Buscar

Doenças Virais Sexualmente Transmissíveis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 200 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 200 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 200 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DOENÇAS VIRAIS SEXUALMENTE 
TRANSMISSÍVEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DOENÇAS VIRAIS SEXUALMENTE 
TRANSMISSÍVEIS 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
1 INTRODUÇÃO E CONCEITO DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 
1.1 HISTÓRIA 
1.2 COMO SURGIU A CAMISINHA 
2 IMPORTÂNCIA DOS VÍRUS NA DISSEMINAÇÃO DESSAS DOENÇAS 
2.1 IMUNOLOGIA 
2.2 COMO UTILIZAR A CAMISINHA 
3 VÍRUS HERPES 
3.1 HISTÓRICO DO HERPES 
3.2 CLASSIFICAÇÃO 
3.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
3.3.1 Primoinfecção 
3.3.2 Herpes recidivante 
3.3.3 Gengivoestomatite herpética primária 
3.3.4 Herpes genital 
3.3.5 Herpes oral 
3.3.6 Herpes labial 
3.3.7 Herpes simples neonatal 
3.3.8 Ceratoconjuntivite herpética 
3.3.9 Panarício herpético 
3.3.10 Doença neurológica 
3.3.11 Herpes simples em imunodeprimidos 
3.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
3.4.1 Isolamento do vírus 
3.4.2 Diagnóstico sorológico 
3.4.3 Diagnóstico molecular 
3.4.4 Diagnóstico diferencial 
3.5 EPIDEMIOLOGIA 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 4 
4. CITOMEGALOVÍRUS 
4.1 HISTÓRICO DO CITOMEGALOVÍRUS 
4.2 CLASSIFICAÇÃO 
4.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
4.3.1 Infecção em imunocompetentes 
4.3.2 Infecção em imunoincompetentes 
3.4.3 Infecção congênita 
3.4.4 Infecção perinatal 
4.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
4.4.1 Histopatologia 
4.4.2 Sorologia 
4.4.2.1 Teste de elisa 
4.4.2.2 Diagnóstico diferencial 
4.4.2.3 Antigenemia 
4.4.3 Guthrie card 
4.4.4 Microscopia eletrônica 
4.4.5 Biologia Molecular 
4.4.5.1 PCR 
4.4.5.2 Captura híbrida 
4.6 EPIDEMIOLOGIA 
4.7 SÍNDROME DE BLUEBERRY MUFFIN BABY 
 
 
MÓDULO II 
5 VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) 
5.1 HISTÓRICO DA AIDS 
5.2 CLASSIFICAÇÃO 
5.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
5.3.1 Infecção aguda 
5.3.2 Infecção assintomática 
5.3.3 Sintomática inicial 
5.3.4 Sintomática intermediária e sintomática tardia 
5.3.5 Infecção avançada 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 5 
5.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
5.5 EPIDEMIOLOGIA 
6 VÍRUS T-LINFOTRÓPICO HUMANO (HTLV) 
6.1 HISTÓRICO DO HTLV 
6.2 CLASSIFICAÇÃO 
6.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
6.3.1 Leucemia de célula t do adulto (LTA) 
6.3.2 Paraparesia espástica tropical mielopatia associada ao HTLV-1 (PET/MAH) 
6.3.3 Leucemia atípica de células T pilosas 
6.3.4 Outras doenças associadas ao HTLV-1 
6.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
6.4.1 Ensaios sorológicos 
6.4.2 Detecção dos antígenos virais 
6.4.3 Ensaios de Biologia Molecular 
6.5 EPIDEMIOLOGIA 
6.6 DIFERENÇA ENTRE PETÉQUIA, EQUIMOSE, PÚRPURA E HEMATOMA 
 
 
MÓDULO III 
7 VÍRUS DAS HEPATITES 
7.1 INTRODUÇÃO 
7.2 HISTÓRICO E CLASSIFICAÇÃO 
8 VÍRUS DA HEPATITE B (HBV) 
8.1HISTÓRICO DAS HEPATITES 
8.2 CLASSIFICAÇÃO 
8.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
8.3.1 Hepatite aguda pelo HBV 
8.3.2 Hepatite crônica pelo HBV 
8.3.3 Hepatite fulminante 
8.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
8.4.1Exames laboratoriais inespecíficos 
8.4.2 Exames laboratoriais específicos 
8.4.3 Exames adicionais 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 6 
8.5 EPIDEMIOLOGIA 
9 VÍRUS DA HEPATITE C (HCV) 
9.1 HISTÓRICO 
9.2 CLASSIFICAÇÃO 
9.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
9.3.1 Manifestações extra-hepáticas 
9.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
9.4.1Exames laboratoriais inespecíficos 
9.4.2Exames laboratoriais específicos 
9.4.2.1 Diagnóstico sorológico 
9.4.2.2 Diagnóstico molecular 
9.5 EPIDEMIOLOGIA 
9.6 SÍNDROME DE SJÖGREN 
9.6.1 Diagnóstico da Síndrome de Sjögren 
10 VÍRUS DA HEPATITE D (HDV) 
10.1 HISTÓRICO 
10.2 CLASSIFICAÇÃO 
10.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
10.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
10.5 EPIDEMIOLOGIA 
 
 
MÓDULO IV 
11 VÍRUS DO PAPILOMA HUMANO (HPV) 
11.1HISTÓRICO E APRESENTAÇÃO 
11.2 CLASSIFICAÇÃO 
11.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
11.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
11.4.1 Citopatologia 
11.4.2 Microscopia eletrônica 
11.4.3 Histopatologia 
11.4.4 Colposcopia 
11.4.5 Genitoscopia 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 7 
11.4.6 Imuno-histoquímica 
11.4.7 Biologia molecular 
11.5 EPIDEMIOLOGIA 
GLOSSÁRIO 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
 
 
Olá! 
Obrigada por você adquirir o nosso material! 
Ao realizar o nosso curso você estará adquirindo um excelente guia para 
suas consultas. Um ótimo auxílio para o seu estudo e aprendizado. O curso é 
composto de material atualizado. Observe nas Referências Bibliográficas ao final do 
curso. Além disso, foram utilizados trabalhos de grandes autores. Muitos destes são 
“autores de referência” nos assuntos aqui abordados. Na obra, cada infecção será 
abordada desde a sua descoberta. Em muitos casos seguirá inclusive uma foto do 
pesquisador que contribuiu para a sua descoberta. Outro ponto de destaque em 
nosso curso é que logo no início do programa você encontrará um pequeno 
dicionário. No qual estão presentes alguns termos de utilização comum no mundo da 
Virologia. Mas que são raros entre outras populações. Enfim, espero que goste e 
aproveite o material. Boa sorte! E mãos à obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
 
 
MÓDULO I 
 
 
1 INTRODUÇÃO E CONCEITO DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 
 
 
As doenças sexualmente transmissíveis estão entre os problemas de saúde 
pública com enorme destaque no Brasil e no mundo. Nos países desenvolvidos 
surge um novo caso de DST em cada cem pessoas por ano. Enquanto nos países 
em desenvolvimento, essas doenças estão entre as cinco principais causas de 
procura de serviços de saúde. 
As Doenças Sexualmente Transmissíveis, ou DSTs, são doenças 
infecciosas que podem ser transmitidas por meio do contato sexual. Essas doenças 
estão entre os maiores problemas de saúde pública em todo o mundo. Entretanto, 
pouco se sabe a respeito dos agentes causadores, de como essas doenças podem 
ser evitadas e até mesmo sobre a gravidade da contaminação. 
Muitos dessas doenças podem estar presentes entre as diversas 
populações, mesmo antes da conscientização dos indivíduos acometidos. É de 
grande importância que a população seja orientada quanto à possibilidade dessas 
infecções. Profissionais da área de saúde são os grandes responsáveis por essas 
informações. 
Após o início da epidemia de AIDS, as Doenças Sexualmente 
Transmissíveis voltaram a ter grande importância entre os diferentes grupos de 
pessoas. Junto a isso, foi observada a facilidade de práticas sexuais com diferentes 
parceiros e foram verificados o baixo nível econômico e rebaixado grau de 
informação cultural de grande parte da população. 
Tudo isso tornou evidente a má qualidade dos serviços de saúde e a 
educação sexual pouco orientada. Além de, principalmente, comprovar a não 
utilização de métodos preventivos. O que determina aumento da possibilidade de 
acontecimento das DSTs. A facilidade de propagação dessas doenças deve ser bem 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
compreendida pela população geral. O profissional de saúde tem o dever de 
espalhar o seu conhecimento perante a população. 
 
 
1.1 HISTÓRIA 
 
 
As DSTs são reconhecidas desde os povos mais antigos que ocupavam a 
Mesopotâmia, a Grécia e o Egito. Antigamente, eram denominadas “doenças 
venéreas” ou “doenças de Vênus”, nome que foi dado em homenagem às 
sacerdotisas da Grécia antiga que se prostituíam no Temploda Deusa do Amor 
como forma de adoração. A FIGURA 1 apresenta a imagem de Vênus, considerada 
a Deusa do Amor. 
 
FIGURA 1 - VÊNUS, A DEUSA DO AMOR 
 
FONTE: <Disponível em: http://shw.namaste.fotopages.com/4475792/Venus-a-deusa-do-amor.html.> 
Acesso em: 2 ago. 2012. 
 
 
Como citado, antigamente, as doenças sexualmente transmissíveis, DSTs, 
eram reconhecidas por doenças venéreas. Hoje, são consideradas infecções 
sexualmente transmissíveis, ISTs. Devido à observação de que vários agentes 
infecciosos podem determinar o desenvolvimento de doenças por meio desta via. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
Há muito tempo essas doenças são vistas como um grave problema de 
saúde pública. Pois, afetam muitas pessoas. Os sinais e sintomas são de difícil 
identificação e o acesso ao tratamento correto também. 
Atualmente, as DSTs são infecções graves que movimentam e preocupam 
os diferentes órgãos da Saúde Pública. No mundo, cerca de 333 milhões de novos 
casos de DSTs acontecem a cada ano, o que representa a segunda maior causa de 
perda de vida saudável entre as mulheres de 15 a 49 anos. As DSTs estão entre as 
cinco principais causas de procura pelos serviços de saúde. 
A contaminação por essas DSTs pode acontecer de vários modos. Seja de 
maneira direta ou indireta. O modo direto é o mais divulgado. É aquele que acontece 
por meio de relações sexuais. Nesse caso, porém, há necessidade de o parceiro ou 
a parceira ser portador da doença. 
A forma indireta é como o próprio nome diz: é aquela que acontece pelo 
contato indireto com o agente. Devido ao compartilhamento de objetos pessoais mal 
higienizados ou pela manipulação de objetos contaminados, como lâminas e seringas. 
A FIGURA 2 mostra com simplicidade duas formas de disseminação de DSTs. 
 
 
FIGURA 2 - MODO DE DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS SEXUALMENTE 
TRANSMISSÍVEIS 
 
 
FONTE: Disponíveis em: <http://docelandiamm.blogspot.com.br> e 
<http://sterneventos.blogspot.com>. Acesso em: 2 ago. 2012. 
 
 
Em muitos casos essas doenças não apresentam manifestações visíveis. No 
homem ou até mesmo na mulher. De qualquer forma, possuem grande possibilidade 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
de se espalhar na população. Além de causar sérios problemas de saúde. O que 
aponta para o alerta de que, se for feito sexo sem camisinha, o serviço de saúde 
deve ser consultado. É necessário o aconselhamento com um profissional de saúde 
periodicamente. 
Estas doenças devem ser diagnosticadas e tratadas a tempo. Em caso 
diferente podem evoluir para complicações graves. No corpo humano, doenças 
deste tipo podem ocasionar sérios problemas de saúde. Como comprometimento do 
aparelho reprodutor, infertilidade, doenças neonatais, câncer e até mesmo levar à 
morte do indivíduo. 
O tratamento deve ser de modo rápido e correto. Com o auxílio do 
profissional de saúde apropriado. O que deve incluir aconselhamento para que a 
doença não volte a acontecer, para a necessidade de visitas de acompanhamento e 
para a possibilidade de contaminação das pessoas envolvidas no relacionamento. E 
deve ser feito o direcionamento para utilização da prática de sexo seguro. 
Os principais agentes causadores de doenças sexualmente transmissíveis 
são os vírus, as bactérias, os protozoários e os fungos. Observe os exemplos destes 
agentes e suas doenças na FIGURA 3. 
 
 
FIGURA 3 - EXEMPLOS DE VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS 
CAUSADORES DE DSTS 
 
FONTE: Disponíveis em: <http://html.rincondelvago.com/herpes-genital_3.html>; 
<http://drcarlosrey.blogspot.com.br/2012/06/sifilis.html>; 
<http://www.britannica.com/EBchecked/media/7837/Trichomonas-vaginalis>. Acesso em: 2 ago. 2012. 
Treponema 
pallidum - sífilis Trichomonas vaginallis 
- tricomoníase 
Vírus herpes simplex – 
herpes genital 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
 
 
QUADRO 1 - VÍRUS CAUSADORES DE DOENÇAS SEXUALMENTE 
TRANSMISSÍVEIS 
VÍRUS SIGLA DOENÇA 
Vírus herpes simples HSV Herpes genital 
Citomegalovírus CMV Citomegalovirose 
Vírus da imunodeficiência humana HIV AIDS 
Vírus T linfotrópico humano HTLV Leucemia de células T do adulto 
Vírus da hepatite B HBV Hepatite B 
Vírus da hepatite C HCV Hepatite C 
Vírus da hepatite Delta HDV Hepatite Delta 
Vírus do papiloma humano HPV Condiloma acuminado e câncer de colo uterino 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
As doenças virais sexualmente transmissíveis estão relacionadas no 
QUADRO 1, ao lado das principais doenças por eles causadas, observe. 
Após sabermos o que são doenças sexualmente transmissíveis, a 
frequência que estas doenças acontecem, quais os agentes causadores e, 
principalmente, que elas podem levar a graves consequências, vamos falar um 
pouco mais sobre as DSTs e em seguida sobre a importância dos vírus no contexto 
destas infecções. 
Os acontecimentos em busca da liberação sexual que ocorreram no século 
passado trouxeram grandes transformações no comportamento humano. Nos dias 
atuais, as doenças sexualmente transmissíveis afetam igualmente homens e 
mulheres de todas as idades, etnias e classes sociais. Entretanto, adolescentes e 
adultos jovens são mais frequentemente afetados por causa da maior frequência de 
relações sexuais e do maior número de parceiros. O que torna esta população o 
público-alvo das informações dos profissionais de saúde. 
O número de pessoas acometidas aumenta a cada dia. Algumas destas 
infecções podem causar problemas sérios de saúde para toda a vida. 
Em 1996, o Center for Disease Control and Prevention (CDC) estimou cerca 
de 500 mil novos casos por ano de infecção pelo HPV, 80 mil casos de AIDS, em 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
torno de 300 mil de herpes, 100 mil casos de sífilis e 800 mil casos de gonorreia. Na 
ocasião, os índices de HPV, reconhecido como agente etiológico do câncer de colo 
uterino ficavam abaixo apenas das infecções por Chlamydia sp e Trichomonas sp. 
Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou a prevalência de 
aproximadamente 536 milhões de casos de herpes genital no mundo. Com maior 
número de casos no sexo feminino. 
Recentemente, a OMS e o Programa de HIV/AIDS das Nações Unidas 
(UNAIDS) demonstraram a existência de 33,4 milhões de pessoas no mundo 
infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). No Brasil, o estudo mostrou 
730 mil pessoas infectadas. 
É importante, porém, que a população esteja ciente de que é possível se 
prevenir dessas doenças praticando sexo seguro; com a utilização do preservativo 
em todas as relações sexuais. 
 
 
1.2 COMO SURGIU A CAMISINHA 
 
 
A propósito, você sabe como surgiu a camisinha? 
É interessante saber como surgiu algo tão comum nos dias atuais. Pensar 
que em algum momento não existia. Tudo começou há tanto tempo que nem 
acreditamos que precisou ser inventada. Pois bem! Vamos lá. 
Desde as civilizações mais antigas, a humanidade convive com os 
problemas da gravidez indesejada. Doenças decorrentes do sexo sem proteção 
também já acometiam a humanidade. Todos esses problemas comuns aos 
desinformados de hoje já causavam preocupação nos povos mais antigos. 
Sendo assim, a criação de métodos eficientes de evitar gravidez indesejada, 
o surgimento de doenças transmitidas pelo sexo, além do nascimento de filhos fora 
de uma união oficial – que sempre foi razão de escândalo social – geravam a 
preocupação dos indivíduos em criar métodos eficientes para evitar esses 
problemas. Sem, contudo, prejudicar o prazer sexual. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
Na Antiguidade, as mulheres colocavam na vagina produtos capazes de 
bloquear ou matar os espermatozoides. Para isso, faziam uso de fezes de crocodilo, 
as quais possuem o pH alcalino dos espermicidas atuais. 
 
 
FIGURA 4 - PROTETORES PARA O PÊNIS NO EGITO ANTIGO 
 
FONTE: Disponível em: http://www.giv.org.br/dstaids/camisinha.htm. Acesso em: 18 ago. 2012. 
 
 
Enquanto isso, os homens possuíam protetores para o pênis.Estes eram 
confeccionados a partir de intestinos de animais ou até mesmo em linho. Porém, 
possuíam a função de proteger o pênis. Era como se fosse um estojo. Não 
funcionavam como contraceptivos. Observe na representação da FIGURA 4 essa 
função de proteção peniana. 
Os primeiros preservativos foram criados pelos chineses. Esses eram 
envoltórios de papel de seda untados com óleo. Entretanto, desde 1850 a.C., os 
egípcios já faziam uso de contraceptivos. 
A camisinha foi trazida para o Mundo Ocidental pela mitologia grega. Tudo 
começou com as farras de Minos, um rei casado com Pasiphe, filho de Zeus e 
Europa. Entretanto, Minos era famoso pelo fato de possuir uma infinidade de 
amantes. Possuía grande paixão pelo sexo feminino. Devido a isso, Pasiphe 
articulou um feitiço, em que apenas ela era imune. Com este, Minos passou a 
ejacular lacraias e serpentes. As quais matavam todas as mulheres que com ele se 
deitassem. O feitiço, porém, tornou o rei incapaz de procriar. 
Entretanto, o feitiço não impediu que o rei se apaixonasse. De maneira que o 
coração de Minos foi flechado pelo amor de Procris. Apaixonada e para evitar a 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
morte, devido à relação, Procris introduziu uma bexiga de cabra na vagina. De tal 
modo que os pequenos monstros ficavam presos na bexiga. Assim, Minos retomou o 
poder de ter filhos. 
 
 
FIGURA 5 - FOTOS DE GABRIELLE FALLÓPIO E DA PRIMEIRA CAMISINHA. 
 
FONTE: Disponível em: <http://socuriosidades.blogspot.com.br/2008/01/origem-do-
preservativo.html>. Acesso em: 18 ago. 2012. 
 
 
Todavia, foi o anatomista e cirurgião Gabrielle Fallopio que confeccionou a 
primeira camisinha (veja a foto da FIGURA 5). O que descreveu como uma "bainha 
de tecido leve, sob medida para proteção das doenças venéreas". Foi confeccionada 
de um forro de linho do tamanho do pênis e embebido em ervas. 
No final do século XVI, os preservativos de linho passaram a ser embebidos 
em soluções químicas. Em seguida, estes eram secos. Eram as precursoras dos 
espermicidas modernos. Até alcançarmos os preservativos atualmente utilizados, 
muito foi modificado. O comércio diversificou a industrialização das camisinhas. Nos 
dias atuais, encontramos camisinhas com formatos especiais, texturizadas, 
lubrificadas, coloridas, com sabor, perfume etc. 
A FIGURA 6 apresenta uma camisinha e o símbolo utilizado atualmente nas 
campanhas contra as DSTs. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
 
 
FIGURA 6 - SÍMBOLO ATUALMENTE UTILIZADO NAS CAMPANHAS 
CONTRA AS DSTS 
 
FONTE: Disponível em: <http://sepahnews.blogspot.com.br/2010/03/103-milhoes-de-brasileiros-com-
dst.html>. Acesso em: 18 ago. 2012. 
 
 
2 IMPORTÂNCIA DOS VÍRUS NA DISSEMINAÇÃO DESSAS DOENÇAS 
 
 
Com a popularização dos meios de comunicação, tornou-se possível a 
transmissão de conhecimento entre as diversas sociedades. Porém, observa-se que 
além do acesso a informação há necessidade também que haja conscientização por 
parte da população. 
Acredita-se que poucos indivíduos estejam conscientes da importância dos 
vírus na transmissão dessas doenças. Na população geral, quando se fala em vírus 
que podem causar infecções desse tipo, é comum que apenas o vírus da AIDS seja 
lembrado. Porém, as infecções virais de transmissão sexual causam doenças sérias. 
São de tratamento difícil, prolongado e até mesmo desconhecido até o momento. 
Uma das principais preocupações relacionadas às DSTs ocorre pelo fato de 
que o indivíduo acometido por qualquer uma destas facilita a transmissão sexual do 
HIV. Pois, a aquisição de DST comprova a realização de sexo sem proteção. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 18 
Existem casos de transmissão de DSTs virais da mãe para o bebê. Nestes, 
a infecção do bebê pode acontecer ainda no período da gravidez ou até mesmo 
durante o parto. Estas infecções podem também ocasionar a interrupção 
espontânea da gravidez. Quando atingem o feto durante seu desenvolvimento, 
podem causar lesões. Podem causar o nascimento de crianças com problemas de 
grave má-formação. 
Há infecção de DSTs virais no período intraparto ou até mesmo durante o 
aleitamento materno. São infecções que podem atingir o recém-nascido, causando 
doenças em diversos órgãos. Em algumas destas, o desenvolvimento da doença 
pode ocorrer já na idade adulta. O HTLV-1 é um destes exemplos. 
Outras DSTs virais podem também ser transmitidas por transfusão de sangue 
contaminado ou compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de 
drogas injetáveis; como ocorre com o vírus da hepatite B e até mesmo com o HTLV. 
Há DSTs virais que se não forem tratadas e/ou acompanhadas podem levar 
o indivíduo ao desenvolvimento de câncer. É o caso do HPV, considerado fator 
importante no desenvolvimento de câncer de colo uterino. 
Sendo assim, observa-se que a ausência de diagnóstico e de tratamento, no 
momento adequado, são fatores que podem contribuir para a evolução de formas 
graves dessas doenças e até mesmo morte dos indivíduos acometidos. 
Diante do exposto, torna-se comprovado que o acesso sem restrição das 
pessoas ao diagnóstico precoce e tratamento adequado de todas as DSTs é 
fundamental. O que confirma a necessidade de informação aos indivíduos por meio 
do estudo proposto. 
 
 
2.1 IMUNOLOGIA 
 
 
Vamos dar uma “passadinha” na imunologia? 
Você está lembrado que: 
 o diagnóstico sorológico das doenças infecciosas é realizado para 
verificar a presença e a concentração dos anticorpos das classes IgM e IgG, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 19 
produzidos pelo organismo de uma pessoa em resposta a um dado agente 
infeccioso; 
 em geral, nas infecções primárias o primeiro anticorpo a ser produzido é 
da classe IgM, que em seguida é acompanhado pela produção de anticorpos 
da classe IgG. 
Porém, os anticorpos IgM ficam presentes no organismo das pessoas por 
um curto período de tempo, e normalmente desaparecem após três a seis meses da 
infecção. Enquanto isso, os anticorpos da classe IgG permanecem presentes por 
longo período. Em muitos casos para o resto da vida. 
Sendo assim, a presença de anticorpos IgM é indicativa de infecção aguda 
ou recente. Enquanto a presença apenas de IgG, é indicativo de infecção passada. 
Observe a FIGURA 7, a seguir, para melhor compreender a síntese de anticorpos 
IgG e IgM em infecções. 
 
 
FIGURA 7 - REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO TEMPO EM SEMANAS DO 
APARECIMENTO DE ANTICORPOS DO TIPO IGG E IGM EM INFECÇÕES
 
FONTE: Disponível em: <http://www.biomedicinapadrao.com/2011/08/teste-de-avidez-igg.html>. 
Acesso em: 14 ago. 2012. 
 
 
É válido você saber também que com a utilização de métodos mais 
sensíveis no diagnóstico dos processos infecciosos, o conceito de que: 
 a presença de anticorpos IgM é indicativa de infecção aguda ou recente, 
e a presença somente de IgG é indicativo de infecção passada, foi alterado; 
agora é possível a detecção de IgM por um período de tempo mais longo. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 20 
 esses anticorpos IgM, (mais tardios) são denominados residuais e 
podem ser detectados, geralmente, em valores baixos, até 18 a 24 meses 
após a infecção; 
 a presença desses anticorpos IgM, no mesmo momento dos anticorpos 
IgG, por vezes, dificulta a interpretação do tempo de infecção; 
 em alguns casos de reinfecção ou de reativação de processos 
infecciosos, os anticorpos IgM também podem ser detectados, bem como 
em reações cruzadas; 
 nos últimos tempos, foi desenvolvido um ensaio imunoenzimático que 
possui a capacidade de diferenciar uma infecção recente de uma infecção 
passada, com a presença de IgM residual; 
 essa diferenciação dessas infecções é feita pela utilização de testes que 
avaliam a capacidade de ligação dos anticorpos IgG; 
 essa capacidade de ligação, denominada AVIDEZ, é diretamente 
proporcional ao tempo de infecção (veja na FIGURA 8). 
 
 
FIGURA 8 - REPRESENTAÇÃO DA AVIDEZDA IGG DE ACORDO COM O TEMPO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.biomedicinapadrao.com/2011/08/teste-de-avidez-igg.html>. 
Acesso em: 14 ago. 2012. 
 
 
Além disso, existem casos em que quadros infecciosos com até três a quatro 
meses de evolução, há presença de IgG de baixa avidez. Enquanto, em outras 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 21 
infecções com mais de quatro meses de evolução, os anticorpos IgG apresentam 
alta avidez. 
Porém, em algumas situações os anticorpos IgG podem apresentar avidez 
intermediária. São os casos em que a definição segura do tempo de infecção torna-
se dificultada. 
Desta forma, o teste de avidez para anticorpos IgG é de enorme valor, 
especialmente nos caso de pacientes grávidas que possuem anticorpos das classes 
IgM e IgG, simultaneamente, no exame pré-natal para as doenças infecciosas que 
acometem o feto. 
Em pacientes grávidas, a determinação do tempo de infecção possui grande 
valor. Pois, pode definir se há necessidade de tratamento. Nos casos em que a 
infecção ocorre durante a gravidez. Além de oferecer tranquilidade para o médico e 
para a gestante, nos casos em que a infecção ocorreu antes da gravidez. 
 
 
2.2 COMO UTILIZAR A CAMISINHA 
 
 
 
Agora que você já sabe como surgiram as primeiras camisinhas, está na 
hora de aprender como utilizá-la. 
A camisinha é confeccionada em látex, material elástico, derivado da 
borracha. É relativamente resistente. Envolve os genitais masculinos, modo mais 
comum, ou feminino durante a relação sexual. Utilizada para impedir o contato entre 
os fluidos corporais das pessoas que estão praticando um relacionamento íntimo. 
Atualmente, as camisinhas protegem contra as DSTs. Além de constituírem 
um método anticoncepcional seguro. Mas, lembre-se de que a proteção será 
conferida apenas quando a utilização ocorrer de maneira adequada. 
Observem na FIGURA 9 alguns modelos do preservativo encontrados 
atualmente no mercado. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 22 
 
 
FIGURA 9 - OS DIVERSOS FORMATOS DE CAMISINHA DISPONÍVEIS NO 
MERCADO ATUALMENTE 
 
FONTE: Disponíveis em: <http://todaela.uol.com.br/sexo/galerias/camisinhas-bizarras-para-todos-os-
gostos>; <http://www.dst.com.br/seguro.htm>; <http://todaela.uol.com.br/sexo/galerias/camisinhas-
bizarras-para-todos-os-gostos>. Acesso em: 18 ago. 2012. 
 
 
Agora, aprenda como deve utilizá-la. 
 escolha uma marca de sua confiança; 
 possua sempre uma com você. Porém, é recomendável ter sempre uma 
ou mais unidades de reserva; 
 conserve sempre protegidas do calor; 
 utilize sempre dentro do prazo de validade; 
 abra a embalagem com delicadeza. Tenha cuidado para não danificar. 
 coloque com o pênis ereto (duro); 
 deixe um pequeno espaço na ponta da camisinha – importante. O que 
pode ser conseguido pela compressão da extremidade da camisinha entre o 
polegar e o indicador durante a colocação. 
 encoste a camisinha enrolada na ponta da glande e vá desenrolando até 
a base do pênis; 
 se a camisinha não for lubrificada, utilize somente lubrificantes a base de 
água, aplicados sobre o pênis antes da colocação e/ou diretamente na 
camisinha depois de colocada; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 23 
 após o uso, retire a camisinha. Dê um nó na extremidade aberta e jogue-
a no lixo. Não jogue no vaso sanitário, pois irá entupi-lo; 
 camisinha é descartável, deve ser usada somente uma vez. 
 IMPORTANTE!!! Caso a camisinha se rompa ou saia durante a relação, 
despreze e coloque uma nova. 
 
 
3 VÍRUS HERPES 
 
 
Em nossos dias, o herpes é a infecção viral mais comum, após as infecções 
respiratórias. A infecção tem como agente causador o vírus herpes simples do tipo 1 
(HSV 1) e o vírus herpes simples do tipo 2 (HSV 2). Na região genital, o herpesvírus 
do tipo 2 é mais comum. 
No Brasil, mais de 500 mil novos casos de herpes genital são diagnosticados 
anualmente. A doença é considerada endêmica em todo o mundo. O que torna as 
infecções pelos vírus herpes um grande problema de saúde pública. Porém, 
somente após o conhecimento da AIDS, essas infecções passaram a ter maior 
impacto entre as autoridades. 
 
 
3.1 HISTÓRICO DO HERPES 
 
 
As infecções pelos vírus herpes em seres humanos foram descritas pela 
primeira vez por Hipócrates, médico da Grécia Antiga, que denominou o herpes. O 
termo herpes tem como origem o grego herpein, que significa rastejar, devido ao 
aparecimento de vesículas na pele. Heródoto, médico e historiador grego, descreveu 
sobre a capacidade de a doença causar febre e pequenas vesículas na boca. 
Quando recebeu a denominação de herpes febrilis. Desde então, a palavra herpes 
passou a ser utilizada para as doenças da pele. Veja a FIGURA 10 com a 
apresentação de Hipócrates e Heródoto. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
 
 
FIGURA 10 - HIPÓCRATES E HERÓDOTO 
 . 
FONTE: Disponíveis em: <http://doceesujo.blogspot.com.br/2009/11/hipocrates-vida-e-cozinhar-
saude-e.html>; <http://www.portalplanetasedna.com.ar/herodoto.htm>. Acesso em: 16 ago. 2012. 
 
 
Entretanto, a natureza infecciosa passou a ser considerada por Vidal, em 
1873. Ao demonstrar que a doença podia ser transmitida de uma pessoa para a outra. 
A existência de dois tipos de vírus herpes foi observada pelos experimentos 
de Nahmia e Dowdle, em 1968, quando fizeram a associação das infecções não 
genitais, acima da cintura, para o vírus herpes do tipo 1. Enquanto o vírus herpes do 
tipo 2 foi associado às infecções genitais, que causam lesão da cintura para baixo. A 
FIGURA 11 mostra a imagem do herpesvírus tipo 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HERÓDOTO (484 - 425 a.C.) HIPOCRATES (460 - 377 a.C.) 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
 
 
FIGURA 11 - MICROGRAFIA ELETRÔNICA DO HERPESVÍRUS TIPO 2 
 
FONTE: Disponível em: <http://hypescience.com/mesmo-sem-sintomas-portadores-do-virus-da-
herpes-podem-contaminar-parceiros-sexuais/>. Acesso em: 16 ago. 2012. 
 
 
3.2 CLASSIFICAÇÃO 
 
 
Atualmente, a família dos herpesvírus é composta por mais de 200 vírus. Os 
quais possuem a capacidade de infectar diferentes espécies. Apenas oito destes 
causam doenças em seres humanos. 
Os vírus herpes são atualmente classificados na família Herpesviridae, 
subfamília Alphaherpesvirinae, gênero Simplexvirus, tipos 1 e 2: Tipicamente 
reconhecidos como herpesvírus humano 1 (HHV 1) e .herpesvírus humano 2 (HHV 
2). Porém, são mais reconhecidos como human simplex vírus (HSV). Embora a 
terminologia oficial reconheça como herpes vírus humano (HHV). 
O QUADRO 2 apresenta a classificação dos vírus herpes que causam 
infecção em seres humanos. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
 
 
QUADRO 2 - APRESENTAÇÃO DOS HERPESVÍRUS QUE CAUSAM DOENÇA EM 
SERES HUMANOS 
CLASSIFICAÇÃO DOS HERPESVÍRUS HUMANOS (HHV) 
 
TIPO SINÔNIMO SUBFAMÍLIA PATOLOGIA 
 
HHV 1 Vírus herpes simplex tipo 1 
(HSV 1) 
Alfa 
α 
Herpes orofacial e / ou genital 
(predomínio de orofacial) 
HHV 2 Vírus herpes simplex tipo 2 
(HSV 2) 
Alfa 
α 
Herpes orofacial e / ou genital 
(predomínio de genital) 
HHV 3 Vírus varicela-zoster 
(VZV) 
Alfa 
α 
Varicela zoster 
HHV 4 Vírus Epstein- Barr 
(EBV) 
Gama 
γ 
Mononucleose infecciosa, linfoma 
de Burkitt, linfoma do SNC em 
pacientes com AIDS, carcinoma de 
nasofaringe, síndrome 
linfoproliferativa pós-transplante 
HHV 5 Citomegalovírus 
(HCMV) 
Beta 
β 
Síndrome mononucleose –like, 
infecções congênitas, retinite, 
pneumonia 
HHV 6 
HHV 7 
 
Roseolovírus 
Beta 
β 
Exantema súbito (sexta doença ou 
roseola infantum) 
HHV 8 
 
Herpesvírus associado ao 
Sarcoma de Kaposi 
Gama 
γ 
Sarcoma de Kaposi, linfoma 
primário de efusão, Doença de 
Castleman 
FONTE: Adaptado de SANTOS, N. S. O: Introdução à Virologia Humana, 2002. 
 
 
A partícula dos herpesvírus possui aproximadamente 100 a 150 nm de 
diâmetro. São vírus frágeis, devido à presença do envelope lipídico. Pois este torna 
o vírion suscetívela tratamento químico com solventes orgânicos, detergentes e 
proteases. São sensíveis também a tratamento físico do tipo calor (60ºC) ou 
radiação ionizante e não ionizante. Apresentam capsídeo de formato icosaédrico. O 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
ácido nucleico é do tipo DNA, linear de fita dupla. Entre o envelope e o capsídeo, há 
um tegumento que contém enzimas codificadas pelo vírus. Observe o esquema de 
um herpesvírus na FIGURA 12. 
 
 
FIGURA 12 - ESQUEMA ILUSTRATIVO DA PARTÍCULA DE UM HERPESVÍRUS 
 
FONTE: Disponível em: <http://stdgen.northwestern.edu/stdgen/bacteria/hhv2/herpes.html>. 
Acesso em 16 ago. 2012. 
 
 
3.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
 
Em geral, a transmissão dos HSVs dos tipos 1 e 2 ocorre pelo contato 
sexual, sendo comum por meio do contato orogenital. Também há casos de 
transmissão da mãe para o filho durante o parto. E ainda pelo contato direto com 
lesões ou objetos contaminados. Porém, é importante que todos saibam que em 
muitas ocasiões a forma de contaminação não é bem definida. Pois, há possibilidade 
de a pessoa contrair herpes no contato com alguém com as lesões ou sem lesões. 
Mas o principal alerta fica mesmo para a possibilidade de contaminação em 
uma relação na qual uma pessoa é portadora do vírus e não sente nada, e, portanto, 
está assintomática. Estes são os principais indivíduos da cadeia de propagação de 
uma virose. 
A transmissão por pessoas assintomáticas acontece porque, em muitos 
casos, apesar de a pessoa ter se contaminado pelo contato direto com o líquido das 
Tegumento 
Capsideo 
Ácido nucleico 
Envelope 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
vesículas, o vírus replica no seu local de entrada. O vírion e/ou o nucleocapsídeo 
são transportados por via nervosa e ficam escondidos, de modo latente. No período 
de latência, o vírus não é transmissível. Mas em alguns casos, as partículas virais 
começam a replicar. Os sintomas não aparecem, mas a transmissão pode 
acontecer. 
A infecção surge pelo aparecimento das lesões vesiculosas. Depois de 
alguns dias, estas se transformam em pequenas úlceras que surgem após ardência, 
prurido e dor. A FIGURA 13 apresenta algumas lesões típicas da manifestação 
clínica de infecção pelos herpesvírus 1 e 2. 
 
 
FIGURA 13 - FOTOS DE LESÕES POR INFECÇÃO COM O HSV 
 A B 
Em A, lesões vesículosas. Em B, lesões após o rompimento das vesículas. 
FONTE: Disponíveis em: <http://toqueginecologico.blogspot.com.br/2011/07/herpes-genital.html>. 
Acesso em: 18 ago. 2012. 
 
 
Apesar de, geralmente, o tipo 1 ser responsável por infecções na face e no 
tronco (acima da cintura), enquanto o tipo 2 está relacionado às infecções da região 
genital (ou abaixo da cintura), ambos os vírus podem infectar qualquer área da pele 
ou das mucosas. As manifestações clínicas irão depender principalmente das 
características do vírus, da imunidade do hospedeiro e até da genética. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
 
 
3.3.1 Primoinfecção 
 
 
Geralmente é assintomática. Porém, em alguns casos a infecção pode se 
manifestar de modo inespecífico. São comuns os casos que acontecem sem 
sintomas que caracterizem um quadro de herpes. Embora a replicação primária do 
vírus no sítio da infecção possa levar a doença grave e até a sequela do sistema 
nervoso central. Em geral, o vírus se estabelece de modo latente para o resto da 
vida do hospedeiro. Nos casos de reativação por qualquer causa, o vírus migra. A 
migração ocorre através do nervo periférico. Depois o vírus retorna à pele ou 
mucosa e produz a lesão do herpes simples recidivante. 
 
 
3.3.2 Herpes recidivante 
 
 
É aquela que ocorre após a infecção primária por HSV 1 ou 2. Nesta, os 
pacientes desenvolvem novos episódios nos primeiros 12 meses, por reativação. Há 
casos em que a recorrência das lesões está associada a alguns fatores, tais como: 
febre, exposição à radiação ultravioleta, estresse físico ou emocional, menstruação, 
imunodeficiência, traumatismos e até mesmo o uso prolongado de antibióticos. Em 
geral, o quadro clínico das recorrências é de intensidade menor do que aquele que 
ocorreu na primoinfecção. Entretanto, é normalmente precedido de período 
prodrômico característico, no qual ocorre aumento de sensibilidade, “queimação”, 
prurido, mialgias e “fisgadas” nas pernas, quadris e região anogenital. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
 
 
3.3.3 Gengivoestomatite herpética primária 
 
 
É a forma mais comum de infecção primária sintomática pelos vírus herpes. 
Frequente em crianças entre um ano e cinco anos, embora aconteça em 
adolescentes e adultos jovens. 
Inicialmente na mucosa afetada surgem vesículas que se rompem 
rapidamente e formam lesões pequenas e avermelhadas. Em seguida, há formação 
de úlceras de fundo amarelado com edema e eritema ao redor, com formação de dor 
local. Podem ocorrer sangramento e edemas na gengiva. 
O vírus parece permanecer latente a espera de condições que favoreçam 
nova manifestação. O período de duração da doença é de duas a três semanas. 
 
 
3.3.4 Herpes genital 
 
 
Em geral são infecções causadas pelo HSV 2. Mas também acontecem pelo 
HSV 1. É normal que nas infecções primárias aconteça formação de vesículas que 
persistem por até três semanas. Com excreção de grande quantidade de vírus. 
Podem acontecer febre, disúria, linfadenopatia inguinal e mal-estar. 
É importante que todos saibam que na presença de infecção ativa há maior 
probabilidade de transmitir o vírus. 
Nos homens, é comum a formação de vesículas na glande ou corpo do 
pênis. Além das nádegas, períneo ou coxas. Enquanto as complicações podem ser 
retenção urinária, neuralgia e até meningoencefalite. Lesões anais e perianais estão 
mais associadas a homossexuais masculinos. 
Em mulheres, as lesões frequentemente envolvem a vulva, períneo, vagina, 
nádegas, linfadenopatia e disúria com envolvimento da cérvice. As complicações 
são em geral meningite asséptica e retenção urinária. Muitas vezes, as lesões 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
cervicais do tipo cervicite herpética, frequentes na primoinfecção, acontecem em 
associação a corrimento genital aquoso. 
Na FIGURA 14, estão representadas algumas infecções pelos herpesvírus 
dos tipos HSV 1 e HSV 2. Observe que são todas visualmente semelhantes. 
 
 
FIGURA 14 - REPRESENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DE LESÃO GENITAL POR 
HERPESVIRUS 
 
 
FONTE: Disponíveis em: <http://toqueginecologico.blogspot.com.br/2011/07/herpes-genital.html>; 
<http://xega.org/xega/publicaciones/guia_de_sexo_mas_seguro/herpes_genital>; 
<http://www.urologiarecife.com.br/infeccoes_urologicas.php>; <http://www.herpes-
coldsores.com/std/genital_warts_pictures.htm>. 
Acesso em: 18 ago. 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
 
 
3.3.5 Herpes oral 
 
 
Quando ocorre em indivíduos adultos, surge faringite associada a uma 
síndrome semelhante à mononucleose. Caso que deve ser identificado por 
diagnóstico diferencial. Pode ser pelo HSV 1 ou HSV 2. Em geral, quando é pelo 
HSV 1 há comprometimento da orofaringe. O período de incubação é de dois a 12 
dias. As infecções podem ser assintomáticas. Mas podem surgir quadros 
combinados de febre, úlceras na garganta, lesões vesiculares e ulcerativas, 
gengivoestomatite, anorexia e/ou dor. 
 
 
3.3.6 Herpes labial 
 
 
Mais frequente na área de vermelhidão do lábio. Atinge também a região da 
pele próxima aos lábios. É o modo mais frequente de infecção pelo vírus herpes. 
Pode ser detectado em saliva e sangue de pacientes com infecções ativas. 
Vários fatores favorecem o surgimento: estresse, febre, trauma físico, luz 
ultravioleta, menstruação e imunossupressão. 
No período que antecede o aparecimento das lesões, denominado período 
prodrômico, ocorrem pontadas, prurido, ardência e eritema. Em seguida, as 
vesículas surgem múltiplas pequenas e eritematosas. Depoiscoalescem, se rompem 
e formam úlceras recobertas por crostas, que cicatrizam no período de 10 a 14 dias, 
sem deixar cicatriz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 
 
3.3.7 Herpes simples neonatal 
 
 
É a que ocorre quando a parturiente apresenta herpes genital com 
contaminação do neonato durante o parto. Normalmente ocorre intraútero, mas há 
casos de infecção periparto. Em geral, as infecções são pelo herpes simples tipo 2. 
A transmissão vertical é mais frequente na infecção primária do que na 
recorrente. O que pode ser explicado pela maior viremia na infecção primária. Pelo 
maior número de lesões. Além da ausência de proteção imunológica. Porém, o risco 
de infecção para o recém-nascido é maior quando a mãe apresenta infecção 
primária adquirida no 3º trimestre de gestação. No entanto, 5% dos recém-nascidos 
de mães imunossuprimidas com infecção recorrente desenvolvem a doença. 
A infecção do recém-nascido possui altas taxas de mortalidade e apresenta 
alta morbidade quando há acometimento do sistema nervoso central (SNC). A 
mucosa dos olhos e da boca ou a pele lesada podem ser portas de entrada do vírus. 
Em geral, as manifestações clínicas incluem lesões de pele e de mucosas. Podem 
ocorrer casos de encefalite, com ou sem acometimento epitelial. As infecções 
sistêmicas podem ter o acometimento de múltiplos órgãos: como o SNC, pulmão, 
fígado, adrenal e cutânea. As principais sequelas são devido ao acometimento do 
SNC. Principalmente com atraso do desenvolvimento, quadriplegia, microcefalia, 
cegueira e crises convulsivas. 
 
 
3.3.8 Ceratoconjuntivite herpética 
 
 
Em geral, é causada pelo HSV 1, mas em casos de comprometimento agudo 
da retina pode ser pelo HSV 2 com vesículas e erosões na conjuntiva e córnea. É a 
causa mais comum de cegueira em adultos. 
É comum em crianças recém-nascidas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
Está associada à conjuntivite unilateral ou bilateral. A recorrência geralmente 
é apenas em um olho. Há casos em que após a regressão, podem surgir as 
recidivas. Estas determinam ulcerações profundas, que eventualmente evoluem 
para cegueira. As lesões desaparecem em aproximadamente um mês. 
 
 
3.3.9 Panarício herpético 
 
 
É uma infecção recidivante pelo vírus herpes. Atinge os dedos das mãos e pés. 
Na primoinfecção, o quadro inicial é de vesículas que coalescem. O que 
pode levar a formação de uma única bolha, com adenopatia e, eventualmente, febre. 
Após a cura da primoinfecção, ocorrem recidivas locais. 
 
 
3.3.10 Doença neurológica 
 
 
É de ocorrência comum, pois, o vírus é neurotrópico. Podem ocasionar 
complicações do sistema nervoso central, como meningite, encefalite, radiculopatia 
e mielite transversa. 
Em adultos e crianças mais velhas os sintomas variam. Podem ocorrer 
desde encefalite focal com febre até alteração de consciência, desordem mental e 
alterações neurológicas. 
Conduz a uma elevada taxa de mortalidade em pessoas não tratadas. 
Podem ocorrer casos de meningite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
 
 
3.3.11 Herpes simples em imunodeprimidos 
 
 
É uma das complicações mais comuns na AIDS. O vírus herpes simples em 
latência surge, de modo frequente, em indivíduos com imunodepressão, leucemia e 
mieloma, além daqueles que se submeteram a transplantes ou que apresentam 
doenças crônicas. Em muitos casos, pode levar ao desenvolvimento de encefalite. 
Resumindo, normalmente as infecções genitais pelos herpesvírus ocorrem 
pelo HSV-2. Porém, atualmente tem sido observada a existência de novos casos 
de infecções genitais com envolvimento do HSV-1. Pois, os indivíduos que 
possuem anticorpos para o HSV-1 podem infectar-se com HSV-2, e vice-versa. 
Observa-se, porém, que os casos de infecções com HSV-1 na região genital são 
menos severos, menos frequentes e em geral não causam recorrência. Casos de 
infecções orais com HSV-2 também podem ocorrer, e geralmente são 
acompanhadas de lesões genitais. Porém, o HSV-2 é transmitido quase sempre 
por via sexual. Desta forma, é comum que este tipo de infecção aconteça em 
indivíduos adultos, devido à prática sexual. 
Outro fato de importância que merece destaque é que, em geral, as 
infecções primárias são mais graves. Especialmente nos casos de infecção 
neonatal. A duração da doença é de aproximadamente duas semanas. São 
infecções mais frequentes em mulheres do que em homens. As manifestações de 
febre, disúria e mal-estar, também são mais frequentes em mulheres do que em 
homens. Além disso, as complicações mais comuns destas infecções incluem 
meningite asséptica e lesões extragenitais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
 
 
3.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 
 
O diagnóstico das infecções pelos herpesvírus é feito pela associação das 
características clínicas com os exames de laboratório. O diagnóstico laboratorial 
para as infecções dos HSV tem aplicação complementar para as manifestações 
comuns causadas pelo vírus. A importância dos testes laboratoriais está nas 
pessoas que possuem algum tipo de imunossupressão, sujeitas a transplante, 
gestantes, recém-nascidas e em suspeita de encefalite. 
Há necessidade da realização de um diagnóstico diferencial. Pois este 
afasta a possibilidade de outras doenças que causam lesões semelhantes na área 
genital. Apesar de ser comum a presença de outra DST. 
O diagnóstico laboratorial das infecções pelos herpesvírus pode ser 
realizado de várias formas. Os laboratórios atuais fazem uso do citodiagnóstico, da 
sorologia e dos testes moleculares. 
Clinicamente, o diagnóstico deve incluir toda a região genital, perigenital e 
perianal do indivíduo. A pesquisa deve ser feita pela observação de lesões 
características. Estas podem estar presentes em diferentes fases evolutivas, como 
máculas eritematosas e vesículas agrupadas, erosões, crosta e reparação. 
As vesículas agrupadas, inicialmente de conteúdo claro, podem não se 
apresentar íntegras. Pode haver associação com infecção bacteriana, principal 
complicação local do herpes genital. 
A extensão e gravidade das lesões estão diretamente relacionadas ao 
inóculo viral, imunidade do hospedeiro e predisposição genética. Podem existir 
manifestações sistêmicas graves. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
 
 
3.4.1 Isolamento do vírus 
 
 
É um método lento e trabalhoso. Mas que sempre apresenta boa 
sensibilidade. Ainda é considerado o diagnóstico laboratorial de eleição. 
Baseia-se na observação do efeito citopático do vírus com o auxílio do 
microscópio óptico. As células infectadas são visualizadas pela formação do que se 
chama efeito citopatogênico (CPE). Aqui, o efeito é de degeneração balonizante. 
Uma característica de infecção por herpesvírus. 
Para visualização do efeito utiliza-se o citodiagnóstico de Tzank. A coleta de 
material é realizada com o auxílio de um swab. Para retirada de material do interior 
das vesículas íntegras. Em seguida, o material é corado pelo método de Giemsa. À 
microscopia são vistas células epiteliais gigantes multinucleadas com inclusões 
intracelulares. 
Veja na FIGURA 15 cultura de células com diagnóstico positivo para 
infecção por herpesvirus. 
 
 
FIGURA 15 - OBSERVAÇÃO DE CULTURA DE CÉLULAS COM INFECÇÃO 
POR HERPESVÍRUS 
A B 
Em A, coloração de Tzank, que mostra a presença de degeneração balonizante, efeito citopático dos 
herpesvírus: Em B, imunofluorescência com demonstração de antígenos de HSV. 
FONTE: Disponíveis em: 
<http://www.medicalservices.com.br/representanteonline/pdf/Segredos%20em%20PED%20Doencas
%20Infecciosas.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2012. PEREIRA, SRFG et al. An Immunofluorescence test 
for diagnosis of ophtalmic herpes in a mouse corneal model, 2007. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
O líquido das vesículas pode também ser visualizado por imunofluorescência 
para detecção de antígenos específicos do HSV. Diretamenteou após inoculação em 
cultura de células. Nesse caso, utiliza-se a imunofluorescência direta. A qual é 
utilizada para confirmação e sorotipagem do HSV proveniente de isolamento do vírus 
em cultura de células. Observe a imagem da imunofluorescência na FIGURA 15B. 
 
 
3.4.2 Diagnóstico sorológico 
 
 
Os testes sorológicos são principalmente indicados nos casos em que uma 
pessoa é infectada, mas não se observa a presença clínica de lesões 
características. Devem ser realizados entre a 12ª e 16ª semana após a exposição 
ao vírus. 
Os testes podem ser realizados de modo separado ou em conjunto, para os 
HSV 1 e HSV 2. Os métodos realizam pesquisa de anticorpos do tipo IgM e IgG. 
Normalmente, são utilizados Western blotting, imunofluorescência, ELISA e 
immunoblot. 
O diagnóstico sorológico apresenta interpretações diferenciadas para as 
diversas fases da vida. Assim, nas duas primeiras semanas de vida a presença 
de anticorpos do tipo IgM estabelece o diagnóstico de infecção congênita. No 
caso de infecção neonatal, os anticorpos são detectados de duas a quatro 
semanas após a infecção. 
Em outras fases da vida, a detecção de IgM pode estar presente ou não nas 
recorrências. A IgM servirá como indicativo de infecção aguda. As infecções 
recorrentes devem ser confirmadas pela presença de IgG. 
Porém, em caso de quadro clínico sugestivo da infecção por herpesvírus, o 
recomendável é a realização de sorologia pareada. Na qual é feita a coleta de duas 
amostras de soro. A primeira na fase aguda da infecção. Enquanto a segunda 
deverá ser realizada no intervalo de 15 dias, a fase convalescente da doença. O 
resultado é dado pela observação de conversão sorológica, ou seja, um aumento 
de quatro vezes no título do soro da fase convalescente em relação ao soro da 
fase aguda. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
A realização da sorologia no diagnóstico dos herpesvírus é de enorme 
importância. Sendo fundamental no caso de mulheres que possuem intenção de 
engravidar, no tratamento de pessoas que apresentam úlceras genitais recorrentes, 
mas que apresentam diagnóstico negativo em cultura, em estudos epidemiológicos 
(para observação da presença de anticorpos nas populações), no monitoramento 
dos níveis de anticorpos específicos (de pessoas que trabalham em laboratórios de 
diagnóstico ou de pesquisa). Além do enorme valor para a identificação de sorotipo 
em infecções primárias. 
Sendo assim, essas técnicas sorológicas, por oferecer detecção de 
anticorpos, garantem vantagens adicionais no diagnóstico. Especialmente por 
apresentar alta sensibilidade e rapidez na detecção desses vírus. O que é de 
importância fundamental nos casos graves e sistêmicos da infecção. 
 
 
3.4.3 Diagnóstico molecular 
 
 
A reação em cadeia da polimerase (PCR) é o método mais utilizado, pois é 
altamente sensível na detecção dos herpesvírus. Pode ser usado nos casos de 
pacientes sintomáticos ou até mesmo assintomáticos. Entretanto, o teste oferece 
grande possibilidade de contaminação. Sendo assim, requer pessoal técnico bem 
treinado para utilização em rotina. A maior desvantagem do teste reside no alto 
custo e na necessidade de laboratório especializado. 
O uso da PCR é necessário em diversos casos. Na encefalite herpética é 
considerado método "padrão-ouro". Sendo recomendado para uso no diagnóstico. 
Pois apresenta grande sensibilidade em detectar o DNA do HSV no liquor. 
Recomendado também nos casos de síndromes neurológicas associadas a 
pacientes com AIDS ou nos pacientes com meningites recorrentes. Há 
recomendações de uso também em casos de suspeita de herpes neonatal e em 
presença de lesões cutâneas de etiologia indefinida ou duração prolongada. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
 
 
3.4.4 Diagnóstico diferencial 
 
 
O diagnóstico diferencial como o próprio nome diz, tem o valor diferencial. 
Este inclui várias doenças que apresentam lesões dolorosas e/ou ulceradas na 
região anogenital. O maior destaque é para o diagnóstico da sífilis precoce, uma 
doença que cursa com úlceras e adenomegalias, normalmente indolores. Em alguns 
casos, a candidíase também pode apresentar fissuras recorrentes que chegam a ser 
dolorosas. Porém, não há formação de vesículas e o corrimento vaginal é comum. 
De qualquer forma, a presença de coinfecção com o HSV é uma 
possibilidade para qualquer uma das infecções do trato genital. Outras causas, não 
associadas à transmissão sexual, são menos prováveis, mas também devem ser 
avaliadas. 
Em laboratórios de análise clínica existe o exame específico para o 
diagnóstico diferencial. Reconhecido como TORCH, o exame serve como triagem 
para detecção da presença de qualquer um dos anticorpos para várias destas 
infecções. O nome é dado pela letra inicial de cada infecção para a qual é oferecido 
o diagnóstico: toxoplasmose, outras (sífilis e varicela zoster), rubéola, 
citomegalovírus, herpes simples e HIV. 
Este tipo de diagnóstico deve ser indicado em todos os casos de adultos 
jovens, mulheres grávidas ou pacientes imunocomprometidos. Pacientes que devem 
receber tratamento imediato para qualquer uma destas infecções. Pois, nestes 
casos, a ausência de tratamento oferece risco à vida, para eles mesmos ou para 
outros, como é o caso das grávidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
 
 
3.5 EPIDEMIOLOGIA 
 
 
As infecções pelos herpesvírus ocorrem em todo o mundo. Sua 
disseminação na natureza pode ser observada nos mais diversos grupos humanos. 
É uma infecção de caráter comum. Que está presente nos países industrializados e 
naqueles em desenvolvimento. 
A doença causada pelo herpes genital é do tipo infectocontagiosa. Há 
possibilidade do acontecimento de recidivas. Entretanto, existem duas cepas 
diferentes do vírus herpes simples, tipo 1 e tipo 2. Ambas relacionadas com a 
doença. Sabe-se, porém, que a grande maioria dos casos tem como etiologia o 
HSV-2. Mas, a prevalência do HSV 1 tem se mostrado em elevação. Merecendo 
destaque para os jovens e para a prática de sexo oral. Os casos de superinfecção 
pelos HSV 1 e HSV 2 também já foram mencionados. Entretanto, tem sido 
observado que a maioria das pessoas que demonstram sorologia positiva para 
herpes genital desconhecem possuir o vírus. 
O estudo epidemiológico das doenças relacionadas com o herpes genital é 
dificultado. Pois existem as formas assintomáticas ou de sintomas inespecíficos. O 
que acaba por subestimar o número total de acometidos pela infecção. 
A doença apresenta distribuição universal. A detecção de anticorpos 
circulantes contra o HSV 1 está entre 50% e 90% na população de adultos e, para o 
HSV 2, está entre 20% e 30%. No Brasil, os dados reais destas infecções não são 
demonstrados. Porém, a literatura internacional observa que há aumento contínuo. 
A capacidade de latência dos HSVs no tecido nervoso e gânglios sensitivos 
é a sua principal característica biológica do grupo. Pois, é esta que transforma seu 
portador em um potencial propagador da infecção. Tanto em viremia como em 
períodos de reativação da doença. 
Estudos mostram que a infecção pelo HSV 2 é mais prevalente entre as 
mulheres. O que pode ser justificado pelas diferenças anatômicas entre os sexos. 
Determinando favorecimento da infecção feminina. Outra justificativa deve-se à 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
tendência atual dos relacionamentos de mulheres jovens com homens mais velhos, 
população cuja prevalência do herpesvírus é maior. 
Outros estudos mostram que há maior probabilidade de transmissão de 
herpesvírus do homem para a mulher, quando se compara com a transmissão da 
mulher para o homem. 
Nos países em desenvolvimento, a soroconversão para o HSV 1 ocorre na 
primeira infância. Já nos países desenvolvidos, essa soroconversão acontece na 
adolescência. Quanto aos dados do HSV 2, os fatores determinantes da 
soroconversão estão relacionados ao início precoce da vida sexual,à quantidade de 
parceiros e à promiscuidade. 
Em relação à idade, nos EUA foi realizado um estudo que demonstrou que 
aproximadamente 45 milhões de americanos com mais de 12 anos são soropositivos 
para o HSV 2. 
Grande número das infecções neonatais ocorre de mães que não possuem 
histórico de doença prévia e não fazem acompanhamento médico pré-natal. O que 
aumenta o número de casos de neonatos com infecção primária, ativa ou subclínica 
no periparto – devido à liberação do vírus através do canal do parto. 
Pesquisas apontam atualmente que uma infecção prévia pelo HSV 1 atua 
como fator de proteção. Talvez, devido à imunidade cruzada. 
O estudo da epidemiologia e o impacto das doenças sexualmente 
transmissíveis nas populações poderão impulsionar o interesse governamental, e a 
distribuição de recursos. De modo que proporcionem mudanças de comportamento 
entre os indivíduos. 
 
 
4. CITOMEGALOVÍRUS 
 
 
Os citomegalovírus estão presentes em todas as regiões do mundo em que 
foram pesquisados. Sua prevalência varia de acordo com as condições 
socioeconômicas locais. São vírus espécie-específicos. Sua infecção é comum, e 
ocorre na maioria da população. Entretanto, quanto à doença propriamente dita, que 
acontece devido à infecção, esta é relativamente rara. Sabe-se, porém, que ocorre 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
em cerca de 1% de todos os recém-nascidos, nos quais 10% são sintomáticos ao 
nascimento. São vírus também reconhecidos como HCMV, citomegalovírus humano 
ou herpesvírus humano do tipo 5 (HHV-5). 
 
 
4.1 HISTÓRICO DO CITOMEGALOVÍRUS 
 
 
A primeira descrição de inclusão citomegálica foi apresentada por Ribbert, 
em 1881 (observe a FIGURA 16), ao comprovar a presença de células citomegálicas 
em rins de uma criança com sífilis congênita. Enquanto a etiologia viral para a 
citomegalia só veio a ser proposta em 1921, ano em que recebeu a denominação de 
Doença de Inclusão Citomegálica. A seguir, uma imagem de células apresentando 
citomegalia. 
 
 
FIGURA 16 - FOTO DE RIBBERT E MICROSCOPIA DE INCLUSÃO 
CITOMEGÁLICA 
 A B 
Em A, foto de Hugo Ribbert, primeiro cientista a observar células citomegálicas. Em B, célula 
citomegálica com núcleo excêntrico (seta), circundado por halo claro e apresentando inclusão nuclear. 
FONTE: Disponíveis em: <http://appserv5.phheidelberg.de/onlinelex/index.php?id=722>. 
Acesso em: 1 Ago. 2012. E Rev. Saúde, 2011. 
 
 
Entretanto, apenas no início do último século, Josionek e Kiolemenoglou 
descreveram a partícula viral. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
 
 
4.2 CLASSIFICAÇÃO 
 
 
Os citomegalovírus humanos ou animais pertencem à família Herpesviridae, 
subfamília Betaherpesvirinae, gênero Citomegalovirus. 
O vírion do HCMV, citomegalovírus humano, mede cerca de 110 nm de 
diâmetro. São vírus de morfologia complexa, semelhante aos outros membros da 
família dos herpesvírus. Possuem capsídeo de formato icosaédrico composto por 
162 capsômeros. O ácido nucleico do tipo DNA linear de fita dupla. A partícula viral 
completa é cercada por um envelope glicolipídico, do qual partem espículas de 
glicoproteínas. Entre o envelope e o capsídeo, possuem um tegumento formado de 
proteínas. Observe a seguir na FIGURA 17 o esquema da partícula completa do 
HCMV. 
 
 
FIGURA 17 - ESQUEMA DO CITOMEGALOVÍRUS E SUAS ESTRUTURAS 
 
FONTE: Disponível em: <http://en.citizendium.org/wiki/File:CMV_structure.jpg>. 
Acesso em 28 ago. 2012. 
 
 
CAPSÍDEO ICOSAEDRICO 
DNA VIRAL 
GLICOPROTEÍNA 
MEMBRANA 
TEGUMENTO 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
 
 
4.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
 
O HCMV acomete, principalmente, indivíduos entre 15 e 25 anos de idade. 
Geralmente, de modo assintomático. Porém, há forma sintomática em indivíduos 
imunocompetentes, o quadro é semelhante ao de mononucleose. A sintomatologia 
comum é de febre, linfadenopatia, alterações hematológicas do tipo leucopenia e 
trombocitopenia. Podem ocorrer também sinais e sintomas hepáticos, neurológicos, 
pulmonares ou gastrintestinais, além de erupção cutânea e comprometimento da 
orofaringe – sob a forma de faringoamigdalite exsudativa. 
Sua transmissão pode ocorrer pela via transplacentária, oral, respiratória ou 
sexual. Além de ser possível também a transmissão por meio do aleitamento, 
transplante de órgãos e transfusão sanguínea. 
A seguir, são apresentadas as infecções mais comumente encontradas nas 
diversas populações, infecção em imunocompetentes, imunoincompetentes, além 
das infecções congênitas e perinatais. 
 
 
4.3.1 Infecção em imunocompetentes 
 
 
A citomegalovirose é uma DST. A concentração de vírus no sêmen é maior 
do que a observada em outras secreções orgânicas. Em geral, as infecções são 
mais prevalentes em indivíduos de nível socioeconômico mais baixo. Os quais vivem 
em condições de aglomeração. 
Em adultos, as infecções são geralmente assintomáticas. Entretanto, 
existem os casos momonucleose-like. Nos quais a sintomatologia é semelhante à 
observada nas infecções pelo vírus Epstein Bar (EBV). Sem os quadros graves de 
aringite e linfadenopatia. 
A infecção promove linfocitose atípica – aumento das células T. De modo 
semelhante a das infecções pelo EBV. Porém, não há anticorpos heterofilos. Os 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
chamados anticorpos de Paul Bunnel, característicos da infecção por EBV. Sendo 
assim, há de se suspeitar de infecção por HCMV nos casos em que o indivíduo 
apresenta quadro de mononucleose heterofilo negativa. Além dos quadros de 
hepatite que apresentam negatividade para os vírus A, B e C. Outros sintomas 
são febre durante mais de dez dias, mal-estar, mialgia, fadiga e dor de cabeça. 
Alguns pacientes apresentam hepatoesplenomegalia e exantema. As 
complicações são raras. 
 
 
4.3.2 Infecção em imunoincompetentes 
 
 
As manifestações mais importantes são as doenças do SNC, especialmente 
encefalite, síndrome de Gillain-Barre e mielite transversa. Pneumonia intersticial, 
artrite, cardite, coriorretinite e hepatite também são comuns. 
Nos casos de AIDS, o HCMV pode provocar doença disseminada. 
Especialmente quando a contagem de linfócitos TCD
4 se apresenta abaixo de 50 
células/mm3. Nos quais a retinite e a enterite são as mais frequentes. 
Em transplantados, a infecção em geral oferece grande complicação. Devido 
à utilização de fármacos imunossupressores. A infecção primária é mais grave do 
que a reativação ou reinfecção. Embora, haja diferença de acordo com o órgão 
transplantado e o grau de imunossupressão. 
Indivíduos portadores de neoplasias também representam um grupo de alto 
risco para infecções mais graves. 
 
 
3.4.3 Infecção congênita 
 
 
O HCMV é a principal causa de infecção congênita, em todo o mundo. O 
valor está acima de 2% dos nascidos vivos em todo o mundo. Nas diferentes classes 
socioeconômicas. A alta incidência se deve ao fato de que a transmissão materno-
fetal pode ocorrer após a infecção primária ou recorrente. Entretanto, após a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
infecção recorrente a probabilidade é muito menor. Em uma taxa abaixo de 1%. 
Enquanto devido à infecção primária chega a 39% em grupos sociais mais elevados. 
Os anticorpos maternos reduzem as possibilidades de infecção, mas não evitam a 
transmissão para o feto e a probabilidade de sequelas. 
Menos de 10% dos recém-nascidos infectados desenvolvem sintomas de 
doença no período neonatal. Porém, o índice de mortalidade entre aqueles afetados 
de modo grave pode atingir 30%. 
Clinicamente, icterícia e hepatoesplenomegalia são os sinais mais 
frequentes. Sinais não específicos como microcefalia, hipotonia, convulsões, 
espasticidade e hemiparesia também são observados. 
As sequelas mais frequentes são surdez neurossensorial, alterações 
oculares do tipo coriorretinite, estrabismo, retinite pigmentar e atrofia óptica. 
Laboratorialmente, os exames de imagem podem mostrar calcificações 
cerebrais,dilatação ventricular ou anomalias da substância branca. Pode ocorrer 
elevação de transaminases, trombocitopenia, hiperbilirrubinemia e anemia 
hemolítica. 
Porém, em cerca de 90% dos casos, os recém-nascidos permanecem 
assintomáticos no período neonatal. Um risco de 10% a 15% das manifestações 
tardias da doença persiste. Nos três primeiros anos de vida podem surgir algumas 
manifestações. Surdez, corio retinite, atraso no desenvolvimento psicomotor, 
convulsões e atrofia do nervo óptico são os achados mais frequentes. 
A infecção pode ser transmitida também após o parto. Pela amamentação 
ou até mesmo pela saliva. Nos três primeiros meses de gravidez a infecção é 
potencialmente teratogênica. 
 
 
3.4.4 Infecção perinatal 
 
 
É resultante da exposição da criança à secreção cervical durante o trabalho 
de parto ou ao leite materno nas primeiras três semanas de vida. São, em geral, 
assintomáticas. O período de incubação varia de acordo com o momento da 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
infecção. Se esta ocorreu durante o trabalho de parto ou no aleitamento a excreção 
prolongada do vírus pode ocorrer, semelhante ao que ocorre na infecção congênita. 
O conhecimento da frequência das infecções perinatais é de grande 
importância. Pois, crianças infectadas são importante fonte de contaminação para 
outras crianças e mulheres soronegativas. 
A soropositividade materna é a principal fonte de infecção perinatal. Por 
meio do aleitamento, secreções cervicais, saliva e/ou urina. Mas a infecção por 
transfusão sanguínea também acontece. 
As manifestações clínicas mais frequentes são pneumonia e hepatite. 
 
 
4.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 
 
Antigamente, o diagnóstico das infecções pelo HCMV era baseado apenas 
em dados clínicos. Nos dias atuais, há uma grande variedade de técnicas 
laboratoriais. De tal maneira que, os diagnósticos são baseados em resultados 
clínicos e imunológicos. Aqui, vamos tentar abordar a maioria dos métodos utilizados 
para detecção do CMV em análises clínicas. 
O exame laboratorial das citomegaloviroses é de grande utilidade não só 
para confirmar uma infecção, ou uma suspeita clínica. São úteis também para 
identificar o tipo de agente causal e fase da doença. Além de esclarecerem 
infecções com sintomas e sinais clínicos confundíveis, como hepatites e HCMV. 
Em pacientes imunocompetentes, quando há suspeita de HCMV, devem-se 
realizar os testes para as hepatites virais A, B, e C. Além da comprovação de 
negatividade para anticorpos heterófilos, característicos de mononucleose por EBV. 
Enquanto em pacientes imunoincompetentes, o diagnóstico é dificultado. Pois, 
além de detectar o vírus, é necessário comprovar que ele é o causador da doença. 
As técnicas de resultado mais rápido e de baixo custo são as preferidas 
pelos laboratórios atuais. Nestes, são utilizados métodos de diagnóstico direto ou 
indireto. Os métodos indiretos mais utilizados são a histologia e a sorologia. 
Enquanto os diretos são a microscopia eletrônica e os que utilizam a biologia 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
molecular. Observe no QUADRO 3 um pequeno resumo dos testes de laboratório 
utilizados no diagnóstico do CMV na prática clínica. 
 
 
QUADRO 3 - RESUMO DAS TÉCNICAS UTILIZADAS NO DIAGNÓSTICO 
LABORATORIAL DO CMV 
CARACTERÍSTICA DIAGNÓSTICO TÉCNICA FUNDAMENTO 
 
INDIRETO 
 
CÉLULAR 
Histologia Presença de inclusões observadas através de 
colorações 
 
SOROLÓGICO 
Elisa 
Imunofluorescência 
Imunoperoxidase 
Presença de antígenos virais ou anticorpos 
(de fase aguda ou convalescente) no soro 
 
DIRETO 
MICROSCÓPICO Óptica 
Eletrônica 
Alterações morfológicas e presença da 
partícula viral (ME) 
BIOLOGIA 
MOLECULAR 
Captura híbrida 
PCR 
Hibridização 
Amplificação 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
4.4.1 Histopatologia 
 
 
A histopatologia é a análise microscópica de tecidos que são removidos de 
pacientes quando é realizada uma biópsia. A infecção pelo HCMV pode ser 
facilmente observada com a utilização de técnicas de coloração, como hematoxilina-
eosina (HE) ou papanicolau. O exame revela a presença de células infectadas em 
qualquer tecido corporal, no sedimento urinário, lavado gástrico e broncoalveolar e 
outros materiais. 
Histologicamente, a infecção pelo HCMV é comprovada pela presença de 
células citomegálicas com um denso corpúsculo de inclusão intranuclear basofílico e 
central em olho de coruja ou owl’s eye. Um método altamente específico para 
determinação do envolvimento do HCMV no tecido pesquisado. 
As grandes vantagens desta técnica são simplicidade, rapidez, baixo custo e 
possibilidade de execução em qualquer laboratório. Porém, há grande incidência de 
falsos resultados negativos e por isso deve ser complementada com técnicas mais 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
sensíveis. Observe na FIGURA 18 as imagens de lâminas de tecidos com 
características típicas de infecção por citomegalovírus. 
 
 
FIGURA 18 - IMAGEM DE LÂMINAS COM INCLUSÃO CARACTERÍSTICA DE CMV 
 A B 
Em A, imagem de citomegalia. Em B, imagem de corpúsculo de inclusão do tipo olho de coruja. 
FONTE: Disponível em: <http://anatpat.unicamp.br/lamresp17.html>. Acesso em: 1 ago. 2012. 
 
 
4.4.2 Sorologia 
 
 
Os métodos que utilizam a sorologia para comprovar infecção por 
citomegalovírus apresentam enorme valor. Pois demonstram a presença de 
anticorpos IgM ou IgG contra o HCMV no soro de pacientes. O que é de grande 
importância no diagnóstico em Virologia, pois, diferencia infecções agudas de 
infecções crônicas. 
Além disso, a realização do diagnóstico do HCMV com a utilização da 
sorologia pode também comprovar a existência da conversão sorológica. O que irá 
determinar a formação de anticorpos para a infecção em questão. Para tal, é 
necessária a investigação no soro do paciente em dois momentos, com um intervalo 
de pelo menos 10 a 12 dias entre as duas coletas. Sendo, portanto, um 
representante da fase aguda da doença e o outro da fase convalescente. Um 
aumento de pelo menos quatro vezes no título de anticorpos específicos entre essas 
duas fases, indica que a infecção ocorreu com o agente pesquisado. 
O antígeno do HCMV pode ser detectado já a partir da 4a semana pós-
infecção, ainda no período de incubação. Na fase aguda, o vírus pode ser 
identificado em diferentes secreções corporais. Os anticorpos da classe IgM 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
aparecem logo no início da fase aguda. Enquanto os da classe IgG, uma semana 
mais tarde. 
É válido ressaltar que a resposta imunológica contra o HCMV envolve a 
síntese de anticorpos da classe IgM, algumas semanas após a infecção. Em 
seguida, ocorre a síntese de anticorpos da classe IgG. Entretanto, em geral, os 
níveis de IgM anti-HCMV aumentam por algumas semanas. E, a sua redução 
acontece lentamente no decorrer de quatro a seis meses. Pesquisadores admitem 
ainda a possibilidade da permanência de IgM na circulação durante anos. 
O grande valor clínico dos testes sorológicos ocorre em pessoas doadoras 
de sangue e órgãos e na avaliação pré-transplante de possíveis receptores. Pois 
em caso de positividade há indicação do Ministério da Saúde para o descarte 
desse material. 
Porém, a utilização dos métodos sorológicos admite algumas limitações de 
interesse. Pacientes imunossuprimidos podem apresentar infecção grave. Em 
acordo com o grau de imunossupressão, podem resultar em diagnósticos falso-
negativos. Em muitos casos, há necessidade de acompanhamento com repetição 
periódica. Devido à impossibilidade de detecção precoce para definição diagnóstica. 
Os testes sorológicos utilizados para pesquisa de infecção por HCMV são a 
antigenemia (imunofluorescência indireta ou imunoperoxidase), ELISA e 
radioimunoensaio. 
O teste de ELISA é o mais utilizado na grande maioria dos laboratórios de 
análises clínicas. Sendo realizado para determinação dos níveis de anticorpos 
específicosIgM e IgG. Anticorpos que indicam a presença de infecção aguda e 
crônica, respectivamente. 
Além destes, embora o teste de avidez esteja em uso no diagnóstico de 
numerosas doenças infecciosas, atualmente, a sua maior aplicação é no diagnóstico 
da toxoplasmose, rubéola e citomegalovirose, principalmente em gestantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
 
 
4.4.2.1 Teste de elisa 
 
 
O enzyme linked immunosorbent assay, reconhecido por ELISA, é um teste 
utilizado para pesquisa de anticorpos ou antígenos, no qual são utilizados anticorpos 
ligados a enzimas. A alteração de cor produzida pela atuação da enzima sobre seu 
substrato irá determinar o resultado. 
O teste pode ocorrer de modo qualitativo (quando o diagnóstico é dado 
apenas pela observação da mudança de cor) ou por avaliação quantitativa (quando 
é realizado com o auxílio de um espectrofotômetro). 
Os anticorpos para o HCMV são detectados logo após o aparecimento dos 
primeiros sintomas clínicos. Primeiro, surgem altos títulos de anticorpos IgM. 
Enquanto os anticorpos IgG são detectáveis em altos níveis entre duas e três 
semanas e permanecem detectáveis ao longo da vida. Contudo, anticorpos IgM 
desaparecem entre 6 a 12 semanas após a infecção. 
Em pacientes transplantados, títulos de IgM podem ser detectados a até dois 
anos ou mais. Em reativações aumentam os níveis de anticorpos IgG, e 
frequentemente anticorpos IgM são detectados. 
Em alguns casos, um resultado positivo para IgM é consequência de 
resposta imune heterotípica para uma infecção com Toxoplasma gondii. EBV, 
caxumba, Chlamydia ou Legionella pneumophila. 
Sendo assim, os resultados obtidos com esses testes podem causar alguma 
confusão. E, portanto, devem ser vistos com muita cautela. Em geral, a utilização de 
apenas uma amostra de soro é de pouca eficiência. Nestes casos, o diagnóstico 
sorológico deve ser aliado à história do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
 
 
QUADRO 4 - RESULTADOS CONFLITANTES NO DIAGNÓSTICO DO HCMV 
PELO TESTE DE ELISA 
RESULTADOS POUCO CONCLUSIVOS NO ELISA PARA CITOMEGALOVÍRUS 
IgG negativo – em geral, indica que a imunidade não foi adquirida; mas não exclui uma 
infecção aguda, a menos que o teste de IgM também seja negativo. 
IgM positivo – em geral, indica infecção recente ou infecção secundária, por reativação 
do vírus latente ou reinfecção. 
IgM negativo – não indica que uma infecção aguda deve ser descartada; podemos estar 
diante de uma infecção em estágio inicial, quando o paciente ainda não foi 
capaz de sintetizar IgM específica para o HCMV, ou, ainda, quando o 
paciente se apresenta imunocomprometido. 
FONTE: Arquivo pessoal do autor. 
 
 
O que nos permite concluir que a coleta de amostras de soro em duas fases 
da infecção é de grande importância. Observe no QUADRO 4 os exemplos de 
resultados pouco conclusivos no ELISA para citomegalovírus. 
Em resumo, é sempre bom lembrar que o diagnóstico eficiente de infecção 
para HCMV em apenas uma amostra de soro pode ser realizado. Mas, neste caso, 
há necessidade do conhecimento da história prévia do paciente. Pois os níveis 
gerais de exposição da população ao citomegalovírus são bastante altos. Um 
resultado de maior confiança é dado quando o diagnóstico é realizado com amostras 
pareadas de soro do paciente. Uma coleta na fase aguda de doença e outra em fase 
convalescente. Para melhor entender, a primeira coleta deve ocorrer na fase inicial 
dos sintomas, ou primeiro dia. Enquanto a segunda deve acontecer duas semanas 
após, ou em até no máximo quatro semanas. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
 
 
4.4.2.2 Diagnóstico diferencial 
 
 
Para o HCMV, há ainda o chamado diagnóstico diferencial. Um ensaio que 
também faz uso da sorologia. Deve ser realizado sempre que pacientes apresentam 
sintomas da infecção. Como o próprio nome diz, o exame deve ser solicitado pelo 
médico do paciente para diferenciar. 
O exame permite ao médico afastar a possibilidade de o paciente possuir 
outras doenças que apresentam sintomas semelhantes ao da citomegalovirose. 
Mas, não podem ser tratados como se estivessem com HCMV, antes da sua 
comprovação. Algumas destas doenças são de causa viral. Enquanto outras, apesar 
de possuírem sintomas parecidos, são de causa não viral. 
As doenças conhecidas que apresentam sintomas parecidos com o HCMV 
são muitas. Entre as que são produzidas por vírus estão AIDS, mononucleose 
infecciosa e hepatites A, B, ou C. Respectivamente induzidas pelos vírus da 
imunodeficiência humana, Epstein Barr e das hepatites A, B, e C. Enquanto a 
toxoplasmose, que também apresenta os mesmos sintomas, é induzida pelo 
protozoário Toxoplasma gondii. 
Em laboratórios de análise clínica existe um exame específico para o 
diagnóstico destas doenças. Este é reconhecido como TORCH. O exame serve 
como triagem para detecção da presença de qualquer um dos anticorpos para estas 
infecções. O exame é denominado pela representação da letra inicial de cada 
infecção. toxoplasmose, outras (pelos vírus da hepatite B, EBV e varicela zoster), 
rubéola, citomegalovírus, herpes simples e HIV. 
Este tipo de diagnóstico deve ser solicitado nos casos de adultos jovens, 
mulheres grávidas ou pacientes imunocomprometidos. Sempre que estes 
apresentam sintomas de gripe ou outros que possam sugerir uma infecção por 
HCMV. 
Geralmente em pessoas saudáveis, a infecção por HCMV ocorre sem que 
seja percebida ou envolve uma soroconversão leve. Mas, em alguns casos, pode 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
haver o desenvolvimento de sintomas mais visíveis, como hepatite leve ou mesmo 
febre prolongada. 
No caso de pessoas com imunodeficiência em consequência da AIDS, a 
correlação da doença com a quantificação da carga viral no sangue facilita o 
diagnóstico. 
Em grávidas estes testes devem ser realizados no primeiro trimestre de 
gravidez, devido à possibilidade de comprometimento do feto. As formas mais 
graves destas doenças no recém-nascido ocorrem no período inicial da gravidez. 
Aumentando o risco de abortos espontâneos, morte fetal, prematuridade, retardo no 
crescimento fetal e baixo peso. 
A orientação e triagem antes e durante a gravidez desempenham um 
importante papel na prevenção de infecções por transmissão vertical. A infecção 
primária de mulheres grávidas pode levar a sérias consequências. Estas 
representam perigo de alto grau devido ao curso clínico suave da doença. 
O diagnóstico da infecção congênita em geral é feito pela detecção de 
virúria, presença de vírus na urina, nas três primeiras semanas de vida. A técnica de 
PCR é uma forma eficiente para demonstrar a presença do DNA viral no sangue. 
Porém, o “Guthrie card”, também conhecido como Teste do Pezinho, é o método 
mais utilizado. A sorologia torna-se eficiente para acompanhamento de infecção 
congênita inaparente. 
Os recém-nascidos também devem ser testados para os organismos 
TORCH específicos. Nestes casos, a indicação deve ser baseada na história clínica 
da gestante. A infecção congênita pelo HCMV deve ser diferenciada destas doenças 
infecciosas que podem causar doença em grávidas. Além de causar defeitos 
congênitos em seus recém-nascidos. Há recomendações específicas de uso. Apesar 
do conhecimento da existência de complicações mais tardias da doença. Em geral, 
as crianças sobrevivem com tratamento específico. Mas, existem casos em que o 
resultado pode ser fatal. 
O momento da liberação do resultado deve ser de muita atenção. Os 
anticorpos do tipo IgM são formados temporariamente e especificamente para um 
determinado tipo de patógeno. Porém, a resposta com anticorpos do tipo IgG 
continua por um longo período de tempo. Por esta razão, o diagnóstico positivo para 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
anticorpos do tipo IgM indica uma infecção aguda. Um diagnóstico de positivo para 
anticorpos IgG, sem a presença de anticorpos IgM,

Outros materiais