduvidina.
 » Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa: Efavirenz, 
Nevirapina e Etravirina.
 » Inibidores de Protease: Atazanavir, Darunavir, Fosamprenavir, 
Lopinavir, Nelfinavir, Ritonavir, Saquinavir e Tipranavir.
http://www.aids.gov.br/pt-br
http://www.aids.gov.br/pt-br
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
 » Inibidores de fusão: Enfuvirtida.
 » Inibidores da Integrase: Dolutegravir e Raltegravir.
 » Inibidores de Entrada: Maraviroc.
 » Combinações de medicamentos: Lamiduvina associado com 
Zidovudina; Lamiduvina associado com Tenofovir e Efavirenz.
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente, pelo SUS (Sistema Único de Saúde), 
todos os medicamentos antirretrovirais e, desde 2013, o SUS garante tratamento 
para todas as pessoas vivendo com HIV. Atualmente, existem 21 medicamentos, 
em 37 apresentações farmacêuticas.
Aderir ao tratamento para as pessoas que possuem o HIV é muito difícil pelos efeitos 
colaterais da medicação e a disciplina de seguir a prescrição medicamentosa. Sendo 
necessário seguir à risca, pois quando o paciente não segue todas as recomendações 
médicas, o vírus pode ficar resistente aos medicamentos antirretrovirais e isso 
diminui as alternativas de tratamento.
As diretrizes do tratamento para HIV/Aids são constantemente revisadas, 
sendo disponibilizadas no endereço eletrônico: http://www.aids.gov.br/pt-br/
profissionais-de-saude/hiv/protocolos-clinicos-e-manuais. Acesso em: 20 out. 
2010.
Pela primeira vez na história, pesquisadores afirmam ter conseguido 
eliminar o vírus da imunodeficiência humana (HIV ) de um paciente, 
por meio de medicamentos. A pesquisa foi realizada por brasileiros, 
pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coordenada 
pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz. Ela foi desenvolvida pelo 
acompanhamento de um homem de 34 anos, que foi diagnosticado 
com o vírus em 2012, e, após sete anos de tratamento, deixou de 
apresentar o vírus no organismo, em março de 2019. 
Esse estudo avaliou um grupo de pacientes, e os que apresentaram uma 
melhora nos resultados foram tratados com dois antirretrovirais a mais 
que o coquetel antiaids padrão, o Dolutegravir e o Maraviroc, além de um 
antirreumático (Auranofina) e da forma ativa da vitamina B3 (nicotinamida).
Acesse a notícia na íntegra: https://www.jornalopcao.com.br/reportagens/
pesquisa-brasileira-livra-paciente-de-hiv-e-se-aproxima-da-cura-da-
aids-267515/. 
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Achados clínicos
Candidose do esôfago; citomegalovirose; herpes simples mucocutânea; 
leucoencefalopatia multifocal progressiva; pneumonia Pneumociystis carinii; 
toxoplasmose cerebral; micobacteriose disseminada.
Diagnóstico
As técnicas utilizadas para detectar o vírus HIV são a determinação sorológica de 
anticorpos circulantes, a detecção e a quantificação de antígenos virais (Agp24), a 
detecção e a quantificação de genoma viral.
Os testes moleculares melhoraram sensivelmente o monitoramento da doença, 
avaliando não só o prognóstico, como também a resposta à terapia antirretroviral, 
com as técnicas de amplificação genômica ou de sinais, empregando as tecnologias 
RT-PCR, nucleic acid sequence-based amplification (NASBA) e branched-DNA 
(b-DNA), que permitem avaliações quantitativas do RNA viral no plasma, mesmo 
no início da infecção.
Para crianças com idade inferior a 15 meses, nascidas de mães soropositivas, é 
realizada a determinação qualitativa do cDNA viral, não podendo realizar técnicas 
sorológicas devido à permanência de anticorpos maternos, que ocasionariam 
um resultado falso-positivo. Também é recomendada a detecção do cDNA viral 
em casos de infecção recente, com período inferior a 2 a 3 meses, nos quais não 
tenham havido, ainda, a soro conversão, e em casos de indícios com resultados de 
testes sorológicos duvidosos ou indeterminados (FERREIRA, 2013).
A partir de 18 meses de vida, as amostras de soro ou plasma devem ser submetidas, 
inicialmente, a um imunoensaio (ELISA), na etapa denominada triagem sorológica. 
As amostras com resultados reagentes ou inconclusivos, nesta primeira etapa, 
deverão ser submetidas a uma etapa de confirmação sorológica, composta de um 
segundo imunoensaio (diferente do primeiro) e testes confirmatórios, tais como 
a Imunofluorescência indireta, Imunoblot ou Western blot, de acordo com a Portaria 
no 59/GM/MS, de 28 de janeiro de 2003, e a Portaria SVS/MS no 34, de julho de 2005.
O diagnóstico será confirmado por meio da realização de um teste de triagem para 
detecção de anti-HIV-1 e anti-HIV-2 e, pelo menos, um teste confirmatório. Em 
caso de resultado positivo, uma nova amostra deverá ser coletada, para confirmar a 
positividade da primeira amostra. 
37
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Em casos especiais, na impossibilidade de realização de diagnóstico laboratorial 
convencional, este diagnóstico também pode ser realizado utilizando-se testes 
rápidos. Nessa situação, são usados dois testes em paralelo, com metodologiasdiferentes. As amostras que apresentarem resultados positivos nos dois testes 
rápidos terão seu resultado definido como “amostra positiva para o HIV”. Deverá 
ser realizado um terceiro teste rápido. Quando o terceiro teste apresentar resultado 
positivo, a amostra será considerada “positiva para o HIV”. A positividade de 
dois testes rápidos, usados conforme o fluxograma da Portaria no 151/SVS/MS, 
de 16/10/2009, fornece o diagnóstico de HIV, não sendo necessário realizar o 
confirmatório.
Consideram-se não infectados os indivíduos que apresentarem:
 » uma amostra não reagente em testes de detecção para anticorpos 
anti-HIV; 
 » uma amostra negativa em dois testes rápidos. Em caso de resultados 
discordantes nos dois primeiros ensaios, realiza-se um terceiro teste 
rápido. Quando este terceiro teste resultar negativo, considera-se a 
amostra “negativa para o HIV”.
Diagnóstico avançado
Além de amostras de sangue periférico e de sangue total, para detectar o vírus 
do HIV, existem, atualmente, no mercado, testes rápidos para amostras de 
fluído oral, como pode ser visualizado na Figura 5, na qual é apresentado o kit 
de diagnóstico, com um cronômetro para marcar o tempo para leitura do teste 
rápido. 
Para realização do teste, é necessário prestar sempre atenção no prazo de validade 
do kit e escrever, no suporte e no frasco, o nome da pessoa a ser testada, a fim de 
organizar o fluxo da rotina laboratorial e evitar troca de amostras. O coletor deve 
ficar acima dos dentes e contra as gengivas do paciente, dessa forma, deve ser 
passado, com ligeira fricção, tanto na gengiva inferior como na superior. Insira 
o coletor no frasco identificado e quebre a haste, feche-o e agite-o. Em seguida, 
coloque 2 gotas no poço 1. Após 5 minutos, coloque 4 gotas no poço 2. E, então, 
marque os 10 minutos, passado o tempo, faça a leitura do teste rápido. Se houver 
apenas a linha rosa do controle, a amostra é não reagente, se houver tanto a linha 
rosa do teste quanto a do controle, a amostra é reagente. E, se não aparecer a 
linha reativa da área do controle, o teste deverá ser repetido, pois, dessa forma, 
encontra-se invalidado. 
38
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Figura 5. Teste rápido que detecta os anticorpos contra o HIV no fluido oral.
Fonte: http://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/29039/mod_resource/content/1/cartela-dpp-hiv-fluido-oral.pdf. 
Métodos comerciais de amplificação e detecção por RT-PCR:
 » AmpliPrep/COBAS TaqMan HIV-1Test.
 » NucliSens EasyQ HIV-1 (bioMerieux).
 » RealTime HIV-1 Assay (Abbott).
HPV
O HPV é o Papilomavírus Humano, é um vírus de DNA e está dividido em três grupos: 
 » HPV associado a verrugas cutâneas (gamapapilomavírus);
 » HPV associado a mucosas anogenital (alfapapilomavírus), Figuras 6 A 
e B; e
 » HPV associado a lesões cutâneas de portadores de epidermodisplasia 
verruciforme, uma doença rara de base hereditária (betapapilomavírus), 
observado na figura 6 C. 
Figura 6. A – Condiloma acuminata; B – Condimona perianal; C – verrugas espalhadas por todo corpo, 
principalmente nas extremidades.
Fonte: https: http://drgustavomelo.com.br/verrugas-no-anus-condilomas-e-hpv/; http://blogmelinterativo.blogspot.com.
br/2011/10/hpv-no-homem.html. 
https://www.google.com.br/search?q=HPV&rlz=1C1AVNC_enBR568BR569&es_sm=122&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAcQ_AUoAWoVChMI4NWHiqJyQIVCReQCh0H0AFm&biw=1280&bih=675#imgrc=oPmOAHnb_ZqruM%3A>;<http://blogmelinterativo.blogspot.com.br/2011/10/hpv-no-homem.html
https://www.google.com.br/search?q=HPV&rlz=1C1AVNC_enBR568BR569&es_sm=122&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAcQ_AUoAWoVChMI4NWHiqJyQIVCReQCh0H0AFm&biw=1280&bih=675#imgrc=oPmOAHnb_ZqruM%3A>;<http://blogmelinterativo.blogspot.com.br/2011/10/hpv-no-homem.html
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Diagnóstico
Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV, alguns deles podendo causar 
câncer, principalmente no colo do útero e do ânus. Entre esses associados a 
mucosas anogenital (alfapapilomavírus), destacam-se o HPV 16 e 18, responsáveis 
por cerca de 70% de todos os tumores dessas localizações anatômicas no mundo 
(FERREIRA, 2013).
Transmissão
A principal via de transmissão do HPV é através do contato sexual. Esse vírus 
infecta a pele e mucosas dos seres humanos, tais como vulva, vagina, colo de útero 
e pênis. Também é possível a transmissão do HPV de mãe para filho, no momento 
do parto. No entanto, somente um pequeno número de crianças desenvolve 
papilomatose respiratória juvenil.
Achados clínicos 
A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No 
homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na 
mulher, os sintomas mais comuns do HPV surgem na vagina, vulva, região do 
ânus e colo do útero.
As lesões do HPV também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem 
quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.
Tratamento
O tratamento será remoção mecânica da lesão, que poderá ser feito a laser, por 
eletrocauterização ou com ácido tricloroacético de 80% a 90%. No mercado 
existem os medicamentos Efurix e Ixium. O primeiro interfere na síntese do DNA 
(ácido desoxirribonucleico) e, em menor extensão, na formação do RNA (ácido 
ribonucleico), logo, o vírus é inibido; quanto ao segundo medicamento, não está 
esclarecido seu mecanismo de ação, mas ele age como um imunomodulador 
do ser humano. Também foram desenvolvidas duas vacinas para prevenir a 
infecção por HPV, a vacina bivalente e a vacina quadrivalente. Esta previne 
contra quatro tipos de HPV: o 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de 
colo do útero, e o 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. Já a 
bivalente é específica para os subtipos de HPV 16 e 18. 
40
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Diagnóstico
 » A presença de verrugas ano-genitais.
 » Exame citopatológico (Papanicolau), no qual se faz uma coleta de 
células esfoliadas da mucosa uterina próxima à cérvice, fazendo, 
então, o esfregaço sobre a lâmina, que será corada e analisada ao 
microscópio, a fim de detectar as características patognomônicas, 
como coilocitose, binucleação e hiperceratose (FERREIRA, 2001). 
 » Colposcopia e peniscopia: reagentes químicos para contraste com o 
ácido acético e com Iodo (teste de Schiller), que não detecta o vírus, 
mas sim as alterações celulares. 
 » Exame histológico. 
 » Testes moleculares.
Diagnóstico avançado
O teste de amplificação de sinal é baseado na tecnologia de ácidos nucleicos 
recombinantes, porém não há amplificação do material genético viral, mas sim 
do sinal provocado pela presença do DNA de HPV nas células esfoliadas da 
cérvice. O primeiro teste, no Brasil, foi da captura híbrida. Trata-se de um teste 
que utiliza um método de hibridização do DNA viral, provindo da amostra com 
sondas sintéticas de RNA complementar (MURRAY, 2006).
O teste com base em PCR é baseado na homologia existente no gene L1 (450 pb), 
entre os diferentes tipos de HPV. No mercado temos o kit Linear Array HPV 
Genotyping Test®. 
O teste Arrays se baseia numa sonda aderida a um suporte sólido, na qual se 
hibridiza ao gene E1, emite fluorescência, que será detectada por um leitor e 
interpretada por um software, PapilloCheck®.
O RNA mensageiro viral, que codifica duas oncoproteínas E6 e E7, Proofer® e o Aptima®.
E, por fim, a Hibridização in situ se baseia na hibridização de sondas HPV 
específicas, marcadas com compostos radioativos ou calorimétricos, sobre um 
corte histológico de material fixado e parafinado (FERREIRA, 2013).
41
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
HTLV-I e HTLV-II
Existem dois tipos desse Vírus T linfotrópico humano: o HTLV-I e o HTLV-II. 
O primeiro está associado a doenças graves neurológicas degenerativas e 
hematológicas, como a leucemia e o linfoma de células T humanas do adulto. 
A infecção pelo HTLV-II não está claramenteassociada com qualquer outra 
doença. O vírus foi, primeiramente, isolado de dois pacientes com leucemia de 
células pilosas, mas nenhuma evidência de infecção de HTLV-II foi encontrada 
em outros 21 pacientes adicionais com essa mesma doença. 
Transmissão
A transmissão desse vírus é por relações sexuais sem proteção com uma pessoa 
infectada, compartilhamento de seringas e agulhas durante o uso de drogas e da 
mãe infectada para o recém-nascido (também chamado de transmissão vertical), 
principalmente pelo aleitamento materno.
Achados clínicos
A leucemia em adultos, neoplasia de células T CD4+, é observada em adultos 
infectados pelo vírus da leucemia de células T humanas tipo 1 (HTLV-1). Mais 
frequente em região onde o HTLV-1 é endêmico (Sul do Japão, África ocidental, 
bacia do Caribe) e caracterizada por lesões cutâneas, linfadenopatia generalizada, 
hepatoesplenomegalia, linfocitose no sangue periférico e hipercalcemia.
A aparência das células tumorais é extremamente variável, mas as células com 
núcleos multilobulados, descritas como células em “trevo” ou em “flor”, são, 
frequentemente, encontradas nos tecidos envolvidos e no sangue periférico. A 
maioria dos pacientes apresenta doença de progressão rápida e o óbito ocorre 
após um período entre alguns meses a um ano, mesmo com quimioterapia 
agressiva (KUMAR et al., 2005).
Tratamento
Não há tratamento específico para a infecção. Para os casos nos quais existem 
sintomas comprovados de doença associada ao HTLV-I, o tratamento irá 
depender de uma avaliação neurológica, assim como estadiamento do grau de 
comprometimento, tempo de evolução e presença de outras infecções virais.
42
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Diagnóstico
As amostras de soro são triadas para anticorpo anti-HTLV-I e II, usando dois 
testes imunoenzimáticos autorizados, de fabricantes diferentes, preparados com 
antígenos do HTLV-I e II, a partir do lisado total do vírus e algumas proteínas 
recombinantes. Essa triagem é realizada, obrigatoriamente, no sangue dos 
doadores, conforme a RDC no 34/2014, da ANVISA, pela detecção de anticorpos 
específicos, voltados a constituintes antigênicos das diferentes porções do vírus 
no soro ou plasma. Podendo ser avaliada a pesquisa de segmentos de DNA 
pró-viral em células do sangue periférico.
Em vista dos prognósticos muito diferentes associados às infecções por HTLV I e 
II, é fundamental essa distinção. Pesquisa de anticorpos por imunofluorescência 
indireta (IFA) para HTLV-I/II foi realizada em alguns laboratórios. 
Nenhum dos testes adicionais foi autorizado pelo Food and Drug Administration 
(FDA), mas eles estão disponíveis em instituições de pesquisa, bancos de 
sangue, alguns laboratórios de saúde pública, laboratórios industriais e como 
testes “in-house”, em alguns laboratórios de diagnóstico.
Espécimes de soro sem imunoreatividade para qualquer produto de gene HTLV, 
em testes adicionais mais específicos, são considerados falso-positivos. Vários 
estudos que envolvem amplificação de provírus apoiaram a precisão destes 
critérios diagnósticos; são consideradas infectadas as pessoas cujos espécimes 
satisfazem os critérios para positividade com HTLV-I ou HTLV-II.
Os ensaios imunoenzimáticos, EIA ou ELISA, podem ser observados na Figura 
7 à esquerda. Os testes confirmatórios para detectar o retrovírus são por 
imunofluorescência indireta, radioimunoprecipitação, imunoquimioluminescência 
ou Western-blot (MURRAY, 2006). E a metodologia do Western-blot (Figura 7, 
direita) é utilizada como ensaio confirmatório e discriminatório, detectando os 
antígenos do tipo HTLV-I +rgp46-I(MTA-1)+rgp46-II(K55)+GD21, apresentando 
um custo de R$250,00 reais por tira teste.
43
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Figura 7. Da esquerda para direita, técnica de triagem que utiliza o kit ELISA para detectar HTLV e, ao lado, a 
técnica de Western-blot, utilizada para teste confirmatório.
 
 Fonte: http://www.rapidtest.com/index.php?i=HIV-ELISA-kit&id=165&cat=16; http://i-base.info/guides/testing/appendix-3-how-
hiv-tests-work. 
Outra metodologia que se assemelha no custo é a imunocromatográfica, que 
são tiras de nylon recobertas de proteínas recombinantes. Mais recentemente, 
antígenos recombinantes do HTLV-I, -II e gp21e foram incorporados ao ELISA, 
melhorando a especificidade e a sensibilidade. Tais testes adicionais devem ser 
capazes de identificar anticorpos para proteínas do core (gag) e do envelope (env) 
HTLV-I/II.
O EIA de 3a geração tem um custo por pocinho da placa de ELISA de 5 reais, os 
testes disponíveis no mercado são Murex® HTLV-I+II, Abbott, que são peptídeos 
sintéticos env gp46 HTLV-I e HTLV-II + rgp21 HTLV-I, essa reação da peroxidase 
é lida em 450 nm, detecta IgG, IgM, IgA. Outro é o BioELISA HTLV-1+2 5.0, 
Biokit, que possuem três proteínas combinantes de HTLV-I e HTLV-II, em que 
forma um conjugado com uma proteína de fusão tripla e a enzima peroxidase, 
492 nm, detecta as mesmas três imunoglobulinas: IgG, IgM, IgA. E o Gold Elisa 
HTLV-1/2, REM.
E os testes moleculares têm um custo bem inferior a 35 reais, utilizando-se a técnica 
de PCR-RFLP tax HTLV-1 e 2. Essa técnica é realizada por PCR, com os primers 
específicos para o vírus, após a amplificação desse produto (como pode ser visto 
na imagem da esquerda da Figura 8) é tratado com uma enzima de restrição e se 
diferencia em 2 tipos de perfil, sendo com uma banda o HTLV-1, e com duas bandas 
de menor peso molecular o tipo HTLV2 (Figura 8).
Outra técnica de biologia molecular é o PCR-TR, que utiliza um indicador 
fluorescente, que é SYBER Green, ou sondas específicas para reação, como a 
Taqman, porém seu custo é um pouco maior, custa cerca de 45 reais. A vantagem 
é que é um teste quantitativo, podendo avaliar o grau de infecção pelo número de 
cópias formadas no determinado tempo da amplificação desse produto de PCR.
44
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Figura 8. Técnicas de biologia molecular para diagnosticar HTLV.
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/360709/. 
45
CAPÍTULO 3
Mononucleose infecciosa e rubéola
Mononucleose infecciosa
O vírus responsável pela doença é o Epstein-Barr, da família Herpesviridae, 
transmitido pela saliva contaminada por contato íntimo entre as pessoas, daí o 
nome doença do beijo. 
É uma síndrome infecciosa que acomete principalmente indivíduos entre 15 e 25 
anos de idade. A porta de entrada é a mucosa da boca e a faringe da pessoa que 
não teve contato anterior com o vírus, mas as células do tecido linfoide são o alvo 
da infecção pelo Epstein-Barr, que faz parte da família do herpesvírus. 
Admite-se, também, que ele possa infectar as células epiteliais da faringe e que 
essa infecção explique por que esse vírus esteja implicado no aparecimento do 
carcinoma da nasofaringe.
A partícula viral infecciosa do vírus Epstein-Barr (EBV) tem três componentes: 
 » nucleoide; 
 » capsídeo; 
 » envelope. 
O núcleo contém o DNA viral em formato linear e um nucleocapsídeo com 
162 capsômeros. O genoma do EBV é uma molécula de DNA de fita dupla, de 
aproximadamente 184.000 pares de bases (OLIVEIRA, 2012).
Transmissão
Inter-humano, pelo contato íntimo de secreções orais (saliva). É rara a transmissão 
através de transfusão sanguínea ou contato sexual.
Achados clínicos
Uma síndrome viral aguda, caracterizada clinicamente por febre, dor de garganta, 
linfadenopatia e esplenomegalia; essa infecção pode ser assintomática (CHIN, 
2002). 
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Tratamento
O tratamento da mononucleose é fundamentalmente sintomático, visando o alívio 
dos sintomas e o combate da febre e da dor de garganta. Além disso, o paciente deve 
permanecer em repouso e evitar situações que possam favorecer a ocorrência de um 
trauma abdominal.
Diagnóstico
As alterações laboratoriais incluem leucocitose, reações leucemoides, trombocitopenia

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