Buscar

direitos oeganizacionais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO DAS 
ORGANIZAÇÕES
Angélica Ferreira Rosa
1ª Edição, 2022
EAD
Reitor e Diretor Campus Engenheiro Coelho: Martin Kuhn 
Vice-reitor para a Educação Básica e Diretor Campus Hortolândia: Douglas Jefferson Menslin
Vice-reitor para a Educação Superior e Diretor Campus São Paulo: Afonso Cardoso Ligório
Vice-reitor administrativo: Telson Bombassaro Vargas 
Pró-reitor de graduação: Afonso Cardoso Ligório 
Pró-reitor de pesquisa e desenvolvimento institucional: Allan Macedo de Novaes 
Pró-reitor de educação à distância: Fabiano Leichsenring Silva 
Pró-reitor de desenvolvimento espiritual e comunitário: Henrique Melo Gonçalves
Pró-reitor de Desenvolvimento Estudantil: Carlos Alberto Ferri
Pró-reitor de Gestão Integrada: Claudio Knoener 
Educação Adventista a Distância
Conselho editorial e artístico: Dr. Adolfo Suárez; Dr. Afonso Cardoso; Dr. Allan Novaes; 
Me. Diogo Cavalcanti; Dr. Douglas Menslin; Pr. Eber Liesse; Me. Edilson Valiante; 
Dr. Fabiano Leichsenring, Dr. Fabio Alfieri; Pr. Gilberto Damasceno; Dra. Gildene Silva; 
Pr. Henrique Gonçalves; Pr. José Prudêncio Júnior; Pr. Luis Strumiello; Dr. Martin Kuhn; 
Dr. Reinaldo Siqueira; Dr. Rodrigo Follis; Esp. Telson Vargas
Editor-chefe: Rodrigo Follis
Gerente administrativo: Bruno Sales Ferreira
Editor associado: Werter Gouveia
Responsável editorial pelo EaD: Luiza Simões
Editora Universitária Adventista
Presidente Divisão Sul-Americana: Stanley Arco
Diretor do Departamento de Educação para a Divisão Sul-Americana: Antônio Marcos
Presidente Mantenedora Unasp (IAE): Maurício Lima
1ª Edição, 2022
DIREITO DAS 
ORGANIZAÇÕES
Editora Universitária Adventista 
Engenheiro Coelho, SP
Angélica Ferreira Rosa
Doutora em Direito pela UFPR
Campagnoni, Mariana / dos Santos, Diego Henrique Moreira
Formação da identidade profissional do contador [livro eletrônico] / Mariana Campagnoni. -- 1. 
ed. -- Engenheiro Coelho, SP : Unaspress, 2020.
1 Mb ; PDF
ISBN 978-85-8463-172-8
1. Carreira profissional 2. Contabilidade 3. Contabilidade como profissão 4. Contabilidade como 
profissão - Leis e legislação 5. Formação profissional 6. Negócios I. Título.
20-33026 CDD-370.113
Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)
(Ficha catalográfica elaborada por Hermenérico Siqueira de Morais Netto – CRB 7370)
Direito das Organizações
1ª edição – 2022
e-book (pdf)
OP 00123_024
Coordenação editorial: Luciana Lima
Conteudista: Angélica Ferreira Rosa
Preparador: Adriane Rodrigues
Projeto gráfico: Ana Paula Pirani 
Capa e Diagramação: William Nunes 
Caixa Postal 88 – Reitoria Unasp
Engenheiro Coelho, SP – CEP 13448-900
Tel.: (19) 3858-5171 / 3858-5172 
www.unaspress.com.br
Editora Universitária Adventista
Validação editorial científica ad hoc:
Carlos Alexandre Hees
Pós Doutor em Direito pela Universidade de Coimbra - Portugal.
Editora associada:
Todos os direitos reservados à Unaspress - Editora Universitária Adventista. Proibida 
a reprodução por quaisquer meios, sem prévia autorização escrita da editora, salvo 
em breves citações, com indicação da fonte.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO AO DIREITO ORGANIZACIONAL ........ 7
Introdução .........................................................................................8
Introdução ao estudo do direito .......................................................9
A constituição federal ......................................................................15
Conciliação, mediação e arbitragem ...............................................21
Políticas de inclusão .........................................................................38
Considerações finais.........................................................................47
Referências .......................................................................................50
- Compreender os fundamentos legais para o direito público e privado indicados 
na Constituição Federal (CF);
- Identificar os elementos para o estudo do direito civil e de empresa, do direito 
do consumidor, do direito do trabalho, da seguridade social e do direito tributário;
- Dominar os conceitos indispensáveis a introdução do direito organizacional;
- Aplicar a conciliação, a mediação e a arbitragem como alternativas para a 
resolução de questões empresariais;
- Relacionar as políticas afirmativas de inclusão com as práticas 
administrativas organizacionais.
INTRODUÇÃO AO 
DIREITO ORGANIZACIONAL
UNIDADE 1
OB
JE
TI
VO
S
8
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
INTRODUÇÃO
O direito organizacional é um assunto indispensável para 
a compreensão de todo o funcionamento de uma empresa, por 
isso, partiremos da análise dos dois ramos centrais do direito 
organizacional: público e privado. Estudaremos também a CF 
(BRASIL, 1988), que apresenta as diretrizes necessárias para o 
entendimento de todo o direito organizacional; ela estabelece 
normas que tipificam a criação das marcas, nomes, a própria 
exploração da atividade econômica e o interesse coletivo e o 
tratamento diferenciado dado às micros e pequenas empresas 
em relação às tributações e incentivos e as diretrizes das 
políticas de afirmação e inclusão nas empresas. 
As organizações ainda apresentam aspectos práticos 
que advêm da atuação diária dos gestores, funcionários e 
empresários, e em prol de se resolver eventuais conflitos tem-
se a conciliação e a arbitragem. Como pudemos depreender 
desta introdução, no direito organizacional há ramos que se 
comunicam e que estão relacionados com o direito constitucional. 
Desse modo, o objetivo deste material é que o leitor entenda:
• a ramificação do direito público e privado;
9
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
• uma breve introdução ao direito civil, de 
empresa, do consumidor, do trabalho, 
da seguridade social e tributário;
• a CF (BRASIL, 1988) com diretrizes 
para todos os assuntos que são partes 
integrantes do direito organizacional; 
• as políticas afirmativas de inclusão nas organizações;
• os aspectos práticos do direito organizacional;
• o uso dos métodos alternativos de resolução 
de conflitos como meios mais efetivos e 
assertivos nas resoluções dos conflitos.
Bom estudo!
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Quando se estuda o direito organizacional é relevante a 
compreensão da sua relação com diversos assuntos, como o 
direito constitucional, ramo do direito público que influencia 
todos os demais, o direito civil e de empresa, o direito do 
10
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
consumidor, o direito do trabalho, da seguridade social e o 
direito tributário. Desse modo, para uma análise mais profícua, 
torna-se indispensável compreender todo o direito, por isso, a 
abordagem se iniciará com a introdução ao estudo do direito, 
essa introdução estabelece os conceitos e as considerações 
básicas para a compreensão geral do direito.
Desse modo, vamos começar pela própria conceituação 
da terminologia, em razão do termo “direito” possuir várias 
conceituações e significados, desde aqueles advindos do 
dicionário, como também os que variam de acordo com o 
contexto econômico, social e político de cada época. O termo 
direito, nos dizeres de Justen Filho (2021), pode ser considerado 
como algo subjetivo que é vinculado ao indivíduo, algo objetivo 
que existe independentemente das pessoas. Ainda de uma 
maneira geral o vocábulo “lei” é considerado como parte 
constitutiva do direito, assim como a mesma palavra relaciona 
o mundo físico-químico, que apresenta diversos sentidos e 
aplicação em vários fenômenos.
De acordo com o mesmo doutrinador, apesar da palavra 
“direito” e “lei” integrarem o vocabulário cotidiano de todos, 
mesmo que algumas vezes utilizadas como sinônimos, o 
significado de ambos os termos é diferente. A terminologia 
sempre precisa ser analisada de acordo com um determinado 
11
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
contexto, pois pode possuir vários significados. Ao 
considerarmos o termo direito como ciência, tem-se a primeira 
grande divisão em direito público e direito privado, ressalva-se 
que há correntes quequestionam tal divisão.
De início é importante constar que o direito público 
encontra disposição expressa no direito romano, segundo 
Justen Filho (2021). Em Roma ele era relacionado à comunidade 
e à condução das questões que envolviam o interesse comum, 
mas a principal estrutura do direito romano era o direito 
privado, o qual se referia às questões dos sujeitos particulares.
Ainda, segundo o mesmo doutrinador, pode-se afirmar que 
o direito público compreende o conjunto de normas jurídicas que 
disciplinam o exercício das atividades ou das funções públicas 
por envolver interesses indisponíveis que na maioria dos casos 
são atribuídos ao Estado, ou seja, o direito público regula toda e 
qualquer atividade do sujeito quando em exercício da atividade 
pública, em relação aos meios técnicos jurídicos, o conteúdo 
e os limites utilizados por eles, mesmo que ele não participe 
diretamente, como na proteção ao meio ambiente.
Infere-se também que até mesmo o tratamento das normas 
quando tratam do direito público é diferenciado, sendo em alguns 
casos mais benéficos, mas podendo ser também mais severo, 
12
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
quando comparado ao direito privado. Para melhor contextualizar 
com o direito das organizações, tem-se que assuntos como o 
direito constitucional, o qual estabelece uma relação de normas 
gerais de organização dos poderes, de organização do Estado e dos 
direitos fundamentais, integram o direito público. 
Com relação ao direito privado, Justen Filho (2021) 
compreende que essas normas tutelam os interesses 
disponíveis, os quais são normalmente dos particulares, afinal, 
elas estão relacionadas com interesses cuja realização depende 
das escolhas dos titulares, pois de forma geral eles são de 
titularidade dos sujeitos privados, considerando que os sujeitos 
possuem as condições de avaliar e executar as soluções mais 
adequadas visando à satisfação dos próprios interesses já que 
apresentam autonomia na escolha. 
O direito privado tem um conjunto de normas que 
disciplina o exercício das atividades privadas, por isso ele 
regula as atividades do sujeito quando ele estiver em exercício 
da atividade privada, em relação aos meios técnicos jurídicos, o 
conteúdo e os limites utilizados por eles. Com relação ao direito 
organizacional, ele integra assuntos como o direito empresarial, 
ramo que disciplina as relações empresariais, tendo também 
como base a liberdade de estabelecer normas entre as partes, 
o pacta sun servanda, que representa a obrigatoriedade 
13
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
do cumprimento dessas normas, 
considerando os direitos fundamentais, 
ressalvando que o Estado só intervém 
nessas relações para salvaguardar os 
direitos lesados. 
Diante disso, tem-se o direito público, 
como aquele estabelecido pelo próprio 
Estado, o qual aduz quais são as atividades 
públicas, ou seja, o conjunto de normas 
jurídicas que se referem às atividades 
públicas. Por outro lado, o direito privado é 
o conjunto de normas jurídicas relativas às 
atividades privadas, atividades essas que o 
próprio Estado estabelece como privadas. 
O direito privado, então, vai disciplinar 
as relações de interesses entre as pessoas 
e entre estas e as empresas, as quais 
estabelecem acordos entre si. 
Os ramos do direito público são 
para o direito organizacional, mas além 
deste tem-se o direito tributário que 
compreende a apropriação compulsória 
com a instituição, cobrança e arrecadação 
O direito privado regula 
as atividades do sujeito 
enquanto ele está no exer-
cício da atividade privada.
Fonte: Shutterstock
14
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
de tributos pelo Estado; a finalidade é adquirir os recursos 
indispensáveis para a manutenção estatal, proporcionando a 
redistribuição das riquezas e das atividades sociais, sendo que 
cada ente federativo tem competência tributária própria, ou 
seja, há tributos próprios da união, dos estados, dos municípios 
e do distrito federal (JUSTEN FILHO, 2021).
Mas quais são os conteúdos próprios do direito privado que 
se relacionam com o direito organizacional? São os de direito 
civil, empresarial e do trabalho. O direito civil, segundo Justen 
Filho (2021), disciplina sobre os sujeitos, os particulares e as suas 
obrigações, os direitos reais, o direito de família e o direito de 
sucessões. Ainda, de acordo com o mesmo doutrinador, o direito 
empresarial é o ramo do direito privado que trato do exercício 
das atividades econômicas organizadas, estuda os empresários 
e suas relações com sócios, terceiros, marcas e patentes, entre 
outros. Inclusive, relaciona-se com o comercial, o direito do 
consumidor, econômico e os contratos empresariais. 
A teoria mais aceita, e que é aqui defendida, trata-se de 
compreender o direito do trabalho como direito privado, 
ele então disciplina as relações de trabalho desde que elas 
estejam exercidas continuamente, remuneradas e com vínculo 
hierárquico (JUSTEN FILHO, 2021), sendo que há liberdade 
para o estabelecimento de regras nessa relação, mas também 
15
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
normas cogentes, além de que normas 
trabalhistas disciplinam os direitos e 
as obrigações dos empregadores e dos 
trabalhadores para protegê-los. 
Tecidas tais informações faz-se 
necessário a ampliação do estudo e 
discussão no próximo item sobre a 
Constituição Federal (CF) (BRASIL, 1988), 
asseverando a importância e o seu papel 
fundamental quando da compreensão do 
direito organizacional. 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Segundo Justen Filho (2021), o direito 
constitucional é o diploma no qual constam 
as normas e institutos que estão no topo da 
pirâmide, ou seja, aquelas mais elevadas na 
hierarquia no ordenamento jurídico, pois 
são as normas e os institutos relacionados 
com temas essenciais, tais como os direitos 
fundamentais. Ressalva-se em relação à 
hierarquia constitucional que há outras 
NORMA COGENTE
Segundo o site Direito Net, “nor-
ma cogente é aquela que cons-
trange a quem se aplica, tornan-
do seu cumprimento obrigatório 
de maneira coercitiva”. Disponí-
vel em: https://www.direitonet.
com.br/dicionario/exibir/910/
Cogente#:~:text=Norma%20
cogente%20%C3%A9%20
aquela%20que,cumprimen-
to%20obrigat%C3%B3rio%20
de%20maneira%20coercitiva. 
Acesso em: 19 jan. 2022.
16
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
normas que também constam em outros documentos, como 
acontece com o anexo à constituição brasileira conhecido como 
“Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT”, além 
de alterações constitucionais presentes nos textos das Emendas 
Constitucionais, os quais não são integrados no texto constitucional. 
Agora que já se sabe o que é uma constituição, é importa 
salientar que o Brasil teve diversas constituições, mas o objeto 
da presente análise é a Constituição Federal de 1988, conhecida 
como a mais democrática de todas, mas que, segundo 
Ferreira Filho (2010), se iniciou com o governo Geisel quando 
optou por findar o AI-5 (Ato Institucional Número Cinco), 
o qual estabeleceu poderes extraordinários que ampliava a 
possibilidade de ação do presidente da República. 
Segundo o mesmo doutrinador, os ideais democráticos 
também constam na proteção dos direitos considerados como 
fundamentais, aqueles que positivam no texto constitucional os 
direitos humanos que um determinado Estado deve proteger 
naquele ordenamento jurídico, o objetivo é garantir esses 
direitos para que eles estabeleçam uma organização que limite 
o poder e abuso dos governantes. 
A CF (BRASIL, 1988) disciplinou ainda limitações 
materiais ao poder de revisão com as cláusulas pétreas, 
17
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
elas representam a imutabilidade da constituição em suas 
regulamentações. Desse modo, pode-se afirmar que são 
inúmeras as conquistas constitucionais, nos dizeres de Ferreira 
Filho (2010): as liberdades públicas, constante na primeira 
geração dos direitos fundamentais; os direitos econômicos 
e sociais, presentes na segunda geração; e o direito ao meio 
ambiente e à comunicação,na terceira geração; mas não 
somente os direitos expressos foram conquistados, como 
também a possibilidade de se considerar outros implícitos ou 
derivados dos tratados internacionais.
Ainda, de acordo com Ferreira Filho (2010), o texto 
constitucional inclui os “direitos e as garantias individuais” 
dentre as limitações materiais ao poder constituinte derivado 
e estabeleceu novas garantias judiciais, como o mandado 
de segurança coletivo, o habeas data e o mandado de 
injunção. Dessa forma, afirma-se a aplicação das normas 
constitucionais às relações privadas; segundo Brasilino 
(2019), a CF (BRASIL, 1988) tem sua projeção na ordem 
civil por intermédio das normas de ordem pública, a qual 
disciplina tanto o mercado quanto a sociedade em prol de 
alcançar os objetivos do Estado como também atingir a 
18
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
solidariedade entre todos, afinal, os interesses do mercado 
somente considerados no aspecto do alcance e manutenção 
dos lucros destoa de uma sociedade mais justa e da 
finalidade da própria função social da empresa. 
De acordo com Brasilino (2019), pela força normativa 
da constituição, a CF (BRASIL, 1988) deixou de ser um 
programa político, o qual antes era diretamente relacionado 
à indispensabilidade das normas infraconstitucionais, por 
isso, pode-se afirmar que houve a aplicação constitucional 
nas relações privadas, disciplinando inclusive vários 
outros setores da sociedade, como a ordem econômica. 
Enfatizando que as normas fundamentais serão sempre 
aplicadas a todos os ramos, assim como relações, ou seja, 
tanto nas públicas quanto nas privadas.
Buscando exemplificar o contexto acima, o Novo Código de 
Processo Civil (CPC ou novo CPC), na Lei n.º 13.105, (BRASIL, 
2015a, on-line) aduz: “Art. 1º O processo civil será ordenado, 
disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas 
fundamentais estabelecidos na Constituição da República 
Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste 
19
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
Código”, ou seja, o processo civil, que é instrumento para a 
resolução dos conflitos na seara civil, se pauta em conformidade 
com os valores e também com as normas fundamentais 
constitucionais. Outro artigo do mesmo diploma corrobora: 
“Art. 8º ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos 
fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e 
promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a 
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade 
e a eficiência” (BRASIL, 2015a, on-line).
A própria CF (BRASIL, 1988, on-line) estabelece no seu 
Art. 1º o seguinte: “Art. 1º A República Federativa do Brasil, 
formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamentos: [...] IV - os valores sociais 
do trabalho e da livre iniciativa”. No mesmo sentido, o Art. 
170 aduz: “A ordem econômica, fundada na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar 
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça 
social, observados os seguintes princípios”.
A livre iniciativa como consta nos artigos acima permite 
que todos possam produzir bens e prestar serviços, ou seja, 
qualquer pessoa pode iniciar uma atividade econômica, mas 
evidentemente que deve respeitar as normas constitucionais, 
20
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
assim como o próprio Art. 170, inc. II, que trata da 
propriedade privada como direito ao uso, gozo e disposição 
do bem móvel e/ou imóvel desde que respeitando os 
dizeres do mesmo artigo no inc. III, que trata da função 
social da propriedade, a qual o Art. 5.º, inciso XXII, do 
mesmo diploma corrobora que “a propriedade atenderá a 
sua função social” (BRASIL, 1988, on-line). Nesse sentido, o 
Art. 173 do mesmo diploma entende: 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será 
permitida quando necessária aos imperativos da segurança 
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos 
em lei. § 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que 
vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência 
e ao aumento arbitrário dos lucros (BRASIL, 1988, on-line).
Desse modo, a livre iniciativa vista acima está diretamente 
relacionada com a vedação de condutas que visem dominar os 
mercados, eliminar a concorrência e aumentar de forma arbitrária 
os lucros. Considerando essas questões fundamentais, tem-se que 
de acordo com Brasilino (2019) o Direito privado precisa assegurar 
o patrimônio mínimo às pessoas, além de que também precisa ser 
o instrumento de acesso, em consonância com o que está disposto 
com a CF (BRASIL, 1988), sendo ela a fonte comum de todos os 
21
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
outros diplomas, como o direito empresarial, meios alternativos de 
resolução de conflitos, direito comercial, do trabalho e tributário, ou 
seja, para o direito das organizações.
CONCILIAÇÃO, MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM
Segundo Scavone Jr. (2020), o conciliador é aquele que 
devolve às partes a possibilidade de solucionar o conflito, sendo 
que para solucionar o conflito ele aceitará as estipulações feitas 
pelas partes, pois depende da anuência delas. Desse modo, 
tem-se que a conciliação é uma técnica de negociação, na qual o 
Estado, como visto, devolveu às partes a faculdade de negociar 
os próprios conflitos.
A conciliação está prevista no novo CPC (BRASIL, 2015a), 
mais claramente no Art. 165 do diploma quando aduz que o 
conciliador atua nas ações que não houver qualquer tipo de 
vínculo anterior entre as partes. Consta ainda que ele pode sugerir 
soluções, mas antes mesmo de constar nesse diploma, a conciliação 
já era tratada pelos juizados especiais como um dos seus basilares 
no alcance de soluções mais efetivas e céleres, sendo que tanto 
para o Processo Civil quanto para os juizados especiais em todas 
as causas a tentativa de conciliação é indispensável. Como pode 
ser observada da leitura do Art. 334, da CPC:
22
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for 
o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará 
audiência de conciliação ou de mediação com antecedência 
mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo 
menos 20 (vinte) dias de antecedência (BRASIL, 2015a, on-line).
No mesmo sentido, a Lei n.º 9.099 (BRASIL, 1995, on-
line), Art. 2º, compreende que: “O processo orientar-se-á pelos 
critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia 
processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a 
conciliação ou a transação”. Como pode se compreender 
pelo entendimento do trecho acima, o processo se orienta 
sempre que possível pela conciliação, a transação é quando a 
conciliação ou a mediação atinge o objetivo. Pelo entendimento 
do Art. 334, do CPC (BRASIL, 2015a), a conciliação pode ser 
também compulsória, inclusive na modalidade judicial, na qual 
até mesmo há a determinação da audiência. 
A mediação pelo CPC (BRASIL, 2015a) compreende no 
parágrafo único do Art. 1º: “Considera-se mediação a atividade 
técnica exercida por terceiro imparcial e sem poder decisório, que, 
escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar 
ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia”. 
Para Scavone Jr. (2020), o papel desempenhado pelo 
mediador é de neutralização, pois ela neutraliza as emoções 
23
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
das partes, o que facilita as soluções das controversas, mas não 
intervindo na decisão das partes, sendo utilizada em todos 
os âmbitos, ou seja, no privado e no público, por exemplo, os 
conflitos de pensão alimentícia no direito de família que são 
situações afetivas complexas.
Desse modo, tem-se que a mediação também é uma técnica 
de negociação. Nela as próprias partes vão negociar os seus 
conflitos, sendo que como visto no CPC (BRASIL, 2015a) o 
mediador atua de forma preferencial nas açõesque houver 
o vínculo entre as partes, afinal, o objetivo é reestabelecer o 
diálogo e permitir que elas mesmas proponham as soluções 
para os conflitos que estiverem inseridas e quando chegarem a 
um acordo o mediador será responsável por redigir esse acordo, 
que deve ser juntado ao processo para que o juiz homologue, 
mas quando nos casos que envolvem os casos pré-processuais 
acontecerá pelo juiz coordenador do CEJUSC. 
Além disso, Scavone Jr. (2020) aduz que as regras 
determinadas para a conciliação e mediação extrajudicial se 
aplicam às serventias extrajudiciais, como consta no caput 
do Art. 42 da Lei n.º 13.140 (BRASIL, 2015b), que dispõe 
sobre a mediação entre particulares como meio de solução de 
controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito 
da administração pública; altera a Lei n.º 9.469 (BRASIL, 
24
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
1997), o Decreto n.º 70.235 (BRASIL, 1972), e revoga o § 2º do 
Art. 6º da Lei n.º 9.469 (BRASIL, 1997). Segue a transcrição do 
artigo: “Art. 42. Aplica-se esta Lei, no que couber, às outras 
formas consensuais de resolução de conflitos, tais como 
mediações comunitárias e escolares, e àquelas levadas a efeito 
nas serventias extrajudiciais, desde que no âmbito de suas 
competências” (BRASIL, 2015b, on-line).
A conciliação e a mediação são informadas por princípios, 
sendo eles pelo entendimento do Art. 166 do CPC:
Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos 
princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia 
da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade 
e da decisão informada. §1º A confidencialidade estende-se a 
todas as informações produzidas no curso do procedimento, cujo 
teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto 
por expressa deliberação das partes. §2º Em razão do dever de 
sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim 
como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou 
depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da 
mediação. §3º Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o 
objetivo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição. 
§4º A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre 
autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à 
definição das regras procedimentais (BRASIL, 2015a, on-line).
25
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
Segundo Scavone Jr. (2020), a 
confidencialidade significa que todas as 
informações relacionadas à mediação e/
ou conciliação são confidenciais, mesmo 
que elas tenham sido coletadas durante os 
trabalhos, nunca poderão ser reveladas, 
nem pelos prepostos, advogados, 
assessores técnicos ou qualquer pessoa ou 
parte que participe ou tenha participado do 
procedimento, de modo direto ou indireto.
Guilherme (2020) compreende a 
celeridade como consequência direta da 
maior informalidade quando comparada 
com a justiça comum, a qual tem seus 
procedimentos, que sofrem severas 
críticas por conta da demora e também 
da efetividade da resposta, já que muitas 
vezes além das partes estarem “cansadas” 
de esperar uma decisão judicial, quando 
ela ocorre muitas vezes a resposta não 
atende aos interesses deles.
O mesmo doutrinador entende que 
a oralidade pelo seu próprio mecanismo 
CELERIDADE
De acordo com Dicio é a “qua-
lidade de quem ou do que é 
rápido, veloz e ágil; rapidez, agi-
lidade”. Disponível em: https://
www.dicio.com.br/celeridade/. 
Acesso em: 19 jan. 2022.
26
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
coloca as partes como os principais protagonistas, desse modo, 
a oratória acaba como a principal forma de comunicação para 
a facilitação dos atos. Outro princípio também destacado pelo 
doutrinador é o da informalidade, ela não significa que não haja 
regras ou ordem, mas que o principal papel desempenhado 
pela mediação e a conciliação é que as partes acessem à justiça 
de forma mais célere e eficaz, o que muitas vezes não acontece 
pela demora nos procedimentos judiciários, como visto acima.
Scavone Jr. (2020) entende que a independência dos 
mediadores e dos conciliadores ocorre pelo fato de eles deverem 
manter distância das partes, ou seja, não podem se envolver 
com elas, a imparcialidade também está relacionada com a 
independência, afinal, ela impede que interesses próprios dos 
conciliadores e/ou mediadores com as partes, o que consta 
inclusive como dever para os mediadores e conciliadores no 
parágrafo único do Art. 5º da Lei n.º 13.140 (BRASIL, 2015b, on-
line): “Tem o dever de revelar às partes, antes da aceitação da 
função, qualquer fato ou circunstância que possa suscitar dúvida 
justificada em relação a sua imparcialidade para mediar o conflito, 
oportunidade em que poderá ser recusado por qualquer delas”.
Guilherme (2020), ainda, compreende que é necessária 
a autonomia da vontade das partes, ou seja, elas não podem 
permanecer obrigadas no procedimento, mas precisam ser 
27
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
respeitadas em relação a sua vontade, 
assim, segundo o § 2º do Art. 2º da Lei 
n.º 13.140 (BRASIL, 2015b, on-line), 
“ninguém será obrigado a permanecer 
em procedimento de mediação”. Além 
disso, a decisão informada é condição 
de legitimidade para a resolução dos 
conflitos dada pela ciência dos direitos 
das partes, principalmente de acordo com 
a situação conflitiva, afinal, a renúncia 
de um direito deve estar condicionada 
ao pleno entendimento dos seus direitos 
envolvidos naquela situação conflitiva. 
Não só o Art. 166 do novo CPC 
(BRASIL, 2015a) que aduz sobre os princípios 
de conciliação e mediação, mas a própria Lei 
n.º 13.140 (BRASIL, 2015b, on-line), no Art. 
2º, corrobora com o mesmo entendimento: 
“A mediação será orientada pelos seguintes 
princípios: I – imparcialidade do mediador; II 
– isonomia entre as partes; III – oralidade; IV 
– informalidade; V – autonomia da vontade 
das partes; VI – busca do consenso; VII – 
confidencialidade; VIII – boa-fé”.
Apesar de ter algumas 
semelhanças, a conciliação, 
mediação e arbitragem são 
bem diferentes. 
Fonte: Shutterstock
28
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
É importante frisar que os princípios constantes no Art. 
166 do novo CPC (BRASIL, 2015a) podem sofrer a aplicação na 
conciliação e na mediação, mesmo que na esfera extrajudicial, 
ressalvando que o Art. 2º da Lei n.º 13.140 (BRASIL, 2015b). 
como dito anteriormente. estabeleceu princípios comuns e 
também uns aplicados somente na mediação.
Com relação à preparação para ser conciliador e mediador, 
o doutrinador Scavone Jr. (2020) assevera que é necessário o 
curso de capacitação e que o CPC (BRASIL, 2015a) entende 
que, diferente do mediador judicial, por força da Lei n.º 13.140 
(BRASIL, 2015b), não faz exigência de formação superior ou na 
área jurídica, em que qualquer pessoa que tenha a confiança das 
partes pode atuar no processo judicial e extrajudicial; quando 
extrajudicial não dispõe formação superior nem específica, 
mas quando judicial terá que possuir o curso de capacitação e 
pelo menos dois anos de formado, em escola ou entidade do 
Conselho Nacional de Justiça ou Escola Nacional de Mediação 
e Conciliação do Ministério de Justiça. Ressalta-se que o exigido 
para o conciliador é uma especificidade na área jurídica. Com 
relação a essa afirmação o novo CPC no Art. 167 compreende:
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras 
privadas de conciliação e mediação serão inscritos em 
cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça 
29
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
ou de tribunal regional federal, que manterá registro 
de profissionais habilitados, com indicação de sua área 
profissional. § 1º Preenchendo o requisito da capacitação 
mínima, por meio de curso realizado por entidade 
credenciada, conforme parâmetro curricular definido 
pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o 
Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com 
o respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição 
no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça 
ou detribunal regional federal. § 2º Efetivado o registro, 
que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal 
remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção 
judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados 
necessários para que seu nome passe a constar da respectiva 
lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, 
respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área 
de atuação profissional. § 3º Do credenciamento das câmaras 
e do cadastro de conciliadores e mediadores constarão todos 
os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número 
de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da 
atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, 
bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes. § 
4º Os dados colhidos na forma do § 3º serão classificados 
sistematicamente pelo tribunal, que os publicará, ao 
menos anualmente, para conhecimento da população 
e para fins estatísticos e de avaliação da conciliação, 
da mediação, das câmaras privadas de conciliação e 
de mediação, dos conciliadores e dos mediadores.
30
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
§ 5º Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na 
forma do caput, se advogados, estarão impedidos de exercer 
a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções. 
§ 6º O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio 
de conciliadores e mediadores, a ser preenchido por concurso 
público de provas e títulos, observadas as disposições deste 
Capítulo (BRASIL, 2015a, on-line).
Ainda como visto, os conciliadores e os mediadores terão 
mantidos os dados nas câmaras privadas de conciliação e mediação, 
sendo inscritos no cadastro nacional, em cadastro do tribunal de 
justiça ou de tribunal regional federal para ficarem cadastrados e 
para manter um cadastro de profissionais habilitados. 
Quando se trata de impedimentos, o próprio CPC (BRASIL, 
2015a) entende que os mediadores e os conciliadores, por 
força dos Arts. 167, § 5º, e 172, serão impedidos de exercer a 
advocacia no juízo que forem advogados, impedidos durante 
1 ano após a última audiência em que atuarem, assim como 
de representarem e patrocinarem as partes. Os métodos vistos 
até agora foram os autocompositivos, mas também há outras 
possibilidades para as resoluções dos conflitos, segundo 
Scavone Jr. (2020), como a arbitragem, que é um meio de 
composição dos conflitos pela heterocomposição, na qual um 
terceiro imparcial que resolverá o conflito. 
31
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
A arbitragem trata-se de um método conhecido desde 
a história hebraica. Na antiguidade já tem esses registros, a 
partir daí que ela foi se desenvolvendo. Inclusive no Brasil, 
pois no CPC de 1973 a sentença arbitral precisava inclusive 
ser homologada, o que fazia do judiciária como um 
segundo grau de jurisdição da arbitragem, diferente do que 
consta no novo CPC, que diz que a sentença arbitral é título 
executivo judicial por força do Art. 515 (BRASIL, 2015a, 
on-line): “São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento 
dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: [...] 
VII – a sentença arbitral [...]”, ou seja, coisa julgada material 
ao decidir o mérito do conflito.
Mas essa mudança foi possível graças à Lei n.º 9.307 
(BRASIL, 1996, on-line), que acabou com a necessidade 
de homologação judicial da sentença arbitral, além de ter 
equiparado o juiz togado ao árbitro, como consta no Art. 18: 
“O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir 
não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder 
Judiciário”. Como regra geral, os conflitos serão resolvidos 
pelo árbitro, pois é a forma menos onerosa e mais célere, 
mas também há a possibilidade do uso da figura do Tribunal 
Arbitral, cada parte indica um árbitro, enquanto estes, em 
comum acordo, indicam o árbitro presidente.
32
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
Scavone Jr. (2020) compreende algumas vantagens da 
arbitragem, como: a especialização, que é a possibilidade 
de se nomear árbitros especialistas na matéria do conflito; 
a rapidez, pois é mais célere que o procedimento judicial; 
a irrecorribilidade, na qual a sentença arbitral vale como a 
sentença judicial; a informalidade, em que o procedimento 
arbitral não é formal como o judicial; e a confidencialidade, em 
que a arbitragem pode ser sigilosa, o que difere dos processos 
judiciais que são no geral públicos, força do Art. 189, CPC 
(BRASIL, 2015a, on-line): “Art. 189. Os atos processuais são 
públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos”. 
De acordo com o Art. 2º, da Lei n.º 9.307 (BRASIL, 1996, on-line): 
A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério 
das partes. § 1º Poderão as partes escolher, livremente, as 
regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que 
não haja violação aos bons costumes e à ordem pública. § 2º 
Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem 
se realize com base nos princípios gerais de direito, nos 
usos e costumes e nas regras internacionais de comércio. § 
3º A arbitragem que envolva a administração pública será 
sempre de direito e respeitará o princípio da publicidade.
Ainda como disposto no Art. 5º da Lei n.º 9.307 
(BRASIL, 1996, on-line): 
33
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
Reportando-se as partes, na cláusula compromissória, às 
regras de algum órgão arbitral institucional ou entidade 
especializada, a arbitragem será instituída e processada 
de acordo com tais regras, podendo, igualmente, as partes 
estabelecer na própria cláusula, ou em outro documento, a 
forma convencionada para a instituição da arbitragem.
A arbitragem pode possuir cláusula compromissória ou 
compromisso arbitral, em que se pode alegar como a diferença 
entre elas está de acordo com o litígio futuro e incerto para 
quando envolve a cláusula e o compromisso quando do 
litígio atual e específico. Scavone Jr. (2020) defende que com a 
promulgação da Lei de Arbitragem quando a arbitragem for 
pactuada pelas partes, ela obriga, como regra geral. 
A arbitragem também é aplicável aos contratos de 
adesão genéricos, os quais restringem a eficácia da cláusula 
compromissória, como regra específica, assim como, as regras mais 
específicas são aquelas que se referem aos contratos sujeitos ao CDC, 
de adesão ou não, em que se imponha a nulidade de cláusula que 
determine a utilização da arbitragem, mesmo que os requisitos do 
Art. 4º, § 2º, da Lei n.º 9.307 (BRASIL, 1996) sejam satisfeitos. 
Para o direito organizacional, segundo o doutrinador, 
a arbitragem é aplicada em várias demandas no direito 
empresarial, tais como: os contratos societários, a exclusão 
34
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
de sócios, a apuração de haveres, a 
dissolução, distribuição de lucros e 
administração. Desse modo, desde que os 
sócios ou associados optem por ela, desde 
que se refira aos direitos patrimoniais 
disponíveis, mas o contrato social ou um 
estatuto que consta a arbitragem deve 
considerar a própria Lei de Arbitragem. 
Dando continuidade a esse 
assunto, não obsta que haja a 
alteração estatutária para a inclusão 
de cláusula arbitral, mas desde que 
ocorra a aprovação de acionistas que 
representem metade, no mínimo, das 
ações com direito a voto, quando não 
se exigir maior quórum no estatuto 
da companhia. Quando se trata de 
sociedades anônimas com controle 
majoritário e o capital fechado, os 
acionistas minoritários dissidentes têm 
direito de retirada com reembolso. 
Nas sociedades anônimas de capital 
aberto, os dissidentes deverão liquidar 
QUÓRUM
o site Significados define quó-
rum como o “termo dado ao 
número mínimo de pessoas ne-
cessárias para que uma sessão 
ou deliberação possa ser válida”. 
Disponível em: https://www.
significados.com.br/quorum/ 
Acesso em: 19 jan. 2022.
35
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
suas ações, no caso de não concordarem com a alteração 
estatutária. Nos casos que envolvem companhias que queiram 
participar do mercado de balcão, elas vão precisar aderir 
à Câmarade Arbitragem do Mercado para resolução dos 
conflitos societários, sendo que quando há a dispersão acionária 
mínima de 25%, não se tem direito de retirada com a inclusão 
da cláusula arbitral como condição de participação no mercado. 
Scavone Jr. (2020) compreende que nos casos que 
ocorrem a falência, a arbitragem tem o curso normal para 
que haja a verificação do crédito, por conta das quantias 
ilíquidas para apuração que advém de convenção anterior à 
quebra pelas demandas outrora já propostas. Desse modo, 
as quantias ilíquidas no juízo arbitral seguem até formar o 
título para habilitação no juízo universal da falência, ainda 
quando as ações sobre as quantias ilíquidas não forem 
propostas ou sobre os bens, os interesses e os negócios do 
falido, em relação às ações trabalhistas ou fiscais e as não 
reguladas na Lei de Falências quando o falido for autor ou 
litisconsorte ativo, incluindo todas as ações que seguirem pela 
arbitragem levadas pelo próprio administrador judicial, o qual 
representará a massa falida. 
A arbitragem pode ser aplicada em direitos disponíveis, 
sendo que as partes capazes não admitem a resolução por 
36
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
essa prática os conflitos que envolvam, por exemplo, o direito 
penal, além das que se referem ao estado das pessoas, os 
direitos pessoais no direito de família, como a filiação, o 
poder familiar, assim como não se admite essa aplicação nos 
conflitos de matéria do direito tributário. Por força do disposto 
na Lei n.º 9.307, tem-se que:
Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-
se da arbitragem para dirimir litígios relativos a 
direitos patrimoniais disponíveis. § 1º A administração 
pública direta e indireta poderá utilizar-se da 
arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos 
patrimoniais disponíveis (BRASIL, 1996, on-line).
Com relação à mediação e à conciliação, tem-se que a sua 
aplicação acontece em relação aos direitos disponíveis, mas 
atenção, nada obsta que possa também ocorrer transação em 
relação aos direitos indisponíveis que admitam transação, 
a exemplo do acordo quanto ao valor e também à forma do 
pagamento da ação de alimentos, como consta na Lei n.º 13.140 
(BRASIL, 2015b, on-line):
Art. 3º Pode ser objeto de mediação o conflito que 
verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos 
indisponíveis que admitam transação. 
37
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
§ 1º A mediação pode versar sobre todo o conflito ou 
parte dele. § 2º O consenso das partes envolvendo direitos 
indisponíveis, mas transigíveis, deve ser homologado 
em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público.
Desse modo, ainda é indispensável o consenso das partes 
quando envolve os direitos indisponíveis, mas que admitam 
transação, com homologação em juízo e a oitiva do Ministério 
Público. Para trabalhar como mediador e conciliador é preciso 
fazer o curso em instituições reconhecidas, privadas ou 
públicas. Até mesmo o poder judiciário disponibiliza curso 
de mediador e conciliador, o qual pode ser ofertado tanto 
presencialmente quanto no formato a distância. O mediador 
quando judicial precisa ter curso superior em qualquer área 
do conhecimento, mais pelo menos dois anos de formação e 
ter concluído o curso de capacitação. Já para ser conciliador, 
desde que faça o curso de capacitação, não precisa ter 
concluído o curso superior. 
Para trabalhar como árbitro, segundo a Lei n.º 9.307 
(BRASIL, 1996), você precisa ser capaz e ter a confiança das 
partes, somente algumas câmaras arbitrais estão exigindo 
curso superior e/ou alguma especialização para garantir a 
qualidade da prestação do serviço. Importa salientar que em 
relação à mediação e a conciliação, mesmo que a Lei n.º 13.140 
(BRASIL, 2015b) e o Código Processo Civil as tratem como 
38
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
sinônimos, a conciliação aproxima as 
partes com sugestão nas soluções, mas 
o mediador, ele vai interferir menos nas 
soluções e sim mais na aproximação, 
porém tanto em uma como na outra, os 
custos são menores e há mais celeridade.
POLÍTICAS DE INCLUSÃO
As políticas de inclusão são formas de 
incluir determinados grupos vulneráveis 
efetivamente na sociedade, muitas vezes 
se utilizando de políticas afirmativas 
que obrigam determinadas instituições 
e organizações a ter em seus quadros 
uma porcentagem de pessoas que se 
enquadram em determinados grupos para 
que haja mais representatividade deles. 
As políticas de inclusão são parte do 
nosso cotidiano, mas essas conquistas são 
recentes. Com o tempo houve a inserção 
de grupos considerados vulneráveis, 
como os afrodescendentes, os indígenas, 
Para trabalhar 
como árbitro 
você precisa 
ser capaz e ter 
a confiança das 
partes.
39
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
as pessoas com deficiência, dentre outros na sociedade como 
sujeitos de direitos que merecem proteção especial do Estado. 
Desse modo, algumas conquistas são relevantes, por exemplo, 
a Lei n.º 12.288 (BRASIL, 2010) institui o Estatuto da Igualdade 
Racial, que de acordo com o Art. 1º é “destinado a garantir à 
população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, 
a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e 
o combate à discriminação e às demais formas de intolerância 
étnica”. O Estatuto da Igualdade Racial ainda assevera no Art. 
1º, parágrafo único que se considera como: 
I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, 
exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, 
descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por 
objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou 
exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos 
e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, 
social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública 
ou privada; II - desigualdade racial: toda situação injustificada 
de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e 
oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude 
de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica; 
III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no 
âmbito da sociedade que acentua a distância social entre 
mulheres negras e os demais segmentos sociais; IV - população 
negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e 
40
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que 
adotam autodefinição análoga; V - políticas públicas: as ações, 
iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento 
de suas atribuições institucionais; VI - ações afirmativas: 
os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e 
pela iniciativa privada para a correção das desigualdades 
raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.
Todos esses conceitos são indispensáveis para que se possa 
compreender as políticas de inclusão, pois elas abrangem, em 
especial, grupos como os índios, os negros e as pessoas com 
deficiência. Sendo que, segundo o mesmo diploma legal, no Art. 
2, o dever não é somente do Estado, mas também da sociedade, 
para a garantia da igualdade de oportunidades, no tratamento 
de todos, não importando a etnia, cor da pele, e sim garantindo 
que todos participem da comunidade, das atividades políticas, 
econômicas, empresarias, educacionais, culturais e esportivas, 
em prol da garantia da dignidade da pessoa humana e dos 
valores até mesmo os religiosos e culturais, ou seja, ampla 
proteção em todas as possibilidades de direito que o sujeito 
possa expressar numa sociedade.
O Art. 3º do mesmo diploma assevera a existência 
das normas constitucionais que são parte dos princípios 
fundamentais, os direitos e garantias fundamentais, os 
41
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
direitos sociais, econômicos e culturais, com ênfase na política 
jurídica de inclusão das vítimas de desigualdade étnico-
racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento 
da identidade nacional brasileira. Desse modo, as políticas 
jurídicas deinclusão para as vítimas da desigualdade étnico-
racial, com a valorização da igualdade étnica, são de muita 
relevância para a formação da identidade nacional brasileira.
Com relação à Lei n.º 13.146 (BRASIL, 2015c), o Estatuto da 
Pessoa com Deficiência, importa compreender que, segundo o 
Art. 1º, trata-se de uma Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com 
Deficiência, a qual visa assegurar em condições de igualdade o 
exercício dos direitos, das liberdades fundamentais da pessoa 
com deficiência para sua inclusão na sociedade como cidadã. 
Sendo o Art. 2º relevante quando disciplina sobre como se 
considera uma pessoa com deficiência e o que a avaliação da 
deficiência precisa constar, como expressa:
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem 
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma 
ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e 
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as 
demais pessoas. § 1º A avaliação da deficiência, quando 
necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe 
42
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
multiprofissional e interdisciplinar e considerará: I - os 
impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; 
III - a limitação no desempenho de atividades; e IV - a 
restrição de participação (BRASIL, 2015c, on-line).
Sabe-se que a lei ainda visou garantir que toda pessoa com 
deficiência teria igualdade em relação às oportunidades com as 
outras pessoas, não podendo inclusive sofrer qualquer tipo de 
discriminação, como pode ser lido em:
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de 
oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma 
espécie de discriminação. § 1º Considera-se discriminação 
em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição 
ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou 
o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento 
ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais 
de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações 
razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. § 2º A 
pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de benefícios 
decorrentes de ação afirmativa (BRASIL, 2015c, on-line).
O cuidado do legislador é tamanho com o tema que ele 
estipula ainda que a pessoa com deficiência é protegida de toda 
e qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, 
43
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
violência, tortura, crueldade, opressão e também tratamento 
desumano ou degradante, sendo que o Art. 5º, no seu parágrafo 
único, afiz que “para os fins da proteção mencionada no caput 
deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis a 
criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência” 
(BRASIL, 2015c, on-line). Outro assunto relevante é a questão 
que envolve a plena capacidade civil da pessoa, pois o Art. 6º 
do mesmo diploma afirma que ela não será afetada, podendo: 
I - casar-se e constituir união estável; II - exercer direitos 
sexuais e reprodutivos; III - exercer o direito de decidir sobre 
o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas 
sobre reprodução e planejamento familiar; IV - conservar 
sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; 
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e 
comunitária; e VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela 
e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de 
oportunidades com as demais pessoas (BRASIL, 2015c, on-line).
Como visto, a lei pretendeu de fato dar condições de 
igualdade para essas pessoas, ainda mais quando aduz que a 
pessoa com deficiência não envolve a plena capacidade civil 
da pessoa, considerando, além disso, outras situações que 
não estão afetadas. Todos possuem o dever de comunicar as 
autoridades competentes qualquer ameaça ou violação do 
direito dessas pessoas, sendo que os juízes e tribunais, quando 
44
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
do conhecimento de fatos que caracterizem essas situações, 
necessitam remetê-las ao ministério público. O Art. 8º tipifica de 
forma clara que é dever do Estado, da sociedade e da família, 
uma amplitude de direitos como os relativos 
à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, 
à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, 
ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, 
ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao 
turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços 
científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, 
à convivência familiar e comunitária” (BRASIL, 2015c, on-line). 
Sendo que o próprio caput do artigo que enumera todos 
esses, amplia com a afirmação “entre outros decorrentes da 
CF, da convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência 
e seu protocolo facultativo e das leis e de outras normas que 
garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico” (BRASIL, 
2015c, on-line). Outra conquista deveras importante para 
as políticas de inclusão foi a Lei de Cotas para a inserção de 
pessoas com deficiência nas empresas, Lei n.º 8.213 (BRASIL, 
1991, on-line) que estipulo no seu Art. 93 que
a empresa com 100 (cem) ou mais empregados está 
obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco 
por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou 
45
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte 
proporção: I - até 200 empregados...2%; II - de 201 a 500...3%; 
III - de 501 a 1.000...4%; IV - de 1.001 em diante... 5%”
Outra conquista também nessa seara é a Lei n.º 13.146 
(BRASIL, 2015c), que Institui a Lei Brasileira de Inclusão da 
Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), 
como visto acima. O entendimento da Lei n.º 8.213 (BRASIL, 
1991) tem que estar de acordo então com o estatuto da pessoa 
com deficiência, principalmente em relação ao Art. 37 da Lei n.º 
13.146, pois não pode apenas inserir essas pessoas para cumprir 
os requisitos legais sem as condições necessárias:
Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência 
no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de 
oportunidades com as demais pessoas, nos termos da legislação 
trabalhista e previdenciária, na qual devem ser atendidas 
as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos de 
tecnologia assistiva e a adaptação razoável no ambiente de 
trabalho. Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa 
com deficiência pode ocorrer por meio de trabalho com 
apoio, observadas as seguintes diretrizes: I – prioridade no 
atendimento à pessoa com deficiência com maior dificuldade 
de inserção no campo de trabalho; II – provisão de suportes 
individualizados que atendam a necessidades específicas 
da pessoa com deficiência, inclusive a disponibilização 
de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e 
46
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
de apoio no ambiente de trabalho; III – respeito ao perfil 
vocacional e ao interesse da pessoa com deficiência apoiada; 
IV – oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, 
com vistas à definição de estratégias de inclusão e de 
superação de barreiras, inclusive atitudinais; V – realização 
de avaliações periódicas; VI – articulação intersetorial das 
políticas públicas; VII – possibilidade de participação de 
organizações da sociedade civil (BRASIL, 2015c, on-line).
Ainda, outra questão relevante sobre as políticas de 
inclusão consta na Lei n.º 12.711 (BRASIL, 2012, on-line), que 
estabelece no Art. 3º: 
Em cada instituição federal de ensino superior, as vagas 
de que trata o Art. 1º desta Lei serão preenchidas, por 
curso e turno, por autodeclarados pretos, pardos e 
indígenas e por pessoas com deficiência, nos termos 
da legislação, em proporção ao total de vagas no 
mínimo igual à proporção respectiva de pretos, pardos, 
indígenas e pessoas com deficiência na população 
da unidade da Federaçãoonde está instalada a 
instituição, segundo o último censo da Fundação 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 
Assim, foi possível ver que a inclusão dos indígenas, dos 
autodeclarados pretos, pardos e pessoas como deficiência visa 
garantir mais justiça social para as partes.
47
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O direito constitucional é o início da abordagem de 
qualquer área do direito, trata-se do direito público, o qual 
estuda a constituição política do estado, na interpretação 
de normas gerais de organização dos poderes, do estado e 
dos direitos fundamentais, sua relevância é tão salutar que 
ao partir do estudo da CF (BRASIL, 1988) o aluno consegue 
compreender as bases do estado democrático de direito e todas 
as suas nuances, as quais são de diversas origens, como sociais, 
econômicas, culturais, históricas, dentre tantas outras.
A CF (BRASIL, 1988) é assim a fonte comum de todos 
os outros diplomas, como o direito empresarial, os métodos 
alternativos de resolução de conflitos, o direito comercial, do 
trabalho e tributário, ou seja, para o direito das organizações. 
Sendo que a constituição, ao analisar as questões que 
envolvem o direito empresarial nas organizações, faz uma 
análise da atividade empresarial com base nos valores 
constitucionais em que deve se pautar no agir ético e 
socialmente responsável, não somente e unicamente no lucro, 
mas também na dignidade da pessoa humana. 
48
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
Outro ramo relevante para o direito das organizações é 
aquele que envolve os métodos alternativos de conflitos, os 
quais estão presentes tanto na Lei n.° 13.140 (BRASIL, 2015b) 
quanto no CPC de 2015, a mediação e a conciliação, assim 
como, a arbitragem prevista na Lei n.° 9.307 (BRASIL, 1996) que 
por serem métodos alternativos de conflitos são mais céleres 
e econômicos, sendo utilizados em regra geral para resolver 
conflitos de direitos disponíveis, o que facilita em muito as 
negociações no direito das organizações.
Outro ponto importante referente aos direitos das 
organizações são as políticas de inclusão, com ela se insere 
pessoas de grupos vulneráveis, tais como negros, pardos, 
indígenas e pessoas com deficiência na sociedade, como 
sujeitos de direitos com proteção especial do estado. Desse 
modo, algumas conquistas são relevantes, por exemplo, 
da lei de cotas para a inserção de pessoas com deficiência 
nas empresas, Lei n.° 8.213 (BRASIL, 1991), o que permite 
mudanças relevantes na sociedade a partir da contratação 
deles, os quais outrora eram simplesmente desprezados 
no mundo empresarial, mas que agora são parte do 
direito organizacional.
49
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
RESUMO
Nesta unidade aprendemos que:
• para o entendimento do direito organizacional é indispensável 
um estudo a começar pela própria introdução do direito, com 
o estudo dos possíveis conceitos da terminologia direito, além 
das considerações relativas ao direito público e direito privado;
• o direito público regula as atividades do sujeito quando em 
exercício da atividade pública, em relação aos meios técnicos 
jurídicos, o conteúdo e os limites utilizados por eles;
• o direito privado possui um conjunto de normas que disciplina o 
exercício das atividades privadas, ele regula as atividades do sujeito 
quando em exercício da atividade privada, em relação aos meios 
técnicos jurídicos, o conteúdo e os limites utilizados por eles;
• o direito constitucional é o ramo do direito público que 
estuda a constituição política de um estado, sistematizando e 
interpretando as normas gerais de organização dos poderes, 
de organização do estado e os direitos fundamentais;
• o direito empresarial está diretamente relacionado com a 
própria atividade econômica de um país. Como empresa 
50
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
ele pode estabelecer sua própria organização de bens 
e serviços, mas não destoando do que apregoa a CF 
(BRASIL, 1988) em relação aos valores constitucionais, num 
direito empresarial baseado no agir ético e socialmente 
responsável, não somente com base no lucro;
• os métodos alternativos de conflitos presentes tanto na Lei n.° 
13.140 (BRASIL, 2015b), no CPC (BRASIL, 2015a) e na Lei n.° 
9.307 (BRASIL, 1996), a mediação, a conciliação e a arbitragem, 
os quais são mais céleres e econômicos, sendo utilizados em 
regra geral para resolver conflitos de direitos disponíveis, 
facilita muito as negociações no direito das organizações;
• as políticas de inclusão inserem pessoas de grupos vulneráveis, 
tais como negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência 
na sociedade como sujeitos de direitos com proteção especial do 
estado, por exemplo, tem-se a lei de cotas para a contratação de 
pessoas com deficiência nas empresas, Lei n.° 8.213 (BRASIL, 1991).
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil - CF, 
1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 19 jan. 2022.
51
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
BRASIL. Lei n.° 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre 
os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras 
providências, Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l8213compilado.htm. Acesso em: 19 jan. 2022.
BRASIL. Lei n.° 9.307, de 23 de setembro de 1996. Dispõe sobre a 
arbitragem, Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l9307.htm. Acesso em: 19 jan. 2022.
BRASIL. Lei n.° 9.469, de 10 de julho de 1997. Regulamenta 
o disposto no inciso VI do Art. 4º da Lei Complementar nº 
73, de 10 de fevereiro de 1993; dispõe sobre a intervenção 
da União nas causas em que figurarem, como autores ou 
réus, entes da administração indireta; regula os pagamentos 
devidos pela Fazenda Pública em virtude de sentença 
judiciária; revoga a Lei n.° 8.197, de 27 de junho de 1991, e a 
Lei n.° 9.081, de 19 de julho de 1995, e dá outras providências, 
Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l9469.htm. Acesso em: 19 jan. 2022.
BRASIL. Decreto n.° 70.235, de 6 de março de 1972. Dispõe sobre 
o processo administrativo fiscal, e dá outras providências, 
Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto/d70235cons.htm. Acesso em: 19 jan. 2022.
52
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
BRASIL. Lei n.° 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe 
sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras 
providências, Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm. Acesso em: 19 jan. 2022.
BRASIL. Lei n.° 12.288, de 20 de julho de 2010. Institui o 
Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716, de 5 
de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 
24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003, 
Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12288.htm. Acesso em: 
19 jan. 2022.
BRASIL. Lei n.° 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre 
o ingresso nas universidades federais e nas instituições 
federais de ensino técnico de nível médio e dá outras 
providências, Brasília, DF. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.
htm. Acesso em: 19 jan. 2022.
BRASIL. Lei n.° 13.105, de 16 de março de 2015a. Código de 
processo civil, Brasília, DF. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. 
Acesso em: 19 jan. 2022.
53
INTRoDUção Ao DIREITo oRgANIzACIoNAl
BRASIL. Lei n.° 13.140, de 26 de junho de 2015b. Dispõe sobre 
a mediação entre particulares como meio de solução de 
controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito 
da administração pública; altera a Lei n.° 9.469, de 10 de julho 
de 1997, e o Decreto n.° 70.235, de 6 de março de 1972; e revoga 
o § 2º do Art. 6º da Lei n.° 9.469, de 10 de julho de 1997, Brasília, 
DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2015-2018/2015/lei/l13140.htm.Acesso em: 19 jan. 2022.
BRASIL. Lei n.° 13.146, de 6 de julho de 2015c. Institui a Lei 
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da 
Pessoa com Deficiência), Brasília, DF. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/
l13146.htm. Acesso em: 19 jan. 2022.
BRASILINO, F. Bem jurídico empresarial: função social, 
preservação da empresa e proteção ao patrimônio mínimo 
empresarial. Rio de Janeiro: Método, 2019. Disponível em: 
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_
sophia=614048. Acesso em: 19 jan. 2022.
GUILHERME, L. F. V. A. Manual de arbitragem e mediação. 
São Paulo: Saraiva, 2020. Disponível em: https://biblioteca.
sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=615629. Acesso 
em: 19 jan. 2022.
54
DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES
FERREIRA FILHO, M. G. Aspectos do direito constitucional 
contemporâneo. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. Disponível em: 
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_
sophia=614028. Acesso em: 19 jan. 2022.
JUSTEN FILHO, M. Introdução ao estudo do direito. 2. Ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2021. Disponível em: https://biblioteca.
sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=615484. Acesso 
em: 19 jan. 2022.
SCAVONE JR., L. A. Arbitragem: mediação, conciliação e 
negociação. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020. Disponível 
em: https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_
sophia=614017. Acesso em: 19 jan. 2022.
	Introdução ao
direito organizacional
	Introdução
	Introdução ao estudo do direito
	A constituição federal
	Conciliação, mediação e arbitragem
	Políticas de inclusão
	Considerações finais
	Referências

Outros materiais