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JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO E AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS E SOCIEDADES CONTROLADORAS, CONTROLADAS E COLIGADAS UNIDADE 2 AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS E SOCIEDADES CONTROLADORAS, CONTROLADAS E COLIGADAS TÓPICO 2 1 INTRODUÇÃO Neste segundo tópico, analisaremos a avaliação de investimentos simples, que são avaliados contabilmente pelo método de custo. Analisaremos também os investimentos permanentes, avaliados contabilmente pelo método de equivalência patrimonial. Conheceremos as principais diferenças entre sociedades coligadas, controladas e controladoras, além da �gura do ágio e deságio em sua fundamentação pela aquisição de investimentos. Veremos alguns dos principais investimentos signi�cativos conforme enunciado pela Lei 11.638/2007, além de analisarmos a obrigatoriedade ou não da equivalência patrimonial. 2 MÉTODO DE CUSTO Unidade 2 - Tópico 2 De modo geral, são avaliados pelo custo os in vestimentos, sob a forma de ações ou quotas, efetuados em empresas não consideradas coligadas ou con troladas, bem como os investimentos que não tenham in�uência signi�cativa. S O conceito de controlada, coligada, equiparada à coligada além do tema in�uência signi�cativa serão vistos mais adiante. De acordo com Ribeiro (2005), as contas representativas dos investimentos sujeitos à avaliação pelo Método do Custo de Aquisição são posicionadas no Balanço Patrimonial da seguinte forma: ATIVO CIRCULANTE DISPONIBILIDADES Aplicações de Liquidez Imediata INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS A CURTO PRAZO Aplicações Temporárias em Ouro Ações ou Quotas de Outras Empresas Outros Títulos e Valores Mobiliários (-) Provisão para Ajuste ao Valor de Mercado ATIVO NÃO CIRCULANTE ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS A LONGO PRAZO Aplicações Temporárias em Ouro Ações ou Quotas de Outras Empresas Depósitos e Aplicações com Incentivos Fiscais Outros Títulos e Valores Mobiliários (-) Provisão para Ajuste ao Valor de MercadoUnidade 2 - Tópico 2 INVESTIMENTOS AVALIADOS PELO CUSTO DE AQUISIÇÃO Participações em Outras Empresas Participações em Fundos de Investimentos com Incentivos Fiscais (-) Provisão para Perdas Permanentes OUTROS INVESTIMENTOS Aplicações Permanentes em Ouro (-) Provisão para Ajuste ao Valor de Mercado Imóveis de Renda (-) Depreciação Acumulada Obras de Arte Os investimentos avaliados pelo custo de aquisição são aqueles investimentos simples que podem ser liquidados (transformados em dinheiro) mais facilmente. Segundo Ribeiro (2005, p. 61), “ [...] no método de custo não importa a geração efetiva dos lucros ou reservas, mas as datas e os atos formais de sua distribuição. Assim, deixam-se de reconhecer na empresa investidora os lucros e reservas gerados e não distribuídos”. 2.1 PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS EMPRESAS As participações em outras empresas são avaliadas pelo método de custo no seguinte caso: quando a participação no capital votante da investida for inferior a 20% desde que não tenha in�uência signi�cativa. A in�uência signi�cativa é conceituada de acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis em seu Pronunciamento Técnico CPC 18 da seguinte forma: In�uência Signi�cativa: é o poder de participar nas decisões �nanceiras e operacionais da investida, sem controlar de forma individual ou conjunta essas políticas. Veja o que a Lei nº 11.638/2007 de�ne sobre o termo in�uência signi�cativa: Unidade 2 - Tópico 2 Art. 243 [...] § 4º Considera-se que há in�uência signi�cativa quando a investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas �nanceira ou operacional da investida, sem controlá-la. § 5º É presumida in�uência signi�cativa quando a investidora for titular de 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la. Portanto, uma vez que não haja uma participação de 20% ou mais na investida e que não haja in�uência signi�cativa, o investimento será avaliado pelo método de custo. A CVM, na Instrução nº 469, de 02/05/08 e nota explicativa, se pronunciou sobre o assunto: A in�uência signi�cativa introduzida pela nova redação do art. 248 da Lei nº 6.404, de 1976, é entendida pelas normas internacionais de contabilidade como o poder de participar nas decisões das políticas �nanceira e operacional da investida, sem, contudo, exercer o controle sobre tais políticas. São assim, evidências de in�uência signi�cativa: 1) Participação nas suas deliberações sociais, inclusive com a existência de administradores comuns. 2) Poder de eleger ou destituir um ou mais de seus administradores. 3) Volume relevante de transações, inclusive com o fornecimento de assistência técnica ou informações técnicas essenciais para as atividades da investidora. 4) Signi�cativa dependência tecnológica e/ou econômico-�nanceira. 5) Recebimento permanente de informações contábeis detalhadas, bem como de planos de investimento. 6) Uso comum de recursos materiais, tecnológicos ou humanos. Unidade 2 - Tópico 2 Mesmo que não haja participação em percentual na investida, desde que haja evidências de in�uência signi�cativa, o investimento já não será avaliado pelo método de custo, mas, sim, pelo método de equivalência patrimonial. 2.2 NOTAS EXPLICATIVAS A Lei nº 6.404/76, em seu art. 176, § 5º, inciso IV, alínea b, menciona a obrigatoriedade do uso de notas explicativas para investimentos em outras sociedades quando signi�cativos. Dessa forma, somente os investimentos avaliados pelo método de custo não teriam, diretamente, necessidade de evidenciação em notas explicativas. Entretanto, a própria Lei nº 6.404/76, sugere que sempre que uma informação puder contribuir à melhoria da compreensão das demonstrações contábeis da em - presa, deverá ser adicionada em forma de notas. Dessa maneira, conforme Ribeiro (2005), com objetivo de detalhar as con tas de investimentos (em outras sociedades, pelo mé todo de custo, e em outros investimentos), assim como as reversões de investimentos temporários para permanentes, recomenda-se o uso das notas explicativas. 2.3 DIVIDENDOS OU LUCROS RECEBIDOS Os dividendos recebidos nos investimentos avaliados pelo método de custo têm um tratamento diferenciado de acordo com o tempo de aplicação. Se o investimento der algum retorno antes de seis meses de aquisição das ações ou quotas, esse retorno deve ser creditado da própria conta investimento. Porém, se o investimento der algum retorno após seis meses de aquisição das ações ou quotas, esse retorno deve ser creditado em outras receitas operacionais. Veja o exemplo a seguir: Em 01/02/2011, a empresa Sulform S/A aplicou $ 1.000 na empresa Magma S/A. Sabe-se que o investimento é avaliado pelo método de custo. Em 31/12/2011, a empresa Magma S/A anunciou a distribuição de dividendos aos seus investidores para ser pago somente em 31/03/2012, ou seja, somente três meses depois. Portanto, a empresa Sulform S/A terá o direito de receber a quantia de $ 100. Pergunta-se: de que forma a empresa Sulform S/A irá contabilizar esse ganho? Em que data? Somente em 31/03/2012 a empresa Sulform S/A fará o seguinte lançamento:Unidade 2 - Tópico 2 Débito: Caixa $ 100 Credito: Outras Receitas Operacionais $ 100 Note que nos investimentos avaliados pelo método de custo o reconhecimento da variação desses ocorre somente na data do efetivo recebimento do ganho. Perceba também que desde a data da aquisição do investimento (01/02/2011) até o reconhecimento do ganho (31/12/2012) já se passaram mais de seis meses. Agora, suponha a seguinte situação: Em 01/02/2011, a empresa Sulform S/A aplicou $ 1.000 na empresa Magma S/A. Sabe-se que o investimento é avaliado pelo método de custo. Em 31/03/2011, a empresa Magma S/A anunciou a distribuição de dividendos aos seus investidores para serem pagos somente em 30/06/2011, ou seja, somente três mesesdepois. Portanto, a empresa Sulform S/A terá o direito de receber a quantia de $ 100. Pergunta-se: de que forma a empresa Sulform S/A irá contabilizar esse ganho? Em que data? Somente em 30/06/2011 a empresa Sulform S/A fará o seguinte lançamento: Débito: Caixa $ 100 Credito: Investimento em Magma S/A $ 100 Perceba que deste a data da aquisição do investimento (01/02/2011) até o reconhecimento do ganho (30/06/2011), passaram-se menos de seis meses. Por esse motivo, a empresa Sulform S/A não reconhecerá em sua Demonstração do Resultado do Exercício o ganho de $ 100, apenas dá entrada no caixa e baixará a própria conta investimento. Unidade 2 - Tópico 2 Nesse caso, uma vez que o reconhecimento do ganho se deu antes de seis meses, a empresa Sulform S/A passará a ter registrado em sua contabilidade um investimento na empresa Magma S/A de apenas $ 900. 3 MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL O Método da Equivalência Patrimonial pode ser de�nido como método de atualização do investimento em controladas e coligadas e deve ser feito mensalmente, de acordo com o percentual de participação da investida na investidora sobre o patrimônio líquido da própria investida. De acordo com o CPC 18 é o método de contabilização por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e posteriormente ajustado pelo reconhecimento da participação atribuída ao investidor nas alterações dos ativos líquidos da investida. O resultado do período do investidor deve incluir a parte que lhe cabe nos resultados gerados pela investida. Conforme Iudícibus et al. (2010), o conceito básico do método de equivalência patrimonial é fundamentado no fato de que o resultado e quaisquer outras variações patrimoniais da investida sejam reconhecidos na investidora no momento de sua geração na investida, independente dessa variação ser ou não distribuída. Veja a seguir o exemplo de método de equivalência patrimonial com base no modelo de Ribeiro (2005): Suponha-se que no Balanço Patrimonial da Empresa A, levantado em 31/12/2009, conste no Ativo Não Circulante um investimento no valor de $ 240.000, no capital da Com panhia B. Vamos assumir que a participação de A no capital de B corresponda a 40%. Suponha-se, agora, que em 31/12/2010, no Balanço Patrimonial de B, constem as seguintes contas e valores: Patrimônio Líquido Capital 600.000 Reserva de lucros 300.000 Total 900.000 Portanto, ao apurar os seus resultados em 31/12/2010, a investidora (Empresa A) deverá atualizar o valor do seu investimento na investida (Empresa B), em decorrência da variação ocorrida no Patrimônio Líquido dessa, para que o valor do Unidade 2 - Tópico 2 investimento constante do Ativo Não Circulante de A continue a equivaler a 40% do Patrimônio Líquido de B. O cálculo para �ns de atualização do investimento é simples: como a participação de A em B corresponde a 40% do capital de B, pode-se concluir então: 40% de $ 900.000 = $ 360.000 Esse valor encontrado, pela aplicação do percentual de participação no valor do Patrimônio Líquido de B, que foi igual a $ 360.000, corresponde ao valor atualizado do investimento de A em B, que deverá �gurar no Balanço Patrimonial de A. Para apurar o valor da variação: Valor do Investimento Atualizado (40% do PL atual de B) 360.000 (-) Valor Original do Investimento (240.000) = Valor da Correção 120.000 Contabilização: D - Investimentos na Coligada B 120.000 C - Receitas de Participações Societárias 120.000 Essa contabilização de $ 120.000 corresponde à atualização do investimento de A em B de acordo com o método de equivalência patrimonial. Note que a conta Investimentos foi debitada em $ 120.000, onde consequentemente aumentará seu saldo no Balanço da investidora em 31/12/2010, resultando num valor total de $ 360.000 que equivale a 40% do Patrimônio Líquido de B. Já o crédito também no valor de $ 120.000 corresponde a uma receita de participação societária a ser reconhecida na demonstração de resultado do exercício como sendo outras receitas operacionais. Se por acaso ocorrer prejuízo, ou seja, redução no valor do Patrimônio Líquido da investida, o registro contábil da atualização do Investimen to seria esse: D - Despesas em Participações Societárias a Investimentos C - Redução do Investimento que se processa pela aplicação do Método da Equivalência etc. Unidade 2 - Tópico 2 Tanto o resultado positivo como o negativo de equivalência patrimonial que afetam o resultado da empresa não devem in�uenciar no cálculo do IRPJ e da CSLL, uma vez que no caso de receita deverá ser excluído e, no caso de despesa, deverá ser adicionado para o cálculo desses impostos. Também não afetarão o cálculo do PIS e COFINS. E na tributação das empresas optantes do Simples Nacional. Esse resultado de equivalência patrimonial não será tributado na investidora pelo fato de já ser tributado originalmente na investida. De acordo com Ribeiro (2005), o procedimento normal das empresas, ao apurar o resultado do exercício, é efetuar os cálculos e a contabilização das destinações do Lucro Líquido do Exercício. Essas destinações, nas sociedades, por ações e nas cooperativas �carão, respectivamente, sujeitas à aprovação dos acionistas e associados em assembleia a ser realizada após a apuração do resultado e elaboração das demonstra ções contábeis. Basicamente, as destinações do resultado do exercício são as seguintes: • constituição de reservas (prede�nidas ou não em estatuto); • compensação de prejuízos acumulados, apurados em exercícios anteriores; • aumento de capital; • distribuição aos investidores. Conforme a NBC T1, a constituição de reservas é, às vezes, já de�nida em estatuto ou por lei para dar à entidade e seus credores uma margem maior de proteção contra os efeitos de prejuízos que possam vir a acontecer. Outras reservas podem ser constituídas em atendimento a leis que concedam isenções ou reduções nos impostos a pagar quando são feitas transferências para tais reservas. A existência e o valor de tais reservas legais, estatutárias e �scais representam informações que podem ser importantes para a tomada de decisão dos usuários. As transferências para tais reservas são apropriações de lucros acumulados, portanto não constituem despesas, uma vez que seus saldos são compostos por lucros já tributados. Das destinações apresentadas anteriormente somente a distribuição de lucros será con�gurada fora do patrimônio líquido da empresa, geralmente no passivo circulante. Portanto, as demais destinações apenas serão reconhecidas em outras contas, mas dentro do patrimônio líquido.Unidade 2 - Tópico 2 De acordo com Ribeiro (2005), é preciso, ao efetuar os cálculos para o �m de aplicar a avaliação dos investimentos pelo método de equivalência patrimonial, veri�car se a investida efetuou a contabilização de lucros a distribuir, cujo valor deve ser adicionado ao PL da investida para �ns de cálculo, uma vez que estes já estariam evidenciados no passivo circulante. Quando então, nesses casos em que a investida já reconhece parte do resultado do exercício como uma obrigação a ser paga aos investidores, a investidora poderá optar em contabilizar a parte referente aos lucros a receber a débito da própria conta que registra o Investimento, ou a débito da conta Lucros a Receber, do Ativo Circulante, uma vez que já se conhece o valor distribuído. A contabilização dessaopção poderia ser evidenciada por meio do exemplo anterior, em que a investidora reconheceu por meio de equivalência patrimonial um resultado positivo de $ 120.000, supondo que, desses $ 120.000 de lucro, $ 40.000 seriam distribuídos como forma de dividendos. Então, a investidora poderia reconhecer essa variação do investimento por duas formas: 1 – Reconhecer integralmente o valor do investimento: D – Investimentos na Coligada B 120.000 C – Receitas de Participações Societárias 120.000 Onde que, no momento da cobrança desses dividendos a receber faria o seguinte lançamento: D – Caixa/Bancos 40.000 C – Investimentos na Coligada B 40.000 2 – Reconhecer parcialmente o valor do investimento e já reconhecer o valor dos dividendos a receber: D – Investimentos na Coligada B 80.000 D – Dividendos a Receber 40.000 C – Receitas de Participações Societárias 120.000 Em que, no momento da cobrança desses dividendos a receber faria o seguinte lançamento: D – Caixa/Bancos 40.000Unidade 2 - Tópico 2 C – Dividendos a Receber 40.000 Toda a vez que se paga ao investidor o resultado obtido pelo investimento, tal investimento se descapitaliza. Note nos exemplos que o reconhecimento de dividendos a receber ou seu pagamento reduzem o valor do investimento. 3.1 ASPECTOS LEGAIS Os principais documentos que tratam da avaliação de investimentos pelo Método da Equivalência Patrimonial são: • art. 248 da Lei n° 11.638/2007; • art. 384 a 391 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99); e art. 1º a 20 da INSTRUÇÃO CVM nº 247, de 27 de março de 1996; • Pronunciamento Técnico CPC 18 – Investimento em Controlada e Coligada. 3.2 MÉTODO DO CUSTO X MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA Tanto o método de custo como o método de equivalência são utilizados para registrar investimentos no capital de outras empresas. Conforme enunciado na Lei 11.638/2007, no método de equivalência os investimentos serão registrados da seguinte forma: Art. 248 No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas sobre cuja administração tenha in�uência signi�cativa, ou de que participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante, em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes normas: I – o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de veri�cação levantado, com observância das normas desta lei, na mesma data, ou até sessenta dias, no máximo, antes da data do balanço da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão computados os resultados não realizados decorrentes de negócios com a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia, ou por ela controladas; Unidade 2 - Tópico 2 II – o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido no número anterior, da porcentagem de participação no capital da coligada ou controlada; III – a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o número II, e o custo de aquisição corrigido monetariamente, somente será registrada como resultado do exercício: a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada; b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos; se no caso de companhia aberta, com observância das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. § 1º Para efeito de determinar a relevância do investimento, nos casos deste artigo, serão computados como parte do curso de aquisição os saldos de créditos da companhia contra as coligadas e controladas. § 2º A sociedade coligada, sempre que solicitada pela companhia, deverá elaborar e fornecer o balanço ou balancete de veri�cação previsto no número I. Porém, conforme enunciado na Lei nº 11.638/2007, os demais valores do ativo serão registrados da seguinte forma: Art. 183 No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: [...] b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização. Assim, Ribeiro (2005, p. 95) comenta que: A grande vantagem da aplicação do Método da Equivalência Patrimonial, princi - palmente para aqueles que aplicam recursos �nanceiros no mercado de capitais, por intermédio das Bolsas de Valores ou diretamente na subscrição de capital de outras empresas, está no reconhecimento dos resultados auferidos pelas investidas, no mo - mento em que eles são apurados, passando a integrar os resultados da investidora, independentemente de ocorrer ou não a distribuição de dividendos pelas investidas. Dessa forma, nos investimentos avaliados pelo método de custo os resultados obtidos pela variação destes somente serão reconhecidos pela investidora em sua Demonstração do Resultado do Exercício por ocasião da distribuição e/ou do recebimento dos dividendos. Unidade 2 - Tópico 2 Por sua vez, nos investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial, os resultados obtidos pela variação destes investimentos serão reconhecidos pela investidora em sua Demonstração do Resultado do Exercício por ocasião da variação ocorrida no Patrimônio Líquido das empresas investidas, mantendo constantemente o valor dos investimentos equivalentes ao percentual de participação no capital das empresas controladas, coligadas e de suas equiparadas. 3.3 QUEM DEVE APLICAR A EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL Indiferente da forma de tributação, lucro presumido, lucro real ou simples nacional, e de sua natureza societária, Limitada ou Sociedade por Ações, todas as empresas devem aplicar o método de equivalência patrimonial, desde que possuírem in�uência signi�cativa ou possuírem investimentos em coligadas ou controladas. As empresas que possuírem, na data do balanço, investimentos permanentes em coligadas, suas equiparadas e em controladas, ou com in�uência signi�cativa, localizadas no país e no exterior devem aplicar o método de equivalência patrimonial. Ribeiro (2005) comenta que, para saber quais Investimentos estarão sujeitos à avaliação pelo MEP, é preciso inicialmente conhecer o que são empresas coligadas, quais empresas são equiparadas às coligadas, o que são em presas controladas, o que signi�ca in�uência signi�cativa, além de outros conceitos. As sociedades que estejam sob controle comum também são obrigadas a atualizar seus investimentos pelo método de equivalência patrimonial. De acordo com Perez e Oliveira (2010), o controle comum está diretamente relacionado à essência econômica da entidade contábil e, como tal, deve ser entendida. A dimensão econômica da entidade é delimitada como o conjunto de entes, ainda que juridicamente distintos, que estejam em um mesmo grupo ou que seu controle seja exercido por um mesmo ente ou conjunto de entes. Veja o exemplo a seguir: 1) A companhia XYZ controla as companhias A, B e C. 2) A companhia A é uma companhia aberta e participa com 5% (indiferente a participação aqui) do capital votante das companhias B e C. Unidade 2 - Tópico 2 3) Assim, a companhia A avaliará os investimentos em B e C pelo método da equivalência patrimonial, já que todas estão sob o controle comum de XYZ. 3.3.1 Coligadas São coligadas as sociedades quando uma participa, com 20% ou mais, do capital votante da outra, sem controlá-la ou quando haja in�uência signi�cativa. Lembrando que o conceito de in�uência signi�cativa foi explanadono item 2.1 desta unidade. O CPC 18 de�ne o termo coligada como sendo uma entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma parceria, sobre a qual o investidor tem in�uência signi�cativa e que não se con�gura como controlada ou participação em empreendimento sob controle conjunto (joint venture). Pode acontecer que em determinado período, a participação na investida �que em menos do que 20%. Esse fato geralmente ocorre pelos seguintes motivos: 1 – aumento do valor do patrimônio líquido da investida decorrente da chamada de capital sem que a investidora subscreva o aumento; 2 – redução do valor contábil do investimento. Nesses casos, conforme Ribeiro (2005), as empresas deverão observar a Instrução CVM, que deter mina expressamente que elas continuarão avaliando aqueles investimentos pelo método da equivalência, quando a sua redução não for de caráter permanente. Caso a redução seja de caráter permanente não haveria mais a necessidade de avaliar o investimento por equivalência patrimonial. 3.3.2 Equiparadas às coligadas São equiparadas às coligadas quando uma participa indiretamente com 20% ou mais do capital votante da outra, sem controlá-la, por exemplo: A empresa A possui uma participação de 80% da empresa B. Por sua vez, a empresa B possui uma participação de 30% na empresa C sem controlá-la. Logo, pode-se concluir que: • A é controladora de B, uma vez que possui 80% dessa (participação direta); • C é coligada de B, uma vez que B possui uma participação de 30% na empresa C sem controlá-la. (Participação direta); • C é equiparada a coligada de A, uma vez que A possui uma participação de 80% em B e B possui uma participação de 30% na empresa C sem controlá-la; logo, AUnidade 2 - Tópico 2 participa indiretamente de C em 24% (80% x 30%) (Participação indireta). Note que o resultado de participação indireta foi de 24%. Se o resultado fosse abaixo de 20% seria um investimento simples, avaliado pelo método de custo. A participação no capital votante pode ser direta ou indiretamente através de participações em outras empresas. 3.3.3 Controladas De acordo com o CPC 18, considera-se controlada a entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma parceria, na qual a controladora, diretamente ou por meio de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. Pode-se dizer também que são controladas: as subsidiárias integrais, as �liais, agências, sucursais, dependências ou escritórios de representação no exterior, sempre que os respectivos ativos e passivos não estejam incluídos na contabilidade da investidora, por força de normatização especí�ca. 3.3.4 Variações no patrimônio líquido da investida Sempre quando o investimento for avaliado pelo método de equivalência patrimonial é preciso analisar as variações ocorridas no patrimônio líquido total da investida, mesmo que a participação seja pelo capital votante. As variações no patrimônio líquido podem ocorrer por diversos motivos, para mais ou para menos. Dentre os principais, destacam-se: a) redução decorrente de: • prejuízos apurados pela empresa; • ajustes de exercícios anteriores; • retirada de sócios, acionistas ou associados; • distribuição de lucros ou sobras; • ajustes de avaliação patrimonial. Unidade 2 - Tópico 2 b) aumento decorrente de: • lucros apurados pela empresa; • ajustes de exercícios anteriores; • entrada de sócios, acionistas ou associados; • reavaliações; • ajustes de avaliação patrimonial. As variações do patrimônio líquido na investida re�etem contabilmente na investidora em seu ativo no grupo investimentos e na demonstração do resultado do exercício em outras receitas ou despesas operacionais. Quando as variações no patrimônio líquido da investida decorrem de ajustes de avaliação patrimonial ou reavaliações, tais variações deverão ser registradas no grupo investimentos também, porém, numa conta especí�ca denominada ágio ou deságio, que será reconhecida logo abaixo da conta investimentos. Veja o modelo a seguir: ATIVO ATIVO NÃO CIRCULANTE INVESTIMENTOS AVALIADOS PELO MEP Investimento em empresa X Ágio por reavaliação em empresa X Ágio por ajuste de avaliação patrimonial em empresa X (-) Deságio por ajuste de avaliação patrimonial em empresa X 3.4 AQUISIÇÃO DE INVESTIMENTOS COM ÁGIO OU DESÁGIO Quando na aquisição de investimentos o valor pago difere do valor apurado por equivalência patrimonial, então se entende que há a �gura do ágio ou deságio. O valor pago pode ser considerado o custo de aquisição e, por sua vez, a equivalência patrimonial, como já visto nesta unidade, pode ser considerada como sendo o percentual de participação da investida na investidora sobre o patrimônio líquido da própria investida. Unidade 2 - Tópico 2 Para �ns contábeis, a Instrução nº 247/1996 da CVM, em seu art. 13, descreve o seguinte: Art. 13 Para efeito de contabilização, o custo de aquisição de investimento em coligada e controlada deverá ser desdobrado e os valores resultantes desse desdobramento contabilizados em subcontas separadas: I – equivalência patrimonial baseada em demonstrações contábeis elaboradas nos termos do art. 10; e II – ágio ou deságio na aquisição ou na subscrição, representado pela diferença para mais ou para menos, respectivamente, entre o custo de aquisição do investimento e a equivalência. Assim, o valor da equivalência patrimonial deve recair numa conta especí�ca denominada Investimento, no grupo Investimentos, Ativo Não Circulante. Já as contas de ágio ou deságio devem ser contabilizadas em contas especí�cas, denominadas Ágio ou Deságio, mas também no grupo Investimentos, Ativo Não Circulante. Veja o exemplo a seguir, como base no modelo de Ribeiro (2005): A investidora Alfa adquiriu 60% das ações representativas do capital da investida Beta, a �m de controlá-la. Vamos assumir que a venda tenha sido �xada em função do Valor Patrimonial Contábil das ações, acrescido de ágio calculado pela diferença entre o valor de mercado e o valor líquido contábil dos bens do Ativo Imobilizado da investida. O Patrimônio Líquido da investida, na data da transação estava assim evidenciado: PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital 200.000 Reservas de lucros 20.000 Total 220.000 Porém, a diferença entre o valor de mercado e o valor líquido contábil dos bens do ativo imobilizado foi igual a $ 60.000. Portanto, o valor patrimonial apurado contábil das ações: Patrimônio Líquido da investida 220.000 (+) Diferença entre o valor de mercado e o valor líquido contábil do Imobilizado 60.000Unidade 2 - Tópico 2 Patrimônio Líquido ajustado 280.000 Calculando a equivalência patrimonial: 60% de $ 280.000 = $ 168.000 Portanto, as ações representativas de 60% do capital da investida Beta foram vendidas para a investidora Alfa por $ 168.000. Perceba que o valor do patrimônio líquido da investida Beta aumentou em $ 60.000 decorrente a valorização de seus bens no ativo imobilizado que estavam subavaliados. Entretanto, essa valorização não ocorreu de fato nos registros contábeis, ou seja, foi apenas um levantamento gerencial, sem lançar débitos e créditos, porém, a investida Beta sabe que seus bens do imobilizado estariam valendo $ 60.000 a mais e, por isso, seu patrimônio líquido numa negociação poderia ser acrescido desse valor. Atualmente, de acordo com a Lei 11.638/2007, por se tratar de uma reorganização societária, nada impediria que a empresa Beta reconhecesse de fato essa valorizaçãoem sua contabilidade �nanceira, registrando os débitos e créditos necessários. Pois bem, uma vez que a investidora Alfa adquiriu 60% das ações representativas da empresa Beta, serão necessários os seguintes lançamentos para o registro contábil na investidora Alfa: Crédito Bancos Conta Movimento 168.000 (valor total pago) Débito Participação na Controlada Beta 132.000 * Débito Ágio por Diferença de Valor de Mercado 36.000 * (valor registrado por equivalência patrimonial, ou seja, $ 220.000 x 60%). Veja como o investimento será apresentado no Balanço Patrimonial da Investidora: ATIVO NÃO CIRCULANTE INVESTIMENTOS AVALIADOS PELA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL Unidade 2 - Tópico 2 Participação na empresa Beta 132.000 (+) Ágio por Diferença de Valor de Mercado 36.000 Total 168.000 Porém, suponha-se que a investidora tenha pagado, pelo mesmo investimento, a importância de $ 100.000 ao invés de $ 168.000, então os lançamentos contábeis seriam assim registrados: Crédito Bancos Conta Movimento 100.000 (valor total pago) Débito Participação na Controlada Beta 132.000 * Crédito Deságio por Diferença de Valor de Mercado 32.000 Veja como o Investimento seria então apresentado no Balanço Patrimonial da Investidora: ATIVO NÃO CIRCULANTE INVESTIMENTOS AVALIADOS PELA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL Participação na empresa Beta 132.000 (-) Deságio por Diferença de Valor de Mercado 32.000 Total 100.000 Em relação a esse exemplo é preciso destacar que: • as contas que registram o ágio são de natureza devedora; • as contas que registram o deságio são de natureza credora, ou seja, são contas reti�cadoras do ativo; • indiferente se a empresa tenha pago com ágio ou deságio, o valor do investimento será registrado pela equivalência patrimonial, portanto, indiferente do valor pago. Quanto à �gura do ágio e deságio, Ribeiro (2005, p. 116) pontua que [...] cabe salientar que no momento em que a investidora aplicar recursos no capital de outras empresas (aquisição, quando adquire ações de empresa já existente, ou subscrição, quando constitui nova empresa ou subscreve aumento de capital em empresa já existente), poderá ou não ocorrer ágio ou deságio. Um exemplo de aplicação sem ágio ou deságio ocorre quando a investidora constitui sozinha ou comUnidade 2 - Tópico 2 outras empresas o capital de uma coligada e/ou controlada. Nesse caso, no momento da constituição do capital subscrito pela investidora, não haverá variação entre o valor investido e o valor do Patrimônio Líquido da investida. Nos demais casos, que não sejam constituição de empresas, mas, sim, aquisições de coligadas e/ou controladas, será necessário calcular a equivalência patrimonial para o possível registro do ágio ou deságio. 3.4.1 Fundamento econômico do ágio e do deságio A Instrução 247/1996 da CVM, em seu art. 14, descreve o seguinte: Art. 14 O ágio ou deságio computado na ocasião da aquisição ou subscrição do investimento deverá ser contabilizado com indicação do fundamento econômico que o determinou. Os dois fundamentos econômicos que fundamentam o ágio ou deságio são esses: a) Diferença entre o valor contábil e o valor de mercado de ativos da investida. Esse fundamento refere-se à diferença a maior ou a menor entre o valor de mercado e o valor líquido contábil dos bens do Ativo Circulante ou Não Circulante. b) Diferença entre o valor pago e o valor de mercado dos ativos da investida. Esse fundamento refere-se à expectativa de ganhos futuros sobre a investida, ou seja, os possíveis lucros projetados. Ribeiro (2005) destaca que a conta de Investimento deve ser detalhada em notas explicativas quanto aos seus três componentes (se existirem): • valor patrimonial da participação da controladora no valor contábil do patrimônio líquido da controlada adquirida, ou seja, o valor do investimento por equivalência patrimonial; • valor da mais-valia dos ativos líquidos adquiridos atribuída à controladora, ou seja, o fundamento “a”; • e ágio por rentabilidade futura (goodwill) atribuído à controladora, ou seja, o fundamento “b”. O ágio só é classi�cado no subgrupo de intangíveis no balanço consolidado, conforme NBC T19.8 – Ativo Intangível, nunca no balanço individual, onde Unidade 2 - Tópico 2 permanece no subgrupo de Investimentos. 3.4.2 Amortização do ágio e deságio A amortização do ágio e deságio acontecerá de acordo com o fundamento econômico que os originaram. A Instrução 247/1996 da CVM, em seu art. 14, descreve o seguinte quanto ao fundamento “a”: § 1º O ágio ou deságio decorrente da diferença entre o valor de mercado de parte ou de todos os bens do ativo da coligada e controlada e o respectivo valor contábil, deverá ser amortizado na proporção em que o ativo for sendo realizado na coligada e controlada, por depreciação, amortização, exaustão ou baixa em decorrência de alienação ou perecimento desses bens ou do investimento. Portanto, nesse caso, se os bens que originam o ágio ou deságio tiverem uma vida útil de 120 meses, tanto o ágio como o deságio será amortizado também em 120 meses. Porém, se caso tais bens fossem vendidos, a baixa do ágio ou deságio se daria totalmente pela data da venda dos referidos bens. Já quanto ao fundamento “b”, a Instrução nº 247/1996 da CVM, em seu art. 14, descreve o seguinte: § 2º O ágio ou o deságio decorrente da diferença entre o valor pago na aquisição do investimento e o valor de mercado dos ativos e passivos da coligada ou controlada, deverá ser amortizado da seguinte forma. a) o ágio ou o deságio decorrente de expectativa de resultado futuro no prazo, extensão e proporção dos resultados projetados, ou pela baixa por alienação ou perecimento do investimento, devendo os resultados projetados serem objeto de veri�cação anual, a �m de que sejam revisados os critérios utilizados para amortização ou registrada a baixa integral do ágio. Portanto, o ágio ou o deságio decorrente de expectativa de resultado futuro deve ser amortizado conforme esse resultado for acontecendo. Por exemplo, se a investidora projetar um resultado futuro de 8 anos, o ágio ou deságio deverá ser amortizado em até 96 meses. b) o ágio decorrente da aquisição do direito de exploração, concessão ou permissão delegadas pelo Poder Público no prazo estimado ou contratado de utilização, de vigência ou de perda de substância econômica, ou pela baixa por alienação ou perecimento do investimento. Unidade 2 - Tópico 2 § 3º O prazo máximo para amortização do ágio previsto na letra “a” do parágrafo anterior não poderá exceder a dez anos; § 4º Quando houver deságio não justi�cado pelos fundamentos econômicos previstos nos parágrafos 1º e 2º, a sua amortização somente poderá ser contabilizada em caso de baixa por alienação ou perecimento do investimento. Portanto, no caso do deságio não justi�cado, este �cará registrado na investidora até que a mesma se desfaça do investimento na investida. § 5º O ágio não justi�cado pelos fundamentos econômicos, previstos nos parágrafos 1º e 2º, deve ser reconhecido imediatamente como perda, no resultado do exercício, esclarecendo-se em nota explicativa as razões da sua existência. Já o ágio não justi�cado deve ser reconhecido como perda, ao contrário que acontece com o deságio não justi�cado, uma vez que esse �caria registrado no ativo. Ribeiro (2005, p. 119) destaca que E importante salientar, também, que a conta que registra o Ágio é de natureza deve - dora, gerando, portanto, no momento da amortização, uma despesa para a investidora, despesa essa integrante do grupo das “Outras Despesas Operacionais”, subgrupo “Des pesascom Participações Societárias”, podendo ser intitulada de “Amortização de ágios”. Porém, observe que a conta que registra o Deságio é de natureza credora, logo, sua amortização gerará para a investidora uma receita que também deve ser contabilizada conta do grupo das “Outras Receitas Operacionais”, subgrupo “Receitas de Participações Societárias”, podendo ser intitulada de “Amortização de Deságios”. Essas contas explicam o porquê do registro do ágio não justi�cado como perda e do deságio não justi�cado como ativo. O ágio representa uma perda, uma despesa, o deságio, representa um ganho, uma receita. Assim, contabilmente, é necessário o mínimo de conservadorismo, ou seja, é preciso antecipar as perdas, mas não os lucros. 3.5 LUCRO OU PREJUÍZO NÃO REALIZADO Geralmente entre investidoras e investidas ocorrem transações de compra e venda de ativos, tais como: mercadorias, investimentos, bens do ativo imobilizado etc. Nessas operações é comum a geração de lucro ou prejuízo, que podem ser considerados como lucros ou prejuízos não realizados. A Instrução nº 247/1996 da CVM, em seu art. 9, descreve o seguinte: Unidade 2 - Tópico 2 Art. 9º O valor do investimento, pelo método da equivalência patrimonial, será obtido mediante o seguinte cálculo: I – Aplicando-se a porcentagem de participação no capital social sobre o valor do patrimônio líquido da coligada e da controlada; e II – Subtraindo-se, do montante de lucros não realizados. § 1º Para os efeitos do inciso II deste artigo, serão considerados lucros não realizados aqueles decorrentes de negócios com a investidora ou com outras coligadas e controladas, quando: a) o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza no balanço patrimonial da investidora; ou b) o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza no balanço patrimonial de outras coligadas e controladas. S A de�nição de lucros ou prejuízos não realizados será também analisada na Unidade 3. No tópico em que envolvemos a Consolidação das Demonstrações Contábeis �ca mais fácil de compreender a �gura dos lucros não realizados quanto se trata de consolidação. Considere o seguinte exemplo: a investida Albatroz vendeu mercadorias por $ 100 a sua investidora Almeida. Sabe-se que a mercadoria custou para a investida o valor de $ 70, portanto, gerando um lucro na operação de $ 30. Esse lucro de $ 30 pode ser considerado um lucro não realizado, uma vez que foi uma transação inter companhias e que deve ser excluído do processo de equivalência patrimonial. Considere ainda que: Resultado da investida no exercício (resultado na DRE) $ 200 Participação da investidora no capital social da investida 40% Unidade 2 - Tópico 2 Equivalência patrimonial antes do ajuste em decorrência de lucros não realizados $ 80 Menos: lucro não realizado de operações intercompanhias ($ 30) Resultado da equivalência patrimonial registrado como receita $ 50 Perceba que 100% dos lucros não realizados foram expurgados do cálculo de equivalência patrimonial, mesmo que a participação da investidora na investida seja de apenas 30%. Esse procedimento se faz necessário uma vez que 100% do lucro de $ 30 foi intercompanhias. Porém, caso a investidora venha a revender tais mercadorias a terceiros, então não haveria mais lucros não realizados, mas, sim, apenas lucros realizados, uma vez que tais mercadorias já não estariam sob propriedade da investidora. Para um melhor entendimento de tal conceito, Perez e Oliveira (2010, p. 50) comentam “[...] que as diversas empresas que constituem um grupo econômico devem ser vistas como se fossem uma ‘única entidade’, sendo impor tante, portanto, considerar somente os resultados efetivamente realizados nas operações comerciais com terceiros, ou seja, com as empresas que não pertençam ao grupo”. Perez e Oliveira (2010, p. 57) apresentam o seguinte exemplo de lucros não realizados: A controlada B vendeu à investidora A, durante o exercício de 2011, o total de $ 3.000 de matérias-primas, as quais custaram $ 1.700. Consequentemente, a controlada B registrou: $ Vendas no exercício 3.000 Unidade 2 - Tópico 2 (-) Custo das vendas, incluindo os tributos (1.700) Lucro - Margem de 43,3% das vendas 1.300 A investidora A, por ocasião do encerramento do exercício, constatou que do total das compras de $ 3.000, permaneciam em estoques, como matérias-primas, produtos em elaboração ou incorporadas aos produtos acabados, o saldo de $ 400. Com base nessas informações, o lucro �nal da controlada B deve ser ajustado em $ 173,20, correspondente ao lucro não realizado, obtido da seguinte maneira: Saldo das matérias-primas adquiridas da controlada $ 400 Margem de rentabilidade da controlada 43,3% $ 173 20 Caro/a acadêmico/a! Para aprofundar os seus conteúdos, sugerimos a Leitura Complementar do texto a seguir de parte do Artigo de Ariovaldo dos Santos (2007), originalmente publicado no sexto Congresso USP de Controladoria e Contabilidade 2006. A partir dele, você compreenderá um pouco mais sobre o surgimento dos juros sobre capital próprio no Brasil. LEITURA COMPLEMENTAR QUEM ESTÁ PAGANDO JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO NO BRASIL? 1994 foi um ano em que mais um plano econômico foi colocado em prática. Tratava-se do Plano Real que, ao contrário dos outros planos implantados a partirUnidade 2 - Tópico 2 dos anos oitenta, não vinha com congelamentos de preços, tablitas, con�scos de contas correntes e poupanças, controle de preços etc. Sua implantação foi realizada em duas fases distintas. A primeira delas ocorreu com a criação da Unidade Real de Valor – URV a partir de março. Nessa fase, todos os valores da economia e dos contratos que estavam em vigor naquele instante foram transformados nesse novo índice da economia. Convém lembrar que a URV não era uma nova moeda, mas, sim, uma espécie de índice que foi utilizado como conversor da moeda. A segunda fase do Plano Real veio com a transformação da moeda e isso ocorreu em julho de 1994. Independentemente das análises, contrárias ou favoráveis, que se possa fazer dos resultados deste plano, uma coisa é indiscutível: nossos níveis de in�ação tiveram reduções bastante signi�cativas e muito mais duradouras do que os atingidos em planos anteriores. Em junho de 1994, a taxa de in�ação mensal chegava à casa dos 50%, enquanto no segundo semestre desse ano a média mensal foi de 2,9%. Outro dado que não pode ser esquecido é que essa variação de preços do segundo semestre de 1994 estava contaminada por parte das variações de preços de maio e junho, re�etidas somente nos meses subsequentes. Isso signi�ca que o país voltava a experimentar taxas de in�ação que havia vivido no �nal dos anos 1960 e início dos anos 1970. No primeiro semestre de 1995, esse índice médio mensal foi de 1,7%. Óbvio que um índice de 1,7% de in�ação mensal pode ser considerado extremamente alto, mas para um país que tinha vivido os últimos 25 anos com taxas médias sempre muito mais elevadas do que essa, os resultados podiam ser considerados como muito bons. A lógica central do Plano Real fundamentou-se no ataque ao que se convencionou chamar de in�ação inercial e proibiu as atualizações monetárias automáticas de todos os tipos de contratos, inclusive os de aluguéis e de trabalho. Após mais de uma década de sua implantação, o Plano Real demonstrou ser bastante e�caz no combate à in�ação. Porém, deve-se ressalvar que, mesmo com todos os méritos que o Plano Real possa ter demonstrado, uma coisa é certa, a in�ação foi bastante reduzida, mas não eliminada. Em 31 de agosto de 1995, o Ministro da Fazenda encaminhou a Exposição de Motivos no 325/MF relativa a Projeto de Lei que, posteriormente, foi transformada na Lei nº 9.249/95. O item 2 da referida Exposição de Motivos a�rma: A reformaobjetiva simpli�car a apuração do imposto, reduzindo as vias de planejamento �scal, uniformizar o tratamento tributário dos diversos tipos de renda, integrando a tributação das pessoas jurídicas, ampliar o campo de incidência do tributo, com vistas a alcançar os rendimentos auferidos no exterior por contribuintes estabelecidos no País e, �nalmente, articular a tributação das empresas com o Plano de Estabilização Econômica. Unidade 2 - Tópico 2 Mesmo não tendo eliminado completamente o processo in�acionário, em dezembro de 1995, com o objetivo de suprimir de vez a cultura da memória in�acionária, foi editada a Lei 9.249, com vigência a partir de janeiro de 1996, que em seus arts. 4º e 5º determina: Art. 4º Fica revogada a correção monetária das demonstrações �nanceiras de que tratam a Lei nº 7.799, de 10 de julho de 1989, e o art. 1º da Lei nº 8.200, de 28 de junho de 1991. Parágrafo único. Fica vedada a utilização de qualquer sistema de correção monetária de demonstrações �nanceiras, inclusive para �ns societários. Como se percebe do texto legal, a proibição de utilização de sistemas que possam considerar os efeitos da in�ação não é restrita a aspectos �scais, mas inclui também os aspectos societários. Isso signi�ca que a perda do poder de compra da moeda não só não deve ser considerada no cálculo dos impostos (imposto de renda da pessoa jurídica e contribuição social sobre o lucro), como também para efeito dos dividendos. Dessa forma, a legislação impediu qualquer possibilidade de as empresas buscarem, através de suas assembleias de acionistas, mecanismos legais para cálculo e pagamento de dividendos a partir de resultados que considerem os efeitos da perda de poder aquisitivo da moeda. Outra grande novidade, do ponto de vista �scal, incluída nessa Lei nº 9.249/95, foi a criação da possibilidade de as empresas passarem a remunerar, através do pagamento de juros, como despesas dedutíveis para o cálculo do imposto de renda e da contribuição social, o capital dos acionistas. A faculdade desse pagamento está prevista no art. 9º que prevê: A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualmente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP. Na fundamentação para a introdução dessa nova forma de remunerar o acionista, o Ministro da Fazenda, no item 10 de sua Exposição de Motivos, justi�cou: “Com vistas a equiparar a tributação dos diversos tipos de rendimentos do capital, o Projeto introduz a possibilidade de remuneração do capital próprio investido na atividade produtiva, permitindo a dedução dos juros pagos ao acionista, até o limite da variação da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP”. (BRASIL, Lei nº 9.430). Deve-se ressalvar que, apesar de sua difusão no Brasil ter acontecido a partir da Lei nº 9.249/95, a �gura dos juros sobre o Capital no Brasil já havia sido incluída na Lei nº 6.404/76. Referida Lei, em seu art. 179, prevê o seguinte:Unidade 2 - Tópico 2 RESUMO DO TÓPICO As contas serão classi�cadas do seguinte modo: I – [...] V – no ativo diferido: as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o início das operações sociais. Como se pode perceber desse texto legal, a permissão para a contabilização de remuneração atribuída aos acionistas a título de juros estava restrita aos valores pagos no período que antecedesse ao início das operações. Tal possibilidade acabava por abranger apenas investimentos que tivessem prazos de maturação mais longos e isso, praticamente, restringia a utilização desses “juros” às empresas concessionárias de serviços públicos, mais especi�camente aquelas que desenvolviam suas operações nas aéreas de energia elétrica, saneamento básico e telecomunicações. Em trabalho publicado sobre a história dos juros sobre o capital próprio, quando da apresentação de suas conclusões, Martins a�rma: A �gura dos juros sobre o Capital Próprio veio para tentar reduzir uma iniquidade �scal muito séria criada com a extinção da correção monetária dos balanços. Não se trata de uma benesse ou de uma liberalidade gratuita por parte do Governo, mas de uma tentativa (razoavelmente bem sucedida, reconheça-se) de redução dessa iniquidade comentada. (MARTINS, 2004, p. 6). FONTE: Adaptado de: SANTOS, Ariovaldo dos. Quem está pagando juros sobre capital próprio no Brasil? Disponível em: <htt p://www.eac.fea.usp.br/cadernos/completos/30anos/ariovaldo_pg33a44.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2011. Neste tópico, analisamos a avaliação de investimentos simples os quais são avaliados contabilmente pelo método de custo. Analisaremos também os investimentos permanentes, avaliados contabilmente pelo método de equivalência patrimonial. Conhecemos as principais diferenças entre sociedades coligadas, controladas e controladoras, além da �gura do ágio e deságio em sua fundamentação pela aquisição de investimentos. Unidade 2 - Tópico 2 http://www.eac.fea.usp.br/cadernos/completos/30anos/ariovaldo_pg33a44.pdf http://www.eac.fea.usp.br/cadernos/completos/30anos/ariovaldo_pg33a44.pdf AUTOATIVIDADES A) B) C) D) Responder Vimos a relação da in�uência signi�cativa conforme enunciado pela Lei nº 11.638/2007, além da obrigatoriedade ou não da equivalência patrimonial. Unidade 2 - Tópico 2 1 A Companhia Investidora ABC adquire ações da investida DEF. O investimento é signi�cativo e realizado em empresa controlada. Sabe-se que o Patrimônio Líquido da investida é de R$ 800.000,00 e que a Investidora ABC adquire 60% de suas ações, pagando à vista R$ 500.000,00. O lança mento correto do fato acima na investidora será: D – Investimento em Controladas C – Caixa 500.000,00 D – Investimentos em Controladas C – Caixa 480.000,00 C – Caixa 500.000,00 D – Investimentos em Controladas 480.000,00 D – Ágio em Investimentos 20.000,00 C – Investimentos em Controladas 500.000,00 D – Caixa 480.000,00 C – Deságio em Investimentos 20.000,00 2 A controladora Cia. Andressa possui 60% do Capital votante de uma empresa con trolada. O investimento está registrado na contabilidade da investidora por R$ 3.000,00. Se o patrimônio líquido da investida estiver representado por: Unidade 2 - Tópico 2 A) B) C) D) Responder Capital Social Reservas Prejuízos acumulados R$ 3.000,00 R$ 2.000,00 R$ (1.000,00) Total R$ 4.000,00 O lançamento contábil da Equivalência na investidora será: D – investimentos em Coligadas e Controladas C – Ganhos de Investimentos 600,00 D – Resultado Negativo na Equivalência Patrimonial C – Investimento em Coligadas e Controladas 600,00 D – Investimento em Coligadas e Controladas C – Perdas de Investimentos 600,00 D – Investimentos em Coligadas e Controladas C – Resultado Positivo na Equivalência Patrimonial 600,00 3 Na Cia. Clélia, cujo exercício social coincide com o ano-calendário, o Balancete de Veri�cação em 31/12/X1, antes da avaliação dos investimen tos signi�cativos e in�uentes, apresentava, entre outros, os seguintes saldos: Investimentos Signi�cativos em Controladas: R$ Companhia Isa 180.000,00 Companhia Cláudia 120.000,00 Unidade 2 - Tópico 2 A) B) C) D) Os Patrimônios Líquidos das empresas controladas, cujos exercícios sociais tambémcoincidem com o ano-calendário, totalizavam, nos Ba lanços Patrimoniais levantados em 31/12/X1, respectivamente R$ 350.000,00 e R$ 200.000,00, ambos positivos. Informações adicionais: • as empresas controladas não distribuíram dividendos no ano-base de X1; • os saldos indicados no Balancete de Veri�cação citado são idênticos ao do Balanço Patrimonial de 31/12/X0; • Participações da investidora no Capital Votante das Controladas em 31/12/X0 e 31/12/X1: • Companhia Isa 60% • Companhia Cláudia 70% A contabilização correta, a ser efetuada em 31/12/X1, pela investidora é: D – Resultado Positivo na Equivalência Patrimonial 50.000,00 C – Participação na Cia. Isa 30.000,00 C – Participação na Cia. Cláudia 20.000,00; C – Resultado Negativo em Participações Societárias 250.000,00 D – Participação na Cia. Isa 170.000,00 D – Participação na Cia. Cláudia 80.000,00; C – Resultado Positivo em Participações Societárias 50.000,00 D – Participação na Cia. Isa 30.000,00 D – Participação na Cia. Cláudia C – Resultado Negativo em Participações Societárias 50.000,00 D – Participação na Cia. Isa 20.000,00 D – Participação na Cia. Cláudia Unidade 2 - Tópico 2 Responder A) B) C) D) Responder Utilize as informações a seguir para responder às questões de nº 7 a 10: No início do exercício, a Cia. Investidora adquiriu 30% do Capital Votante da Cia. Investida, que era representado unicamente pela Conta Capital, no valor de R$ 300 mil, sabendo-se que: • a aquisição foi realizada por R$ 90 mil; • que a Cia. Investida é coligada da Investidora e este investimento é considerado signi�cativo; • que o Lucro Líquido do período da Investida foi de R$ 100 mil. 4 Pode-se indicar por quanto estará avaliado o investimento no Balanço Patrimonial da Cia. Investidora, no �nal do período (em R$ mil): 150 120 90 60 5 Na Demonstração do Resultado do Exercício da Cia. Investidora, aparecerá, como Resultado de Equivalência Patrimonial, uma receita (em R$) de (considerados os dados da questão anterior): Unidade 2 - Tópico 2 A) B) C) D) Responder A) B) C) D) Responder 30 mil 60 mil 100 mil 200 mil 6 Se após os lançamentos contábeis de ajustes do Investimento na Cia. Investidora, a Cia. Investida distribuir R$ 50 mil de dividendos, a Investidora fará o seguinte lançamento contábil: D – CaixaC – Dividendos 15.000,00 D – Caixa C – Receita 15.000,00 D – CaixaC – Investimento 15.000,00 D – Caixa C – Lucro 15.000,00 7 Se a investidora tivesse pago R$ 100 mil pelas ações da Investida, o lançamento contábil seria (supondo-se pagamento à vista em dinheiro): Unidade 2 - Tópico 2 A) B) C) D) Responder D – CaixaC – Investimentos 100.000,00 C – Ágio 100.000,00 D – Caixa 10.000,00 D – Investimentos 90.000,00 D – Ágio 90.000,00 C – Caixa 100.000,00 D – Investimentos 10.000,00 D – Ágio 10.000,00 C – Caixa 100.000,00 D – Investimentos 90.000,00 8 De acordo com a Instrução CVM nº 247/96, qual seria o resultado da equivalência patrimonial a ser registrada, contabilmente, por uma controladora que dispusesse dos seguintes dados? Património Líquido da Controlada R$ 1.600,00 % Participação 70% Lucros Realizados R$ 200,00 Lucros não realizados entre a Controlada e a Controladora R$ 300,00 Valor Contábil do Investimento R$ 720,00 Unidade 2 - Tópico 2 A) B) C) D) Responder R$ 190,00 R$ 253,00 R$ 100,00 R$ 400,00 9 Preencha a tabela a seguir com: Controlada, Coligada, Equiparada a Coligada ou Investimento simples avaliado pelo método de custo. % da investidora na Preponderância nas deliberações Tipo de relacionamento? Investida B 5% Sim Investida C 22% Não Investida D 9% Não Investida E 15% Sim Unidade 2 - Tópico 2 Responder Responder Investida F 21% indiretamente Não 10 O que se pode a�rmar da empresa A em relação à empresa C? IMAGEM 10 PNG 11 A entidade ABC adquire, em fevereiro de 2003, investimento representativo de 25% do capital votante da entidade XYZ, considerado signi�cativo. Em agosto de 2003, por força de acordo de acionistas, passa a exercer o controle sobre aUnidade 2 - Tópico 2 A) B) C) D) Responder A) B) C) D) Responder administração dessa entidade. A entidade ABC deve adotar o método de equivalência patrimonial para avaliação desse investimento a partir de: fevereiro de 2003. agosto de 2003. dezembro de 2003. janeiro de 2004. 12 A �gura contábil do ágio pode ocorrer por origens e circunstâncias diversas, entre elas há expectativa: de rentabilidade futura da Participação Societária adquirida. das despesas futuras da Participação Societária adquirida. de o valor do Imobilizado Líquido da empresa investida tender a zero. de prejuízos futuros da Participação Societária adquirida. Unidade 2 - Tópico 2 13 Preencha a tabela abaixo: Equivalência ou Custo Valor do Investimento Capital Votante da investida Preponderância nas deliberações Método de avaliação? Empresa B 3.000 13.000 Não Empresa C 1.500 13.000 Não Empresa D 1.500 5.000 Não Empresa E 500 5.000 Sim Empresa F 3.000 10.000 Sim Unidade 2 - Tópico 2 Responder 1. Ativo Não Circulante da investidora em 31/12/X1: 2. Patrimônio Líquido da Controlada C em 31/12/X1: 3. Patrimônio Líquido da Controlada C em 31/12/X2: 14 Com base nos dados e informações a seguir, proceda ao cálculo e à contabilização para atualizar o valor do investimento pelo Método de Equivalência Patrimonial na investidora em 31/12/X2: Investimentos Avaliados pela Equivalência Patrimonial Participação na Controlada C 70.000 Capital 100.000 Capital 100.000 Lucros acumulados 50.000 Total 150.000 Informações complementares: • A participação da investidora na controlada equivale a 70% do capital da investida. • Expurgar do PL da investida Lucro não realizado no valor de $ 10.000, decorrente de Lucro auferido pela investida em vendas para a investidora. Unidade 2 - Tópico 2 Responder A) B) C) D) 15 A Cia. Signi�cativo avaliará seu investimento em sua controlada, a Cia. Alfa, pelo método de Equivalência Patrimonial. A participação no capital votante da Cia. Alfa é de 20%. Momento X1 Cia. Signi�cativo ATIVO Investimentos Part. na Cia. Cia. Alfa 100.000 Cia. Alfa PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital 400.000 Reserva Capital 100.000 Total 500.000 Momento X2A Cia. Alfa obteve um Lucro Líquido de $ 150.000. Momento X3:A Cia. Cia. Alfa distribuiu $ 50.000 em dividendos. Momento X4:A Cia. Cia. Alfa reavalia seu Ativo em $ 200.000 e consequentemente aumenta o seu Patrimônio Líquido com Reservas de Reavaliação em $ 200.000. O valor da conta "Investimento/Participação na Cia. Alfa”, da Cia. Signi�cativo, no momento X4, será de: $ 210.000 $ 200.000 $170.000 $160.000 Unidade 2 - Tópico 2 Responder Responder A) B) 16 A Nossa Firma de Comércio S/A comprou, à vista, por R$ 18.000,00, ações equivalentesa 40% do capital votante da Cia. Sideral de Indústria. Essa empresa tem um Patrimônio Líquido formado de: Capital Social R$ 40.000,00 Reservas de Capital R$ 12.000,00 Reservas de Lucros R$ 8.000,00 O investimento é signi�cativo e deverá ser avaliado pelo Método da Equivalência Patrimonial para �ns de balanço. Por ocasião da operação de compra acima descrita, a empresa investidora deverá efetuar o seguinte lançamento contábil: 17 Pelo Método da Equivalência Patrimonial os Investimentos têm seus valores atualizados, para mais ou para me nos, em decorrência de: variação ocorrida no Custo de aquisição em relação ao valor de mercado. variações para mais ou para menos no Patrimônio Líquido das investidas. Unidade 2 - Tópico 2 C) D) Responder A) B) C) D) Responder variações para menos no valor patrimonial da ação da investidora. somente pelos lucros apurados nas investidoras. 18 Analise o seguinte lançamento no grupo “Despesas Operacionais”: D – Despesas de Participações SocietáriasC – Participação na Coligada B. Esse lançamento registra: o lucro auferido pela investida. a diminuição do Ativo Circulante da Investidora. o Prejuízo apurado pela investida em decorrência de aumento de Capital. a redução ocorrida no PL da investida em decorrência de prejuízos por ela apurados. 19 No exercício seguinte, ocasião em que a investidora receber em cheque os dividendos, devidamente contabilizados como acréscimo da conta que registra investimento no �nal do exercício anterior, o correto será debitar a conta Caixa ou Bancos conta Movimento e creditar a conta: Unidade 2 - Tópico 2 A) B) C) D) Responder A) B) C) D) Que registra o respectivo investimento. Dividendos a Receber. Receitas de Participações Societárias. Ganhos em contas do Ativo Permanente. 20 A Controlada B apurou lucro líquido, no �nal de X1, no valor de $ 500, e contabilizou $ 200 como dividendos a pagar para sua Controladora A, permanecendo o res tante no PL. Em relação a esse lucro de $ 500, a investidora: obrigatoriamente debitará $ 200 na conta Dividendos a Receber e $ 300 na conta que registra o investimento. poderá optar em debitar $ 500 na conta que registra o investimento ou $ 200 em Dividendos a Receber e $ 300 na conta que registra o investimento. creditar $ 200 em Dividendos a Pagar e $ 300 no PL. creditar $ 200 em Dividendos a Receber e debitar $ 300 em Receita de Participação. Unidade 2 - Tópico 2 Responder A) B) C) D) Responder A) B) 21 A Investidora A, proprietária de 4% das ações representativas do capital da So - ciedade Z, avaliou tal investimento pelo MEP, observando rigorosamente as dis - posições contidas na Instrução CVM nº 247/1996. O procedimento da investidora está: correto, uma vez que o investimento é signi�cativo. correto, uma vez que controla a Sociedade Z. errado, uma vez que o percentual de 4% na participação do Capital de outra empresa não caracteriza a existência de coligada nem de controlada. correto, tendo em vista que assim determina a Lei nº 11.638/2007. 22 Para �ns de obter o valor atualizado do investimento pelo MEP, os lucros não realizados decorrentes de negócios entre a investida e a investidora serão: adicionados ao valor encontrado após a aplicação do percentual de partição sobre o valor do PL da investida. subtraído do valor encontrado após a aplicação do percentual de participação sobre o valor do PL da investida. Unidade 2 - Tópico 2 C) D) Responder Tópico 1 Unidade 3 Conteúdo escrito por: incluído no total do PL para �ns de cálculo. será subtraído do total do PL para �ns de cálculo. Todos os direitos reservados © Prof. Fabio Darci Kowalski https://livrodigital.uniasselvi.com.br/CON61_contabilidade_avancada/unidade3.html
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